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RAIZ
A raiz é uma das partes que merece muitas atenções, porque é através delas que
há o bom desenvolvimento da orquídea. As raízes das orquídeas, que são em sua
maioria, raízes aéreas (nas epífitas) providas de um tecido especial, que é uma das
características marcantes da família Orchidaceae, é o velame, sendo esse uma “cama”
de células mortas que pode ter espessura variada dependendo do habitat em que essa
planta vive, variando também de espécie para espécie, mas de modo geral, a sua função
é além de proteção. A captação de água e nutrientes de forma PASSIVA funcionando
como uma "esponja" e também evitando que essas raízes expostas ressequem
facilmente.
Quanto à espessura desse velame ele pode ser bem grosso, em geral nas epífitas,
onde são bem desenvolvidos, nas rupícolas também apresentam uma boa espessura,
entretanto mais finos um pouco e essas raízes em geral não alcançam longos
comprimentos se limitando àquele pequeno trecho com substrato que em geral existe
nas fissuras das rochas onde elas vivem e nas terrestres esse velame tende a ser mais
fino, devido ao fato das raízes estarem enterradas em solo com mais umidade, ou em
camada de matéria orgânica, e por essa razão essas raízes são mais sensíveis a
ressecamento.
Muitas terrestres também possuem raízes engrossadas como raízes tuberosas
com grande acúmulo de reservas. Outra característica marcante é que muitas destas
raízes, principalmente nas plantas desprovidas de folhas ou com apenas rudimentos
foliares possuem a capacidade de fazer fotossíntese, mostrando outra adaptação incrível
dessas magníficas plantas.
Quanto a sua ponta, em geral, esverdeada essa é onde se encontra a região de
crescimento da raiz, o meristema subapical, porque na verdade não fica na ponta da raiz
e sim envolvido por uma camada protetora, que funciona como uma capa que é a coifa
que é representada por essa ponta verde ou de outra cor nas raízes.
O velame é facilmente reconhecido, pois ele se destaca facilmente ao quebrar
uma raiz, como se fosse uma capa e aquele fiozinho que sobra sim é a parte funcional da
raiz, onde tem os feixes vasculares, portanto se no manuseio de nossas plantas, sem
querer quebramos uma raiz, na verdade estamos quebrando o velame, mas essa raiz
ainda continua viva e funcionando, não precisando assim ser cortada e com o tempo ela
tenderá a soltar ramificações.
Outra característica das raízes importante é que em geral se orientam pela
umidade. Essas raízes, assim como nas monocotiledôneas de modo geral são
adventícias, ou seja, surgem ao longo do caule durante toda a vida da planta sem ter
origem no embrião da semente e assim constituem o sistema fasciculado ou cabeleira de
raízes.
Raiz de Vanda
Raiz de Dendrobium
bronkartii
Raiz de Dendrobium
stardust
CAULE
Após a raiz vamos explorar um pouco o caule das orquídeas, sendo que estes vão
variar de acordo com seu hábito de crescimento, mas o que todos têm em comum e que
define ser um caule é a presença de nós, entrenós, que é o espaço entre dois nós, gema
apical composto pelo meristema apical, que é a região de crescimento da planta, gemas
laterais, que ficam na região do nó, onde também ficam inseridas as folhas.
Nesta foto não fica claro a posição das gemas, pelo fato que elas ou estão
inativas ou completamente caducas e assim elas quase não são visíveis.
Quanto aos tipos de caules presentes nas orquídeas em geral nas monopodiais
temos caules herbáceos, sem estruturas de acúmulos de reserva, como em Vandas e
Phalaenopsis e nas simpodiais temos os caules do tipo Rizoma, que liga um tipo de
caule ao outro que pode ser um pseudobulbo, e tem estrutura de reserva o que permite a
planta suportar melhor os períodos de dificuldades, mas também podem ter caules
herbáceos sem reserva e caules do tipo colmo, como em Cana-de-Açúcar. Segue agora
fotos mostrando os diferentes tipos de caules.
Depois de terem visto as variações que podem ocorrer nas orquídeas em relação
a caule vamos falar um pouco de cada um deles.
Rizoma de Bulbophyllum bem longo
Depois do rizoma a próxima estrutura são os caules que crescem no sentido para
fora do substrato e podendo apresentar diversas formas de crescimento, sendo estes
os responsáveis por portar as folhas, hastes florais e etc. Estes caules podem ser os
pseudobulbos, que ocorrem em boa parte das orquídeas, sejam epífitas, rupícolas ou
mesmo as terrestres.
Esses são caules bastante especializados com a principal função de reserva de
água e nutrientes, o que permite a essas orquídeas uma melhor adaptação a ambientes
que seriam desfavoráveis para diversas outras plantas e esses pseudobulbos podem
possuir formas variadas, ovalados, arredondados, elípticos e outras formas variando de
espécie para espécie.
Outras simpodiais como Arundinas podem ter caules como se fossem colmos
que são aqueles caules com nós bastante definidos e eles podem ser carnosos ou secos,
sendo que neste caso eles são carnosos, embora sejam finos, porem essas plantas
possuem pouca capacidade de reserva o que fazem ser mais dependente de umidade
constante e nutrientes no substrato em que vivem. Outras simpodiais podem ter
pequenos caules herbáceos, muitas vezes difíceis até de visualizar como em algumas
terrestres e também muito presente no grupo dos "Sapatinhos", sendo estes caules não
possuem tecidos de reserva o que torna essas plantas muito mais sensíveis a seca e o
outro caso são os caules herbáceos carnosos como os do grupo das "Orquídeas jóias",
como a Ludisia discolor. Segue agora fotos mostrando diferentes formas de
pseudobulbos, caules lembrando colmos, caules herbáceos curtos e caule de "Orquídeas
Jóias".
Pseudobulbos de Encyclia
Pseudobulbos de Anachelium
Pseudobulbo de Oncidineas
Pseudobulbo de Cattleya
Pseudobulbo de Cattleya
Pseudobulbo de Cattleya
Pseudobulbo de Phaius
Pseudobulbo de Bulbophyllum
Pseudobulbo de Bifrenaria
Pseudobulbo de Cyrtopodium
Pseudobulbo de Catasetum
Colmo de Arundina
Além dos caules já citados existem ainda os caules responsáveis por segurar as
inflorescências e suas ramificações e flores e em geral esses caules se apresentam como
hastes, em geral finas, algumas mais grossas, podendo ser curtas ou bem longas com
poucos ou vários nós com 1 gema cada nó e algumas dessas hastes podendo soltar
filhotes chamados de "keikes" que podem dar origem a uma nova planta completa.
Outros ainda lembram colmos que depois de seco se apresentam ocos, como as hastes
florais de Cyrtopodiuns. Segue agora fotos de algumas hastes florais.
hastes florais em desenvolvimento
Haste floral desenvolvida
haste floral ramificada
Topo
Folhas:
Após ter falado de caule gente a próxima parte importante e a maior responsável pela
produção de alimento na planta e que está ligada ao caule são as folhas. As folhas, de
fato são a parte mais simples de identificar e talvez a mais visível nas plantas e essas são
os órgãos principais que fazem a fotossíntese, isso se deve a sua especialização para
isso, como grande concentração de clorofila em suas células, o que lhes confere suas
colorações mais intensas, sua forma planta na maior parte das vezes, o que lhes
conferem uma maior superfície para captação de luz, dentre outras coisas também. Nas
orquídeas as folhas possuem uma enorme variação, mas seguindo algumas linhas, ao
qual é comum entre as monocotiledôneas elas possuem sua nervação paralela(com
algumas poucas exceções) e a presença de bainhas que abraçam os seus caules. Quando
essas folhas possuem bainha, Pecíolo, que é a parte mais estreitada dela que muitas
vezes lembra um "cabinho" e o limbo, que é a parte plana e mais larga da folha elas são
ditas folhas completas, entretanto muitas orquídeas não possuem folhas completas e não
possuem bainhas, por exemplo, outras folhas apenas tem bainhas e não tem o restante,
como as folhas que recobrem um broto em crescimento. O fato é gente que as orquídeas
possuem uma enorme variação de suas folhas em relação a forma, coloração, textura e
consistência, sendo que podem ter folhas bem membranáceas(finas e delicadas), bem
coriáceas e até mesmo com aspecto de folhas de suculentas bem grossas e quanto ao
formato também existe uma diversidade em formatos, umas mais lanceoladas(forma de
lança), outras mais ovaladas ou elípticas e outras até com formato de coração. Também
muitas orquídeas possuem as chamadas folhas teretes, que são roliças lembrando folhas
de cebolinha ou alho, por exemplo. Muitas possuem apenas rudimentos foliares ou
mesmo nem possuem folhas, como a famosa "Orquídea Fantasma". Segue agora
algumas fotos de diferentes folhas de orquídeas.
Nervação paralela
Folha de Angraecum
Folha de Cattleya
Folha de Grammatophyllum
Folhas de Phymatidium
Folhas de Ludisia
Folhas de Catasetum
Folhas de Arundina
Folhas em senescência de Cyrtopodium
Folhas de Epidendrum
Folhas de Bifrenaria
Folhas de Phalaenopsis
Outro detalhe importante e que tem grande importância para o cultivo é o fato em que
existem orquídeas que possuem folhas caducas, ou seja, que caem em certo período do
ano e a planta entra em um estadium de dormência que muitas vezes pode ser sucedida
por florações, mesmo sem folhas e a importância nisso é o fato em que essas plantas que
passam por período de dormência perdendo as folhas em geral as regas e adubações
devem ser suspensas ou reduzidas consideravelmente dependendo da espécie. Um
exemplo disso são os Catasetuns e Cyrtopodiuns que tem esse período bem definido e
então eles perdem suas folhas e entram em dormência ficando sem nenhuma folha e a
rega deve ser quase que suspensa e adubação completamente cortada até o reinício das
suas atividades. Outras plantas que tem folhas caducas são alguns tipos de Dendrobiuns
e algumas terrestres.
Outro aspecto importante a se falar de folhas é quanto sua quantidade por nó e sua
disposição em um caule que é chamado de filotaxia. Quanto a quantidade de folhas por
nó em orquídeas, se não em todas as orquídeas, mas em quase todas são de apenas uma
folha por nó e como na axila de cada folha está localizada uma gema lateral(olhinho)
podemos dizer que a orquídea possui apenas uma gema por nó e quanto a filotaxia
também se não é em todas é na grande maioria de folhas alternas, mas podem ter outras
disposições também. Segue fotos mostrando esse detalhe das quantidade de folhas por
nó e da disposição das folhas em um caule.
folhas alternas
Outras característica que varia muito é o número de folhas que podem ter em um caule
de orquídea seja pseudobulbo, colmo ou caules herbáceos curtos ou carnosos, sendo que
tem orquídeas que podem ter de 1 apenas a 2 ou 3 ou várias, mas sempre um número
relativamente definido dentro do grupo das simpodiais e no caso das monopodiais o
número de folhas é sempre indefinido.
Pois bem, não são só as folhas principais das orquídeas que merecem atenção, pois além
dessas folhas existem outros tipos de folhas incompletas ou modificadas existentes que
não estão ligadas diretamente com a fotossíntese, mas sim com função de proteção de
brotos novos ou de botões e hastes florais e também em alguns casos com papel de
atração de possíveis polinizadores. As folhas que recobrem um broto em
desenvolvimento, na verdade é composto basicamente de bainha de folhas ou folhas
bem reduzidas e em geral costumam ser mais duras, provavelmente para garantir uma
proteção aos brotos novos que estão se formando e ainda são muito frágeis e tenros, um
prato cheio para pragas e doenças oportunistas, mas logo assim que esses brotos
atingem a maturidade essas folhas tendem a secar e cair ou permanecer na planta como
uma palha que pode virar um pequeno problema para algumas espécies cultivadas,
como Cattleyas por virá um abrigo para cochonilhas, sendo assim recomendado sua
remoção após completa secagem. Segue agora foto de broto novo com essas folhas
reduzidas.
OBS:
Caso tenham interesse vale a pena dar uma olhada na postagem sobre Desenvolvimento
de "Bulbos de Orquídeas do Grupo Cattleya".
Após falar das folhas que recobrem brotos novos é hora de falar de folhas que tem papel
na preparação da planta para o período reprodutivo, sendo essas as chamadas brácteas,
que podem assumir diversas formas e tamanhos e funções, sendo a função mais comum
a proteção e dentro dessas a que mais se destaca nesse papel é as espatas que são um
tipo de bráctea que em geral se encontra fechada criando um ambiente fechado do meio
externo garantindo assim uma segurança as hastes e botões que ali se desenvolvem,
porem elas possuem uma região de maior fragilidade que serve para que os botões ou
haste quando estiverem prontos para sair possam romper essa espata sem grandes
dificuldades. Algumas plantas podem até apresentar espatas duplas, outras podem não
apresentar espatas e outras podem apresentar outros tipos de brácteas, as vezes muito
pequenas, outras vezes mais chamativas, como no caso dos cyrtopodiuns, mas o que
caracteriza ser uma bráctea é ela está presente em uma haste floral, próxima de botões
ou ramificações de hastes florais e as espatas que podemos assim dizer são o primeiro
seguimento a aparecer de uma futura haste floral e que protege todo o restante que ali
virá. Segue agora foto de espatas e outras brácteas.
espata em desenvolvimento.
espata seca completamente desenvolvida
OBS:
Existem plantas que florescem com espatas secas e outras com espatas verdes, portanto
se uma espata secar antes de fazer cortes é sempre bom se conhecer sobre essa planta e
saber se ela floresce de espata verde ou seca ou das duas maneiras, pois muitas vezes
pode-se ta perdendo uma floração por está cortando uma espata seca por achar que a
planta abortou e na verdade ela tem a característica de florescer com espata seca.
Topo
Inflorescência:
inflorescência é um termo que diz respeito ao "conjunto da obra", ou seja, é o que diz
respeito a quantidade de flores em uma haste, a posição em que essa haste surge, a
disposição em que essa haste se encontra e se ela produz flores indefinidamente ou de
forma definida. Em orquídeas ocorrem vários tipos de inflorescências possíveis nas
plantas, mas nessa postagem, não vou me ater em falar de cada tipo nem dos nomes,
mas colocarei link para quem quiser aprofundar mais no assunto inflorescência.
sobre inflorescência uma coisa importante em orquídeas é a quantidade de flores que
ocorrem, pois essa varia muito de espécie para espécie, mas tem orquídeas que formam
apenas uma flor por inflorescência, enquanto outras podem formar verdadeiros cachos
com centenas de flores. Outro aspecto importante é a posição em que essas
inflorescências surgem, sendo que elas em orquídeas podem surgir de forma apical,
quando essas saem do topo dos caules; laterais, quando essas saem de uma gema lateral
do caule ou basais quando essas saem de uma gema da base do caule no nó mais
próximo ao rizoma ou do próprio rizoma e essas hastes podem ser eretas, pendentes ou
ainda podem crescer em direção ao substrato e saírem por baixo dos recipientes de
cultivo, como as Stanhopeas. Estas também podem ser simples ou ramificadas e quanto
aos tipos mais comuns estão os cachos, mas também podem ocorrer espigas compactas
e outras inflorescências com número definido de flores. Inflorescências formando
umbelas(formato de guarda chuva invertido) e forma de leques também são encontrado
nas orquídeas. Também podem ocorrer inflorescências compostas que é quando
ocorrem mais de um tipo de inflorescência na mesma inflorescência. Segue agora fotos
mostrando posição das inflorescências, e seus tipos e quantidade de flores.
Inflorescência de uma ou poucas flores em posição apical.
Topo
Flor.
por fim chegamos na parte principal das orquídeas que é o que realmente faz com que
todos cultivem-as que são suas belas e exóticas flores, mas esse órgão, tão maravilhoso
e complexo não foi feito pelas plantas que produzem flores para que os humanos
possam apreciar e sim para a reprodução e para tal fim é exigida essa complexidade
para que ela tenha sucesso em seu propósito, mas para isso a planta tem que demandar
uma alta taxa de energia para poder sustentar todo esse aparato, por isso devemos ter
atenção especial com elas.
Em orquídeas as flores que são a principal característica da família Orchidaceae
possuem 3 sépalas, que são as peças mais externas, 3 pétalas, que são as peças mais
internas, sendo que uma dessas é modificada e denominada de labelo, e este tem a
função de servir de pista de pouso para o polinizador e por este motivo ela costuma
possuir coloração diferenciada, riscos, pintas e traços que indicam o caminho, nectários
e locais com um óleo aromático(em algumas espécies) que algumas espécies
de abelhas utilizam para atrair parceiros. Todas as flores de orquídeas seguem esse
padrão, podendo ter claro algumas variações importantes, como no caso dos sapatinhos,
como os Paphiopediluns que possuem a sépala dorsal completamente diferente das
outras duas laterais que são fundidas formando uma só e essa sépala dorsal é colorida e
curvada por cima do labelo que forma um copo protegendo assim de entrar água nele e
essa sépala dorsal costuma ter vários desenhos que provavelmente deve servir para
indicar o possível polinizador a onde ele deve ir.O tamanho das flores também varia
muito podendo ser bem pequenas do tamanho da cabeça de um alfinete praticamente,
até flores bem grandes de mais de 1 palmo de diâmetro. Mas, a característica mais
marcante da flor e da família é a parte reprodutiva propriamente dita, pois ela consiste
na fusão do órgão feminino com o masculino que é chamado de coluna e outra
característica é que na maior parte das orquídeas o seu pólen está aglomerado em uma
massa firme denominada polínea que pode ter várias cores e tamanhos. Quanto ao
ovário este se encontra abaixo das peças florais e por isso ele é denominado de ínfero e
quando a flor recebe o estímulo da polinização ele produz muitas vezes centenas de
milhares de óvulos que com a fecundação dão origem a centenas de milhares de
sementes muitas vezes. Segue agora uma foto ilustrativa mostrando as principais peças
florais e as partes da coluna sem muito detalhamento, até pelo fato que a foto não
permite isso.
OBS:
Pelo fato das flores das orquídeas possuírem toda essa complexidade vale ressaltar que
o gasto de energia da planta para manter estas é bastante alto e assim se uma planta não
se encontra em seus melhores estados de saúde e ela venha a florescer é sempre bom
avaliar se essa planta está em condição de manter a floração, pois muitas vezes isso
pode ser decisivo para ela viver ou morrer e o melhor a se fazer nesses casos é polpar
ela dando um descanso eliminando a floração para que ela possa se fortalecer.
Topo
Fruto:
A flor abriu, o inseto veio e polinizou a flor, os óvulos no ovário foram produzidos, o
tubo polínico cresceu dentro da coluna até chega no ovário e seus núcleos vieram e
fecundaram os óvulos e assim o ovário então começou a se desenvolver e assim se
transformou em um fruto que passa a se desenvolver e os óvulos la dentro começam a
dar origem as sementes e esse fruto, assim como em um útero irá fornecer proteção e
alimentação para as sementes que ali se desenvolvem. Pois bem gente, esse fruto nas
orquídeas é do tipo cápsula que é um fruto seco do tipo descente, ou seja, ele se rompe
ao amadurecer e assim libera as sementes e seu tempo de desenvolvimento varia de
espécie para espécie, podendo ser de pouco menos de 3 meses até mais de 1 ano para
seu completo desenvolvimento. Quanto a forma, ele costuma lembrar uma carambola e
é dividido em 3 partes, porem ele pode possuir algumas variações em sua forma e com
a exceção das Vanillas que possuem uma cápsula que lembra mais uma vagem e suas
sementes são bem maiores e diferentes das demais orquídeas, essas cápsulas possuem
sempre sementes bem miúdas e leves. Segue agora foto de cápsulas e corte de cápsulas
imaturas.
cápsula madura
cápsula madura
cápsula imatura de Dendrobium
Como já dito nas flores também as cápsulas em formação demandam muita energia das
plantas e para isso alguns cuidados devem ser tomados para a planta não se esgotar ou
as sementes ficarem com uma qualidade ruim. Para mais detalhe quanto ao cuidado de
cápsulas veja na postagem: Semeio e Recultivo de Orquídeas - Manutenção de
Matrizes.
Topo
Semente:
Para terminar gente chegamos na semente, sendo que em orquídeas as sementes são,
tirando as Vanillas, muito pequenas, desprovidas ou com pouco tecido de
reserva(endosperma) e por esta razão elas na natureza dependem da associação com
fungos micorrízicos que formam a estrutura chamada de micorriza, por onde a semente
consegue receber alimento e assim consegue se desenvolver inicialmente, o que faz com
que a sobrevivência de plantas na natureza seja muito baixa, mas as sábias orquídeas
não produzem grandes quantidades de sementes que podem ser facilmente levadas pelo
vento atoa. Quanto ao formato ele varia muito de espécie para espécie e também existe
uma certa diferença de tamanho entre as espécies, entretanto elas são bem pequenas e
sem reserva. Segue agora foto mostrando o aspecto de pó que elas apresentam a olho
nu.
Primeiramente, temos que entender que como as sementes das orquídeas são muito
pequenas e desprovidas de reserva, na natureza, para germinarem dependem da
associação de fungos micorrízicos, sendo que para cada grupo de orquídeas as espécie
do fungo varia. Existe então maneiras caseiras que são chamados de métodos
simbióticos que utilizam macerados de raízes da planta mãe, onde se crê que contenha
uma boa quantidade fungos micorrízicos e esses métodos mais antigos funcionam, mas
o controle neles é mais difícil e existem outras técnicas ditas assimbióticas que são in
vitro que são a base de um meio nutritivo que contenha os minerais essenciais para a
planta e açucares, substituindo assim a função do fungo. É claro que os meios são um
pouco mais elaborado que isso, mas não vou me prender a esse assunto aqui, pois isto já
existem diversos materiais bem detalhados sobre o assunto.
Quanto a métodos de semeio in vitro existem diversas técnicas hoje em dia como uma
caseira q dispensa uma câmara de fluxo laminar ou autoclave que são 2 equipamentos
de laboratórios e bem caros, sendo que este método é baseado em panela de pressão
para esterilizar os frascos e a seringa fazendo o papel de câmara de fluxo laminar
esterilizando as sementes através de uma solução de água sanitária a 10%, porem este é
um método mais trabalhoso, exige frascos de vidro e muito mais tempo para sua
realização e não vo me prender a ele. Existe uma outra técnica que foi desenvolvida na
Universidade Federal de Viçosa pelo Donizetti Tomaz, Marcus V. Locatelli e equipe, ao
qual tive o prazer de aprender a fazer e hoje posso ter o prazer de ensinar. Esta técnica
elimina o uso da panela de pressão e consiste no uso da esterilização química dos
frascos com uma solução de água sanitária, ao qual será mais detalhada no vídeo e o
mesmo uso da seringa para esterilização da sementes com a mesma água sanitária do
método anterior. isso, nos permite o uso de frascos de plástico que podem ser aqueles
tipos de sorvete para festas com uma tampa com uma boa vedação sendo recomendado
frascos em geral de 145, 146ml dependendo da marca e posso falar que esse método é
bem mais prático em termos de execução e bem mais rápido que o anterior e também a
taxa de contaminação é bem menor, embora contaminação seja qual for o método
empregado sempre terá, pois é natural quando se trata de semeios e recultivos. Este
método se estende para o recultivo de frascos que estejam super povoados, o que
antigamente era um processo exclusivo de laboratórios, mas com essa técnica foi
possibilitado fazer recultivos caseiros transferindo plantas de um frasco a outro sem uso
de capela de fluxo laminar se baseando na água sanitária, uma pinça, álcool para
esterilizar a pinça e fogo para flambar a pinça, mas não se preocupem pois estes
métodos estarão bem relatados nos vídeos no final da postagem. Segue agora algumas
fotos sobre o assunto:
frasco semeado pela técnica antiga
Então gente sabendo da existência das técnicas caseiras temos que considerar alguns
pontos antes de iniciar os trabalhos. Primeira delas é o local onde serão colocados os
frascos. Esses locais em geral devem ser locais que tenha alguma coisa de luminosidade
indireta, mas que não seja muito intensa, podendo ser um ambiente dentro de casa
próximo a uma janela, em prateleiras, ou caso possa fazer pode-se fazer estantes com
lâmpadas para iluminação artificial mas sem usar lâmpadas muito fortes ou ainda como
alguns laboratórios já tem feito que é cultivar os frascos com luz natural com
sombreamento adequado em um ambiente semelhante a um orquidário, em fim existem
vários locais para colocar os frascos, mas todos eles tem que ser protegidos de
ventanias, chuvas, ter luz na quantidade adequada e de pouca movimentação de pessoas.
Segue aqui algumas fotos de locais improvisados que podem ser usados em casa:
prateleira próxima a uma janela
estantes com iluminação artificial e um temporizador que torna seu funcionamento automático.
Detalhe estante acesa.
estantes com iluminação artificial e um temporizador que torna seu
funcionamento automático
já sabendo onde podemos colocar os frascos outro ponto importante é quanto a nossa
segurança na execução dos trabalhos, pois estaremos mexendo com água sanitária, ao
qual pode ser irritante para a pele de algumas pessoas, fora o fato que ela manha roupas,
portanto, o uso de luvas e uma roupa que possa manchar ou um jaleco é
importantíssimo, assim como máscaras simples para evitar que se respire próximo dos
frascos para evitar ainda mais os problemas de contaminação. Quando se faz o recultivo
ainda tem um outro elemento que devemos nos preocupar que é o fogo, sendo que esse
sempre é bom trabalhar longe de equipamentos elétricos e evitar entrada de crianças e
animais no local. Quanto a fonte de fogo a ser utilizada pode ser uma simples vela, ou
lamparina a álcool ou mesmo um fogareiro a álcool ou outra fonte de fogo, sempre
tomando muito cuidado para evitar acidentes.
Contaminação fúngica
Pois é gente agora que vimos bem os pontos é hora de colocar a mão na massa! Para
concluir então essa postagem digo que ainda assim existem algumas variantes desse
método que não falarei, mas é com a esterilização em microondas e a com álcool, uma
vez que essas são menos práticas que a com água sanitária, embora com a mesma
eficiência, mas deixarei agora vídeos que fiz relatando dias de semeio e recultivo em
meu orquidário onde mostro com mais detalhe o processo e também deixo alguns links
para quem quiser ler mais sobre o assunto. Então gente espero que tenham gostado e
mais uma vez quaisquer dúvida podem perguntar a mim através de alguma das formas
de contato existente nesse blog que eu terei o prazer de responder. Até a próxima
gente!!!
Olá pessoal! Venho aqui agora com uma postagem que entrará para o ciclo básico do cultivo
de orquídeas que é o referente ao assunto replante e transplante de orquídeas. Digo que o
replantio é a essência do cultivo de orquídea, pois é se não a operação mais importante para a
manutenção das plantas, uma das operações mais importante e a diferença entre sucesso e
fracasso no cultivo de orquídeas está na qualidade da execução do replante ou transplante.
Então pessoal após levantado os principais motivos pelos quais são feito os replantes pode-se
notar a importância que este tem para o cultivo das nossas belas orquídeas, sendo assim
vamos aprofundar um pouco mais sobre este assunto e abordar alguns pontos para que todos
vocês possam ter sucesso e proceder os replantes de forma correta, na época correta e nos
recipientes mais adequados para cada planta.
Para entendermos como funciona o replante é importante primeiro termos uma boa noção do
tipo de recipientes e substratos que nossas plantas são plantados, de acordo com o tipo de
orquídea e seu habito de crescimento, ou seja, se ela é terrestre, rupícola ou epífita, se é
monopodial ou simpodial. O ambiente em que nossas plantas são cultivados também interfere
muito na escolha do recipiente, dependendo como é o comportamento da umidade, da
ventilação, da iluminação e o seu tempo disponível para o cultivo.
Para mais detalhes sobre substratos e recipientes e suas principais características cliquem
aqui!
O Outro ponto importante é que os replantes ou transplantes podem ser divididos por tipos e
assim podemos enumerar alguns da seguinte maneira:
NOTA: para todo e qualquer replante, salve algumas exceções o tamanho dos recipientes
devem ser sempre proporcional ao tamanho da orquídea, ou seja, a orquídea deve ter no
máximo 2/3 do tamanho recipiente garantindo assim espaço adequado para um crescimento
de uns 2 a 3 anos da planta naquele recipiente, que é o tempo de durabilidade de boa parte
dos substratos. Essa regra se aplica principalmente ao replante clássico, mas se aplica também
às demais categorias de replantes.
Vejam agora algumas fotos dos tipos de cultivo em que as plantas podem ser replantadas e
como elas não devem ser replantadas:
Após falar dos pontos importantes e tipos de replantes agora vamos de fato falar sobre o
procedimento.
Uma vez nossa planta estando na hora de replantar devemos então proceder da seguinte
maneira:
Primeiro passo: geralmente se remove a planta do vaso antigo, caso as raízes estejam muito
ruim e/ou substrato muito velho.Faz-se a limpeza e remoção das raízes mortas removendo
todo substrato velho e lavando bem para tirar toda sujeira. Isto tudo usando uma ferramenta
esterilizada para tal fim. Caso o substrato esteja bom e as raízes muito boas e o vaso não cabe
mais, pode-se tirar a planta sem desfazer o torrão de substrato e apenas passar para um vaso
maior e completar o restante, ou colocar um vaso dentro do outro e completar com substrato,
para estes casos específicos.
Planta com substrato velho e pulando fora do vaso com raízes e brotos novos no ponto de ser
replantada
Planta com substrato velho e pulando fora do vaso com raízes e brotos novos no ponto de ser
replantada
tirando a planta do vaso notem as raízes em volta do substrato boas e no interior todas morta
tirando a planta do vaso notem as raízes em volta do substrato boas e no interior todas morta
tirando a planta do vaso notem as raízes em volta do substrato boas e no interior todas morta
tirando a planta do vaso notem as raízes em volta do substrato boas e no interior todas morta
tirando a planta do vaso notem as raízes em volta do substrato boas e no interior todas morta
tirando a planta do vaso notem as raízes em volta do substrato boas e no interior todas morta
limpando as raízes mortas e removendo substrato velho
lavando
detalhe da planta limpa pronta para o replante
Dica: pode-se usar um minimaçarico ou outra fonte de chama para esteriliza a ferramenta de
corte
Segundo passo: preparar o recipiente para o replante, seja um vaso, um cachepot, uma placa.
No caso de ser um vaso usado, seja de plástico ou barro primeiramente lave-o muito bem e
deixe-o de molho em uma água com um pouco de água sanitária(kiboa candida ) para matar
qualquer possível patógeno que possa está aderido ao vaso. Em seguida enxágüe-o bem e
coloque no fundo uma camada de algum material inerte que pode ser, cacos de vaso de barro
antigo e limpo, cacos de telha, tijolos, britas, isopor para servir de dreno. Coloque em torno de
uns 2 dedos de dreno no vaso.
Nota: Evite usar vasos fundos para o plantio de orquídeas, vasos tipo cartola ou vasos fundos e
largos demais, pois em vasos muito fundo e largos pode formar um ambiente muito abafado e
neste tipo de ambiente abafado pode favorecer o excesso de umidade o que poderia sufocar
as raízes por falta de ar e assim a planta logo ficaria sem raízes e assim com sintomas de
desidratação e deficiência nutricional, por mais que se regasse e adubasse.
Nota: no caso do plantio em cachepots geralmente não é necessário a camada de dreno, uma
vez que os mesmos são vazados de todos os lados.
Terceiro passo: Com o vaso pronto e o dreno colocado é hora de colocar o substrato e após
colocar o um tanto adequado de substrato a planta deve ser acomodada de tal forma que seus
brotos e raízes novas fiquem com espaço para crescer dentro do vaso, para isso se a planta
tiver um crescimento mais linear ou pouco ramificado, deve-se colocar sua traseira encostada
em uma das extremidades do recipiente, mas se a planta tiver um crescimento mais cespitoso
( em forma de cesta ) crescendo com frente para todos os lados ou se for muda nova que
acabou de sair de um coletivo ela pode ser posicionada no centro do vaso para que todas as
frentes tenham espaço dentro do vaso para crescerem e enraizarem. No caso de monopodiais
como Phalaenopsis também pode-se fazer o plantio no centro do recipiente.
após acomodada complete com substrato até atingir o rizoma da planta sem enterrar os
pseudobulbos e a firme bem no vaso. Pode-se utilizar tutores (vejam matéria sobre
tutoramento no blog ) amarração com arame no próprio vaso para firmar a planta, lembrando
que este é um dos pontos mais importantes do replante, pois se a planta ficar bamba no vaso
ela pode não conseguir enraizar direito e então começar a definhar até morrer. Finalmente
faça uma rega e depois pode-se colocar canela em pó no substrato para prevenção de
doenças.
Colocando substrato
Acomodando a planta
Detalhe das frentes com espaço para crescer no vaso e ligeiramente levantadas
completando substrato
planta plantada
detalhe do replante de uma Phalaenopsis presa a um
tutor
Dica: para muitas plantas que possuem comportamento de levantar o rizoma conforme vão
crescendo é interessante planta-las com a frente levantada e mesmo para as que não
apresentam este comportamento este tipo de plantio tem sido feito com muito sucesso.
Quando o replante se faz em um sistema acoplado, placa ou árvore viva aí entra em cena um
material que será utilizado para amarrar a planta a placa. De preferência utilizar materiais
macios como barbantes, fitilhos plásticos ou outro material adequado para amarrar que não
machuque a planta e assim geralmente se amarra a planta em uma posição na placa que ela
tenha bastante espaço para crescer pela placa depois. No caso dos sistemas acoplados a planta
pode ser plantada no substrato com a frente voltada para a direção da placa, ou ela pode ser
amarrada parcialmente na placa pela frente e a traseira livre pode ser acomodada e fixada no
substrato e no caso de árvores vivas deve ser bem amarrada e em uma posição da árvore
adequada que ela pegue boa quantidade de luz e umidade.
planta amarrada na placa de modo que tem espaço para ela crescer. Amarrada com fitilho
plástico
No caso quando se trata de replante de keikes, geralmente estes podem ser replantados em
recipientes ou placas ou mesmo árvores ou no chão, dependendo qual for a espécie, mas no
caso de plantio em recipientes geralmente eles são plantados em recipientes bem pequenos,
muitas vezes recipientes temporários, principalmente quando se trata de keikes de orquídeas
terrestres como as do tipo Arundina ou orquídea bambu. O replante dos keikes é semelhante
aos demais, sendo que eles geralmente são plantados no centro do recipiente e para o caso de
plantio de keikes de arundina ou outra terrestre de crescimento rápido eles podem ser
replantados em sacos para mudas sem necessidade da utilização do dreno. Keikes são os
filhotes que nascem ao longo dos pseudobulbos ou hastes florais das orquídeas e eles são
copias da planta mãe contendo pseudobulbo ou haste, folhas, raízes, até flores e cápsulas.
No caso de replante de orquídeas terrestres, dependendo do tipo de orquídea elas podem ser
plantas em vasos bem maiores, como por exemplo as Arundinas que possuem raízes um pouco
mais profundas e podem ser plantadas em terra, ou seguindo a regra para as demais
orquídeas. Para o caso de cultivo ao chão o cultivo dessas orquídeas se assemelha ao cultivo
de hortaliças, sendo muitas vezes aconselhável o levantamento de canteiros com solo bem
fofo. Para este cultivo vale a pena antes pesquisar sobre as orquídeas que mais se adequam a
esse sistema de cultivo.
Keikes de Epidendrum sp.
Dica geral: Antes de recolocar a planta no recipiente novo ou replantar na placa pode se
preferir deixa-la um pouco com a base de molho em um enraizador ou vitamina b1 para
desestressar e estimular a planta a enraizar de acordo com a necessidade.
Bom pessoal é isso! Espero que tenham gostado da postagem e como sempre, tendo mais
dúvidas é só entrarem em contato, através dos comentários ou pelo e-mail do blog que terei
prazer em responder. Deixarei aqui um link sobre enraizamento de orquídeas do grupo
Cattleya para quem quiser complementar a leitura e segue junto um vídeo sobre algumas
dicas sobre o replante. Até a próxima pessoal fui....!
Olá gente! Bom agora continuando com os trabalhos entrarei em mais um tema de grande
relevância para o cultivo e que também causa muita confusão, assim como a adubação. Seria o
uso dos enraizadores, que muitas das vezes não passam apenas de ser tipos de adubos
específicos com alguns micronutrientes que estão responsáveis pela formação das raízes. Bom
mas o fato é o seguinte: por quê devemos usar? Quando devemos usar? E como devemos
usar? Parece uma coisa simples porque nós pensamos assim: Ora vou usar para acelera a
produção de raízes na planta. Bom mas será que isso sempre acontece ou será que isso é
sempre necessário? Bom eu diria que não, porque as orquídeas, assim como as demais plantas
elas já tem internamente os seus hormônios que regulam todos os processos da planta de
forma equilibrada, sendo um desses a produção de raízes. Bom mas então existem os
enraizadores? Bom existem situações, ou por motivos de saúde da planta, ou que ela esteja
com deficiência nutricional, ou algum motivo ambiental que faça com que ela fique debilitada
que faz com que seja necessário que nós demos um "empurrãozinho"para ela emitir raízes
para regularizar suas atividades.
Bom gente eu diria que as raízes das orquídeas são um dos órgãos mais importantes, já que
até fotossíntese eles fazem e claro são responsável pela absorção da água e nutrientes, alem
de fixar a planta nos devidos substratos então fica claro que o cuidado com elas é
indispensável, entretanto na hora de usar os enraizadores temos que ter em mente algumas
coisas tipo: Entender o que são essas substâncias, segundo quando utilizar e terceiro como
utilizar.
Bom falando mais claramente agora os enraizadores são substâncias que podem ser adubos
específicos, hormônios, ou mesmo até vitaminas que se usam para induzir o enraizamento e
cada uma dessas substâncias tem papel especifico no processo como todo. Não cabe aqui
entrar em detalhe fisiológico de como funciona isso porque acaba ficando complicado com um
linguajar muito técnico cheio de nomes, mas sim de apenas intender qual o papel de cada uma
dessas substancias para seu uso correto.
Bom no caso dos adubos formulados propriamente para esse fim digamos que eles são
formulados, principalmente com alguns micronutrientes como o zinco e boro, sendo o zinco
fundamental para a produção dos hormônios responsáveis pelo enraizamento que são os
hormônios auxínicos produzidos naturalmente na planta como o Acido indolacético. Muitas
vezes a falta desse elemento causa uma deficiência na planta bem curiosa que é o
superbrotamento que ocorre justamente pelo desbalanço hormonal que ocorre na planta.
Outras substâncias enraizadoras são os hormônios auxínicos que podem ser usados os
sintéticos ou os naturais e eles são vendidos ou na forma mais pura ou em produtos e dentre
eles os mais famosos são o Ácido indolbutirico(AIB), Ácido naftalenoacético(ANA) e esses sim
eles são a substâncias principais que desencadeiam todo o processo de formação das raízes na
planta e exigem mais cuidados na sua aplicação, uma vez que são substâncias que atuam em
baixíssimas concentrações, sendo que em altas podem causar danos a planta.
Outro grupo é as vitaminas, sendo que normalmente se fala muito na vitamina B1 a Tiamina e
que entre os orquídofilos é um dos mais usado, sendo usado formulados feitos para humanos
mesmo. Existem controvérsias sobre a eficácia dessas substancias, se elas de fato funcionam
ou são apenas mito, mas de fato elas possuem algum papel relevante. Existem alguns
trabalhos que falam a respeito delas mostrando seu papel e o fato é que a Tiamina ela tem
apenas um papel auxiliar que favorece na atuação dos hormônios responsável pelo
enraizamento da planta, mas ela não é hormônio, ao contrário de que muitos pensam, mas ela
é um auxiliar no processo e então acaba que por acelerar o processo.
Quanto aos produtos existentes pode-se citar:
adubos específicos: Biofert Raiz, hydrofert raiz,etc:
Produtos que contenham hormônios enraizadores:
superthrive;
Pó enraizador com AIB.
Vitamina B1 (Tiamina):
Todas as fotos retiradas do Google imagens
Bom esses são exemplos de alguns desses produtos, embora existam vários.
Agora quando e como usar? '
Bom diria que se nossas plantas estão bem de saúde, bem vistosas e sem ataque de pragas e
doenças e apenas faremos um replante de rotina, ao contrário do q pensam não existe
necessidade do uso desses produtos, que podem vir até a atrapalhar, já que a planta nessas
condições por si só tem condições tranquilamente para boa produção de raiz e rápido e claro
nestes casos normais apenas a adubação balanceada é mais que o suficiente. Já um plantio em
uma época inadequada, em plantas debilitadas ou cortes muito fracos, plantas que sofreram
gravemente com doenças e pragas e precisam de recuperação rápida ai sim o uso dos
enraizadores é uma boa medida na tentativa de forçar mesmo ela a enraizar para acelerar a
recuperação.
E como usar?
Bom normalmente acabamos que seguindo as instruções dos fabricantes, mas em algumas
vezes a orientação do agrônomo se faz útil, principalmente quando usamos os hormônios
propriamente ditos. No caso da tiamina normalmente se usa a concentração de 300mg por
750ml de água, ou seja no caso de usar o benerva ou beneum equivale a 1 comprimido, sendo
que esta é uma recomendação largamente utilizada e no caso dos demais normalmente se
seguem as instruções do fabricante. O principal é que se use estes produtos até que se note o
aparecimento de raízes e imediatamente a isso seja equilíbrio, já que excesso de raízes
também pode atrapalhar no desenvolvimento da parte aérea da planta e assim atrapalhar na
floração. Bom a frequência de uso ai varia de produto a produto, normalmente os hormônios
só se faz apenas uma única aplicação, enquanto a tiamina pode-se aplicar de 10 em 10 dias até
o início do enraizamento e dependendo do produto isso vai variar.
Bom termino esta postagem com a mensagem final dizendo o seguinte: Temos que
compreender o que estamos fazendo antes de sair fazendo e interpretar tudo que nossas
orquídeas nos dizem e quanto ao enraizamento temos que usar de forma sabia estes produtos
para garantir bom desenvolvimento das nossas plantas e quanto ao tipo de produto que
devemos utilizar ai vai depender de cada um, da situação financeira de cada um e da situação
em que a planta se encontra.
termino mais esta postagem desejando boa sorte a todos e que qualquer dúvida sobre o
assunto é só entrar em contato que terei o prazer de responder a todos com muito carinho.
Abração!!
Olá orquidófilos e demais! hoje estou aqui para falar de um assunto que simplesmente, para
todos que cultivam orquídeas ou outras plantas sabem que é uma verdadeira dor de cabeça e
a equação de brincadeira do título da postagem ela já diz tudo. Ora, mas por quê que isso nos
apavora tanto? Por quê que temos tanto medo? e por quê que elas aparecem para atrapalhar
nossos cultivos??
É simples pragas e doenças são organismos que estão no ambiente para tentar sua própria
sobrevivência, cada um do seu jeito e na natureza esses indivíduos estão sempre presente,
entretanto na natureza existe o equilíbrio natural das coisas que mantem as pragas
controladas pelos seus predadores e suas doenças, assim como também para os
microrganismos que causam as doenças. O pensamento de Praga e Doenças é o mesmo,
porque em ambos os casos é causado por organismos e a única coisa que muda em geral é que
o que consideramos pragas, que em geral são os insetos causam nas plantas o que chamamos
de injúria, que é uma lesão que após o sumiço da praga ela estaciona e fica apenas restrita ao
local onde o inseto atacou, já as doenças que são causadas pelos microrganismos digamos que
é um processo continuo em que as lesões não são uma causa isolada como com um inseto e
sim elas evoluem e podem infestar a planta de forma sistêmica dependendo da doença,
sempre de forma continua.
O fato é que na natureza como esses organismos estão sempre em equilíbrio com seus
inimigos e o ambiente ainda ajuda não existe epidemias e existe a convivência que é
estabelecida graças ao equilíbrio da natureza que é perfeita.
Agora no cultivo a história muda completamente. Em geral o ambiente pode estar
desfavorável pro bom desenvolvimento da planta, ou ter muitas plantas de um único grupo ou
espécie de forma bem adensado, as práticas que usamos podem desfavorecer o aparecimento
dos inimigos naturais e assim o perfeito equilíbrio da natureza já não existe mais e assim
começamos a ter problemas de pragas e doenças, algumas vezes de forma catastrófica.
O fato é que quando tamos cultivando nossas orquídeas só pensamos nelas em ter belas flores
e plantas verdinhas, mas não pensamos no ambiente de cultivo no equilíbrio do ambiente.
Essa é uma mentalidade, que não é só para orquídeas mas a agricultura moderna em geral tem
e daí surgiram as grandes monoculturas tentando otimizar ao máximo a produção utilizando
produtos pesados, mas o meio ambiente ficou esquecido e a atual agroecologia tenta resgatar
essa importância. No cultivo de orquídeas, seja caseiro ou comercial é a mesma coisa. O
orquidário precisa também possuir um certo equilíbrio e esse equilíbrio se consegue com
primeiro uma tentativa de se fazer uma instalação adequada para as plantas que consiga ser o
mais fiel possível às condições naturais pra que a orquídea se desenvolva bem, com bom
arejamento, sombreamento adequado, controle de umidade adequado, proteção contra
excesso de chuva e claro a população não exagerada também contribui. Quanto a questão do
adensamento esse é um caso sério, porque construímos o orquidário pra tantas plantas, mas
acaba que com o impulso irresistível de comprar mais e mais sempre em busca de novidades
acabamos exagerando e o orquidário fica super lotado, mas mesmo assim é possível se ter um
certo controle sem ter que exagerar no uso dos agrotóxicos. Só de termos as instalações
adequadas, o que pode ser conseguido de várias maneiras, o problema de pragas e doenças
diminui muito, porque com as plantas desenvolvendo de forma saudável florindo
normalmente favorece o aparecimento dos inimigos naturais sendo que estes são organismos
que mais do que nunca devemos preserva-los dentro do orquidário, já que eles são
fundamentais para o equilíbrio do ambiente. Quanto ao cultivo nem precisa-se entrar muito
em detalhe uma vez que isso ficaria muito repetitivo, mas a adubação equilibrada, com
limpeza da planta quando necessário assim como rega, iluminação adequada, essas práticas
todas por si só já fornecem um ótimo controle sobre doenças e pragas já que a planta estará
firme e forte.
Uma das coisas importantíssima é para se manter esse equilíbrio e não sair matando qualquer
inseto ou bicho que vemos pelo orquidário é reconhecer que nem todo inseto é MAU e sim
que existem muitos aliados e claro o controle adequado dos insetos e doenças começam com
a observação periódica do orquidário e o reconhecimento de quem é bom e quem é ruim.
Quanto ao reconhecimento das pragas e doenças não mencionarei elas aqui, já que existem n
materiais bem detalhados pela Internet e apostilas, inclusive com fotos que explicam bem,
mas já os inimigos naturais existem menos materiais, então mostrarei alguns exemplos de
inimigos naturais que ajudam no controle das pragas e doenças.
Vamos começar com os insetos que podem ser predadores de pragas, parasitas e parasitóides.
Um dos mais vorazes e interessantes insetos que podemos preservar no orquidário são as
Joaninhas, bonitinhas e simpáticas são predadoras vorazes, tanto a larva quanto a adulta e
adoram se alimentar de cochonilhas e pulgões
Joaninha adulta
Larva da Joaninha
As aranhas também, embora sua aparência assustadora, são importantes predadores que se
alimentam de diversos insetos.
aranha em sua teia
tesourinha
vespa
Assim como existem os Tripes pragas, existem os Tripes predadores, que são maiores
lembrando até formigas e se alimentam de Tripes pragas e outros insetos.
Tripes predador
Assim como existem os vários tipos de ácaros pragas que se alimentam das orquídeas existem
os ácaros predadores que se alimentam desses ácaros.
Existem diversos besouros que também são importantes inimigos naturais, principalmente
para pragas de substrato.
Quanto aos parasitóides existem diversas moscas, e vespas parasitóides, como exemplo
podemos citar a vespinha Trichogramma, um pequeno inseto parasitóide de ovos e lagartas
jovens que já existem produtos comerciais, facilmente achados no Brasil e elas depositam seus
ovos nos ovos de diversas lagartas e assim sua larva os devora de dentro para fora.
Quanto aos parasitas podemos citar alguns fungos, bactérias e vírus, que inclusive já existe
produto comercial no Brasil que se encontra com alguma facilidade. Dentre eles os
fungos Beauveria Bassiana que causa doença no inseto e o mata recobrindo o corpo dele com
um mofo esbranquiçado
Lagartas mortas e tomada por Beauveria Bassiana
outro fungo é o Metarhizium que em conjunto com Beauveria Bassiana forma um ótimo
produto existente no mercado de largo espectro.
Dentre as bactérias a mais famosa é o Bacillus thuringiensis mais específicos para lagartas ele
causa doença nas mesmas e as mata.
Morta pelo BT
Em fim gente, não é a função aqui detalhar em linguagem técnicas esses bichos, mas sim
mostrar que eles existem, além de outros e a sua importância em preserva-los. Aos que
tiverem interesse em aprofundar sobre o assunto depois no final da postagem colocarei links
mais específico de sites que vão detalhar as pragas, as formas de controle as doenças, as
formas de controle e o site do agrofit para os interessados que quiserem entender um pouco
mais sobre os agrotóxicos também.
Agora sabendo da import6ancia desses insetos, muitas vezes nem eles são o suficiente para
manter o controle, mas sabemos que são importantes aliados e devemos preserva-los, mas
quando damos de cara com uma situação que precisamos lançar mão de insecticidas ou
mesmo nas doenças os fungicidas e antibióticos aí que precisamos ter alguns cuidados.
Primeiro se não tivermos condição de diagnosticar corretamente o que ta acontecendo
podemos pedir ajuda para Eng Agrônomos ou quem entenda do assunto, pois cada situação
vai requeri um produto adequado. Em muitos casos, quando a infestação é pequena podemos
fazer a remoção manual, quando se trata de cochonilhas, pulgões com escovas de dente macia
e sabão de coco. No caso de doenças como podridão seca como a canela seca ou a podridão
mole bacteriana e podridão negra quando em estágios mais iniciais podemos fazer a cirurgia
com ferramenta esterilizada e a quente cortando toda a parte afetada fora sendo que este
corte deve ser feito em tecido sadio pouco depois do início da lesão e depois aplicar um
cicatrizante como canela em pó que é ótimo para prevenir o reaparecimento da doença ou
mesmo Anaseptil em pó que também funciona bem. Em fim o fato é para o sucesso no cultivo
e controle das pragas e doenças começa com o bom cultivo e boa instalação e depois nas
observações periódicas do orquidário para então uma boa diagnose e assim posterior uma
tomada de decisão adequada. Quando precisamos utilizar os agrotóxicos temos q lembrar que
são produtos tóxicos, uns mais outros menos e que se precisa usar ptoteção(EPIs) e aplicar em
dias mais frescos sempre final da tarde. No caso dos inseticidas aplicando final da tarde se
evita a matancia dos inimigos naturais pelo fato em que o pico da atividade deles são nas
horas mais quentes dos dias. Também já existem inseticidas seletivos que só matam pragas e
não inimigos naturais, mas o uso desses produtos só deve ser usado com recomendação e com
cuidado e na dosagem recomendada.
Outras medidas que ajudam na manutenção dos inimigos naturais é entorno do orquidário
quando possível o plantio de plantas floríferas e aromáticas que favorece muito o
aparecimento desses insetos benéficos, além da preservação das matas sendo um outro fator
importante. existem algumas plantas como cravo de defunto , citronela e outras que são
ótimas aliadas no controle de pragas e doenças, entretanto alguns cuidados devem ser
tomado quando se usa o óleo de neem, As orquídeas são plantas sensíveis a óleo mineral, óleo
de neem e se usados em concentração e horário inadequados podem causar fitotoxidez séria,
lembrando até sintomas de viroses.
Por falar nas viroses existem diversas viroses que atacam as orquídeas e elas sempre nos
causam muito medo, porque elas não possuem cura e atacam a planta de forma sistêmica, ou
seja, a planta toda, entretanto a maioria não causam danos significativos a planta. Mas os mais
graves como o ORSV e o CYMV devem ser respeitados e não deixar entrar no orquidário de
maneira nenhuma.
Existem também lesões que são causados por distúrbios fisiológicos diversos que causam
pigmentação das folhas, manchas e bolhas que não possuem uma causa ao certo, mas é
comum de acontecer e costuma assustar, pelo surgimento rápido e muitas vezes confundido
com viroses. Segue aqui um exemplo meu de um híbrido que após eu me mudar de
apartamento ele apresentou bolhas e manchas feiosas na parte de trás da folha, mas depois
continuo com desenvolvimento normal sem problemas, provavelmente algum distúrbio que
pode ter haver com a mudança
Outro tipo de lesão comum são as queimaduras de sol, muitas vezes confundidas com doença,
entretanto a queimadura de sol é uma injúria, uma vez que a planta não tendo mais contato
com a luz direta forte a mancha fica estagnada, mas ela se confunde muito com antracnose,
que é uma doença causada por fungo. A diferença é que a mancha de queimadura sempre se
situa em uma área plana da folha, que é onde tem maior incidência de luz, já a antracnose
acontece em qualquer parte e tem tamanhos variados.
queimadura de sol
antracnose
Em fim encerro este post dizendo que não existe receita de bolo e sim muita dedicação e
paciência e muito respeito com a natureza para um cultivo de orquídeas mais saudável e mais
equilibrado e sempre tentar fazer o melhor cultivo possível das plantas para evitar os
problemas sérios das pragas e doenças. Agora vou colocar os links dos detalhamentos das
pragas e doenças e do agrofit para os interessados em aprofundar no assunto e qualquer coisa
estou sempre disposto a ajudar e responder todas as perguntas sempre que possível. Até a
próxima gente abraços!!
Olá gente! Venho aqui novamente com um assunto, que a princípio parece um assunto bobo,
simples e sem importância, mas é muito importante para um bom cultivo, seja para a fixação
da planta no substrato, ou para o arranjo floral e escora das hastes. O tutoramento!
Como no mais puro sentido da palavra, tutorar significa apoiar, dar suporte, dar ajuda, ajudar e
no caso das nossas orquídeas não é diferente disso. Tutorar além de uma necessidade para n
espécies é uma arte, pois além da função básica de sustentar a planta ou as hastes e botões
florais ele serve para se fazer arranjos florais e também na própria planta, como desenhos e
etc. Tutorar também é ciência, pois não basta apenas amarrar a planta em algo e sim tem que
se saber amarrar direito para evitar quebra de hastes, botões e estrangulamento de
pseudobulbos ou caules de monopodiais, além de que é necessário saber o material mais
adequado e o que se pode adaptar e o momento certo e o que deve ou não ser tutorado.
Antes de dar continuidade ao assunto segue aqui algumas fotos tiradas de meu orquidário
mostrando algumas destas importâncias do tutoramento.
Como mostrado nas fotos alguns tutoramentos estão sendo feitos basicamente com fins de
arranjo como na Sharry baby da segunda foto, outros como nas Phalaenopsis recém-plantadas
estão sendo feitos com fins de firmar as plantas no novo substrato.
Independente do fim do tutoramento o importante é que ele seja feito de forma que não
machuque a planta e que atinja seu objetivo final. Se é para firmar a planta recem plantada,
então que ela fique bem firme; se é para tutorar uma haste ou botões então que eles fiquem
bem firmes, se é para corrigir postura de pseudobulbos deitados ou tortos, então que corrija a
postura destes.
Para se fazer um bom tutoramento das plantas é importante conhecer-mos os materiais que
podemos usar e como devemos usa-los.
Os materiais basicamente são os tutores, que são suportes que podem ser, arames de aço
galvanizados, arames de aço encapado, palitos de bambu ou esses de churrasco, canudos
rígidos de plástico próprio para este fim, ou outro material e as amarrações que no caso são os
arames encapados achatados, tipos o de saco de pão. segue aqui a foto dos tutores e
amarrações:
tutores de palito de churrasco, palito de bambu rústico, canudo rígido de plástico, arame
encapado firme e arame galvanizado 12 e 14
amarrações de arames encapados chatos tipo de saco de pão.
Nos tutores o fundamental é que todos sejam resistentes, resistam por um bom tempo, e
sejam do tamanho de acordo com a finalidade. Se forem para tutorar plantas recem plantadas
que estes sejam mais rígidos e menores e caso seja para hastes mais cumpridas, ou para
corrigir postura de pseudobulbos tortos que estes sejam mais cumpridos, mais flexíveis(para
hastes) e com espessura adequada para a finalidade. Por sua vez as amarrações em geral são
mais padrões que são esses arames e elas possuem a função básica de ligar a planta,
pseudobulbo ou haste ao tutor. Se for comparar a uma construção os tutores são como as
colunas da casa e as amarrações como as vigas ou cintas de amarração que ligam o resto da
construção as colunas e por sua vez as colunas ligam a construção a fundação que liga ao solo,
ou seja, a amarração transmite todo peso(carga) dos pseudobulbos, hastes ou planta para os
tutores, que por sua vez transmitem toda essa carga para o substrato que por sua vez dissipa
toda carga no vaso e assim ele além de segura a planta também a estabiliza no lugar.
Depois dessa pequena comparação vamos a prática:
começando com o tutoramento de plantas, que é um dos mais importantes no ponto de vista
para o cultivo como o todo este merece maior atenção por se tratar de ser o mais trabalhoso e
decisivo para o sucesso ou fracasso. É fato que ao replantar uma orquídea se ela não ficar bem
firme no novo vaso ou suporte ela não vai enraizar direito e não vai desenvolver legal, então
para evitar isso não devemos economizar em tutorar a planta, independente da quantidade de
tutores que serão gastos para atingir o tal fim, mas sempre tendo em mente que ela deve ficar
o mais firme possível que é quando você balança ela de leve o vaso balance junto o que indica
que se conseguiu a estabilidade da planta no substrato.
como exemplo para este tutoramento vamos ao que aconteceu comigo em um replante de
uma muda de Phalaenopsis recem desmamada e que para garantir que ela ficasse bem firme
no novo substrato o tutoramento se fez necessário.
Para conseguir a firmeza necessária dela usei um palito de bambu rústico e queimado ao fogo
pra aumenta um pouco a vida útil dele. Em seguida usei um arame para amarra-lo, lembrando
que para esse processo não se dar nó e sim se enrola a amarração primeiro no palito para ela
ficar firme e então depois amarra no caule ou haste ou pseudobulbo da planta até ficar firme.
Nesse caso amarrei a Phalaenopsis no tutor antes de planta-la e já deixei o espaço adequado
para afundar o tutor no substrato e a Phalaenopsis ficasse exatamente junta acima dele firme
no vaso. segue as fotos do processo a seguir:
No caso de plantas simpodiais ou monopodiais como Phalaenopsis de maior porte muitas
vezes pode ser necessário o uso de mais de um tutor até que se consiga a estabilização da
planta, foi o caso da planta mãe desta Phalaenopsis da foto que apenas foi replantada com o
substrato existente e completado sendo que pra estabilizar precisou de mais de 3 tutores e
para o caso de plantas grandes e cumpridas colocar tutores em vários pontos da planta facilita
o trabalho.
No caso de correção de postura de pseudobulbos os tutores de arame encapado ou
galvanizado são mais eficientes que os de bambu que podem quebrar. O ponto certo para se
fazer esse tutoramento é, como dito na postagem sobre desenvolvimento de pseudobulbos
quando ele se encontra na fase em que está emitindo a folha e começando seu alongamento
das células, que é quando este se encontra mais flexível diminuindo assim riscos de quebra e a
maneira de amarrar segue a mesma do modo para tutorar plantas recem plantadas.. Em
muitos casos o pseudobulbo, mesmo nesta fase citada deve ser erguido aos poucos com o
passar do desenvolvimento para evitar torção muito acentuada e para dar tempo das fibras de
sustentação dele irem se formando. Não corrigir pseudobulbos que já estão completamente
maduros, pois estes já estão rígidos com as fibras completamente formadas e maduras e estes
não responderão bem ao tutoramento, tornando a voltar a posição que estavam quando
retirado o tutor e ainda com possibilidade de quebra destes. Em muitos casos se torna
necessário a emenda de um arame no outro para aumentar o tamanho deste e facilitar a
amarração. segue fotos agora sobre estes procedimento:
Lembrando que sempre é bom fazer o tutoramento, seja de haste ou de pseudobulbos após a
rega que eles ficam hidratados o que diminui o risco de quebras. segue agora exemplo do
tutoramento de pseudobulbos para correção de postura:
Dendrobium thyrsiflorum
Em fim, o tutoramento de hastes e botões florais se faz necessário para hastes grandes e
rígidas, como hastes de Phalaenopsis e algumas Vandas, botões florais de plantas do grupo das
Cattleyas com flores muito grandes ou cachos grandes, principalmente quando se trata de
híbridos. plantas de hastes longas, finas e flexíveis em geral não precisam ser tutoradas, mas
muitas vezes se tutora para fazer arranjos, ou para dar um pouco mais de firmeza para hastes
exageradamente grande como de alguns Oncidiuns.
Algumas Cattleyas com poucos botões muitas vezes são apenas amarrados os botões com fins
de separação dos mesmos para dar melhor apresentação a planta. No caso das hastes o ideal é
que vá fazendo o tutoramento ao longo do desenvolvimento da haste já que ela neste período
de crescimento se encontra mais flexível e menos propensa a quebras e sempre ir colocando
novas amarrações conforme ela vá crescendo e sempre ir guiando-a no sentido do tutor com
cuidado. segue foto do exemplo deste tutoramento:
No caso os botões de plantas do grupo das Cattleyas muitas vezes tutorando a haste principal
é o suficiente, mas muitas vezes é necessário tutorar botão por botão e nesse caso é preciso
fazer amarrações nos arames de acordo com o número de botões para um adequado
tutoramento e separação dos botões e sempre lembrar que o tutoramento destes devem ser
feito após sua ressupinação ou virada completa, senão eles podem abrir para cima ou tortos.
segue agora exemplos de armação dos arames para tutorar os botões:
exemplo de amarração para 3 botões
Então, termino esta postagem sobre o assunto agradecendo pela atenção de todos vocês e
esperando que tenha conseguido transmitir esta mensagem a vocês e como sempre quaisquer
dúvida estarei sempre a disposição para responder sempre que possível!
Desejo a todos vocês um ótimo feriado e feliz Páscoa a todos!!
Olá a todos os orquidófilos! Venho aqui agora para mostrar mais um assunto
interessante na segunda postagem de curiosidades deste mundo maravilhoso que é o das
orquídeas. O assunto agora é o desenvolvimento dos pseudobulbos das orquídeas do
grupo das Cattleyas, que envolvem plantas como as antigas Laelias brasileiras e as
Laelias mexicanas, as Cattleyas, sophronits e Ryncoaelias, mas também acaba sendo
semelhante para diversas outras orquídeas. Bom mas qual a importância de saber sobre
isso?? O fato que torna importante entender-mos isto é que isto vai ser muito importante
para diversas decisões que temos que estar sempre tomando durante o cultivo e entender
como as orquídeas se desenvolvem facilita muito na hora de interpretar os problemas e
acontecimentos. Existem dois tipos básicos de formas de crescimento nas orquídeas que
é o Monopodial, que são as que crescem de forma indeterminada no sentido vertical
com caule único com emissão de várias folhas e raras brotações laterais. Este grupo não
será discutido no momento, pois o desenvolvimento é semelhante as demais plantas
cultivadas. Exemplo: Vandas, Phalaenopsis, etc
Vanda
O outro grupo são as simpodiais que são a maioria das orquídeas e são as que possuem
um crescimento de forma descontinua, no sentido horizontal e possuem em geral a
estrutura chamada rizoma, que é um caule que cresce sempre no sentido do substrato e
dele são emitidos os pseudobulbos ou hastes que crescem com um número definido de
folhas e depois não crescem mais. Exemplos:
Cattleyas, Dendrobiuns, Bulbophylluns, Catasetuns, etc
Olá pessoal! Como prometido a algumas semanas farei uma postagem dedicada a uma
das orquídeas mais cultivadas e apreciadas no mundo inteiro, seja pelas suas belas e
vistosas flores com formato assemelhando a borboletas e mariposas, ao qual deu origem
ao seu nome e sua grande durabilidade, diversidade de cores, facilidade de cultivo e a
grande rapidez em que a planta se desenvolve em relação as demais orquídeas, sendo
possível tirar a primeira florada para plantas de sementes em menos de 3 anos e para
keikes em poucos meses muitas vezes. O Fato é que por ser uma orquídea muito comum
e muito fácil de cultivo ela é muito preferida pelos iniciantes por esses aspectos, só que
muitos acabam se enrolando no cultivo desta planta e acabam tendo vários problemas
que levam a planta a uma morte rápida muitas vezes e quando não a morte completa sim
a morte do caule principal que com algum tempo depois emiti uma brotação lateral e a
planta retoma suas atividades. Esta postagem tentará facilitar um pouco as coisas para
quem cultiva Phalaenopsis, tem dificuldades e também curiosidades tratando de
assuntos referentes a fisiologia(funcionamento da planta), comportamento na natureza e
cultivo e após isso a aplicação desses conceitos em seu cultivo, mas não assustem, pois
evitarei ao máximo uso de nomes complicados e termos técnicos do meio científico que
possam tornar a leitura maçante e complicada e toda vez que precisar falar tentarei da
uma explicação bem simples do que se trata e para facilitar o entendimento dividirei
essa postagem em 2 momentos: O primeiro será referente a biologia da planta com
relação a sua fisiologia e comportamento em relação aos principais pontos como luz,
nutrição, água, floração e desenvolvimento e o segundo momento já sim entrando no
cultivo propriamente dito, sempre utilizando muitas imagens para exemplificar.
Então gente, para dar continuidade ao assunto e a nossa conversa encerro essa parte do
funcionamento da planta e suas características morfológicas e de hábito de crescimento
esperando que tenha ajudado vocês e caso tenham dúvidas, críticas, sugestões ouvirei
todas com muito prazer e tentarei melhorar no que for possível e ajudar sempre que
possível e para completar o assunto e quem realmente quiser se aprofundar e entender
mais profundamente esses aspectos depois colocarei links direcionando para matérias
que falam do assunto e ao blog Orquidofilia & Orquidologia que trata desses assuntos
de forma mais aprofundado em relação mais geral sobre as orquídeas e ambientes.
Então para juntar as peças desse primeiro assunto de cima entraremos agora no
comportamento da planta, uma vez entendido como ela funciona.
Quanto a questão da água muitos já devem ter lido ou ouvido a questão que
Phalaenopsis não gostam de água nas folhas, principalmente acumuladas no miolinho
que é onde se encontra a gema terminal de onde surge as folhas novas e sim de fato é
uma verdade, pois como já dito as folhas das Phalaenopsis são mais macias e muito
sujeitas ao ataque de doenças fungicas e bacterianas, sobre tudo a podridão mole que é a
principal doença das Phalaenopsis que é causada por uma Pectobacterium que dizima a
planta em poucos dias e para que a bactéria se instale e inicie a infecção é necessário
água livre nas folhas e alguma abertura como ferimentos e estômatos(regiões das folhas
que possuem aberturas que abrem e fecham e são responsável pelas trocas gasosas e
transpiração de água nas folhas)e esta região do miolo por ser muito mais sensível
facilmente ela pode ser ferida, até pela própria gota de água que cai ali e assim
favorecer o ataque, mas as Phalaenopsis são espertas e sabem bem desse problema e
então na natureza, diferente de nossos vasos que sempre vemos elas em pezinhas com as
folhas todas voltadas pra cima, elas viram suas folhas sempre inclinadas para o lado e
para baixo, o que forma uma calha natural que faz com que a água que bata ali escoe
sem que acumule, tanto que essa é uma recomendação a ser plantar Phalaenopsis em
árvores que as plante de lado levemente para baixo para evitar que acumule água e
dando uma mãozinha para elas, mas mesmo plantando normal elas tenderão a inclinar
suas folhas para o lado e para baixo fazendo com que a água não se acumule. Muito
inteligente isso não acham?!
Phalaenopsis mais antiga com as folhas viradas para baixo
Este comportamento pode está também relacionado a incidência de luz o que também
pode favorecer essa inclinação mais o mais importante mesmo é que isso evita o
acumulo de água nas folhas, comportamento que não se manifesta no cativeiro de modo
geral e então onde se deve ter cuidado com a questão de água nas folhas(assunto a ser
tratado na segunda parte da postagem).
Quanto ao outro comportamento importante da planta se destaca o seu ciclo de
desenvolvimento bem determinado e facilmente observado no cultivo e para facilitar o
entendimento desse comportamento dividirei em fases e depois colocarei uma tabelinha
resumindo que facilitará em muito o entendimento.
Pode-se dividir facilmente as etapas do desenvolvimento de uma Phalaenopsis em:
Desenvolvimento vegetativo e Desenvolvimento reprodutivo. O Desenvolvimento
vegetativo é a fase da planta em que ela está em plena atividade vegetativa, ou seja,
emitindo folhas e raízes novas e em ausência de emissão de hastes florais e a água
adequada, a nutrição balanceada e principalmente temperaturas altas entre 20 e 35ºC
influenciam essa fase na planta e temperaturas entre 25 a 35º são a faixa em que essa
fase se encontra mais acelerada, o que permite que em uma única primavera e verão
quentes a planta possa emitir várias raízes e até mais de 4 folhas até o início da fase
reprodutiva. Fase adequada para fazer as induções de keikes em hastes florais antigas ou
gemas laterais nas plantas que sofreram algum tipo de estresse, seja físicos ou doenças.
O desenvolvimento reprodutivo se caracteriza pelo surgimento das hastes florais,
embora o processo comece de forma invisível aos olhos bem antes na diferenciação da
gema lateral para gema floral vamos considerar o início da fase reprodutiva assim que
notamos que a haste floral está começando a despontar na planta e essa fase se
caracteriza também pelo termino de desenvolvimento da ultima folha a ser emitida e
posterior paralisação do crescimento vegetativo da planta que ainda pode emitir
algumas poucas a quase nenhuma raiz e de forma bem lenta neste período, até que se
inicie o próximo período de desenvolvimento vegetativo. Quanto a fase reprodutiva
podemos subdividi-la em fase pré reprodutiva, que é quando se nota o surgimento da(s)
haste(s) e o término de desenvolvimento da última folha e das últimas raízes e se
estende até a abertura das flores. Nesta fase é possível manipular o desenvolvimento de
hastes, atrasando ou adiantando seu desenvolvimento submetendo a planta a
temperaturas mais altas ou mais baixas durante o desenvolvimento das hastes ou
procedendo corte de hastes forçando a planta a induzir nova folha e posteriormente nova
haste e tudo isso se utilizando do jogo das temperaturas altas e baixas, o que pode
garantir a planta florir em diferentes épocas. A fase reprodutiva propriamente dita, que é
quando todo crescimento vegetativo de folhas está paralisado e de raízes quase parado
ou parado e as flores se abrem, podendo durar mais de 2 meses chegando até a quase 5
meses em alguns casos. Por último, a fase pós reprodutiva, que se caracteriza pela
fecundação de flores quando há ou término de floração com posterior ramificação de
haste florais para florir retornando a fase reprodutiva e nesta fase a planta pode iniciar
também o desenvolvimento vegetativo, caso esta fase pós reprodutiva já ocorra nos
períodos de elevação de temperatura. A Característica principal deste período
reprodutivo é sem dúvida a questão da temperatura, sendo ela o ponto principal do
processo, pois as temperaturas entre 15 e 20ºC noturnas que é comum ocorrerem no
outono e principalmente inverno em diversas regiões brasileiras são o suficiente para
fazer a indução, pois essa temperatura na planta estimula a produção de hormônios
inibidores e alteração do balanço hormonal da planta que inibe todo o crescimento
vegetativo da planta e prepara ela toda para o crescimento reprodutivo. Sem dúvida isso
é uma forma inteligente de otimizar os gastos de energia da planta para tentar evitar
uma possível exaustão, pois para produzir folhas e raízes gasta-se bastante energia e
flores e frutos então muito mais e nota-se também que quando as temperaturas vão
subindo provavelmente esses inibidores vão deixando de ser produzido e a planta
entende que é hora de retomar a atividade botando folha nova e raízes mesmo ainda
com flores o que acaba por conseqüência fazendo com que as flores possam durar
menos tempo também.
Fase vegetativa plena, desenvolvimento de folhas e raízes.
Fase reprodutiva(pré reprodutiva) - desenvolvimento de haste floral
Fase reprodutiva - floração plena
Fase reprodutiva - total paralisação vegetativa
Fase reprodutiva(pós reprodutiva) - após fecundação de flores com desenvolvimento de
cápsulas
reinício da fase vegetativa - emissão de nova folha.
e ressaltando que como essas fases giram em função da temperatura principalmente uma
pode sobrepor a outra, no caso da pós reprodutiva junto com o início da vegetativa e a
ordem cronológica pode variar de acordo com o clima das regiões e que é possível
reverter ou antecipar fases ou atrasar mexendo na temperatura ou eliminando hastes
florais ainda no início para tentar induzir crescimento de nova folha, em fim o legal das
Phalaenopsis que é possível sem grandes complicações trabalhar e manipular essas fases
de acordo com o que queremos sem precisar de grandes investimentos ou instalações,
assim como sugere algumas literaturas, bastando criatividade e ousadias(isto será
discutido mais detalhadamente na segunda parte da matéria). Para terminar este assunto
colocarei agora uma tabela resumindo este tópico para então seguir com o último
comportamento e o que assusta a todos que é o comportamento de morte da planta.
11/01/2011
03/02/2011
03/02/2011
03/02/2011
25/02/2011
25/02/2011
07/03/2011
23/03/2011
11/04/2011
06/05/2011
17/05/2011
27/05/2011
03/06/2011
17/07/2011
17/07/2011
17/07/2011
12/08/2011
28/09/2011
17/10/2011
Como vocês podem ver nas fotos este foi um ótimo exemplo mostrando esse
mecanismo de renovação das Phalaenopsis e a rápida recuperação e o mais interessante
que mesmo com as temperaturas baixando dos 20ºC durante as noites nos meses do
outono e inverno a nova planta por ser jovem manteve o vigor vegetativo até o final da
terceira folha e início da quarta folha, onde então a planta já sendo em si induzida a
floração e florindo normalmente como se fosse uma planta grande, o que pode também
nos dizer que mesmo as Phalaenopsis sendo plantas bastante precoces elas possuem um
mecanismo que impede que plantas jovens demais emitam floradas e tenham um
desenvolvimento mínimo de folhas para que então ela possa adquirir a condição adulta e
entra na fase reprodutiva normalmente.
Gente encerro então esta primeira parte da postagem esperando que tenha ajudado a
vocês no cultivo e entendimento desse belo gênero de orquídeas que são as
Phalaenopsis e como sempre digo tendo dúvidas, querendo dar sugestões ou críticas é só
entrar em contato através de alguma forma encontrada neste blog. Segue agora o vídeo
explicativo da fenologia e comportamento das Phalaenopsis híbridas. Até a segunda
parte com o cultivo propriamente dito gente!
Phalaenopsis desidratada
Fonte: Google imagens.
Completando a parte de rega, ainda mais importante que uma rega balanceada é a
manutenção de uma umidade ambiente alta entre 60 a 90% o que propicia sim um
ambiente bastante satisfatório para o bom desenvolvimento da planta o que pode ser
conseguido utilizando recipientes com brita e água até quase cobrir a brita, ou areia e
água, o que favorece uma ótima evaporação e sempre colocar um pouquinho de água
sanitária por causa da Dengue caso estas plantas estejam em ambientes internos.
Quanto a adubação são plantas muito exigentes em cálcio e fósforo, mas na prática a
adubação delas é muito semelhante as demais plantas, só atentando para que esta seja
completa e balanceada, podendo ser com adubos minerais, minerais+orgânicos,
orgânicos, desde que estes consigam suprir as necessidades da planta e as
recomendações são as mesmas que para as demais, podendo ser semanal ou quinzenal.
Agora, quanto a adubação na fase reprodutiva antecedendo a floração e durante a
floração não deve ser suspensa, pois esta é uma planta de floração muito longa e de
muito gasto energético para a planta e então é importante a manutenção da adubação
neste período para manter os níveis nutricionais da planta equilibrados e assim evitar
que ela entre em exaustão e inicie um processo de colapso e morra. Lembrando, que
mesmo adubando no período de floração não se deve jogar adubo nas flores para evitar
que manchem.
Depois de falar dos principais tratos culturais das Phalaenopsis, a outra etapa importante
para o cultivo, o que torna ele bastante curioso e interessante e quase ninguém faz é a
manipulação do desenvolvimento destas plantas, ou seja, fazer ela desenvolver e dar
flores na hora que queremos e como queremos. Na prática o que vemos é as nossas
Phalaenopsis sempre florindo na mesma época, sempre entre inverno e primavera e isso
se deve aos motivos já citado na primeira parte desta postagem, portanto a manipulação
é possível. É claro que ninguém em casa vai montar uma estufa climatizada e outra
normal para ficar dando choque térmico nas suas Phalaenopsis, já que é muito caro e
inviável essas estruturas e desnecessário para o cultivo doméstico e até mesmo
orquidários comerciais preferem utilizar outros recursos, como levar as plantas para
casas de vegetação em locais de altitude que fornecem essa temperatura noturna baixa e
depois da indução retorna-las para a baixada e para o clima quente para acelerar a
floração, já que fica bem mais barato que uma estufa climatizada. Para nossos cultivos
domésticos talvez fique mais difícil conseguir fazer com que uma Phalaenopsis emita
haste em pleno Janeiro, já que conseguir temperaturas baixas no final do ano é bem
difícil, mas podemos conseguir com facilidade fazer o atraso das florações e também
aumentar o período de desenvolvimento vegetativo das plantas para acelerar seu
crescimento, principalmente para plantas jovens, o que é importante para garantir que
uma planta jovem não venha a se esgota com florações prematuras ou então que a planta
venha com uma floração muito pobre por ela ainda não está bem encorpada. O que
pode-se fazer na prática para aumentar o período vegetativo das Phalaenopsis é sempre
tentar mante-las em temperaturas mais elevadas com as mínimas noturnas superior ou
próxima aos 20ºC para evitar a indução floral, o que pode-ser conseguindo fazendo
pequenas "estufinhas, ou na bancada de cultivo, ou na prateleira de cultivo, ou mesmo
dentro de casa em locais mais protegidos durante a noite e para garantir o processo se
caso a planta venha a emitir uma haste floral, pode-se efetuar o seu corte e coloca a
planta em condições de maiores temperaturas. No caso de se querer o atraso da floração
deve-se assim que a planta emite suas hastes florais e ainda estar no início da época da
fase reprodutiva fazer o corte dessas hastes e então, mesmo que a planta possa emitir
uma nova folha, como estará em uma época que as temperaturas noturnas estão a baixo
dos 20ºC ela emitirá uma nova haste floral algum tempo depois o que vai adiar em até
alguns meses a floração da planta. Outra maneira de atrasar e adiantar a floração é
colocando, ou não uma Phalaenopsis em condições de temperaturas mais altas após a
emissão da haste floral das maneiras já ditas acima. Colocando elas em condição de
temperaturas mais altas as hastes florais tendem a acelerar o rítimo de crescimento até a
abertura das flores, enquanto mantendo elas em condições mais frias as hastes vão
desacelerar ainda mais o rítimo de crescimento atrasando o início da floração, o que na
prática nos permite programar quando em média queremos que nossas Phalaenopsis
floresçam e dividir em grupos para que possamos ter Phalaenopsis floridas pela maior
parte do ano.
Segue abaixo um esqueminha de uma bancada com uma estufa com plástico agrícola
improvisada:
modelo de estufinha em bancada com filme agrícola com 1m de altura.
Agora um pequeno exemplo de muda nova vinda de keke desmamado que foi feito corte
de haste floral para acelerá o crescimento vegetativo:
desmame de um keike
desmame de um keike
Phalaenopsis entouceirada naturalmente a partir de keikes emitidos de gemas laterais da base das folhas.
Phalaenopsis entouceirada naturalmente a partir de keikes emitidos de gemas laterais da base das folhas.
Como as fotos mostram, é possível fazer mudas de Phalaenopsis, mas os métodos que
existem atualmente em geral não são eficientes e todos reclamam que sempre mofa e
não vai para frente e muitas vezes as pessoas conseguem quando menos esperam em
uma haste floral cortada pela metade e pronto! Uma coisa, que sem dúvida vai
influenciar na planta produzir um keike em uma haste ou mesmo na base das folhas é
novamente a temperatura, sendo que as temperaturas elevadas são as melhores para
induzir a planta a produzir um keike. Então, quando alguém cortar hastes de flores
deixando em torno de 3 nós e for em período de temperaturas mais elevadas como
segunda metade da primavera e verão tem grande chance de induzir a planta a produzir
um keike. Um método que provavelmente seria eficiente seria com o uso de hormônios
citocininas como o BAP, só que por ser muito caro e difícil comprar costuma ser fora da
realidade da maioria dos cultivos.
Os métodos que as pessoas mais indicam normalmente, mas que como já dito, não
apresentam bons resultados normalmente, é fazer uma estufinha com algum pote
plástico transparente com tampa transparente e preenchido com sfagnum e então corta-
se as hastes deixando um nó em cada pedacinho e coloca-os deitados em cima do
sfagnum e então fecha. Entretanto, na prática a maioria das vezes sempre mofa ou as
hastes secam, o que mostra que este método precisa ser aperfeiçoado ainda. Uma ideia
para isso é a tentativa de aumentar a altura da estufa para que aumente a circulação de ar
na parte de dentro e evite que fique úmido demais na proximidade do substrato, além de
também diminuir a quantidade de substrato usado e a substituição do sfagnum pela areia
grossa lavada. Essas são ainda ideias que precisam ser testadas, mas acredito que elas
possam dar um passo importante para que se facilite a produção de keikes nas hastes de
Phalaenopsis que é o que muitos querem. Segue a baixo fotos desses métodos e do
esquema da nova ideia para estufas para hastes de Phalaenopsis:
hastes de Phalaenopsis cortadas com 1 nó
modelo para novas estufas para produzir keikes a partir de hastes de Phalaenopsis
Então gente, encerro esse assunto esperando que tenham gostado e torcendo que em
breve tenhamos um ótimo método para formar mudas de Phalaenopsis com rapidez e
facilidade e como sempre tendo dúvidas, críticas, ou sugestões é só entrar em contato
com algum dos meios de comunicação indicados neste blog. Até a próxima gente!!!!