Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESTRUTURAS SECRETORAS
ESTRUTURAS SECRETORAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................................4
ESTRUTURAS SECRETORAS.......................................................................................5
O que são.......................................................................................................................5
Idioblastos......................................................................................................................5
Cavidades e canais.........................................................................................................6
Laticíferos......................................................................................................................6
Elaióforos......................................................................................................................8
Osmóforos.....................................................................................................................8
Nectários florais.............................................................................................................9
Nectários extraflorais.....................................................................................................9
Glândulas de sal...........................................................................................................10
Glândulas digestivas....................................................................................................11
Hidropótios..................................................................................................................12
Hidatódios....................................................................................................................12
Coléteres.....................................................................................................................12
Tricomas urticantes......................................................................................................13
Local de secreção............................................................................................................14
Papel ecológico................................................................................................................14
Aplicações econômicas...................................................................................................15
Considerações finais........................................................................................................16
Referências......................................................................................................................16
4
INTRODUÇÃO
O processo de secreção nas plantas ocorre através de células secretoras que possuem
características de uma parede primaria delgada e citoplasma com numerosos vacúolos, e
são aspectos de uma célula em intensa atividade. Este processo envolve processos de
formação e isolamento de substâncias e posterior liberação dessas mesmas. Ocorrendo
no espaço extracelulares no interior dos órgãos ou para exterior do corpo vegetal. As
substâncias secretadas, apresentam uma composição química com grande variedade e
complexidade, constituídas do metabolismo primário da planta, como exemplo, amido,
corpos proteicos, ácidos graxos e hormônios, e compostos constituídos do metabolismo
secundário da planta, como exemplo, terpenos, alcaloides, cristais de oxalato de cálcio,
mucilagem, néctar, resinas e soluções salinas. Há diversas formas de liberação do
material secretado para fora do protoplasto da célula secretora, capaz de ser liberado
devido a desintegração da célula (secreção holócrina) ou o protoplasto pode permanecer
inalterado (secreção merócrina).
Essas estruturas secretoras despertaram nos botânicos um vasto interesse desde o
advento da microscopia óptica no século XVII. Na segunda metade do século passado,
as estruturas secretoras, deslumbrante na sua diversidade estrutural, levam a numerosos
estudos anatômicos, ultrastruturais e químicos, cooperando com o conhecimento na
diferenciação e desenvolvimento, para a elucidação da compartimentação das vias de
síntese dos metabólicos produzidos e para o entendimento de suas funções fisiológicas e
ecológicas. E a darem os primeiros passos à análise genética e molecular dessas
estruturas e ao desenvolvimento de estratégias que aumentem a síntese dos metabolitos
produzidos.
5
ESTRUTURAS SECRETORAS
O que são
As estruturas secretoras são um conjunto de células responsáveis pela produção,
armazenamento e liberação de uma grande variedade de compostos químicos. Tais
estruturas podem ser células individuais especializadas ou estruturas multicelulares e
exibem uma grande diversidade morfológica.
Idioblastos
Idioblastos secretores são células individualizadas de composição química distinta das
células que a cercam; apresentam formato variável e são classificadas de acordo com as
substâncias sintetizadas (Castro & Demarco 2008). Nas estrututas dos idioblastos pode
ocorrer parte da sintese de precursores ou armazenamento de compostos bicativos.
alcalóides tropánicos e nicotínicos (Mahroug et al. 2006). Diversas classes de
compostos fenólicos são sintetizadas/acumuladas em um grande vacúolo central ou em
numerosos glóbulos de vários tamanhos no citoplasma dos idioblastos.
6
Idioblastos fenólicos no parênquima nectarífero de Passiflora alata. 27. Micrografia em microscópio eletrônico de
varredura. 28. Fixação com reagente próprio para evidenciar compostos fenólicos totais (Cardoso, 2010).
Cavidades e canais
Canais (ou dutos) e cavidades (ou bolsas) são glândulas compostas por um epitélio de
células secretoras que definem um lume, alongado nos canais e isodiamétrico nas
cavidades, cujo material é secretado.
As primeiras estruturas apresentam um formato arredondado, enquanto o último forma
o espaço alongado. Os espaços podem ter origens de divisão (distâncias de células),
lisígena (lisada) ou esquizolisígena (mista). Em Polygala angulata (espécie brasileira
existente nos cerrados), os canais se encontram nos ângulos do caule primário que está
em desenvolvimento. Os canais são resiníferos em espécies norte-americanas, ou seja,
são tubos longos onde as células parietais eliminam resinas para seu interior. Já em
Polygala angulata, os canais são mucilaginosos (Aguiar Dias, eat al... 2011).
Formação dos canais mucilaginosos em Polygala angulata. (Aguidar-Dias, eat al... 2011).
Laticíferos
O laticífero é uma célula especializada ou uma fileira de células que contém látex. O
látex é uma suspensão ou emulsão de pequenas partículas de terpenos (óleos essenciais,
resinas) e ceras dispersas em uma solução que contém sais, polissacarídeos, ácidos
orgânicos, alcaloides, enzimas proteolíticas etc. A borracha não é um componente
universal (Fahn 1979).
7
Anatomia dos laticíferos em secções longitudinais do caule de oito espécies de plantas (Hagel et al. 2008).
8
Elaióforos
Os elaióforos são estruturas glandulares que produzem lipídios em estado líquido
(Vogel, 1974). Os polinizadores podem aproveitar o exsudato lipídico como fonte de
alimento, devido ao seu valor proveitoso nutricional (Vogel 1974, Pasarin et al. 2009)
pode ser utilizado como “cola” na construção e reparação de ninhos. Os elaióforos estão
presentes em regiões diferenciadas na epiderme do perianto e perigônio, encontrados em
dois tipos celulares definidos como epidérmico e tricomáceo (Vogel 1974). Nos os
elaióforos tricomáceo consiste em área com diversos tricomas glandulares podem ser
unicelulares e multicelulares. Já nos elaióforos epidérmicos, as células epidérmicas são
secretoras, tipo comum em angiospermas.
Osmóforos
Os osmóforos, ou glândulas de odor como são conhecidos, liberam e produzem
compostos voláteis associados ou não a atração de polinizadores (Wiemer at al. 2009).
Os odores são produzidos em compostos majoritariamente por óleos voláteis.
Atributos florais: odor, indicado pela localização do osmóforo, e cor. 38-39. Odor. 38. Flor de Passiflora suberosa L.
(Passifloraceae)
Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figuras-38-41-Atributos-florais-odor-indicado-pela-localizacao-
do-osmoforo-e-cor_fig6_273886717
9
Nectários florais
Os nectários florais podem ocupar diferentes posições, apresentar diversas estruturas e
estratégias para a liberação e armazenamento do néctar. Um exemplo de planta de
estrutura que abrangem nectários florais é o de Phyllanthus acidus, uma espécie que
apresenta flores femininas, masculinas e o hermafroditas, um caso de trimonoicia
(Cardoso-Gustavon et al. 2011).
Nectários extraflorais
Existem muitas classificações e conceitos de nectários extraflorais (cf. Schmid 1988),
sendo mais adequadas aquelas que são consideradas estruturas secretoras de néctar e
que não são envolvidas diretamente com a polinização (Fahn 1979), estão presentes em
caules jovens, lâminas foliares, pecíolos, estípulas e estruturas reprodutivas. O principal
inseto coletor de néctar dos NEF é a formiga. Ele dá um efeito de segurança às plantas,
10
Fig 1 Fig 2
Coleta do exsudão de Passiflora alata (2) por formigas do gênero Crematogaster (Cardoso, 2010).
Glândulas de sal
As glândulas de sal são estruturas responsáveis pela secreção de sais inorgânicos, que
ocorrem em plantas que vivem em ambientes de solo salino (dunas, mangues, desertos).
A fonte de material é a corrente transpiratória: os íons são conduzidos das células do
mesofilo até as células base dos tricomas por meio de plasmodesmos e, destas até as
secretoras, via simplasto (Castro & Machado 2006).
Soluções contendo sais minerais na forma de íons e carbonatos são secretas por dois
tipos assimilados de tricomas: as células secretoras morrem devido aos níveis elevados
de íons em seu vacúolo, denominada glândula holócrina; ou continuam vivas devido os
íons serem liberados do protoplasto da célula secretora por microvesículas- processo de
exocitose- e da cutícula para o exterior via microporos, por exemplo, em espécies de
Spartina e de Avicennia (Castro & Machado 2006).
Glândulas digestivas
Drosera quartzicola á esquerda e detalhes dos seus tricomas glandulares (Imagem extraída de CARDOSO, 2011).
Hidropótios
Tricomas ou estruturas geralmente multicelulares encontradas na superfície submersas
das folhas de monocotiledôneas e dicotiledôneas aquáticas de água doce. Se encontram
envolvidas no transporte de água e sais, capazes de reter mais íons minerais de 2 a 3
vezes mais que as demais células da epiderme (Fahn 1979, Castro & Machado 2006).
Estas glândulas são de suma importância para a planta, apresentam um papel no
transporte de água e sais para dentro e fora das plantas aquáticas; a cutícula que reveste
os hidropótios é especialmente permeável a água e nutrientes salinos.
Hidatódios
São estruturas que eliminam água pura ou soluções diluídas de solutos orgânicos e
inorgânicos pelo processo de gutação ativo, do interior da folha para a sua superfície e
são encontradas nas ornamentações (dentes, crenas etc.). A aberturas da epiderme,
através das quais a água passa, são delimitadas por estômatos aquíferos, destituídos de
movimento de abertura e fechamento. A água é transportada até o hidatódio pelo xilema,
composto por traqueídes, sendo que gradualmente as células do parênquima xilemático
tornam-se numerosas e lobadas, separando os elementos condutores e formando
espaços.
Coléteres
Coléteres nas brácteas (b) e gema floral (f). 2.Detalhe do coléter localizado na bráctea; secreção viscosa na superfície
do tricoma. (Figuras retiradas de Mayer et al. 2011).
Tricomas urticantes
São tricomas que são capazes de produzir uma secreção que é causadora de uma reação
alérgica, onde sua irritação pode ir de uma simples irritação ate a morte, dependendo da
espécie envolvida e do contato da planta com o animal. Além da reação alérgica os
extratos brutos provocam uma dor. O tricoma é formado por uma única célula
vesiculosa na base e filiada na direção do ápice, onde a região entre a base e o ápice se
assemelha à um tubo capilar fino. Quando algo encosta neste tricoma, o ápice se rompe
ao longe de uma linha e o líquido localizado no interior do tricoma é lançado no corpo
do animal (Castro & Machado, 2006).
Local de secreção
Dependendo do seu estado físico, as substâncias de excreção podem ser sólidas, líquidas
e gasosas:
o Refrigerantes: como dióxido de carbono da respiração e etileno que contribuem
para o amadurecimento das frutas.
o Líquidos: como óleos essenciais, resinas, taninos ou látex (borracha).
o Sólidos: como os sais de oxalato de cálcio excretados pelas glândulas salgadas
dos manguezais.
Dependendo de sua natureza e composição, as substâncias de excreção produzidas pelos
diferentes processos metabólicos são divididas principalmente em metabólitos primários
e metabólitos secundários.
o metabólitos primários: fotossíntese, respiração e síntese de proteínas
o metabólitos secundários: contribuem para os processos ecológicos e de
adaptação das plantas.
Papel ecológico
Estruturas secretoras são muito importantes para as plantas, são capazes de liberar
secreções consideráveis para o desenvolvimento e o fortalecimento da planta. Essas
estruturas garantem substâncias que atuam na defesa e ação contra produtos que possam
causar danos. Por exemplo, os tricomas espinhosos, que agem na proteção do vegetal.
As secreções produzidas por esses tricomas podem causar uma reação alérgica quando
em contato com animais, sendo assim, evitando a degradação das plantas por alguns
15
herbívoros. Um outro exemplo são as glândulas digestivas, as plantas carnívoras que são
capazes de produzirem enzimas digestivas, onde as células das glândulas digestivas
podem secretar enzimas e reabsorver o produto do material digerido, reintegrando-o ao
metabolismo da planta.
Aplicações econômicas
Considerações finais
Referências