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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3

2 BASE LEGAL DO ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E SUPERIOR ........ 4

3 DIDÁTICA ................................................................................................... 5

3.1 A história da didática brasileira.............................................................9

3.2 A didática no ensino superior..............................................................13

4 METODOLOGIA DE ENSINO .................................................................. 19

4.1 Tipos de metodologias ativas de ensino.............................................22

4.2 Pirâmide de William Glasser...............................................................23

4.3 Estratégia sala de aula invertida – flipped classroom.........................24

4.4 Aprendizagem baseada em projetos ou Project-Based Learning – PBL


......................................................................................................................26

4.5 Peer instruction (PI)............................................................................27

4.6 Projeto Teal/Studio Physics................................................................29

4.7 Ensino híbrido.....................................................................................30

4.8 Gamificação........................................................................................31

5 COMPETÊNCIA DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR............................. 32

6 POSTURA DO EDUCADOR NA SALA DE AULA .................................... 34

6.1 Didática e características do educador ...............................................35

6.2 Métodos de ensino pedagógicos: específicos, gerais e de conteúdos


......................................................................................................................36

6.3 Formação pedagógica superior...........................................................37

7 LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 ........................................ 38

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 84


1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!!!
2 BASE LEGAL DO ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E SUPERIOR

Fonte: pixabay.com

A educação básica composta pela educação infantil, educação fundamental


anos iniciais e finais e ensino médio, é um padrão de ensino que visa garantir
competências gerais, aprendizagem e o desenvolvimento de cidadãos éticos e
participativos. O ensino superior é a etapa posterior ao ensino médio. Neste sentido a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96), assegura em seu
artigo 43, a educação em nível superior, bem como sua finalidade, que são as
seguintes:

Art. 43. A educação superior tem por finalidade:


I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do
pensamento reflexivo;
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a
inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento
da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o
desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura,
e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que
vive;
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do
ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e
possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos
que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do
conhecimento de cada geração;
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em
particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à
comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à
difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da
pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.

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VIII - atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação
básica, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização
de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão
que aproximem os dois níveis escolares.

Corroborando com a LDBEN 9.394/96, a constituição em seu artigo 205 e a


Declaração Universal dos Direitos Humanos prioriza em seu artigo 26, o direito ao
ensino nos três níveis, bem como o acesso.

Artigo 26
I.Todos os seres humanos têm direito à educação. A educação será gratuita,
pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A educação elementar
será obrigatória. A educação técnica-profissional será acessível a todos,
bem como a educação superior, está baseada no mérito.
II.A educação será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da
personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos
humanos e pelas liberdades fundamentais. A educação promoverá a
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos
raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol
da manutenção da paz.
III.Os pais têm prioridade de direito na escolha do género de educação que
será ministrada aos seus filhos.

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.

Os cursos de ensino superior são ministrados por instituições reconhecidas


pelo Ministério da Educação (MEC), que são denominadas universidades, centros
universitários, faculdades e institutos.

3 DIDÁTICA

Fonte: pixabay.com

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A palavra didática origina-se do grego didaktiké, usualmente traduzida por
“arte de ensinar”. A didática pode ser definida como um conjunto de atividades
organizadas pelo docente visando o favorecimento da construção do conhecimento
pelo estudante. O didata é o profissional de ensino que tanto desenvolve como reflete
sobre sua prática numa disciplina específica (FIORE FERRARI; LEYMONIÉ SÁEN,
2007).
A história da didática brasileira mostra que sua trajetória de desenvolvimento
buscava atender às necessidades educacionais relativas a cada época e também
classes sociais. Num primeiro momento, foi baseado em bases explicativas e
instrumentais, o que trouxe a teoria da manutenção desse status, com o tempo
ocorreu o surgimento de uma visão mais individualista que visando organizar e manter
o conhecimento sistemático.
Até o século XIX a didática aparece no campo da educação fundamentando-se
nos estudos da filosofia, tendo-se difundido especialmente a partir do livro de Jan
Amos Comenius (1592-1670) intitulado ‘Didactica Magna’ ou ‘Tratado da arte
universal de ensinar tudo a todos’, publicado em 1657. Também são relevantes as
contribuições de Jean Jacques Rousseau (1712-1778), Johann Heinrich Pestalozzi
(1746-1827), Johan Friederich Herbart (1777-1841) dentro outros autores que
discutiram a temática. (GIL, 2008).
Segundo Marin (2005, p. 19):

No século XVII, quando surge formalmente a Didática, esta veio influenciada


pelas ciências em geral e pela Filosofia, com os estudiosos à procura de
forma de atuação mais organizada. O desenvolvimento das ciências nos
séculos seguintes trouxe novos dados à Didática, com especial destaque os
da Psicologia. O desenvolvimento dos estudos psicológicos ocasionou o
surgimento de análises sistemáticas sobre a criança, o aluno, influenciando
fortemente o campo didático, que absorveu tais dados. Emerge dessas
constatações a noção-síntese de que a Didática, ao longo do tempo, tem sido
influenciada tanto pelo campo pedagógico, filosófico, como pelo campo das
ciências em geral.

Depois de anos de domínio no campo da educação e devido às mudanças


sociais e econômicas, foi necessário quebrar as normas e a instrumentalidade do
método de ensino didático, e tentar reformulá-lo para que pudesse continuar a se
desenvolver conforme as mudanças que ocorriam. A partir do início do século XX a
didática passou a receber aportes significativos de outras ciências como a Biologia e
Psicologia, impulsionando muitos movimentos de reforma escolar que admitiam a

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falência didática do modelo tradicional e buscavam uma educação que considerasse
os aspectos psicológicos relacionados com o processo de ensino e aprendizagem.
Com as ideias tecnicistas de meados do século XX, a didática assumiu um conceito
instrumental que enfatizava tão somente a elaboração de planos de ensinos,
elaboração de objetivos, seleção de conteúdos e técnicas de ensino, confundindo-se
assim com a metodologia de ensino. (GIL, 2008; FIORE FERRARI; LEYMONIÉ SÁEN,
2007)
O campo didático costuma estar associado a muitas lendas e raramente se
discute a possibilidade de formação de professores. Quando os educadores e
estudantes são questionados em debates sobre o tema didática, muitos profissionais
e até mesmo os alunos definem a mesma como apenas uma matéria que possui como
fundamentação os métodos, técnicas e receitas de aprendizagem, que podem ser
utilizadas como forma de apoio para todas as aulas. A didática foi entendida durante
séculos como técnicas e métodos de ensino. Os elementos da ação da didática
constituem tradicionalmente em: Professor, aluno, conteúdo, contexto e estratégicas
metodológicas (PACIEVITCH, [S.D.]).
Gil (2010, p.2) vai mais além e define a didática como a “arte de ensinar. ” Ele
segue citando Comenius, que afirmava que didática é a “arte de ensinar tudo a todos”
e Masetto, que diz que didática “é o estudo do processo de ensino-aprendizagem em
sala de aula e de seus resultados”.
Libâneo (1990, p.25), denomina didática como “teoria do ensino” por investigar
os fundamentos, condições e formas de ensino. Acerca de didática Libâneo diz:

A didática é uma disciplina que estuda o processo de ensino no seu conjunto,


no qual os objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas da aula se
relacionam entre si de modo a criar as condições e os modos de garantir aos
alunos uma aprendizagem significativa. Ela ajuda o professor na direção e
orientação das tarefas do ensino e da aprendizagem, fornecendo-lhe
segurança profissional. (LIBÂNEO, 2002, p.5).

Ainda segundo Libâneo:

“A ela cabe converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de


ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos,
estabelecer os vínculos entre ensino e aprendizagem, tendo em vista o
desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos. [...] trata da teoria
geral do ensino (1990, p. 26). ”

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Fiore Ferrari e Leymonié Sáen, (2007). Propõe que o campo didático é
composto de três dimensões distintas, alunos, saberes culturais e professores.
Pesquisar cada um desses aspectos ajuda a compreender melhor o processo de
aprendizagem dos alunos e o ensino dos professores, prestando atenção aos
obstáculos, expondo soluções de aprendizagem para superá-los e promover o uso do
conhecimento cultural. Na figura do triângulo didático abaixo observa-se que o
professor possui conhecimento e habilidades que dão o direito ao docente de atuar
com base em acordo (contrato) didático.
Triângulo didático

Fonte: Fiore Ferrari; Leymonié Sáen (2007, p. 4)

No vértice do triângulo, temos:


1. Conhecimento cultural ou saberes culturais que são representados
através de conceitos teóricos da área do conhecimento;
2. Na parte onde estão os discentes (alunos), verificamos diferentes
estratégias de aprendizagem, e as concepções previamente ligadas a
um modelo sociocultural e suas ideias anteriores;
3. No campo de ensino do professor, percebemos a modalidade de ensino,
itens de atividade e no âmbito psicossocial dos professores restritos por
suas instituições e seu ambiente de ensino.

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Não obstante toda a evolução observada nos conceitos fundantes da didática,
muitos docentes universitários não valorizam a sua importância; deveras, neste nível
de ensino as práticas didáticas são reduzidas a aulas expositivas (mais ou menos
dialogadas) e o professor aprende a ensinar pela tentativa e erro. O docente
normalmente incentiva a memorização dos conteúdos e utiliza a prova escrita e o ‘dar
notas’ como instrumento de autoridade; quanto aos discentes, só lhe restam colocar-
se na posição de meros ouvintes, quais seres sem luz, à espera que os professores
deem suas aulas e terminem logo a agonia do período letivo. Quantos equívocos!
(LOWMAN, 2004; FIORE FERRARI; LEYMONIÉ SÁEN, 2007; GIL, 2008).

3.1 A história da didática brasileira

Fonte: pixabay.com

Adotado inicialmente pela escola brasileira, de acordo com suas normas e


objetivos de homogeneização, o método das etapas formais em Herbart apoiou o
desenvolvimento do chamado método de ensino tradicional, formando assim a escola
tradicional No Brasil, o foco estava na divulgação do conteúdo da enciclopédia pelo
educador, bem como no trabalho de memorização e posterior repetição dos alunos.
Nos penúltimos decênios do século XX ocorreu um marco histórico para a
Pedagogia no Brasil, quando teóricos engajados na discussão sobre o rumo da
Educação e da Didática trataram da problematização do esvaziamento teóricopolítico
da Didática nos cursos de formação de professores e da superação da Didática

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instrumental rumo à construção de uma Didática fundamental de acordo com Candau
(1997).
Seguindo esse mesmo pensamento Saviani afirma que, em meados do século
XX, os adeptos do movimento da chamada Escola Nova ou escola renovada
afirmaram que tal pedagogia, decorrente de escolas tradicionais, teria sido a grande
responsável pelo fenômeno da marginalização relativa ao fenômeno da escolarização
no Brasil no início do século XX (SAVIANI, 1993).
Candau, 2002, ainda define em sua outra obra que:

A Didática passa por um momento de revisão crítica. Tem-se a consciência


da necessidade de superar uma visão meramente instrumental e
pretensamente neutra do seu cotidiano. Trata-se de um momento de
perplexidade, de denúncia e anúncio, de busca de caminhos que têm de ser
construídos através do trabalho conjunto dos profissionais da área com
professores de 1o e 2o graus. E pensando a prática pedagógica concreta,
articulada com a perspectiva de transformação social, que emergirá uma
nova configuração para a Didática (CANDAU, 2002, p. 14).

Os adeptos do movimento da chamada Escola Nova ou escola renovada se


apresentaram criticamente, contestando e se contrapondo às concepções que
apoiavam essa escola considerada por eles como antiga, e advogando em favor de
uma pedagogia decorrente de escolas pautadas “[...] em uma experiência aberta, em
termos de programas e métodos, mas centrada em torno do ideal de uma “atividade
espontânea, pessoal e produtiva” (CASTRO, 1991, p. 20)
Sobre a trajetória histórica da didática como disciplina ou sistema de
conhecimento nas instituições de formação de professores no Brasil, pode-se dizer
que esta ocorreu durante a reforma no Rio de Janeiro em 1847, quando o currículo
Escola Normal se fundiu com o Liceu Provincial. Devido a essa trajetória histórica do
método de ensino brasileiro e às tentativas dos teóricos de discutir suas
características básicas em detrimento da capacidade de ensino, define-se que sua
identidade primaria foi constituída de forma instrumental.
De acordo com Villela (2007, p. 110) com tal fusão, surgiu a possibilidade de
“[...] uma formação diversificada para professores de ensino preliminar e de ensino
médio”, com a inserção no currículo da cadeira de “Religião do Estado e Didática”,
entre outras. “O curso tornava-se seriado e já há uma graduação de disciplinas em
função do nível a que os futuros professores se destinavam. Surge o termo ‘Didática’
pela primeira vez e disciplinas novas [...]” (VILLELA, 2007, p. 111).

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Damis (1988), afirma que, a educação sempre esteve a serviço da produção
da sobrevivência humana. Os contextos foram e são formados conforme as
necessidades de desenvolvimento e das ações humanas para essa transformação.
No caso específico da Didática, que é uma disciplina pedagógica fundamentalmente
criada para elaborar um método universal que possibilitasse ensinar tudo a todos, sua
contribuição não está no fato da análise dos seus conteúdos técnicos e sim na sua
relação com a prática social e a necessidade de cada momento histórico. Essa
corrente teórica recebe apoio de Libâneo, (1994, p.21) que ressalta as influências
educacionais e didáticas como fatores fundamentais das desigualdades entre os
homens, sendo o contexto socio-histórico da comunidade um traço fundamental no
desenvolvimento dos atos coletivos que contribui na politização da prática educativa.
Se o termo e a cadeira da “didática” apareceu em 1847, o conteúdo da doutrina
está relacionado ao treinamento de professores ou como afirmou Saviani (2006), com
a formação Didática dos professores, data de 1827, a partir da Lei das Escolas de
Primeiras Letras. De acordo com Saviani (2006, p. 3): É na Lei das escolas de
primeiras letras, promulgada em 15 de outubro de 1827, que essa preocupação
aparecerá pela primeira vez. Ao determinar que o ensino, nessas escolas, deveria ser
desenvolvido pelo método mútuo, a referida lei estipula, no artigo 4º, que os
professores deverão ser treinados neste método, às próprias custas, nas capitais das
respectivas províncias. Portanto, está colocada aí a exigência de preparo didático,
embora não se faça referência propriamente à questão pedagógica.
Portanto, é certo que, mesmo sob outro título, a didática já aparecia no currículo
das escolas normais. Com o surgimento da primeira escola normal no Brasil, em 1835,
os saberes docentes da escola normal foram reduzidos à pesquisa, atribuindo-se um
método, a saber, o método de ensino mútuo, supervisor ou Lancaster. No Brasil,
experimentos com o novo método possuíam “[...] como característica principal o fato
de utilizar os próprios alunos como auxiliares do professor” (FARIA FILHO, 2011, p.
141), este sendo aplicado inicialmente em corporações de âmbito militar.
Para Bastos (1997, p. 127), “essa preferência evidencia uma aproximação entre
a disciplina e a ordem exigida e adotada pelo método, nas duas instituições: militar e
escolar”. Ainda segundo Bastos (1997, p. 133), “o método mútuo é uma etapa da
história da instrução pública e das escolas de primeiras letras no Brasil, como parte
do processo de incorporação das modernidades dos países centrais, em fase de

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industrialização e, consequente, formação de cidadãos adaptados à essa realidade.
A difusão da instrução elementar às massas trabalhadoras exigia a racionalização do
ato pedagógico: pela rapidez em ensinar, pelo baixo custo, pela disciplina e ordem,
pelo uso de poucos professores e vários alunos-mestres. ”
Segundo Faria Filho esse método visava três vantagens que são:

1. Abreviar o tempo necessário para a educação das crianças;


2. Diminuir as despesas das escolas;
3. Generalizar a instrução necessária às classes inferiores da
sociedade, (FARIA FILHO, 2011, p. 141).

Candau (1983, p. 5) afirma que existiram diferentes abordagens didáticas, e a


mesma autora define duas como principais, que são: humanista, a qual teria
predominado de 1945 a 1960, e a tecnicista, predominado entre1960 e 1968. Já a
partir da década de 1970, a “Didática é concebida como estratégia para o alcance dos
“produtos” previstos para o processo de ensino-aprendizagem” (CANDAU, 1983, p.
6).
Para Libâneo (1994, p. 40), de acordo com o contexto do movimento da década
de oitenta, os "métodos de uma pedagogia crítico-social dos conteúdos não partem,
então, de um saber artificial, depositado a partir de fora, nem do saber espontâneo",
mas de uma relação direta com a experiência do aluno, confrontada com o saber
trazido de fora, em que o professor valoriza os conhecimentos adquiridos
anteriormente e parte desses conhecimentos para novas aprendizagens.
Quando voltamos os olhares para o ensino superior, Garcia (1995, p. 78),
afirma que: [...] a Didática surgiu como curso e disciplina escolar com a organização
da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi), pelo Decreto lei N. 1. 190 de 4 de abril de
1939 [...] A FNFi foi organizada compreendendo quatro seções fundamentais:
Filosofia, Ciência, Letras e Pedagogia, sendo que a cada seção poderiam
corresponder um ou mais cursos; e uma seção especial de Didática à qual
correspondia o curso de Didática, com a duração de um ano, abrangendo as seguintes
disciplinas responsáveis pela totalidade da formação pedagógica do candidato à
licenciatura: Didática Geral, Didática Especial, Psicologia Educacional, Administração
Escolar, Fundamentos Biológicos da Educação e Fundamentos Sociológicos da
Educação.
O ensino superior é relevante porque, dado o tipo, a abrangência e o ritmo da
sociedade, esta tende cada vez mais a ser sustentada pelo conhecimento. Segundo
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Aquino e Puentes (2011), a sociedade atual tem vislumbrado na ciência o alcance de
melhores condições de vida, razão pelo qual busca no ensino superior e na pesquisa
o desenvolvimento cultural, socioeconômico e ecologicamente sustentável da
humanidade.
No final do século XX e início do século XXI, estudiosos e pesquisadores da
área expressavam preocupações com a teoria didática, principalmente em nossa
educação básica atual, ou seja, a necessidade de “[...] repensar a “razão-teórica” e a
“razão-prática” da Didática para o alcance de um fazer-didático que nos liberte da
abstração-pedagógica e do obscurantismo cultural tão evidente em seus conteúdos
programáticos”, o que, segundo a autora, será possível acrescentando “à teoria
Didática a dimensão político-social” (CANDAU, 2001, p. 46). No século XXI, com o
rápido desenvolvimento da tecnologia e a ampla disseminação do conhecimento, a
sociedade descobriu que seu campo educacional mudou novamente. O que se
questiona hoje é a formação de professores do ensino superior, seus conhecimentos
e uso relativos a didática, ou qual é a sua finalidade em uma sociedade que visa
primordialmente o conhecimento.

3.2 A didática no ensino superior

Fonte: pixabay.com

Para atender às atuais necessidades de modernização, as universidades


devem ter em seu corpo docente um número suficiente de educadores com
características de metodologia científica, que tenham as habilidades necessárias: a
capacidade de planejar, executar e avaliar de forma planejada.
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Corroborando com esta afirmação Berbel, 1994, cita que, há anos, várias
instituições têm se dedicado a formação continuada de professores. O primeiro órgão
no Brasil a voltado a assessoria pedagógica do docente universitário foi o Laboratório
de Ensino Superior da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (BERBEL, 1994).
Os educadores das instituições de nível superior devem compreender a
disciplina a que se aplica, devendo ser versátil e abrangente na área do conhecimento,
permanentemente aberto à pesquisa e atualização de conhecimentos em sua área de
ensino. Os professores de faculdades e universidades deveram estar atentos ao que
acontece em sala de aula, como os alunos adquirem o conhecimento daquilo que está
sendo ensinado, como organizar o espaço e o tempo e qual a estratégia de
intervenção mais adequada no ensino e na aprendizagem.
Segundo ALTHAUS (2004), a ação didática no ensino superior é pautada pelas
tensões enfrentadas no cotidiano universitário e consolida-se pelo o que é inerente à
extensão: “A autêntica ação de estender o conhecimento, via extensão universitária,
operacionaliza-se por meio de umas práxis dialética (mediadora entre universidade-
sociedade-universidade) de produção / reprodução crítica do conhecimento” (RAYS,
2003, p.3). RIBAS (2000 p. 62) define que “a prática pedagógica só se aperfeiçoa, por
quem a realiza, a partir de sua história de vida e saberes de referência, das
experiências e aspirações” e que “é na prática e na reflexão sobre ela que o professor
consolida ou revê ações, encontra novas bases e descobre novos conhecimentos”.
Por sua vez Perrenoud quando fala da capacitação da didática, este diz que:
por isso, é preciso limitar-se ao fato de que os professores saibam razoavelmente
mais que seus alunos, que não descubram o saber a ser ensinado na véspera de sua
aula e que o dominem suficientemente para não se sentirem em dificuldade ante o
menor problema imprevisto (...). Quanto mais avançamos rumo a didáticas
sofisticadas, pedagogias diferenciadas e construtivistas, mais esperamos que o
professor tenha domínio dos conteúdos que lhe permita não só planejar e ministrar
cursos, mas também partir das perguntas dos alunos, de seus projetos e intervir na
regulação de situações de ensino-aprendizagem que podem ser muito menos
planejadas que uma sucessão de lições (...). Em suma, a aparente evidência de que
“deve saber o que ensina” abrange uma grande diversidade de representações quanto
à extensão dos saberes a dominar, à natureza desse domínio, com relação ao saber

14
que ele envolve e aos seus vínculos com a transposição didática. (PERRENOUD,
2001, p.16,17).
De acordo com D’Ávila, o objeto da didática é a mediação didática e a mediação
cognitiva.

A mediação cognitiva pressupõe uma mediação de caráter externo, a


mediação didática. A relação com o saber é, portanto, duplamente mediada:
uma mediação de ordem cognitiva e uma outra de natureza didática. A
mediação cognitiva se constitui com base no desejo de saber, de aprender.
A mediação didática se constitui como sistema de regulação (que organiza e
concede forma) na determinação de uma estrutura exterior e como
modalidade de ação que procura tornar esse objeto desejável ao sujeito. É,
pois, na mediação da mediação que a ação didática ganha corpo e se
constitui como meio de intervenção de natureza didática (D’ÁVILA, 2012, p.
19).

No ensino-aprendizagem das universidades, a inter-relação entre docente e


estudante deveram estar implícitas e bem coordenadas de forma que existam
métodos de ensino que funcionem como ferramenta de interfaces entre os dois lados.
Nóvoa, 1991, defende que, a formação tanto do professor quanto a do aluno para
quem ele leciona deve ser encarada como um processo permanente, integrado no
dia-a-dia. As instituições de ensino superior precisam ampliar as ofertas de cursos de
especialização na área pedagógica, para contemplar um número maior de
professores. Para possibilitar a formação contínua, propor projetos pedagógicos que
envolvam os docentes em grupos de estudos na busca de reflexão sobre o corpo
docente (NÓVOA, 1991).
De acordo com MESQUITA ([S.D.]) “a didática está ligada com o processo
ensino aprendizagem, no qual, professor e aluno, devem estabelecer uma relação
muito boa para que a mesma surta um efeito esperado, podendo assim acontecer
uma troca de ideias que favoreça e desenvolvimento intelectual de ambos, uma vez,
que na educação há uma interação de conhecimentos entre todos, se utilizando dos
meios educacionais de acordo com as necessidades da clientela atendida e de uma
avaliação de qualidade”.
Com relação aos citados acima Perrenoud diz que:

Ensinar é fazer parte de um sistema e trabalhar em diversos níveis. Durante


muito tempo, a cultura individualista dos professores incitou-os a considerar
que seu ambiente começava na porta de sua sala de aula. Todavia, a
complexidade atual obriga a tratá-los como membros de um grupo com um
papel coletivo e a questionar seus hábitos e suas competências no espaço

15
da equipe, do estabelecimento de ensino e da coletividade local, bem como
no espaço propriamente pedagógico e didático. (PERRENOUD, 2001, p. 57).

A conjuntura deste processo somente se dará de forma correta no momento


em que a didática estiver presente. A autora Amaral diz que:

“Diferentemente do que se propõe no ensino de alguma coisa, não temos aí


o problema da especificidade do saber, delimitada em bases epistemológicas:
delineia-se, com base no diferente, o que perpassa todas as situações. O
papel da Didática, no caso, é o de percorrer os diferentes campos,
auscultando as diferentes experiências, para levantar as semelhanças e
promover o enriquecimento do próprio campo e dos outros campos.”. (2000,
p.143).

Contudo, com relação a didática, o autor Gil alerta que:

(...). Muitos professores universitários exercem duas atividades: a de


profissional de determinada área e a de docente, com predominância da
primeira. Por essa razão tendem a conferir menos atenção às questões de
natureza didática (...). (GIL, 2010, p.5).

Com os levantamentos que são realizados ao longo dos cursos fica claro as
deficiências na formação do professor universitário. É comum que a maioria das
críticas nestes cursos em relação aos professores refere-se à falta de didática, por
essa razão muitos professores vêm realizando cursos de didática do ensino superior
(BORBA; SILVA, [S.D.]). Dando força ao pensamento de Gil, Borba e Silva, a Lei nº
9.394/96 em seu artigo 65, afirma que em se tratando da educação superior o
profissional é dispensado de um maior preparo educacional.

Art. 65. A formação docente, exceto para a educação superior, incluirá prática
de ensino de, no mínimo, trezentas horas.

Cavalcanti e Nunes, afirmam que, é importante que as Universidades e


Faculdades incentivem a formação continuada dos docentes, para que assim eles
possam ter uma didática motivadora para o aprendizado de seu alunado
(CAVALCANTI; NUNES, 2010). Desta forma os autores dão a entender que faz se
necessário uma atualização por parte dos educadores universitários.
Observando a indicação da Lei nº 9.394/96 entende-se que esta corrobora com
a afirmação de Gil (2010, p.5), mas que muito está sendo feito em relação ao professor
de nível superior e a didática de ensino, sendo constatadas mudanças significativas
no setor. Segundo BORBA e SILVA ([S.D.]): “Quando nos referimos às necessidades
dos estudos didáticos dirigidos ao ensino de nível superior, a sua aplicação e
16
investigação aos problemas pedagógicos deve levar cada docente a fazer uma
autocrítica e a tomar consciência de suas responsabilidades, e principalmente buscar
a melhor forma de desempenhar suas funções e por sua vez fazer experiências
pedagógicas que vise aperfeiçoar os diversos tipos de atividades que caracterizam
tais funções, em particular podemos citar as voltadas à sistematização e transmissão
do conhecimento, sem deixar em segundo plano ou de lado as responsabilidades
propriamente educativas.”
Pimenta e Anastasiou confirmam a busca pela qualidade de ensino do
professor universitário em relação a didática.

(...) constata-se nos meios educativos dos países mais avançados, um


crescimento da preocupação com a formação e o desenvolvimento
profissional de professores universitários e com as inovações no campo da
didática (...). Também se nota que a preocupação com a qualidade dos
resultados do ensino superior (...) aponta para a importância da preparação
no campo específico e no campo pedagógico de seus docentes. (PIMENTA
e ANASTASIOU, 2010, p.37,38).

O professor universitário não é apenas um especialista, um conhecedor em


determinado assunto, mas também uma pessoa criativa que se desenvolve através
da análise de cada situação educacional e sua prática docente, pois as atividades
referentes a didática e o ensino são primordiais para a correta execução das tarefas.
É importante salientar que: “a didática, quando utilizada do ponto de vista da
relação sociedade-educação, onde a prática da educação é reconhecida como
intencional e que busca a emancipação do indivíduo, ou seja, contribui para o
exercício da cidadania, para a convivência social, é fundamental na formação do
educador, porém quando reduzida apenas como um subsídio metodológico ela pode
representar um perigo, já que nessa prática o educador sempre reflete uma ideologia,
e se ele não está consciente acaba reproduzindo a ideologia dominante que prepara
o indivíduo apenas para um mercado de trabalho altamente excludente.” (ARAÚJO et
all., [S.D.]). Portanto, os professores universitários devem possuir algumas qualidades
que são:
 Preparação: saber fazer um planejamento correto do material bem como
sua apresentação ao aluno.
 Organização: educadores que trabalham em diversas salas devem manter
uma organização de aula.

17
 Adaptação e socialização: através do andamento de aula, diversos
fatores podem ocorrer e mudar o rumo do que está sendo apresentado ao
aluno cabe ao educador saber se adaptar a este momento, bem como uma
facilidade para se comunicar com os discentes.
 Novas tecnologias: no campo educacional as tecnologias sempre estão
presentes, cabendo ao professor estar receptivo as novas tecnologias.
 Tolerância e receptividade ao ouvir: demonstração de paciência em
empatia, aliados a uma aceitabilidade de críticas constroem um profissional
diferenciado.
 Comprometimento: comprometidos com o dever de ensinar e com a
profissão.
Segundo Pimenta e Anastasiou:

A tarefa da didática é a de compreender o funcionamento do ensino em


situação, suas funções sociais, suas implicações estruturais; realizar uma
ação auto reflexiva como componente do fenômeno que estuda, porque é
parte integrante da trama de ensinar (...); por em relação e diálogo com outros
campos de conhecimentos construídos e em construção, numa perspectiva
multidisciplinar e interdisciplinar (...); proceder a constantes balanços críticos
do conhecimento produzido no seu campo (as técnicas, os métodos, as
teorias), para dele se apropriar, e criar novos diante das novas necessidades
que as situações de ensinar produzem. (PIMENTA e ANASTASIOU, 2010,
p.49).

É possível verificar a importância dos métodos de ensino na educação superior,


não bastando que o educador domine a disciplina, ele também precisa de métodos de
ensino que divulguem seus conhecimentos de forma transparente e concisa para que
os alunos aprendam melhor. Portanto, as faculdades e universidades devem prestar
atenção em determinado requisitos que o educador deverá ter, que são, o
conhecimento da matéria a ser dominado e bons métodos de ensino, a fim de que no
momento da contratação dos professores, estes possam estar adequados para
ensinar. A prática da didática necessita ser vivenciada pelos educadores e não
somente descrita como um importante instrumento pedagógico, desse modo
compreendemos que a utilização da didática assim como suas adequações na
sociedade do conhecimento é uma condição indispensável para a garantia de uma
boa educação (SANTO; LUZ, 2013).

18
4 METODOLOGIA DE ENSINO

Fonte: pixabay.com

Uma metodologia nada mais é do que atingir um determinado objetivo. A


origem do termo vem do latim “methodus” espalhando- se na educação como campo
de estudo da forma como o conhecimento é gerado. Os métodos de ensino incluem
todas os mecanismos que os professores usam para divulgar o conhecimento aos
estudantes. Cada educador possui sua metodologia que o facilita a encontrar a melhor
maneira de deixar motivados os estudantes de todas as idades, facilitando a
orientação no momento da aprendizagem. O comportamento docente na educação
formal leva o mesmo a decidir sobre questões que afetam diretamente a imagem do
estudante que deseja ser ativo na sociedade. A decisão inclui a definição deste
método de ensino que se deseja seguir visando nortear o aluno.
Castanho (2011) da força a esta análise crítica que intervém na prática
pedagógica explicando que, no momento em que se fala de técnicas de ensino e de
sugestões metodológicas é importante ter clareza sobre que força intrínseca a
educação escolar pode exercer, em que condições históricas e sob que formas
históricas pode contribuir, sem ilusão e sem abdicação, para a formação de uma
sociedade capaz de intervir em sua própria história (p. 97).
Anastasiou (2001) faz um resgate histórico da universidade brasileira, com a
abordagem de alguns elementos da trajetória metodológica, efetivada nos processos
de ensino, ocorridos ao longo da existência da universidade no Brasil. Destacam-se
na história a influência de modelos jesuíticos.

19
Conforme Anastasiou (2001), as técnicas de ensino utilizadas pelos jesuítas,
desenvolviam-se basicamente em dois momentos fundamentais, primeiro a leitura de
um texto e interpretação pelo professor, análise de palavras e comparação com outros
autores e em um segundo momento, realizavam-se questionamentos entre alunos e
professores. Aos alunos, cabia realizar anotações e resoluções de exercícios para
fixação do conteúdo. A perspectiva do modelo jesuítico compreendeu o método
escolástico ou parisiense.
Anastasiou define os dois métodos da seguinte forma:
 O método escolástico tinha por objetivo “a colocação exata e analítica
dos temas a serem estudados, clareza nos conceitos e definições,
argumentação precisa e sem digressões, expressão rigorosa, lógica e
silogística, em latim” ANASTASIOU (2001, p.2).
 No método parisiense destaca-se a figura do professor como repassador
do conteúdo, com aulas expositivas seguida de exercícios a serem
resolvidos pelos alunos. A forma de avaliação, a aplicação de castigos,
o controle rígido dentro e fora de sala de aula, o aluno passivo e
obediente que memorizava ou decorava o conteúdo para as avaliações,
eram características deste sistema marcado pela rigidez do processo de
ensino-aprendizagem. Ainda hoje, muitos desses elementos estão
presentes no cotidiano das salas de aula (ANASTASIOU, 2001).
Quando se busca compreender e determinar os métodos básicos do processo
Educação, primeiramente devemos compreender os elementos específicos do
processo de ensino. Segundo Kubo e Botomé (2005), o processo de ensino-
aprendizagem é um sistema de interações comportamentais entre professores e
alunos, pois há os processos comportamentais atribuídos como “ensinar” e
“aprender”. Além disso, os autores salientam que a interdependência desses dois
conceitos é fundamental para compreender o que acontece, e seu entendimento e
percepção constitui algo essencial para o desenvolvimento dos trabalhos de
aprendizagem, de educação ou de ensino.
Corroborando como o tema, Veiga (2006), salienta que, no processo de ensino
é importante que o professor defina as estratégias e técnicas a serem utilizadas. Uma
estratégia de ensino é uma abordagem adaptada pelo professor que determina o uso
de informações, orienta a escolha dos recursos a serem utilizados, permite escolher

20
os métodos para a consecução de objetivos específicos e compreende o processo de
apresentação e aplicação dos conteúdos. Já as técnicas são componentes
operacionais dos métodos de ensino, têm caráter instrumental uma vez que
intermediam a relação entre professor e aluno, são favoráveis e necessárias no
processo de ensino-aprendizagem.
Neste caso, como intermediário da prática docente, o professor busca uma
forma de metodologia de ensino, estabelecendo assim os objetivos de ensino e
aprendizagem dos alunos. A metodologia e o método são realizados a partir da
seguinte ideia: A metodologia de ensino incorpora o que os professores acreditam ser
um método realista e significativo para os alunos, esta estrutura é necessária para a
aplicação das habilidades que irão complementar o processo para atingir o objetivo.
Segue logo abaixo a figura de conceito de metodologia de ensino.

Metodologia Método- Técnica-


Objetivo
Concepção Forma
de Ensino

Fonte: Altrão e Nez (2016)

Rays (1991) entende que, o método de ensino passa a ser, assim, um dos
elementos possíveis para a estruturação dos caminhos a serem percorridos pela ação
didática. Esses caminhos utilizarão em suas trajetórias diferentes procedimentos de
ensino, objetivando motivar e orientar o educando para a assimilação do saber
veiculado no processo escolar e na sua relação com os meios: natural, cultural,
socioeconômico etc. (RAYS,1991 p. 85).
Neste sentido o educador tem a necessidade de ficar atento em sua escolha
do melhor método que facilitara o caminho dos estudantes na aprendizagem.
Compreender o caminho/método, está intimamente ligado no momento de definição

21
de sua metodologia de ensino, através da escolha correta, ocorre a ligação entre
currículo e realidade que tem como foco central o aluno.
Defendendo essa metodologia, Nunes, 1993, afirma que:

A “aplicação do método de ensino”, logo, diz: “A metodologia de ensino pode


ser entendida, então, como a aplicação dos princípios gerais de uma ciência,
traduzidos nos seus métodos de investigação nas situações de ensino.
Concretiza-se pela aplicação dos métodos de ensino em seus pressupostos
teóricos” (NUNES, 1993, p. 51).

Gil (2012, p. 94) por sua vez afirma que é necessária uma reflexão em relação
a falta de criatividade com que muitos educadores ainda planejam seus cursos
“simplesmente seguem os capítulos de um livro-texto, sem considerar o que é
realmente necessário que os alunos aprendam”, além disso, o autor destaca que
muitos professores também utilizam sempre os mesmos métodos de ensino e
procedimentos de avaliação, não acompanhando assim as mudanças e evoluções
que vêm ocorrendo.
Neste sentido, Araújo (2012), conclui que a metodologia de ensino está atrelada
ao que “pode e precisa ser feito” quanto à prática pedagógica, além disso, representa
o processo “[...] que viabiliza a veiculação dos conteúdos entre o professor e o aluno,
quando então manifesta a sua dimensão prática” (p. 27). Portanto, essa relação
professor-aluno marcada pela implementação de métodos de ensino mostra que o
planejamento do educador é necessário, e isso mostrará no decorrer do curso que
sua prática de ensino atingiu o objetivo.

4.1 Tipos de metodologias ativas de ensino

De acordo com Guimarães (2015), devido às inúmeras tecnologias que


desviam a atenção dos alunos, atraí-los é uma tarefa difícil para os professores do
ensino superior. Para resolver este problema, as Instituições de Ensino Superior,
estão buscando maneiras de ajudar o professor, através de programas de ensino que
envolvam o interesse do aluno em aprender.
Para Cohen (2017), uma metodologia ativa de aprendizagem:

Tem como premissa que apenas ver e ouvir um conteúdo de maneira apática
não é suficiente para absorvê-lo. O conteúdo e as competências devem ser
discutidos e experimentados até chegar ao ponto em que o aluno possa

22
dominar o assunto e falar a respeito com seus pares, e quem sabe até mesmo
ensiná-lo.

Neste sentido iremos elencar alguns métodos de ensino superior:


Para Oliveira e Araújo (2014), citados por Valente (2014), existem seis tipos
específicos de métodos ativos de aprendizagem:

1. Flipped classroom, ou sala de aula invertida, é o método de ensino


através do qual a lógica da organização de uma sala de aula é
invertida por completo, ou seja, primeiro os alunos estudam o
conteúdo curricular em casa, depois vão ao encontro de professores
e colegas para sanar as dúvidas e praticar os conhecimentos com
exercícios e estudos de casos.
2. Peer instruction, ou instrução pelos pares, criado em 1991 pelo
Professor Eric Mazur da Universidade de Harvard, nos EUA;
3. Problem based learning - PBL, ou aprendizagem baseada em
problema, criado no final da década de 60 na Faculdade de Medicina
da Universidade McMaster, na cidade de Hamilton, Canadá, e é
amplamente utilizado nas escolas de medicina e/ou de profissionais
da saúde, do Brasil;
4. Project based learning - PjBL, ou aprendizagem baseada em projeto,
que vem de uma tradição pedagógica inspirada pelo filósofo
americano John Dewey, segundo a qual os alunos aprendem melhor
a partir da experiência e da resolução de problemas do mundo real;
5. Team based learning - TBL, ou aprendizagem baseada em equipe,
criado por Larry Michaelson, em 1970 na Universidade de Oklahoma,
EUA.
6. Case study, ou estudo de caso, surgiu em 1880, no curso de Direito
da universidade de Harvard, onde os estudantes passaram a
aprender melhor, estudando as decisões dos tribunais e não somente
os textos doutrinários.

4.2 Pirâmide de William Glasser

A Pirâmide de William Glasser propõe um método de aprendizagem novo e


mais eficaz, ou seja, este modelo faz parte da abordagem alternativa. A proposta é
aumentar ainda mais a participação do aluno para que ele se torne mais ativo em seu
próprio processo de aprendizagem. De acordo com o próprio criador do modelo, “ a
boa educação é aquela em que o professor pede para que seus alunos pensem e se
dediquem a promover um diálogo para promover a compreensão e o crescimento dos
estudantes” (GLASSER, 2017).

23
Figura da pirâmide de Glasser.

Fonte: comoestudar.com.br

A pirâmide de aprendizagem compara os resultados que foram absolvidos no


estudo da matéria de acordo com o método de aprendizagem. Este acontece da
seguinte maneira:
 10% quando lê;
 20% quando ouve;
 30% quando observa;
 50% quando vê e ouve;
 70% quando discute com outras pessoas;
 80% quando faz;
 95% quando ensina aos outros.

4.3 Estratégia sala de aula invertida – Flipped classroom

Sala de aula Invertida é um modelo de ensino que demonstra o conteúdo da


disciplina por meio de vídeos gravados pelos professores, sendo estes
disponibilizados vídeos aos alunos, geralmente utilizando ferramentas da Internet para
armazenamento. Desta forma, com o apoio da docente, as atividades
complementares propostas (tarefas), serão realizadas em grupo na sala de aula como
apoio do educador. Assim, com a ajuda de colegas e professores, os alunos têm a
24
oportunidade de esclarecer dúvidas e problemas, promovendo um ambiente de
aprendizagem colaborativo. Segue abaixo figura explicativa do modelo.

Fonte: ensinovirtualdequimica.blogspot.com

Fonte: www.ufjf.br

25
4.4 Aprendizagem baseada em projetos ou Project-Based Learning – PBL

Através de pesquisas de longa duração, o PBL aposta na construção de


conhecimentos para responder a questões, problemas ou desafios complexos.
Partindo desse problema inicial, os alunos participarão do processo de pesquisa,
elaboração de hipóteses, busca de recursos de informação e aplicação prática, até
que uma solução ou produto final seja encontrado. Segue abaixo figura explicativa do
modelo.

Fonte: myhubjundiai.com.br

As principais características dessa metodologia são (MASSON, MIRANDA,


MUNHO JR, & CASTANHEIRA, 2012):
 O aluno é o ponto central do processo;
 Desenvolve-se em grupos tutoriais;
 Define-se por ser um processo ativo, cooperativo, integrado e
interdisciplinar e orientado para a aprendizagem do aluno.
 Orientar e incentivar o aluno sobre o que ele sabe e do que precisa
estudar;
 Incentivar o aluno a aprender, de fazer projetos em grupo, escutar
opiniões diferentes das suas;

26
 Professor passa de transmissor do saber à um incentivador. O professor
define os objetivos da situação e incentiva os alunos a discutirem sobre
o tema, através de uma dinâmica em grupo, avaliando assim o aluno.
Neste contexto, os alunos devem:
 Colaborar através de seu conhecimento na discussão;
 Colaborar com grupo propondo soluções para eventuais problemas que
talvez comprometam o desempenho do projeto.

4.5 Peer instruction (PI)

Traduzido literalmente como "ensino entre pares", surgiu na década de 1990.


Após vários anos de observação do professor em sala de aula, com base nas
estatísticas de desempenho dos alunos do Curso Introdutório de Física da América
do Norte. Este modelo foi criado por Eric Mazur. Este modelo busca estimular a
interação social em sala de aula e ao mesmo tempo estimular o aprendizado fora da
sala de aula. Segue abaixo figura explicativa do modelo.

Fonte: www.researchgate.net

Conforme os autores Mazur e Somer (1997) e Crouch et al. (2007), o método


pode ser descrito em nove etapas:
27
 Etapa 1 – Apresentação oral sobre os elementos centrais de um dado
conceito ou teoria é feita por cerca de 20 minutos.
 Etapa 2 - Uma pergunta conceitual, usualmente de múltipla escolha, é
colocada aos alunos sobre o conceito (teoria) apresentado na exposição
oral.
 Etapa 3 - Os alunos têm entre um e dois minutos para pensarem
individualmente, e em silêncio, sobre a questão apresentada formulando
uma argumentação que justifique suas respostas.
 Etapa 4 - Os alunos informam suas respostas ao professor.
 Etapa 5 - De acordo com a distribuição de respostas, o professor pode
avançar para o passo seis (quando a frequência de acertos estiver entre
35% e 70%), ou diretamente para o passo nove (quando a frequência de
acertos for superior a 70%).
 Etapa 6 - Os alunos discutem a questão com seus colegas por cerca de
dois minutos.
 Etapa 7 - Os alunos votam (informam suas respostas ao professor)
novamente, de modo similar ao descrito no passo 4.
 Etapa 8 - O professor tem um retorno sobre as respostas dos alunos
após as discussões e pode apresentar o resultado da votação para os
alunos.
 Etapa 9 - O professor, então, explica a resposta da questão aos alunos
e pode apresentar uma nova questão sobre o mesmo conceito ou passar
ao próximo tópico da aula, voltando ao primeiro passo.
A partir desse conhecimento prévio, uma vez em sala de aula, os alunos podem
participar de um debate promovido pelo professor e responder a questões conceituais
com base nas dificuldades do grupo. Antes do final da reunião, o professor verificará
a precisão por meio de um teste planejado e determinará se o conteúdo foi absorvido
pela maioria das pessoas, para que este método seja eficaz, as perguntas
apresentadas deverão somar uma distribuição de frequências das respostas dos
alunos em torno de 35% e 70% de acertos. Desta forma, o ensino torna-se mais
personalizado e a aula é ajustada de acordo com a situação de cada turma.

28
4.6 Projeto Teal/Studio Physics

O MIT- Massachusetts Institute of Technology, produziu o Projeto TEAL/Studio


Physics, sendo o responsável o educador John Belcher (2001). Neste consiste que,
classes de aulas tradicionais foram transformadas em Estúdio de Física e a
metodologia de ensino é baseada no Technology Enabled Active Learning (TEAL).
Esta abordagem está sendo utilizada nas disciplinas introdutórias de Física:
Introductory Mechanics (8.01) e Electricity and Magnetism (8.02), ministradas para
todos os alunos em ingressam no MIT. Segue abaixo figura explicativa do modelo.

Fonte: web.mit.edu

São duas salas, uma sala para cada disciplina, cada sala tem 3.000 m2, e existe
um posto de trabalho no centro da sala do palestrante, rodeado por treze mesas
redondas. Existem três grupos em cada mesa, cada grupo tem três alunos e cada
grupo tem um computador, onde os alunos utilizam-se de slides informações e coleta
de dados. Os grupos são compostos por alunos com níveis de conhecimento de
diferentes, estes estudam o material e respondem questões. Sendo as questões
apresentadas pelo educador junto ao material de estudo, ocorrendo debates e
resoluções de exercícios por um período de vinte minutos, através do uso de
computadores e pelo professor com perguntas onde é incentivado o debate.
Por intermédio do Projeto TEAL/Studio Physics o MIT conseguiu bons
resultados com relação ao aproveitamento dos alunos, reduzindo a taxa de

29
reprovação nas disciplinas, que era de aproximadamente 15% e a frequência no final
do semestre inferior a 50% (Belcher, 2001).

4.7 Ensino híbrido

Ensino híbrido é um método que combina aprendizagem online e off-line, seu


modelo integra as cenas virtuais dos alunos quando estudam sozinhos com a
aprendizagem quando os outros estão aprendendo presencialmente, avaliando assim
a relação entre pares e entre alunos e professores. O educador será responsável por
propor atividades que valorizem a interação interpessoal. Já a parte didática com o
auxílio de recursos digitais permite que o aluno controle o local, método, conteúdo e
objeto de aprendizagem. Podemos observar seu significado nas palavras de Bacich e
Moran (2015, p. 1):

Híbrido significa misturado, mesclado, blended. A educação sempre foi


misturada, híbrida, sempre combinou vários espaços, tempos, atividades,
metodologias, públicos. Agora esse processo, com a mobilidade e a
conectividade, é muito mais perceptível, amplo e profundo: trata-se de um
ecossistema mais aberto e criativo. O ensino também é híbrido, porque não
se reduz ao que planejamos institucionalmente, intencionalmente.
Aprendemos através de processos organizados, junto com processos
abertos, informais. Aprendemos quando estamos com um professor e
aprendemos sozinhos, com colegas, com desconhecidos. Aprendemos
intencionalmente e aprendemos espontaneamente.

Tabela explicativa do ensino híbrido.

Fonte: www.professorfiorin.com

30
Valente (2014) alerta sobre os materiais a serem utilizados nas atividades
online, isto é, recomenda-se que os mesmos sejam elaborados para a disciplina em
questão e não apenas escolhidos materiais aleatórios da internet. Já para as
atividades presenciais a ressalva é para a atuação do professor na condução das
atividades e interações bem como a continuidade e a interligação entre os assuntos
estudados nos dois espaços.

4.8 Gamificação

Gamificação refere-se ao uso da mecânica e motivação do jogo para atrair


pessoas, resolver problemas e melhorar o aprendizado, além de estimular ações e
comportamentos fora do ambiente de jogo. O principal objetivo é aumentar a
participação e estimular a curiosidade dos usuários. Além dos desafios trazidos pelos
jogos, as recompensas gamificadas também são a chave para o sucesso. De acordo
com Alves e Maciel:

[...] a gamificação não é um jogo (ou processo para se transformar algo em


jogo), mas sim a utilização de abstrações e metáforas originárias da cultura e
estudos de videogames em áreas não relacionadas a videogames. Essa ideia
é importante para a compreensão do uso da gamificação na educação e sua
diferenciação do uso de videogames na educação (educational games,
game-based learning). (ALVES, MACIEL, 2014, p.4).

Fonte: www.blogs.unicamp.br

31
Há casos de uso dos games no Ensino Superior. Algumas universidades vêm
utilizando as simulações de situações reais em disciplinas, para os alunos vivenciarem
habilidades que integram a profissão escolhida (JOHNSON, et.al, 2017).

5 COMPETÊNCIA DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR

Fonte: pixabay.com

As funções de um docente de nível superior são diversas. Benedito, Ferrer e


Ferreres (1995) descrevem algumas dessas funções: a pesquisa, a docência, a
comunicação de suas investigações, a avaliação da docência, o estudo, o
estabelecimento de relações com o mercado de trabalho, com a cultura, entre outras.
Segundo McClelland (1973), competências são características pessoais que
podem promover uma performance superior na realização de uma tarefa. Boyatzis
(1982) vê a competência como uma conjunção de conhecimentos, habilidades e
atitudes que propiciam uma performance superior, mas sem desconsiderar o contexto
no qual as competências são desempenhadas. Assim, para ele, os resultados
alcançados pela competência estão em função de uma dinâmica interação entre as
competências pessoais propriamente ditas, o desempenho no trabalho e o ambiente
organizacional (NOGUEIRA; BASTOS, 2012).
De acordo com Masetto (2012), o perfil do professor universitário contempla os
seguintes aspectos:
 Concepção e gestão do currículo: conheça e se inteire do currículo do
curso no qual leciona e tenha conhecimento das diretrizes curriculares e
32
das competências básicas esperadas pela instituição. Elas são
essenciais para uma prática pedagógica competente;
 Integração das disciplinas como componentes curriculares: toda
disciplina faz parte de uma grade curricular específica e é planejada de
acordo com o currículo de cada curso, por isso é importante
compreender que disciplinas com o mesmo nome podem ter programas
diferentes conforme o curso em que estão inseridas. Esse conhecimento
permite ao professor planejar a disciplina de modo a contribuir mais
eficientemente para a formação do profissional;
 Relação professor-aluno e aluno-aluno no processo de aprendizagem:
no processo de ensino, o professor desempenha o papel de mediador,
possibilitando situações de interação com os alunos. A aula é um
momento de diálogo, de trocas, debates e discussões, que promovem a
produção de conhecimentos;
 Teoria e prática da tecnologia educacional: operar com os recursos
tecnológicos disponíveis modifica o ambiente de aprendizagem e
dinamiza as aulas, portanto, saber usá-los como ferramentas de auxílio
é de suma importância para que a ação docente seja mais eficiente;
 Concepção do processo avaliativo e suas técnicas para feedback: o
professor compreende o processo avaliativo não apenas como modo de
atribuir notas e conceitos, mas como meio para incentivar e motivar a
aprendizagem, pelas informações contínuas. A importância é dada à
aprendizagem; notas e conceitos vêm, como consequência.
 Planejamento como atividade educacional e política: o planejamento da
disciplina e do programa é elaborado de forma crítica e reflexiva,
articulado ao contexto sócio-histórico-político-ideológico, com foco na
formação do profissional.
Segundo Pimenta e Anastasiou (2005) os saberes didáticos são
imprescindíveis para o ensino das diversas áreas de conhecimento, pois esses tratam
da articulação entre a teoria da educação e a teoria do ensino para ensinar nas
situações contextualizadas, dialogando com outros saberes. De acordo com as
autoras, é pela prática que os saberes tomam forma. Ou seja, é pela intermediação

33
da didática que os conteúdos trabalhados e discutidos em aula se transformam em
conhecimento.

6 POSTURA DO EDUCADOR NA SALA DE AULA

Fonte: pixabay.com

Segundo Freire (2006), o educador já não é apenas o que educa, mas o que,
enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado,
também educa. É preciso que o educador tenha antes de tudo competências técnicas
e sociais para ser capaz de identificar e de valorizar suas próprias competências,
dentro de sua profissão e dentro de outras práticas sociais, pois isto exige um trabalho
sobre sua própria relação com o saber e sua prática pedagógica visto que "um ensino
só poderá ser considerado de qualidade se oportunizar uma efetiva construção do
conhecimento, e não apenas uma acumulação de informações repassadas em sala
de aula, por todos os indivíduos envolvidos no processo” (BAZZO, 248).
Quando acreditamos que uma educação estruturada é essencial para os
indivíduos, a formação atual que se dá na relação professor-aluno é preocupante. No
entanto, o resultado do confronto entre educadores e estudantes acaba por abalar
essa estrutura, levando a professores insatisfeitos e ao conhecimento dos alunos
sobre as diferentes disciplinas em risco.
Neste sentido, pode-se dizer que o modo de se portar do professor deve ser
democrático, com respeito entre as partes e uma flexibilização em relação ao ponto
34
de vista do aluno, e saber articular sua mediação com o saber do aluno e ampliar esse
saber de forma a complementar o que o estudante adquiriu em seu meio social. É
importante entender qual o pensamento dos alunos em relação a determinada
matéria, através dessa percepção, o educador irá compor uma forma de ampliar essa
visão ou até mesmo mudar sua opinião sobre determinado assunto.

6.1 Didática e características do educador

Segundo Nidelcoff (1983), existem linhas que caracterizam o trabalho dos


professores, ou seja, são características que revelam a identidade do trabalho dos
mesmos.
 Professor Policial: estes educadores são caracterizados pelo autoritarismo.
Este professor se define como o único que sabe e ensina, e os alunos são
aqueles que não sabem, mas deveriam aprender. O aprendizado só pode ser
feito ouvindo e prestando atenção às pessoas que você conhece. O professor
policial busca manter uma disciplina em sala de aula, não perceber o meio
social em que o estudante vive, e também no momento de transmitir o ensino
somente se preocupa com o conteúdo e sua funcionalidade.
 Professor Povo: de acordo com Nidelcoff (1983), este tipo de professor não
se preocupa apenas com a aprendizagem intelectual, mas visa a formação de
atitudes, visto que seus alunos são pessoas e não “máquinas de aprender”. No
que diz respeito ao método de aprendizagem, sua linha geral é: “Partir da
observação e da análise de situações reais e concretas”.
 Professor Reflexivo: Segundo Mackay, (2003), os professores estão
constantemente tomando decisões, o que pode acontecer antes, durante e
depois da aula. Ainda segundo Mackay o professor reflexivo: guia para
investigação do comportamento em sala de aula, a autora trata de formas
variadas para se chegar a ser um professor reflexivo com dicas para uma
pesquisa ordenada, a fim de distinguir e solucionar problemas habituais de uma
sala de aula, motivando os professores às práticas reflexivas em seu contexto
de trabalho. Segundo Cadau (2000, p.89):

[...] o educador nunca estará definitivamente “pronto”, formado, pois


que sua preparação, sua maturação se faz no dia a dia, na mediação
teórica sobre sua prática. A sua constante atualização se fará pela
35
reflexão diurna sobre os dados de sua prática. Os âmbitos do
conhecimento que lhe servem de base não deverão ser facetados,
estanques e isoladas de tratamento do seu objeto de ação: a
educação. Mas serão, sim, formas de ver e compreender globalmente,
na totalidade, o seu objeto de ação.

6.2 Métodos de ensino pedagógicos: específicos, gerais e de conteúdos

A prática pedagógica é composta pela integração entre saberes profissionais


específicos e a capacidade de ajudar os alunos a construir seus próprios
conhecimentos. Neste sentido, o comportamento dos professores é essencial para a
conversão direcional (transposição didática) do conhecimento científico para o
acadêmico, contribuindo assim para o aumentando do nível de formação profissional
dos estudantes.
Nesta sequência a prática docente envolve tanto os procedimentos gerais da
ação, os quais se voltam para as ações e operações inerentes à atividade educativa,
quanto as estratégias mentais necessárias a incorporação e recombinação das
experiências e conhecimentos próprios a essa área de atuação. Os procedimentos e
as estratégias estão vinculados ao domínio específico de formação de cada professor
e ao campo para o qual se formam (ISAIA, 2006 apud BOLZAN e POWACZUK, 2009,
p. 95).
Isaia (2005) aborda os seguintes elementos mobilizadores e constitutivos da
docência no ensino superior: conteúdo específico, pedagógico geral e pedagógico do
conteúdo.
 Conteúdo pedagógico específico: diz respeito aos conteúdos básicos de
cada área. Esse saber é produzido por meio de estudos metodológicos
e empíricos dos processos ocorridos na natureza e na sociedade, em
prol de um maior conhecimento sobre o mundo em que vivemos. Desde
o século XIX, esse saber vem sendo organizado em disciplinas, que se
constituem na subdivisão dos conhecimentos específicos, possibilitando
a especialização e o domínio, cada vez mais profundo de cada área da
ciência (D’ÁVILA, 2011).
 Conteúdo pedagógico geral: neste conteúdo ocorre a inclusão de metas,
objetivos e finalidades educacionais, cuidando da aula e a interação dos
alunos, sendo que este conteúdo está relacionado à forma como os
alunos aprendem e se relacionam com outros conteúdos.
36
 Pedagógico do conteúdo: este conteúdo integra os dois outros
conteúdos, visando dar orientação ao professor na proposta de ensino
de cada matéria.

6.3 Formação pedagógica superior

Quando falamos em pedagogia em nível superior, é necessário pensar no


ensino e na formação dos professores, pois como já foi dito, ensinar neste nível é uma
atividade complexa. Pois de acordo com Cunha a formação;

[...] exige tanto uma preparação cuidadosa como singulares condições de


exercício, o que pode distingui-la de outras profissões [...] o exercício da
docência exige múltiplos saberes que precisam ser apropriados e
compreendidos em suas relações. A ciência pedagógica situa-se nesse
contexto e só com essa perspectiva contribui para a formação dos
professores (CUNHA, 2010, p. 25).

Libâneo (2001, p. 3), diz que a formação do docente é um campo de tensões,


de um lado, estão os pedagogos que insistem na necessidade de aquisição de
saberes pedagógicos e competências metodológicas e de mudanças de atitudes em
relação à tarefa de ensinar. De outro, estão os docentes que recusam essa
necessidade de formação pedagógica específica. A despeito disso, a condução
pedagógica da universidade supõe uma dupla convicção:
 De que o professor universitário possui duas especialidades
profissionais: a ser especialista na matéria e especialista no ensino
dessa matéria.
 De que, se houver algum lugar mais propício para promover mudanças
e inovações em vista da melhoria da qualidade de ensino, esse lugar é
o curso, com seus professores e alunos, e a forma, a gestão
participativa.
Apesar da tensão supracitada, a Lei de Diretrizes e Bases da educação brasileira nº.
9394/96 foge do plano da formação pedagógica. Anastasiou (2012 apud NOGUEIRA;
LIMA, 2012, p. 3) da força a essa abstenção feita pela LDB:

Quando existe alguma formação para a docência neste grau de ensino está
se encontra circunscrita “a uma disciplina de Metodologia do Ensino Superior,
nos momentos da pós-graduação, com carga horária média de 60 horas”.
Situa-se nesta disciplina, muitas vezes, as referências e orientações para o
professor universitário atuar em sala de aula. Não há uma exigência de

37
conhecimentos de base para o magistério e nem uma formação sistemática
propiciadora da construção de uma identidade profissional para a docência.

Em face da inexistência de legislação para a formação de professores no


ensino superior, e da falta de uma formação sistemática que ajude a estabelecer uma
imagem profissional da docência, há uma tensão entre a necessidade de saberes
docentes e a recusa de alguns docentes em buscar o saber profissional. O ensino e a
formação específicos continuarão a existir e terão um impacto negativo na excelência
profissional Educação universitária.

7 LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996

Fonte: pixabay.com

Estabelece as diretrizes e bases da educação


nacional.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
Da Educação
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na
vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais.

38
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve,
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática
social.
TÍTULO II
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de
liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação
dos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extraescolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
XII - consideração com a diversidade étnico-racial. (Incluído pela Lei nº 12.796,
de 2013)
XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da
vida. (Incluído pela Lei nº 13.632, de 2018)
TÍTULO III
Do Direito à Educação e do Dever de Educar
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado
mediante a garantia de:

39
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)
anos de idade, organizada da seguinte forma: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de
2013)
a) pré-escola; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
b) ensino fundamental; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
c) ensino médio; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de
idade; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente
na rede regular de ensino; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os
que não os concluíram na idade própria; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com
características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades,
garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência
na escola;
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por
meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e
quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do
processo de ensino-aprendizagem.
X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais
próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em que completar 4 (quatro)
anos de idade. (Incluído pela Lei nº 11.700, de 2008).
Art. 4º-A. É assegurado atendimento educacional, durante o período de
internação, ao aluno da educação básica internado para tratamento de saúde em
regime hospitalar ou domiciliar por tempo prolongado, conforme dispuser o Poder

40
Público em regulamento, na esfera de sua competência federativa. (Incluído pela Lei
nº 13.716, de 2018).
Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo,
podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização
sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério
Público, acionar o poder público para exigi-lo.(Redação dada pela Lei nº 12.796, de
2013)
§ 1º O poder público, na esfera de sua competência federativa,
deverá: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
I - recensear anualmente as crianças e adolescentes em idade escolar, bem
como os jovens e adultos que não concluíram a educação básica; (Redação dada pela
Lei nº 12.796, de 2013)
II - fazer-lhes a chamada pública;
III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público assegurará em
primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, nos termos deste artigo, contemplando
em seguida os demais níveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades
constitucionais e legais.
§ 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimidade
para peticionar no Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição
Federal, sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente.
§ 4º Comprovada a negligência da autoridade competente para garantir o
oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de
responsabilidade.
§ 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o Poder Público
criará formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino,
independentemente da escolarização anterior.
Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula das crianças na
educação básica a partir dos 4 (quatro) anos de idade. (Redação dada pela Lei nº
12.796, de 2013)
Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional e do respectivo
sistema de ensino;

41
II - autorização de funcionamento e avaliação de qualidade pelo Poder Público;
III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o previsto no art. 213 da
Constituição Federal.
Art. 7º-A Ao aluno regularmente matriculado em instituição de ensino pública
ou privada, de qualquer nível, é assegurado, no exercício da liberdade de consciência
e de crença, o direito de, mediante prévio e motivado requerimento, ausentar-se de
prova ou de aula marcada para dia em que, segundo os preceitos de sua religião, seja
vedado o exercício de tais atividades, devendo-se lhe atribuir, a critério da instituição
e sem custos para o aluno, uma das seguintes prestações alternativas, nos termos do
inciso VIII do caput do art. 5º da Constituição Federal: (Incluído pela Lei nº 13.796, de
2019) (Vigência)
I - prova ou aula de reposição, conforme o caso, a ser realizada em data
alternativa, no turno de estudo do aluno ou em outro horário agendado com sua
anuência expressa; (Incluído pela Lei nº 13.796, de 2019) (Vigência)
II - trabalho escrito ou outra modalidade de atividade de pesquisa, com tema,
objetivo e data de entrega definidos pela instituição de ensino. (Incluído pela Lei nº
13.796, de 2019) (Vigência)
§ 1º A prestação alternativa deverá observar os parâmetros curriculares e o
plano de aula do dia da ausência do aluno. (Incluído pela Lei nº 13.796, de
2019) (Vigência)
§ 2º O cumprimento das formas de prestação alternativa de que trata este artigo
substituirá a obrigação original para todos os efeitos, inclusive regularização do
registro de frequência. (Incluído pela Lei nº 13.796, de 2019) (Vigência)
§ 3º As instituições de ensino implementarão progressivamente, no prazo de 2
(dois) anos, as providências e adaptações necessárias à adequação de seu
funcionamento às medidas previstas neste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.796, de
2019) (Vigência) (Vide parágrafo único do art. 2)
§ 4º O disposto neste artigo não se aplica ao ensino militar a que se refere o
art. 83 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 13.796, de 2019) (Vigência)
TÍTULO IV
Da Organização da Educação Nacional
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em
regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.

42
§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação,
articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa,
redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais.
§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos desta
Lei.
Art. 9º A União incumbir-se-á de: (Regulamento)
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios;
II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do sistema
federal de ensino e o dos Territórios;
III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento
prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva;
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental
e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a
assegurar formação básica comum;
IV-A - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, diretrizes e procedimentos para identificação, cadastramento e
atendimento, na educação básica e na educação superior, de alunos com altas
habilidades ou superdotação; (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015)
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;
VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino
fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino,
objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;
VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;
VIII - assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação
superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este
nível de ensino;
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente,
os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema
de ensino. (Vide Lei nº 10.870, de 2004)

43
§ 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de Educação,
com funções normativas e de supervisão e atividade permanente, criado por lei.
§ 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União terá acesso a
todos os dados e informações necessários de todos os estabelecimentos e órgãos
educacionais.
§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos Estados
e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituições de educação superior.
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus
sistemas de ensino;
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino
fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das
responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos
financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com
as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas
ações e as dos seus Municípios;
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente,
os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema
de ensino;
V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio
a todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; (Redação dada
pela Lei nº 12.061, de 2009)
VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. (Incluído pela
Lei nº 10.709, de 31.7.2003)
Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referentes
aos Estados e aos Municípios.
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus
sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos
Estados;
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;

44
III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema
de ensino;
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o
ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando
estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com
recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à
manutenção e desenvolvimento do ensino.
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. (Incluído pela
Lei nº 10.709, de 31.7.2003)
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao sistema
estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de educação básica.
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as
do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de
integração da sociedade com a escola;
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso,
os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre
a execução da proposta pedagógica da escola; (Redação dada pela Lei nº 12.013, de
2009)
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município a relação dos alunos que
apresentem quantidade de faltas acima de 30% (trinta por cento) do percentual
permitido em lei; (Redação dada pela Lei nº 13.803, de 2019)
IX - promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos
os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying), no âmbito
das escolas; (Incluído pela Lei nº 13.663, de 2018)
X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas
escolas. (Incluído pela Lei nº 13.663, de 2018)

45
XI - promover ambiente escolar seguro, adotando estratégias de prevenção e
enfrentamento ao uso ou dependência de drogas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
2019)
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino;
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino;
III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor
rendimento;
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao
desenvolvimento profissional;
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a
comunidade.
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do
ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme
os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes.
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de
educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e
administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito
financeiro público.
Art. 16. O sistema federal de ensino compreende: (Regulamento)
I - as instituições de ensino mantidas pela União;
II - as instituições de educação superior mantidas pela iniciativa
privada; (Redação dada pela Lei nº 13.868, de 2019)
III - os órgãos federais de educação.
Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal compreendem:

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I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público
estadual e pelo Distrito Federal;
II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal;
III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela
iniciativa privada;
IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, respectivamente.
Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de educação infantil,
criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu sistema de ensino.
Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:
I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil mantidas
pelo Poder Público municipal;
II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa
privada;
III – os órgãos municipais de educação.
Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se nas
seguintes categorias administrativas: (Regulamento) (Regulamento)
I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e
administradas pelo Poder Público;
II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas físicas
ou jurídicas de direito privado.
III - comunitárias, na forma da lei. (Incluído pela Lei nº 13.868, de 2019)
§ 1º As instituições de ensino a que se referem os incisos II e III do caput deste
artigo podem qualificar-se como confessionais, atendidas a orientação confessional e
a ideologia específicas. (Incluído pela Lei nº 13.868, de 2019)
§ 2º As instituições de ensino a que se referem os incisos II e III do caput deste
artigo podem ser certificadas como filantrópicas, na forma da lei. (Incluído pela Lei nº
13.868, de 2019)
Art. 20 (Revogado pela Lei nº 13.868, de 2019)
TÍTULO V
Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino
CAPÍTULO I
Da Composição dos Níveis Escolares
Art. 21. A educação escolar compõe-se de:

47
I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e
ensino médio;
II - educação superior.
CAPÍTULO II
DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando,
assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e
fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos
semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados,
com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de
organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o
recomendar.
§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de
transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior, tendo como
base as normas curriculares gerais.
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, inclusive
climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso
reduzir o número de horas letivas previsto nesta Lei.
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada
de acordo com as seguintes regras comuns:
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas para o ensino
fundamental e para o ensino médio, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de
efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando
houver; (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do ensino
fundamental, pode ser feita:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou
fase anterior, na própria escola;
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;

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c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela
escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita
sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo
sistema de ensino;
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o
regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que preservada
a sequência do currículo, observadas as normas do respectivo sistema de ensino;
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries distintas,
com níveis equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino de línguas
estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares;
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência
dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período
sobre os de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do
aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao
período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas
instituições de ensino em seus regimentos;
VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu
regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima
de setenta e cinco por cento do total de horas letivas para aprovação;
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, declarações
de conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão de cursos, com as
especificações cabíveis.
§ 1º A carga horária mínima anual de que trata o inciso I do caput deverá ser
ampliada de forma progressiva, no ensino médio, para mil e quatrocentas horas,
devendo os sistemas de ensino oferecer, no prazo máximo de cinco anos, pelo menos
mil horas anuais de carga horária, a partir de 2 de março de 2017. (Incluído pela Lei
nº 13.415, de 2017)

49
§ 2o Os sistemas de ensino disporão sobre a oferta de educação de jovens e
adultos e de ensino noturno regular, adequado às condições do educando, conforme
o inciso VI do art. 4o. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades responsáveis alcançar
relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga horária e as
condições materiais do estabelecimento.
Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à vista das condições
disponíveis e das características regionais e locais, estabelecer parâmetro para
atendimento do disposto neste artigo.
Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino
médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de
ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos
educandos. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente,
o estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e
natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil.
§ 2o O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá
componente curricular obrigatório da educação básica. (Redação dada pela Lei nº
13.415, de 2017)
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é
componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa
ao aluno: (Redação dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; (Incluído pela
Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
II – maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar,
estiver obrigado à prática da educação física; (Incluído pela Lei nº 10.793, de
1º.12.2003)
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969; (Incluído
pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)

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§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das
diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das
matrizes indígena, africana e europeia.
§ 5º No currículo do ensino fundamental, a partir do sexto ano, será ofertada a
língua inglesa. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 6º As artes visuais, a dança, a música e o teatro são as linguagens que
constituirão o componente curricular de que trata o § 2o deste artigo. (Redação dada
pela Lei nº 13.278, de 2016)
§ 7º A integralização curricular poderá incluir, a critério dos sistemas de ensino,
projetos e pesquisas envolvendo os temas transversais de que trata
o caput. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 8º A exibição de filmes de produção nacional constituirá componente
curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua
exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais. (Incluído pela Lei nº
13.006, de 2014)
§ 9º Conteúdos relativos aos direitos humanos e à prevenção de todas as
formas de violência contra a criança e o adolescente serão incluídos, como temas
transversais, nos currículos escolares de que trata o caput deste artigo, tendo como
diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
observada a produção e distribuição de material didático adequado. (Incluído pela Lei
nº 13.010, de 2014)
§ 9º-A. A educação alimentar e nutricional será incluída entre os temas
transversais de que trata o caput. (Incluído pela Lei nº 13.666, de 2018)
§ 10. A inclusão de novos componentes curriculares de caráter obrigatório na
Base Nacional Comum Curricular dependerá de aprovação do Conselho Nacional de
Educação e de homologação pelo Ministro de Estado da Educação. (Incluído pela Lei
nº 13.415, de 2017)
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio,
públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira
e indígena. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
§ 1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos
aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira,
a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos

51
africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e
indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando
as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do
Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
§ 2º Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos
indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em
especial nas áreas de educação artística e de literatura e história
brasileiras. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as
seguintes diretrizes:
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres
dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática;
II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada
estabelecimento;
III - orientação para o trabalho;
IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não-
formais.
Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de
ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades
da vida rural e de cada região, especialmente:
I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e
interesses dos alunos da zona rural;
II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às
fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;
III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
Parágrafo único. O fechamento de escolas do campo, indígenas e quilombolas
será precedido de manifestação do órgão normativo do respectivo sistema de ensino,
que considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de Educação, a análise do
diagnóstico do impacto da ação e a manifestação da comunidade escolar. (Incluído
pela Lei nº 12.960, de 2014)
Seção II
Da Educação Infantil

52
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e
da comunidade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
Art. 30. A educação infantil será oferecida em:
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;
II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de
idade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras
comuns: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das
crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino
fundamental; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um
mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional; (Incluído pela Lei nº 12.796,
de 2013)
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno
parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral; (Incluído pela Lei nº 12.796, de
2013)
IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a
frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas; (Incluído pela Lei
nº 12.796, de 2013)
V - expedição de documentação que permita atestar os processos de
desenvolvimento e aprendizagem da criança. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
Seção III
Do Ensino Fundamental
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos,
gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a
formação básica do cidadão, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006)
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos
o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

53
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em
ciclos.
§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem
adotar no ensino fundamental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da
avaliação do processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo
sistema de ensino.
§ 3º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa,
assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e
processos próprios de aprendizagem.
§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado
como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais.
§ 5º O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo
que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei
no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente,
observada a produção e distribuição de material didático adequado.(Incluído pela Lei
nº 11.525, de 2007).
§ 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema transversal
nos currículos do ensino fundamental. (Incluído pela Lei nº 12.472, de 2011).
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da
formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas
públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa
do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. (Redação dada pela Lei nº
9.475, de 22.7.1997)
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição
dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e
admissão dos professores. (Incluído pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes
denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino
religioso. (Incluído pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)

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Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro
horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o
período de permanência na escola.
§ 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de
organização autorizadas nesta Lei.
§ 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo
integral, a critério dos sistemas de ensino.
Seção IV
Do Ensino Médio
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima
de três anos, terá como finalidades:
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino
fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas
condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação
ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de
aprendizagem do ensino médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional de
Educação, nas seguintes áreas do conhecimento: (Incluído pela Lei nº 13.415, de
2017)
I - linguagens e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
II - matemática e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
III - ciências da natureza e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº 13.415, de
2017)
IV - ciências humanas e sociais aplicadas. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 1º A parte diversificada dos currículos de que trata o caput do art. 26, definida
em cada sistema de ensino, deverá estar harmonizada à Base Nacional Comum
Curricular e ser articulada a partir do contexto histórico, econômico, social, ambiental
e cultural. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)

55
§ 2º A Base Nacional Comum Curricular referente ao ensino médio incluirá
obrigatoriamente estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia.
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 3º O ensino da língua portuguesa e da matemática será obrigatório nos três
anos do ensino médio, assegurada às comunidades indígenas, também, a utilização
das respectivas línguas maternas. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 4º Os currículos do ensino médio incluirão, obrigatoriamente, o estudo da
língua inglesa e poderão ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter optativo,
preferencialmente o espanhol, de acordo com a disponibilidade de oferta, locais e
horários definidos pelos sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 5º A carga horária destinada ao cumprimento da Base Nacional Comum
Curricular não poderá ser superior a mil e oitocentas horas do total da carga horária
do ensino médio, de acordo com a definição dos sistemas de ensino. (Incluído pela
Lei nº 13.415, de 2017)
§ 6º A União estabelecerá os padrões de desempenho esperados para o ensino
médio, que serão referência nos processos nacionais de avaliação, a partir da Base
Nacional Comum Curricular. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 7º Os currículos do ensino médio deverão considerar a formação integral do
aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de
vida e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais. (Incluído
pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 8º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação processual e
formativa serão organizados nas redes de ensino por meio de atividades teóricas e
práticas, provas orais e escritas, seminários, projetos e atividades on-line, de tal forma
que ao final do ensino médio o educando demonstre: (Incluído pela Lei nº 13.415, de
2017)
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção
moderna; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem. (Incluído pela Lei
nº 13.415, de 2017)
Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional
Comum Curricular e por itinerários formativos, que deverão ser organizados por meio
da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto

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local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber: (Redação dada pela Lei nº
13.415, de 2017)
I - linguagens e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
II - matemática e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
III - ciências da natureza e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei nº 13.415,
de 2017)
IV - ciências humanas e sociais aplicadas; (Redação dada pela Lei nº 13.415,
de 2017)
V - formação técnica e profissional. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 1o A organização das áreas de que trata o caput e das respectivas
competências e habilidades será feita de acordo com critérios estabelecidos em cada
sistema de ensino. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 3º A critério dos sistemas de ensino, poderá ser composto itinerário formativo
integrado, que se traduz na composição de componentes curriculares da Base
Nacional Comum Curricular - BNCC e dos itinerários formativos, considerando os
incisos I a V do caput. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 5º Os sistemas de ensino, mediante disponibilidade de vagas na rede,
possibilitarão ao aluno concluinte do ensino médio cursar mais um itinerário formativo
de que trata o caput. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 6º A critério dos sistemas de ensino, a oferta de formação com ênfase
técnica e profissional considerará: (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
I - a inclusão de vivências práticas de trabalho no setor produtivo ou em
ambientes de simulação, estabelecendo parcerias e fazendo uso, quando aplicável,
de instrumentos estabelecidos pela legislação sobre aprendizagem
profissional; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
II - a possibilidade de concessão de certificados intermediários de qualificação
para o trabalho, quando a formação for estruturada e organizada em etapas com
terminalidade. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 7º A oferta de formações experimentais relacionadas ao inciso V do caput,
em áreas que não constem do Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, dependerá,
para sua continuidade, do reconhecimento pelo respectivo Conselho Estadual de

57
Educação, no prazo de três anos, e da inserção no Catálogo Nacional dos Cursos
Técnicos, no prazo de cinco anos, contados da data de oferta inicial da
formação. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ § 8º A oferta de formação técnica e profissional a que se refere o inciso V
do caput, realizada na própria instituição ou em parceria com outras instituições,
deverá ser aprovada previamente pelo Conselho Estadual de Educação, homologada
pelo Secretário Estadual de Educação e certificada pelos sistemas de ensino.
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 9º As instituições de ensino emitirão certificado com validade nacional, que
habilitará o concluinte do ensino médio ao prosseguimento dos estudos em nível
superior ou em outros cursos ou formações para os quais a conclusão do ensino
médio seja etapa obrigatória. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 10. Além das formas de organização previstas no art. 23, o ensino médio
poderá ser organizado em módulos e adotar o sistema de créditos com terminalidade
específica. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 11. Para efeito de cumprimento das exigências curriculares do ensino médio,
os sistemas de ensino poderão reconhecer competências e firmar convênios com
instituições de educação a distância com notório reconhecimento, mediante as
seguintes formas de comprovação: (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
I - demonstração prática; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
II - experiência de trabalho supervisionado ou outra experiência adquirida fora
do ambiente escolar; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
III - atividades de educação técnica oferecidas em outras instituições de ensino
credenciadas; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
IV - cursos oferecidos por centros ou programas ocupacionais; (Incluído pela
Lei nº 13.415, de 2017)
V - estudos realizados em instituições de ensino nacionais ou
estrangeiras; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
VI - cursos realizados por meio de educação a distância ou educação
presencial mediada por tecnologias. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 12. As escolas deverão orientar os alunos no processo de escolha das áreas
de conhecimento ou de atuação profissional previstas no caput. (Incluído pela Lei nº
13.415, de 2017)

58
Seção IV-A
Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio (Incluído pela Lei nº 11.741,
de 2008)
Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o ensino
médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de
profissões técnicas. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, as
habilitações profissionais poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos
de ensino médio ou em cooperação com instituições especializadas em educação
profissional. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 36-B. A educação profissional técnica de nível médio será desenvolvida
nas seguintes formas: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
I - articulada com o ensino médio; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
II - subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o ensino
médio. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível médio deverá
observar: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes curriculares nacionais
estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação; (Incluído pela Lei nº 11.741, de
2008)
II - as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino; (Incluído
pela Lei nº 11.741, de 2008)
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu projeto
pedagógico. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 36-C. A educação profissional técnica de nível médio articulada, prevista
no inciso I do caput do art. 36-B desta Lei, será desenvolvida de forma: (Incluído pela
Lei nº 11.741, de 2008)
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino
fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à habilitação
profissional técnica de nível médio, na mesma instituição de ensino, efetuando-se
matrícula única para cada aluno; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)

59
II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio ou já o esteja
cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada curso, e podendo
ocorrer: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades
educacionais disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as oportunidades
educacionais disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios de
intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao desenvolvimento de projeto
pedagógico unificado. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educação profissional técnica de nível
médio, quando registrados, terão validade nacional e habilitarão ao prosseguimento
de estudos na educação superior. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Parágrafo único. Os cursos de educação profissional técnica de nível médio,
nas formas articulada concomitante e subsequente, quando estruturados e
organizados em etapas com terminalidade, possibilitarão a obtenção de certificados
de qualificação para o trabalho após a conclusão, com aproveitamento, de cada etapa
que caracterize uma qualificação para o trabalho. (Incluído pela Lei nº 11.741, de
2008)
Seção V
Da Educação de Jovens e Adultos
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não
tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade
própria e constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da
vida. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018)
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos
adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades
educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus
interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do
trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.

60
§ 3º A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente,
com a educação profissional, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.741,
de 2008)
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que
compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento
de estudos em caráter regular.
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze
anos;
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios
informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.
CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Da Educação Profissional e Tecnológica (Redação dada pela Lei nº 11.741, de
2008)
Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos objetivos
da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e
às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. (Redação dada pela Lei nº
11.741, de 2008)
§ 1º Os cursos de educação profissional e tecnológica poderão ser organizados
por eixos tecnológicos, possibilitando a construção de diferentes itinerários formativos,
observadas as normas do respectivo sistema e nível de ensino. (Incluído pela Lei nº
11.741, de 2008)
§ 2º A educação profissional e tecnológica abrangerá os seguintes
cursos: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
I – de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; (Incluído pela
Lei nº 11.741, de 2008)
II – de educação profissional técnica de nível médio; (Incluído pela Lei nº
11.741, de 2008)
III – de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação.
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)

61
§ 3º Os cursos de educação profissional tecnológica de graduação e pós-
graduação organizar-se-ão, no que concerne a objetivos, características e duração,
de acordo com as diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho
Nacional de Educação. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em articulação com o ensino
regular ou por diferentes estratégias de educação continuada, em instituições
especializadas ou no ambiente de trabalho. (Regulamento)
(Regulamento) (Regulamento)
Art. 41. O conhecimento adquirido na educação profissional e tecnológica,
inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação
para prosseguimento ou conclusão de estudos. (Redação dada pela Lei nº 11.741, de
2008)
Art. 42. As instituições de educação profissional e tecnológica, além dos seus
cursos regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada
a matrícula à capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível de
escolaridade. (Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
CAPÍTULO IV
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do
pensamento reflexivo;
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a
inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da
sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o
desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse
modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicações ou de outras formas de comunicação;
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e
possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão

62
sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada
geração;
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular
os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer
com esta uma relação de reciprocidade;
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à
difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa
científica e tecnológica geradas na instituição.
VIII - atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação
básica, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização de
pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que
aproximem os dois níveis escolares. (Incluído pela Lei nº 13.174, de 2015)
Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas:
(Regulamento)
I - cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência,
abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de
ensino, desde que tenham concluído o ensino médio ou equivalente; (Redação dada
pela Lei nº 11.632, de 2007).
II - de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio
ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo;
III - de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado,
cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados
em cursos de graduação e que atendam às exigências das instituições de ensino;
IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos
estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino.
§ 1º O resultado do processo seletivo referido no inciso II do caput deste artigo
será tornado público pela instituição de ensino superior, sendo obrigatórios a
divulgação da relação nominal dos classificados, a respectiva ordem de classificação
e o cronograma das chamadas para matrícula, de acordo com os critérios para
preenchimento das vagas constantes do edital, assegurado o direito do candidato,
classificado ou não, a ter acesso a suas notas ou indicadores de desempenho em
provas, exames e demais atividades da seleção e a sua posição na ordem de
classificação de todos os candidatos. (Redação dada pela Lei nº 13.826, de 2019)

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§ 2º No caso de empate no processo seletivo, as instituições públicas de ensino
superior darão prioridade de matrícula ao candidato que comprove ter renda familiar
inferior a dez salários mínimos, ou ao de menor renda familiar, quando mais de um
candidato preencher o critério inicial. (Incluído pela Lei nº 13.184, de 2015)
§ 3º O processo seletivo referido no inciso II considerará as competências e
as habilidades definidas na Base Nacional Comum Curricular. (Incluído pela lei nº
13.415, de 2017)
Art. 45. A educação superior será ministrada em instituições de ensino superior,
públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou
especialização. (Regulamento) (Regulamento)
Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o
credenciamento de instituições de educação superior, terão prazos limitados, sendo
renovados, periodicamente, após processo regular de
avaliação. (Regulamento) (Regulamento) (Vide Lei nº 10.870, de 2004)
§ 1º Após um prazo para saneamento de deficiências eventualmente
identificadas pela avaliação a que se refere este artigo, haverá reavaliação, que
poderá resultar, conforme o caso, em desativação de cursos e habilitações, em
intervenção na instituição, em suspensão temporária de prerrogativas da autonomia,
ou em descredenciamento. (Regulamento) (Regulamento) (Vide Lei nº 10.870, de
2004)
§ 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo responsável por sua
manutenção acompanhará o processo de saneamento e fornecerá recursos
adicionais, se necessários, para a superação das deficiências.
§ 3º No caso de instituição privada, além das sanções previstas no § 1 o deste
artigo, o processo de reavaliação poderá resultar em redução de vagas autorizadas e
em suspensão temporária de novos ingressos e de oferta de cursos. (Incluído pela Lei
nº 13.530, de 2017)
§ 4º É facultado ao Ministério da Educação, mediante procedimento específico
e com aquiescência da instituição de ensino, com vistas a resguardar os interesses
dos estudantes, comutar as penalidades previstas nos §§ 1º e 3º deste artigo por
outras medidas, desde que adequadas para superação das deficiências e
irregularidades constatadas. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)

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§ 5º Para fins de regulação, os Estados e o Distrito Federal deverão adotar os
critérios definidos pela União para autorização de funcionamento de curso de
graduação em Medicina. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)
Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular, independente do ano civil,
tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo
reservado aos exames finais, quando houver.
§ 1o As instituições informarão aos interessados, antes de cada período letivo,
os programas dos cursos e demais componentes curriculares, sua duração, requisitos,
qualificação dos professores, recursos disponíveis e critérios de avaliação, obrigando-
se a cumprir as respectivas condições, e a publicação deve ser feita, sendo as 3 (três)
primeiras formas concomitantemente:(Redação dada pela lei nº 13.168, de 2015)
I - em página específica na internet no sítio eletrônico oficial da instituição de
ensino superior, obedecido o seguinte: (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
a) toda publicação a que se refere esta Lei deve ter como título “Grade e Corpo
Docente”; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
b) a página principal da instituição de ensino superior, bem como a página da
oferta de seus cursos aos ingressantes sob a forma de vestibulares, processo seletivo
e outras com a mesma finalidade, deve conter a ligação desta com a página específica
prevista neste inciso; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
c) caso a instituição de ensino superior não possua sítio eletrônico, deve criar
página específica para divulgação das informações de que trata esta Lei; (Incluída
pela lei nº 13.168, de 2015)
d) a página específica deve conter a data completa de sua última
atualização; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
II - em toda propaganda eletrônica da instituição de ensino superior, por meio
de ligação para a página referida no inciso I; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
III - em local visível da instituição de ensino superior e de fácil acesso ao
público; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
IV - deve ser atualizada semestralmente ou anualmente, de acordo com a
duração das disciplinas de cada curso oferecido, observando o seguinte: (Incluído
pela lei nº 13.168, de 2015)
a) caso o curso mantenha disciplinas com duração diferenciada, a publicação
deve ser semestral; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)

65
b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês antes do início das aulas; (Incluída
pela lei nº 13.168, de 2015)
c) caso haja mudança na grade do curso ou no corpo docente até o início das
aulas, os alunos devem ser comunicados sobre as alterações; (Incluída pela lei nº
13.168, de 2015)
V - deve conter as seguintes informações: (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
a) a lista de todos os cursos oferecidos pela instituição de ensino
superior; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
b) a lista das disciplinas que compõem a grade curricular de cada curso e as
respectivas cargas horárias; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
c) a identificação dos docentes que ministrarão as aulas em cada curso, as
disciplinas que efetivamente ministrará naquele curso ou cursos, sua titulação,
abrangendo a qualificação profissional do docente e o tempo de casa do docente, de
forma total, contínua ou intermitente. (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
§ 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento nos estudos,
demonstrado por meio de provas e outros instrumentos de avaliação específicos,
aplicados por banca examinadora especial, poderão ter abreviada a duração dos seus
cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino.
§ 3º É obrigatória a frequência de alunos e professores, salvo nos programas
de educação a distância.
§ 4º As instituições de educação superior oferecerão, no período noturno,
cursos de graduação nos mesmos padrões de qualidade mantidos no período diurno,
sendo obrigatória a oferta noturna nas instituições públicas, garantida a necessária
previsão orçamentária.
Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados,
terão validade nacional como prova da formação recebida por seu titular.
§ 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas próprias
registrados, e aqueles conferidos por instituições não-universitárias serão registrados
em universidades indicadas pelo Conselho Nacional de Educação.
§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por universidades estrangeiras
serão revalidados por universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e
área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais de reciprocidade ou
equiparação.

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§ 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por universidades
estrangeiras só poderão ser reconhecidos por universidades que possuam cursos de
pós-graduação reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimento e em nível
equivalente ou superior.
Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a transferência de
alunos regulares, para cursos afins, na hipótese de existência de vagas, e mediante
processo seletivo.
Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão na forma da
lei. (Regulamento)
Art. 50. As instituições de educação superior, quando da ocorrência de vagas,
abrirão matrícula nas disciplinas de seus cursos a alunos não regulares que
demonstrarem capacidade de cursá-las com proveito, mediante processo seletivo
prévio.
Art. 51. As instituições de educação superior credenciadas como universidades,
ao deliberar sobre critérios e normas de seleção e admissão de estudantes, levarão
em conta os efeitos desses critérios sobre a orientação do ensino médio, articulando-
se com os órgãos normativos dos sistemas de ensino.
Art. 52. As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos
quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e
cultivo do saber humano, que se caracterizam por: (Regulamento) (Regulamento)
I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos
temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto
regional e nacional;
II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de
mestrado ou doutorado;
III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral.
Parágrafo único. É facultada a criação de universidades especializadas por
campo do saber. (Regulamento) (Regulamento)
Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas às universidades,
sem prejuízo de outras, as seguintes atribuições:
I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação
superior previstos nesta Lei, obedecendo às normas gerais da União e, quando for o
caso, do respectivo sistema de ensino; (Regulamento)

67
II - fixar os currículos dos seus cursos e programas, observadas as diretrizes
gerais pertinentes;
III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa científica, produção
artística e atividades de extensão;
IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade institucional e as
exigências do seu meio;
V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em consonância com as
normas gerais atinentes;
VI - conferir graus, diplomas e outros títulos;
VII - firmar contratos, acordos e convênios;
VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos
referentes a obras, serviços e aquisições em geral, bem como administrar
rendimentos conforme dispositivos institucionais;
IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no ato de
constituição, nas leis e nos respectivos estatutos;
X - receber subvenções, doações, heranças, legados e cooperação financeira
resultante de convênios com entidades públicas e privadas.
§ 1º Para garantir a autonomia didático-científica das universidades, caberá aos
seus colegiados de ensino e pesquisa decidir, dentro dos recursos orçamentários
disponíveis, sobre: (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos; (Redação dada pela
Lei nº 13.490, de 2017)
II - ampliação e diminuição de vagas; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de
2017)
III - elaboração da programação dos cursos; (Redação dada pela Lei nº 13.490,
de 2017)
IV - programação das pesquisas e das atividades de extensão; (Redação dada
pela Lei nº 13.490, de 2017)
V - contratação e dispensa de professores; (Redação dada pela Lei nº 13.490,
de 2017)
VI - planos de carreira docente. (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017)

68
§ 2º As doações, inclusive monetárias, podem ser dirigidas a setores ou
projetos específicos, conforme acordo entre doadores e universidades. (Incluído pela
Lei nº 13.490, de 2017)
§ 3º No caso das universidades públicas, os recursos das doações devem ser
dirigidos ao caixa único da instituição, com destinação garantida às unidades a serem
beneficiadas. (Incluído pela Lei nº 13.490, de 2017)
Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público gozarão, na forma da
lei, de estatuto jurídico especial para atender às peculiaridades de sua estrutura,
organização e financiamento pelo Poder Público, assim como dos seus planos de
carreira e do regime jurídico do seu pessoal. (Regulamento) (Regulamento)
§ 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições asseguradas pelo
artigo anterior, as universidades públicas poderão:
I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e administrativo, assim
como um plano de cargos e salários, atendidas as normas gerais pertinentes e os
recursos disponíveis;
II - elaborar o regulamento de seu pessoal em conformidade com as normas
gerais concernentes;
III - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos
referentes a obras, serviços e aquisições em geral, de acordo com os recursos
alocados pelo respectivo Poder mantenedor;
IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais;
V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas peculiaridades de
organização e funcionamento;
VI - realizar operações de crédito ou de financiamento, com aprovação do
Poder competente, para aquisição de bens imóveis, instalações e equipamentos;
VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras providências de ordem
orçamentária, financeira e patrimonial necessárias ao seu bom desempenho.
§ 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser estendidas a
instituições que comprovem alta qualificação para o ensino ou para a pesquisa, com
base em avaliação realizada pelo Poder Público.
Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Orçamento Geral,
recursos suficientes para manutenção e desenvolvimento das instituições de
educação superior por ela mantidas.

69
Art. 56. As instituições públicas de educação superior obedecerão ao princípio
da gestão democrática, assegurada a existência de órgãos colegiados deliberativos,
de que participarão os segmentos da comunidade institucional, local e regional.
Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão setenta por cento
dos assentos em cada órgão colegiado e comissão, inclusive nos que tratarem da
elaboração e modificações estatutárias e regimentais, bem como da escolha de
dirigentes.
Art. 57. Nas instituições públicas de educação superior, o professor ficará
obrigado ao mínimo de oito horas semanais de aulas. (Regulamento)
CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de
ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola
regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não
for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, nos termos do caput deste artigo, tem início
na educação infantil e estende-se ao longo da vida, observados o inciso III do art. 4º
e o parágrafo único do art. 60 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018)
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específicos, para atender às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível
exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e
aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;

70
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados
para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida
em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade
de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins,
bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística,
intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
Art. 59-A. O poder público deverá instituir cadastro nacional de alunos com
altas habilidades ou superdotação matriculados na educação básica e na educação
superior, a fim de fomentar a execução de políticas públicas destinadas ao
desenvolvimento pleno das potencialidades desse alunado.(Incluído pela Lei nº
13.234, de 2015)
Parágrafo único. A identificação precoce de alunos com altas habilidades ou
superdotação, os critérios e procedimentos para inclusão no cadastro referido
no caput deste artigo, as entidades responsáveis pelo cadastramento, os mecanismos
de acesso aos dados do cadastro e as políticas de desenvolvimento das
potencialidades do alunado de que trata o caput serão definidos em regulamento.
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios
de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com
atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo
Poder Público.
Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial, a
ampliação do atendimento aos educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na própria rede pública regular
de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste
artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
TÍTULO VI
Dos Profissionais da Educação

71
Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que, nela
estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos,
são: (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na
educação infantil e nos ensinos fundamental e médio; (Redação dada pela Lei nº
12.014, de 2009)
II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com
habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação
educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas
áreas; (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou
superior em área pedagógica ou afim. (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de
ensino, para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação ou experiência
profissional, atestados por titulação específica ou prática de ensino em unidades
educacionais da rede pública ou privada ou das corporações privadas em que tenham
atuado, exclusivamente para atender ao inciso V do caput do art. 36; (Incluído pela lei
nº 13.415, de 2017)
V - profissionais graduados que tenham feito complementação pedagógica,
conforme disposto pelo Conselho Nacional de Educação. (Incluído pela lei nº 13.415,
de 2017)
Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo a
atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos
das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como
fundamentos: (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos
fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho; (Incluído pela Lei
nº 12.014, de 2009)
II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e
capacitação em serviço; (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições
de ensino e em outras atividades. (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)

72
Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em
nível superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima para
o exercício do magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino
fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal. (Redação dada pela
lei nº 13.415, de 2017)
§ 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime de
colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos
profissionais de magistério. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009).
§ 2º A formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério
poderão utilizar recursos e tecnologias de educação a distância. (Incluído pela Lei nº
12.056, de 2009).
§ 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará preferência ao
ensino presencial, subsidiariamente fazendo uso de recursos e tecnologias de
educação a distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009).
§ 4º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios adotarão
mecanismos facilitadores de acesso e permanência em cursos de formação de
docentes em nível superior para atuar na educação básica pública. (Incluído pela Lei
nº 12.796, de 2013)
§ 5º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios incentivarão a
formação de profissionais do magistério para atuar na educação básica pública
mediante programa institucional de bolsa de iniciação à docência a estudantes
matriculados em cursos de licenciatura, de graduação plena, nas instituições de
educação superior. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 6º O Ministério da Educação poderá estabelecer nota mínima em exame
nacional aplicado aos concluintes do ensino médio como pré-requisito para o ingresso
em cursos de graduação para formação de docentes, ouvido o Conselho Nacional de
Educação - CNE. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 8º Os currículos dos cursos de formação de docentes terão por referência a
Base Nacional Comum Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017) (Vide Lei nº
13.415, de 2017)

73
Art. 62-A. A formação dos profissionais a que se refere o inciso III do art. 61
far-se-á por meio de cursos de conteúdo técnico-pedagógico, em nível médio ou
superior, incluindo habilitações tecnológicas. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para os profissionais a
que se refere o caput, no local de trabalho ou em instituições de educação básica e
superior, incluindo cursos de educação profissional, cursos superiores de graduação
plena ou tecnológicos e de pós-graduação. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
Art. 62-B. O acesso de professores das redes públicas de educação básica a
cursos superiores de pedagogia e licenciatura será efetivado por meio de processo
seletivo diferenciado. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017)
§ 1º Terão direito de pleitear o acesso previsto no caput deste artigo os
professores das redes públicas municipais, estaduais e federal que ingressaram por
concurso público, tenham pelo menos três anos de exercício da profissão e não sejam
portadores de diploma de graduação. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017)
§ 2º As instituições de ensino responsáveis pela oferta de cursos de pedagogia
e outras licenciaturas definirão critérios adicionais de seleção sempre que acorrerem
aos certames interessados em número superior ao de vagas disponíveis para os
respectivos cursos. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017)
§ 3º Sem prejuízo dos concursos seletivos a serem definidos em regulamento
pelas universidades, terão prioridade de ingresso os professores que optarem por
cursos de licenciatura em matemática, física, química, biologia e língua
portuguesa. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017)
Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão: (Regulamento)
I - cursos formadores de profissionais para a educação básica, inclusive o curso
normal superior, destinado à formação de docentes para a educação infantil e para as
primeiras séries do ensino fundamental;
II - programas de formação pedagógica para portadores de diplomas de
educação superior que queiram se dedicar à educação básica;
III - programas de educação continuada para os profissionais de educação dos
diversos níveis.
Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração,
planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação
básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-

74
graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base
comum nacional.
Art. 65. A formação docente, exceto para a educação superior, incluirá prática
de ensino de, no mínimo, trezentas horas.
Art. 66. A preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível
de pós-graduação, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado.
Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por universidade com curso de
doutorado em área afim, poderá suprir a exigência de título acadêmico.
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da
educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de
carreira do magistério público:
I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento
periódico remunerado para esse fim;
III - piso salarial profissional;
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação
do desempenho;
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga
de trabalho;
VI - condições adequadas de trabalho.
§ 1º A experiência docente é pré-requisito para o exercício profissional de
quaisquer outras funções de magistério, nos termos das normas de cada sistema de
ensino. (Renumerado pela Lei nº 11.301, de 2006)
§ 2º Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no § 8o do art. 201 da
Constituição Federal, são consideradas funções de magistério as exercidas por
professores e especialistas em educação no desempenho de atividades educativas,
quando exercidas em estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e
modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de unidade
escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico. (Incluído pela Lei nº
11.301, de 2006)
§ 3º A União prestará assistência técnica aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios na elaboração de concursos públicos para provimento de cargos dos
profissionais da educação. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)

75
TÍTULO VII
Dos Recursos financeiros
Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os originários de:
I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios;
II - receita de transferências constitucionais e outras transferências;
III - receita do salário-educação e de outras contribuições sociais;
IV - receita de incentivos fiscais;
V - outros recursos previstos em lei.
Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas
respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de impostos,
compreendidas as transferências constitucionais, na manutenção e desenvolvimento
do ensino público. (Vide Medida Provisória nº 773, de 2017) (Vigência encerrada)
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios,
não será considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo
que a transferir.
§ 2º Serão consideradas excluídas das receitas de impostos mencionadas
neste artigo as operações de crédito por antecipação de receita orçamentária de
impostos.
§ 3º Para fixação inicial dos valores correspondentes aos mínimos estatuídos
neste artigo, será considerada a receita estimada na lei do orçamento anual, ajustada,
quando for o caso, por lei que autorizar a abertura de créditos adicionais, com base
no eventual excesso de arrecadação.
§ 4º As diferenças entre a receita e a despesa previstas e as efetivamente
realizadas, que resultem no não atendimento dos percentuais mínimos obrigatórios,
serão apuradas e corrigidas a cada trimestre do exercício financeiro.
§ 5º O repasse dos valores referidos neste artigo do caixa da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios ocorrerá imediatamente ao órgão
responsável pela educação, observados os seguintes prazos:
I - recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de cada mês, até o vigésimo
dia;

76
II - recursos arrecadados do décimo primeiro ao vigésimo dia de cada mês, até
o trigésimo dia;
III - recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia ao final de cada mês, até o
décimo dia do mês subsequente.
§ 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a correção monetária e à
responsabilização civil e criminal das autoridades competentes.
Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do ensino
as despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos básicos das
instituições educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se destinam a:
I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profissionais
da educação;
II - aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e
equipamentos necessários ao ensino;
III – uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino;
IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando precipuamente ao
aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino;
V - realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento dos sistemas
de ensino;
VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e privadas;
VII - amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender ao
disposto nos incisos deste artigo;
VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção de programas de
transporte escolar.
Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e desenvolvimento do
ensino aquelas realizadas com:
I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou, quando
efetivada fora dos sistemas de ensino, que não vise, precipuamente, ao
aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão;
II - subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial,
desportivo ou cultural;
III - formação de quadros especiais para a administração pública, sejam
militares ou civis, inclusive diplomáticos;

77
IV - programas suplementares de alimentação, assistência médico-
odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras formas de assistência social;
V - obras de infraestrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta ou
indiretamente a rede escolar;
VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em desvio
de função ou em atividade alheia à manutenção e desenvolvimento do ensino.
Art. 72. As receitas e despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino
serão apuradas e publicadas nos balanços do Poder Público, assim como nos
relatórios a que se refere o § 3º do art. 165 da Constituição Federal.
Art. 73. Os órgãos fiscalizadores examinarão, prioritariamente, na prestação de
contas de recursos públicos, o cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição
Federal, no art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e na legislação
concernente.
Art. 74. A União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, estabelecerá padrão mínimo de oportunidades educacionais para o
ensino fundamental, baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, capaz de
assegurar ensino de qualidade.
Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este artigo será calculado pela
União ao final de cada ano, com validade para o ano subsequente, considerando
variações regionais no custo dos insumos e as diversas modalidades de ensino.
Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da União e dos Estados será exercida
de modo a corrigir, progressivamente, as disparidades de acesso e garantir o padrão
mínimo de qualidade de ensino.
§ 1º A ação a que se refere este artigo obedecerá a fórmula de domínio público
que inclua a capacidade de atendimento e a medida do esforço fiscal do respectivo
Estado, do Distrito Federal ou do Município em favor da manutenção e do
desenvolvimento do ensino.
§ 2º A capacidade de atendimento de cada governo será definida pela razão
entre os recursos de uso constitucionalmente obrigatório na manutenção e
desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno, relativo ao padrão mínimo de
qualidade.

78
§ 3º Com base nos critérios estabelecidos nos §§ 1º e 2º, a União poderá fazer
a transferência direta de recursos a cada estabelecimento de ensino, considerado o
número de alunos que efetivamente frequentam a escola.
§ 4º A ação supletiva e redistributiva não poderá ser exercida em favor do
Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios se estes oferecerem vagas, na área de
ensino de sua responsabilidade, conforme o inciso VI do art. 10 e o inciso V do art. 11
desta Lei, em número inferior à sua capacidade de atendimento.
Art. 76. A ação supletiva e redistributiva prevista no artigo anterior ficará
condicionada ao efetivo cumprimento pelos Estados, Distrito Federal e Municípios do
disposto nesta Lei, sem prejuízo de outras prescrições legais.
Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo
ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas que:
I - comprovem finalidade não-lucrativa e não distribuam resultados, dividendos,
bonificações, participações ou parcela de seu patrimônio sob nenhuma forma ou
pretexto;
II - apliquem seus excedentes financeiros em educação;
III - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária,
filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas
atividades;
IV - prestem contas ao Poder Público dos recursos recebidos.
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de
estudo para a educação básica, na forma da lei, para os que demonstrarem
insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede
pública de domicílio do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir
prioritariamente na expansão da sua rede local.
§ 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber apoio
financeiro do Poder Público, inclusive mediante bolsas de estudo.
TÍTULO VIII
Das Disposições Gerais
Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências
federais de fomento à cultura e de assistência aos índios, desenvolverá programas
integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar bilíngue e
intercultural aos povos indígenas, com os seguintes objetivos:

79
I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas
memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas
línguas e ciências;
II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações,
conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e demais sociedades
indígenas e não-índias.
Art. 79. A União apoiará técnica e financeiramente os sistemas de ensino no
provimento da educação intercultural às comunidades indígenas, desenvolvendo
programas integrados de ensino e pesquisa.
§ 1º Os programas serão planejados com audiência das comunidades
indígenas.
§ 2º Os programas a que se refere este artigo, incluídos nos Planos Nacionais
de Educação, terão os seguintes objetivos:
I - fortalecer as práticas socioculturais e a língua materna de cada comunidade
indígena;
II - manter programas de formação de pessoal especializado, destinado à
educação escolar nas comunidades indígenas;
III - desenvolver currículos e programas específicos, neles incluindo os
conteúdos culturais correspondentes às respectivas comunidades;
IV - elaborar e publicar sistematicamente material didático específico e
diferenciado.
§ 3º No que se refere à educação superior, sem prejuízo de outras ações, o
atendimento aos povos indígenas efetivar-se-á, nas universidades públicas e
privadas, mediante a oferta de ensino e de assistência estudantil, assim como de
estímulo à pesquisa e desenvolvimento de programas especiais. (Incluído pela Lei nº
12.416, de 2011)
Art. 79-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)
Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia
Nacional da Consciência Negra’. (Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de
programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de
educação continuada. (Regulamento) (Regulamento)

80
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será
oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e
registro de diploma relativos a cursos de educação a distância.
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação
a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos respectivos
sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes
sistemas. (Regulamento)
§ 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:
I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão
sonora e de sons e imagens e em outros meios de comunicação que sejam explorados
mediante autorização, concessão ou permissão do poder público; (Redação dada pela
Lei nº 12.603, de 2012)
II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos
concessionários de canais comerciais.
Art. 81. É permitida a organização de cursos ou instituições de ensino
experimentais, desde que obedecidas as disposições desta Lei.
Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas de realização de
estágio em sua jurisdição, observada a lei federal sobre a matéria. (Redação dada
pela Lei nº 11.788, de 2008)
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.788, de 2008)
Art. 83. O ensino militar é regulado em lei específica, admitida a equivalência
de estudos, de acordo com as normas fixadas pelos sistemas de ensino.
Art. 84. Os discentes da educação superior poderão ser aproveitados em
tarefas de ensino e pesquisa pelas respectivas instituições, exercendo funções de
monitoria, de acordo com seu rendimento e seu plano de estudos.
Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a titulação própria poderá exigir a
abertura de concurso público de provas e títulos para cargo de docente de instituição
pública de ensino que estiver sendo ocupado por professor não concursado, por mais
de seis anos, ressalvados os direitos assegurados pelos artigos 41 da Constituição
Federal e 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

81
Art. 86. As instituições de educação superior constituídas como universidades
integrar-se-ão, também, na sua condição de instituições de pesquisa, ao Sistema
Nacional de Ciência e Tecnologia, nos termos da legislação específica.
TÍTULO IX
Das Disposições Transitórias
Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um ano a partir da
publicação desta Lei.
§ 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação desta Lei, encaminhará,
ao Congresso Nacional, o Plano Nacional de Educação, com diretrizes e metas para
os dez anos seguintes, em sintonia com a Declaração Mundial sobre Educação para
Todos.
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela lei nº 12.796, de 2013)
§ 3º O Distrito Federal, cada Estado e Município, e, supletivamente, a União,
devem: (Redação dada pela Lei nº 11.330, de 2006)
I - (revogado); (Redação dada pela lei nº 12.796, de 2013)
a) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006)
b) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006)
c) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006)
II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e adultos
insuficientemente escolarizados;
III - realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício,
utilizando também, para isto, os recursos da educação a distância;
IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino fundamental do seu território
ao sistema nacional de avaliação do rendimento escolar.
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela lei nº 12.796, de 2013)
§ 5º Serão conjugados todos os esforços objetivando a progressão das redes
escolares públicas urbanas de ensino fundamental para o regime de escolas de tempo
integral.
§ 6º A assistência financeira da União aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, bem como a dos Estados aos seus Municípios, ficam condicionadas ao
cumprimento do art. 212 da Constituição Federal e dispositivos legais pertinentes
pelos governos beneficiados.
Art. 87-A. (VETADO). (Incluído pela lei nº 12.796, de 2013)

82
Art. 88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adaptarão sua
legislação educacional e de ensino às disposições desta Lei no prazo máximo de um
ano, a partir da data de sua publicação. (Regulamento) (Regulamento)
§ 1º As instituições educacionais adaptarão seus estatutos e regimentos aos
dispositivos desta Lei e às normas dos respectivos sistemas de ensino, nos prazos
por estes estabelecidos.
§ 2º O prazo para que as universidades cumpram o disposto nos incisos II e III
do art. 52 é de oito anos.
Art. 89. As creches e pré-escolas existentes ou que venham a ser criadas
deverão, no prazo de três anos, a contar da publicação desta Lei, integrar-se ao
respectivo sistema de ensino.
Art. 90. As questões suscitadas na transição entre o regime anterior e o que se
institui nesta Lei serão resolvidas pelo Conselho Nacional de Educação ou, mediante
delegação deste, pelos órgãos normativos dos sistemas de ensino, preservada a
autonomia universitária.
Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 92. Revogam-se as disposições das Leis nºs 4.024, de 20 de dezembro de
1961, e 5.540, de 28 de novembro de 1968, não alteradas pelas Leis nºs 9.131, de 24
de novembro de 1995 e 9.192, de 21 de dezembro de 1995 e, ainda, as Leis nºs
5.692, de 11 de agosto de 1971 e 7.044, de 18 de outubro de 1982, e as demais leis
e decretos-lei que as modificaram e quaisquer outras disposições em contrário.
Brasília, 20 de dezembro de 1996; 175º da Independência e 108º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo Renato Souza
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 23.12.1996.

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