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INTRODUÇÃO:
O mulungu, Erythrina velutina Willd, é uma espécie nativa, do gênero Erythrina, pertencente à
divisão Angiospermae, ordem Fabales, família Fabaceae. Possui cerca de 120 espécies com
distribuição principalmente nas regiões tropicais e subtropicais.
O nome genérico Erythrina vem do grego erythros, que significa “vermelho”, em alusão à cor
das flores; o epíteto específico velutina vem do latim, devido ao fato da folha apresentar
delicados e macios pêlos. O nome vulgar mulungu vem do tupi, mussungú ou muzungú e do
africano mulungu significando “pandeiro”, talvez pela batida no seu tronco oco emitir som.
Folhas trifoliadas, bem largas, 11 cm, deixando a árvore com a copa sempre cheia;
O tronco é reto a levemente tortuoso, o caule, quando bem desenvolvido, pode atingir uns 70
cm de diâmetro. A casca mede até 25 mm de espessura, sendo lisa a levemente áspera.
A floração, acontece com a planta totalmente despida da folhagem, sendo esta a característica
que lhe confere a beleza e todo o charme. O período varia de acordo com a região, por
exemplo, em Minhas Gerais acontece de julho a agosto, na Bahia, de julho a dezembro, no
Estado de São Paulo de agosto a setembro, no Rio de Janeiro, de setembro a novembro, em
Pernambuco, de outubro a dezembro, em Sergipe, de novembro a dezembro, e no Ceará de
janeiro a fevereiro.
Assim como a floração, logicamente a frutificação também varia de acordo com a região.
SOLO: Erythrina velutina prefere solos coluviais de natureza úmido e aluvionais, com textura
arenosa ou argilosa, característica marcando nas várzeas úmidas e beiras de rios da caatinga
da região semi-árida do nordeste brasileiro.
NO CAMPO: O mulungu ocorre sob a forma de indivíduos isolados ou, em alguns casos, em
grupos pouco densos.
Sabe-se que é uma planta rústica e de rápido crescimento, logo, o seu desenvolvimento em
campo também é rápido, alcançando 3,5 m de altura em 2 anos.
Há poucos dados de crescimento sobre o mulungu, em plantios. Mas, o que se sabe é que
pode ser plantado em plantio misto, associado com espécies pioneiras e secundárias iniciais,
principalmente para corrigir sua forma. Essa espécie não apresenta derrama natural.
No Ceará, Erythrina velutina já foi cultivada como árvore de sombra em cafezais. Na Bahia, é
usada para sombrear cacaueiros e, em Minas Gerais, é plantanda próximas as cercas, delimitar
terreno.
PROPAGAÇÃO/PRODUÇÃO DE MUDAS:
Não existe uma recomendação específica sobre o momento ideal para transplantar as mudas
para o local definitivo (campo). Muitos autores sugerem que as mudas de espécies arbóreas
estão aptas para o plantio no campo quando a altura da parte aérea estiver entre 15 cm e 30
cm.
Outras curiosidades relevantes são: associação simbiótica que essa espécie apresenta, são
nódulos bacterianos do tipo Rhizobium, que lhe confere a capacidade de fixar nitrogênio. O
mulungu apresenta também alta atividade de assimilação de nitratos, este sistema incomum
de redução de nitratos parece estar restrito ao gênero Erythrina.
A madeira dessa espécie apresenta cor esbranquiçada, porosa, mole e de baixa durabilidade
natural. Por isso, quase não tem aplicação. Contudo, os sertanejos se servem dela para fazer
cavaletes, pau-de-jangada, balsa, cocho para pôr alimento para animais, forma de modelação,
molduras, caixotaria, brinquedos e tamancos.
Medicinal: a casca e os frutos dessa espécie são empregados na medicina popular em algumas
regiões do Nordeste, embora a eficácia e a segurança do seu uso ainda não tenham sido
comprovadas cientificamente. Assim, seu uso vem sendo feito com base na tradição popular.
O que se tem comprovado é que as sementes são muito tóxicas, não devem ser ingeridas, pois
dependendo da quantidade pode levar à morte. As cascas do tronco e ramos são ricas em
eritrina, um alcaloide que atua sobre o sistema nervoso central causando paralisia, por isso seu
uso medicinal não deve ser feito sem o devido acompanhamento de um profissional de saúde.
Paisagístico: O mulungu-da-caatinga é uma árvore muito ornamental, tanto pela conformação
ampla da copa como pela florada de cor intensa, prestando-se para arborização de ruas,
jardins e alamedas, sempre em áreas abertas, pois é árvore de grande porte.
Não utilizada em escala comercial, apenas por pequenos agricultores da regiões onde se
encontram essas espécie.
Entretanto, como costuma ocorrer sob a forma de indivíduos isolados ou em grupos pouco
densos, a sua exploração indiscriminada pode acarretar, a longo prazo, grandes prejuízos para
a espécie.
No Estado de Sergipe, por exemplo, é crescente a retirada de seus indivíduos para abertura de
áreas de pastagem e construção de estradas em Áreas de Preservação Permanente (APPs),
neste caso as matas ciliares, que são consideradas área protegidas pela Lei n. 12.651/ 2012
(BRASIL, 2012).
http://www.esalq.usp.br/trilhas/uteis/ut02.php
http://www.aplantadavez.com.br/2015/08/mulungu-da-caatinga-erythrina-velutina.html
https://arvores.brasil.nom.br/new/eritrinamulungu/index.htm