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BOLEIMDA REFUBU0A
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
3.° SUPLEMENTO
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE Regulamento da Constituição e Gestão
de Fundos de Pensões no Âmbito da Segurança
AVISO
Social Complementar
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve TÍTULO I
ser remetida em cópia devidamente autenticada, uma por
cada assunto, donde conste, além das indicações Disposições gerais
necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte, CAPÍTULO I
assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim
da República»._______________________________ Objecto e definições
A rtigo 1
SUMARIO (Objecto)
O presente Regulamento estabelece o regime jurídico da
Conselho de Ministros: constituição e gestão de fundos de pensões, no âmbito da
segurança social complementar.
Decreto n.° 25/2009:
Aprova o Regulamento da Constituição e Gestão de Fundos de A rtigo 2
Pensões no Âmbito da Segurança Social Complementar. (Definições)
Autorização prévia
A rtigo 3
CONSELHO DE MINISTROS (Autorização)
Decreto n.° 25/2009 1. Depende de autorização prévia do Ministro que superintende a
de 17 de Agosto área das Finanças, após parecer da entidade de supervisão, a
requerimento dos interessados, nos termos do presente Regulamento:
Havendo necessidade de regulamentar a Constituição e Gestão
de Fundos de Pensões, no âmbito da segurança social a) A constituição de sociedades gestoras de fundos de pensões;
complementar, ao abrigo do disposto na- alínea f) do n.° 1 do b) A constituição de fundos de pensões, bem como os
respectivos regulamentos de gestão;
artigo 204 da Constituição, conjugado com os artigos 39, n.° 5 e
c) As alterações dos contratos constitutivos de fundos de
56, ambos da Lei n.° 4/2007, de 7 de Fevereiro, o Conselho de
pensões e dos regulamentos de gestão, bem como a
Ministros decreta:
transferência de gestão de fundos de pensões entre
Único. É aprovado o Regulamento da Constituição e Gestão entidades gestoras;
de Fundos de Pensões no Âmbito da Segurança Social d) A fusão, cisão e dissolução das entidades gestoras; e
Complementar, anexo ao presente Decreto e que dele é parte e) As alterações dos estatutos das sociedades gestoras de
integrante. fundos de pensões sobre:
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 2 de Junho de 2009. i) Firma ou denominação;
Publique-se. ii) Objecto;
A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo. iii) Capital social;
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iv) Criação de categorias de acções ou alteração das b) Aprovar o plano de contas aplicável aos fundos de
categorias existentes; pensões e às entidades gestoras, incluindo a definição
v) Estrutura dà administração ou de fiscalização. dos elementos que estas entidades devem
obrigatoriamente publicar;
2. As restantes alterações estatutárias não carecem de autorização
c) Estabelecer a regulamentação a que fica sujeita a política
prévia, devendo, porém, ser comunicadas à entidade de supervisão
de invèstimento dos fundos de pensões, fixando, para
no prazo de cinco dias contados a partir da data da sua ocorrência.
o efeito e sob proposta da entidade de supervisão, a
3. As alterações dos contratos constitutivos de fundos de
natureza dos activos que constituem o património dos
pensões e dos regulamentos de gestão não podem reduzir os
mesmos fundos, os respectivos limites percentuais,
valores das pensões que se encontrem em pagamento nem os
bem como os princípios gerais da congruência desses
direitos adquiridos à data da alteração.
activos;
A rtigo 4 d) Proceder ao ajustamento que se mostre necessário aos
valores do capital social mínimo das sociedades
(Decisio)
gestoras de fundos de pensões.
1. Os requerimentos a que alude o n.°l do artigo anterior são 3-. O Ministro que superintende a área das Finanças pode delegar
decididos no prazo de quarenta e cinco dias a contar da data do as competências estabelecidas no n.° 2 do presente artigo.
seu recebimento ou dos requerimentos para autorização das
respecti vas alterações ou ainda dos documentos complementares. A rtigo 7
2. A decisão sobre as matérias previstas nas alíneas a) e b) do
(Supervisão)
n.° 1 do artigo anterior é precedida da auscultação do Ministro
que superintende a área do Trabalho, cujo pronunciamento é 1. Os fundos de pensões constituídos ao abrigo do presente
feito no prazo de quinze dias após a respectiva solicitação, findo Regulamento, bem como as respectivas entidades gestoras, estão
o qual o expediente segue os seus trâmites normais para decisão. sujeitos à supervisão da entidade que supervisiona a actividade
3. Findo o prazo referido no n.° 1 deste artigo, os pedidos seguradora, designada, neste Regulamento, como “entidade de
consideram-se deferidos, excepto quando respeitem às situações supervisão de seguros e de fundos de pensões”ou simplesmente
previstas nas alíneas c), d) e e) do n.° 1 do artigo 3 e à “entidade de supervisão”.
implementação da política de investimento a que se refere a 2. No exercício das suas funções, a entidade de supervisão
alínea c) do n° 2 do artigo 6 do presente Regulamento.
emite as normas técnicas necessárias ao normal funcionamento
4. Havendo delegação de poderes, nos termos do n.° 3 do
do sector de fundos de pensões e procede à fiscalização do seu
artigo 6, e logo que concluídas as diligências de instrução do
cumprimento.
pedido, a entidade de supervisão decide igualmente no prazo
referido no n.° 1. 3. As entidades para as quais sejam transferidas, nos termos do
5. Sem prejuízo de outros procedimentos legais a que haja presente Regulamento, funções que influenciem a situação
lugar, o requerimento é indeferido sempre que: financeira de fundos de pensões, ou que sejam, de alguma forma,
a) Decorrido o prazo fixado na respectiva notificação para relevantes para a sua supervisão eficaz, estão igualmente sujeitas
suprimento de lacunas, o respectivo processo não esteja à supervisão da entidade referida no n.° 1, sendo-lhes aplicável,
instruído de acordo com as disposições do presente com as devidas adaptações, o previsto nos artigos seguintes,
Regulamento; incluindo o disposto em matéria de inspecções.
b) A instrução do processo enfermar de inexactidões e falsidades. 4. Os depositários de activos de fundos de pensões estão
igualmente sujeitos à supervisão da entidade referida no n.° 1,
A rtigo 5
no que respeita ao cumprimento do disposto no presente diploma,
(Recurso) podendo essa entidade, quando necessário para a salvaguarda
1. Sem prejuízo da reclamação, nos termos gerais, da decisão dos interesses dos participantes e beneficiários dos planos de
do órgão referido no n.° 1 do artigo 3 do presente Regulamento pensões, restringir ou vedar-lhes a livre disponibilidade de acti vos
cabe recurso para o Tribunal Administrativo. de fundos de pensões depositados nas suas instituições.
2. Se a decisão fôr tomada pela entidade de supervisão, da mesma 5. Caso as entidades previstas nos números anteriores se
cabe recurso para o órgão referido no n.° 1 do artigo 3, no prazo de encontrem sujeitas genericamente à supervisão de outra entidade,
quinze dias. esta deve colaborar com a entidade de supervisão de seguros e
de fundos de pensões e fornecer informações necessárias ao
CAPÍTULO III
exercício das suás funções.
Tutela e Supervisão 6. A entidade referida no n.° 1 deste artigo é ainda competente
A rtigo 6 para o exercício de supervisão das sociedades holdings que
detenham participações qualificadas em sociedades gestoras de
(Tutela)
fundos de pensões e em seguradoras, nos termos previstos na
1. Compete ao Ministro que superintendi; a área das Finanças legislação que estabelece as condições de acesso e exercício da
a tutela da actividade de gestão de fundos de pensões. actividade seguradora.
2. No âmbito da tutela referida no número anterior, compete 7. À entidade de supervisão assiste a prerrogativa de requerer
ainda ao Ministro que superintende a área das Finanças: junto da instância judicial competente a declaração de nulidade
a) Estabelecer os critérios de valorimetria dos activos ou anulação dos negócios nulos ou anuláveis celebrados pelas
---------- A \ m a rn a m r{(± c o l v ê n r i A « n h n f O n O S ta entidades gestoras com prejuízo dos participantes e õu
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h) Regulamento que estabeleça as condições em que podem i) Remuneração máxima da entidade gestora;
ser concedidos empréstimos aos participantes, no caso j) Limites máximo e mínimo das comissões de emissão e de
de estar prevista tal concessão; reembolso das unidades de participação, explicitando-
i) Condições em que as partes contratantes se reservam o se claramente a sua forma de incidência;
direito de modificar o contrato de gestão inicialmente k) Remuneração máxima dos depositários;
celebrado; l) Condições em que se opera a transferência da gestão do
j) Estabelecimento do rendimento mínimo garantido e fundo para outra entidade gestora ou do depósito dos
duração desta garantia, caso a entidade gestora assuma títulos e outros documentos do fundo para outro
o risco de investimento; depositário;
k) Penalidades em caso de descontinuidade da gestão do m) Estabelecimento do rendimento mínimo garantido e
fundo; duração desta garantia, explicitando-se a forma como
l) Direitos, obrigações e funções da entidade gestora, nos a política de investimento prossegue este objec
termos das normas legais e regulamentares; tivo, caso a entidade gestora assuma o risco de
m) Indicação do eventual estabelecimento de contratos de investimento;
mandato da gestão de investimentos, actuarial ou n) Condições em que a entidade gestora se reserva o direito
administrativa; de modificar as cláusulas do regulamento de gestão;
n) Regras de designação e representação dos associados, o) Causas de extinção do fundo, sem prejuízo do disposto
participantes e beneficiários na comissão de no artigo 33;
acompanhamento e funções da comissão. p) Processo a adoptar no caso de extinção do fundo;
3. O contrato de gestão não pode derrogar ou alterar q) Direitos, obrigações e funções da entidade gestora, nos
disposições contidas no contrato constitutivo. termos das normas legais e regulamentares;
r) Indicação do eventual estabelecimento de contratos de
4. No prazo de oito dias a partir da data da sua celebração,
mandato da gestão de investimentos, actuarial ou
deve um exemplar do contrato de gestão e de suas eventuais administrativa.
alterações subsequentes ser remetido à entidade de supervisão.
3. Sem prejuízo do disposto no número seguinte, o valor das
A rtigo 24 unidades de participação, a composição discriminada das
(Instrução e tramitação do processo de autorização) aplicações do fundo e o número de unidades de participação em
circulação devem ser publicados com periodicidade mínima
1. A autorização dos fundos de pensões fechados é concedida mensal em meio adequado de divulgação, nos termos
a requerimento conjunto das entidades gestoras e dos associados estabelecidos pela entidade de supervisão.
fundadores, acompanhado do projecto do contrato constitutivo
4 .0 valor das unidades de participação dos fundos de pensões
e do plano técnico-actuarial, tratando-se de planos de benefícios
abertos é divulgado diariamente nos locais e meios de
definidos ou mistos.
comercialização das mesmas, excepto no caso de fundos que
2 . Sempre que as alterações a introduzir no contrato
apenas admitam adesões colectivas, em que é divulgado com
constitutivo tenham incidência sobre o montante das
periodicidade mínima mensal.
responsabilidades, o respectivo pedido de autorização deve
incluir, além do projecto do novo texto,, o respectivo plano A rtkjo 2 6
técnico-actuarial, tendo em conta o disposto no artigo 77.
(Adesão colectiva)
SECÇÃO II
1. A adesão colectiva a um fundo de pensões aberto efectua-
Fundos de pensões aberlos se através da subscrição inicial de unidades de participação pelos
associados que pretendam aderir a este.
A rtigo 25
2. Numa única adesão colectiva podem coexistir vários
(Constituição) associados, desde que exista um vínculo de natureza empresarial,
1. Os fundos de pensões abertos constituem-se no dia da associativo, profissional ou social entre os mesmos e seja
entrega da primeira contribuição, efectuada nos termos do necessário o consentimento destes para a inclusão de novos
respectivo Regulamento de gestão, o qual está igualmente sujeito associados na adesão colectiva.
a publicação obrigatória. 3. Sempre que um plano de pensões seja financiado através de
2. Do Regulamento de gestão devem constar obrigatoriamente mais de uma adesão colectiva, deve ser nomeada pelo associado
os seguintes elementos: a entidade gestora a quem incumbem as funções globais de gestão
a) Denominação do fundo de pensões; administrativa e actuarial do plano de pensões, nos termos
b) Denominação, capital social e sede da entidade gestora; fixados pela entidade de supervisão.
c) Nome e sede dos depositários; 4. No momento da aquisição das primeiras unidades de
d) Definição dos conceitos necessários ao conveniente participação, deve ser celebrado um contrato de adesão ao fundo
esclarecimento das condições contratuais; de pensões entre cada associado, ou grupo de associados, e a
e) Valor da unidade de participação na data de início do entidade gestora, do qual conste obrigatoriamente:
fundo; a) Denominação do fundo de pensões;
f) Forma de cálculo do valor da unidade de participação; b) Identificação do(s) associado(s);
g) Dias fixados para o cálculo do valor da unidade de c) Indicação das pessoas que podem ser participantes,
participação; contribuintes e beneficiárias do fundo;
h) Política de investimento do fundo; d) Plano ou planos de pensões a financiar;
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e) Indicação, se fôr caso disso, de que o plano de pensões é f) Identificação da entidade de supervisão competente;
financiado por mais de uma adesão colectiva, g) Discriminação da informação enviada pela entidade
identificando-se a entidade gestora responsável pelas gestora ao participante na vigência do contrato, e
funções globais de gestão administrativa e actuarial; respectiva periodicidade;
f) Condições em que são concedidas as pensões, se h) Em anexo, cópia do regulamento de gestão.
directamente pelo fundo, ou se fôr através de contratos 4. Os contribuintes, pessoas singulares, devem dar o seu acordo
de seguro; escrito ao regulamento de gestão do fundo, presumindo-se, na
g) Direitos dos participantes quando deixem de estar sua falta, que os mesmos não tomaram conhecimento daquele,
abrangidos pelo fundo; assi&tindo-lhes, neste caso, o direito de resolução da adesão
h) Direitos dos participantes e dos beneficiários, quando a
individual no prazo definido no artigo 30 e de serem
respectiva adesão colectiva ao fundo se extinguir ou
reembolsados nos termos previstos no artigo 31.
qualquer associado ou qualquer dos associados se
5. É vedada a concessão de empréstimos aos participantes
extinguir ou abandonar o fundo, sem prejuízo do
com base nas unidades de participação detidas.
disposto no artigo 33;
i) Número de unidades de participação adquiridas; A rtigo 28
j) Condições em que as partes contratantes se reservam o
(Comercialização conjunta)
direito de modificar o contrato de adesão;
k) Condições de transferência da quota-parte de um 1, Podem ser comercializados de forma conjunta dois ou mais
associado para outro fundo de pensões, especificando fundos de pensões abertos, geridos pela mesma entidade gestora,
eventuais penalizações que lhe sejam aplicáveis; cada um com uma política de investimento própria e diferenciada
l) Quantificação das remunerações ou comissões que serão dos restantes, de modo a facilitar aos contribuintes a escolha
cobradas; entre diversas opções de investimento.
m) Regras de designação e representação dos associados, 2. A adesão ao conjunto de fundos previsto no número anterior
dos participantes e dos beneficiários na comissão de efectua-se mediante a celebração de um único contrato de adesão,
acompanhamento e funções da comissão; o qual deve indicar, nomeadamente, as condições especiais de
n) Em anexo cópia do regulamento de gestão. transferência das unidades de participação entre os fundos
5. E dispensada a inclusão dos elementos mencionados nas comercializados conjuntamente.
alíneas c), d),f), g), h), j) e h) do número anterior desde que estes
constem do regulamento de gestão. A rtigo 29
6. Os associados devem expressar o seú acordo escrito (Instrução e tramitação do processo de autorização)
relativamente ao regulamento de gestão do fundo.
7. É vedada a concessão de empréstimos aos participantes 1. A autorização dos fundos de pensões abertos é concedida a
requerimento da entidade gestora, acompanhado do projecto de
com base nas unidades de participação detidas.
8. Os contratos de adesão colectiva, bem como as respectivas regulamento de gestão.
2. As alterações ao regulamento de gestão de que resulte um
alterações e os contratos de extinção decorrentes de transferências
de adesões colectivas entre fundos de pensões, devem ser aumento das comissões, uma alteração substancial à política de
enviados à entidade de supervisão, devendo ser igualmente investimento ou a transferência da gestão do fundo para outra
enviados os planos técnico-actuariais no caso de as adesões entidade gestora, devem ser notificadas individualmente aos
financiarem planos de benefício definido ou mistos. aderentes, sendo-lhes conferida a possibilidade de transferirem,
sem encargos, as suas unidades de participação para outro fundo
A rtigo 27 de pensões.
(Adesão individual)
A rtigo 30
1. A adesão individual a um fundo de pensões aberto efectua- (Direito de renúncia)
se através da subscrição inicial de unidades de participação por
contribuintes. 1. O contribuinte, pessoa singular, pode num prazo de trinta
2. Em caso de adesão individual a um fundo de pensões aberto, dias, contados a partir da data de adesão individual a um fundo
as unidades de participação são pertença dos participantes. de pensões, renunciar aos efeitos do contrato, mediante
3. No momento da aquisição das primeiras unidades de comunicação por carta registada, com aviso de recepção, dirigida
participação, deve ser celebrado um contrato de adesão individual ao endereço da sede social da respectiva entidade gestora.
ao fundo de pensões, entre o contribuinte e a entidade gestora, 2. A falta de comunicação, nos termos previstos no número
de desinvestimento que esta comprovadamente tenha suportado 5. A entidade gestora do fundo de pensões não pode dissolver-se
e que excedam aquela comissão de emissão, ou a sua totalidade, sem primeiro ter garantido a continuidade da gestão efectiva do
se esta não tiver sido cobrada. mesmo fundo por outra entidade habilitada, para o que aquela
3.0 exercício do direito de renúncia não dá lugar a qualquer deve comunicar previamente à entidade de supervisão a sua
indemnização para além do que é estabelecido no número intenção de dissolver a sociedade.
anterior. 6. Excepto no caso ã que se refere o n.° 8 do artigo 26, a
A rtigo 32 cessação de uma adesão colectiva a um fundo de pensões aberto
é efectuada mediante a celebração de um contrato de extinção
(Suspensão de subscrição ou transferência de unidades
de participação)
entre o associado e a entidade gestora, cujo projecto deve ser
comunicado previamente à entidade de supervisão, e que pode
1. Em circunstâncias excepcionais e sempre que o interesse ser celebrado quarenta e cinco dias após essa comunicação caso
dos participantes e beneficiários o aconselhe, as operações de esta nada determine.
subscrição ou transferência de unidades de participação em fundos
de pensões abertos podem ser suspensas por decisão da entidade A rtigo 34
gestora ou da entidade de supervisão. (Liquidação)
2. A entidade gestora deve comunicar previamente à entidade
de supervisão a suspensão referida no número anterior e a 1. A entidade gestora deve proceder à liquidação do património
respectiva fundamentação. de um fundo de pensões ou de uma quota-parte deste nos termos
fixados no negóciojurídico de extinção ou na resolução unilateral
CAPÍTULO III prevista no n.° 4 do artigo anterior.
2. Na liquidação do património de um fundo de pensões ou
Extinção e Liquidação dos Fundo» de Pensões
de uma quota-parte deste, o respectivo património responde, até
A rtigo 33 ao limite da sua capacidade financeira, por:
(Extinção)
a) Despesas que lhe sejam imputáveis, nos termos das
alíneas d), e),f)ei) do artigo 69;
1. Os fundos dè pensões extinguem-se nas seguintes b) Montante da conta individual de cada participante, no
circunstâncias: caso de fundos de pensões que financiem planos de
a) Por acordo entre os respectivos associados e entidades pensões contributivos, que deve ser aplicado de acordo
gestoras, ou por decisão unilateral destas últimas, nos com as regras estabelecidas no contrato constitutivo
térmos previstos neste diploma; ou regulamento de gestão;
b) Ocorrendo algumas das causas previstas no contrato c) Prémios únicos de rendas vitalícias que assegurem as
constitutivo ou no regulamento de gestão, ao abrigo, pensões em pagamento de acordo com o montante da
respectivamente, da alínea m) do n.° 2 do artigo 22 e pensão à data da extinção;
da alínea o) do n.° 2 do artigo 25; d) Prémios únicos de rendas vitalícias que assegurem o
c) Quando se extinguirem as correspondentes entidades pagamento das pensões relativas aos participantes
gestoras ou os associados sem que se proceda a com idade superior ou igual à idade normal de reforma
respectiva substituição, devendo observar-se nesse estabelecida no plano de pensões;
caso o disposto no contrato constitutivo ou no e) Montante que garanta os direitos adquiridos dos
regulamento de gestão; participantes existentes à data da extinção, que deve
ser aplicado de acordo com as regras estabelecidas no
d) Se, sem prejuízo do disposto no artigo 80, o associado
contrato constitutivo' ou regulamento de gestão;
não proceder ao pagamento das contribuições
f) Garantia das pensões em formação, para os participantes
necessárias ao cumprimento dos montantes mínimos
que não tenham sido abrangidos, no âmbito da alínea
de financiamento exigidos pelas disposições legais anterior;
em vigor;
g) Montantes que garantama actualização das pensões em paga
e) Quando não existirem participantes nem beneficiários e mento, desde que esta esteja contratualmente estipulada.
quando, por qualquer causa, se esgotar o seu objecto;
f) Quando, sem prejuízo da autorização prévia da entidade de 3. Em caso de insuficiência financeira, o património do fundo
supervisão, se verificar uma insuficiência de financia ou da respectiva quota-parte responde preferencialmente pelas
mento do plano de pensões face às regras estabelecidas responsabilidades enunciadas e pela ordem das alíneas do número
e se se concluir, com base em elementos documentais, anterior, com recurso a rateio proporcional ao valor das
que não foi possível obter acordo do associado. responsabilidades naquela em que fôr necessário.
4. O saldo final líquido positivo que eventualmente seja
2. Verificando-se o disposto na alínea/J do número anterior, a apurado durante a operação de liquidação tem o destino que fôr
entidade gestora deve resolver unilateralmente o contrato decidido conjuntamente pelas entidades gestoras e pelos
constitutivo ou de adesão colectiva. associados, mediante prévia aprovação da entidade de supervisão,
3. A extinção de um fundo de pensões fechado ou aberto ou de acordo com os critérios previstos no n.° 3 do artigo 83.
ainda de uma quota-parte daquele é efectuada mediante negócio 5. Salvo em casos devidamente justificados, sempre que o
jurídico de extinção celebrado por escrito, após autorização saldo.líquido positivo, referido no número anterior, resulte de
prévia da entidade de supervisão. uma redução drástica do número de participantes em planos de
4. O negócio jurídico de extinção de um fundò de pensões pensões sem direitos adquiridos, o referido saldo deve ser
fechado, ou de uma quota-parte deste, ou de um fundo de pensões utilizado prioritariamente para garantia das pensões que se
aberto, bem como a resolução unilateral referida no n.° 2, estão encontravam em formação, relativamente aos participantes
sujeitos a publicação obrigatória. abrangidos por aquela redução.
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (35)
3. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, ao e) Ser retirada a aprovação do programa de actividades ou
processo de autorização aplica-se, com as necessárias adaptações, não ser concedida, ou requerida, a autorização para
o regime de instrução e tramitação do processo, e comunicação alteração do programa de actividades;
estabelecido na legislação que estabelece as condições de acesso f) Irregularidades graves na administração, organização
e exercício da actividade seguradora. contabilística ou no controlo interno da sociedade,
de modo a pôr em risco os interesses dos participantes
A rtigo 43 ou beneficiários ou as condições normais de
(Cumprimento do programa de actividades) funcionamento do mercado;
g) Deixar de se verificar alguma das condições de acesso e
1. Durante os três primeiros exercícios sociais, a sociedade gestora
de exercício da actividade de gestão de fundos de
deve apresentar, anualmente, à entidade de supervisão, um relatório
pensões;
circunstanciado sobre a execução do programa de actividades.
h) A sociedade violar as leis ou os regulamentos que
2. Se se verificar desequilíbrio na situação financeira da
disciplinam a sua actividade, de modo a pôr em risco
empresa, a entidade de supervisão imporá medidas de reforço
os interesses dos participantes ou beneficiários ou as
das respectivas garantias financeiras, cujo incumprimento pode
condições normais de funcionamento do mercado.
determinar a revogação da autorização.
3. Estão sujeitos à autorização prévia do Ministro que 2. Os factos previstos na alínea d) do número anterior não
superintende a área das Finanças os projectos de alteração do constituem fundamento de revogação se, no prazo estabelecido
programa de actividades referido no n.° 1 do artigo anterior, pela entidade de supervisão, a sociedade tiver procedido à
sendo-lhes igualmente aplicáveis, com as devidas adaptações, comunicação ou à designação de outro administrador que seja
ás demais condições que impendem sobre o programa. aceite.
4. Nos casos previstos no número anterior, a entidade de 3. A decisão de revogação deve ser fundamentada e notificada
supervisão formula ao Ministro que superintende a área das à sociedade gestora.
Finanças uma proposta de decisão sobre a alteração requerida, 4. Após a revogação da autorização, proceder-se-á à liquidação
no prazo de quinze dias após a respectiva comunicação. da sociedade gestora, nos termos legais em vigor.
5. Findo o prazo legal de impugnação da decisão de revogação
A rtigo 44 da autorização, a entidade de supervisão publica tal revogação,
(Caducidade da autorização) por aviso, no Boletim da República, sem prejuízo do disposto no
n.°l do artigo 89.
1. A autorização caduca se:
CAPÍTULO II
a) Os requerentes a ela expressamente renunciarem;
b) A sociedade gestora não se constituir formalmente no Depositários
prazo de 6 meses ou não der início à sua actividade no
A rtigo 46
prazo de 12 meses, contados a partir da data da
notificação da autorização, nos termos referidos no (Depósito)
n.° 1 do artigo 4; Os títulos e outros documentos representativos dos valores
c) A sociedade fôr dissolvida, sem prejuízo do disposto nomobiliários que integram os fundos de pensões devem, nos termos do
n.° 5 do artigo 33. presente Regulamento, ser depositados num ou vários depositários,
3. Compete à entidade de supervisão a verificação da designadamente, instituições de crédito autorizadas à custódia de
constituição formal e do início da actividade dentro dos prazos instrumentos financeiros por conta de clientes, nos termos da respectiva
referidos no número anterior. legislação e desde que estabelecidas em Moçambique.
A rtigo 45 A rtigo 47
(Revogação da autorização) (Funções e deveres)
3. Os depositários estão sujeitos aos deveres e proibições planos contributivos ou de contribuição definida, com mais de
previstos nos n.°s 1 e 2 do artigo 38, com as devidas adaptações, 50 participantes, beneficiários ou ambos, são verificados por
devendo efectuar apenas as operações solicitadas pelas entidades uma comissão de acompanhamento do plano de pensões, adiante
gestoras de fundos de pensões, conformes às; disposições legais e designada por comissão de acompanhamento.
regulamentares. 2. A entidade de supervisão pode determinar as situações e
condições em que pode ser constituída uma única comissão de
A rtigo 48 acompanhamento para vários planos e/ou fundos de pensões.
(Formalização das relações entre as enttidadès gestoras
A rtigo 53
e os depositários)
(Composição da comissão de acompanhamento)
1.0 regime das relações estabelecidas entre as entidades gestoras
e os depositários, inclusivamente no tocante às comissões a cobrar 1. A comissão de acompanhamento é constituída por
por estes últimos, deve constar de contrato escrito. representantes do associado e dos participantes e beneficiários,
2. Deve ser remetido à entidade de supervisão um exemplar devendo estes últimos ter assegurada uma representação não
dos contratos referidos no número anterior, bem como das suas inferior a um terço dos membros da comissão.
posteriores alterações, observando-se o prazo mencionado no 2. Os- representantes dos participantes e beneficiários são
n.° 4 do artigo 23. designados pelo comité de empresa ou, caso este não exista, por
eleição organizada para o efeito entre os participantes, pela
A rtigo 49 entidade gestora ou pelo associado, nos termos fixados no
contrato de gestão do fundo de pensões fechado ou no contrato
(Subcontratação)
de adesão colectiva ao fundo de pensões aberto.
A guarda dos valores do fundo de pensões pode ser confiada 3. Sempre, porém, que o plano de pensões resulte de
pelo depositário a um terceiro, sem que, contudo, esse facto afecte negociação colectiva, os representantes dos participantes e
a responsabilidade do depositário perante a entidade gestora, beneficiários são designados pelo sindicato ou sindicatos
sendo aplicável o disposto nos n.°s 3 e 4 do artigo 40, com as subscritores, nos termos entre si acordados ou, na falta de acordo,
devidas adaptações. por eleição directa realizada para o efeito entre aqueles.
4. Caso o comité de empresa ou os sindicatos, depois de
CAPÍTULO III devidamente instado(s) para o efeito pela entidade gestora, não
Outras entidades designe, rio prazo máximo de vinte dias, os representantes em
causa, é aplicável o disposto na parte final do número anterior.
A rtigo 50 5. Se um membro da comissão de acompanhamento renunciar, ficar
incapacitado ou ficar definitivamente impossibilitado, por qualquer
(Enumeração)
causa, de assegurar o mandato para o qual foi eleito, é substituído, até
Na governação de fundos de pensões podem igualmente intervir, ao termo do mandato em curso, pelo respectivo suplente, se o houver,
nos termos do presente Regulamento, as seguintes entidades: ou por outro membro designado pela mesma forma.
a) Entidades comercializadoras;
A rtigo 54
b) Comissão de acompanhamento;
c) Actuário responsável; (Funções da comissão de acompanhamento)
d) Auditor externo. 1. As funções da comissão de acompanhamento são,
designadamente, as seguintes:
A rtigo 51
a) Verificar a observância das disposições aplicáveis ao
(Entidades comercializadoras) plano de pensões e à gestão do respectivo fundo de
1. As unidades de participação dos fundos de pensões abertos pensões, nomeadamente em matéria de implementação
apenas podem ser comercializadas pelas respectivas entidades da política de investimento e de financiamento das
gestoras, por mediadores de seguros autorizados a exercer a sua responsabilidades, bem como o cumprimento, pela
actividade no âmbito do ramo «Vida» e por instituições de crédito. entidade gestora e pelo associado, dos deveres de
2. À actividade de mediação de fundos de pensões aplica-se, informação aos participantes e beneficiários;
b) Pronunciar-se sobre propostas de transferência da gestão e
com as devidas adaptações, o regime constante da legislação
de outras alterações relevantes aos contratos constitutivo
que regula as condições de acesso e de exercício da actividade
e de gestão de fundos de pensões fechados ou ao contrato
de mediação de seguros, podendo a entidade de supervisão
de adesão colectiva aos fundos de pensões abertos, bem
definir regras complementares às previstas messe diploma, tendo como sobre a extinção do fundo de pensões ou de uma
em atenção a natureza específica dos fundos de pensões. quota-parte do mesmo e, ainda, sobre pedidos de
3. À comercialização por instituições de crédito de unidades de devolução ao associado de excessos de financiamento;
participação dos fundos de pensões abertos aplica-se o regime legal c) Pronunciar-se sobre a alteração da política de
de comercialização de seguros por bancos, previsto na legislação investimento dos fundos de pensões fechados;
que estabelece as condições de acesso e exercício da actividade d) Formular propostas sobre as matérias referidas na alínea
seguradora. anterior ou outras, sempre que o considere oportuno;
A rtigo 52 e) Pronunciar-se sobre as nomeações do actuário responsável
pelo plano de pensões e, nos fundos de pensqes fechados,
(Comissão de acompanhamento)
do auditor externo, propostos pela entidade gestora;
1.0 cumprimento do plano de pensões e a gestão do respectivo f) Exercer as demais funções que lhe sejam atribuídas no
fundo de pensões, no caso de fundos de pensões fechados e de contrato de gestão do fundo de pensões1fechado ou no
adesões colectivas aos fundos de pensões abertos que financiem contrato de adesão colectiva ao furidó dé pfensões aberto.
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (39)
2. Os pareceres previstos na alínea b) do número anterior, com d) O valor actual das responsabilidades totais para efeitos
menção dos respectivos votos contra, integram os documentos a de determinação dja existência de um excesso de
enviar à entidade de supervisão pela entidade gestora no âmbito financiamento, nos termos do artigo 83.
dos respectivos processos de autorização ou de notificação.
3. Compete ainda ao actuário responsável elaborar um
3. A entidade gestora e a eniidade depositária facultam à
relatório actuarial anual sobre a situação de financiamento de
comissão de acompanhamento toda a documentação que esta
cada plano de pensões de benefício definido ou misto, cujo
solicite, necessária ao exercício das suas funções.
conteúdo é estabelecido pela entidade de supervisão.
4. Em especial, a entidade gestora faculta anualmente à
4. As entidades gestoras de fundos de pensões devem
comissão de acompanhamento cópia do relatório e contas anuais
disponibilizar tempestivamente ao actuário responsável toda a
do fundo de pensões, bem como dos relatórios do actuário
informação necessária para o exercício das suas funções.
responsável e do auditor externo elaborados no âmbito das
5. O actuário responsável deve, sempre que detecte situações
respectivas funções.
de incumprimento ou inexactidão materialmente relevantes,
5. Nos termos do respectivo regulamento, pode ser previsto
propor à entidade gestora medidas que permitam ultrapassar tais
que algumas matérias sejam delegadas num grupo de
situações, devendo ainda o actuário responsável ser informado
acompanhamento permanente, composto por membros da
das medidas tômadas na sequência da sua proposta.
comissão de acompanhamento, por ela designados, com respeito
pela representatividade em vigor para a própria comissão. 6. O actuário responsável deve comunicar à entidade de
6. O funcionamento da comissão de acompanhamento é supervisão qualquer facto ou decisão de que tome conhecimento
regulado, em tudo o que não se encontre fixado no presente no desempenho das suas funções e que seja susceptível de:
Regulamento ou em regulamentação da entidade de supervisão, a) Constituir violação das normas legais ou regulamentares
pelo contrato de gestão do fundo de pensões fechado ou pelo que regem a actividade dos fundos de. pensões;
contrato de adesão colectiva ao fundo de pensões aberto. b) Afectar materialmente a situação financeira do fundo de
7. Os membros da comissão de acompanhamento estão sujeitos pensões ou o financiamento do plano de pensões.
a um dever de confidencialidade relativamente a Iodas as matérias 7. A substituição de um actuário responsável deve ser efectuada
de que tiverem conhecimento em consequência da função que no prazo máximo de quarenta e cinco dias a contar da data da
exercem, salvo se as mesmas já tiverem sido tomadas públicas. verificação do facto que determinou a necessidade de substituição
8. O exercício das funções de membro da comissão de e comunicada à entidade de supervisão nos quinze dias seguintes
acompanhamento pode ser remunerado, e se o for, o encargo à data em que o novo responsável entrou em funções.
cabe à parte que o indica, assim como as despesas ocasionadas
pela respectiva designação. 8. A entidade de supervisão pode determinar as condições a
9. As despesas de funcionamento da comissão de preencher pelo actuário responsável, aplicando-se
acompanhamento, incluindo as relativas à participação de cada supletivamente o que se encontrar previsto na legislação que
membro na comissão de acompanhamento; que devam ser estabelece as condições, de acesso e exercício da actividade
consideradas comuns, são suportadas pelo fundo. seguradora.
A rtigo 57
A rtigo 55
(Auditor externo)
(Reuniões da comissão de acompanhamento)
1. A entidáde gestora deve nomear um auditor externo para
1. As reuniões da comissão de acompanhamento são
cada fundo de pensões.
convocadas e dirigidas pelo respectivo presidente, designado
2. Cçmpete ao auditor externo certificar o relatório e contas e
de entre os membros da mesma comissão.
demais documentação de encerramento de exercício relativa ao
2. A cada membro corresponde um voto, sèndo as deliberações
fundo de pensões.
adoptadas por maioria simples dos votos expressos, salvo se outra
3. Ó auditor extérno deve comunicar à entidade de supervisão
coisa fôr estabelecida no respectivo regulamento, o qual pode
qUalquer facto óu decisão de que tome conhecimento no
ainda prever que o presidende dispõe de voto de qualidade.
desempenho das suas funções e que seja susceptível de:
3. As deliberações da comissão de acompanhamento são
registadas em acta, com menção de eventuais votos contra e a) Constituir violação das normas legais ou regulamentares
respectiva fundamentação. que regem a actividade dos fundos de pensões;
b) Acarretar a recusa de certificação ou a emissão de uma
A rtigo 56 opinião com reservas.
(Actuário responsável) 4. O auditor externo deve ser profissionalmente independente e
1. A entidade gestora deve nomear um actuário responsável idóneo, encontrar-se certificado para o exercício da profissão na
República de Moçambique e satisfazer as demais condições que
para cada plano de pensões de benefício definido ou misto..
venham eventualmente a ser estabelecidas pela entidade de supervisão.
2. São funções do actuário responsável certificar:
5. Em casos excepcionais, devidamente justificados, a entidade
a) As avaliações actuariais e os métodos e pressupostos de supervisão pode determinar a realização de uma auditoria ex
usados para efeito da determinação das contribuições; traordinária, conduzida pelo respectivo auditor externo da entidade
b) O nível de financiamento do fundo de pensões e o gestora ou por outro auditor, à expensas da entidade gestora.
cumprimento das disposições vigentes em matéria de 6. A comissão de acompanhamento goza do direito de solicitar
solvência dos fundos de pensões; a realização de uma auditoria extraordinária sobre casos
c) A adequação dos activos que constituem o património específicos devidamente justificados, sendo os encargos
do fundo de pensões às responsabilidades previstas suportados pela respectiva entidade gestora desde que o pedido
no plano de pensões; mereça aprovação por consenso da mesma comissão.
220— (40) I SÉRIE— NÚMERO 32
5. Mediante acordo prévio entre o associadoe a entidade gestora, (Normas de contabilidade e outra informação)
pode estipular-se, no contrato de gestão do fundo de pensões ou no 1. A entidade gestora deve, para cada fundo de pensões,
contrato de adesão colectiva, que as obrigações de informação apresentar à entidade de supervisão, até 31 de Maio, um relatório
previstas neste artigo sejam cumpridas pelo associado ou pela e contas anuais, certificados por um auditor externo, reportados
comissão de acompanhamento, sem prejuízo da manutenção da a 31 de Dezembro de cada exercício.
responsabilidade da entidade gestora pelo seu cumprimento. 2. As sociedades gestoras de fundos de pensões devem apresentar
anualmente à entidade de supervisão, em relação ao conjunto de
A rtigo 63
toda a actividade exercida no ano imediatamente anterior, o relatório
(Informação aos beneficiários) de gestão, o balanço, a demonstração de resultados e os demais
documentos de prestação de contas, certificados por um auditor
1 . Preenchidas as condições em que são devidos os benefícios, externo, aplicando-se, com as devidas adaptações, para este efeito,
a entidade gestora informa adequadamente os beneficiários de o disposto na legislação que estabelece as condições de acesso e
fundos de pensões fechados e de adesões colectivas a fundos de exercício da actividade seguradora.
pensões abertos sobre os benefícios a que têm direito e 3. Os relatórios e contas e demais elementos de informação
correspondentes opções em matéria de pagamento, elaborados pelas entidades gestoras de fundos de pensões devem
designadamente as referidas no artigo 14, de acordo com o definido reflectir de forma verdadeira e apropriada o activo, as
no respectivo plano de pensões. responsabilidades e. a situação financeira, seja do fundo, seja da
2. A entidade gestora informa os beneficiários que recebam a sociedade gestora, devendo o respectivo conteúdo ser coerente,
pensão directamente do fundo das alterações relevantes ocorridas global e apresentado de forma imparcial.
4. Os relatórios e contas referentes aos fundos de pensões
no plano de pensões, bem como da transferência da gestão do
abertos e às entidades gestoras devem ser disponibilizados ao
fundo ou da adesão colectiva, no prazo máximo de trinta dias a
público, observando-se, para o efeito, as normas aplicáveis e
contar das mesmas. demais instruções da entidade de supervisão.
3. A entidade gestora faculta aos beneficiários referidos no
número anterior, a seu pedido, a política de investimento do fundo, A rtigo 66
bem como o relatório e contas anuais referentes ao fundo de pensões.
(Publicidade)
SECÇÃO II 1. A publicidade efectuada pelas entidades gestoras está sujeita
A desões individuais a fundos abertos à lei geral, sem prejuízo do que fôr especialmente definido pela
entidade de supervisão, tendo em atenção a protecção dos
A rtigo 64 interesses dos contribuintes, participantes e beneficiários.
2.. E proibida a publicidade que quantifique resultados futuros
(Informação aos participantes)
baseados em estimativas da entidade gestora, salvo se contiver
1. Tendo em vista uma melhor compreensão, pelos em realce, relativamente a todos os outros caracteres tipográficos,
contribuintes, das características do fundo, dos riscos financeiros a indicação de que se trata de uma simulação.
inerentes à adesão e do regime fiscal aplicável, a entidade de 3. Nos documentos destinados ao público e nos suportes
supervisão pode exigir que, previamente à celebração do contrato publicitários relativos a fundos de pensões abertos deve indicar-se,
de adesão individual, a informação relevante constante do claramente, que o valor das unidades de participação detidas varia
regulamento de gestão e do contrato de adesão seja de acordo com a evolução do valor dos activos que constituem o
património do fundo de pensões, especificando ainda se existe a
disponibilizada, através de um prospecto informativo.
garantia de pagamento de um rendimento mínimo.
2. A entidade gestora deve facultar aos participantes de adesões
individuais a fundos de pensões abertos, a seu pedido, todas as TÍTULO V
informações adequadas à efectiva compreensão do contrato de
adesão individual ao fundo de pensões, bem como do respectivo Regime Prudencial
regulamento de gestão. CAPÍTULO I
3. Sem prejuízo do disposto no n.° 2 do artigo 29, a entidade
Regime prudencial de fundos de pensões
gestora informa anualmente os participantes de adesões
individuais a fundos de pensões abertos sobre: SECÇÃO I
2. Os activos abrangidos pela restrição ou indisponibilidade è) Se a sociedade gestora não assume o risco de
referidas no riúmero anterior: investimento, o valor correspondente a 1% do
a) Sendo constituídos por bens móveis, devem ser montante dos respectivos fundos de pensões, desde
colocados à ordem da entidade de supervisão; que a duração do contrato de gestão seja superior a
b) Sendo bens imóveis, só podem ser onerados ou alienados cinco anos e que o montante destinado a cobrir as
com expressa autorização da entidade de supervisão, despesas de gestão previstas naquele contrato seja
não devendo proceder-se ao acto do registo fixado por prazo superior a cinco anos.
correspondente sem a mencionada autorização.
2 .0 valor da margem de solvência, no que respeita às adesões
A rtigo 83 individuais a fundos de pensões abertos, se a sociedade gestora
(Excesso de financiamento) não assume o risco de investimento, e o correspondente a 1% do
montante da quota-parte do fundo relativa a essas adesões.
1. Se se verificar que, durante cinco anos consecutivos e por
razões estruturais, o valor da quota-parte do fundo de pensões, 3. O montante da margem de solvência não pode, no entanto,
correspondente ao financiamento de um plano de pensões de ser inferior às seguintes percentagens do montante dos fundos
benefício definido ou misto, na parte aplicável ao benefício de pensões geridos:
definido, equivale a pelo menos 120-% do valor actual das a) Até 600 000 000,00 MT - 1%;
responsabilidades totais, o montante acima daquela percentagem b) No excedente - 1% o .
pode ser devolvido ao associado.
2. A devolução ao associado do montante em causa está sujeita A rtigo 87
a aprovação prévia da entidade de supervisão, requerida
(insuficiência)
conjuntamente, de forma fundamentada, pela entidade gestora e
pelo associado, devendo o requerimento ser acompanhado de um 1. Sem prejuízo do disposto no n.° 1 do artigo seguinte, sempre
relatório do actuário responsável do plano d.e pensões envolvido. que se verifique, mesmo circunstancial ou temporariamente, a
3. Na decisão, a entidade de supervisão atende às insuficiência da margem de solvência de uma sociedade gestora,
circunstâncias concretas que em cada caso originaram o excesso a sociedade gestora deve, no prazo que lhe vier a ser fixado pela
de financiamento, tendo em consideração o interesse dos entidade de supervisão, submeter à aprovação desta um plano de
participantes e beneficiários, e não autoriza a devolução, quando financiamento a curto prazo, nos termos dos números seguintes.
tiver resultado, directa ou indirectamente, de uma mudança nos
2. O plano de financiamento a curto prazo a apresentar deve
pressupostos ou métodos de cálculo do valor actual das
ser fundamentado num adequado plano de actividades, que
responsabilidades, de uma alteração do plano de pensões ou de
uma redução drástica do número de participantes em planos de inclui contas previsionais.
pensões sem direitos adquiridos. 3. A,entidade de supervisão define, caso a caso, as condições
específicas a que deve obedecer o plano de financiamento referido
CAPÍTULO II no número anterior, bem como o seu acompanhamento.
Regime Prudencial das Sociedades Gestoras SECÇÃO II
SECCÇÃO I Regime de intervenção
Margem de solvência
A rtigo 88
A rtigo 84 (Medidas de saneamento das entidades gestoras e outras
(Dever de constituição da margem de solvência) providências)
1. A sociedade gestora deve dispôr de margem de solvência 1. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, quando
adequada e compatível com a actividade que exerce. verificada uma situação de insuficiência da margem de solvência
2. A margem de solvência de uma sociedade gestora das sociedades gestoras de fundos de pensões, a entidade de
corresponde ao seu património, livre de toda e qualquer obrigação supervisão, caso necessário ou adequado à salvaguarda dos
previsível e deduzido dos elementos incoipóreos. interesses dos participantes ou beneficiários, pode, isolada ou
cumulativamente:
A rtigo 85
a) Restringir ou proibir a’ livre utilização dos activos da
(Composição) sociedade gestora, sendo aplicável, com as devidas
Para as sociedades gestoras, os elementos que constituem a adaptações, o regime previsto no n.° 2 do artigo 82;
margem de solvência, bem como os respectivos critérios de b) Designar gestores provisórios da sociedade gestora, nos
valorimetria são fixados pela mesma forma prevista relativamente termos, com as devidas adaptações, do previsto na
à actividade de seguros «Vida». legislação que estabelece as condições de acesso e
exercício da actividade seguradora.
A rtigo 86
2. Para além das medidas referidas no número anterior, e isolada
(Determinação) ou cumulativamente com qualquer dessas medidas, a entidade
1. Sem prejuízo do estabelecido no n.° 3, o montante da de supervisão pode, nomeadamente nos casos em que a gestão
margem de solvência é determinado da seguinte forma: do fundo ou fundos de pensões não ofereça garantias de
a) Se a sociedade gestora assume o risco de investimento, o actividade prudente, e tendo em vista a protecção dos interesses
valor correspondente a 4% do montante dos 'dos participantes ou beneficiários e a salvaguarda das condições
respectivos fundos de pensões; normais do funcionamento do mercado, determinar, no prazo
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (45)
que fixar e no respeito pelo princípio da proporcionalidade, a 3. São contravenções especialmente graves as infracções
aplicação às entidades gestoras de fundos de pensões de alguma adiante referidas:
ou de todas as seguintes providências de saneamento: a) A realização do capital social em termos diferentes dos
a) Restrições ao exercício da actividade de gestão de fundos previstos no presente Regulamento;
de pensões, designadamente a constituição de novos b) A ocultação da situação de insuficiência financeira da
ou de determinados fundos de pensões; entidade gestora de fundos de pensões;
b) Proibição ou limitação da distribuição de dividendos e c) Os actos de intencional gestão ruinosa, praticados pelos
ou de resultados; gestores, pelos demais membros dos órgãos sociais da
c) Sujeição de certas operações ou actos à aprovação prévia entidade gestora de fundos de pensões e pelas
da entidade de supervisão; entidades subcontratadas nos termos do presente
d) Suspensão ou destituição de titulares de órgãos sociais Regulamento, com prejuízo para os associados,
da empresa; participantes, beneficiários e demais credores;
e) Encerramento e selagem de estabelecimentos. d) A prática, pelos detentores de participações qualificadas,
de actos que impeçam ou dificultem uma gestão sã e
3. Verificando-se que, com as providências de recuperação e
prudente da entidade participada ou por ela geridos;
saneamento adoptadas, não é possível recuperar a empresa, deve
e) O exercício de actividades não incluídas no respectivo
ser revogada a autorização para o exercício da actividade de
objecto social;
gestão de fundos de pensões.
f) O exercício não autorizado da actividade de gestão de
A rtigo 89 fundos de pensões;
g) O incumprimento das regras prudenciais estabelecidas
(Publicidade das decisões da entidade de supervisão)
para as entidades gestoras de fundos de pensões;
1. A entidade de supervisão publica em dois dias consecutivos h) O incumprimento das instruções e recomendações da
num dos jornais de maior circulação no território nacional as entidade de supervisão, de que resulte prejuízo dos
decisões previstas nos artigos anteriores que sejam susceptíveis interesses dos participantes e beneficiários.
de afectar os direitos preexistentes de terceiros que não o próprio
A rtigo 91
fundo ou a entidade gestora de fundos de pensões.
2. As decisões previstas nos artigos anteriores são aplicáveis (Sanções)
independentemente da sua publicação e produzem todos os seus 1. As contravenções previstas no artigo anterior são puníveis
efeitos em relação aos credores. nos seguintes termos:
3. Em derrogação do previsto no n.° 1, quando as decisões a) Multa;
da entidade de supervisão afectem exclusivamente os direitos b) Suspensão do órgão de administração ou de qualquer
dos accionistas ou dos trabalhadores das entidades gestoras outro com funções idênticas, por um período de seis
enquanto empresas, aquela entidade notifica-os das mesmas por meses a cinco anos, nos casos previstos nas alíneas a),
carta registada a enviar para o respectivo último domicílio b), c), d), e), g) e h) do n.° 3 do artigo anterior;
conhecido. c) Suspensão temporária da autorização do exercício da
actividade de gestão de fundos de pensões, por um
CAPÍTULO III período até um ano, nos casos previstos nas alíneas e),
Regime Sancionatório f), g) e h). do n.° 3 do artigo anterior;
d) Revogação da autorização do exercício da actividade
A rtigo 90 de gestão de fundos de pensões, nos casos previstos
(infracções)
nas alíneas a) e b), do n.° 3 do artigo anterior.
1. Constituem contravenções puníveis nos termos dos artigos 2. A sanção prevista na alínea a) do n.° 1 é de:
seguintes a inobservância das normas do presente Regulamento a) Cinco mil meticais a cinquenta mil meticais ou de vinte
e todos os actos ou omissões que perturbem ou falseiem as mil meticais a duzentos mil meticais, consoante a
condições normais de funcionamento da actividade de gestão multa seja aplicada a pessoa singular ou colectiva,
de fundos de pensões. relativamente às infracções previstas no n.° 2 do arti
go 9 0 do presente Regulamento;
2. São contravenções em geral as seguintes: b) Dez mil meticais a cem mil meticais ou de cinquenta mil
a) A utilização indevida da denominação prevista na alínea meticais a quinhentos mil meticais para as infracções
e) do n.° 1 do artigo 41 do presente Regulamento; previstas no n.° 3 do artigo 9 0 do presente
b) O incumprimento das obrigações em matéria de registo Regulamento, conforme se trate de pessoas singulares
e de publicações obrigatórias; ou colectivas.
c) A omissão de informações e comunicações devidas à 3. Em caso de reincidência, os limites mínimo e máximo de
entidade de supervisão; multa são elevados ao dobro.
d) A demora na prestação de informações ou no envio de 4. Quando o benefício económico obtido pelo infractor fôr
elementos de remessa obrigatória à entidade de superior ao limite máximo fixado no n.° 2 deste artigo, a multa é
supervisão; elevada para o dobro desse benefício.
e) A inobservância das normas respéitantes ao regime 5. A aplicação das sanções previstas nas alíneas a) e d) do n.°
contabilístico aplicáveis à actividade de gestão de 1 é objecto de publicação, em dois dias consecutivos, num dos
fundos de pensões. jornais de maior circulação.
220— (46) ISÉRIE— NÚMERO 32
A rtigo 9 2 A rtigo 95
22. Curral - qualquer estabelecimento, construção ou, no 4 0. Licença de trânsito - autorização escrita em impresso
caso de uma criação ao ar livre, qualquer local onde próprio, emitida pela Autoridade Veterinária, para
os animais sejam mantidos, criados ou manipulados. deslocação, de animais, seus produtos, subprodutos,
23. Desinfecção - procedimento aplicado, depois da despojos, forragens, produtos biológicos e
limpeza física, destinado a destruir os agentes patológicos de um local para outro, dentro do país.
patogénicos responsáveis pelas doenças dos animais, 4 1 . Licença de importação - autorização escrita em
incluindo zoonoses. Isto aplica-sé a instalações, impresso próprio, emitida pela Autoridade Veterinária,
veículos e diferentes objectos que possam ter sido para a importação de animais, seus produtos,
directa ou indirectamente contaminados. subprodutos, despojos, forragens, produtos biológicos
24. Desinsectização - acção destinada a eliminar artrópodos
e patológicos originários de outro país.
que podem causar doenças ou são potenciais vectores
4 2 . Locais de abate - locais autorizados pela Autoridade
de doenças, incluindo zoonoses.
Veterinária, onde se procede ao abate de animais
25. Despojos - as partes do corpo do animal utilizáveis em
destinados ao consumo público.
qualquer fim industrial não alimentar (pele, cerdas,
4 3 . Matadouro - instalações dotadas de equipamento
unhas, cornos, penas, defesas e faneras).
26. Doença - disfunção ou perturbação da função normal adequado, onde se procede ao abate, preparação,
de qualquer orgão ou do corpo de qualquer animal, conservação e distribuição da came de animais para
causado por qualquer protozoário, bactéria, vírus, consumo público ou processamento indústrial.
fungo, prião, riquetsia, parasita, outro organismo. 44. Material patológico - amostras de material obtidas de
27. Doença epidémica - doença cuja expansão não é animais vivos ou mortos, que contêm ou se suspeita
previsível e que ocorre num determinado momento e conterem agentes infecciosos ou parasitários.
espaço, excedendo a frequência normal esperada (mais 4 5 . O .I.E. - OFFICE INTERNATIONAL DES
de duas vezes o desvio padrão acima da média). EPIZOOTIES”, Organização Mundial de Sanidade
28. Destruição - abate e destruição por enterramento ou Animal, criada em 1924 com sede em Paris, França.
incineração de um animal ou carcaça de um animal, 4 6. População animal em risco - conjunto de animais com
produto, subproduto, despojo, forragem, material as mesmas características físicas e biologicamante
biológico ou patológico, por razões de ordem sanitária. susceptíveis de contrair infecção por um ou mais
29. Embalagem - invólucro destinado a conservar, agentes infecciosos ou parasitários.
preservar de conspurcação e tomar mais manejáveis 4 7. Porta de entrada ou saída - fronteira terreste, portos
produtos, subprodutos e despojos animais, bem como ou aeroportos por onde é permitida a entrada ou saída
forragens e produtos biológicos. de animais, seus produtos, subprodutos, despojos,
30. Exploração pecuária - actividade desenvolvida num troféus, forragens e produtos biológicos.
estabelecimento, construção ou, no caso de uma 48. Produtos animais - substâncias obtidas directamente
criação ao ar livre, qualquer local onde os animais são dos animais com vista à sua utilização tanto para fins
mantidos, criados ou manipulados.
alimentares como industriais.
31. Feira - local destinado a exposição e/ou
4 9 . Produtos biológicos - reactivos biológicos, soros,
comercialização de animais sob controlo da
vacinas e material genético de origem microbiana,
. Autoridade Veterinária.
32. Forragens - produtos destinados à alimentação dos utilizados na investigação, diagnóstico, tratamento e
animais, qualquer que seja a sua natureza. prevenção de doenças.
33. Gado - animais domésticos das espécies bovina, bufalina, 50. Proprietário do curral - pessoa singular ou colectiva
arietina, caprina, suina, equina, asinina e seus híbridos. em nome de quem é emitida a caderneta do registo do
34. Incidência - número de novos casos de uma doença, curral.
registados numa dada população em risco, durante 51. Proprietário do gado - pessoa singular ou colectiva,
um intervalo de tempo determinado e numa área pública ou privada devidamente registada, titular de
geográfica definida. gado e responsável pela sua exploração.
35. Infecção - presença do agente infeccioso no animal 5 2 . Quarentena - isolamento de animais em parque de
com ou sem alteração visível do seu estado de saúde. quarentena, no local de origem ou de destino, sob
36. Inspector - Médico Veterinário ou técnico designado controlo da Autoridade Veterinária, onde um grupo
para realizar inspecção veterinária. de animais é mantido em isolamento, sem contacto
37. Laboratório de referenda - Laboratório reconhecido pelo directo ou indirecto com outros animais, com o
Estado, com competência exclusiva para realizar o controlo objectivo de serem observados e se necessário testados
de qualidade e outros testes de diagnóstico, exigidos para e tratados.
certificação, importação e exportação de animais, seus 5 3 . Recinto de quarentena - instalação ou local onde é
produtos, subprodutos e produtos biológicos. realizada a quarentena.
38. Lista de doenças da O.I.E. - Lista de doenças transmis
54. Regime de quarentena - medidas a que são submetidos
síveis acordada pelo Comité Internacional de O.I.E.
constante do Código Sanitário dos Animais Terrestres, os animais em caso de doença, ou conjunto de medidas
apresentada no Anexo 1 ao presente Regulamento. relativas à entrada, permanência e saída dos animais
39. Lista de doenças de declaração obrig;atória - Lista de nos parques de quarentena.
doenças de declaração obrigatória em Moçambique 55. Sacrifício sanitário - abate de animais autorizado pela
que, para além da Lista de doenças da O.I.E., inclui as Autoridade Veterinária, por razões económicas e/ou
doenças da Comunidade de Desenvolvimento da sanitárias, com aproveitamento parcial ou total dos
África Austral (SADC) e outras doenças que constam seus produtos e subprodutos, depois de terem ou não
do Anexo 2 ao presente Regulamento. sido submetidos ao beneficiamento.
220— (50) 1SÉRIE— NÚMERO 32
56. Sequestro sanitário - acção compulsiva, que implica o d) Servir de base para a compensação por perdas causadas
cumprimento por parte do proprietário ou responsável por doença dos animais;
pelo efectivo em causa, de medidas de carácter e) Servir de base para a observância das condições do bem-
sanitário em consequência da confirmação da doença. estar animal.
57. Selo - Peça de material durável usado para selar
transportes ou contentores, aplicado por decisão da A rugo4
Autoridade Veterinária. Autoridade Veterinária
58. Subprodutos animais - os produtos derivados das
carnes e despojos que, com ou sem breve preparação, Para efeitos do presente Regulamento a Autoridade Veterinária
são utilizados na alimentação ou outros fins. é o Ministério que superintende a área da agricultura, através da
59. Transferências - mudanças de local a que se sujeitam os Direcção Nacional dos Serviços de Veterinária.
animais, seus produtos, subprodutos-, despojos e forragens. A rtigo 5
60. Troféu - parte durável dos animais selvagens,
nomeadamente a cabeça, caveira, cornos, dentes, peles, Atribuições
couros, pêlos, cerdas, unhas, garras, cascos e ainda A Autoridade Veterinária garante a aplicação das normas do
cascas de ovos, ninhos e penas, desde que não tenham presente Regulamento.
perdido o aspecto original, por via de qualquer A rtigo 6
processo de manufactura.
61. Vedação - barreira física implantada num terreno, Entidades executoras
destinada a impedir a livre entrada ou saída de animais. 1. A execução do presente Regulamento compete:
62. Veterinário oficial - o Veterinário do Estado ou outro
a) A Direcção Nacional dos Serviços de Veterinária;
Veterinário indigitado para tal pela Direcção Nacional
b) Às entidades do Ministério que superintende a área da
dos Serviços de Veterinária.
agricultura a quem forem delegadas competências.
63. Vigilância epidemiológica - acção que implica a
manutenção de um efectivo sob observação sanitária, 2. As entidades a nível local a quem forem delegadas
em consequência de ocorrência ou suspeita de ocorrên competências actuam em nome da Autoridade Veterinária.
cia de uma infecção ou doença infecciosa ou parasitária. 3. O Director Nacional dos Serviços de Veterinária pode
64. Zona infectada - área claramente definida pela revogar ou suspender a eficácia de uma decisão tomada ou
Autoridade Veterinária onde a doença infecciosa ou instrução transmitida pela entidade a nível local a quem foi
parasitária foi diagnosticada. A extensão desta zona delegada competência nos termos do presente Regulamento.
será estabelecida tendo em consideração o meio
A rtigo 7
ambiente, os factores ecológicos, os factores
geográficos, a epidemiologia da doença e o tipo de Competências da Autoridade Veterinária
maneio praticado. Compete à Autoridade Veterinária:
Esta área deverá terpelo menos 10 Km de raio, no caso de uma zona
a) Delegar competências a entidades do Ministério que
de produção intensiva ou 50 km no caso de uma zona de produção superintende a área da agricultura a nível local;
extensiva. Nos seus limites existe controlo veterinário oficial para o b) Garantir a salubridade dos produtos de origem animal e
trânsito de animais seus produtos e transportes.. O período de tempo coordenar o funcionamento da inspecção hígio-
durante o qual a zona infectada é mantida dependerá da epidemiologia sanitária e controlo veterinário na produção e
da doença e das medidas de controlo aplicadas. processamento dos produtos de origem animal;
65. Zona suspeita - área territorial clar amente definida pela c) Elaborar os programas e adoptar normas com vista a levar
Autoridade Veterinária, onde existe suspeita de a cabo a vigilância, controlo e erradicação das doenças
ocorrência de doença. infecto-contagiosas e parasitárias dos animais;
66. Zona de vigilância - área territorial claramente definida d) Definir, coordenar e avaliar a aplicação das normas
pela Autoridade Veterinária, que separa a zona livre inerentes aos programas de vigilância, controlo e
da zona infectada. erradicação das doenças infecto-contagiosas e
67. Zona livre - área territorial claramente definida pela Autori parasitárias dos animais;
dade Veterinária, e que não está afectada pela doença. e) Manter e desenvolver o sistema de informação
68. Zoonose - doença infeccicrsa ou parasitária epidemiológica;
transmissível dos animais para o homem ou vice-versa. f) Tornar públicas as determinações relativas às doenças da
Lista de doenças de declaração obrigatória;
A rtigo 3
g) Promover a divulgação do presente Regulamento.
Objectivos
A rtigo 8
São objectivos do presente Regulamento:
Responsabilidades dos Governos provinciais e distritais
a) Proteger a saúde pública;
b) Proteger o mercado nacional e de exportação de animais, 1. Os Governos Provinciais e Distritais devem prestar à
produtos deorigemanimal e outros que possamserafectados Autoridade Veterinária toda a colaboração e apoio necessários
directa ou indirectamente por doenças dos animais; para o cumprimento do presente Regulamento.
c) Servir de base para levar a cabo a vigilância epidemiológica, 2. Os Governos Provinciais e Distritais devem comunicar à
controlo e erradicação de doenças de grande importância Autoridade Veterinária qualquer alteração do estado de saúde
económica e/ou para a saúde pública; dos animais da respectiva área de jurisdição.
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (51)
A rtigo 17 Artigo 20
Encargos Licença de trânsito
Os encargos resultantes das imposições sanitárias referentes à 1. O pedido de emissão da licença de trânsito deve conter os
entrada, saída e trânsito de animais, seus produtos, subprodutos, seguintes elementos:
despojos e forragens ou as beneficiações determinadas pela a) Nome e morada do requerente;
Autoridade Veterinária, são suportados pelo transportador. b) Espécie, idade, sexo e raça do animal;
A rtigo 18 c) Local de origem (Província, Distrito, Localidade e
Número do Curral);
Controlo fronteiriço cl) Tipo de produtos;
Nos postos de fronteira terrestre e nas estações terminais de e) Quantidade;
aerogares e caminhos de ferro devem ser criadas condições pela f) Transporte a utilizar;
Autoridade Veterinária para a rápida beneficiação de animais em g) Destino (Província, Distrito, Localidade e Número do
trânsito, respectivos produtos, subprodutos, despojos e forragens. Curral);
h) Identificação do veículo.
SECÇÃO II
2. A licença de trânsito a que se refere o n.° ’ ’ ■presente
Trânsito interno
artigo é emitida em modelo apropriado aprovado pela Autoridade
A rtigo 19 Veterinária.
Movimento de animais, seus produtos, subprodutos, despojos, SECÇÃO III
forragens, produtos biológicos Entrada no território - importação
1. Não é permitido o trânsito de animais vivos, para abate ou Artigo 21
destinados a outra exploração ou concentração, seus produtos,
subprodutos, despojos, forragens, produtos biológicos, sem que Requisitos para importação
se façam acompanhar da respectiva licença de trânsito emitida 1. Não é permitida a entrada no País de qualquer animal, seus
pela Autoridade Veterinária. produtos, subprodutos, despojos, forragens e produtos biológicos, que
2. Não çarece de autorização a movimentação'de:, não venham acompanhados da licença de importação emitida pela
Autoridade Veterinária e pelo certificado sanitário internacional.
a) Carne fresca, com excepção da de suíno, até ao limite
2. O certificado sanitário internacional emitido pela
máximo de quinze quilogramas por interessado ou
Autoridade Veterinária do país exportador deve ser preenchido
família;
de acordo com os requisitos exigidos na licença de importação.
b) Carcaças de animais de capoeira em número nunca
3. Tudo o que fôr encontrado em contravenção ao disposto
superior a vinte por interessado ou família;
nos n,051 e 2 do presente artigo é apreendido e perdido a favor do
c) Animais de capoeira vivos em número nunca superior a
Estado.
vinte por interessado ou família.
4. Mesmo'que tenham sido cumpridos todos os requisitos
3. Tudo o que fôr encontrado em contravenção ao disposto previstos nos n.°s 1 e 2 do presente artigo, é proibida a importação
nos n.os 1 e 2 do presente artigo é apreendido e reverte a favor do de animais, produtos, subprodutos; despojos e forragens caso a
Estado, ficando o veículo apreendido até ao pagamento da Autoridade Veterinária suspeite que os mesmos se encontram
respectiva multa. infectados por agente de doença transmissível da Lista de doenças
4. O estabelecido no n.° 2 do presente artigo pode ser da O.I.E., nova doença ou doença desconhecida.
temporariamente suspenso pela Autoridade Veterinária em caso 5. A não observância do disposto no número anterior implica
de ocorrência de foco de doença transmissível, ou quando a destruição de animais, produtos, subprodutos, despojos e
constituir perigo para a saúde pública, mediante Aviso a publicar forragens, sem direito a indemnização.
nos órgãos de informação escrita e radiodifundida, em pelo menos 6. A emissão da licença é feita a pedido do interessado,
duas datas consecutivas. elaborado em formulário apropriado dirigido à Autoridade
5. Compete aos Serviços Provinciais de Pecuária da província Veterinária, dele devendo constar:
de origem dos animais a emissão da licença de trânsito interno
a) Nome e morada do requerente;
para outra província, quando se trate de animais para abate, após
b) Espécie, idade, sexo e raça do animal;
consulta e coordenação prévias com os Serviços Provinciais de
c) País de origem, proprietário ou fabricante;
Pecuária da província de destino dos animais.
d) Tipo de produtos;
6. Compete à Autoridade Veterinária estabelecer os requisitos
e) Quantidade;
sanitários gerais a que deve obedecer a transferência de animais:
f) Porta de entrada;
a) de uma província para outra, quando se trate de animais g) Transporte a utilizar;
destinados a criação e/ou comercialização; h) Destino e trajecto;
b) de um distrito para outro, se as condições sanitárias assim i) Finalidade.
o exigirem.
7.0 pedido de licença deve ser apresentado antes da confirmação
7. Compete aos Serviços Provinciais de Pecuária da província da encomenda, de modo a que os compromissos assumidos possam
de destino dos animais, em coordenação com os Serviços ser cancelados, caso a licença não seja concedida.
Provinciais de Pecuária da província de origem dos mesmos, 8. A licença emitida pela Autoridade Veterinária indica o seu
estabelecer os requisitos sanitários específicos que devem ser período de validade, o qual não deve exceder um máximo de 60
cumpridos, quando se trate de animais destinados a criação. dias.
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (53)
1. Quaisquer produtos, subprodutos, despojos de animais e As embalagens a que se refere o n.° 4 do artigo 29 do presente
forragens importados podem ser submetidos a beneficiação a Regulamento devem ser rotuladas com indicação expressa da
expensas do importador, caso a Autoridade Veterinária o respectiva.origem, tipo e quantidade do produto, data de fabrico,
considere necessário. data de expedição e período de validade.
220 — (54) ISÉRIE— NÚMERO 32
A rtigo 32 A rtigo 36
Compete à Autoridade Veterinária, propor ao Governo a Todos os meios de transporte e de acondicionamento a utilizar
adopção de restrições à importação de produtos de origem na exportação de animais, seus produtos, subprodutos, despojos
vegetal, suspeitos de serem agentes causadores de doenças em e forragens devem reunir as condições especificadas pela
animais. Autoridade Veterinária.
SECÇÃO IV A rtigo 37
Saída do território - exportação Exportação de produtos biológicos e patológicos
3. Os sistemas privados de desparasitação estão sujeitos a Destruição, retirada ou remoção de vedações, portões ou
vistoria e a inspecção permanentes por parte da Autoridade grelhas
Veterinária. É proibido destruir, retirar ou remover qualquer vedação, portão
4. Até ao dia quinze de cada mês, os proprietários dos sistemas ou grelha, bem como impedir a sua construção quando edificadas
privados de desparasitação devem comunicar à Autoridade ao abrigo do artigo 57 do presente Regulamento.
Veterinária o número de animais banhados, e o tipo de drogas
utilizadas no mês anterior. A rtigo 61
A rtigo 73 CAPÍTULO IV
Inspecção de carnes Medidas aplicáveis às doenças de declaração obrigatória
1. E proibido o abate de animais assim como a venda de came SECÇÃO I
para consumo público, sem prévia inspecção sanitária efectuada
Comunicações
no local de abate.
2. O referido abate faz-se após um repouso de seis a vinte e A rtigo 78
quatro horas, de acordo com a espécie animal, em recinto próprio, Doenças de declaração obrigatória
anexo ao matadouro ou local de abate.
1. Constitui dever de qualquer cidadão participar à Autoridade
3. A inspecção sanitária é extensiva à carne de animais Veterinária ou Administrativa o aparecimento de qualquer
selvagens e é feita nos matadouros ou locais de venda, conforme anormalidade no estado de saúde dos animais, que leve à suspeita
o que fôr determinado pela Autoridade Veterinária. de umá doença constante das listas dos Anexos 1 e 2 do presente
4 . A inspecção de carnes é efectuada pela Autoridade Regulamento.
Veterinária, ou por um inspector por ela designado. 2. São especialmente obrigados a fazer a comunicação os
proprietários dos animais, o médico veterinário ou técnico de
A rtigo 7 4 pecuária que suspeite da existência das referidas doenças.
Marcação de carnes
3. As comunicações são feitas verbalmente ou por escrito,
mencionando o maior número possível de elementos que
É da exclusiva responsabilidade do inspector marcar as carnes permitam a identificação da doença.
aprovadas para consumo, com o carimbo privativo da Autoridade 4. A Lista de doenças de declaração obrigatória é actualizada
Veterinária. de acordo com a situação epidemiológica nacional e
internacional.
A rtigo 75
5. A actualização da Lista de doenças de declaração obrigatória
Trânsito de carrie é da responsabilidade da Autoridade Veterinária e é feita por
Aviso a publicar no Boletim da República.
A came de animais abatidos para consumo, não pode circular
sem que seja acompanhada da respecti va licença de trânsito na A rtigo 79
qual conste a quantidade e a confirmação da inspecção sanitária.
Comunicação
A licença deve ser passada pelo inspector do matadouro.
É obrigatória a participação à Autoridade Veterinária da
A rtigo 76
ocorrência de doenças que possam afectar o estado sanitário dos
Carne e vísceras impróprias para o consumo animais ou a saúde pública, cabendo à Autoridade Veterinária a
sua comunicação ao País, aos Serviços Oficiais dos países limítrofes,
É proibido:
à Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), ao
a) Aproveitar para alimentação humana ou animal, carne e Bureau Africano para Recursos Animais (IBAR) e à O.I.E.
vísceras de animais mortos por doença, causa
desconhecida ou impróprias para consumo; A rtigo 80
b) A importação, processamento, comercialização de carnes Medidas a observar
e vísceras de animais que possuem resíduos de
Os proprietários, encarregados de explorações ou responsáveis
hormonas ou antibióticos ou qualquer outra
por animais que observarem qualquer manifestação mórbida que,
substância que.possa constituir perigo para saúde
pela sua contagiosidade e mortalidade, os leve a suspeitar que se
pública. trata de doença de declaração obrigatória têm por obrigação:
SECÇÃO IX a) Comunicar a ocorrência à Autoridade Veterinária mais
Beneficiações
próxima;
b) Promover o imediato sequestro dos animais afectados;
A rtigo 77 c) Suspender o movimento de animais e o aproveitamento
Beneficiação de instalações, recintos, transportes, materiais
dos seus produtos, subprodutos e despojos;
e despojos d) Impedir a abertura de -cadáveres e promover o seu
enterramento ou incineração, se até vinte e quatro
Compete à Autoridade Veterinária determinar as beneficiações horas depois não fôr determinado o contrário;
a introduzir, designadamente no que diz respeito a: e) Desinfectar os currais, alfaias, instrumentos e todo o
a) Instalações, transportes, recintos e materiais nele material de maneio e transporte, que tenha estado em
existentes que tenham servido para sequestro de contacto com aqueles animais.
produtos de origem animal, subprodutos e forragens;
A rtigo 81
b) Estrumes sólidos ou líquidos;
c) Veículos e outro material empregues no transporte de Resultados dos exames laboratoriais
animais doentes ou mortos por doença; Os responsáveis dos laboratórios são obrigados a comunicar,
d) Indivíduos e roupas que tenham contactado com animais imediatamente, à Autoridade Veterinária e aos Serviços
doentes ou mortos por doença; Provinciais de Pecuária da região de proveniência das amostras,
e) Peles e troféus de animais mortos ou mandados abater os resultados dos exames laboratoriais quando estes indiquem a
por doença. presença de doença de declaração obrigatória.
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (59)
A rtigo 82 A rtigo 87
Exame dos animais e colheita de amostras em animais Provas de diagnóstico e medidas profilácticas
suspeitos de doença
1. Nas “Zonas suspeitas” e nas “Zonas infectadas” é obrigatório
A Autoridade Veterinária tem acesso livre às explorações ou submeter os animais doentes, suspeitos ou em risco de serem
propriedades para proceder ao exame dos animais e a colheita de atingidos por doença de declaração obrigatória a provas de
amostras e elementos informativos relativos à doença que motivou diagnóstico e a medidas profilácticas e terapêuticas determinadas
a comunicação referida no artigo 78 do presente Regulamento. pela Autoridade Veterinária.
SECÇÃO II 2. Na “Zona de vigilância” é obrigatório submeter os animais
Zonas suspeitas e Zonas infectadas à inspecção e, se necessário, às medidas profilácticas e
terapêuticas determinadas pela Autoridade Veterinária.
A rtigo 83
3. As operações referidas no número 2 do presente artigo são
Zona suspeita suportadas pelo Estado, cabendo a sua execução à Autoridade
1. A suspeita de doença numa dada região pode levar a Veterinária.
Autoridade Veterinária a declarar o local de “Zona suspeita”. 4. Para os efeitos do número 1 do presente artigo, pode ser
2.A “Zona suspeita” deixa de existir logo que se comprove a solicitada a colaboração de médicos veterinários em actividade
existência ou ausência da doença, passando a mesma a considerar- privada, sempre que tal se mostrar necessário.
se “Zona infectada” ou uma “Zona livre”, respectivamente. A 5. Os donos ou encarregados das explorações pecuárias são
declaração de “Zona suspeita” tem carácter transitório e não deve obrigados a prestar todo o auxílio que lhes fôr solicitado para
exceder quarenta e cinco dias. maior eficácia dos trabalhos a realizar.
A rtigo 84 6. Em caso de obstrução dos trabalhos, estes são
compulsivamente realizados, correndo as despesas inerentes por
Declaração de zona infectada
conta dos proprietários dos animais.
O diagnóstico de doença da Lista de doenças da O.I.E. obriga
a Autoridade Veterinária a fazer a declaração de “Zena infectada”, SECÇÃO III
e de “Zona de vigilância”. A declaração de “Zona infectada” é Controlo e erradicação de doenças de declaração obrigatória
feita mediante Aviso a publicar no Boletim da República e
veiculada nos órgãos de informação escrita e radiodifundida com A rtigo 88
1. Compete à Autoridade Veterinária ordenar o sacrifício A Autoridade Veterinária pode propôr ao Governo o abate
sanitário dos animais doentes, suspeitos on em risco de contrair organizado ou a restrição de movimento de animais selvagens,
doenças constantes da Lista de doenças de declaração obrigatória. mesmo que se encontrem em parques, reservas, coutadas ou
propriedades privadas, desde que tal seja necessário para:
2. O sacrifício sanitário é considerado, mediante proposta
fundamentada dos Serviços Provinciais de Pecuária, e é efectuado a) Proceder à investigação de doenças com vista a promover
na sua presença. O destino a dar aos animais sacrificados é medidas sanitárias convenientes;
determinado pela Autoridade Veterinária. b) Garantir a protecção da população humana e animal de
doenças em relação às quais os animais selvagens
3. Sempre que nos termos regulamentares o sacrifício sanitário
possam actuar como portadores ou reservatórios;
implique indemnização, os animais devem ser avaliados por uma c) Ordenar a criação de faixas de território despovoadas de
comissão constituída pela Autoridade Veterinária à qual preside, animais selvagens,
pela Autoridade Administrativa da respectiva zona e pelo d) Para fins de controlo ou erradicação de doenças;
interessado ou seu representante. e) Impedir o contacto entre animais selvagens e domésticos
através da edificação de vedações.
A rtigo 95
A rtig o 110 2.0 Auto de notícia deve ser remetido aos Serviços Provinciais
Auto d e notícia de Pecuária, para efeitos do'pagamento voluntário da multa
correspondente, dentro do prazo de quinze dias.
1. O Auto de notícia deve ser lavrado em triplicado e conterá: 3. Findo este prazo, quando não se tenha efectuado o pagamento, o
a) A identificação do infractor e outros agentes da infracção; Auto de notícia é remetido ao tribunal competente, dentro de cinco
b) A data, hora e local da infracção e da autuação; dias.
c) A indicação dos factos e provas, caso exista; CAPÍTULO IX
d) O preceito legal violado; Penalidades
e) A previsão da multa aplicável A rtigo 111
f) Os meios e produtos da infracção;
g) As apreensões efectuadas pelo autuante; Multas
h) O nome, assinatura e qualidade do autuante; 1. As transgressões ao presente Regulamento são punidas com
i) A indicação das testemunhas, caso existam. multa, de acordo com a seguinte tabela:
A ninguém é permitido exercer profissão inerente à actividade 1. Os animais, seus produtos, subprodutos, despojos, e
forraeens aDreendidos e declarados D erdidos a fa v o r d o Estado.
220 — (64) I SÉRIE— NÚMERO 32
Veterinária, que lhes deve dar, de acordo com as regras sanitárias A rtigo 120
e os interesses do Estado, um dos seguintes destinos:
Taxas devidas por bens e serviços fornecidos pelo Estado
a) Abate ou envio dos animais para estabelecimentos de
fomento pecuário; Nos casos em que o tistado lorneça bens e serviços de
b) Venda ou distribuição a instituições sociais, dos assistência veterinária o beneficiário está sujeito ao pagamento
produtos e subprodutos em condições de serem de taxas, cujo valor é estabelecido por Diploma Ministerial
utilizados na alimentação humana; conjunto dos Ministros que superintendem as áreas da agricultura
c) Venda ou,distribuição por estabelecimentos de fomento e das finanças.
pecuário das forragens em condições de serem
utilizadas na alimentação ânimal; A rtigo 121
d) Venda dos despojos que estejam em condições de serem Missões especiais
aproveitados;
e) Entrega ao Instituto de Investigação Agrária de Sempre que as circunstâncias o aconselhem, o estudo,
Moçambique dos produtos biológicos. profilaxia e erradicação das doenças de declaração obrigatória
ou outras podem ser especialmente cometidos a missões que, em
2. Os produtos animais, subprodutos, despojos, forragens e colaboração com outras instituições, actuam conforme plano e
produtos biológicos que não possam ser aproveitados, devem instruções elaborados pela Autoridade Veterinária.
ser destruídos.
3. As receitas provenientes das vendas referidas no n.° 1 do
A rtigo 122
presente artigo revertem a favor do Estado.
Condições excepcionais
A rtigo 116
Em condições excepcionais, nomeadamente em caso de surto
Utilização de restos de comida na alimentação animal
de qualquer doença animal, a Autoridade Veterinária pode
A utilização de restos de alimentação humana ou animal e determinar outras medidas de condicionamento e de controlo
produtos de origem animal na alimentação animal carece de adequadas para impedir a disseminação da doença, que devem
autorização especial da Autoridade Veterinária, que determina ser divulgadas aos criadores da áreã afectada, através dos meios
procedimentos necessários à sua beneficiação. habituais de informação.
Preço— 19,00 MT
I m p r e n s a N a c io n a l d e M o ç a m b iq u e