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Segunda-feira, 17 de Agosto de 2009 I SERIE — Número 32

BOLEIMDA REFUBU0A
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

3.° SUPLEMENTO
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE Regulamento da Constituição e Gestão
de Fundos de Pensões no Âmbito da Segurança
AVISO
Social Complementar
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve TÍTULO I
ser remetida em cópia devidamente autenticada, uma por
cada assunto, donde conste, além das indicações Disposições gerais
necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte, CAPÍTULO I
assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim
da República»._______________________________ Objecto e definições

A rtigo 1

SUMARIO (Objecto)
O presente Regulamento estabelece o regime jurídico da
Conselho de Ministros: constituição e gestão de fundos de pensões, no âmbito da
segurança social complementar.
Decreto n.° 25/2009:
Aprova o Regulamento da Constituição e Gestão de Fundos de A rtigo 2
Pensões no Âmbito da Segurança Social Complementar. (Definições)

A definição dos termos usados no presente Regulamento


Decreto n.° 26/2009:
consta do glossário em anexo.
Aprova o Regulamento de Sanidade Animal e revoga o Decreto
n.° 8/2004, de 1 de Abril. CAPÍTULO II

Autorização prévia

A rtigo 3
CONSELHO DE MINISTROS (Autorização)
Decreto n.° 25/2009 1. Depende de autorização prévia do Ministro que superintende a
de 17 de Agosto área das Finanças, após parecer da entidade de supervisão, a
requerimento dos interessados, nos termos do presente Regulamento:
Havendo necessidade de regulamentar a Constituição e Gestão
de Fundos de Pensões, no âmbito da segurança social a) A constituição de sociedades gestoras de fundos de pensões;
complementar, ao abrigo do disposto na- alínea f) do n.° 1 do b) A constituição de fundos de pensões, bem como os
respectivos regulamentos de gestão;
artigo 204 da Constituição, conjugado com os artigos 39, n.° 5 e
c) As alterações dos contratos constitutivos de fundos de
56, ambos da Lei n.° 4/2007, de 7 de Fevereiro, o Conselho de
pensões e dos regulamentos de gestão, bem como a
Ministros decreta:
transferência de gestão de fundos de pensões entre
Único. É aprovado o Regulamento da Constituição e Gestão entidades gestoras;
de Fundos de Pensões no Âmbito da Segurança Social d) A fusão, cisão e dissolução das entidades gestoras; e
Complementar, anexo ao presente Decreto e que dele é parte e) As alterações dos estatutos das sociedades gestoras de
integrante. fundos de pensões sobre:
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 2 de Junho de 2009. i) Firma ou denominação;
Publique-se. ii) Objecto;
A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo. iii) Capital social;
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iv) Criação de categorias de acções ou alteração das b) Aprovar o plano de contas aplicável aos fundos de
categorias existentes; pensões e às entidades gestoras, incluindo a definição
v) Estrutura dà administração ou de fiscalização. dos elementos que estas entidades devem
obrigatoriamente publicar;
2. As restantes alterações estatutárias não carecem de autorização
c) Estabelecer a regulamentação a que fica sujeita a política
prévia, devendo, porém, ser comunicadas à entidade de supervisão
de invèstimento dos fundos de pensões, fixando, para
no prazo de cinco dias contados a partir da data da sua ocorrência.
o efeito e sob proposta da entidade de supervisão, a
3. As alterações dos contratos constitutivos de fundos de
natureza dos activos que constituem o património dos
pensões e dos regulamentos de gestão não podem reduzir os
mesmos fundos, os respectivos limites percentuais,
valores das pensões que se encontrem em pagamento nem os
bem como os princípios gerais da congruência desses
direitos adquiridos à data da alteração.
activos;
A rtigo 4 d) Proceder ao ajustamento que se mostre necessário aos
valores do capital social mínimo das sociedades
(Decisio)
gestoras de fundos de pensões.
1. Os requerimentos a que alude o n.°l do artigo anterior são 3-. O Ministro que superintende a área das Finanças pode delegar
decididos no prazo de quarenta e cinco dias a contar da data do as competências estabelecidas no n.° 2 do presente artigo.
seu recebimento ou dos requerimentos para autorização das
respecti vas alterações ou ainda dos documentos complementares. A rtigo 7
2. A decisão sobre as matérias previstas nas alíneas a) e b) do
(Supervisão)
n.° 1 do artigo anterior é precedida da auscultação do Ministro
que superintende a área do Trabalho, cujo pronunciamento é 1. Os fundos de pensões constituídos ao abrigo do presente
feito no prazo de quinze dias após a respectiva solicitação, findo Regulamento, bem como as respectivas entidades gestoras, estão
o qual o expediente segue os seus trâmites normais para decisão. sujeitos à supervisão da entidade que supervisiona a actividade
3. Findo o prazo referido no n.° 1 deste artigo, os pedidos seguradora, designada, neste Regulamento, como “entidade de
consideram-se deferidos, excepto quando respeitem às situações supervisão de seguros e de fundos de pensões”ou simplesmente
previstas nas alíneas c), d) e e) do n.° 1 do artigo 3 e à “entidade de supervisão”.
implementação da política de investimento a que se refere a 2. No exercício das suas funções, a entidade de supervisão
alínea c) do n° 2 do artigo 6 do presente Regulamento.
emite as normas técnicas necessárias ao normal funcionamento
4. Havendo delegação de poderes, nos termos do n.° 3 do
do sector de fundos de pensões e procede à fiscalização do seu
artigo 6, e logo que concluídas as diligências de instrução do
cumprimento.
pedido, a entidade de supervisão decide igualmente no prazo
referido no n.° 1. 3. As entidades para as quais sejam transferidas, nos termos do
5. Sem prejuízo de outros procedimentos legais a que haja presente Regulamento, funções que influenciem a situação
lugar, o requerimento é indeferido sempre que: financeira de fundos de pensões, ou que sejam, de alguma forma,
a) Decorrido o prazo fixado na respectiva notificação para relevantes para a sua supervisão eficaz, estão igualmente sujeitas
suprimento de lacunas, o respectivo processo não esteja à supervisão da entidade referida no n.° 1, sendo-lhes aplicável,
instruído de acordo com as disposições do presente com as devidas adaptações, o previsto nos artigos seguintes,
Regulamento; incluindo o disposto em matéria de inspecções.
b) A instrução do processo enfermar de inexactidões e falsidades. 4. Os depositários de activos de fundos de pensões estão
igualmente sujeitos à supervisão da entidade referida no n.° 1,
A rtigo 5
no que respeita ao cumprimento do disposto no presente diploma,
(Recurso) podendo essa entidade, quando necessário para a salvaguarda
1. Sem prejuízo da reclamação, nos termos gerais, da decisão dos interesses dos participantes e beneficiários dos planos de
do órgão referido no n.° 1 do artigo 3 do presente Regulamento pensões, restringir ou vedar-lhes a livre disponibilidade de acti vos
cabe recurso para o Tribunal Administrativo. de fundos de pensões depositados nas suas instituições.

2. Se a decisão fôr tomada pela entidade de supervisão, da mesma 5. Caso as entidades previstas nos números anteriores se
cabe recurso para o órgão referido no n.° 1 do artigo 3, no prazo de encontrem sujeitas genericamente à supervisão de outra entidade,
quinze dias. esta deve colaborar com a entidade de supervisão de seguros e
de fundos de pensões e fornecer informações necessárias ao
CAPÍTULO III
exercício das suás funções.
Tutela e Supervisão 6. A entidade referida no n.° 1 deste artigo é ainda competente
A rtigo 6 para o exercício de supervisão das sociedades holdings que
detenham participações qualificadas em sociedades gestoras de
(Tutela)
fundos de pensões e em seguradoras, nos termos previstos na
1. Compete ao Ministro que superintendi; a área das Finanças legislação que estabelece as condições de acesso e exercício da
a tutela da actividade de gestão de fundos de pensões. actividade seguradora.
2. No âmbito da tutela referida no número anterior, compete 7. À entidade de supervisão assiste a prerrogativa de requerer
ainda ao Ministro que superintende a área das Finanças: junto da instância judicial competente a declaração de nulidade
a) Estabelecer os critérios de valorimetria dos activos ou anulação dos negócios nulos ou anuláveis celebrados pelas
---------- A \ m a rn a m r{(± c o l v ê n r i A « n h n f O n O S ta entidades gestoras com prejuízo dos participantes e õu
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A rtigo 8 2. Sem prejuízo do disposto no n.° 9 do artigo 54 e no artigo


(Poderes de supervisão)
83, os fundos de pensões respondem exclusivamente pelo
cumprimento dos planos de pensões, pagamento das
1. No exercício das funções referidas no artigo anterior, remunerações de gestão e de depósito que envolva e pelo
compete especialmente à entidade de supervisão: pagamento dos prémios dos seguros referidos no artigo 18, não
a) Verificar a conformidade técnica, financeira e legal da respondendo por quaisquer outras obrigações, designadamente
actividade dos fundos de pensões e dàs respectivas as de associados, participantes, entidades gestoras e depositários.
entidades gestoras; 3. Pela realização dos planos de pensões constantes do
b) Obter informações pormenorizadas sobre a situação dos respectivo contrato constitutivo, regulamento de gestão ou
fundos de pensões e das respectivas entidades gestoras contrato de adesão responde única e exclusivamente o património
e o conjunto das suas actividades, através, do fundo ou a respectiva quota-parte, cujo valor constitui o
nomeadamente, da recolha de dados, da exigência de montante máximo disponível, sem prejuízo da responsabilidade
documentos relativos ao exercício das actividades dos associados, participantes e contribuintes pelo pagamento
relacionadas com os fundos de pensões ou de inspecções das contribuições e da entidade gestora pelo rendimento mínimo
a efectuar nas instalações das entidades gestoras; eventualmente garantido.
c) Adoptar, em relação às entidades gestoras de fundos de 4 .0 valor patrimonial de eventuais direitos de um participante
pensões, seus dirigentes responsáveis; ou pessoas que
sobre um fundo de pensões está exclusivamente afecto ao
as controlam, todas as medidas adequadas e necessárias
cumprimento das obrigações previstas no respectivo plano de
não só para garantir que as suas actividades observem
pensões, não respondendo por quaisquer outras obrigações,
as disposições legais e regulamentares que lhes sejam
aplicáveis, como também para evitar ou eliminar designadamente para com os seus credores.
qualquer irregularidade que possa prejudicar os 5. Se o património de um fundo de pensões que financie
interesses dos participantes e beneficiários; simultaneamente distintos planos de pensões fôr gerido de forma
d) Garantir a aplicação efectiva das medidas referidas na conjunta, deve existir uma clara identificação da quota-parte do
alínea anterior, se necessário mediante recurso às património afecto a cãda plano.
instâncias judiciais competentes;
A rtigo 11
e) Proceder aos ajustamentos julgados necessários quanto
aos elementos sujeitos a registo na entidade de (Regime de capitalização)
supervisão, incluindo os termos e prazos de envio 1.0 património, as contribuições e os planos de pensões devem
pelas entidades gestoras dos documentos que
estar em cada momento equilibrados de acordo com sistemas
suportam os referidos elementos;
actuariáis de capitalização que permitam estabelecer uma
f) Exercer as demais funções e atribuições previstas no
presente Regulamento e legislação complementar. equivalência entre, por um lado, o património e as receitas previstas
para o fundo de pensões e, por outro lado, as pensões futuras devidas
2. À entidade referida no n.° 1 do artigo 7 do presente aos beneficiários e os encargos de gestão e de depósitos futuros.
Regulamento cabe ainda determinar o tipo de informação a ser
2. Não é permitido o financiamento do fundo através do
enviada periodicamente pelas entidades gestoras de fundos de
pensões, para efeitos de supervisão. método de repartição dos capitais de cobertura.
3. No exercício das suas funções, a entidade de supervisão A rtigo 12
emite instruções e recomendações para que sejam sanadas as
irregularidades detectadas. (Tipos de fundos de pensões)
4. Sempre que as entidades gestoras de fundos de pensões não 1. Os fundos de pensões podem, consoante o vínculo
cumpram, em prejuízo dos interesses dos participantes e beneficiá­ eventualmente existente entre os respectivos associados ou
rios, as instruções e recomendações referidas no número anterior, a aderentes, revestir a forma de fundos fechados ou abertos.
entidade de supervisão pode, consoante a gravidade da situação, 2. Os fundos dé pensões fechados podem ser constituídos por
restringir ou suspender-lhes, nos termos do presente Regulamento,
iniciativa de uma empresa ou grupos de empresas, de associações,
o exercício da actividade de gestão de fundos de pensões.
designadamente de âmbito sócio-profissional, ou por acordo entre
TÍTULO II associações patronais e sindicais.
3. Os fundos de pensões abertos podem ser constituídos por
Fundos de Pensões iniciativa de qualquer entidade gestora de fundos de pensões
CAPÍTULO I. legalmente constituída, sendo o seu valor líquido global
dividido em unidades de participação, inteiras ou fraccionadas,
Disposições Gerais
que podem ser representadas por certificados.
A rtigo 9 4. A adesão aos fundos de pensões abertos pode ser efectuada
de forma colectiva ou individual.
(Duração)

Os fundos de pensões são constituídos com duração ilimitada. A rtigo 13


(Aquisição do direito à pensão)
A rtigo 10
1. Sem prejuízo do disposto no n.° 5 do artigo 14, as
(Autonomia patrimonial)
circunstâncias que podem conferir direito ao jecebimento de
1. Os fundos de pensões são patrimónios autónomos de acordo com uma pensão são a reforma por velhice ou por invalidez e a
a legislação em vigor, podendo no futuro revestir outras formas de sobrevivência, entendendo-se estes conceitos nos termos em que
autonomização patrimonial que venham a ser permitidas por lei. eles se encontrem definidos no respectivo plano de pensões.
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2. A idade prevista no plano de pensões a partir da qual se A rtigo 17


obtém o direito a uma pensão de pré-reforma ou de reforma (Tipos de planos de pensões)
antecipada não pode ser inferior a 50 anos, sendo homem, ou 45
anos, sendo mulher, salvo se outra resultar de disposições legais 1. Os planos de pensões referidos no presente Decreto podem sen
ou de contratação colectiva ao caso aplicável. a) De benefício definido, de contribuição definida ou
3. Quando complementares e acessórios das prestações mistos, quanto ao tipo de garantias estabelecidas;
referidas no número anterior, os planos de pensões podem prever b) Contributivos e não contributivos, consoante a forma
ainda a atribuição de subsídios por morte. de financiamento.

A rtigo 14 2. Os planos de pensões a financiar através da adesão


individual a um fundo de pensões aberto só podem ser de
(Forma de pagamento dos benefícios) contribuição definida.
1. Sem prejuízo do disposto no n.° 3 deste artigo, no momento A rtigo 18
em que se inicia o pagamento da pensão estabelecida, pode ser
concebida a sua remição parcial, em capital, ou a. sua (Transferência de riscos)
transformação em outro tipo de renda, desde que se verifiquem Os fundos de pensões podem celebrar com empresas de seguros
cumulativamente as seguintes condições: ou resseguradoras contratos para a garantia da cobertura dos riscos
a) Essa possibilidade esteja prevista mo plano de pensões; de morte e invalidez permanente, eventualmente previstos no plano
b) Tenha sido apresentado à entidade gestora um pedido de pensões, bem como contratos de seguro de rendas vitalícias.
formulado por escrito pelo futuro beneficiário. A rtigo 19
2. O montante do capital de remição, previsto no número (Dever de registo)
anterior, bem como o valor actiial da renda proveniente da
transformação, não pode ser superior a um terço do valor actual 1. Os fundos de pensões, bem como as entidades gestoras,
da pensão estabelecida. estão sujeitos a registo na entidade de supervisão, quanto aos
3. Mediante acordo entre a entidade gestora, o associado e o elementos relativos à respectiva constituição, alteração e
beneficiário, é ainda possível a remição total da pensão, ou a sua actividade, designadamente:
transformação em outro tipo de renda, sem sujeição ao limite a) A constituição de sociedade gestora de fundos de pensões
previsto no número anterior. e o respectivo contrato societário e a autorização para
4. O valor actual da pensão, para efeitos de determinação do o exercício da actividade de gestão de fundos de
capital de remição ou transformação em outro tipo de renda, é pensões por seguradora;
calculado de acordo com as bases técnicas utilizadas para a b) A caducidade e a revogação da autorização para constitui­
determinação do mínimo de solvência, ção de sociedade gestora ou para exercício da actividade
5. No caso de fundos de pensões que financiem planos de gestão de fundos de pensões por seguradora;
contributivos, os beneficiários têm direito ao reembolso do .c) A fusão, cisão, dissolução e qualquer alteração aos
montante determinado em função das contribuições efectuadas estatutos de sociedade gestora de fundos de pensões;
pelos participantes, em qualquer das circunstâncias previstas no d) A aquisição de participações qualificadas em sociedades
n.° 1do artigo 13, e ainda, em caso de desemprego de longa duração. gestoras de fundos de pensões e a sua cessação;
e)A designação e a cessação de funções, por qualquer causa que
6.0 reembolso previsto no número anterior pode ser efectuado
não seja o decurso do tempo, dos membros dos órgãos de
sob as formas de renda, capital ou qualquer combinação destes.
administração e fiscalização da sociedade gestora;
7. Sem prejuízo da possibilidade de remição da pensão em
f) A constituição e alteração de fundo de pensões fechado
capital, as pensões resultantes de planos de pensões de
e respectivo contrato;
contribuição definida são garantidas através de um seguro
g) A constituição de fundo de pensões aberto e respectivo
celebrado em nome e por Conta do beneficiário. Regulamento, bem como as suas alterações;
A rtigo 15
h) A extinção, por qualquer causa, de fundo de pensões;
i) A contratação do depositário dos valores que integram o
(Portabilidade dos benefícios) património de fundo de pensões;
Nos planos contributivos, relativamente às contribuições j) A designação, substituição e cessação de funções, por
próprias, e nos planos com direitos adquiridos, é facultada aos qualquer causa que não seja o decurso do tempo, do
participantes que cessem o vínculo com o associado a actuário responsável, do auditor externo e dos
possibilidade de transferirem o valor a que têm direito para outro membros da comissão de acompanhamento;
fundo de pensões. k) O Relatório e Contas anuais da sociedade gestora e do
fundo de pensões;
A rtigo 16 l) O prospecto informativo destinado à adesão individual a
(Contas individuais) fundo de pensões aberto;
m) A adopção de qualquer medida de saneamento da
No caso de fundos que financiam planos mistos ou de entidade gestora e outras providências adoptadas ao
contribuição definida, é obrigatória a existência de contas abrigo do artigo 88 do presente Regulamento;
individuais para cada participante, na parte correspondente às n) A decisão de restringir ou proibir a livre utilização dos
contribuições definidas, salvo em situações excepcionais, activos do fundo de pensões;
fundamentadas nas características do plano e aceites pela entidade o) A designação de gestores provisórios para a sociedade
de supervisão. gestora.
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2 .0 registo referido no número anterior deve ser requerido no CAPÍTULO n


prazo de trinta dias contados a partir da verificação do facto, sem Constituição de Fundos de Pensões
prejuízo dos casos em que possa ser efectuado oficiosamente.
3. O registo previsto neste artigo não dispensa, nos casos em SECÇÃO I
que seja aplicável, o registo considerado na lei comercial. Fundos de pensões fechados
A rtigo 20 A rtigo 22
(Recusa de registo) (Constituição)
1. Além de outros casos legalmente previstos, o registo de qual­ 1. Os fundos de pensões fechados constituem-se por contrato
quer acto referido no n.° 1 do artigo anterior é recusado se: escrito celebrado entre as entidades gestoras e os associados
a) Fôr manifesto que o facto não está titulado nos fundadores, o quàl está sujeito a publicação obrigatória.
documentos apresentados; 2. Do contrato escrito devem constar obrigatoriamente os
b) O facto constante do documento já se encontrar registado seguintes elementos:
ou não estiver sujeito a registo; a) Identificação das partes contratantes;
c) O facto enfermar de nulidade; b) Denominação do fundo de pensões;
d) Nos factos sujeitos a autorização, não se encontrar c) Denominação, capital social e sede da entidade gestora;
preenchida qualquer condição de que a mesma d) Identificação dos associados;
estivesse dependente; e) Indicação das pessoas que podem ser participantes,
e) Nos restantes casos, o vício ou irregularidade detectado contribuintes e beneficiárias do fundo;
no requerimento de registo ou no facto que se pretenda f) Valor do património inicial do fundo, discriminando os
registar, não fôr sanado no prazo estabelecido. bens que a este ficam adstritos;
2. Os interessados, conforme o caso, podem impugnar a decisão g) Objectivo do fundo e respectivo plano ou planos de
de recusa, nos termos do artigo 5 do presente Regulamento. pensões a.financiar;
A rtigo 21
h) Regras de administração do fundo e representação dos
associados;
(Publicações obrigatórias) i) Condições em que se opera a transferência de gestão do
1. A publicação obrigatória de actos previstos neste título é fundo para outra entidade gestora ou do depósito dos
efectuada pela entidade gestora, no prazo de sessenta dias a partir títulos e outros documentos do fundo para outro
da data da sua ocorrência, no Boletim da República. depositário;
2. Estão sujeitos à publicação obrigatória prevista no número j) Direitos dos participantes, nomeadamente quanto à
anterior os seguintes actos: portabilidade dos benefícios, nos termos do artigo 15,
quando deixem de estar abrangidos pelo fundo destes e
a) Os Estatutos da sociedade gestora e suas alterações; dos beneficiários quando o fundo se extinguir ou quan­
b) O contrato constitutivo do fundo de pensões fechado e o do qualquer dos associados se extinguir ou abandonar
Regulamento de gestão de fundos de pensões aberto, o fundo, sem prejuízo do disposto no artigo 33;
bem como as respectivas alterações; k) Se podem ser concedidos empréstimos aos participantes
c) A fusão, cisão e dissolução da sociedade gestora de e sob que forma;
fundos de pensões; l) Cdndições em que a entidade gestora e os associados se
d) A extinção, por qualquer causa, de fundo de pensões; reservam o direito de modificar as cláusulas acordadas;
e) O Relatório e Contas anuais da sociedade gestora e do m) Causas de extinção do fundo, sem prejuízo do disposto
fundo de pensões. no artigo 33.
3. A entidade gestora deve enviar à entidade de supervisão
cópia das publicações no prazo de três dias a contar da última A rtigo 23
que tiver ocorrido. (Contrato de gestão)
4. O anúncio da constituição ou da modificação do contrato 1. Os fundos de pensões fechados são geridos ao abrigo do
constitutivo ou Regulamento de gestão de um fundo de pensões respectivo contrato de gestão que deve ser celebrado entre os
deve indicar, consoante o caso: associados e a entidade gestora.
a) Local e data de celebração do contrato constitutivo, ou 2. Do contrato de gestão devem constar obrigatoriamente os
da respectiva alteração e data a partir da qual os seguintes elementos:
mesmos produzem efeitos; a) Denominação do fundo de pensões;
b) Identificação da .entidade gestora e dos associados; b) Denominação, capital social e sede da entidade gestora
c) Denominação do fundo de pensões; do fundo;
d) Regulamento de Gestão ou cláusulas do Contrato c) Nome e sede dos depositários;
Constitutivo. d) Remuneração da entidade gestora;
5. O anúncio da modificação do contrato constitutivo ou e) Remuneração dos depositários, desde que não se preveja
regulamento de gestão de um fundo de pensões ou extinção do o acordo prévio do associado para a fixação daquela
fundo deve ainda identificar a data da publicação do contrato remuneração;
constitutivo ou regulamento de gestão iniciais e respectivas f) Política de investimento do fundo;
alterações, caso não seja efectuada a republicação integral da g) Condições em que são concedidas as pensões, se directa­
versão actual daqueles no Boletim da República. mente pelo fundo ou se através de contratos de seguro;
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h) Regulamento que estabeleça as condições em que podem i) Remuneração máxima da entidade gestora;
ser concedidos empréstimos aos participantes, no caso j) Limites máximo e mínimo das comissões de emissão e de
de estar prevista tal concessão; reembolso das unidades de participação, explicitando-
i) Condições em que as partes contratantes se reservam o se claramente a sua forma de incidência;
direito de modificar o contrato de gestão inicialmente k) Remuneração máxima dos depositários;
celebrado; l) Condições em que se opera a transferência da gestão do
j) Estabelecimento do rendimento mínimo garantido e fundo para outra entidade gestora ou do depósito dos
duração desta garantia, caso a entidade gestora assuma títulos e outros documentos do fundo para outro
o risco de investimento; depositário;
k) Penalidades em caso de descontinuidade da gestão do m) Estabelecimento do rendimento mínimo garantido e
fundo; duração desta garantia, explicitando-se a forma como
l) Direitos, obrigações e funções da entidade gestora, nos a política de investimento prossegue este objec­
termos das normas legais e regulamentares; tivo, caso a entidade gestora assuma o risco de
m) Indicação do eventual estabelecimento de contratos de investimento;
mandato da gestão de investimentos, actuarial ou n) Condições em que a entidade gestora se reserva o direito
administrativa; de modificar as cláusulas do regulamento de gestão;
n) Regras de designação e representação dos associados, o) Causas de extinção do fundo, sem prejuízo do disposto
participantes e beneficiários na comissão de no artigo 33;
acompanhamento e funções da comissão. p) Processo a adoptar no caso de extinção do fundo;
3. O contrato de gestão não pode derrogar ou alterar q) Direitos, obrigações e funções da entidade gestora, nos
disposições contidas no contrato constitutivo. termos das normas legais e regulamentares;
r) Indicação do eventual estabelecimento de contratos de
4. No prazo de oito dias a partir da data da sua celebração,
mandato da gestão de investimentos, actuarial ou
deve um exemplar do contrato de gestão e de suas eventuais administrativa.
alterações subsequentes ser remetido à entidade de supervisão.
3. Sem prejuízo do disposto no número seguinte, o valor das
A rtigo 24 unidades de participação, a composição discriminada das
(Instrução e tramitação do processo de autorização) aplicações do fundo e o número de unidades de participação em
circulação devem ser publicados com periodicidade mínima
1. A autorização dos fundos de pensões fechados é concedida mensal em meio adequado de divulgação, nos termos
a requerimento conjunto das entidades gestoras e dos associados estabelecidos pela entidade de supervisão.
fundadores, acompanhado do projecto do contrato constitutivo
4 .0 valor das unidades de participação dos fundos de pensões
e do plano técnico-actuarial, tratando-se de planos de benefícios
abertos é divulgado diariamente nos locais e meios de
definidos ou mistos.
comercialização das mesmas, excepto no caso de fundos que
2 . Sempre que as alterações a introduzir no contrato
apenas admitam adesões colectivas, em que é divulgado com
constitutivo tenham incidência sobre o montante das
periodicidade mínima mensal.
responsabilidades, o respectivo pedido de autorização deve
incluir, além do projecto do novo texto,, o respectivo plano A rtkjo 2 6
técnico-actuarial, tendo em conta o disposto no artigo 77.
(Adesão colectiva)
SECÇÃO II
1. A adesão colectiva a um fundo de pensões aberto efectua-
Fundos de pensões aberlos se através da subscrição inicial de unidades de participação pelos
associados que pretendam aderir a este.
A rtigo 25
2. Numa única adesão colectiva podem coexistir vários
(Constituição) associados, desde que exista um vínculo de natureza empresarial,
1. Os fundos de pensões abertos constituem-se no dia da associativo, profissional ou social entre os mesmos e seja
entrega da primeira contribuição, efectuada nos termos do necessário o consentimento destes para a inclusão de novos
respectivo Regulamento de gestão, o qual está igualmente sujeito associados na adesão colectiva.
a publicação obrigatória. 3. Sempre que um plano de pensões seja financiado através de
2. Do Regulamento de gestão devem constar obrigatoriamente mais de uma adesão colectiva, deve ser nomeada pelo associado
os seguintes elementos: a entidade gestora a quem incumbem as funções globais de gestão
a) Denominação do fundo de pensões; administrativa e actuarial do plano de pensões, nos termos
b) Denominação, capital social e sede da entidade gestora; fixados pela entidade de supervisão.
c) Nome e sede dos depositários; 4. No momento da aquisição das primeiras unidades de
d) Definição dos conceitos necessários ao conveniente participação, deve ser celebrado um contrato de adesão ao fundo
esclarecimento das condições contratuais; de pensões entre cada associado, ou grupo de associados, e a
e) Valor da unidade de participação na data de início do entidade gestora, do qual conste obrigatoriamente:
fundo; a) Denominação do fundo de pensões;
f) Forma de cálculo do valor da unidade de participação; b) Identificação do(s) associado(s);
g) Dias fixados para o cálculo do valor da unidade de c) Indicação das pessoas que podem ser participantes,
participação; contribuintes e beneficiárias do fundo;
h) Política de investimento do fundo; d) Plano ou planos de pensões a financiar;
17 DE AGOSTO DE2009 220— (33)

e) Indicação, se fôr caso disso, de que o plano de pensões é f) Identificação da entidade de supervisão competente;
financiado por mais de uma adesão colectiva, g) Discriminação da informação enviada pela entidade
identificando-se a entidade gestora responsável pelas gestora ao participante na vigência do contrato, e
funções globais de gestão administrativa e actuarial; respectiva periodicidade;
f) Condições em que são concedidas as pensões, se h) Em anexo, cópia do regulamento de gestão.
directamente pelo fundo, ou se fôr através de contratos 4. Os contribuintes, pessoas singulares, devem dar o seu acordo
de seguro; escrito ao regulamento de gestão do fundo, presumindo-se, na
g) Direitos dos participantes quando deixem de estar sua falta, que os mesmos não tomaram conhecimento daquele,
abrangidos pelo fundo; assi&tindo-lhes, neste caso, o direito de resolução da adesão
h) Direitos dos participantes e dos beneficiários, quando a
individual no prazo definido no artigo 30 e de serem
respectiva adesão colectiva ao fundo se extinguir ou
reembolsados nos termos previstos no artigo 31.
qualquer associado ou qualquer dos associados se
5. É vedada a concessão de empréstimos aos participantes
extinguir ou abandonar o fundo, sem prejuízo do
com base nas unidades de participação detidas.
disposto no artigo 33;
i) Número de unidades de participação adquiridas; A rtigo 28
j) Condições em que as partes contratantes se reservam o
(Comercialização conjunta)
direito de modificar o contrato de adesão;
k) Condições de transferência da quota-parte de um 1, Podem ser comercializados de forma conjunta dois ou mais
associado para outro fundo de pensões, especificando fundos de pensões abertos, geridos pela mesma entidade gestora,
eventuais penalizações que lhe sejam aplicáveis; cada um com uma política de investimento própria e diferenciada
l) Quantificação das remunerações ou comissões que serão dos restantes, de modo a facilitar aos contribuintes a escolha
cobradas; entre diversas opções de investimento.
m) Regras de designação e representação dos associados, 2. A adesão ao conjunto de fundos previsto no número anterior
dos participantes e dos beneficiários na comissão de efectua-se mediante a celebração de um único contrato de adesão,
acompanhamento e funções da comissão; o qual deve indicar, nomeadamente, as condições especiais de
n) Em anexo cópia do regulamento de gestão. transferência das unidades de participação entre os fundos
5. E dispensada a inclusão dos elementos mencionados nas comercializados conjuntamente.
alíneas c), d),f), g), h), j) e h) do número anterior desde que estes
constem do regulamento de gestão. A rtigo 29
6. Os associados devem expressar o seú acordo escrito (Instrução e tramitação do processo de autorização)
relativamente ao regulamento de gestão do fundo.
7. É vedada a concessão de empréstimos aos participantes 1. A autorização dos fundos de pensões abertos é concedida a
requerimento da entidade gestora, acompanhado do projecto de
com base nas unidades de participação detidas.
8. Os contratos de adesão colectiva, bem como as respectivas regulamento de gestão.
2. As alterações ao regulamento de gestão de que resulte um
alterações e os contratos de extinção decorrentes de transferências
de adesões colectivas entre fundos de pensões, devem ser aumento das comissões, uma alteração substancial à política de
enviados à entidade de supervisão, devendo ser igualmente investimento ou a transferência da gestão do fundo para outra
enviados os planos técnico-actuariais no caso de as adesões entidade gestora, devem ser notificadas individualmente aos
financiarem planos de benefício definido ou mistos. aderentes, sendo-lhes conferida a possibilidade de transferirem,
sem encargos, as suas unidades de participação para outro fundo
A rtigo 27 de pensões.
(Adesão individual)
A rtigo 30
1. A adesão individual a um fundo de pensões aberto efectua- (Direito de renúncia)
se através da subscrição inicial de unidades de participação por
contribuintes. 1. O contribuinte, pessoa singular, pode num prazo de trinta
2. Em caso de adesão individual a um fundo de pensões aberto, dias, contados a partir da data de adesão individual a um fundo
as unidades de participação são pertença dos participantes. de pensões, renunciar aos efeitos do contrato, mediante
3. No momento da aquisição das primeiras unidades de comunicação por carta registada, com aviso de recepção, dirigida
participação, deve ser celebrado um contrato de adesão individual ao endereço da sede social da respectiva entidade gestora.
ao fundo de pensões, entre o contribuinte e a entidade gestora, 2. A falta de comunicação, nos termos previstos no número

do qual devem constar: anterior, determina a ineficácia da renúncia.


a) Denominação do fundo de pensões; A rtigo 31
b) Condições em que serão devidos os benefícios;
(Efeitos do exercício do direito de renúncia)
c) Condições de transferência das unidades de participação
de um participante para outro fundo de pensões, 1. O exercício do direito de renúncia determina a resolução
especificando eventuais penalizações que lhe sejam do contrato de adesão individual, extinguindo todas as
aplicáveis; obrigações dele decorrentes, com efeitos a partir da celebração
d) Quantificação das remunerações e comissões que serão do mesmo, havendo lugar à devolução do valor das unidades de
cobradas; participação ou, nos casos em que a entidade gestora assuma o
e) Informação dos termos e condições de exercício dos risco de investimento, do valor das contribuições pagas.
direitos de resolução e renúncia previstos no n.° 4 e 2. A entidade gestora tem direito a um montante igual à
no artigo 30; comissão de emissão, revertendo para o fundo, a parte dos custos
220— (34) ISÉR1E— NÚMERO 32

de desinvestimento que esta comprovadamente tenha suportado 5. A entidade gestora do fundo de pensões não pode dissolver-se
e que excedam aquela comissão de emissão, ou a sua totalidade, sem primeiro ter garantido a continuidade da gestão efectiva do
se esta não tiver sido cobrada. mesmo fundo por outra entidade habilitada, para o que aquela
3.0 exercício do direito de renúncia não dá lugar a qualquer deve comunicar previamente à entidade de supervisão a sua
indemnização para além do que é estabelecido no número intenção de dissolver a sociedade.
anterior. 6. Excepto no caso ã que se refere o n.° 8 do artigo 26, a
A rtigo 32 cessação de uma adesão colectiva a um fundo de pensões aberto
é efectuada mediante a celebração de um contrato de extinção
(Suspensão de subscrição ou transferência de unidades
de participação)
entre o associado e a entidade gestora, cujo projecto deve ser
comunicado previamente à entidade de supervisão, e que pode
1. Em circunstâncias excepcionais e sempre que o interesse ser celebrado quarenta e cinco dias após essa comunicação caso
dos participantes e beneficiários o aconselhe, as operações de esta nada determine.
subscrição ou transferência de unidades de participação em fundos
de pensões abertos podem ser suspensas por decisão da entidade A rtigo 34
gestora ou da entidade de supervisão. (Liquidação)
2. A entidade gestora deve comunicar previamente à entidade
de supervisão a suspensão referida no número anterior e a 1. A entidade gestora deve proceder à liquidação do património
respectiva fundamentação. de um fundo de pensões ou de uma quota-parte deste nos termos
fixados no negóciojurídico de extinção ou na resolução unilateral
CAPÍTULO III prevista no n.° 4 do artigo anterior.
2. Na liquidação do património de um fundo de pensões ou
Extinção e Liquidação dos Fundo» de Pensões
de uma quota-parte deste, o respectivo património responde, até
A rtigo 33 ao limite da sua capacidade financeira, por:
(Extinção)
a) Despesas que lhe sejam imputáveis, nos termos das
alíneas d), e),f)ei) do artigo 69;
1. Os fundos dè pensões extinguem-se nas seguintes b) Montante da conta individual de cada participante, no
circunstâncias: caso de fundos de pensões que financiem planos de
a) Por acordo entre os respectivos associados e entidades pensões contributivos, que deve ser aplicado de acordo
gestoras, ou por decisão unilateral destas últimas, nos com as regras estabelecidas no contrato constitutivo
térmos previstos neste diploma; ou regulamento de gestão;
b) Ocorrendo algumas das causas previstas no contrato c) Prémios únicos de rendas vitalícias que assegurem as
constitutivo ou no regulamento de gestão, ao abrigo, pensões em pagamento de acordo com o montante da
respectivamente, da alínea m) do n.° 2 do artigo 22 e pensão à data da extinção;
da alínea o) do n.° 2 do artigo 25; d) Prémios únicos de rendas vitalícias que assegurem o
c) Quando se extinguirem as correspondentes entidades pagamento das pensões relativas aos participantes
gestoras ou os associados sem que se proceda a com idade superior ou igual à idade normal de reforma
respectiva substituição, devendo observar-se nesse estabelecida no plano de pensões;
caso o disposto no contrato constitutivo ou no e) Montante que garanta os direitos adquiridos dos
regulamento de gestão; participantes existentes à data da extinção, que deve
ser aplicado de acordo com as regras estabelecidas no
d) Se, sem prejuízo do disposto no artigo 80, o associado
contrato constitutivo' ou regulamento de gestão;
não proceder ao pagamento das contribuições
f) Garantia das pensões em formação, para os participantes
necessárias ao cumprimento dos montantes mínimos
que não tenham sido abrangidos, no âmbito da alínea
de financiamento exigidos pelas disposições legais anterior;
em vigor;
g) Montantes que garantama actualização das pensões em paga­
e) Quando não existirem participantes nem beneficiários e mento, desde que esta esteja contratualmente estipulada.
quando, por qualquer causa, se esgotar o seu objecto;
f) Quando, sem prejuízo da autorização prévia da entidade de 3. Em caso de insuficiência financeira, o património do fundo
supervisão, se verificar uma insuficiência de financia­ ou da respectiva quota-parte responde preferencialmente pelas
mento do plano de pensões face às regras estabelecidas responsabilidades enunciadas e pela ordem das alíneas do número
e se se concluir, com base em elementos documentais, anterior, com recurso a rateio proporcional ao valor das
que não foi possível obter acordo do associado. responsabilidades naquela em que fôr necessário.
4. O saldo final líquido positivo que eventualmente seja
2. Verificando-se o disposto na alínea/J do número anterior, a apurado durante a operação de liquidação tem o destino que fôr
entidade gestora deve resolver unilateralmente o contrato decidido conjuntamente pelas entidades gestoras e pelos
constitutivo ou de adesão colectiva. associados, mediante prévia aprovação da entidade de supervisão,
3. A extinção de um fundo de pensões fechado ou aberto ou de acordo com os critérios previstos no n.° 3 do artigo 83.
ainda de uma quota-parte daquele é efectuada mediante negócio 5. Salvo em casos devidamente justificados, sempre que o
jurídico de extinção celebrado por escrito, após autorização saldo.líquido positivo, referido no número anterior, resulte de
prévia da entidade de supervisão. uma redução drástica do número de participantes em planos de
4. O negócio jurídico de extinção de um fundò de pensões pensões sem direitos adquiridos, o referido saldo deve ser
fechado, ou de uma quota-parte deste, ou de um fundo de pensões utilizado prioritariamente para garantia das pensões que se
aberto, bem como a resolução unilateral referida no n.° 2, estão encontravam em formação, relativamente aos participantes
sujeitos a publicação obrigatória. abrangidos por aquela redução.
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (35)

6. Não se consideram devidamente justificados, para os efeitos c) Representar, independentemente de mandato, os


do disposto no número anterior, os casos em que a redução drástica associados, participantes, contribuintes e beneficiários
do número de participantes se tenha operado mediante acordos de do fundo no exercício dos direitos decorrentes das
cessação do contrato de trabalho, a não ser que dos mesmos resulte respectivas participações;
a renúncia expressa ao direito previsto naquele número. d) Proceder à cobrança das contribuições previstas e
garantir, directa ou indirectamente, os pagamentos
TÍTULO III devidos aos beneficiários;
Estruturas de Gestão e Controlo de Fundos de Pensões e) Inscrever no registo predial, em nome do fundo, os
direitos sobre imóveis que o integrem;
CAPÍTULO I J) Manter em ordem a sua escrita e a dos fundos por ela geridos.
Entidades Gestoras de Fundos de Pensões
A rtigo 37
SECÇÃO I
(Deveres gerais)
D isposições gerais
1. A entidade gestora, no exercício das suas funções, age de
A rtigo 35 modo independente e no exclusivo interesse dos associados,
participantes e beneficiários.
(Entidades gestoras)
2. A entidade gestora deve exercer as funções que lhe competem
1. Sem prejuízo do disposto no n° 5 do artigo 39 da Lei n.° 4/2007, segundo critérios de elevada diligência e competência profissional,
de 7 de Fevereiro, os fundos de pensões podem ser geridos por bem como actuar de forma célere e eficaz na colaboração com as
uma ou várias das seguintes entidades gestoras: demais estruturas de governação dos fundos de pensões e na
a) Sociedades constituídas exclusivamente para esse fim, prestação da informação exigida nos termos da lei.
nos termos do presente Regulamento, designadas por
A rtigo 38
sociedades gestoras;
b) Seguradoras autorizadas a exercer, na República de (Conflito de interesses)
Moçambique, a sua actividade no ramo «Vida». 1. Os interesses do fundo prevalecem sobre quaisquer outros
2. Sem prejuízo do disposto nas alíneas/), g) e h) do n.° 1 do interesses, quer da entidade gestora ou de empresas com as quais
artigo 45 e no artigo 86, às seguradoras que pretendam exercer a se encontre em relação de domínio ou de grupo, quer dos titulares
actividade de gestão de fundos de pensões aplica-se, para a sua dos seus órgãos sociais, sendo anulável todo o acto ou negócio
autorização, o disposto na legislação que estabelece as condições jurídico contrário aos interesses daquele.
de acesso e exercício da actividade seguradora. 2. A entidade gestora, assim como os titulares dos seus órgãos
3. As seguradoras autorizadas a exercer a sua actividade, na sociais e as empresas com as quais se encontre em relação de
República de Moçambique, no ramo «Vida» e que pretendam domínio ou de grupo, não pode comprar ou vender para si
gerir fundos de pensões, devem requerer autorização ao Ministro elementos dos activos dos fundos por si geridos, directamente
que superintende a área das Finanças, através de requerimento ou por interposta pessoa.
devidamente fundamentado. 3. É vedado aos órgãos de administração e aos trabalhadores
4. As entidades gestoras exercem as funções atribuídas por da entidade gestora de exercer quaisquer funções noutra entidade
lei, podendo também exercer, de forma autónoma, actividades gestora de fundos de pensões, salvo se pertencentes ao mesmo
necessárias ou complementares da gestão de fundos de pensões. grupo empresarial.
5. As entidades gestoras realizam todos os seus actos em nome 4. Sempre que sejam emitidas ordens de compra de activos,
e por conta comum dos associados, participantes, contribuintes conjuntas para vários fundos de pensões, a entidade gestora
e beneficiários e, ria qualidade de administradoras dos fundos, efectua a distribuição dos custos de forma proporcional aos
podem negociar valores mobiliários ou imobiliários, fazer activos adquiridos para cada fundo de pensões.
depósitos bancários na titularidade do fundo e exercer todos os
direitos ou praticar todos os actos que directa ou indirectamente A rtigo 39
estejam relacionados com o património do fufido. (Actos vedados ou condicionados)
6. A entidade gestora da segurança social obrigatória, quando
lhe seja cometida a segurança social complementar, fica sujeita 1. À entidade gestora é especialmente vedado, quando actue
às regras contabilísticas e sobre a políticá de investimento por conta própria:
definidas, em conformidade com este Regulamento, para a a) Adquirir acções próprias;
actividade de gestão de fundos de pensões. b) Conceder crédito, com excepção de crédito hipotecário,
aos seus trabalhadores.
A rtigo 36
2. A entidade gestora é especialmente vedado, quando actue
(Funções)
como gestora do fundo de pensões:
Na qualidade de administradora e gestora do fundo e de sua a) Contrair empréstimos, excepto com fins de liquidez, ou
legal representante, compete à entidade gestora a prática de todos oferecer a terceiros os activos dos fundos de pensões
os actos e operações necessários ou convenientes à boa para garantia, qualquer que seja a forma jurídica a
administração e gestão do fundo, nomeadamente: assumir por essa garantia;
a) Proceder à avaliação das responsabilidades do fundo; b) Adquirir acções próprias;
b) Seleccionar e negociar os valores, mobiliários ou c) Conceder crédito, salvo se se tratar de crédito hipotecário
imobiliários, que devem constituir o fundo, de acordo ou de crédito aos participantes, nos termos previstos
com a política de investimento; no contrato constitutivo do fundo.
220— (36) ISÉRIE— NÚMERO 32

A rtigo 40 e) Adoptar na respectiva denominação a expressão


(Subcontratação) «Sociedade Gestora de Fundos de Pensões»;
f) Ter a sede social e a principal e efectiva administração na
1. As entidades gestoras não podem transferir global ou República de Moçambique.
parcialmente para terceiros os poderes que lhes são conferidos
por lei, sem prejuízo da possibilidade de recorrerem a serviços 2. O capital social subscrito deve, na data da constituição da
de terceiros que se mostrem convenientes para o exercício da sua sociedade, estar integralmente realizado e representado por acções
actividade, designadamente os de prestação de conselhos nominativas ou ao portador, registadas.
especializados sobre aspectos actuariais e de investimentos e, 3. São aplicáveis às sociedades gestoras de fundos de pensões
ainda, de execução, sob a sua orientação e responsabilidade, dos as disposições da legislação que estabelece as condições de
actos e operações que lhes competem. acesso e exercício da actividade seguradora, quanto ao controlo
2. Sem prejuízo da manutenção da sua responsabilidade para dos detentores de participações qualificadas, quanto aos
com os fundos de pensões, associados, participantes e respectivos órgãos sociais, e sobre o uso ilegal de denominação.
beneficiários, as entidades gestoras podem mandatar a gestão de A rtigo 42
parte ou da totalidade dos activos de um fundo de pensões a
instituições de crédito, sociedades gestoras de patrimónios, (Instrução e tramitação do processo de autorização)
sociedades gestoras de fundos de investimento, empresas de 1. O requerimento para a constituição da sociedade deve ser
seguro «Vida», desde que legalmente autorizadas a exercer a submetido por via da entidade de supervisão, indicando o
respectiva actividade em Moçambique e a outras sociedades respectivo capital social, a identificação dos accionistas
gestoras de fundos de pensões. fundadores e as suas participações e ser acompanhado dos
3. A prestação de serviços referida nos números anteriores deve seguintes elementos:
ser formalizada através de contrato escrito celebrado entre a entidade a) Projecto de estatutos;
gestora e o prestador de serviços e respeitar as seguintes condições: b) Certificado do registo criminal dos accionistas
a) Manutenção da responsabilidade da entidade gestora fundadores, quando pessoas singulares, e dos
pelo cumprimento das disposições que regem a respectivos administradores, directores ou gerentes,
actividade de gestão de fundos de pensões; quando pessoas colectivas;
b) Detenção pelos prestadores de serviços das qualificações c) Declaração de que nem os accionistas fundadores nem
e capacidades necessárias ao desempenho das funções as sociedades ou empresas cuja gestão tenham
subcontratadas; assegurado ou de que tenham sido administradores,
c) Dever de controlo do desempenho das funções directores ou gerentes foram declarados em estado de
subcontratadas pela entidade gestora, através, insolvência ou falência;
designadamente, do poder de esta emitir instruções d) Documentos comprovativos da inexistência de dívidas
adicionais e de resolver o contrato sempre que tal for do tributárias ou à segurança social por parte dos
interesse dos associados, participantes e beneficiários; accionistas fundadores;
d) Cumprimento do enquadramento legal e regulamentar a e) Informações detalhadas sobre a estrutura do grupo que
que a actividade de gestão de fundos de pensões está permitam, sempre que existam relações de
proximidade entre a empresa e outras pessoas
sujeita, do exercício da gestão no exclusivo interesse
singulares ou colectivas, verificar a inexistência de
dos associados, participantes e beneficiários e da
entraves ao exercício das funções de supervisão;
inexistência de prejuízo para a eficácia da supervisão.
f) Estudo de viabilidade económico-financeira, baseado
4. Deve ser remetido à entidade de supervisão um exemplar do num programa de actividades o qual deve incluir, pelo
contrato previsto no número anterior sempre que solicitado, redigido menos, os seguintes elementos:
na língua portuguesa ou devidamente traduzido e legalizado. i. Estrutura orgânica da empresa, com especificação dos
SECÇÃO II meios técnicos e financeiros, bem como dos meios
directos e indirectos de pessoal e material a utilizar;
Condições de acesso e exercício d as sociedades gestoras
ti. Previsão das despesas de instalação dos serviços adminis­
A rtig o 41 trativos, bem como dos meios financeiros necessários;
iii. Indicação do tipo de fundos de pensões a gerir, forma
(Requisitos de constituição) de comercialização e comissões aplicáveis;
1. As sociedades gestoras de fundos de pensões devem iv. Elementos que constituem a margem de solvência;
constituir-se sob a forma de sociedade anónima e satisfazer os v. Para cada um dos três primeiros exercícios sociais:
seguintes requisitos: i. Balanço e demonstração de resultados previsionais,
a) Obedecer a critérios de oportunidade e conveniência, indicando o capital subscrito e realizado;
relacionados fundamentalmente com o interesse ii. Previsão do número de trabalhadores e
económico-financeiro ou do mercado de que a mesma respectiva massa salarial;
constituição se revista para a República de Moçambique; iii. Previsão da demonstração dos fluxos de caixa;
b) Ter por objecto exclusivo a gestão de fundòs de pensões; iv. Previsão da margem de solvência e dos meios
c) Ter um capital social de, pelo menos, 3750000,00MT, financeiros necessários à sua cobertura, em
salvo o disposto na alínea seguinte; conformidadecom as disposições legais emvigor.
d) Ter um capital sodal de, pelo menos, 1250000,00MT no caso 2. As hipóteses e os pressupostos em que se baseia a elaboração
de estatutariamente o objecto da sociedade consistir na das projecções incluídas no programa previsto no número anterior
gestão de um único fundo de pensões fechado; são devida e especificamente fundamentados.
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (37)

3. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, ao e) Ser retirada a aprovação do programa de actividades ou
processo de autorização aplica-se, com as necessárias adaptações, não ser concedida, ou requerida, a autorização para
o regime de instrução e tramitação do processo, e comunicação alteração do programa de actividades;
estabelecido na legislação que estabelece as condições de acesso f) Irregularidades graves na administração, organização
e exercício da actividade seguradora. contabilística ou no controlo interno da sociedade,
de modo a pôr em risco os interesses dos participantes
A rtigo 43 ou beneficiários ou as condições normais de
(Cumprimento do programa de actividades) funcionamento do mercado;
g) Deixar de se verificar alguma das condições de acesso e
1. Durante os três primeiros exercícios sociais, a sociedade gestora
de exercício da actividade de gestão de fundos de
deve apresentar, anualmente, à entidade de supervisão, um relatório
pensões;
circunstanciado sobre a execução do programa de actividades.
h) A sociedade violar as leis ou os regulamentos que
2. Se se verificar desequilíbrio na situação financeira da
disciplinam a sua actividade, de modo a pôr em risco
empresa, a entidade de supervisão imporá medidas de reforço
os interesses dos participantes ou beneficiários ou as
das respectivas garantias financeiras, cujo incumprimento pode
condições normais de funcionamento do mercado.
determinar a revogação da autorização.
3. Estão sujeitos à autorização prévia do Ministro que 2. Os factos previstos na alínea d) do número anterior não
superintende a área das Finanças os projectos de alteração do constituem fundamento de revogação se, no prazo estabelecido
programa de actividades referido no n.° 1 do artigo anterior, pela entidade de supervisão, a sociedade tiver procedido à
sendo-lhes igualmente aplicáveis, com as devidas adaptações, comunicação ou à designação de outro administrador que seja
ás demais condições que impendem sobre o programa. aceite.
4. Nos casos previstos no número anterior, a entidade de 3. A decisão de revogação deve ser fundamentada e notificada
supervisão formula ao Ministro que superintende a área das à sociedade gestora.
Finanças uma proposta de decisão sobre a alteração requerida, 4. Após a revogação da autorização, proceder-se-á à liquidação
no prazo de quinze dias após a respectiva comunicação. da sociedade gestora, nos termos legais em vigor.
5. Findo o prazo legal de impugnação da decisão de revogação
A rtigo 44 da autorização, a entidade de supervisão publica tal revogação,
(Caducidade da autorização) por aviso, no Boletim da República, sem prejuízo do disposto no
n.°l do artigo 89.
1. A autorização caduca se:
CAPÍTULO II
a) Os requerentes a ela expressamente renunciarem;
b) A sociedade gestora não se constituir formalmente no Depositários
prazo de 6 meses ou não der início à sua actividade no
A rtigo 46
prazo de 12 meses, contados a partir da data da
notificação da autorização, nos termos referidos no (Depósito)
n.° 1 do artigo 4; Os títulos e outros documentos representativos dos valores
c) A sociedade fôr dissolvida, sem prejuízo do disposto nomobiliários que integram os fundos de pensões devem, nos termos do
n.° 5 do artigo 33. presente Regulamento, ser depositados num ou vários depositários,
3. Compete à entidade de supervisão a verificação da designadamente, instituições de crédito autorizadas à custódia de
constituição formal e do início da actividade dentro dos prazos instrumentos financeiros por conta de clientes, nos termos da respectiva
referidos no número anterior. legislação e desde que estabelecidas em Moçambique.
A rtigo 45 A rtigo 47
(Revogação da autorização) (Funções e deveres)

1. Sem prejuízo do disposto sobre a inexistência ou 1. São funções dos depositários:


insuficiência de garantias financeiras mínimas, a autorização a) Receber em depósito ou inscrever em registo os títulos e
pode ser revogada pelo Ministro que superintende a área das documentos representativos dos valores que integram
Finanças, quando se verifique alguma das seguintes situações: os fundos;
a) Ter sido obtida por meio de falsas declarações ou outros b) Manter actualizada a relação cronológica de todas as
meios ilícitos, independentemente das sanções penais operações realizadas e estabelecer, trimestralmente,
que ao caso couberem; um inventário discriminado dos valores que lhe
b) A sociedade gestora cessar a actividade por período estejam confiados.
ininterrupto superior a doze meses; 2. Os depositários podem ainda, nomeadamente, ser
c) Os capitais próprios da sociedade atingirem, na sua encarregados de:
totalidade, um valor inferior a metade do valor a) Realizar operações de compra e venda de títulos e exercer
indicado nas alíneas c) e d) do n.° 1 do artigo 41 para direitos de subscrição;
o capital social; b) Efectuar a cobrança dos rendimentos produzidos pelos
d) Não ser efectuada a comunicação ou ser recusada valores dos fundos e colaborar com a entidade gestora
a designação de qualquer membro da administração na realização de operações sobre aqueles bens;
ou fiscalização nos termos previstos no n.° 3 do c) Proceder aos pagamentos das pensões aos beneficiários,
artigo 41; conforme as instruções da entidade gestora.
220— (38) ISÉRIE— NÚMERO 32

3. Os depositários estão sujeitos aos deveres e proibições planos contributivos ou de contribuição definida, com mais de
previstos nos n.°s 1 e 2 do artigo 38, com as devidas adaptações, 50 participantes, beneficiários ou ambos, são verificados por
devendo efectuar apenas as operações solicitadas pelas entidades uma comissão de acompanhamento do plano de pensões, adiante
gestoras de fundos de pensões, conformes às; disposições legais e designada por comissão de acompanhamento.
regulamentares. 2. A entidade de supervisão pode determinar as situações e
condições em que pode ser constituída uma única comissão de
A rtigo 48 acompanhamento para vários planos e/ou fundos de pensões.
(Formalização das relações entre as enttidadès gestoras
A rtigo 53
e os depositários)
(Composição da comissão de acompanhamento)
1.0 regime das relações estabelecidas entre as entidades gestoras
e os depositários, inclusivamente no tocante às comissões a cobrar 1. A comissão de acompanhamento é constituída por
por estes últimos, deve constar de contrato escrito. representantes do associado e dos participantes e beneficiários,
2. Deve ser remetido à entidade de supervisão um exemplar devendo estes últimos ter assegurada uma representação não
dos contratos referidos no número anterior, bem como das suas inferior a um terço dos membros da comissão.
posteriores alterações, observando-se o prazo mencionado no 2. Os- representantes dos participantes e beneficiários são
n.° 4 do artigo 23. designados pelo comité de empresa ou, caso este não exista, por
eleição organizada para o efeito entre os participantes, pela
A rtigo 49 entidade gestora ou pelo associado, nos termos fixados no
contrato de gestão do fundo de pensões fechado ou no contrato
(Subcontratação)
de adesão colectiva ao fundo de pensões aberto.
A guarda dos valores do fundo de pensões pode ser confiada 3. Sempre, porém, que o plano de pensões resulte de
pelo depositário a um terceiro, sem que, contudo, esse facto afecte negociação colectiva, os representantes dos participantes e
a responsabilidade do depositário perante a entidade gestora, beneficiários são designados pelo sindicato ou sindicatos
sendo aplicável o disposto nos n.°s 3 e 4 do artigo 40, com as subscritores, nos termos entre si acordados ou, na falta de acordo,
devidas adaptações. por eleição directa realizada para o efeito entre aqueles.
4. Caso o comité de empresa ou os sindicatos, depois de
CAPÍTULO III devidamente instado(s) para o efeito pela entidade gestora, não
Outras entidades designe, rio prazo máximo de vinte dias, os representantes em
causa, é aplicável o disposto na parte final do número anterior.
A rtigo 50 5. Se um membro da comissão de acompanhamento renunciar, ficar
incapacitado ou ficar definitivamente impossibilitado, por qualquer
(Enumeração)
causa, de assegurar o mandato para o qual foi eleito, é substituído, até
Na governação de fundos de pensões podem igualmente intervir, ao termo do mandato em curso, pelo respectivo suplente, se o houver,
nos termos do presente Regulamento, as seguintes entidades: ou por outro membro designado pela mesma forma.
a) Entidades comercializadoras;
A rtigo 54
b) Comissão de acompanhamento;
c) Actuário responsável; (Funções da comissão de acompanhamento)
d) Auditor externo. 1. As funções da comissão de acompanhamento são,
designadamente, as seguintes:
A rtigo 51
a) Verificar a observância das disposições aplicáveis ao
(Entidades comercializadoras) plano de pensões e à gestão do respectivo fundo de
1. As unidades de participação dos fundos de pensões abertos pensões, nomeadamente em matéria de implementação
apenas podem ser comercializadas pelas respectivas entidades da política de investimento e de financiamento das
gestoras, por mediadores de seguros autorizados a exercer a sua responsabilidades, bem como o cumprimento, pela
actividade no âmbito do ramo «Vida» e por instituições de crédito. entidade gestora e pelo associado, dos deveres de
2. À actividade de mediação de fundos de pensões aplica-se, informação aos participantes e beneficiários;
b) Pronunciar-se sobre propostas de transferência da gestão e
com as devidas adaptações, o regime constante da legislação
de outras alterações relevantes aos contratos constitutivo
que regula as condições de acesso e de exercício da actividade
e de gestão de fundos de pensões fechados ou ao contrato
de mediação de seguros, podendo a entidade de supervisão
de adesão colectiva aos fundos de pensões abertos, bem
definir regras complementares às previstas messe diploma, tendo como sobre a extinção do fundo de pensões ou de uma
em atenção a natureza específica dos fundos de pensões. quota-parte do mesmo e, ainda, sobre pedidos de
3. À comercialização por instituições de crédito de unidades de devolução ao associado de excessos de financiamento;
participação dos fundos de pensões abertos aplica-se o regime legal c) Pronunciar-se sobre a alteração da política de
de comercialização de seguros por bancos, previsto na legislação investimento dos fundos de pensões fechados;
que estabelece as condições de acesso e exercício da actividade d) Formular propostas sobre as matérias referidas na alínea
seguradora. anterior ou outras, sempre que o considere oportuno;
A rtigo 52 e) Pronunciar-se sobre as nomeações do actuário responsável
pelo plano de pensões e, nos fundos de pensqes fechados,
(Comissão de acompanhamento)
do auditor externo, propostos pela entidade gestora;
1.0 cumprimento do plano de pensões e a gestão do respectivo f) Exercer as demais funções que lhe sejam atribuídas no
fundo de pensões, no caso de fundos de pensões fechados e de contrato de gestão do fundo de pensões1fechado ou no
adesões colectivas aos fundos de pensões abertos que financiem contrato de adesão colectiva ao furidó dé pfensões aberto.
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (39)

2. Os pareceres previstos na alínea b) do número anterior, com d) O valor actual das responsabilidades totais para efeitos
menção dos respectivos votos contra, integram os documentos a de determinação dja existência de um excesso de
enviar à entidade de supervisão pela entidade gestora no âmbito financiamento, nos termos do artigo 83.
dos respectivos processos de autorização ou de notificação.
3. Compete ainda ao actuário responsável elaborar um
3. A entidade gestora e a eniidade depositária facultam à
relatório actuarial anual sobre a situação de financiamento de
comissão de acompanhamento toda a documentação que esta
cada plano de pensões de benefício definido ou misto, cujo
solicite, necessária ao exercício das suas funções.
conteúdo é estabelecido pela entidade de supervisão.
4. Em especial, a entidade gestora faculta anualmente à
4. As entidades gestoras de fundos de pensões devem
comissão de acompanhamento cópia do relatório e contas anuais
disponibilizar tempestivamente ao actuário responsável toda a
do fundo de pensões, bem como dos relatórios do actuário
informação necessária para o exercício das suas funções.
responsável e do auditor externo elaborados no âmbito das
5. O actuário responsável deve, sempre que detecte situações
respectivas funções.
de incumprimento ou inexactidão materialmente relevantes,
5. Nos termos do respectivo regulamento, pode ser previsto
propor à entidade gestora medidas que permitam ultrapassar tais
que algumas matérias sejam delegadas num grupo de
situações, devendo ainda o actuário responsável ser informado
acompanhamento permanente, composto por membros da
das medidas tômadas na sequência da sua proposta.
comissão de acompanhamento, por ela designados, com respeito
pela representatividade em vigor para a própria comissão. 6. O actuário responsável deve comunicar à entidade de
6. O funcionamento da comissão de acompanhamento é supervisão qualquer facto ou decisão de que tome conhecimento
regulado, em tudo o que não se encontre fixado no presente no desempenho das suas funções e que seja susceptível de:
Regulamento ou em regulamentação da entidade de supervisão, a) Constituir violação das normas legais ou regulamentares
pelo contrato de gestão do fundo de pensões fechado ou pelo que regem a actividade dos fundos de. pensões;
contrato de adesão colectiva ao fundo de pensões aberto. b) Afectar materialmente a situação financeira do fundo de
7. Os membros da comissão de acompanhamento estão sujeitos pensões ou o financiamento do plano de pensões.
a um dever de confidencialidade relativamente a Iodas as matérias 7. A substituição de um actuário responsável deve ser efectuada
de que tiverem conhecimento em consequência da função que no prazo máximo de quarenta e cinco dias a contar da data da
exercem, salvo se as mesmas já tiverem sido tomadas públicas. verificação do facto que determinou a necessidade de substituição
8. O exercício das funções de membro da comissão de e comunicada à entidade de supervisão nos quinze dias seguintes
acompanhamento pode ser remunerado, e se o for, o encargo à data em que o novo responsável entrou em funções.
cabe à parte que o indica, assim como as despesas ocasionadas
pela respectiva designação. 8. A entidade de supervisão pode determinar as condições a
9. As despesas de funcionamento da comissão de preencher pelo actuário responsável, aplicando-se
acompanhamento, incluindo as relativas à participação de cada supletivamente o que se encontrar previsto na legislação que
membro na comissão de acompanhamento; que devam ser estabelece as condições, de acesso e exercício da actividade
consideradas comuns, são suportadas pelo fundo. seguradora.
A rtigo 57
A rtigo 55
(Auditor externo)
(Reuniões da comissão de acompanhamento)
1. A entidáde gestora deve nomear um auditor externo para
1. As reuniões da comissão de acompanhamento são
cada fundo de pensões.
convocadas e dirigidas pelo respectivo presidente, designado
2. Cçmpete ao auditor externo certificar o relatório e contas e
de entre os membros da mesma comissão.
demais documentação de encerramento de exercício relativa ao
2. A cada membro corresponde um voto, sèndo as deliberações
fundo de pensões.
adoptadas por maioria simples dos votos expressos, salvo se outra
3. Ó auditor extérno deve comunicar à entidade de supervisão
coisa fôr estabelecida no respectivo regulamento, o qual pode
qUalquer facto óu decisão de que tome conhecimento no
ainda prever que o presidende dispõe de voto de qualidade.
desempenho das suas funções e que seja susceptível de:
3. As deliberações da comissão de acompanhamento são
registadas em acta, com menção de eventuais votos contra e a) Constituir violação das normas legais ou regulamentares
respectiva fundamentação. que regem a actividade dos fundos de pensões;
b) Acarretar a recusa de certificação ou a emissão de uma
A rtigo 56 opinião com reservas.
(Actuário responsável) 4. O auditor externo deve ser profissionalmente independente e
1. A entidade gestora deve nomear um actuário responsável idóneo, encontrar-se certificado para o exercício da profissão na
República de Moçambique e satisfazer as demais condições que
para cada plano de pensões de benefício definido ou misto..
venham eventualmente a ser estabelecidas pela entidade de supervisão.
2. São funções do actuário responsável certificar:
5. Em casos excepcionais, devidamente justificados, a entidade
a) As avaliações actuariais e os métodos e pressupostos de supervisão pode determinar a realização de uma auditoria ex­
usados para efeito da determinação das contribuições; traordinária, conduzida pelo respectivo auditor externo da entidade
b) O nível de financiamento do fundo de pensões e o gestora ou por outro auditor, à expensas da entidade gestora.
cumprimento das disposições vigentes em matéria de 6. A comissão de acompanhamento goza do direito de solicitar
solvência dos fundos de pensões; a realização de uma auditoria extraordinária sobre casos
c) A adequação dos activos que constituem o património específicos devidamente justificados, sendo os encargos
do fundo de pensões às responsabilidades previstas suportados pela respectiva entidade gestora desde que o pedido
no plano de pensões; mereça aprovação por consenso da mesma comissão.
220— (40) I SÉRIE— NÚMERO 32

TÍTULO IV b) As principais características do plano financiado pelo


fundo, nomeadamente:
Mecanismos de Gestão de Fundos de Pensões
i) Condições em que serão devidos os benefícios;
CAPÍTULO I ii) Informação sobre existência ou não de direitos
Gestão de Riscos e Controlo Interno adquiridos, respectiva portabilidade e custos
associados;
A rtigo 58 iii) Direitos e obrigações das partes;
(Estrutura organizacional) iv) Riscos financeiros, técnicos ou outros, associados
ao plano de pensões, sua natureza e repartição;
1. As entidades gestoras de fundos de pensões devem possuir
uma estrutura organizacional adequada à dimensão e c) Em anexo, cópia do plano de pensões e de documento
complexidade do seu negócio, bem como às características dos com a política de investimento, se se tratar de um
planos e fundos de pensões geridos. fundo de pensões fechado, ou do regulamento de
2.. Deve existir uma definição objectiva da cadeia de gestão e do plano de pensões, no caso de fundos de
responsabilidades pelas diferentes funções, uma segregação pensões abertos, ou, não sendo fornecida cópia dos
racional das mesmas e a garantia que os colaboradores têm a documentos referidos, informação da forma e local
aptidão e a experiência requeridas para o desempenho das suas onde os mesmos estão à disposição dos participantes;
funções. d) Discriminação da informação enviada pela entidade
gestora aos participantes e à comissão de
A rtigo 59 acompanhamento, e respectiva periodicidade.
(Identificação, avaliação e gestão de riscos) 2. Relativamente aos fundos e adesões que financiem planos
1. As entidades gestoras de fundos de pensões devem contributivos, do documento previsto no número anterior de've
implementar e manter políticas e procedimentos que lhes constar ainda a quantificação das comissões eventualmente
permitam identificar, avaliar e gerir continuamente todos os riscos cobradas aos participantes contribuintes.
internos e externos que sejam significativos. 3. Mediante acordo prévio entre o associado e a entidade gestora,
2. As políticas e os procedimentos devem ter em consideração pode estipular-se, no contrato de gestão do fundo de pensões ou no
todo o tipo de riscos significativos da actividade da entidade contrato de adesão colectiva, que a obrigação de informação
gestora, nomeadamente os riscos operacionais e financeiros, nos prevista neste artigo seja cumprida pelo associado ou pela comissão
termos definidos pela entidade de supervisão. de acompanhamento, sem prejuízo da manutenção da
responsabilidade da entidade gestora pelo seu cumprimento.
A rtigo 60 A rtigo 62
(Controlo interno) (Informação na vigência do contrato)
1. As entidades gestoras de fundos de pensões devem 1. A entidade gestora deve facultar aos participantes de fundos
implementar procedimentos de controlo interno adequados à de pensões fechados e de adesões colectivas a fundos de pensões
dimensão e complexidade do seu negócio, à sua estrutura abertos, quando solicitadas, todas as informações adequadas à
organizacional, bem como às características! dos planos e fundosefectiva compreensão do plano de pensões, bem como dos
de pensões por si geridos, nos termos definidos pela entidade dedocumentos referidos na alínea c) do n.° 1 do artigo anterior.
supervisão. 2. Os participantes referidos no número anterior têm ainda
2. Os procedimentos de controlo interno têm como objectivo direito a receber, a seu pedido, informação sobre o montante a
assegurar que a gestão da actividade de fundos de pensões seja que eventualmente tenham direito em caso de cessação do
efectuada de forma sã e prudente no melhor interesse dos vínculo laborai, modalidades de transferência do mesmo, e, nos
participantes e beneficiários dos fundos de pensões, e de acordoplanos de contribuição definida, sobre o montante previsto das
com as orientações, princípios e estratégias estabelecidos. suas pensões de reforma, bem como cópia do relatório e contas
anuais referente ao fundo de pensões.
3. Os procedimentos de controlo interno devem ser revistos
3. Em caso de alteração das regras do plano de pensões e, nos
em função das evoluções do mercado em que opera a entidade
planos contributivos, em caso de aumento das comissões e de
gestora, dos seus objectivos e da estrutura organizacional. alteração substancial da política de investimento, bem como
CAPÍTULO II quando haja transferência da gestão do fundo de pensões ou da
adesão colectiva, a entidade gestora deve informar os
Informação aos Participantes e Beneficiários participantes dessas álterações no prazo máximo de quarenta e
SECÇÃO I cinco dias a contar das mesmas.
4. A entidade gestora deve enviar anualmente aos contribuintes
Fundos fechados e adesões colectivas a fundos abertos
e, mediante pedido, aos demais participantes de fundos de pensões
A rtigo 61 fechados e de adesões colectivas a fundos de pensões abertos
informação sobre:
(Informação inicial aos participantes)
a) A situação actual dos direitos em formação dos partici­
1. Nos fundos de pensões fechados e nas adesões colectivas pantes, considerando o tipo de plano;
aos fundos de pensões abertos, a entidade gestora deve entregar b) A situação financeira do fundo, rendibilidade obtida e
aos respectivos participantes um documento sobre o fundo de eventuais situações de subfmanciamento;
pensões do qual constem: c) A forma e local onde o relatório e contas anuais referente
a) A denominação do fundo de pensões; ao fundo de pensões está disponível;
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (41)

d) A forma e local onde está disponível uma nota CAPÍTULO III


informativa sobre as alterações relevantes ao quadro
Outra Informação e Publicidade
normativo aplicável e aos documentos referidos na
alínea c) do n.° 1 do artigo anterior. A rtigo 65

5. Mediante acordo prévio entre o associadoe a entidade gestora, (Normas de contabilidade e outra informação)
pode estipular-se, no contrato de gestão do fundo de pensões ou no 1. A entidade gestora deve, para cada fundo de pensões,
contrato de adesão colectiva, que as obrigações de informação apresentar à entidade de supervisão, até 31 de Maio, um relatório
previstas neste artigo sejam cumpridas pelo associado ou pela e contas anuais, certificados por um auditor externo, reportados
comissão de acompanhamento, sem prejuízo da manutenção da a 31 de Dezembro de cada exercício.
responsabilidade da entidade gestora pelo seu cumprimento. 2. As sociedades gestoras de fundos de pensões devem apresentar
anualmente à entidade de supervisão, em relação ao conjunto de
A rtigo 63
toda a actividade exercida no ano imediatamente anterior, o relatório
(Informação aos beneficiários) de gestão, o balanço, a demonstração de resultados e os demais
documentos de prestação de contas, certificados por um auditor
1 . Preenchidas as condições em que são devidos os benefícios, externo, aplicando-se, com as devidas adaptações, para este efeito,
a entidade gestora informa adequadamente os beneficiários de o disposto na legislação que estabelece as condições de acesso e
fundos de pensões fechados e de adesões colectivas a fundos de exercício da actividade seguradora.
pensões abertos sobre os benefícios a que têm direito e 3. Os relatórios e contas e demais elementos de informação
correspondentes opções em matéria de pagamento, elaborados pelas entidades gestoras de fundos de pensões devem
designadamente as referidas no artigo 14, de acordo com o definido reflectir de forma verdadeira e apropriada o activo, as
no respectivo plano de pensões. responsabilidades e. a situação financeira, seja do fundo, seja da
2. A entidade gestora informa os beneficiários que recebam a sociedade gestora, devendo o respectivo conteúdo ser coerente,
pensão directamente do fundo das alterações relevantes ocorridas global e apresentado de forma imparcial.
4. Os relatórios e contas referentes aos fundos de pensões
no plano de pensões, bem como da transferência da gestão do
abertos e às entidades gestoras devem ser disponibilizados ao
fundo ou da adesão colectiva, no prazo máximo de trinta dias a
público, observando-se, para o efeito, as normas aplicáveis e
contar das mesmas. demais instruções da entidade de supervisão.
3. A entidade gestora faculta aos beneficiários referidos no
número anterior, a seu pedido, a política de investimento do fundo, A rtigo 66
bem como o relatório e contas anuais referentes ao fundo de pensões.
(Publicidade)
SECÇÃO II 1. A publicidade efectuada pelas entidades gestoras está sujeita
A desões individuais a fundos abertos à lei geral, sem prejuízo do que fôr especialmente definido pela
entidade de supervisão, tendo em atenção a protecção dos
A rtigo 64 interesses dos contribuintes, participantes e beneficiários.
2.. E proibida a publicidade que quantifique resultados futuros
(Informação aos participantes)
baseados em estimativas da entidade gestora, salvo se contiver
1. Tendo em vista uma melhor compreensão, pelos em realce, relativamente a todos os outros caracteres tipográficos,
contribuintes, das características do fundo, dos riscos financeiros a indicação de que se trata de uma simulação.
inerentes à adesão e do regime fiscal aplicável, a entidade de 3. Nos documentos destinados ao público e nos suportes
supervisão pode exigir que, previamente à celebração do contrato publicitários relativos a fundos de pensões abertos deve indicar-se,
de adesão individual, a informação relevante constante do claramente, que o valor das unidades de participação detidas varia
regulamento de gestão e do contrato de adesão seja de acordo com a evolução do valor dos activos que constituem o
património do fundo de pensões, especificando ainda se existe a
disponibilizada, através de um prospecto informativo.
garantia de pagamento de um rendimento mínimo.
2. A entidade gestora deve facultar aos participantes de adesões
individuais a fundos de pensões abertos, a seu pedido, todas as TÍTULO V
informações adequadas à efectiva compreensão do contrato de
adesão individual ao fundo de pensões, bem como do respectivo Regime Prudencial
regulamento de gestão. CAPÍTULO I
3. Sem prejuízo do disposto no n.° 2 do artigo 29, a entidade
Regime prudencial de fundos de pensões
gestora informa anualmente os participantes de adesões
individuais a fundos de pensões abertos sobre: SECÇÃO I

a) A evolução e situação actual da conta individual do Disposição geral


participante;
A rtigo 67
b) A taxa de rendibilidade anual do fundo;
c)A forma e local onde o relatório e contas anuais referente (Princípios gerais)
ao fundo de pensões se encontra disponível; Os fundos de pensões devem:
d) As alterações relevantes ao quadro normativo aplicável
e ao regulamento de gestão. a) Ser geridos observando-se métodos e critérios de
prudência que assegurem a existência de liquidez
4. Aos deveres de informação previstos no número anterior podem necessária à satisfação pontual dos benefícios
acrescer, caso se revelem necessários a uma melhor e efectiva estabelecidos nos respectivos planos de pensões;
compreensão das características do fundo e do contrato de adesão b) Reflectir, em cada momento, equilíbrio do património,
celebrado, deveres específicos de informação, a fixar, bem como a contribuições e respectivos planos de pensões, nos
respectiva periodicidade, pela entidade de supervisão. termos referidos no n.° 1 do artigo 11.
220— (42) 1SÉRIE— NÚMERO 32

SECÇÃO II 2. Tendo em atenção o estabelecido no número anterior, e


Património sem prejuízo dos limites fixados nos termos da alínea c) do n.° 2
do artigo 5, os activos dos fundos de pensões devem ser:
A rtigo 68
a) Investidos predominantemente em mercados regula­
(Receitas) mentados;
Constituem receitas dè um fundo de pensões: b) Suficientemente diversificados de modo a evitar a
acumulação de riscos, bem como a concentração
a) As contribuições em dinheiro, valores mobiliários ou excessiva em qualquer activo, emitente ou grupo de
património imobiliário efectuadas pelos associados e empresas, incluindo a concentração no que se refere
pelos contribuintes; ao investimento no associado ou na entidade gestora.
b) Os rendimentos das aplicações que integram o
património do fundo; A rtigo 72
c) O produto da alienação e reembolso de aplicações do (Critérios de valorimetria dos activos)
património do fundo;
d) A participação nos resultados dos contratos de seguro Os critérios de valorimetria dos activos que constituem o
emitidos em nome do fundo; património de fundos de pensões são fixados pelo Ministro que
e) As indemnizações resultantes de seguros contratados superintende a área das Finanças.
pelo fundo, nos termos do artigo 18;
A rtigo 73
f) Outras receitas decorrentes da gestão do fundo de pensões.
(Cálculo do valor das unidades de participação)
A rtigo 69
1. O valor das unidades de participação de fundos de pensões
(Despesas) abertos é calculado diariamente, excepto no caso de fundos que
Constituem despesas de um fundo de pensões: apenas admitam adesões colectivas, em que é calculado com
periodicidade mínima mensal.
a) As pensões e os capitais pagos aos beneficiários do fundo
2. O valor de cada unidade de participação determina-se
e ou os prémios únicos das rendas vitalícias pagos às
dividindo o valor líquido global do fundo pelo número de
empresas de seguros;
unidades de participação em circulação.
b) Os capitais de remição e as rendas previstos no artigo 14;
3. O valor líquido global do fundo é o valor dos activos que o
c) Os prémios dos seguros de risco pagos pelo fundo;
integram, valorizados de acordo com as disposições legais, líquido
d) As remunerações de gestão, de depósito e de guarda de
do valor das eventuais responsabilidades já vencidas e não pagas.
activos;
e) Os valores despendidos na compra de aplicações para o A rtigo 74
fundo;
(Política de investimento)
f) Os encargos despendidos na compra, venda e gestão dos
activos do fundo; 1. A entidade gestora deve formular, por escrito e em observância
g) A devolução aos associados do excesso de património às respectivas normas aprovadas nos termos da alínea c) do n.° 2 do
do fundo nos casos em que tal seja permitido; artigo 6 deste Regulamento, a política de investimento de cada
h) As despesas com a transferência de direitos de fundo de pensões, especificando-se os princípios aplicáveis em
participantes ou de associados entre fundos; matéria de definição, implementação e controlo da mesma.
i) Outras despesas, desde que relacionadas com o fundo e 2. A política de investimento deve ser revista, pelo menos,
previstas no contrato constitutivo ou regulamento de trienalmente, sem prejuízo da necessária revisão sempre que
gestão. ocorram eventuais alterações significativas nos mercados
financeiros que afectem a política de investimento.
A rtigo 70
A rtigo 75
(Liquidez)
(Adequação entre os activos e as responsabilidades)
As entidades gestoras devem garantir que os fundos de pensões
dispõem em cada momento dos meios líquidos necessários para 1. A entidade gestora deve assegurar que os activos que
efectuar o pagamento pontual das pensões e capitais de remição integram o património de cada fundo de pensões sejam adequados
aos beneficiários ou o pagamento de prémios de seguros às responsabilidades decorrentes do plano de pensões, devendo
destinados à satisfação das garantias previstas no plano de para o efeito, ter em conta, nomeadamente:
pensões estabelecido. a) A natureza dos benefícios previstos;
A rtigo 71
b) O horizonte temporal das responsabilidades;
c) A política de investimento estabelecida e os riscos a que
(Composição dos activos) os activos financeiros estão sujeitos;
1. Na composição do património dos fundos de pensões, as d) O nível de financiamento das responsabilidades.
entidades gestoras devem ter em conta o tipo de responsabilidades 2. Para aferir da adequação prevista no número anterior, a entidade
que aqueles se encontram a financiar de modo a garantir a gestora deve utilizar os métodos ou técnicas que considerar mais
segurança, o rendimento, a qualidade e a liquidez dos respectivos consentâneos com o objectivo de garantir, com elevado nível de
investimentos, assegurando uma diversificação e dispersão razoabilidade, que oscilações desfavoráveis no valor do património
prudentes dessas aplicações, sempre no melhor interesse dos não ponham em causa o pagamento das responsabilidades
participantes e beneficiários. assumidas, especialmente as relativas a pensões em pagamento.
17 DE AGOSTO DE 2009 220 — (43)

SECÇÃO III A rtigo 80


Responsabilidades e solvência (insuficiência de financiamento do plano de pensões)

A r tig o 76 1. Se o associado não proceder ao pagamento das contribuições


(Regime de solvência)
necessárias ao cumprimento do montante mínimo exigido pelas
disposições legais em vigor, cabé à entidade gestora, sem prejuízo
1. O regime de solvência de fundos de pensões deve reflectir do dever de comunicar a situação à comissão de
os riscos incorridos e basear-se em critérios quantitativos e em acompanhamento e do estabelecido nos números seguintes,
aspectos qualitativos adequados à especificidade de cada plano tomar a iniciativa de propor ao associado a regularização da
e fundo de pensões. situação.
2. O regime pode prever a existência de diferentes níveis de 2. Se, no prazo de um ano a contar da data de verificação da
controlo da solvência e conjugar métodos estandardizados com situação de insuficiência referida no número anterior, não fôr
abordagens baseadas em modelos internos adequados à estabelecido um adequado plano de financiamento que tenha
experiência de cada fundo de pensões, nos termos que, para o em conta a situação específica do fundo, nomeadamente o seu
efeito, forem definidos pelo Ministro que superintende a área perfil de risco e o perfil etário dos participantes e beneficiários, e
das Finanças.
que seja aceite pela entidade de supervisão, deve a entidade
A rtigo 77 gestora proceder à extinção do fundo ou da adesão colectiva.
(Plano técnico-actuarial) 3 .0 plano de financiamento previsto no número anterior deve
1. No caso de planos de pensões de benefício definido ou ser comunicado à comissão de acompanhamento previamente à
mistos deve ser elaborado um plano técnico-actuarial que sirva sua aprovação pela entidade de supervisão, a qual define, caso a
caso, as condições e periodicidade com que a entidade gestora
de base para o cálculo das contribuições a fazer pelos associados
e contribuintes, tendo em atenção os benefícios a financiar e os lhe dá conhecimento, bem como à comissão de
participantes e beneficiários abrangidos, nos termos a definir acompanhamento, do cumprimento do plano, procedendo-se à
pelo Ministro que superintende a área das Finanças. extinção do fundo de pensões ou da adesão colectiva em caso de
2. O plano técnico-actuarial deve ser revisto, pelo menos, incumprimento do plano.
trienalmente e remetido à entidade de supervisão sempre que revisto. 4. No prazo de quinze dias a contar da data de verificação de
uma situação de insuficiência de financiamento do valor actual
A rtigo 78 das pensões em pagamento, a entidade gestora deve avisar o
(Princípios de cálculo das responsabilidades) associado para efectuar as contribuições que se mostrem
necessárias no prazo de cento e oitenta dias seguintes àquela
Sem prejuízo do disposto no artigo seguinte, o cálculo das comunicação e dar conhecimento da mesma à entidade de
responsabilidades a financiar nos planos de pensões de benefício supervisão e à comissão de acompanhamento, devendo proceder
definido ou mistos é efectuado com base nos seguintes princípios: à extinção do fundo ou da adesão colectiva, se as contribuições
a) Métodos actuariais reconhecidos que assegurem que o não forem efectuadas.
montante do fundo seja adequado aos compromissos 5. Sempre que da aplicação dos prazos estabelecidos nos
assumidos no plano de pensões e às contribuições n.os 2 e 4 possa resultar prejuízo para os participantes e
previstas; beneficiários, a entidade de supervisão pode aceitar uma
b) Pressupostos de avaliação prudentes, nomeadamente, taxas dilatação daqueles prazos, até ao máximo de três e de um ano,
de juro e tabelas de mortalidade e de invalidez prudentes respectivamente, mediante pedido devidamente fundamentado
e adequadas que contenham, caso se justifique^ uma apresentado pela entidade gestora e pelo associado.
margem razoável para variações desfavoráveis;
c) Método e pressupostos de cálculo consistentes entre A rtigo 81
exercícios financeiros, salvo alterações jurídicas, (Pagamento de novas pensões)
demográficas ou económicas relevantes.
A entidade gestora só pode iniciar o pagamento de novas
A rtigo 79 pensões nos termos do plano se o montante do fundo igualar ou
(Montante mínimo de solvência) exceder o valor actual das pensões em pagamento e das novas
pensões devidas, calculado de acqrdo com os pressupostos
1. Os pressupostos e os métodos a utilizar no cálculo do valor actual fixados pelo normativo em vigor para a determinação do
das responsabilidades nos planos de benefício definido ou mistos montante mínimo de solvência, excepto se já existir um plano
não podem conduzir a que o valor do fundo de pensões fechado ou de financiamento aprovado pela entidade de supervisão.
da adesão colectiva seja inferior ao montante mínimo de solvência.
2. O montante mínimo de solvência é calculado de acordo A rtigo 82
com as regras estabelecidas por diploma do Ministro que
(Indisponibilidade dos activos)
superintende a área das Finanças e corresponde à soma dos
seguintes valores, sem prejuízo de montantes superiores exigidos 1. Sem prejuízo do fixado nos artigos 80 e 81, quando ocorra
por outra legislação em vigor que seja aplicável ao caso: uma situação, actual ou previsível, de insuficiência de
a) Valor actual das pensões em pagamento, incluindo a financiamento do valor dãs responsabilidades do fundo de
pensões, a entidade de supervisão pode, caso necessário ou
eventual responsabilidade com pensões de
sobrevivência diferida; adequado à salvaguarda dos interesses dos participantes ou
b) Valor actual da responsabilidade relativa aos serviços beneficiários, e isolada ou cumulativamente com outras medidas,
passados de todos os participantes. restringir ou proibir a livre utilização dos activos do fundo.
220— (44) ISÉRIE— NÚMERO 32

2. Os activos abrangidos pela restrição ou indisponibilidade è) Se a sociedade gestora não assume o risco de
referidas no riúmero anterior: investimento, o valor correspondente a 1% do
a) Sendo constituídos por bens móveis, devem ser montante dos respectivos fundos de pensões, desde
colocados à ordem da entidade de supervisão; que a duração do contrato de gestão seja superior a
b) Sendo bens imóveis, só podem ser onerados ou alienados cinco anos e que o montante destinado a cobrir as
com expressa autorização da entidade de supervisão, despesas de gestão previstas naquele contrato seja
não devendo proceder-se ao acto do registo fixado por prazo superior a cinco anos.
correspondente sem a mencionada autorização.
2 .0 valor da margem de solvência, no que respeita às adesões
A rtigo 83 individuais a fundos de pensões abertos, se a sociedade gestora
(Excesso de financiamento) não assume o risco de investimento, e o correspondente a 1% do
montante da quota-parte do fundo relativa a essas adesões.
1. Se se verificar que, durante cinco anos consecutivos e por
razões estruturais, o valor da quota-parte do fundo de pensões, 3. O montante da margem de solvência não pode, no entanto,
correspondente ao financiamento de um plano de pensões de ser inferior às seguintes percentagens do montante dos fundos
benefício definido ou misto, na parte aplicável ao benefício de pensões geridos:
definido, equivale a pelo menos 120-% do valor actual das a) Até 600 000 000,00 MT - 1%;
responsabilidades totais, o montante acima daquela percentagem b) No excedente - 1% o .
pode ser devolvido ao associado.
2. A devolução ao associado do montante em causa está sujeita A rtigo 87
a aprovação prévia da entidade de supervisão, requerida
(insuficiência)
conjuntamente, de forma fundamentada, pela entidade gestora e
pelo associado, devendo o requerimento ser acompanhado de um 1. Sem prejuízo do disposto no n.° 1 do artigo seguinte, sempre
relatório do actuário responsável do plano d.e pensões envolvido. que se verifique, mesmo circunstancial ou temporariamente, a
3. Na decisão, a entidade de supervisão atende às insuficiência da margem de solvência de uma sociedade gestora,
circunstâncias concretas que em cada caso originaram o excesso a sociedade gestora deve, no prazo que lhe vier a ser fixado pela
de financiamento, tendo em consideração o interesse dos entidade de supervisão, submeter à aprovação desta um plano de
participantes e beneficiários, e não autoriza a devolução, quando financiamento a curto prazo, nos termos dos números seguintes.
tiver resultado, directa ou indirectamente, de uma mudança nos
2. O plano de financiamento a curto prazo a apresentar deve
pressupostos ou métodos de cálculo do valor actual das
ser fundamentado num adequado plano de actividades, que
responsabilidades, de uma alteração do plano de pensões ou de
uma redução drástica do número de participantes em planos de inclui contas previsionais.
pensões sem direitos adquiridos. 3. A,entidade de supervisão define, caso a caso, as condições
específicas a que deve obedecer o plano de financiamento referido
CAPÍTULO II no número anterior, bem como o seu acompanhamento.
Regime Prudencial das Sociedades Gestoras SECÇÃO II
SECCÇÃO I Regime de intervenção
Margem de solvência
A rtigo 88
A rtigo 84 (Medidas de saneamento das entidades gestoras e outras
(Dever de constituição da margem de solvência) providências)

1. A sociedade gestora deve dispôr de margem de solvência 1. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, quando
adequada e compatível com a actividade que exerce. verificada uma situação de insuficiência da margem de solvência
2. A margem de solvência de uma sociedade gestora das sociedades gestoras de fundos de pensões, a entidade de
corresponde ao seu património, livre de toda e qualquer obrigação supervisão, caso necessário ou adequado à salvaguarda dos
previsível e deduzido dos elementos incoipóreos. interesses dos participantes ou beneficiários, pode, isolada ou
cumulativamente:
A rtigo 85
a) Restringir ou proibir a’ livre utilização dos activos da
(Composição) sociedade gestora, sendo aplicável, com as devidas
Para as sociedades gestoras, os elementos que constituem a adaptações, o regime previsto no n.° 2 do artigo 82;
margem de solvência, bem como os respectivos critérios de b) Designar gestores provisórios da sociedade gestora, nos
valorimetria são fixados pela mesma forma prevista relativamente termos, com as devidas adaptações, do previsto na
à actividade de seguros «Vida». legislação que estabelece as condições de acesso e
exercício da actividade seguradora.
A rtigo 86
2. Para além das medidas referidas no número anterior, e isolada
(Determinação) ou cumulativamente com qualquer dessas medidas, a entidade
1. Sem prejuízo do estabelecido no n.° 3, o montante da de supervisão pode, nomeadamente nos casos em que a gestão
margem de solvência é determinado da seguinte forma: do fundo ou fundos de pensões não ofereça garantias de
a) Se a sociedade gestora assume o risco de investimento, o actividade prudente, e tendo em vista a protecção dos interesses
valor correspondente a 4% do montante dos 'dos participantes ou beneficiários e a salvaguarda das condições
respectivos fundos de pensões; normais do funcionamento do mercado, determinar, no prazo
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (45)

que fixar e no respeito pelo princípio da proporcionalidade, a 3. São contravenções especialmente graves as infracções
aplicação às entidades gestoras de fundos de pensões de alguma adiante referidas:
ou de todas as seguintes providências de saneamento: a) A realização do capital social em termos diferentes dos
a) Restrições ao exercício da actividade de gestão de fundos previstos no presente Regulamento;
de pensões, designadamente a constituição de novos b) A ocultação da situação de insuficiência financeira da
ou de determinados fundos de pensões; entidade gestora de fundos de pensões;
b) Proibição ou limitação da distribuição de dividendos e c) Os actos de intencional gestão ruinosa, praticados pelos
ou de resultados; gestores, pelos demais membros dos órgãos sociais da
c) Sujeição de certas operações ou actos à aprovação prévia entidade gestora de fundos de pensões e pelas
da entidade de supervisão; entidades subcontratadas nos termos do presente
d) Suspensão ou destituição de titulares de órgãos sociais Regulamento, com prejuízo para os associados,
da empresa; participantes, beneficiários e demais credores;
e) Encerramento e selagem de estabelecimentos. d) A prática, pelos detentores de participações qualificadas,
de actos que impeçam ou dificultem uma gestão sã e
3. Verificando-se que, com as providências de recuperação e
prudente da entidade participada ou por ela geridos;
saneamento adoptadas, não é possível recuperar a empresa, deve
e) O exercício de actividades não incluídas no respectivo
ser revogada a autorização para o exercício da actividade de
objecto social;
gestão de fundos de pensões.
f) O exercício não autorizado da actividade de gestão de
A rtigo 89 fundos de pensões;
g) O incumprimento das regras prudenciais estabelecidas
(Publicidade das decisões da entidade de supervisão)
para as entidades gestoras de fundos de pensões;
1. A entidade de supervisão publica em dois dias consecutivos h) O incumprimento das instruções e recomendações da
num dos jornais de maior circulação no território nacional as entidade de supervisão, de que resulte prejuízo dos
decisões previstas nos artigos anteriores que sejam susceptíveis interesses dos participantes e beneficiários.
de afectar os direitos preexistentes de terceiros que não o próprio
A rtigo 91
fundo ou a entidade gestora de fundos de pensões.
2. As decisões previstas nos artigos anteriores são aplicáveis (Sanções)
independentemente da sua publicação e produzem todos os seus 1. As contravenções previstas no artigo anterior são puníveis
efeitos em relação aos credores. nos seguintes termos:
3. Em derrogação do previsto no n.° 1, quando as decisões a) Multa;
da entidade de supervisão afectem exclusivamente os direitos b) Suspensão do órgão de administração ou de qualquer
dos accionistas ou dos trabalhadores das entidades gestoras outro com funções idênticas, por um período de seis
enquanto empresas, aquela entidade notifica-os das mesmas por meses a cinco anos, nos casos previstos nas alíneas a),
carta registada a enviar para o respectivo último domicílio b), c), d), e), g) e h) do n.° 3 do artigo anterior;
conhecido. c) Suspensão temporária da autorização do exercício da
actividade de gestão de fundos de pensões, por um
CAPÍTULO III período até um ano, nos casos previstos nas alíneas e),
Regime Sancionatório f), g) e h). do n.° 3 do artigo anterior;
d) Revogação da autorização do exercício da actividade
A rtigo 90 de gestão de fundos de pensões, nos casos previstos
(infracções)
nas alíneas a) e b), do n.° 3 do artigo anterior.

1. Constituem contravenções puníveis nos termos dos artigos 2. A sanção prevista na alínea a) do n.° 1 é de:
seguintes a inobservância das normas do presente Regulamento a) Cinco mil meticais a cinquenta mil meticais ou de vinte
e todos os actos ou omissões que perturbem ou falseiem as mil meticais a duzentos mil meticais, consoante a
condições normais de funcionamento da actividade de gestão multa seja aplicada a pessoa singular ou colectiva,
de fundos de pensões. relativamente às infracções previstas no n.° 2 do arti­
go 9 0 do presente Regulamento;
2. São contravenções em geral as seguintes: b) Dez mil meticais a cem mil meticais ou de cinquenta mil
a) A utilização indevida da denominação prevista na alínea meticais a quinhentos mil meticais para as infracções
e) do n.° 1 do artigo 41 do presente Regulamento; previstas no n.° 3 do artigo 9 0 do presente
b) O incumprimento das obrigações em matéria de registo Regulamento, conforme se trate de pessoas singulares
e de publicações obrigatórias; ou colectivas.
c) A omissão de informações e comunicações devidas à 3. Em caso de reincidência, os limites mínimo e máximo de
entidade de supervisão; multa são elevados ao dobro.
d) A demora na prestação de informações ou no envio de 4. Quando o benefício económico obtido pelo infractor fôr
elementos de remessa obrigatória à entidade de superior ao limite máximo fixado no n.° 2 deste artigo, a multa é
supervisão; elevada para o dobro desse benefício.
e) A inobservância das normas respéitantes ao regime 5. A aplicação das sanções previstas nas alíneas a) e d) do n.°
contabilístico aplicáveis à actividade de gestão de 1 é objecto de publicação, em dois dias consecutivos, num dos
fundos de pensões. jornais de maior circulação.
220— (46) ISÉRIE— NÚMERO 32

A rtigo 9 2 A rtigo 95

(Graduação das multas) (competência punitiva)


1. As multas são graduadas em função da gravidade objectiva 1. A aplicação das sanções previstas nesta secção é da
e subjectiva da respectiva infracção. competência do Ministro que superintende a área das Finanças.
2 . A gravidade objectiva da infracçãa é determinada, 2. A competência estabelecida no número anterior pode ser
designadamente, de acordo com as seguintes circunstâncias: delegada, total ou parcialmente, por despacho publicado no
a) Perigo de dano à actividade de gestão de fundos de Boletim da República, no titular da entidade de supervisão,
pensões, à-economia do País ou aos associados, relativamente à aplicação das multas, nos casos de contravenções.
participantes e beneficiários;
A rtigo 96
b) Carácter ocasional ou reiterado da infracção.
(Processo)
4. Na apreciação da gravidade subjectiva da infracção deve-
-se ter em conta, entre outras, as seguintes circunstâncias: 1. A competência para instaurar e instruir os processos de
a) Nível de responsabilidade do infractor na entidade contravenção previstos no presente diploma cabe à entidade de
gestora de fundos de pensões; supervisão.
b) Situação económica do infractor; 2. Concluída a averiguação ou instrução, o titular da entidade
c) Conduta anterior do infractor; de supervisão, decide o arquivamento do processo, se das
d) Montante do benefício económico obtido ou pretendido diligências realizadas não resultar existência de matéria de
pelo infractor; infracção.
e) Adopção de comportamento que dificulte a descoberta 3. Se da instrução resultar existência de matéria de
da verdade; contravenção, é deduzida acusação na qual devem ser indicados
f) Adopção de comportamento reparador dos danos o infractor, os factos ilícitos que lhe são imputados e as respectivas
provocados. circunstâncias de tempo e lugar, bem como a lei que os prevê e
pune.
A rtigo 93 4. A acusação é notificada ao infractor e às entidades que, nos
(Responsabilidade pela prática das infracções) termos do artigo 94 do presente Regulamento, podem ser
responsabilizadas pelo pagamento da multa, designando-lhes o
1. Pela prática das infracções previstas no presente capítulo
prazo de vinte dias da respectiva notificação para apresentar,
podem ser responsabilizadas, conjuntamente ou não, pessoas
querendo, a sua defesa por escrito e oferecer os respectivos meios
singulares e sociedades, ainda que irregularmente constituídas,
de prova, sendo que não podem arrolar mais de cinco testemunhas
bem como associações, com òu sem personalidade jurídica.
por cada infracção que lhes é imputada.
2. As sociedades e as associações mencionadas no número
anterior são responsáveis pelas infracções cometidas pelos membros 5. A notificação é feita pelo correio, sob registo e com aviso
dos respectivos órgãos sociais no exercício das suas funções, bem de recepção, ou por éditos de trinta dias publicados, em dois dias
como pelas infracções cometidas pelos seus representantes em actos consecutivos, num dos jornais de maior circulação na localidade
praticados em nome e no interesse do ente colectivo. da sede ou de estabelecimento permanente do arguido ou, se fôr
3. A responsabilidade prevista no número anterior subsiste uma pessoa singular, na do seu domicílio, consoante o infractor
ainda que seja inválida ou ineficaz a constituição da relação de seja ou não encontrado, se recuse a recebê-la ou seja desconhecido
representação. o seu endereço.
4. A responsabilidade do ente colectivo não exclui responsabi­ 6. Após a realização das diligências tomadas necessárias em
lidade individual das pessoas mencionadas no n.° 2 deste artigo. consequência da apresentação da defesa, o processo é apresentado
5. Não obsta à responsabilidade das pessoas singulares que ao Ministro que superintende a área das Finanças para decisão,
representem outrem o facto de o tipo legal de ilícito exigir certos sob parecer do instrutor em relação às infracções que devem
elementos pessoais e estes só se verificarem na pessoa do considerar-se provadas e as sanções que lhes sejam aplicáveis.
representado ou exigir que o agente pratique o acto no seu interesse, 7. Quando estiver em causa a apreciação da responsabilidade
tendo o representante actuado no interesse do representado. individual das pessoas mencionadas no n.° 2 do artigo 94 do
presente Regulamento, pode o titular da entidade de supervisão,
A rtigo 94 determinar a suspensão preventiva das respectivas funções, por
(Responsabilidade solidária pelo pagamento) um período não superior a trinta dias, sempre que tal se revele
necessário para a instrução do processo ou para a salvaguarda
1. Pelo pagamento da multa aplicada às entidades gestoras de dos interesses da actividade de gestão dos fundos de pensões.
fundos de pensões, ou a quaisquer outros responsáveis pela prática
da infracção, nos termos do artigo anterior, são solidariamente A rtigo 97
responsáveis, consoante o caso, os seus administradores ou (Recurso)
equiparados, ainda que à data do despacho punitivo aquelas tenham
sido dissolvidas ou estejam em liquidação. 1. Da decisão tomada cabe recurso contencioso ao Tribunal
2. Pelo pagamento das multas aplicadas às pessoas singulares Administrativo, nos termos estabelecidos na Lei do Processo
são solidariamente responsáveis as entidades em nome e em Administrativo Contencioso.
benefício de quem a infracção tenha sido cometida. 2. O recurso tem efeito suspensivo quando o arguido deposite
3. Àqueles que, de forma expressa, se tenhamoposto ou discordado previamente, numa instituição bancária à ordem do órgão
da prática dos factos constitutivos da infracção, não lhes pode ser instrutor, a importância da multa aplicada, salvo se os valores
imputada a responsabilidade prevista nos números anteriores. ápreendidos se mostrarem suficientes para o efeito.
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (47)

A rtigo 98 4. Caracteres tipográficos letras, números ou outros


(Cumprimento do dever omitido) símbolos impressos.
5. Contribuinte a pessoa singular que contribui para o fundo
Sempre que a infracção resulte da omissão de um dever, a ou a pessoa colectiva que efectua contribuições em
aplicação da sanção não dispensa o infractor do seu cumprimento, nome e a favor do participante.
caso este ainda seja possível. 6. Desemprego de longa duração situação dos
trabalhadores dependentes ou independentes que,
A rtigo 99
tendo disponibilidade para o trabalho, estejam há mais
(Prescrição) de 12 meses desempregados e inscritos nos respectivos
1. O prazo para instauração do processo previsto nesta secção centros de emprego.
prescreve decorridos três anos sobre a data em que a infracção 7. Direitos adquiridos existem direitos adquiridos sempre
tenha sido cometida. que os participantes mantenham o direito aos
benefícios consignados no plano de pensões de acordo
2. A aplicação das sanções previstas nesta secção prescreve
com as regras neste definidas, independentemente da
igualmente decorridos três anos sobre a data do trânsito em
manutenção ou da cessação do vínculo existente com
julgado do despacho punitivo.
o associado.
TÍTULO VI 8. Fundo de pensões o património autónomo
exclusivamente afecto à realização de um ou mais
Disposições Finais e Transitórias planos de pensões.
A rtigo 100 9. Fundo de pensões fechado é aquele que diz respeito
apenas a um associado ou, existindo vários associados,
(Direito subsidiário)
quando existir um vínculo de natureza empresarial,
Os fundos dè pensões e respectivas entidades gestoras regulam- associativo, profissional ou social entre os mesmos e
se, nos aspectos não previstos no presente Regulamento, pelas seja necessário o assentimento destes para a inclusão
normas aplicáveis à actividade seguradora, nomeadamente em de novos associados no fundo.
sede de prevenção e combate ao branqueamento de capitais. 10. Fundo de pensões aberto é aquele em que não se
exige a existência de qualquer vínculo entre os
A rtigo 101 diferentes aderentes ao fundo, dependendo a adesão
(Disposições transitórias) ao mesmo fundo unicamente de aceitação pela
entidade gestora.
1. Os patrimónios que, à data de publicação do presente
11. Participante a pessoa singular em função de cujas
diploma, se encontrem já constituídos de forma autónoma para
circunstâncias pessoais e profissionais se definem os
garantia do cumprimento de planos de pensões, em complemento
direitos consignados no plano de pensões,
da segurança social obrigatória, e pretendam manter-se como
independentemente de contribuir ou não para o seu
fundos de pensões, devem submeter-se ao regime previsto neste
financiamento.
Regulamento.
12. Plano de pensões o programa que define as condições
2. Para o efeito do disposto no número anterior, os patrimónios em que se constitui o direito ao recebimento de uma
neles referidos devem, no prazo de dois anos, proceder à pensão a título de refonna por velhice, por invalidez,
regularização da sua situação, requerendo a autorização para a ou ainda em caso de sobrevi-vência ou de qualquer
respectiva constituição como fundos de pensões, nos termos outra contingência equiparável, de acordo com as
previstos no presente Regulamento, sob pena de dissolução. disposições do presente diploma.
3. O disposto nos números anteriores não prejudica o direito 13. Planos de benefício definido quando os benefícios se
ao recebimento dos valores acumulados da totalidade das encontram previamente definidos e as contribuições
contribuições efectuadas a favor de cada participante e são calculadas de forma a garantir o pagamento
rendimentos das correspondentes aplicações, à data da daqueles benefícios.
dissolução, bem como o financiamento de benefícios de reforma 14. Planos de contribuição definida quando as
através de outras técnicas e instrumentos, os quais não podem contribuições são previamente definidas e os
adoptar a designação de fundos de pensões. benefícios são os determinados em função do montante
das contribuições entregues e dos respectivos
ANEXO rendimentos acumulados.
15. Planos mistos quando se conjugam as características
dos planos de benefício definido e de contribuição
GLOSSÁRIO
definida.
Para os efeitos deste Regulamento, considera-se: 16. Planos contributivos quando existem contribuições
1. Aderente a pessoa singular ou colectiva que celebra um dos participantes.
contrato de adesão a um fundo de pensões aberto. 17. Planos não contributivos quando o plano é financiado
2. Associado a p e s so a c o le c tiv a cujos planos de pensões exclusivamente pelo associado.
são objecto de financiamento por um fundo de 18. Política de investimento conjunto de regras, articuladas
pensões. entre si, que determinam e condicionam, sem prejuízo
3. Beneficiário a pessoa singular com direito aos benefícios das restrições legais, a composição dos activos de um
estabelecidos no plano de pensões, tenha ou não sido fundo de pensões e a gestão das respectivas
participante. aplicações.
220— (48) ISÉRIE— NÚMERO 32

Decreto n.° 26/2009 8. Autoridade administrativa - todo o órgão ou Agente


do Estado e dos demais entes públicos, aos quais, para
de 17 de Agosto
o desempenho de atribuições de natureza
A experiência resultante da aplicação do Regulamento de administrativa, sob a forma de actos jurídicos, a ordem
Sanidade Animal, aprovado pelo Decreto n.° 8/2004, de 1 de jurídica confere poderes públicos.
Abril, demonstrou a necessidade de alterar algumas das suas 9. Autoridade sanitária - agente dos Serviços de Saúde no
disposições relativas ao quadro institucional e aos procedimentos exercício de funções de inspecção e fiscalização
para a sua implementação, bem como compatibilizá-lo com a sanitária.
nova Lista de doenças da Organização Mundial de Sanidade 10. Autoridade Veterinária - Ministério que superintende
Animal (OIE). a área da agricultura, através da Direcção Nacional
Nestes termos, e ao abrigo da competência atribuída pela dos Serviços de Veterinária.
alínea/) do n.° 1 do artigo 204 da Constituição da República, o 11. Aviário - estabelecimento destinado a criação,
Conselho de Ministros decreta: reprodução e selecção de aves e produção de ovos.
12. Beneficiação - processo que consiste em preparar,
Artigo 1. É aprovado o Regulamenta de Sanidade Animal, desinfectar ou expurgar produtos e subprodutos de
anexo ao presente Decreto e que dele faz parte integrante. origem animal, despojos, forragens, instalações, equipa­
Art. 2. Compete ao Ministro da Agricultura aprovar as normas mentos e transportes, com a finalidade cL os valorizar
complementares que se mostrem necessárias à implementação para determinados fins ou ainda tomá-los inócuos.
do presente Decreto. 13. Carne - tecido muscular das espécies animais comestíveis,
Art. 3. É revogado o Decreto n° 8/2004, de 1 de Abril. com vasos, nervos, tendões e aponevroses, gorduras e
Art. 4. O presente Decreto entra em vigor 180 dias após a sua ossos adjacentes; genericamente a expressão “carne”
publicação. abrange também miúdezas.
14. Carcaça - corpo da rês despojado da pele (ruminantes
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 2 de Junho de 2009. e equinos) ou pêlo (suínos) e de todos os orgãos
Publique-se. internos (com excepção dos rins) e depois de
A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo. desprovido da cabeça e extremidades locomotoras
(excepto nos suínos).
1c Caso - animal afectado por doença infecciosa, parasitária
REGULAMENTO d e s a n id a d e a n im a l ou de origem tóxica.
CAPÍTULO I 16. Certificado Sanitário - documento emitido pela
Autoridade Veterinária para efeitos de certificação do
Objecto, definições e objectivos estado sanitário dos animais ou da salubridade dos
A rtigo 1 produtos e subprodutos animais, seus despojos,
produtos biológicos e forragens, garantindo que estes
Objecto não constituem veículo de qualquer agente
O presente Regulamento estabelece normas para a vigilância susceptível de infectar outros animais ou homens,
epidemiológica e controlo de doenças dos animais em especificando os testes de diagnóstico a que foram
Moçambique. submetidos, assim como as vacinações realizadas (no
càso de animais vivos).
A rtigo 2 17. Certificado Sanitário Internacional - documento
Definições emitido por Veterinário Oficial do país exportador,
para efeitos de certificação do estado sanitário dos
Para efeitos do disposto no presente diploma, entende-se por: animais ou da salubridade dos produtos e subprodutos
1. Agente de doença - prião, vírus, bactéria, fungo, parasita, outro animais, seus despojos, produtos biológicos, e
organismo ou substância susceptível de causar doença. forragens, garantindo que não constituem veículo de
2. Animal - mamífero, ave, abelha, réptil ou anfíbio, qualquer agente susceptível de infectar outros animais
incluindo a sua carcaça. ou homens, especificando os testes de diagnóstico a
3. Animal em risco - qualquer animal biologicamente em que foram submetidos, assim como as vacinações
risco de contrair a doença. realizadas (no caso de animais vivos).
4. Animal de capoeira - ave ou mamífero de pequeno porte, 18. Classe animal - grupo de animais que possuem as
destinado à alimentação humana ou fins recreativos. mesmas características de idade e sexo.
5. Animal selvagem - mamífero, ave e réptil pertencentes a 19. Concentração de animais - ajuntamento de animais, de
espécies não domesticadas, que vivendo em regime uma ou mais espécies, de um ou mais proprietários,
de liberdade, cativeiro ou domiciliado, se destinam a em local expressamente designado pela Autoridade
fins científicos, económicos ou recreativos. Veterinária.
6. Animal suspeito - todo o animal que apresente sinais de 20. Contentor - dispositivo para transporte de animais,
doença “in vivo” ou “post-mortem” ou que tenha seus produtos, subprodutos, despojos e forragens.
resultado positivo a um teste diagnóstico aprovado 21. Controlo veterinário - qualquer controlo físico ou
pela Autoridade Veterinária, ou que tenha entrado em formalidade administrativa relativos aos animais ou
contacto com um animal infectado. produtos de origem animal e que visa, directa ou
7. Assistência veterinária - actividade remunerada de indirectamente, assegurar a protecção da saúde pública
prestação de serviços de saúde e produção animal. ou animal.
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (49)

22. Curral - qualquer estabelecimento, construção ou, no 4 0. Licença de trânsito - autorização escrita em impresso
caso de uma criação ao ar livre, qualquer local onde próprio, emitida pela Autoridade Veterinária, para
os animais sejam mantidos, criados ou manipulados. deslocação, de animais, seus produtos, subprodutos,
23. Desinfecção - procedimento aplicado, depois da despojos, forragens, produtos biológicos e
limpeza física, destinado a destruir os agentes patológicos de um local para outro, dentro do país.
patogénicos responsáveis pelas doenças dos animais, 4 1 . Licença de importação - autorização escrita em
incluindo zoonoses. Isto aplica-sé a instalações, impresso próprio, emitida pela Autoridade Veterinária,
veículos e diferentes objectos que possam ter sido para a importação de animais, seus produtos,
directa ou indirectamente contaminados. subprodutos, despojos, forragens, produtos biológicos
24. Desinsectização - acção destinada a eliminar artrópodos
e patológicos originários de outro país.
que podem causar doenças ou são potenciais vectores
4 2 . Locais de abate - locais autorizados pela Autoridade
de doenças, incluindo zoonoses.
Veterinária, onde se procede ao abate de animais
25. Despojos - as partes do corpo do animal utilizáveis em
destinados ao consumo público.
qualquer fim industrial não alimentar (pele, cerdas,
4 3 . Matadouro - instalações dotadas de equipamento
unhas, cornos, penas, defesas e faneras).
26. Doença - disfunção ou perturbação da função normal adequado, onde se procede ao abate, preparação,
de qualquer orgão ou do corpo de qualquer animal, conservação e distribuição da came de animais para
causado por qualquer protozoário, bactéria, vírus, consumo público ou processamento indústrial.
fungo, prião, riquetsia, parasita, outro organismo. 44. Material patológico - amostras de material obtidas de
27. Doença epidémica - doença cuja expansão não é animais vivos ou mortos, que contêm ou se suspeita
previsível e que ocorre num determinado momento e conterem agentes infecciosos ou parasitários.
espaço, excedendo a frequência normal esperada (mais 4 5 . O .I.E. - OFFICE INTERNATIONAL DES
de duas vezes o desvio padrão acima da média). EPIZOOTIES”, Organização Mundial de Sanidade
28. Destruição - abate e destruição por enterramento ou Animal, criada em 1924 com sede em Paris, França.
incineração de um animal ou carcaça de um animal, 4 6. População animal em risco - conjunto de animais com
produto, subproduto, despojo, forragem, material as mesmas características físicas e biologicamante
biológico ou patológico, por razões de ordem sanitária. susceptíveis de contrair infecção por um ou mais
29. Embalagem - invólucro destinado a conservar, agentes infecciosos ou parasitários.
preservar de conspurcação e tomar mais manejáveis 4 7. Porta de entrada ou saída - fronteira terreste, portos
produtos, subprodutos e despojos animais, bem como ou aeroportos por onde é permitida a entrada ou saída
forragens e produtos biológicos. de animais, seus produtos, subprodutos, despojos,
30. Exploração pecuária - actividade desenvolvida num troféus, forragens e produtos biológicos.
estabelecimento, construção ou, no caso de uma 48. Produtos animais - substâncias obtidas directamente
criação ao ar livre, qualquer local onde os animais são dos animais com vista à sua utilização tanto para fins
mantidos, criados ou manipulados.
alimentares como industriais.
31. Feira - local destinado a exposição e/ou
4 9 . Produtos biológicos - reactivos biológicos, soros,
comercialização de animais sob controlo da
vacinas e material genético de origem microbiana,
. Autoridade Veterinária.
32. Forragens - produtos destinados à alimentação dos utilizados na investigação, diagnóstico, tratamento e
animais, qualquer que seja a sua natureza. prevenção de doenças.
33. Gado - animais domésticos das espécies bovina, bufalina, 50. Proprietário do curral - pessoa singular ou colectiva
arietina, caprina, suina, equina, asinina e seus híbridos. em nome de quem é emitida a caderneta do registo do
34. Incidência - número de novos casos de uma doença, curral.
registados numa dada população em risco, durante 51. Proprietário do gado - pessoa singular ou colectiva,
um intervalo de tempo determinado e numa área pública ou privada devidamente registada, titular de
geográfica definida. gado e responsável pela sua exploração.
35. Infecção - presença do agente infeccioso no animal 5 2 . Quarentena - isolamento de animais em parque de
com ou sem alteração visível do seu estado de saúde. quarentena, no local de origem ou de destino, sob
36. Inspector - Médico Veterinário ou técnico designado controlo da Autoridade Veterinária, onde um grupo
para realizar inspecção veterinária. de animais é mantido em isolamento, sem contacto
37. Laboratório de referenda - Laboratório reconhecido pelo directo ou indirecto com outros animais, com o
Estado, com competência exclusiva para realizar o controlo objectivo de serem observados e se necessário testados
de qualidade e outros testes de diagnóstico, exigidos para e tratados.
certificação, importação e exportação de animais, seus 5 3 . Recinto de quarentena - instalação ou local onde é
produtos, subprodutos e produtos biológicos. realizada a quarentena.
38. Lista de doenças da O.I.E. - Lista de doenças transmis­
54. Regime de quarentena - medidas a que são submetidos
síveis acordada pelo Comité Internacional de O.I.E.
constante do Código Sanitário dos Animais Terrestres, os animais em caso de doença, ou conjunto de medidas
apresentada no Anexo 1 ao presente Regulamento. relativas à entrada, permanência e saída dos animais
39. Lista de doenças de declaração obrig;atória - Lista de nos parques de quarentena.
doenças de declaração obrigatória em Moçambique 55. Sacrifício sanitário - abate de animais autorizado pela
que, para além da Lista de doenças da O.I.E., inclui as Autoridade Veterinária, por razões económicas e/ou
doenças da Comunidade de Desenvolvimento da sanitárias, com aproveitamento parcial ou total dos
África Austral (SADC) e outras doenças que constam seus produtos e subprodutos, depois de terem ou não
do Anexo 2 ao presente Regulamento. sido submetidos ao beneficiamento.
220— (50) 1SÉRIE— NÚMERO 32

56. Sequestro sanitário - acção compulsiva, que implica o d) Servir de base para a compensação por perdas causadas
cumprimento por parte do proprietário ou responsável por doença dos animais;
pelo efectivo em causa, de medidas de carácter e) Servir de base para a observância das condições do bem-
sanitário em consequência da confirmação da doença. estar animal.
57. Selo - Peça de material durável usado para selar
transportes ou contentores, aplicado por decisão da A rugo4
Autoridade Veterinária. Autoridade Veterinária
58. Subprodutos animais - os produtos derivados das
carnes e despojos que, com ou sem breve preparação, Para efeitos do presente Regulamento a Autoridade Veterinária
são utilizados na alimentação ou outros fins. é o Ministério que superintende a área da agricultura, através da
59. Transferências - mudanças de local a que se sujeitam os Direcção Nacional dos Serviços de Veterinária.
animais, seus produtos, subprodutos-, despojos e forragens. A rtigo 5
60. Troféu - parte durável dos animais selvagens,
nomeadamente a cabeça, caveira, cornos, dentes, peles, Atribuições
couros, pêlos, cerdas, unhas, garras, cascos e ainda A Autoridade Veterinária garante a aplicação das normas do
cascas de ovos, ninhos e penas, desde que não tenham presente Regulamento.
perdido o aspecto original, por via de qualquer A rtigo 6
processo de manufactura.
61. Vedação - barreira física implantada num terreno, Entidades executoras
destinada a impedir a livre entrada ou saída de animais. 1. A execução do presente Regulamento compete:
62. Veterinário oficial - o Veterinário do Estado ou outro
a) A Direcção Nacional dos Serviços de Veterinária;
Veterinário indigitado para tal pela Direcção Nacional
b) Às entidades do Ministério que superintende a área da
dos Serviços de Veterinária.
agricultura a quem forem delegadas competências.
63. Vigilância epidemiológica - acção que implica a
manutenção de um efectivo sob observação sanitária, 2. As entidades a nível local a quem forem delegadas
em consequência de ocorrência ou suspeita de ocorrên­ competências actuam em nome da Autoridade Veterinária.
cia de uma infecção ou doença infecciosa ou parasitária. 3. O Director Nacional dos Serviços de Veterinária pode
64. Zona infectada - área claramente definida pela revogar ou suspender a eficácia de uma decisão tomada ou
Autoridade Veterinária onde a doença infecciosa ou instrução transmitida pela entidade a nível local a quem foi
parasitária foi diagnosticada. A extensão desta zona delegada competência nos termos do presente Regulamento.
será estabelecida tendo em consideração o meio
A rtigo 7
ambiente, os factores ecológicos, os factores
geográficos, a epidemiologia da doença e o tipo de Competências da Autoridade Veterinária
maneio praticado. Compete à Autoridade Veterinária:
Esta área deverá terpelo menos 10 Km de raio, no caso de uma zona
a) Delegar competências a entidades do Ministério que
de produção intensiva ou 50 km no caso de uma zona de produção superintende a área da agricultura a nível local;
extensiva. Nos seus limites existe controlo veterinário oficial para o b) Garantir a salubridade dos produtos de origem animal e
trânsito de animais seus produtos e transportes.. O período de tempo coordenar o funcionamento da inspecção hígio-
durante o qual a zona infectada é mantida dependerá da epidemiologia sanitária e controlo veterinário na produção e
da doença e das medidas de controlo aplicadas. processamento dos produtos de origem animal;
65. Zona suspeita - área territorial clar amente definida pela c) Elaborar os programas e adoptar normas com vista a levar
Autoridade Veterinária, onde existe suspeita de a cabo a vigilância, controlo e erradicação das doenças
ocorrência de doença. infecto-contagiosas e parasitárias dos animais;
66. Zona de vigilância - área territorial claramente definida d) Definir, coordenar e avaliar a aplicação das normas
pela Autoridade Veterinária, que separa a zona livre inerentes aos programas de vigilância, controlo e
da zona infectada. erradicação das doenças infecto-contagiosas e
67. Zona livre - área territorial claramente definida pela Autori­ parasitárias dos animais;
dade Veterinária, e que não está afectada pela doença. e) Manter e desenvolver o sistema de informação
68. Zoonose - doença infeccicrsa ou parasitária epidemiológica;
transmissível dos animais para o homem ou vice-versa. f) Tornar públicas as determinações relativas às doenças da
Lista de doenças de declaração obrigatória;
A rtigo 3
g) Promover a divulgação do presente Regulamento.
Objectivos
A rtigo 8
São objectivos do presente Regulamento:
Responsabilidades dos Governos provinciais e distritais
a) Proteger a saúde pública;
b) Proteger o mercado nacional e de exportação de animais, 1. Os Governos Provinciais e Distritais devem prestar à
produtos deorigemanimal e outros que possamserafectados Autoridade Veterinária toda a colaboração e apoio necessários
directa ou indirectamente por doenças dos animais; para o cumprimento do presente Regulamento.
c) Servir de base para levar a cabo a vigilância epidemiológica, 2. Os Governos Provinciais e Distritais devem comunicar à
controlo e erradicação de doenças de grande importância Autoridade Veterinária qualquer alteração do estado de saúde
económica e/ou para a saúde pública; dos animais da respectiva área de jurisdição.
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (51)

CAPÍTULO II 5. Os animais transportados não devem entrar em contacto

Importação, circulação e trânsito de animais,


com outros, em momento algum da viagem, desde a saída da
seus produtos, subprodutos, despojos, forragens, exploração ou do centro de concentração até à chegada ao
produtos vegetais, veículos e contentores para o respectivo destino.
transporte de animais ou produtos 6. As cames para o consumo devem ser transportadas em
veículos que disponham de um compartimento fechado, provido
SECÇÃO I de ganchos higiénicos para colocar as reses ou fracções de reses,
Generalidades com boa refrigeração a uma temperatura máxima de 4°C, e que se
destinem exclusivamente para esse fim.
A rtigo 9 7. A violação do disposto nos números anteriores é punível
Importação, circulação e trânsito nos termos do artigo 111 do presente Regulamento, e a apreensão
do veículo ou contentor com a respectiva carga, sendo restituídos
1. Não é permitida a entrada, circulação ou trânsito no País, de
o veículo ou contentor após o pagamento da respectiva mulfa.
animais, seus produtos, subprodutos, despojos, forragens e
produtos biológicos, sem cjue os mesmos se façam acompanhar A rtigo 14
da respectiva licença de importação e/ou licença de trânsito e
Obrigações dos transportadores
certificado sanitário, emitidos pela Autoridade Veterinária, a
pedido do interessado. 1. Os transportadores devem manter um registo contendo as
2 . Os animais, seus produtos, subprodutos, forragens e informações que se seguem, em relação a cada veículo e lote, o
produtos biológicos encontrados em contravenção ao qual deve ser conservado por um período de três anos:
estabelecido no presente artigo podem ser ou impedidos de entrar
a) Local, data de carregamento e nome da exploração ou
ou destruídos, sem que haja lugar à indemnização. centro de concentração onde os animais foram
A rtigo 10 carregados;
b) Local e data de entrega, nome e endereço do destinatário;
Circulação de animais doentes, suspeitos ou infectados
c) Espécie e número dos animais transportados;
É proibida a circulação de animais doentes, suspeitos, d) Indicação detalhada da documentação relativa ao
infectados ou que revelem sequelas recentes de doenças carregamento;
constantes da Lista de doenças de declaração obrigatória, bem e) Data é local de desinfecção do veículo;
como a presença de ectoparasitas. f) Rota seguida pelo veículo desde o local de origem do
carregamento até ao destino.
A rtigo 11
2. Os transportadores comprometem-se por escrito a:
Trânsito de produtos vegetais
a) Adoptar as medidas impostas pelo presente
O trânsito de produtos vegetais está sujeito a autorização da Regulamento;
Autoridade Veterinária, caso constitua perigo para a disseminação b) Confiar o transporte de animais a pessoas habilitadas.
de doença epidémica.
3. Os transportadores devem igualmente dispor de condições
A rtigo 12 de limpeza e desinfecção apropriadas, incluindo instalações de
Trânsito de veículos e equipamentos armazenagem, da cama e do estrume, ou comprovar que essas
operações são efectuadas por terceiros, devendo em ambos os
O trânsito de veículos, contentores ou qualquer outro casos obter a aprovação da Autoridade Veterinária.
equipamento, está sujeito a autorização da Autoridade Veterinária 4 .0 transportador ou respionsável pelos animais em trânsito é
quando haja perigo de disseminação de doenças dos animais. obrigado a comunicar à Autoridade Veterinária ou ao Posto de
A rtigo 13
Controlo Veterinário mais próximo, as mortes ocorridas durante
a viagem.
Transporte
A rtigo 15
1. O transporte de animais e seus produtos, em veículos ou
contentores, é licenciado pela Autoridade Veterinária, segundo Beneficiações de transportes e contentores
as regras aprovadas pelo Ministério que superintende a área da 1. Os meios utilizados para o transporte e acondicionamento
agricultura. de animais, seus produtos, subprodutos, despojos e forragens
2. É proibido transportar no mesmo compartimento do veículo podem ser sujeitos a beneficiações, durante o trânsito, sempre
animais e passageiros. que a Autoridade Veterinária o considere necessário.
3. É igualmente proibido transportar no mesmo compartimento 2 . Compete à Autoridade Veterinária determinar as
do veículo ou contentor animais de espécies diferentes e com beneficiações necessárias.
destinos e propósitos diversos, e outros produtos ou carga.
4. O transporte de animais só pode ser feito em veículos e A rtigo.16
contentores adequados a cada espécie, idade e sexo dos animais, Formalidades específicas
construídos de modo a evitar lesões, garantindo que as fezes, a
cama ou a forragem não possam verter ou cair para fora do veículo 1. A entrada, saída e trânsito de animais, seus produtos,
ou contentor, conforme os modelos e as características aprovadas subprodutos, despojos, forragens e produtos biológicos, é feita
pelo Ministério que superintende a área da agricultura, ouvido o em veículos ou contentores selados.
Ministério que superintende a área dos transportes e 2. A aplicação e remoção de selos dos veículos ou contentores
comunicações. só pode ser feita pela Autoridade Veterinária.
220— (52) I SÉRIE— NÚMERO 32

A rtigo 17 Artigo 20
Encargos Licença de trânsito
Os encargos resultantes das imposições sanitárias referentes à 1. O pedido de emissão da licença de trânsito deve conter os
entrada, saída e trânsito de animais, seus produtos, subprodutos, seguintes elementos:
despojos e forragens ou as beneficiações determinadas pela a) Nome e morada do requerente;
Autoridade Veterinária, são suportados pelo transportador. b) Espécie, idade, sexo e raça do animal;
A rtigo 18 c) Local de origem (Província, Distrito, Localidade e
Número do Curral);
Controlo fronteiriço cl) Tipo de produtos;
Nos postos de fronteira terrestre e nas estações terminais de e) Quantidade;
aerogares e caminhos de ferro devem ser criadas condições pela f) Transporte a utilizar;
Autoridade Veterinária para a rápida beneficiação de animais em g) Destino (Província, Distrito, Localidade e Número do
trânsito, respectivos produtos, subprodutos, despojos e forragens. Curral);
h) Identificação do veículo.
SECÇÃO II
2. A licença de trânsito a que se refere o n.° ’ ’ ■presente
Trânsito interno
artigo é emitida em modelo apropriado aprovado pela Autoridade
A rtigo 19 Veterinária.
Movimento de animais, seus produtos, subprodutos, despojos, SECÇÃO III
forragens, produtos biológicos Entrada no território - importação
1. Não é permitido o trânsito de animais vivos, para abate ou Artigo 21
destinados a outra exploração ou concentração, seus produtos,
subprodutos, despojos, forragens, produtos biológicos, sem que Requisitos para importação
se façam acompanhar da respectiva licença de trânsito emitida 1. Não é permitida a entrada no País de qualquer animal, seus
pela Autoridade Veterinária. produtos, subprodutos, despojos, forragens e produtos biológicos, que
2. Não çarece de autorização a movimentação'de:, não venham acompanhados da licença de importação emitida pela
Autoridade Veterinária e pelo certificado sanitário internacional.
a) Carne fresca, com excepção da de suíno, até ao limite
2. O certificado sanitário internacional emitido pela
máximo de quinze quilogramas por interessado ou
Autoridade Veterinária do país exportador deve ser preenchido
família;
de acordo com os requisitos exigidos na licença de importação.
b) Carcaças de animais de capoeira em número nunca
3. Tudo o que fôr encontrado em contravenção ao disposto
superior a vinte por interessado ou família;
nos n,051 e 2 do presente artigo é apreendido e perdido a favor do
c) Animais de capoeira vivos em número nunca superior a
Estado.
vinte por interessado ou família.
4. Mesmo'que tenham sido cumpridos todos os requisitos
3. Tudo o que fôr encontrado em contravenção ao disposto previstos nos n.°s 1 e 2 do presente artigo, é proibida a importação
nos n.os 1 e 2 do presente artigo é apreendido e reverte a favor do de animais, produtos, subprodutos; despojos e forragens caso a
Estado, ficando o veículo apreendido até ao pagamento da Autoridade Veterinária suspeite que os mesmos se encontram
respectiva multa. infectados por agente de doença transmissível da Lista de doenças
4. O estabelecido no n.° 2 do presente artigo pode ser da O.I.E., nova doença ou doença desconhecida.
temporariamente suspenso pela Autoridade Veterinária em caso 5. A não observância do disposto no número anterior implica
de ocorrência de foco de doença transmissível, ou quando a destruição de animais, produtos, subprodutos, despojos e
constituir perigo para a saúde pública, mediante Aviso a publicar forragens, sem direito a indemnização.
nos órgãos de informação escrita e radiodifundida, em pelo menos 6. A emissão da licença é feita a pedido do interessado,
duas datas consecutivas. elaborado em formulário apropriado dirigido à Autoridade
5. Compete aos Serviços Provinciais de Pecuária da província Veterinária, dele devendo constar:
de origem dos animais a emissão da licença de trânsito interno
a) Nome e morada do requerente;
para outra província, quando se trate de animais para abate, após
b) Espécie, idade, sexo e raça do animal;
consulta e coordenação prévias com os Serviços Provinciais de
c) País de origem, proprietário ou fabricante;
Pecuária da província de destino dos animais.
d) Tipo de produtos;
6. Compete à Autoridade Veterinária estabelecer os requisitos
e) Quantidade;
sanitários gerais a que deve obedecer a transferência de animais:
f) Porta de entrada;
a) de uma província para outra, quando se trate de animais g) Transporte a utilizar;
destinados a criação e/ou comercialização; h) Destino e trajecto;
b) de um distrito para outro, se as condições sanitárias assim i) Finalidade.
o exigirem.
7.0 pedido de licença deve ser apresentado antes da confirmação
7. Compete aos Serviços Provinciais de Pecuária da província da encomenda, de modo a que os compromissos assumidos possam
de destino dos animais, em coordenação com os Serviços ser cancelados, caso a licença não seja concedida.
Provinciais de Pecuária da província de origem dos mesmos, 8. A licença emitida pela Autoridade Veterinária indica o seu
estabelecer os requisitos sanitários específicos que devem ser período de validade, o qual não deve exceder um máximo de 60
cumpridos, quando se trate de animais destinados a criação. dias.
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (53)

A rtigo 22 2. As operações de beneficiação referidas no número anterior


Proibição de importação de animais e produtos de origem animal
poderão ser realizadas no próprio local de armazenagem, se o
mesmo reunir condições para o efeito.
1. É proibida a importação de animais, seus produtos,
subprodutos, despojos e forragens de zonas onde se saiba A rtigo 27
existirem doenças constantes da Lista de doenças da O.I.E. até Quarentena
seis meses após a declaração do último foco.
2. A importação de animais domésticos e selvagens, seus É obrigatória a quarentena de todos os animais importados
produtos, subprodutos, despojos e forragens é igualmente nos locais e moldes determinados pela Autoridade Veterinária.
interdita, quando o trânsito se fizer por zonas onde ocorram
doenças da Lista de doenças da O.I.E. A rtigo 28
3. A contravenção ao disposto nos n.081 e 2 do presente artigo Desinsectização de aeronaves
implica a destruição dos produtos, subprodutos, despojos e de
forragens nos termos do presente Regulamento, sem que haja As aeronaves provenientes de regiões onde existam doenças
lugar a indemnização. transmissíveis por insectos deverão ser submetidas a
desinsectização, logo após a sua chegada ao País e antes que se
A rtigo 23 tenha verificado a saída de passageiros ou carga, excepto se esta
Mortes ocorridas durante o transporte
operação tiver sido efectuada antes da partida ou durante o voo.
A rtigo 29
1. Qualquer animal encontrado morto à chegada será
obrigatoriamente enviado ao Laboratório de Referência para Importação de animais, seus produtos, subprodutos,
exame, ou destruído após serem colhidas as amostras necessárias biológicos, material patológico ou outro organismo portador
pela Autoridade Veterinária. de agente patológico
2. Os interessados devem comunicar à Autoridade Veterinária 1. A importação de produtos biológicos, agentes patogénicos
as mortes ocorridas em viagem ou qualquer outra anormalidade e material patológico, animal, produto ou subproduto de origem
que se registe nos animais importados. animal ou outro organismo portador de agente patogénico carece
de autorização especial, de acordo com as normas especificadas
A rtigo 2 4 na respectiva licença de importação.
Inspecção veterinária 2. Compete às Autoridades Veterinária e Aduaneira o estrito
controlo do prescrito rip n.° 1 do presente artigo.
1. E obrigatória a inspecção e controlo hígio-sanitário à entrada 3. Os pedidos de licença de importação dos produtos
no território nacional, de animais, seus produtos, subprodutos, mencionados no n.° 1 do presente artigo devem indicar além dos
despojos, forragens, produtos biológicos e patológicos. requisitos constantes do n.° 6 do artigo 21 do presente
2. A inspecção e o controlo hígio-sanitário são efectuados Regulamento o seguinte:
pelo inspector destacado para o efeito. a) Tipo de produto e seu acondicionamento;
3. O sequestro de produtos, subprodutos, despojos de origem b) Indicação da quantidade e de marcas especiais;
animal e de forragens pode ser realizado caso não tenham sido c) Data de expedição.
cumpridos os requisitos constantes da licença de importação.
4. Só é permitida a entrada de produtos biológicos e patológicos
A rtigo 25 considerados infectantes quando estes forem acondicionados de
modo a evitar qualquer possibilidade de contaminação exterior.
Providências em caso de suspeita de doença da Lista Estes produtos têm que ser embalados de acordo com os
de doenças da O.I.E.
procedimentos estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde
Se, à chegada de um veículo a uma porta de entrada, houver para o transporte seguro de substâncias infecciosas e amostras para
um ou vários animais suspeitos de serem portadores de alguma diagnóstico, e cumprir com as instruções de acondicionamento da
das doenças descritas na Lista de doenças da O.IJE., a Autoridade Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO) e da
Veterinária pode impedir a sua entrada, ou aplicar uma das Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
seguintes medidas a expensas do proprietário: 5. Os produtos biológicos e patológicos mencionados no
a) Sacrifício sanitário com esterilização ou destruição da n.° 1 do presente artigo devem ser levados por pessoal qualificado
carne em estabelecimento apropriado, sem direito a logo após a sua chegada, para o local de destino, sem que de
indemnização; alguma forma sejam expostos ao ambiente.
b) Quarentena dos animais nas imediações da porta de
A rtigo 30
entrada;
c) Descarga e destruição das camas, ração e de todo o Importação temporária
material potencialmente contaminado; A permanência temporária no País de animais destinados a circos
d) Limpeza e desinfecção do veículo, equipamento e e feiras fica sujeita às condições previstas nos artigos 9 e 21 do
material utilizado durante as operações. presente Regulamento.
A rtigo 26 A rtigo 31

Beneficiação de produtos, subprodutos, despojos e forragens Embalagens

1. Quaisquer produtos, subprodutos, despojos de animais e As embalagens a que se refere o n.° 4 do artigo 29 do presente
forragens importados podem ser submetidos a beneficiação a Regulamento devem ser rotuladas com indicação expressa da
expensas do importador, caso a Autoridade Veterinária o respectiva.origem, tipo e quantidade do produto, data de fabrico,
considere necessário. data de expedição e período de validade.
220 — (54) ISÉRIE— NÚMERO 32

A rtigo 32 A rtigo 36

Restrições à importação Transporte e acondicionamento

Compete à Autoridade Veterinária, propor ao Governo a Todos os meios de transporte e de acondicionamento a utilizar
adopção de restrições à importação de produtos de origem na exportação de animais, seus produtos, subprodutos, despojos
vegetal, suspeitos de serem agentes causadores de doenças em e forragens devem reunir as condições especificadas pela
animais. Autoridade Veterinária.
SECÇÃO IV A rtigo 37
Saída do território - exportação Exportação de produtos biológicos e patológicos

A r tig o 33 A exportação de produtos biológicos e patológicos obedece


Exportação de animais, seus produtos, subprodutos, despojos
a regras internacionais de acondicionamento e identificação, e
e forragens aos requisitos sanitários referidos pela Autoridade Veterinária
do País importador.
1. Não é permitida a saída do País de animais, seus produtos,
subprodutos, despojos, produtos biológicos, forragens, sem CAPÍTULO III
prévia autorização da Autoridade Veterinária, a qual deve emitir Providências aplicáveis à defesa sanitária
o respectivo certificado veterinário, de acordo com a licença de
importação emitida pela Autoridade Veterinária do país SECÇÃO I
importador. Registo de animais
2.0 certificado sanitário emitido para fins de exportação deve:
A rtigo 38
a) Identificar os animais ou seus produtos, subprodutos e
Identificação e registo
forragens tal como se apresentam;
b) Indicar a data, lugar de inspecção e nome do inspector; 1. É obrigatória a identificação e registo individual de bovinos
c) Indicar cada um dos testes e seus resultados, caso aqueles existentes no País, agrupados em explorações pecuárias ou currais.
tenham sido solicitados e /ou realizados; 2; É também obrigatório o registo de animais de qualquer
d) Confirmar que as imposições sanitárias definidas pela espécie doméstica ou selvagem quando agrupados em
Autoridade Veterinária do país importador foram instalações ou se destinem à exploração para fins comerciais,
cumpridas. científicos, turísticos ou de beneficência.
3. A saída de animais, seus produtos, subprodutos, despojos e 3.0 regime de identificação e registo de animais deverá incluir
forragens, provenientes de regiões consideradas infectadas ou pelo menos um dos seguintes elementos:
suspeitas, pode ser autorizada desde que submetidos às medidas a) Marcas de identificação dos animais, de acordo com a
de ordem sanitária, ou de beneficiação, indicadas pela Autoridade regulamentação em vigor;
Veterinária do país importador. b) Base de dados informatizada;
4. As medidas sanitárias referidas no n.° 3 do presente artigo c) Cadernetas de registo para os animais;
devem ser praticadas nos respectivos locais de produção. d) Registos individuais mantidos em cada exploração,
5. Nos casos referidos no n.° 3 do presente artigo, o transporte curral ou aviário.
do local de origem para o de embarque é feito em veículos
A rtigo 39
especialmente preparados e nas condições estabelecidas pela
Autoridade Veterinária. Registo de explorações

A rtigo 34 1. Os efectivos de gado e outras espécies animais existentes


nas explorações devem ser registados pela Autoridade Veterinária
Interdição à exportação
em livro próprio.
A interdição de saída de animais, seus produtos, subprodutos, 2. O curral, exploração ou aviário considera-se registado
despojos e forragens, é feita pela Autoridade Veterinária, quando a caderneta de registo, devidamente preenchida e
mediante Aviso a publicar no Boletim da República e em pelo autenticada pela Autoridade Veterinária, fôr entregue ao seu
menos um órgão de informação escrita de maior divulgação, em proprietário. A caderneta é pessoal e intransmissível.
dois dias consecutivos. Este Aviso deve especificar: 3. Se num curral existirem animais de mais de um proprietário,
a) A espécie animal, produtos, subprodutos, despojos e cada um deles deve possuir a caderneta de registo do seu gado.
forragens; 4. A caderneta deve ser apresentada sempre que fôr solicitada
b) A zona ou zonas de exportação interditas. pela Autoridade Veterinária.
A rtigo 35 A rtigo 40
Certificação Caderneta de registo
Os pedidos de certificados sanitários para exportação de 1. A caderneta deve ter o número de folhas correspondentes a
animais, seus produtos, subprodutos, despojos e forragens, cada espécie animal existente e estas são assinaladas pelas
acompanhados das imposições sanitárias do País importador, abreviações Bov, Bu, Equ, Sui, Cap, Ovi, Avi, Fau, correspondente
síío apresentados à Autoridade Veterinária, com antecedência a bovinos, bufalinos, equinos, suínos, caprinos, ovinos, aves e
mínima de quinze dias em relação à data prevista para o embarque. fauna bravia.
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (55)

2. Da caderneta constam os seguintes elementos de identificação: d) Abates;


a) Nome da província, distrito e localidade; e) Transferências;
b) Identificação do proprietário e código de identificação f) Outras.
da exploração; 2. As alterações por compra e venda são feitas mediante a
c) Data de nascimento, sexo e raça dos animais; apresentação do documento escrito assinado pelo comprador e
d) Outras informações: mortes, nascimentos, transferências, pelo vendedor, e confirmado pelo órgão local do Estado.
tratamentos e vacinações realizadas;
e) No caso de animais que sao transferidos para outra exploração, A rtigo 46
o nome e o endereço do novo proprietário e/ou o nome e Registo de outros animais
localização da exploração de destino dos animais.
Por determinação da Autoridade Veterinária, o estipulado
A rtigo 41 nesta secção pode tomar-se extensivo a outros animais arrolados.
Designação do proprietário de gado SECÇÃO III

Para os efeitos previstos no presente Regulamento, o Concentração de animais


proprietário do curral que abrigue gado ou animais de vários
A rtigo 47
proprietários deve, na sua ausência, designar um deles para o
representar perante a Autoridade Veterinária. Requisitos

1. A concentração de animais em locais permanentes ou


A rtigo 42
temporários só é permitida mediante prévia autorização da
Confinamento do gado Autoridade Veterinária.
1.0 gado deve ser recolhido em currais, a menos que as áreas 2. Os animais concentrados nos termos do n.° 1 do presente
de pastagem sejam vedadas. artigo ficam sujeitos às medidas sanitárias que a Autoridade
2. Todos os outros animais mantidos em cativeiro devem estar Veterinária entenda necessárias.
confinados em instalações apropriadas. 3. Os encargos resultantes da aplicação das medidas sanitárias
3. Os animais selvagens não mantidos em cativeiro, mas referidas no n.° 2 do presente artigo são da exclusiva
utilizados para fins comerciais pertencem, para efeitos do presente responsabilidade do proprietário dos animais.
Regulamento, ao titular da concessão onde forem encontrados
SECÇÃO IV
no momento da inspecção.
V acinações e outros program as sanitários de cumprimento
A rtigo 43 obrigatório

Animais fora do confinamento A rtigo 48

1. É proibida a permanência de gado que não esteja sob Programas sanitários


vigilância, em terrenos não vedados.
1.0 proprietário dos animais é obrigado a observar o calendário
2. O gado encontrado em violação do disposto no número anterior
de vacinações e outros programas sanitários de cumprimento
é considerado abandonado e é recolhido pela Autoridade Veterinária
obrigatório determinados pela Autoridade Veterinária.
ou, na ausência desta, pela Autoridade Administrativa que o fará chegar
2. As vacinações e outros programas sanitários decorrem em
à Autoridade Veterinária da respectiva área de jurisdição.
todo o território nacional, no período determinado pela
3. O gado abandonado e não reclamado no prazo de trinta
Autoridade Veterinária, devendo os animais ser concentrados
dias é declarado perdido a favor do Estado.
nos locais por esta indicados.
SECÇÃO II 3. O não cumprimento do previsto nos números anteriores
sujeita o proprietário dos animais, em simultâneo com a multa,
Registo de alterações
às seguintes sanções:
A rtigo 44 a) Suspensão de autorizações, licenças ou alvarás;
Periodicidade de informação b) Privação do direito a subsídios ou benefícios outorgados
por entidades ou serviços públicos;
1. As alterações dos efectivos do mês anterior devem ser c) Interdição do movimento de animais;
comunicadas à Autoridade Veterinária, pelos proprietários, até d) Privação do direito de participar em feiras ou mercados.
ao dia quinze do mês seguinte.
2. A Autoridade Veterinária pode, por conveniência de serviço, SECÇÃO v
fixar os dias para o registo das alterações nas suas áreas, sem B anhos carracicidas
prejuízo do prazo estabelecido no n.° 1 do presente artigo.
A rtigo 49
A rtigo 45
Obrigatoriedade de banhos carracicidas
Requisitos
1. Os proprietários de gado bovino são obrigados a garantir a
1. A comunicação sobre as alterações deve mencionar as efectivação de banhos carracicidas dos seus animais, cabendo à
causas, agrupadas em: Autoridade Veterinária aprovar os sistemas de desparasitação
a) Nascimentos; bem como as drogas a serem utilizadas e sua alternância.
b) Passagem de classe; 2. A obrigatoriedade pode tomar-se extensiva a outras espécies
c) Mortes; animais, por decisão da Autoridade Veterinária.
220— (56) 1 SÉRIE— NÚMERO 32

3. Os banhos carracicidas realizados em sistemas de SECÇÃO VI


desparasitação públicos estão sujeitos ao pagamento de uma V edações, portões, grelhas e corredores de tratamento
taxa em conformidade com o disposto no artigo 120 do presente
Regulamento e no valor estabelecido nas tabelas aplicáveis. A rtigo 57

Construção de vedações, portões ou grelhas


A rtigo 50

Regime de banhos carracicidas


1. A Autoridade Veterinária pode determinar a construção de
vedações, portões ou grelhas com vista a impedir o trânsito de
O regime de banhos carracicidas é fixado pela Autoridade animais que possam constituir reservatório de doenças constantes
Veterinária de acordo com as necessidades de defesa sanitária da Lista de doenças de declaração obrigatória.
impostas pelas condições específicas na área. 2. As vedações, portões ou grelhas podem, se as circunstâncias
assim o exigirem, ser construídas ou colocadas ao longo de
A rtigo 51
estradas e caminhos públicos ou particulares, atravessá-los, cruzar
Novas drogas acaricidas e carracicidas ou sobrepor-se a vedações privadas.
A utilização de novas drogas acaricidas e carracicidas está 3. Quando as vedações referidas no número 2 do presente
condicionada ao registo prévio nos termos do Regulamento sobre artigo cruzem ou se sobreponham às das propriedades privadas,
Pesticidas, aprovado pelo Decreto n° 6/2009, de 31 de Março. os proprietários podem ser transitoriamente compelidos a mantê-
las em perfeito estado de conservação e eficiência, sempre que a
A rtigo 52 Autoridade Veterinária não o puder fazer.
Sistemas de desparasitação A rtigo 58
É permitida a construção de tanques carracicidas ou sistemas Áreas de conservação e fazendas de bravio
de desparasitação, desde que não constituam perigo para o
ambiente ou para a saúde pública e após a aprovação do As áreas de conservação terrestres, e as fazendas de bravio
respectivo projecto pela Autoridade Veterinária. devem ser isoladas das outras áreas através de vedações
apropriadas às espécies faunísticas nelas existentes.
A rtigo 53
A rtigo 59
Sistemas públicos de desparasitação
Encargos
A área de influência dos sistemas públicos de desparasitação
é dsterminada pela Autoridade Veterinária. 1. A construção, manutenção e reparação das vedações,
portões ou grelhas, a que se refere o artigo 57 do presente
A rtigo 54 Regulamento são custeadas por verbas do Estado expressamente
designadas para tal.
Sistemas privados de desparasitação
2. Os titulares do direito do uso e aproveitamento dos terrenos
1. É obrigatório o registo dos sistemas privados de que venham a beneficiar com a medida sanitária imposta devem
desparasitação, nos Serviços Provinciais de Pecuária, no prazo comparticipar nas despesas efectuadas.
de noventa dias, contados a partir do primeiro dia em que os 3. As vedações que delimitam ou atravessam propriedades
mesmos se tomem operacionais. privadas passam a pertencer ao comparticipante, quando deixarem
2. É igualmente obrigatória a comunicação, par escrito, da mudança de existir as causas que motivaram a sua construção.
de propriedade, suspensão ou encerramento do sistema de
desparasitação„no prazo de trinta dias após a verificação do facto. A rtigo 60

3. Os sistemas privados de desparasitação estão sujeitos a Destruição, retirada ou remoção de vedações, portões ou
vistoria e a inspecção permanentes por parte da Autoridade grelhas
Veterinária. É proibido destruir, retirar ou remover qualquer vedação, portão
4. Até ao dia quinze de cada mês, os proprietários dos sistemas ou grelha, bem como impedir a sua construção quando edificadas
privados de desparasitação devem comunicar à Autoridade ao abrigo do artigo 57 do presente Regulamento.
Veterinária o número de animais banhados, e o tipo de drogas
utilizadas no mês anterior. A rtigo 61

Obrigatoriedade da implantação de vedações


A rtigo 55
1. O proprietário da unidade de produção, que confine com
Caso de emergência
estradas classificadas e vias férreas, é obrigado a implantar
Os sistemas privados de desparasitação podem ser utilizados vedações ao longo das mesmas.
publicamente, em caso de emergência comprovada, sob direcção 2. A violação do disposto no número 1 do presente artigo é
e fiscalização da Autoridade Veterinária. punida nos termos do artigo 111 do presente Regulamento.
A rtigo 56 A rtigo 62
Drenagem dos sistemas de desparasitação Corredores de tratamento
O despejo do líquido dos sistemas de desparasitação é, 1. É obrigatória a implantação de corredores de tratamento
obrigatoriamente, feito para drenos ou fossas vedadas, por forma rias explorações pecuárias.
a impossibilitar o seu escoamento para linhas ou colecções de 2. A implantação das infra-estruturas referidas no número
água. anterior é da responsabilidade do proprietário dos animais.
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (57)

SECÇÃO VII A rtigo 66


Quarentena Acesso aos recintos de quarentena

A rtigo 63 1. É interdita a entrada de pessoas e veículos nos recintos de


quarentena, sem prévia autorização da Autoridade Veterinária.
Regime de quarentena
2. O regime de quarentena pode implicar restrições totais ou
1. A Autoridade Veterinária pode impor o regime de quarentena parciais, com ou sem condições, no movimento de animais,
em determinada área quando verifique: veículos, pessoas ou quaisquer materiais ou artigos susceptíveis
a) Existirem razões e/ou evidências para suspeitar que os de disseminar a infecção ou doença.
animais estejam infectados por qualquer agente de
doença; A rtigo 67
b) A presença de animais afectados por doenças de Indemnizações
declaração obrigatória;
c) A existência de animais, seus produtos, subprodutos, Os proprietários dos animais, produtos, subprodutos, despojos
despojos ou de forragens, que tenham permanecido ou forragens, mantidos em regime de quarentena ou em sequestro,
ou transitado em áreas infectadas ou suspeitas, ou têm direito a uma indemnização do Estado quando estes sejam
tenham tido contacto com animais e objectos delas abatidos ou destruídos por razões de ordem sanitária, desde que
provenientes; não tenham infringido o preceituado no presente Regulamento.
d) Existir perigo de disseminação da infecção ou doença
A rtigo 68
para áreas ou populações contíguas.
Encargos com animais, produtos, subprodutos, despojos
2. Sempre que a Autoridade Veterinária o determinar, a saída e forragens em quarentena ou sequestro
de animais, seus produtos, subprodutos, despojos e forragens
fica sujeita a quarentena ou beneficiação prévia. Correm por conta do proprietário os encargos com a profilaxia,
3. A quarentena é tomada pública, a nível local e nacional, tratamento e alimentação dos animais, assim como com a
mediante aviso através de órgãos de informação escrita e conservação ou beneficiação dos produtos, subprodutos,
radiodifundida com maior divulgação, em pelo menos duas datas despojos e forragens submetidos a regime de quarentena ou
consecutivas, devendo especificar o seu regime. sequestro.
4. O regime de quarentena toma-se efectivo no dia a seguir à
segunda publicação ou radiodifusão nos órgãos de informação A rtigo 69

escrita e radiodifundida de maior divulgação a nível local e Dispensa da quarentena ou sequestro


nacional.
A Autoridade Veterinária pode dispensar a quarentena ou
5 . Os animais, seus produtos, subprodutos, despojos e
sequestro, quando o proprietário requeira o abate dos animais ou
forragens, apreendidos nos termos do número 3 do artigo 21 do
a beneficiação dos produtos, subprodutos, despojos ou forragens.
presente Regulamento podem ser submetidos ao regime de
quarentena. A rtigo 70
6. Em circunstâncias excepcionais, o regime de quarentena
pode ser imposto, não obstante a apresentação do certificado Fim da quarentena
sanitário internacional referido no n.° 2 do artigo 21 do presente O regime de quarentena aplicado nos termos do n.° 1 do artigo
Regulamento. 63 do presente Regulamento permanece efectivo até à sua
revogação pela Autoridade Veterinária, devendo esta ser
A rtigo 64
veiculada nos órgãos de informação escrita e radiodifundida de
Recintos de quarentena maior divulgação a nível local e nacional.
1. Os recintos de quarentena são permanentes e temporários.
SECÇÃO VIII
2. Os recintos permanentes devem situar-se em locais de fácil
acesso, junto aos portos, aeroportos e fronteiras terrestres. Locais de abate, m atança e inspeçcão de animais e carne
3. Os recintos temporários são abertos de acordo com o
A rtigo 71
imperativo do seu estabelecimento e a natureza da doença
suspeita. Construção e funcionamento
4. Compete à Autoridade Veterinária a implantação de fomos 1. A construção e funcionamento de matadouros e locais de
e crematórios nos recintos de quarentena permanentes e nas abate, bem como o transporte de carnes estão sujeitos a
fronteiras terrestres. licenciamento técnico pela Autoridade Veterinária.
A rtigo 65 2. A licença para o funcionamento pode ser retirada caso o
Direcção, manutenção e funcionamento dos recintos
matadouro não cumpra os requisitos sanitários exigidos pela
de quarentena Autoridade Veterinária.
1. A direcção, manutenção e funcionamento dos recintos de A rtigo 72
quarentena é da responsabilidade da Autoridade Veterinária.
Fiscalização das actividades exercidas nos matadouros
2. Compete à Autoridade Veterinária a observação, e outros locais de abate
diagnóstico e tratamento dos animais submetidos ao regime de
quarentena, e a determinação das formas de conservar ou Compete à Autoridade Veterinária a fiscalização das
beneficiar os produtos armazenados. actividades exercidas nos matadouros e noutros locais de abate.
220 — (58) ISÉRIE— NÚMERO 32

A rtigo 73 CAPÍTULO IV
Inspecção de carnes Medidas aplicáveis às doenças de declaração obrigatória
1. E proibido o abate de animais assim como a venda de came SECÇÃO I
para consumo público, sem prévia inspecção sanitária efectuada
Comunicações
no local de abate.
2. O referido abate faz-se após um repouso de seis a vinte e A rtigo 78
quatro horas, de acordo com a espécie animal, em recinto próprio, Doenças de declaração obrigatória
anexo ao matadouro ou local de abate.
1. Constitui dever de qualquer cidadão participar à Autoridade
3. A inspecção sanitária é extensiva à carne de animais Veterinária ou Administrativa o aparecimento de qualquer
selvagens e é feita nos matadouros ou locais de venda, conforme anormalidade no estado de saúde dos animais, que leve à suspeita
o que fôr determinado pela Autoridade Veterinária. de umá doença constante das listas dos Anexos 1 e 2 do presente
4 . A inspecção de carnes é efectuada pela Autoridade Regulamento.
Veterinária, ou por um inspector por ela designado. 2. São especialmente obrigados a fazer a comunicação os
proprietários dos animais, o médico veterinário ou técnico de
A rtigo 7 4 pecuária que suspeite da existência das referidas doenças.
Marcação de carnes
3. As comunicações são feitas verbalmente ou por escrito,
mencionando o maior número possível de elementos que
É da exclusiva responsabilidade do inspector marcar as carnes permitam a identificação da doença.
aprovadas para consumo, com o carimbo privativo da Autoridade 4. A Lista de doenças de declaração obrigatória é actualizada
Veterinária. de acordo com a situação epidemiológica nacional e
internacional.
A rtigo 75
5. A actualização da Lista de doenças de declaração obrigatória
Trânsito de carrie é da responsabilidade da Autoridade Veterinária e é feita por
Aviso a publicar no Boletim da República.
A came de animais abatidos para consumo, não pode circular
sem que seja acompanhada da respecti va licença de trânsito na A rtigo 79
qual conste a quantidade e a confirmação da inspecção sanitária.
Comunicação
A licença deve ser passada pelo inspector do matadouro.
É obrigatória a participação à Autoridade Veterinária da
A rtigo 76
ocorrência de doenças que possam afectar o estado sanitário dos
Carne e vísceras impróprias para o consumo animais ou a saúde pública, cabendo à Autoridade Veterinária a
sua comunicação ao País, aos Serviços Oficiais dos países limítrofes,
É proibido:
à Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), ao
a) Aproveitar para alimentação humana ou animal, carne e Bureau Africano para Recursos Animais (IBAR) e à O.I.E.
vísceras de animais mortos por doença, causa
desconhecida ou impróprias para consumo; A rtigo 80
b) A importação, processamento, comercialização de carnes Medidas a observar
e vísceras de animais que possuem resíduos de
Os proprietários, encarregados de explorações ou responsáveis
hormonas ou antibióticos ou qualquer outra
por animais que observarem qualquer manifestação mórbida que,
substância que.possa constituir perigo para saúde
pela sua contagiosidade e mortalidade, os leve a suspeitar que se
pública. trata de doença de declaração obrigatória têm por obrigação:
SECÇÃO IX a) Comunicar a ocorrência à Autoridade Veterinária mais
Beneficiações
próxima;
b) Promover o imediato sequestro dos animais afectados;
A rtigo 77 c) Suspender o movimento de animais e o aproveitamento
Beneficiação de instalações, recintos, transportes, materiais
dos seus produtos, subprodutos e despojos;
e despojos d) Impedir a abertura de -cadáveres e promover o seu
enterramento ou incineração, se até vinte e quatro
Compete à Autoridade Veterinária determinar as beneficiações horas depois não fôr determinado o contrário;
a introduzir, designadamente no que diz respeito a: e) Desinfectar os currais, alfaias, instrumentos e todo o
a) Instalações, transportes, recintos e materiais nele material de maneio e transporte, que tenha estado em
existentes que tenham servido para sequestro de contacto com aqueles animais.
produtos de origem animal, subprodutos e forragens;
A rtigo 81
b) Estrumes sólidos ou líquidos;
c) Veículos e outro material empregues no transporte de Resultados dos exames laboratoriais
animais doentes ou mortos por doença; Os responsáveis dos laboratórios são obrigados a comunicar,
d) Indivíduos e roupas que tenham contactado com animais imediatamente, à Autoridade Veterinária e aos Serviços
doentes ou mortos por doença; Provinciais de Pecuária da região de proveniência das amostras,
e) Peles e troféus de animais mortos ou mandados abater os resultados dos exames laboratoriais quando estes indiquem a
por doença. presença de doença de declaração obrigatória.
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (59)

A rtigo 82 A rtigo 87

Exame dos animais e colheita de amostras em animais Provas de diagnóstico e medidas profilácticas
suspeitos de doença
1. Nas “Zonas suspeitas” e nas “Zonas infectadas” é obrigatório
A Autoridade Veterinária tem acesso livre às explorações ou submeter os animais doentes, suspeitos ou em risco de serem
propriedades para proceder ao exame dos animais e a colheita de atingidos por doença de declaração obrigatória a provas de
amostras e elementos informativos relativos à doença que motivou diagnóstico e a medidas profilácticas e terapêuticas determinadas
a comunicação referida no artigo 78 do presente Regulamento. pela Autoridade Veterinária.
SECÇÃO II 2. Na “Zona de vigilância” é obrigatório submeter os animais
Zonas suspeitas e Zonas infectadas à inspecção e, se necessário, às medidas profilácticas e
terapêuticas determinadas pela Autoridade Veterinária.
A rtigo 83
3. As operações referidas no número 2 do presente artigo são
Zona suspeita suportadas pelo Estado, cabendo a sua execução à Autoridade
1. A suspeita de doença numa dada região pode levar a Veterinária.
Autoridade Veterinária a declarar o local de “Zona suspeita”. 4. Para os efeitos do número 1 do presente artigo, pode ser
2.A “Zona suspeita” deixa de existir logo que se comprove a solicitada a colaboração de médicos veterinários em actividade
existência ou ausência da doença, passando a mesma a considerar- privada, sempre que tal se mostrar necessário.
se “Zona infectada” ou uma “Zona livre”, respectivamente. A 5. Os donos ou encarregados das explorações pecuárias são
declaração de “Zona suspeita” tem carácter transitório e não deve obrigados a prestar todo o auxílio que lhes fôr solicitado para
exceder quarenta e cinco dias. maior eficácia dos trabalhos a realizar.
A rtigo 84 6. Em caso de obstrução dos trabalhos, estes são
compulsivamente realizados, correndo as despesas inerentes por
Declaração de zona infectada
conta dos proprietários dos animais.
O diagnóstico de doença da Lista de doenças da O.I.E. obriga
a Autoridade Veterinária a fazer a declaração de “Zena infectada”, SECÇÃO III
e de “Zona de vigilância”. A declaração de “Zona infectada” é Controlo e erradicação de doenças de declaração obrigatória
feita mediante Aviso a publicar no Boletim da República e
veiculada nos órgãos de informação escrita e radiodifundida com A rtigo 88

maior divulgação a nível local e nacional. Procedimentos

A rtigo 85 O controlo e a erradicação de doenças de declaração


obrigatória podem obrigar, independentemente de quaisquer
Circulação em zonas suspeitas e infectadas
outras medidas determinadas pela Autoridade Veterinária, a
1. É proibida a deslocação de, para e através de “Zonas adopção das seguintes:
suspeitas” e “Zonas infectadas”. a) Proibição ou restrição de deslocações de tudo quanto
2. A Autoridade Veterinária pode levantar a proibição ou possa constituir veículo de transmissão das referidas
atenuar as medidas impostas quando se trate de: doenças, salvaguardadas as excepções previstas no
a) Animais destinados ao abate; presente Regulamento;
b) Animais, produtos, subprodutos, despojos e forragens, b) Sequestro de animais suspeitos ou doentes;
depois de sujeitos às necessárias beneficiações; c) Proibição de abate de animais para consumo;
c) Animais de laboratório transportados por pessoas d) Proibição de aproveitamento do leite de fêmeas doentes
credenciadas pela Autoridade Veterinária. ou suspeitas de doença de declaração obrigatória;
3. Nas “Zonas suspeitas” ou “Zonas infectadas” a Autoridade e) Suspensão de banhos carracicidas em sistemas públicos
Veterinária deve assinalar, sempre que necessário, os itinerários ou privados;
interditos ao trânsito de animais, e os locais de incineração e f) Proibição de concentração de animais, limitada ou não,
enterramento dos animais mortos por uma doença da Lista de às espécies susceptíveis às doenças grassantes;
doenças da O.I.E.. g) Realização de provas de diagnóstico e indicação das
medidas profilácticas e terapêuticas em animais
A rtigo 86 suspeitos, em risco ou doentes;
Restrições
h) Marcação dos animais suspeitos ou doentes;
i) Evacuação dos animais de áreas definidas;
Nas “Zonas suspeitas” e nas “Zonas infectadas” é proibido, j) Sacrifício sanitário de animais suspeitos ou doentes;
salvo determinação contrária expressa pela Autoridade k) Proibição da abertura de cadáveres de animais;
Veterinária: l) Incineração ou enterramento;
a) Abater animais para o consumo público ou particular; m) Proibição da exumação de cadáveres; -
b) P ro c e d e r à a b ertu ra d e cad á v e re s o u e sfo la d e an im ais n) Beneficiação de valas, escoadouros, drenos, estrumeiras,
atingidos por doença; currais, alfaias, bebedouros e tudo o mais que fôr
c) Aproveitar despojos, produtos e subprodutos de origem considerado suspeito de contaminado;
animal; o) Estabelecimento de medidas relativas ao abate de
d) Recolher amostras por pessoas não autorizadas. animais selvagens.
220— (60) ISÉR1E— NÚMERO 32

A rtigo 89 2. Os animais deslocados são acompanhados de licença visada


Sequestra de animais suspeitos, doentes ou mortos pela Autoridade Veterinária, na qual deve ser mencionada a sua
proveniência, os motivos que determinam o abate e a prioridade
1. O sequestro de animais suspeitos,, doentes ou mortos por na matança.
doenças de declaração obrigatória, referido no artigo 80 do
3. A carne dos animais abatidos nos termos do n.° 1 do presente
presente Regulamento compete aos proprietários ou artigo pode ser distribuída para consumo desde que aprovada
encarregados das explorações pecuárias, que devem fazer uso de em inspecção e, se necessário, beneficiada.
todos os meios a fim de evitar a expansão da doença grassante.
2. O sequestro determinado no n.° 1 do presente artigo é A rtigo 96

acompanhado da proibição de abertura de cadáveres, salvo Destino de animais mortos


determinação contrária expressa pela Autoridade Veterinária.
1. E proibido manter insepultos por mais de vinte e quatro
A rtigo 90 horas ou lançar em quaisquer cursos ou reservatório de água
animais mortos por acidente ou doença, seja ela qual fôr.
Remoção de animais em sequestro 2. A incineração e o enterramento dos animais compete aos
E proibida a remoção de qualquer animal em sequestro sem seus proprietários.
lice nça emitida pela Autoridade Veterinária.
A rtigo 97
A rtigo 91 Exumação de cadáveres
Medidas excepcionais É proibido exumar cadáveres de animais ou pô-los a descoberto
k Autoridade Veterinária pode ordenar, mesmo sem declaração salvo por determinação da Autoridade Veterinária ou por
prévia de “Zona suspeita” ou de “Zona infectada”, a execução mandado judicial.
das medidas referidas no artigo 86 do presente Regulamento.
A rtigo 98
A rtigo 92 Beneficiações
Fiscalização e controlo 1. Compete aos proprietários das explorações pecuárias
A Autoridade Veterinária pode mandar marcar os animais que atingidas realizar as beneficiações prescritas na alínea n) do
considere conveniente identificar, para, efeitos de fiscalização e artigo 88 do presente Regulamento, que são efectuadas,
controlo, sem que o proprietário dos mesmos tenha direito a obrigatoriamente, em conformidade com as indicações da
opor-se. Autoridade Veterinária.
2. Sempre que julgar conveniente, o Estado assume a
A rtigo 93 responsabilidade decorrente das beneficiações referidas no
Medidas sanitárias de emergência número 1 do presente artigo.
Como medida sanitária de emergência, a Autoridade CAPÍTULO V
Veterinária pode propôr ao Governo a retirada de animais de
Animais selvagens
zonas bem definidas.
A rtigo 94 A rtigo 99

Sacrifício sanitário Medidas sanitárias

1. Compete à Autoridade Veterinária ordenar o sacrifício A Autoridade Veterinária pode propôr ao Governo o abate
sanitário dos animais doentes, suspeitos on em risco de contrair organizado ou a restrição de movimento de animais selvagens,
doenças constantes da Lista de doenças de declaração obrigatória. mesmo que se encontrem em parques, reservas, coutadas ou
propriedades privadas, desde que tal seja necessário para:
2. O sacrifício sanitário é considerado, mediante proposta
fundamentada dos Serviços Provinciais de Pecuária, e é efectuado a) Proceder à investigação de doenças com vista a promover
na sua presença. O destino a dar aos animais sacrificados é medidas sanitárias convenientes;
determinado pela Autoridade Veterinária. b) Garantir a protecção da população humana e animal de
doenças em relação às quais os animais selvagens
3. Sempre que nos termos regulamentares o sacrifício sanitário
possam actuar como portadores ou reservatórios;
implique indemnização, os animais devem ser avaliados por uma c) Ordenar a criação de faixas de território despovoadas de
comissão constituída pela Autoridade Veterinária à qual preside, animais selvagens,
pela Autoridade Administrativa da respectiva zona e pelo d) Para fins de controlo ou erradicação de doenças;
interessado ou seu representante. e) Impedir o contacto entre animais selvagens e domésticos
através da edificação de vedações.
A rtigo 95

Instrução para a deslocação de animais para sacrifício sanitário A rtigo 100


1.0 sacrifício sanitário ordenado nos termos do n.° 1 do artigo Ocorrências
anterior do presente Regulamento, concede prioridade na É dever de qualquer cidadão ou entidade participar à
matança desses animais, a realizar em locais de abate Autoridade Veterinária ou Administrativa da área de jurisdição
estabelecidos para o efeito, devendo a deslocação dos animais mais próxima qualquer alteração do estado de saúde verificada
obedecer a instruções expressas da Autoridade Veterinária. em animais selvagens ou a presença de animais selvagens mortos.
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (61)

A rtigo 101 2. É igualmente devida indemnização quando,o dano ou morte


Locais de confinamento de animais selvagens
do animal é provocado pelo emprego inadequado de agentes
terapêuticos ou profilácticos impostos pela Autoridade
A Autoridade Veterinária tem acesso livre a todos os locais de Veterinária.
confinamento de animais selvagens para efeitos de inspecção,
3. As indemnizações referidas nos números anteriores do
supervisão, estudos e prospecção das doenças de animais existentes
presente artigo têm lugar mediante apresentação de certificado
nesses locais.
comprovativo passado pela Autoridade Veterinária.
A rtigo 102
4. A indemnização a atribuir pelos animais mandados abater
Animais selvagens em liberdade ou cativeiro por imposição sanitária é estabelecida em legislação própria.
1. Não é permitida a manutenção de animais selvagens em
A r tig o 106
liberdade ou cativeiro que possam perigar a saúde pública e o
bem estar animal. Instrução do processo
2. A violação do disposto no número anterior é punida nos O processo de indemnização é instruido pelos Serviços
termos do artigo 111 do presente Regulamento, em simultâneo Provinciais de Pecuáriâ e remetido à Autoridade Veterinária para
com a apreensão e reversão dos animais a favor do Estado. decisão.
CAPÍTULO VI A r tig o 107
Controlo dos produtos de origem animal e para uso veterinário Indemnização por sacrifício sanitário

A rtigo 103 A Autoridade Veterinária pode propor ao Governo a


indemnização sempre que esta fôr devida por sacrifício sanitário
Qualidade dos produtos
ou por destruição dos produtos, subprodutos, despojos e forragens
1.0 controlo dos produtos de origem animal visa garantir que retidos por imposição sanitária.
os mesmos tenham as características e qualidade adequadas ao
fim mencionado no certificado sanitário. A r tig o 108
2. O controlo dos produtos referidos no n.° 1 do presente Sacrifício sanitário sem indemnização
artigo é realizado pela Autoridade Veterinária, que pode recorrer
a laboratórios de referência para a tomada de decisão. Não é devida indemnização por animais mandados abater
quando:
A rtigo 104 a) Mantidos em condições inadequadas de higiene e
Utilização de medicamentos, produtos biológicos, hórmonas maneio;
e drogas b) Se trate de animais apreendidos e declarados perdidos a
1. A importação, registo, preparação e venda de medicamentos, favor do Estado;
produtos biológicos e químicos destinados a ‘animais, com a c) Se revelar a existência de doenças de declaração
excepção do registo de drogas acaricidas e carracicidas, ficam obrigatória durante a inspecção ou quarentena de
sujeitos ao licenciamento ou parecer técnico prévio da animais importados;
Autoridade Veterinária. d) Tenham sido violadas as disposições do presente
2. A utilização de soros, vacinas, alergenos e drogas destinados a Regulamento;
animais fica sujeita a autorização, fiscalizáção e controlo da Autoridade e) Se trate de casos previstos em instruções especiais
Veterinária, podendo a sua administração ser condicionada por normas publicadas em Boletim da República.
estabelecidas pela Autoridade Veterinária CAPÍTULO VIII
3. É proibido o uso de hormonas e de promotores de
crescimento na produção animal. Fiscalização
4. A utilização de hormonas para fins terapêuticos fica sujeita A r tig o 109
a autorização, fiscalização e controlo da Autoridade Veterinária,
podendo a sua administração ser autorizada com base em normas Intervenientes
estabelecidas pela mesma. 1. Compete à Autoridade Veterinária, aos órgãos locais do
5. Cabe à Autoridade Veterinária determinar o uso de Estado e aos agentes comunitários fiscalizar o cumprimento do
tripanocidas, sua alternância, bem como aprovar o regime de disposto no presente Regulamento, constatar as infracções e
tratamentos de acordo com as necessidades de defesa sanitária levantar o respectivo auto de notícia, sem prejuízo das
impostas pelas condições específicas na área. competências e atribuições específicas atribuídas por lei a outros
CAPÍTULO VII órgãos.
2. No exercício das funções referidas no número anterior do
Indemnizações
presente artigo, os funcionários da Autoridade Veterinária e dos
A rtigo 105 órgãos locais do Estado beneficiam de um subsídio de risco
Procedimentos correspondente a 20% do seu salário base.
3. Podem intervir igualmente na fiscalização os agentes de
1.0 proprietário de gado e animais de capoeira mandados abater
segurança pública, as forças de defesa e segurança, os fiscais de
nos termos do n.° 1 do artigo 94 do presente Regulaménto tem
direito a ser indemnizado pelo Estado, exceptuando os casos florestas e fauna bravia e, em geral, todos os funcionários públicos,
previstos no artigo 108 do presente Regulamento. desde que devidamente identificados.
220 — ( 62) 1SÉRIE— NÚMERO 32

A rtig o 110 2.0 Auto de notícia deve ser remetido aos Serviços Provinciais
Auto d e notícia de Pecuária, para efeitos do'pagamento voluntário da multa
correspondente, dentro do prazo de quinze dias.
1. O Auto de notícia deve ser lavrado em triplicado e conterá: 3. Findo este prazo, quando não se tenha efectuado o pagamento, o
a) A identificação do infractor e outros agentes da infracção; Auto de notícia é remetido ao tribunal competente, dentro de cinco
b) A data, hora e local da infracção e da autuação; dias.
c) A indicação dos factos e provas, caso exista; CAPÍTULO IX
d) O preceito legal violado; Penalidades
e) A previsão da multa aplicável A rtigo 111
f) Os meios e produtos da infracção;
g) As apreensões efectuadas pelo autuante; Multas
h) O nome, assinatura e qualidade do autuante; 1. As transgressões ao presente Regulamento são punidas com
i) A indicação das testemunhas, caso existam. multa, de acordo com a seguinte tabela:

Multas aplicáveis a transgressões ao Regulamento de Sanidade Animal


Artigo Número Valor da Multa (MT)
10 - 2.000,00/animal
11 - 100,00/kg
12 - 5.000,00
13 5.000,00
14 - 5.000,00
16 10.000,00/selo
19 1 1.000.00/animal, 50,00/ave, 50,00/kg e
1.000.00/produto biológico
21 1 e4 2.000,00/animal e 100,00/Kg
22 1 e2 •2.000,00/animal e 20,00/Kg
23 - 5.000,00/animal
24 1 10.000,00
27 5.000,00/animal
29 - 20.000,00
33 1 1.600,00/animal e 20,00/Kg
38 1 40,00/animal
38 10.000,00/exploração
39 5.000,00
43 1 40,00/animal/dia
44 1 1.000,00
45 2.000,00
47 1 10.000,00
48 1 10.000,00
49 - 50,00/animal
51 - 10.000,00
52 - 20.000,00
54 - 5.000,00
56 - - 50.000,00
60 - 10.000,00
61 1 5.000,00
62 . 5.000,00
17 DE AGOSTO DE 2009 220— (63)

Multas aplicáveis a transgressões ao Regulamento de Sanidade Animal


Artigo Número Valor da Multa (MT)
63 1e 2 1.500,00
66 1 2.000,00
71 1 20.000,00
73 -- 100,00/Kg
75 - 60,00/Kg
76 - 20.000,00
78 1e 2 20.000,00
80 - 20.000,00
81 - 10.000,00
85 1 20.000,00
86 - 25.000,00
87 - 10.000,00
90 - 10.000,00
96 - 20.000,00
97 - 20.000,00
102 25.000,00
104 - 30.000,00
114 - 40.000,00
116 20.000,00
118 - 10.000,00/troféu
123 - 20.000,00
124 - 10.000,00

2. Os valores estabelecidos no número anterior são actualizados A rtigo 114


por Despacho conjunto dos Ministros que superintendem as áreas
Casos que carecem da autorização escrita da Autoridade Veterinária
da agricultura e das finanças.
1. Não é permitido, sem a autorização escrita da Autoridade
3. Em caso de reincidência, o valor da multa é elevado ao
dobro. Veterinária:
a) Realizar pesquisa, experiência ou investigação com
4. Havendo acumulação de infracções somam-se as penas de
multa. vacinas, toxinas, antitoxinas, antigénios e outros
produtos biológicos que sejam total ou parcialmente
A rtigo 112 de origem animal;
b) Usar uma vacina, soro, toxina, anti-toxina, antigénio,
Destino do valor das multas
referido na alínea a) do n.° 1 do presente artigo, para a
1. Sem prejuízo do disposto na legislação vigente aplicável, manufactura ou avaliação de um produto ou
o valor das multas aplicadas por transgressão às disposições do medicamento usado ou com a intenção de ser usado
presente Regulamento, revertem em cinquenta por cento a favor para o teste, diagnóstico, prevenção, tratamento ou cura
dó Orçamento do Estado, e os restantes cinquenta por cento a de qualquer doença animal, ou ectoparasita, ou para a
favor da entidade fiscalizadora. manutenção ou melhoramento da saúde, crescimento,
2. O montante destinado à entidade fiscalizadora será produção ou capacidade de trabalho de qualquer animal;
distribuído nas seguintes porções: c) Infectar ou contaminar qualquer animal ou objecto com
a) 40% para a autoridade, agente da autoridade, funcionário qualquer agente de doença ou parasita, com o
ou membro da comunidade que presenciou e propósito de realizar pesquisa, experiência,
denunciou a infracção; investigação para a manufactura ou avaliação de um
b) 60% a favor do Fundo de Desenvolvimento Agrário. produto ou medicamento.
2. O disposto no n.° 1 do presente artigo não se aplica às
CAPÍTULO X
substâncias aprovadas pela Autoridade Veterinária.
Disposições gerais
A rtigo 115
A rtigo 113
Destino de animais, produtos, subprodutos, despojos
Validade da assistência veterinária por privados e forragens apreendidos e declarados perdidos a favor do Estado

A ninguém é permitido exercer profissão inerente à actividade 1. Os animais, seus produtos, subprodutos, despojos, e
forraeens aDreendidos e declarados D erdidos a fa v o r d o Estado.
220 — (64) I SÉRIE— NÚMERO 32

Veterinária, que lhes deve dar, de acordo com as regras sanitárias A rtigo 120
e os interesses do Estado, um dos seguintes destinos:
Taxas devidas por bens e serviços fornecidos pelo Estado
a) Abate ou envio dos animais para estabelecimentos de
fomento pecuário; Nos casos em que o tistado lorneça bens e serviços de
b) Venda ou distribuição a instituições sociais, dos assistência veterinária o beneficiário está sujeito ao pagamento
produtos e subprodutos em condições de serem de taxas, cujo valor é estabelecido por Diploma Ministerial
utilizados na alimentação humana; conjunto dos Ministros que superintendem as áreas da agricultura
c) Venda ou,distribuição por estabelecimentos de fomento e das finanças.
pecuário das forragens em condições de serem
utilizadas na alimentação ânimal; A rtigo 121
d) Venda dos despojos que estejam em condições de serem Missões especiais
aproveitados;
e) Entrega ao Instituto de Investigação Agrária de Sempre que as circunstâncias o aconselhem, o estudo,
Moçambique dos produtos biológicos. profilaxia e erradicação das doenças de declaração obrigatória
ou outras podem ser especialmente cometidos a missões que, em
2. Os produtos animais, subprodutos, despojos, forragens e colaboração com outras instituições, actuam conforme plano e
produtos biológicos que não possam ser aproveitados, devem instruções elaborados pela Autoridade Veterinária.
ser destruídos.
3. As receitas provenientes das vendas referidas no n.° 1 do
A rtigo 122
presente artigo revertem a favor do Estado.
Condições excepcionais
A rtigo 116
Em condições excepcionais, nomeadamente em caso de surto
Utilização de restos de comida na alimentação animal
de qualquer doença animal, a Autoridade Veterinária pode
A utilização de restos de alimentação humana ou animal e determinar outras medidas de condicionamento e de controlo
produtos de origem animal na alimentação animal carece de adequadas para impedir a disseminação da doença, que devem
autorização especial da Autoridade Veterinária, que determina ser divulgadas aos criadores da áreã afectada, através dos meios
procedimentos necessários à sua beneficiação. habituais de informação.

A rtigo 117 A rtigo 123


Utilização de estrumes provenientes de zonas suspeitas Acesso às propriedades, explorações, estabelecimentos
e/ou zonas infectadas e instalações
Os estrumes originários de “Zonas suspeitas” ou de “Zonas A Autoridade Veterinária tem livre acesso às propriedades,
infectadas” só podemser utilizados na adubação de terrenos depois explorações, estabelecimentos e instalações onde existam
de curtidos por um período não inferior a cento e vinte dias. animais ou sejam processados e manuseados produtos de origem
animal, subprodutos, despojos, forragens e produtos biológicos,
A rtigo 118
a fim de proceder à inspecção, diagnóstico e fiscalização e
Troféus determinar ou adoptar as medidas de defesa sanitária adequadas.
Os troféus não podem entrar nem sair do País sem que se façam
A rtigo 124
acompanhar do respectivo certificado sanitário.
Medidas profilácticas e terapêuticas
A rtigo 119
O proprietário de animais domésticos e selvagens de criação e
Contratação de médicos veterinários privados estimação, assim como de animais selvagens em cativeiro, é
Para o desempenho de funções decorrentes da aplicação do obrigado a garantir o cumprimento das medidas profilácticas e
presente Regulamento podem ser contratados médicos terapêuticas de carácter obrigatório definidas pela Autoridade
veterinários privados. Veterinária.

Preço— 19,00 MT

I m p r e n s a N a c io n a l d e M o ç a m b iq u e

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