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THE DIRT
PARTE 1
A casa Mötley 1
PARTE 2
Born too loose
(Nascido frouxo demais) 9
PARTE 3
Toast of the Town 43
PARTE 4
Shout at the devil 81
PARTE 5
Save our souls 123
PARTE 6
Girls, Girls, Girls 159
PARTE 7
Alguns dos nossos melhores amigos
eram traficantes de drogas 173
PARTE 8
Alguns dos nossos melhores amigos
eram traficantes de drogas 209
PARTE 9
Don’t go away mad 241
PARTE 10
Without you 285
PARTE 11
As armas, as mulheres, o ego 333
PARTE 12
O fim de Hollywood 399
Agradecimentos 429
A história aqui apresentada será contada por mais de uma caneta, como a história
de um crime contra as leis é contada em um tribunal por mais de uma testemunha.
- Wilkie Collins (“The woman in White”, 1860)
MÖTLEY CRÜE
PARTE UM
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Em relação à primeira casa; onde Tommy foi pego com suas cal ças para baixo e suas
bolas em um buraco, Nikki pegou fogo para o desagrado do tapete, Vince cobiçou
narcóticos em David Lee Roth e Mick manteve uma justa e confusa dist ância.
--
Era 1981, e nós estávamos quebrados, com mil e sete libras que
nosso gerente tinha dado para nós e poucas propriedades dizimadas em
nosso nome. Na sala da frente tinha um sofá de couro e um estéreo que os
pais de Tommy deram pra ele de natal. O teto era coberto com umas
pequenas coisas redondas para abafar o som porque toda hora os vizinhos
reclamavam por causa do barulho, nós poderíamos nos vingar com uma
pancada no teto com um cabo de vassoura ou braços de guitarra. O tapete
estava sujo de álcool, sangue e cigarros queimados, e as paredes estavam
chamuscadas de preto.
O lugar estava infestado de vermes. Se nós quiséssemos ter usado o
forno, nos teríamos que deixá-lo em alta por uns bons dez minutos para
matar o ninho de baratas se rastejando lá dentro. Não podíamos pagar
pesticidas, então para matar as baratas nas paredes nós tínhamos que
espirrar spray de cabelo, acender um isqueiro perto do bico e queimar as
desgraçadas. Claro, nos poderíamos pagar (ou dar ao luxo de roubar) coisas
importantes como spray de cabelo, porque você tem que ter seu cabelo
armado se você quiser tirar onda nos clubes.
A cozinha era menor que o banheiro, e apenas como apodrecimento.
Na geladeira tinha geralmente um atum velho, cerveja, mortadelas Oscar
Mayer, maionese vencida, e talvez uns cachorros quentes se fosse no
começo da semana e nós tivéssemos roubado na loja de licor no andar de
baixo ou os comprado com dinheiro economizado.
Normalmente, Big Bill, que ganhava 450 libras sendo ciclista e
segurança doTroubadour (que morreu um ano depois de uma overdose de
cocaína) poderia vir e comer todos os cachorros quentes. Seríamos muito
assustadores se falássemos pra ele que era tudo o que a gente tinha.
Tinha um casal que morava descendo a rua e sentiu pena de nós,
então vira e mexe eles traziam uma grande tigela de macarrão. Quando nós
estávamos realmente pobres, Nikki e eu saíamos com garotas que
trabalhavam nos supermercados apenas para comer de graça. Mas nós
sempre comprávamos nossa própria bebida. Isso era uma questão de
orgulho.
--
A perspectiva da casa era que entre Bullwinkle e a forma de vida extraterrestre era
a mesma coisa.
--
Capítulo 1
Nikki
--
As tentativas e o trabalho do jovem Nikki, no qual nosso her ói era barbaramente
espancado por escovar os dentes em uma má-aconselhada direção, aprendendo o
melhor jeito de matar um coelho, utilizando uma lancheira em autodefesa, segurando
mãos com a doce Sarah Hopper, e vendendo crack.
--
Quando eu pude, eu fui pra escola. Era uma boa maneira de fazer
dinheiro. Entre as aulas eu enrolava baseado e cobrava cinquenta centavos
por dois. Depois de dois meses de bons negócios, o diretor estava andando
próximo a mim e me pegou com uma bolsa de erva em meu colo. Aquele
foi meu último dia na escola. Eu estive em sete escolas em onze anos e de
qualquer maneira eu estava de saco cheio. Depois que eu fui expulso, eu
passei meus dias debaixo da ponte da 22nd Street, onde todos os outros
esquecidos e abandonados matavam tempo. Eu estava indo para lugar
nenhum.
Eu arrumei um trabalho na Victoria Station
lavando louça e aluguei
um apartamento de um quarto com sete amigos que também tinham caído
fora da escola. Eu roubei outro baixo e, por comida, eu esperava perto da
lata de lixo do lado de foraVictoria
da Station
até os motoristas de ônibus
jogarem fora os retos de carne. Eu estava crescendo deprimido
rapidamente: apenas um ano atrás eu estava pronto para dominar o mundo,
e agora minha vida estava indo por água abaixo. Quando eu corri para
meus velhos amigos, como Rick Van Zant ou Rob Hemphill ou Horsehead,
eu me senti alienado, como eu tivesse saído de uma sarjeta e estava
deixando-os imundos.
Eu não sentia vontade de ir trabalhar, então eu larguei. Quando eu
não pude mais pagar o aluguel, eu me mudei com duas prostitutas que
sentiam pena de mim. Eu vivia no closet delas, com posters do Aerosmith
(Get Your Wings) e Deep Purple (Come Taste the Band), presos na parede
para parecer como se fosse minha casa. Eu não tinha nada para mim. Um
dia, eu fui para casa para o meu closet e minhas mães-prostitutas tinham
ido embora. O dono tinha as mandado embora, então eu voltei para o carro
de Van Zant. O inverno estava chegando, e a noite estava congelando.
Para conseguir dinheiro, eu comecei a vender chocolate coberto de
mescalina fora de shows. Em um show do Rolling Stones no Seattle
Coliseum, um garoto sardento chegou até mim e disse: “Eu trocarei um
baseado por um pouco de mescalina.” Eu concordei porque a mescalina
estava barata, mas logo que eu concordei, dois policiais saíram de um carro
próximo e me algemaram. O garoto era um guarda pertencente à unidade
de combate de entorpecentes. Ele e os policiais me arrastam, chutaram e
xingaram, debaixo do Seattle Coliseum.
Por alguma razão, de qualquer maneira, eles não me registraram.
Eles pegaram minhas informações, me ameaçaram de me deixar preso por
um mandado mínimo de dez anos, e eles me soltaram. Eles disseram que se
me vissem de novo, mesmo que eu não tivesse fazendo nada de errado, eles
me colocariam atrás das grades. Eu senti que minha vida estava
explodindo: eu não tinha lugar pra morar, ninguém para confiar, e depois
tudo isso, eu nunca tinha tocado em uma banda. Na verdade, como um
de
músico, eu era uma droga. Apenas umas semanas antes, eu tinha vendido
meu único baixo por dinheiro para comprar drogas para vender.
Então eu fiz a única coisa que um punk que levou uma pedra do
traseiro podia fazer: eu liguei pra casa.
- Eu tenho que deixar Seattle - eu implorei para minha mãe. - E eu
preciso da sua ajuda.
- Por que eu deveria te ajudar? - ela perguntou fria.
- Eu só quero ir ver minha avó e meu avô - eu implorei.
No outro dia, minha mãe veio para me colocar em um ônibus
Greyhound. Ela realmente não queria me ver de novo, mas ela não confiou
em mim com o dinheiro. Ela também queria me lembrar de que ela era uma
santa sofrida por me ajudar e eu era um idiota egoísta. Mas a única coisa
que eu podia pensar era “Boom! Eu estou fora daqui e nunca mais vou
voltar”.
Tudo o que eu tinha de música no caminho da viagem era uma fita do
Aerosmith, uma fita do Lynyrd Skynyrd, e uma caixa barulhenta estragada.
Eu ouvi essas fitas repetidamente até eu chegar a Jerome. Eu saí do ônibus
com uma bota de plataforma de seis polegadas, um terno de lã cinza com
duas fileiras de botões, um corte de cabelo felpudo e com unhas feitas.
Orosto da minha avó ficou branco.
Longe de Seattle e da minha mãe, eu não causava nenhuma
preocupação. Eu trabalhei na fazenda, movendo tubos de irrigação, até o
final do verão. Eu guardei o dinheiro que eu consegui e comprei uma
guitarra – uma Gibson Les Paul falsa que eles estavam vendendo em uma
loja de armas por $109 [o equivalente a R$380 no
Meu tio exageradamente detalhista visitou a fazenda um par de vezes
Brasil].
com sua nova esposa, uma prestadora de contas em Los Angeles chamada
Don Zimmerman. Ele era o presidenteCapitol
da Records
, casa dos Beatles
e da Sweet, e ele começou me enviar cassetes e revistas de rock. Um dia,
depois de receber seu último pacote, minha ficha caiu: eu estava aqui
ouvindo Peter Frampton na porra de Idaho, enquanto em Los Angeles, as
Runaways e Kim Fowley e Rodney Bingenheimer e os caras da revista
Creem estavam tocando nos mais modernos clubes de rock imagináveis.
Toda essa merda estava caindo sobre mim e eu estava perdendo isso.
Capítulo 2
Mick
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O prazeroso e casual encontro de Mick com um vendedor de destilados.
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--
As aventuras adicionais do jovem Nikki.
Sua batalha com um adversário armado, uma picada dolorida, e outras coisas que
entretêm o bastante.
--
Eu estava tão ansioso que liguei pro meu tio na Capitol e pedi: “
quero Euter contato com Brian Connolly da Sweet!”
“O que?!” ele perguntou, duvidoso.
“Eu tenho essa banda incrível, sabe, e eu quero mandar para ele
algumas imagens.”
Eu mandei para Connolly as fotos e, como favor pro meu tio, ele
concordou em aceitar minha ligação na próxima semana. Eu passei o dia
todo em casa, planejando o que eu iria dizer na minha cabeça. Eu peguei
otelefone e comecei a discar, então começou a chamar.
Finalmente, eu tive coragem. Logo que ele atendeu, eu estava indo
diretamente para meu discurso sobre London e como nós estávamos no
caminho para a grande hora e como nós iríamos usar seus conselhos ou seu
apoio ou qualquer tipo de instrução que ele provavelmente teria. Talvez
pudéssemos
nós fazer uma turnê juntos um dia.
“Você está pronto, colega?” ele perguntou.
Eu estava pronto.
“Eu peguei suas fotos e sua música,” ele continuou. “E eu vejo
você está
o quetentando fazer. Mas eu não posso te ajudar.
” “Cara, eu penso que nós seremos a maior banda em Los Angeles, e
eu penso que isso pode ser bom para n...-
” Ele me cortou: “Sim, bem, eu já ouvi isso antes, colega. Meu
conselho seria que você continuasse seu trabalho do dia. Esse tipo de
música nunca conseguiria isso.”
Eu estava destruído. Ele foi do meu ídolo para meu inimigo: um
amargo rock star sentado em um trono de merda em sua mansão em
Londres.
“Bom”, eu disse, “Me desculpe de fazer você se sentir dessa
maneira.” E eu desliguei o telefone fiquei o encarando por meia hora, sem
acerteza se eu iria rir ou chorar.
No final, isso apenas me deu mais motivação para fazer sucesso e
fazer Brian Connolly se arrepender que ele tinha me insultado. Nosso
diretor era David Forest, um demônio exibicionista que fazia a Starwood
funcionar junto com Eddie Nash, que mais tarde foi acusado do assassinato
de John Holmes (quando a estrela pornô estava envolvida na fatal batalha
de quatro pessoas na casa de um comerciante de drogas em Laurel
Canyon). Forest, caridoso, deu para mim e para Dane Rage empregos no
clube limpando e fazendo carpintaria à tarde. Nós trabalhávamos então à
noite nós poderíamos tocar com a London e derrubar confetes e fazer
bagunça, e no dia seguinte nós seriamos pagos e limparíamos.
Foi até Forest dizer eu que estava expondo a decadência do L.A. com
a mistura do rock e do disco. Eu sentei no escritório com ele e pessoas
como Bebe Buell e Todd Rundgren, que podia envenenar minha mente
impressionávelmente com histórias de overdoses de Steven Tyler e Mick
Jagger indo pros bastidores enquanto groupies ficavam por aí adormecendo
com heroína. Ou eu poderia ver heróis locais como Rodney Bingenheimer
e Kim Fowley festejando. Eu tinha todos os runs com coca de graça que eu
queria, além de eu aprender sobre todas as drogas que seus nomes foram
apenas ouvidos antes. Drogas de verdade. E eu as amava.
Eu era novo e bonito e tinha cabelo comprido. Eu me apoiava contra
a parede na Starwood de escarpim e calças super apertadas com meu cabelo
nos meus olhos e nariz empinado. Quanto mais eu me preocupava, eu tinha
feito isso. Eu podia dormir até que eu tivesse que levantar e fazer alguma
coisa pra ganhar dinheiro, como telemarketing ou vender drogas porta por
porta ou trabalhar na Starwood. De noite eu ia para a Starwood e bebia e
brigava e comia garotas no banheiro. Eu realmente achava que eu tinha me
tornado meus heróis: Johnny Thunders e Iggy Pop.
Agora que eu olho pra trás, eu me dou conta o tanto que eu era
ingênuo e inocente. Não tinha jatos ou estádios liquidados, não tinha
mansões ou Ferraris. Não tinha overdoses ou orgias com braços de
guitarras enfiados na bunda das garotas. Eu tinha me tornado apenas um
pequeno garoto convencido em um clube que, como muitos outros antes e
depois dele, pensava que uma picada dolorida e narinas ardentes
significavam que era o rei do mundo.
Capítulo 4
Mick
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Uma valiosa lição moral é aprendida a respeito do julgamento que as pessoas fazem a
partir de fatores de aparência incluindo, mas não somente o peso e acnes na forma de
frango frito.
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De uma fruta avermelhada que deixa um coração de um jovem garoto em chamas de
desejo, as oportunidades educacionais oferecidas por uma mista turma de vôlei,
e outras lembranças de um passado feliz.
--
O analista de sonhos disse que minha mãe passou muitos medos dia
pós dia, de morar na América comigo, especialmente quando eu era
novinho. Ela falava comigo em grego, e eu não entendia uma palavra do
que ela dizia. Eu não tinha idéia porque eu podia entender todo mundo ao
meu redor, mas eu não conseguia entender uma palavra do que minha mãe
dizia. Experiências como essa, o analista disse, foram o papel principal
para o medo e insegurança constantes que eu sentia como um adulto.
O analista de sonhos disse que minha mãe passou muitos medos dia
pós dia, de morar na América comigo, especialmente quando eu era
novinho. Ela falava comigo em grego, e eu não entendia uma palavra do
que ela dizia. Eu não tinha idéia porque eu podia entender todo mundo ao
meu redor, mas eu não conseguia entender uma palavra do que minha mãe
dizia. Experiências como essa, o analista disse, foram o papel principal
para o medo e insegurança constantes que eu sentia como um adulto.
Eu fui para uma sessão com o analista com uma camiseta curta de
mangas, e ele olhou para as minhas tatuagens e deu um salto do caralho.
disse
Eu para ele sobre meus pais e como eles costumavam se comunicar
quando eu era criança. Na próxima sessão, ele disse que pensou sobre
minha família a semana toda e chegou a uma conclusão: “Quando jovem,
você observou as pessoas desenharem e se comunicarem entre eles. Agora,
você usa essas tatuagens como uma forma de comunicação”. Ele apontou
que várias tatuagens eram símbolos de coisas que eu queria em minha vida,
como a carpa, que eu tatuei antes de ter um tanque de carpas em minha
casa. Eu também tenho um leopardo tatuado, e um dia desses eu vou ter a
porra de um leopardo. Eu quero um em meu sofá apenas para assustar
quando eu fizer uma turnê.
Pessoas dizem que você não pode adivinhar seu futuro, que ninguém
sabe o que a vida planeja para eles. Mas eu sei que isso é mentira. Não
apenas as tatuagens que viraram realidade para mim. É mais do que isso.
são
Eu adivinhei meu futuro quando eu tinha três anos, e com um esforço
infantil para fazer os mais altos e melhores barulhos, arrumei panelas e
vasos no chão da cozinha e batia neles com colheres e facas. Meu amigo
Gerald disse para mim que eu sabia dentro da alma o que eu queria. E no
dia que eu comecei essa bagunça na cozinha da minha mãe foi o dia que eu
mostrei isso. Mas eu não sabia isso naquela época. Eu era estúpido.
Quando o leiteiro veio tocando um acordeão, eu decidi que eu queria
aprender squeezebox. Então eu abandonei a pequena bateria que meus pais
tinham comprado para mim em troca de eu tirar todas as louças limpas
deles do chão, e comecei a ter aulas de acordeão com a minha irmã.
Quando um professor de dança passava pra incrementar as aulas, minha
irmã e eu ficávamos super agitados e entramos num grupo de balé, que era
bom porque eu podia dançar com garotas. Eu não ligava pra jogar basquete
em um parque com outros garotos: eu apenas queria agarrar garotas.
Depois de dançar, eu fiquei animado com piano, mas isso acabou
rápido por ser a porra de uma repetição, tocar escalas várias e várias vezes
até eu querer matar pessoas, começando com o meu professor de piano.
Daí, eu vi uma guitarra em uma loja de penhores e eu desenvolvi uma
obsessão por guitarra. Meu acordeão era um elétrico Da Vince, e eu
aumentava o volume até a distorção ficar suja e tocava “Smoke on the
water” até minha mãe ficar louca e comprar aquela guitarra penhorada. Eu
toquei até meu amplificador do acordeão ficar o mais alto possível, com
janelas abertas para que todo mundo no bairro soubesse que eu tinha a
as
porra de uma guitarra. Eu poderia ter colocado tudo isso no quintal e tocar,
então todos poderiam me ver. Eu não sei o porquê eu queria que as pessoas
me notassem. Eu continuo deste jeito: eu faço as coisas porque eu amo,
mas eu também quero reconhecimento. Isso me trouxe muita felicidade e
me colocou em muitos problemas.
Felizmente, nenhum Testemunha de Jeová passou pela minha casa
quando eu era criança, porque eu provavelmente estaria vendendo bíblias
hoje. Ao invés disso, após observar caras no ensino médio em uma banda
marchante batendo tambores em um jogo de futebol, eu voltei para a
bateria que eu nunca deveria ter abandonado em primeiro lugar. Meu pai
comprou para mim meu primeiro tambor profissional de Natal. Esse não
era uma caixa de papelão, cara, nenhuma merda de latão ou uma panela. E
se meu pai não tivesse feito eu sentar lá e ter feito minhas escalas no
e aprendido sobre barras, batidas e medidas, eu nunca teria escolhido
piano
bateria tão rápido quanto eu escolhi.
Para mim, Vince era Deus. Ele estava em uma banda foda, ele era um
surfista do caralho, as garotas desmaiavam de desejo sempre que ele
passava, e tinha um rumor por aí que ele tinha sido pai de um garoto antes
mesmo de estar no ensino médio. Eu achava que eu era sortudo, pois ele
tinha conversado com um magrelo desajustado como eu. Eu nunca
imaginei que eu poderia ser legal o suficiente para tocar em uma banda
junto com ele atualmente.
Fig.2
Tommy com o pai, David Lee
Thomas, e mãe, Vassilikki
Capítulo 2
Tommy
--
Sobre a formação do Mötley Crüe: uma reunião confusa de músicos-poetas,
assalariados e idiotas.
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Capítulo 3
Vince
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Sobre uma grave decisão digna de eternas lembranças e uma ousada fuga de uma
prisão forçada.
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A biografia de uma banda é distribuída pelo correio, com datas de nascimento, nomes,
e países de origem intencionalmente criada com a esperança de aperfeiçoar uma
perspectiva de sucesso, uma falta geral de familiaridade com a m úsica, e a banda com
membros muito novos para tocar em estabelecimentos que servem bebidas alco ólicas.
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Mais do que um cavalheiro que lutava por comunicação, persuasão, e inspiração
artística.
--
Teve uma festa no Hyatt House naquela noite, com umas sessenta
pessoas enfiadas em uma sala. Uma garota magra, bronzeada, com grandes
peitos que eu vi com um vestido grudado, agarrou minha mão e,
gaguejando e tropeçando, me levou para um o closet de um quarto
minúsculo. Ela embriagada, rasgou minha calça de couro, agarrou meu
pinto, me deixou contra a parede, subiu seu vestido, e me manuseou dentro
dela. Nós fodemos por um tempo, daí eu disse a ela que eu tinha que ir para
o banheiro. Eu entrei na festa e encontrei Tommy. “Cara. Vem aqui.” Eu
opuxei. “Eu tenho uma garota no closet. Siga-me, e não diga nada. Quando
eu disser, comece foder ela.”
No closet, eu fiquei atrás do Tommy. Ele fodia ela enquanto ela
agarrava meu cabelo e gritava, “Oh, Nikki! Nikki!” Após Tommy e eu
termos feito alguns revezamentos com ela, eu sai de lá e voltei para a festa
e peguei um garoto esquelético com um suéter dos Rolling Stones,
provavelmente irmão de algum garoto.
“Parabéns,” eu disse à ele. “Você vai perder sua
“Não, cara.” Ele olhou para mim com os olhos largos e medrosos.
virgindade.”
“Eu não quero!”
Eu o puxei direto para o quarto e o tranquei lá dentro com a garota.
Eu o escutei chorar e gritar “Me deixe sair daqui, seu canallha!
” Eu estava tão bêbado que quando acordei no outro dia, eu não me
lembrava de nada – até o telefone tocar. Era a garota da noite
“Nikki,” ela disse, sua voz trêmula. “Eu fui estuprada na noite
anterior.
anterior.”
Meu coração foi parar no meu estômago, e meu corpo ficou frio. As
memórias da noite passada foram voltando, e eu percebi que eu
provavelmente tinha ido muito longe.
Ela continuou: “Eu estava indo embora do Hyatt House de carona
para casa, e aquele cara me pegou e me estuprou no carro dele.
” “Meu deus, eu disse. “Eu sinto muito.
Em primeiro lugar, eu estava aliviado, porque isso significava que
”
não tinha
eu estuprado ela. Mas quanto mais eu pensava nisso, mais eu
pensava que eu tinha feito. Eu estava numa zona, embora, nessa zona,
conseqüências não existiam. Além disso, eu era capaz de me afundar mais
ainda.
Tinha uma garota sem lar que estava instalada na Sunset: ela era
jovem, louca, e sempre usava uma fantasia da Cinderella. Uma noite, nós
apegamos e a trouxemos pra casa pra que Tommy pudesse tentar dormir com
ela. Enquanto ele estava na cama com ela, nós roubamos sua fantasia.
Depois de ela sair de casa em prantos com a roupa do Tommy pendurada
nela, nós nunca a vimos na rua de novo.
Uma vez que tínhamos pegados a roupa de uma sem lar, não tinham
tabus. Eu até tentei foder a mãe do Tommy, mas falhei miseravelmente;
quando o pai do Tommy ficou sabendo, ele me disse, “Se você conseguir
entrar aqui, você poderá ter isso.” Após isso, eu comecei a namorar uma
modelo alemã ou pelo menos uma alemã magrela que me disse que era
modelo. Ela tinha fotos com os caras do Queen, então eu estava
impressionado. O seu vizinho do andar de cima, Fred, me ensinou um jeito
de inalar drogas segurando uma chama embaixo de uma colher de metal
cheia de cocaína, e isso perturbava a garota alemã que nós a apelidamos
Himmler. Toda semana Himmler vinha pra casa e a gente comemorava com
quartas-feiras nazistas. A gente andava por ai com uma tarja em volta do
braço, marchando e fazíamos Sieg Heil ("Salve a Vitória"). Em vez de
matar as baratas na parede espirrando spray de cabelo, nós as juntávamos
queimávamos
e junto com seus compatriotas no forno. Quando eles morriam,
eles se levantavam com suas pernas de trás e se inclinavam para o lado
enquanto nós gritávamos com eles em falso-alemão.
“Hey,” ela berrava, do fundo, som gutural, “Izo no é engarçado.
Milhões de pessoas morrem nesses fornos.”
Depois de a gente terminar, eu comecei a namorar uma groupie com
uma cintura estreita, com um corte de cabelo da Sheena Easton, e olhos
caralho.
do Seu nome era Stephanie, seus pais tinham um luxuoso hotel, e ela
era esperta o suficiente para saber que o jeito mais rápido para ganhar
nossos corações era trazendo drogas e comidas. Eu a conheci na Starwood
quando ela estava perto dos caras do Ratt. Eu amava namorá-la: nós íamos
para o apartamento dela e cheirávamos e aplicávamos, e daí eu começava
foder ela, que era bom, pois eu não tinha dinheiro nenhum para comprar
cocaína e heroína e eu não conseguia transar comigo mesmo. (Embora eu
tenha conseguido me foder com essa história.) Ela não me deixava fazer
nada: em um dos nossos primeiros encontros, ela me levou pra jantar e eu
enfiei uma garrafa de vinho nela por debaixo da mesa.
fig.13
Nikki com a Lita Ford
A cada show, o cenário do nosso palco ficava cada vez melhor: Mick
tinha uma dúzia de luzes que ele tinha comprado do Don Dokken e um
sistema de auto-falantes que ele tinha roubado da sua banda antiga Top 40,
White Horse. Nós tínhamos um lençol sujo e manchado de sangue que
arrancamos da cama do Tommy e pintamos nosso nome com letras grandes
e pretas. Inspirados pelo Queen, Tommy e Vince construíram um palco para
a bateria três camadas acima do palco normal: uma estrutura dois por
quatro pintada de branco com um tecido liso preto em cima, e com quinze
pisca-pisca instalados e caveiras e baquetas. Isso pesava uma tonelada e
uma merda montar cada show. Nós também fizemos pequenas caixas de
era
vidro plástico com luzes que nós poderíamos subir, fazer poses, e saltar.
Oshow inteiro era uma mistura de tudo o que parecia legal e barato para nós.
Nós pintamos as peles da bateria, colocamos candelabros por todo o palco,
colocamos lenços em todos os lugares que podíamos, decoramos nossas
guitarras com fitas coloridas, enrolávamos fios de telefone envolta de nós,
eusávamos as músicas mais pesadas que nós conhecêssemos para animar a
platéia antes dos nossos shows.
Quando nós vendíamos todos os ingressos dos shows no Whisky, eu
ficava tão feliz que eu ligava pros meus avós e falava, “Vocês não vão
acreditar nisso! Nós vendemos todos os ingressos de três noites no Whisky.
Nós estamos conseguindo.”
“Conseguindo o que?” ele falava. “Ninguém nem sabe quem você é.
E ele estava certo: nós estávamos vendendo todos os ingressos, mas
”
nenhuma gravadora podia fazer um acordo com a gente. Eles nos diziam
que nossos shows eram muito instáveis e não tinha jeito da nossa música
tocar na rádio ou ficar no topo das paradas.
Heavy metal estava morto, eles sempre nos diziam; new wave era
tudo o que importava. A não ser que nós parecêssemos com o Go-go’s ou o
Knack, eles não estavam interessados. Nós não sabíamos sobre topo das
paradas ou diretores de programas de rádio ou new wave. Tudo o que nós
sabíamos era sobre pilhas de Marshalls de rock n’ roll explodindo nos
nossos sacos e como cheirar, usar narcóticos, tranqüilizantes, e álcool
conseguíamos
que de graça.
A única razão que eu queria ter um contrato com a gravadora era pra
eu poder impressionar as garotas e dizer para elas que eu tinha um. Então
nós resolvemos esse problema e criamos a nossa própria empresa, Leathür
Records. Nós marcamos hora no estúdio mais barato que achamos: sessenta
dólares a hora num lugar super pequeno em um trecho horrível da Olympic
Avenue. Mick gostou do lugar porque lá tinha uma placa do Trident e salas
totalmente pequenas que ele disse que era bom um efeito natural ao som.
Mick dispensou o engenheiro da casa e trouxe Michael Wagner, um alemão
jovem, angelical que estava na banda Accept. Juntos, nós criamos Too Fast
For Love em três dias embriagados. Nós não conseguíamos ninguém para
divulgar o álbum, Coffman fazia isso, dirigindo por ai no seu carro Lincoln
alugado, tentando convencer as lojas de discos pra fazer algumas cópias.
Dentro de quatro meses, de qualquer forma, tínhamos um distribuidor
(Greenworld) e tínhamos vendido vinte mil álbuns, que não estava mal para
um disco que tinha sido gasto apenas seis mil dólares para fazer.
Nós celebramos o lançamento do álbum com uma festa no
Troubadour, que era um dos meus clubes favoritos porque tinha um cara lá
que eu realmente curtia espancar. Ele tinha cabelo comprido e nos
idolatrava, mas ele era uma peste e sofria merecidamente para isso. Eu
tinha acabado de empurrá-lo para cima do Tommy, que estava parado atrás
dele, quando eu vi uma garota com o cabelo loiro claríssimo, bochechas
rosadas, sombra de olho azul escuro, calças de couro justíssimas, um cinto
punk, e botas pretas altas e justas.
Ela veio e disse, “Oi, eu sou a Lita. Lita Ford dos Runaways. Qual
o seu énome?”
“Rick,” eu disse.
“Sério?” ela disse.
“Sim, eu sou o Rick,” eu estava de saco cheio de mim mesmo, e
tinha certeza que todos já sabiam o meu nome.
“Desculpa,” ela disse, “eu achei que você fosse outra
“Bom, você achou errado,” eu sorri desdenhosamente, com o nariz
pessoa.”
empinado como sempre.
“Isso é muito ruim Rick,” ela disse, “porque eu queria quebrar
você.”com
“Você quem?” eu comecei a prestar atenção.
“Eu pensei que você era o Nikki.”
“Eu sou o Nikki, eu sou o Nikki!” eu praticamente babei como um
cachorro em perseguição de um banquete.
Ela cortou o comprimido na metade e socou na minha boca, e foi
isso.
Nós começamos a conversar e a sair juntos. Antes de encontrá-la, eu
pensava em todas as mulheres como eu pensava da minha primeira
namorada, Sarah Hopper, como pestes que são usadas como alternativas
para masturbação. Mas Lita era música, e eu podia contar com ela. Ela era
legal, normal e inteligente. No temporal que minha vida tinha se tornado,
estava
lá uma pessoa que eu poderia estar sempre junto, alguém que me
manteria com os pés no chão.
A starspangled fight
Heard a steel-belted scream
Sinners in delight
Another sidewalk’s bloody dream
I heard the sirens whine
My blood turned to freeze
See the red in my eyes
Finished with you, you’ll make my disease.
Não, essa última linha não estava certa. Assim que eu risquei isso,
porta ase soltou da dobradiça, e Tommy caiu no chão, sua cabeça abriu e
Bullwinkle subiu em cima dele como um alce raivoso.
“Seu sangue está vindo em minha direção,” eu rabisquei debaixo da
linha.
Melhor, mas não perfeito.
Na outra manhã, um advogado veio com um aviso de expulsão. Nós
estávamos na casa por nove meses, bebendo, brigando, fodendo, ensaiando,
e festejando constantemente e nós estávamos todos doentes e cansados.
Nós precisávamos nos proteger um pouco. Então eu me mudei com Lita
para Coldwater Canyon no norte de Hollywood. Vince se mudou para o
apartamento de Beth. E Tommy se mudou com a Bullwinkle. Eu não sabia
onde Mick estava: talvez nós o deixamos pendurado em algum dos nossos
closets. Nós nunca nos preocupamos em checar.
PARTE 4
>>SHOUT AT THE DEVIL<<
Capítulo 1
Tom Zutaut
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Um salário ganho com um emprego na Elektra Records embarcou em uma aventura na
qual a descoberta que é feita é um grupo da reputação mais doentia que um empresário
pode ter ou a postura mais duvidosa.
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Eu penso que a única razão pela qual eu tive sucesso foi por causa
meu entusiasmo.
do Eu sempre fui além do que qualquer pessoa estivesse
fazendo para conseguir alguma coisa que eu queria. Como quando eu era
um DJ na estação de rádio da minha escola do ensino médio em Park
Forest, Illinois, eu ouvi sobre uma conferência numa rádio na Loyola
University e me inscrevi. Eu estava lá e eu descobri que eu poderia pegar
fitas de graça. Nossa estação de rádio da escola esteve funcionando por
anos, e jamais imaginaram que eles não tinham que comprar os álbuns
deles.
Meu primeiro emprego fora da escola foi em uma sala em que cartas
e outros tipos de correspondência são classificadas e preparadas para a
entrega na filial de distribuição da Chicago WEA, um emprego que eu só
consegui porque eu impressionei alguém na empresa enquanto eu estava no
telefone pedindo por fitas grátis do Cars.
Por fim, esse mesmo entusiasmo fez com que eu ganhasse uma
promoção para Los Angeles, onde eu trabalhei como assistente no
departamento de vendas na Elektra Records, que na época tinha artistas
como Jackson Browne, Queen, The Eagles, Linda Ronstadt, e Twennynine
com Lenny White.
Eu penso que se eu não tivesse sido empreendedor, eu nunca teria
passado por cima nessa quinta-feira à noite na Sunset Boulevard. Era a
tardezinha, e eu estava cruzando a Sunset esperando conseguir algo para
comer em um Café chamado Bem Frank’s, que sempre estava cheio de
jovens roqueiros sendo servidos por uma garçonete de 17 anos que esteve
trabalhando lá desde os dias de Lana Thurner de Hollywood, quando eu
notei centenas de garotos tentando entrar em um show no Whisky. Eu olhei
para o toldo para ver quem estava tocando, e estava escrito “Mötley Crüe
esgotado.” Esse mesmo entusiasmo e obsessão que me levou para a
convenção na Loyola bateram em mim, me encorajando para passar por
cima enquanto meu estômago estava roncando de fome. Na janela da frente
de uma loja de fitas na esquina, Licorice Pizza, eu vi uma tela enorme
exposição mostrando um grande quatro com quatro imitadores glam,
em
vestidos de couro, refugiados hermafroditas do New York Dolls. Eu logo
percebi que eles tinham lançado um álbum com a sua própria empresa,
Leathür. Para uma banda que ainda não tinha nem uma gravação, fazer esse
tipo de histeria no Whisky era muito raro. Eu tinha que vê-los.
Eu andei até a porta da frente, tirei meu cartão da Elektra Records,
blefei,e dizendo para eles que eu era um A&R da empresa. Eu sempre
tentava usar a empresa para assinar as bandas que eu curtia, mas eles nunca
me ouviam. Eu preparei para eles “I Love Rock and Roll,” da Joan Jett,
eu achei no lado B de um disco europeu; “Tainted Love,” de Soft Cell;
que
aHuman League; e até os Go-Go’s. E eles permitiram todas elas. Eu estava
muito envergonhado de esfregar isso na cara deles, enfim. Eu me sentia
sortudo por estar trabalhando em uma gravadora em Los Angeles com vinte
anos.
Dentro do clube, quinhentos adolescentes – a capacidade do clube
estavam
– ficando frenéticos por causa dessa banda Mötley Crüe. E eles
pareciam legais. Nikki estava tão cheio de energia que parecia que ele
parecia que ele estava na rua matando alguém se ele não estivesse tocando
baixo. Ele bate nas cordas tão forte que continua rachando a pele de seus
dedos. Assistindo ele estrangular essa coisa, com sangue voando de seus
dedos, as cordas pareciam navalhas.
Vince era o vocalista mais bonito e mais carismático que eu já tinha
visto: as pernas das mulheres ficavam abertas enquanto ele cantava. Ele
exatamente o oposto do guitarrista: olhar para ele era como ver Satã
era
reencarnado, embora ele se mostrasse o mais agradável do grupo (quando
ele não estava bêbado). Tommy parecia um garoto super excitado, mas ao
mesmo tempo parecia o único naturalmente nascido músico na banda. Ele
era baterista de alta qualidade, um ótimo showman, e constantemente em
movimento. Ele parecia o elemento que uniu tudo.
Depois do show, eu encontrei o gerente deles e disse para ele que
queriaeulevar a banda para um encontro com a Elektra. Para minha surpresa,
ele me ignorou completamente. Ele me disse pra falar para a Greenworld,
um pequeno local que estava distribuindo o álbum deles. Por coincidência,
tinha uma exposição de música na cidade e Greenworld tinha uma barraca
lá. Eu falei com um cara chamado Allan Niven, que me colocou em contato
com o gerente esquisito da banda, um contratante de edifícios super sério
chamado Allan Coffman.
Quando ele não apareceu após vários minutos, Mick me pediu para ir
ver o que tinha acontecido. Eu sempre pensei sobre o Coffman como se ele
fosse de acordo com as regras que servia como uma babá para essa banda
louca, então eu fiquei em choque quando eu o encontrei arrancando um
telefone público da parede do banheiro. Eu o peguei e mandei alguém da
imprensa da Elektra ficar de olho na banda e botar ordem enquanto eu
levava Coffman para casa no meu carro batido.
Enquanto estávamos indo para o norte na La Cienega, ele continuou
tentando arrancar a maçaneta da porta do carro. Apenas quando nós
chegamos ao centro da Santa Monica Boulevard, ele abriu a porta e rolou
do carro para o meio do cruzamento. Eu olhei para trás e o vi entre as
faixas de trânsito, arrastando sua barriga como um soldado em um rifle.
Carros passavam por ele, buzinando e berrando, e pareceu que alguns
segundos antes alguém poderia esmagá-lo. Eu parei o carro, corri, e o
peguei. Ele começou se girar para mim e me amaldiçoar como se eu fosse
um soldado vietnamita do norte tentando capturá-lo como um prisioneiro
da guerra. Eu pensei que ele poderia me matar, mas através de um surto de
adrenalina eu consegui levar ele de volta pro carro e para o seu quarto
hotel.
de
Na hora que eu voltei pro restaurante, a festa se mudou para outro
lugar. Uma semana depois os nomes no contrato foram finalmente
assinados, e a banda insistiu em fazer a gravadora pagar por outra festa.
Então eu juntei nossa companhia de carros e levei a banda para Benihana
na La Cienega. Isso começou com uma janta gentil, com o chefe de cozinha
mostrando seus truques com sua faca. A banda comeu um pouco e bebeu
muito. Vince, claro, estava bebendo o mais forte. Eu percebi que seu copo
de margarita estava quebrado, então ele pediu outro. Quando eu olhei pra
ele de novo, o novo copo estava quebrado e ele estava insistindo para
substituírem. A garçonete perplexa trouxe pra ele de novo outro drink,
examinando o copo cuidadosamente para ter certeza que não havia lascas
ou cacos. Logo depois que ela saiu de perto, Vince colocou o copo na sua
boca e o mordeu, despedaçando a beirada do copo. “Esse cara é maluco,
eu
” pensei. “Ele pode cortar sua língua ou rasgar sua boca em pedaços.
” Vince levantou, fez um sinal pra garçonete, e a acusou de ter dado
um copo quebrado pra ele de propósito. Ela jurou que o estava tudo certo
com o copo quando ela deu isso a ele. Daí ela se virou para mim para dar
uma satisfação. Eu não queria meter ela ou o Vince em problemas: “Talvez
a máquina de lavar louça esteja quebrada,” eu me expressei
Então ela trouxe outra margarita pra ele e voltou para balcão com
fracamente.
gerente
o espionando Vince. Sem saber que ela estava observando, Vince
afundou seus dentes do copo de novo. Instantaneamente, o gerente veio e
tentou nos tirar do restaurante enquanto a garçonete ligava para a polícia.
Eu rapidamente fechei a conta e terminei com a festa.
Várias noites eram como essa com a banda: ou alguma coisa estava
pronta pra ser quebrada ou alguém iria desmaiar. Nada era fácil com eles.
diretor
O da A&R na Elektra, Kenny Buttice, estava furioso que eu tinha
passado por cima dele e ido pedir permissão do Joe Smith para contratar
abanda. Então ele fez tudo o que ele pode para dificultar minha vida. Nós
estávamos relançando o álbum Too Fast for Love que eles tinham lançado,
mas Buttice convenceu a empresa que a qualidade não estava boa para o
modelo padrão de uma rádio e o único jeito que conseguir isso era
remixando.
Eu era contra isso e a banda estava nervosa, mas se remixássemos o
álbum faria a banda ser uma prioridade na Elektra, nós estaríamos
dispostos a tocar adiante. Quando eles escolheram Roy Thomas Baker para
revisar a gravação, eu praticamente molhei minhas calças. Aqui eu estava,
com vinte anos, encontrando o excêntrico rebelde Britânico que tinha
produzido Queen, Foreigner, os Cras, Journey, e todas essas outras
gravações do caralho. E durante seu último minuto mixando, escalando, e
produzindo uns truques longe do charme do álbum original do Mötley, eu
aprendi muito observando ele trabalhar e ouvindo suas histórias. Depois
a banda ter passado o dia no estúdio, ele normalmente os convidava para
de
airsua casa, onde eles ficavam cheirando cocaína do seu piano Plexiglas
enquanto ele contava a eles sobre a época que Freddie Mercury compôs
“Bohemian Rhapsody” naquele piano enquanto ele recebia um boquete.
RTB, como a gente o chamava, era um cara que tinha grande prazer
em fazer a festa perfeita. De quinta-feira a noite até domingo, tinha uma
parada infinita de pessoas interessantes, mulheres bonitas, álcool, e
coisas de festa na sua casa. Este era o último sistema de trancas disponível
outras
nas colinas na Sunset Drive, das configurações do controle remoto na sua
cama para o grosso carpete. O céu era o limite lá: vinte pessoas peladas
dentro da Jacuzzi, comidas sendo engolidas dos copos das mulheres, e
qualquer coisa que você, eu, ou Calígula possa imaginar. Mötley Crüe e
RTB eram uma combinação perfeita.
Eu sempre me sentia de fora, como um garoto de Chicago que tinha
de alguma forma sido transportado para esse glamuroso filme onde eu
encontrava todos os meus rock stars favoritos – Elton John, Rod Steward,
os
e caras do Queen, Journey, e Chip Trick. Algumas festas eram tão loucas
que RTB podia apertar estes botões e trancar todo mundo lá dentro. Desse
jeito, se alguém quisesse ir embora, eles tinham que pedir permissão para
um guarda que teria que ter certeza que eles não estariam bêbados para
dirigir. RTB era um cara esperto. Ele sabia que se ele iria facilitar essa
bagunça, ele precisava diminuir os acidentes que ele poderia ser
responsável, e vendo o estado que alguns convidados estavam, ele
provavelmente salvou muitas vidas.
Quando nós acabamos de mixar o Too Fast for Love, Coffman de
repente decidiu mandar a banda para uma turnê no Canadá, mesmo não
tendo nenhuma gravação para divulgar. Nós protestamos e dissemos para
ele que ele estava sendo inútil, mas Coffman era determinado.
Nós nunca entendemos porque Coffman fez a banda fazer uma turnê
no Canadá até a verdade vir mais tarde: ele tinha vendido uma parte da sua
participação na banda para um cara Michigan chamado Bill Larson, que
tinha herdado a herança de seus pais – mais ou menos vinte e cindo mil
dólares – então ele poderia ter cinco por cento do contrato do Mötley Crüe.
Ao invés do Coffman juntar o dinheiro, ele teve que mandar a banda para
sul
o para fazer uma turnê. Então a banda foi para o Canadá para embarcar
em uma miserável, desastrosa viagem com um ajudante que eles nunca
tinham ouvido falar ou encontrado antes. Lá tinha bombas, problemas de
bordo, esmurradores, jogadores de hóquei viciados, quebradores de ossos
(principalmente Coffman), e policiais parados do lado do palco para ter
certeza que o público não mataria a banda.
Logo depois, Coffman desapareceu, junto com a Elektra e com o cara
Michigan rico. Possivelmente ele voltaria porque a banda começou a fazer
muitas perguntas sobre onde o dinheiro tinha ido – dinheiro que ele
provavelmente achava que tinha merecido depois de hipotecar sua casa três
vezes para pagar todos os aluguéis de carros e quartos de hotel e vai saber
Deus o que mais que a banda tinha danificado. No fim das contas, a pessoa
que mais se machucou foi Bill Larson, cujo pai morreu de um ataque no
coração por causa de estresse. Larson processou, embora ninguém
conseguisse achar Coffman para atender a intimação.
A partir do que eu ouvi, a esposa do Coffman tinha se divorciado
dele, seus filhos pararam de falar com ele, e ele se tornou cristão de
novo.
Quando a Elektra lançou o Too Fast for Love, foi um desastre. A
prioridade para a empresa era uma banda australiana chamada Cold Chisel,
e todo mundo no departamento de promoção estava atentado em fazê-los a
próxima grande coisa. Aconteceu de eu ouvir uma conferência por telefone,
quando eu ouvi “Escuta, eu tenho uma estação em Denver e outra em
Colorado Springs que acabaram de acrescentar Mötley Crüe. Eles não estão
interessados na Cold Chisel, mas nós continuaremos trabalhando neles.
” “Eu não dou uma merda pelo Mötley Crüe,” o departamento da rádio
berrou de volta. “Eles não são uma prioridade. Eu não quero adicioná-los.
Fale pra essas estações que se elas querem acrescentar o Mötley Crüe, eles
que vão se foderem.”
Quando eu ouvi isso, eu tive um ataque de raiva. Era ruim o
suficiente que a empresa não estava ajudando o Mötley Crüe, mas eles
estavam tentando prejudicá-los. Então eu explodi com Joe Smith. Por causa
desse incidente e vários outros semelhantes, o chefe foi substituído. Mais
ou menos na mesma hora, Tom Werman veio para a empresa como o novo
chefe da A&R. Werman tinha produzido o primeiro álbum do Ted Nugent e
algumas das melhores músicas do Chip Trick, e ele estava louco pelo
Mötley Crüe que ele insistiu em produzir nossa próxima gravação. Ele e
Nikki estavam em grande sintonia: Nikki queria uma imagem de bad-boy,
mas ao mesmo tempo tinha senso popular e queria que sua música atingisse
o objetivo final, que era o que Werman tentava fazer com as bandas que ele
produzia. Apesar dos melhores esforços do departamento de promoção para
sabotar por alguma razão misteriosa, Too Fast for Love acabou vendendo
mais de cem mil cópias, através da palavra da boca de todos. Eu não sabia
o que fazer porque a banda tinha um acordo com uma gravadora
importante, tinha vendido uma quantidade respeitável de álbuns, podia
vender tudo nos clubes de L.A., estavam sendo falados na indústria, e
estavam começando a escrever seu segundo álbum, mas eles não tinham
um gerente e estavam todos quebrados e famintos. Eu tentei cuidar deles
máximo
o que eu pude.
Quando eu tinha dezesseis anos, Lita Ford era a garota que eu
sonhava: uma gata roqueira. Tinha pôsteres dos Runaways pelo quarto todo
na casa dos meus pais. Agora, cinco anos depois, eu assinei com o Mötley
Crüe, e Nikki Sixx estava morando com uma dos Runaways. E não apenas
eu estava saindo com eles, como também dando dinheiro e comida para
eles. Eu passava pela casa do Nikki e da Lita quando eu podia levar para
eles sorvete Häagen-Dazs ou um sanduíche da Subway. As pessoas falavam
que eles brigavam como cães e gatos, mas eles eram sempre legais para
estar junto. O tempo se passava, de qualquer forma, a casa continuava a
ficar horripilante. Eu fui fazer uma visita e vi o The Necronomicon, um
livro preto de magia negra, na mesa. Nikki estava pegando pesado em
coisas satânicas e queria chamar o disco Shout with the Devil. Isso era
constrangedor para a empresa, e era constrangedor para mim. Eu sabia que
o departamento de promoção poderia usar o titulo como uma desculpa para
ignorar completamente o álbum.
Eu fui a casa deles uma noite para discutir com o Nikki sobre mudar
o titulo. Quando eu entrei, ele e Lita estavam grudados no sofá. “Eu estou
um pouco assustada,” Lita disse. “Coisas estranhas estão acontecendo no
apartamento.”
“O que você quer dizer?” eu perguntei, olhando em volta para o as
recentes pinturas de pentagramas e umas pinturas góticas que o Nikki tinha
feito nas paredes e no chão.
“Coisas estranhas apenas acontecem,” ela disse. “As portas dos
armários ficam abrindo e fechando, tem uns barulhos estranhos, e coisas
ficam voando pelo apartamento sem razão.”
“Escuta, Nikki,” eu disse. “Você tem que parar de zoar com esse
livro de magia negra de merda. São coisas poderosas, e se você não souber
o que está fazendo, não brinque com isso.”
Mas Nikki não ligava pra isso. “Não é nada,” ele disse. “Apenas
parece ser legal. Esses símbolos insignificantes e merdas. Eu estou fazendo
isso apenas para fazer as pessoas se irritarem. Não é como se eu estiver
venerando Satan ou algo assim.”
Eu sabia que eu não podia mudar sua cabeça, então eu fui embora.
Quando eu voltei duas noites depois, tinha garfos e facas enfiados na
parede e no teto, e Nikki e Lita pareciam mais pálidos e doentios do que
onormal.
“Que merda que vocês estão fazendo?” eu perguntei.
“Nós não estamos fazendo nada, cara,” Lita disse. “Eu tentei dizer
para você: coisas estão voando por aqui sozinhas.
” Após ela falar isso, eu juro por Deus, eu vi aquilo com os meus
próprios olhos, uma faca e um garfo saíram da mesa e cravaram no teto
exatamente acima de onde eu estava sentado. Eu olhei para o Nikki e me
assustei. “Não existe mais ‘Shout with the Devil. ’ Se você quiser
mexendo com o diabo, você será morto.”
continuar
Você pode acreditar no que você quer, mas eu realmente acreditava
que Nikki estava sem saber recorrendo a algo satânico, alguma coisa mais
perigosa do que ele pudesse controlar que estava à beira de machucá-lo
seriamente. Nikki deve ter percebido a mesma coisa, porque ele decidiu
mudar o nome do álbum para Shout at the Devil. Desde aquele dia, aquele
incidente permanece como um das coisas mais bizarras que eu já vi na
minha vida.
Felizmente, logo eu conheci um agente reservado chamado Doug
Thalet, e ele conhecia um cara, Doc McGhee, que tinha muito dinheiro e
queria começar uma empresa de gerenciamento. Doc era um carinha
charmoso que sabia como dizer as coisas certas. “Nós iremos fazer Mötley
Crüe ser a maior banda de rock n’ roll do mundo,” ele disse. “E qualquer
quantia que a Elektra não der para fazer isso acontecer, eu darei.
” Tudo parecia perfeito: Mötley Cüe tinha dinheiro, eles tinham um
cara chamado Barry Levine ajudando-os com a sua imagem, e eles se
tornaram a prioridade da empresa. Graças a manipulação máxima do Doc,
grande imaginação, e presentes por debaixo da mesa, Nikki estava
finalmente à beira de mudar sua rebelião do Whisky para os estádios. Mas,
claro, nada acontecia para esses garotos sem esforço.
Eu acordei umas semanas depois para saber que Joe Smith tinha sido
despejado e um cara chamado Bob Krasnow estava administrando a
empresa. Ele despediu Tom Werman e o substituiu com Roy Thomas
Baker, o que era legal porque agora tinha mais razões para ir às festas
e Werman continuava querendo produzir a gravação. Mas enquanto
RTB
estávamos ficando prontos para gravar, Krasnow voou para Los Angeles e
chamou Werman e eu para um encontro.
“Rock n’ Roll não está rolando,” ele nos disse. “Eu decidi que
quero eu
nenhuma
não banda de rock na empresa. Eu não irei aceitar Ozzy
Osbourne se vocês não me derem ele de graça em um prato de prata.
” “Por que você quer que caia um grupo que está vendendo um monte
de discos? Isso não faz sentido nenhum, Bob!”
“Está é a Elektra Records, Tom,” ele disse. “Nós temos uma tradição
de bem, talentos como Linda Ronstadt, the Doos, e Jackson Browne. Eu
não estou na área do circo. E eu não estou dando a eles um centavo.
” “Seus gerentes estão dispostos de tomar contar de parte da promoção
e dos custos das turnês.”
“Escuta,” ele disse. “O grupo é terrível. Eu vi o vídeo deles e
embaraçoso.
isso é Eu tenho que tirar isso da MTV.”
“O que?! Nós conseguimos uma turnê com o Kiss. Você não pode
fazer isso.”
“Eu fiquei sabendo disso, e cancelei as datas.
Eu
” liguei para Doug Thaler e Doc McGhee para se encontrarem com
Krasnow, e ele disse a eles a mesma coisa. Eles responderam perguntando
aele o que ele precisava para liberarem Mötley Crüe do seu contrato com a
Elektra.
“Eu irei dizer o que,” Krasnow cedeu. “Você fará o melhor disco
você pode
que fazer. Não se preocupe com o dinheiro, mas mantenha o
orçamento razoável. Eu não irei te prometer que eu irei lançá-los, mas eu
irei prometer a você que eu irei deixar isso mais fácil para você chegar
algum
a lugar.”
Se eles deixassem que isso caísse e perdesse o ímpeto eles teriam que
fazer alguma coisa, esse provavelmente seria o fim do Mötley Cüe. Mas
felizmente algo aconteceu para mudar a cabeça de Bob. E essa coisa foi o
US Festival. Menos de um ano mais tarde, Krasnow estava com uma
bandana do Mötley Crüe no Madison Square Garden, apresentando a banda
com prêmios de ouro e platina para a venda dos álbuns.
Capítulo 2
Vince
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Um dia de público triunfo acaba em uma privada recriminação enquanto nosso herói
submete para seus instintos ordinários, quais não devem ser revelados em mais
detalhes nesta breve sinopse pelo medo de viciar leitores jovens.
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Este foi o dia que a new wave morreu e o rock and roll tomou o
comando: 29 de maio, 1983. O segundo dia de três do US Festival.
Circulando sobre centenas de milhares de pessoas em um helicóptero
– o primeiro helicóptero que eu estive – parecia que o povo da Sunset
na sexta-feira e no sábado a noite tinha sido transportado de repente para
Strip
um campo no meio do nada em uma tarde quente de primavera. Ozzy
Osbourne, Judas Priest, Scorpions, e Van Halen estavam se apresentando na
frente de trezentas mil pessoas. E nós também.
Toda cidade na América deve ter desenvolvido seu equivalente na
Sunset Strip. Não era mais apenas uma coisa underground. Isso era um
movimento em massa, e finalmente nós encontramos a postos uma nova
nação no mapa. Olhando para baixo do helicóptero, com uma garrafa de
Jack na minha mão esquerda, uma bolsa de pílulas na minha mão direita, e
uma cabeça loira subindo e descendo no meu colo, eu me senti como o rei
do mundo. Isso durou por um segundo. Daí eu fiquei assustado pra caralho.
Nós tínhamos apenas um álbum, e tínhamos apenas encostado no
topo das paradas no número 157. Muitas dessas pessoas não nos
conheciam. Eles estavam excitados o dia todo, e provavelmente nos
odiariam porque eles estavam impacientes pelo Ozzy e Van Halen.
Eu dei outro gole no Jack enquanto nós pousamos e conhecemos
nossos novos gerentes, Doc McGhee, que era basicamente um viciado em
bons negócios, e Doug Thaler, seu homem positivo. O cara que tinha nos
assinado com a Elektra, Tom Zutaut, estava lá com a sua namorada, uma
garota gostosa e surpreendente considerando a sorte de Tom com mulheres.
Eu fui para o camarim para fazer minha maquiagem e colocar minhas
roupas, e vi o que eu podia fazer com a fila de garotas e repórteres
esperando do lado de fora. Depois do que parecia ser apenas alguns
minutos, houve um bater frenético na porta.
“Você tinha que estar no palco dez minutos atrás,” Doc berrou. “
daí.”Sai
Quando nós tocamos “Shout at the Devil”, eu soube que nós
tínhamos conseguido. Eu não tinha nada para me preocupar. Essas pessoas
nunca tinham ouvido a música antes: nós nem tínhamos começado gravar o
álbum direito. Mas no fim, eles estavam cantando junto, erguendo seus
punhos para o ar. Eu observei e cada palavra que eu cantava, cada pancada
na guitarra que o Mick dava, a multidão agitava em resposta. Eu entendi
daí porque rock stars tem um ego tão grande: do palco, o mundo é um
anônimo, uma merda, uma multidão obediente, muito longe do que os
olhos podem ver.
Mick deixou o palco primeiro e voltou para o trailer que duplicava
nosso camarim. Sua namorada estava esperando ele lá dentro, quem nós
chamávamos de A Coisa, uma morena medíocre cujas mangas enrolavam
no seu cotovelo. Assim que ele entrou na porta, após tocar no maior show
da sua vida, ela o puxou e socou diretamente no rosto sem nenhuma
explicação. (Voltando em Manhattan Beach, ela às vezes ficava bêbada,
batia nele, e o jogava pra fora da casa, depois Nikki ou eu recebíamos
telefonema desesperado do Mick perguntando se podíamos pegá-lo na
um
entrada da sua casa.)
Mais tarde para mim tinha álcool, drogas, entrevistas, e garotas.
me lembro
Eu de estar saindo do palco e ter visto a namorada do Tom Zutaut,
que tinha ficado apenas com um biquíni de leopardo porque estava muito
quente lá fora. Eu a agarrei, passei meu rosto suado contra ela, e soquei
minha língua na sua garganta. Ela espremeu meu corpo contra o dela e
mordeu minha língua.
Eu a levei de volta para o trailer – passando pelo Mick, que estava
sentado nos degraus segurando sua cabeça entre as mãos – e enterrei minha
cara no meio dos peitos dela. Daí, houve uma batida na porta e uma voz
estridente falando, “Hey, é o Tom. Posso entrar?
” “O que você quer?” eu perguntei, preocupado se ele tinha me
“Eu apenas quero te dizer que vocês foram e-e-exelentes. Esse foi
visto.
melhoro show que eu já vi de vocês.”
“Obrigada, cara,” eu disse. “Escuta, eu sairei em um minuto. Eu
preciso
só de um tempinho para relaxar.”
Daí eu arranquei o biquíni dela e meti nela enquanto ele esperava do
lado de fora.
Nikki ficou furioso quando eu contei pra ele o que eu tinha feito.
“Seu idiota do caralho!” ele gritou. “Você não consegue segurar seu
Esse cara nos contratou. Se ele descobrir, ele usará isso contra nós e vai
pinto?
foder com o nosso álbum novo.”
“Desculpa,” eu respondi. “Mas isso só se ele
descobrir.”
Capítulo 3
Tom Zutaut
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Uma questão delicada é abordada durante o curso de uma breve entrevista com Tom
Zutaut, um inocente e bem intencionado benfeitor.
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Alguém mais?
Sim, minha namorada foi comigo.