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O Culto que Não Cultua a Deus

por

Pr. José Santana Dória

Por vezes pensamos que não há nenhuma dificuldade ou


problema com respeito à liturgia utilizada nos cultos dos nossos
dias, pois achamos que tudo aquilo que se está oferecendo a
Deus, Ele aceitará, desde que seja feito com sinceridade e zelo.
Este falso entendimento mostra que somos uma geração
ignorante quanto a forma bíblica de cultuar a Deus. Não nos
ocorre que Deus estabeleceu para o culto coisas que lhe
agradam, e explicitou outras que não lhe agradam. Portanto, se
quisermos que nosso culto seja aceitável precisamos submetê-lo
a revelação divina. Se a Palavra de Deus aprovar, podemos ficar
tranqüilos e perseverar em nossa atitude. No entanto, se ela
desaprovar, humildemente devemos reconhecer diante de Deus
o nosso erro e retornar ao princípio bíblico que Deus
estabeleceu. Ele espera isso de todos nós.

Não podemos esquecer, que mesmo quando o verdadeiro Deus é


adorado, podem existir problemas que tornam está adoração
desagradável e mesmo inaceitável para Ele. Isto é o que
podemos chamar de “cultuar de forma errada o Deus verdadeiro
ou praticar o culto que não cultua a Deus”. Existem formas de
culto que em vez de agradar a Deus o entristece: “as vossas
solenidades, a minha alma aborrece; já me são pesadas; estou
cansado de as sofrer” (Is.1:14).

De acordo com Isaías 1:10-17, a maior queixa contra o povo é


que este desobedecia continua e abertamente ao Senhor, mas
continuava a lhe oferecer sacrifícios e ofertas, cultuando como
se nada tivesse acontecido, como se fosse o povo mais santo da
terra. Deus diz que aquilo era abominável (v.13), porque ele não
podia “suportar a iniqüidade associada ao ajuntamento solene”.
O povo vinha até a presença de Deus, cultuava mas não
mudava de vida. Apresentava-se diante de Deus coberto de
pecados e sem arrependimento, pensando, talvez, que bastava
cumprir os rituais e tudo estaria resolvido. Esse povo
aparentemente participava com animação de todos os trabalhos
religiosos, fossem festas, convocações, solenidades etc. E ainda
era um povo muito dado à oração. Uma oração altamente
emotiva, pois eles “estendiam as mãos” e “multiplicavam as
orações” (v.15). Mas Deus disse que em hipótese alguma
ouviria, pois eram mãos contaminadas e , certamente, orações
vazias. Eram hipócritas.

O culto hipócrita que foi denunciado era causado pelo apego a


mera formalidade, aos ritos, sem correspondência interior. Por
fora tudo estava correto, mas interiormente essas ações
litúrgicas não eram expressões de um coração agradecido. Era
por essa razão que aquele culto se tornava uma coisa
abominável ao Senhor. Assim o Senhor condenou o povo de
Israel pela boca do profeta Isaías, dizendo: “este povo se
aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me
honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor
para comigo consiste só em mandamentos de homens, que
maquinalmente aprendeu...” (Is.29:13). Ou seja, o que está nos
lábios é correto, mas as motivações do coração são erradas. No
fundo, todas essas expressões hipócritas não passam de atos
mecânicos. São invenções humanas que não se importam com a
vontade de Deus. O resultado final, é que o formalismo,
associado à corrupção doutrinária, produzira um tremendo
desvio do Senhor e um afastamento do verdadeiro culto que
devemos a Deus. Infelizmente, esse é o tipo de culto que temos
atualmente em grande parte das igrejas cristãs, um culto
mecânico que desonra Deus, pois, não demonstra amá-Lo de
todo coração, de toda alma, com todas as forças e com todo
entendimento (Lc.10:27). Com propriedade, podemos dizer que
esse é um culto que não cultua a Deus. Jamais podemos nos
esquecer que qualquer tipo de adoração não serve para Deus.
Há maneiras corretas e outras erradas de se adorar a Deus.
Convém aprender a maneira correta. Um culto oferecido a Deus
de forma hipócrita, sem honrar a palavra, que perverte o uso
dos elementos de culto, que é feito de forma mecânica, que não
oferece o melhor ou que não vem acompanhado de uma vida
santa, não pode agradar a Deus, NEM PODE SER CHAMADO
DE UM CULTO QUE CULTUA A DEUS.

Deus não se agrada de tudo o que fazemos supostamente em


seu nome, por isso devemos ser obedientes a Ele e descobrir o
que realmente lhe agrada. Precisamos evitar procedimentos e
costumes que inventamos, por melhores, mais atrativos e
práticos que pareçam. Mas a questão final é: onde podemos
descobrir a forma de culto que realmente agrada a Deus? A
resposta é que esta forma de culto que cultua a Deus, esta na
Sua Palavra. A Bíblia é nossa regra de fé e prática, somente nela
podemos encontrar o ensino confiável para entendermos o que
agrada a Deus. Se a desprezarmos e confiarmos em nossas
técnicas modernas, certamente não estaremos honrando aquele
que a inspirou e nos entregou para que fosse o meio pelo qual
teríamos conhecimento dele. A Confissão de Fé de Westminster
no Capítulo 21, parágrafo 1, diz: “...a maneira aceitável de se
cultuar o Deus verdadeiro é aquela instituída por Ele mesmo, e
que está bem delimitada por Sua própria vontade revelada, para
que Deus não seja adorado de acordo com as imaginações e
invenções humanas, nem com as sugestões de Satanás, nem
por meio de qualquer representação visível ou qualquer outro
modo não prescrito nas Sagradas Escrituras.”

Portanto, podemos concluir afirmando, sem medo de errar, que


todas as práticas absurdas encontradas nos cultos dos nossos
dias, tais como: orações em conjunto, grupos de oração,
bandas, solos, duetos, quartetos, conjuntos, dirigentes, palmas,
palmas para Jesus, apelos, danças, culto de jovens, culto de
senhoras e crianças, gargalhadas santas, cair no espírito, cuspe
santo, cânticos em línguas, urros, recitação de poesias,
amarrar, desamarrar, representações teatrais, testemunhos
pessoais, culto musicado(cantata), louvorzão, curas, libertações,
interromper o culto para cumprimentar os irmãos ou visitantes,
luzes coloridas...etc se originaram de pessoas que não se
deixaram guiar pela Bíblia, mas antes foram atrás de seus
próprios raciocínios e de sua própria vontade (praticam o culto
da vontade, onde a adoração é uma questão de gosto e
conveniência). Se quisermos agradar a Deus nunca podemos
negligenciar a Bíblia. A Palavra de Deus é a verdade (Jo.17:17) e
obedecê-la é o melhor culto que poderíamos oferecer ao Senhor.

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