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Conhecimento
Marcus Venicius V. de Sousa1, Mariella A. Montoni1, Ana Regina Rocha1, Álvaro
Rabelo Jr. 2, Lísia Rabelo2, Beatriz Salvador2.
1
COPPE Sistemas - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Caixa Postal 68511 – Cep 21945-970 - Rio de Janeiro – RJ
2
Fundação Bahiana de Cardiologia/ Unidade de Cardiologia e Cirurgia
Cardiovascular - Universidade Federal da Bahia – R. Augusto Viana S/N –
Cep: 40140-060 - Salvador-Ba
Resumo
Gestão de conhecimento oferece apoio na tomada de decisões através da diminuição dos
custos e tempo de execução dos processos, da captura do conhecimento adquirido nos
processos e sobre novas tecnologias, do acesso ao domínio do modelo de negócio, do
mapeamento do conhecimento da organização, do trabalho colaborativo e do repasse do
conhecimento entre os empregados. Este trabalho apresenta a ferramenta CardioResearch
aplicada à área médica para apoiar as atividades de pesquisa científica em cardiologia.
contextualizando-a no ambiente de gestão de conhecimento CORE-KM.
1. Introdução
Gestão de conhecimento pode ser definida como o processo completo de descoberta,
aquisição, captura, criação, disseminação, utilização, filtragem, compartilhamento,
aprendizado, manutenção, reutilização e renovação de todo o conhecimento tácito e explícito
existente nas organizações. Gestão de conhecimento é essencial para habilitar na empresa o
aprendizado e a estruturação da memória organizacional. A abordagem de gestão de
conhecimento tem como objetivo permitir que o conhecimento individual de cada pessoa da
organização seja externalizado e estruturado de forma que esse capital intelectual torne-se
propriedade da organização e não apenas dos indivíduos [1], [2], [3]. A existência de um
ambiente de gestão de conhecimento pode trazer benefícios para a organização no que se
refere à melhoria da qualidade dos processos e como conseqüência um crescimento
incremental da organização.
2. Ambiente CORE-KM
Tomando gestão de conhecimento como um diferencial de qualidade nos processos de
organizações com diferentes tipos de negócio, tais como consultoria, assistência médica,
pesquisa e desesenvolvimento de software, estamos propondo CORE-KM (Configurable
Organizational Resources Enviroment with Knowledge Management) como parte do Projeto
Conhecer do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Universidade Federal do
Rio de Janeiro. CORE-KM é um meta ambiente para customização de ambientes
institucionais que utilizem gestão do conhecimento como apoio aos seus processos
organizacionais. Cada instância desse meta ambiente constitui um ambiente diferenciado
observando as características particulares de cada organização.
Em qualquer tipo de organização é possível aprender com a sua própria história a partir
das lições aprendidas. Aprender com os “erros” e acertos do passado tornando-se cada vez
mais competitivo no futuro. O meta Ambiente CORE-KM observa as características
organizacionais e a evolução do conhecimento para definir quais atividades devem apoiar os
processos das empresas. Isso deve-se ao fato dessa infra-estrutura envolver pessoas e
tecnologias.
A Figura 1, mostra a infra-estrutura do meta ambiente de gestão do conhecimento como
um ciclo evolutivo de atividades de gestão do conhecimento. No entanto as atividades podem
acontecer em paralelo e não necessariamente numa ordem pré-fixada ou seqüencial. A
preservação do conhecimento fica a cargo da Memória Organizacional da empresa. A
Identificação do Conhecimento consiste na capacidade do sistema em apoiar a identificação
dos objetivos da gestão do conhecimento e perfil da organização. A Aquisição do
Conhecimento consiste na captura sistemática do conhecimento interno e externo à
organização de uma forma estruturada e a conversão do conhecimento tácito em explícito. A
Construção do Conhecimento é a característica do ambiente que apóia às atividades de
pesquisa e desenvolvimento da organização usando processos organizacionais intensos em
conhecimento já identificados. A Disseminação do Conhecimento consiste na atividade de
divulgação do conhecimento certo, para a pessoa certa, na hora certa. Através da atividade de
Utilização do Conhecimento o ambiente é capaz de fornecer conhecimento relevante no
momento adequado de forma pró-ativa e de acordo com o perfil do usuário que está usando o
ambiente, respeitando a necessidade do usuário. A Valoração do Conhecimento é feita
através de métricas e outros mecanismos de avaliação visando identificar que conhecimento é
efetivo e está sendo utilizado e qual o valor para os negócios da organização. A característica
de Manutenção do Conhecimento permite a evolução da memória organizacional e o
descarte de conhecimento não relevante ao negócio da empresa. Cada uma dessas atividades
possui ferramentas específicas para a descoberta, filtragem, busca, distribuição e associação
do conhecimento, bem como para a conexão entre pessoas e conhecimento [3], [4], [5].
4. Considerações Finais
Gestão de conhecimento destaca não somente o como fazer, mas também quem sabe
fazer, o que sabemos fazer, quando fizemos e porque fizemos. Tudo isso sob o foco da
empresa [7], [8].
Destacamos algumas indagações sobre gestão de conhecimento: Gestão de conhecimento
pode, de fato, ajudar as organizações, ou é mais um modismo? Quais os problemas que
podem ser resolvidos através de gestão de conhecimento? Quais são os desafios? Quais os
fatores de sucesso? Como gestão de conhecimento pode nivelar todo o conhecimento
existente numa empresa?
Do ponto de vista técnico identificamos que a arquitetura de gestão de conhecimento deve
integrar-se às funcionalidades dos processos da empresa e fazer parte das atividades diárias de
seus empregados. Gestão de conhecimento é uma forma de direcionar organizações cuja
prioridade é a aprendizagem, a adquirir vantagem competitiva retendo seu capital intelectual.
No entanto pesquisas contínuas para o avanço do estado da arte e da prática são ainda
necessárias.
5. Referências
[1] Davenport T. e Prusak L., 1998. “ Working Knowledge – How Organizations Manage
what They Know”, Havard Business School Press, Boston, 1998.
[2] O’ Leary, D. E., 1998b, “Knowledge Management Systems: Converting and Connecting”,
IEEE Intelligent Systems , v. 13, n. 3 (May/Jun), pp. 30-33.
[3] Probst, G. et al. 2000, “Managing Knowledge – Building Blocks for Success”, John Wiley
& Sons, Ltda, New York, 2000.
[4] Abecker, A., Bernadi, A., Hinkelmann, K. et al., 1998, “Towards a Technology for
Organizational Memories”, IEEE Intelligent Systems , v. 13, n. 3 (May/June), pp. 40-48.
[7] Rus, I. et al., 2002, “ Knowledge Management in Software Engineering”, IEE Software,
May-June 2002, pp 26-38.
[6] ROMÊO J., M., 1998 “Medicina Baseada em Evidências versus Experiência Pessoal.
Como conviver pacificamente?” 1998, Revista Socerj.
[5] Snoek, B., 1999, “Knowledge Management and Organizational Learning Systematic
Development of an Experience base on Approaches and Technologies”. Diploma Thesis,
Fraunhofer/IESE, September 1999.
[8] Senge, P. M., 1990, “The Fifth Discipline: The Art and Practice of the Learning
Organization”, Currency Doubleday, New York, 1990.