Apontamentos | Vera Filipa Ribeiro Ferreira

Direito da atividade administrativa

Revisões de direito da organização administrativa:
O conceito de administração pública assenta em sentido material, sentido formal e sentido
subjetivo.

Administração Pública em sentido material  para Paula Fernandes o sinónimo de atividade

administrativa é a função administrativa. Aqui identifica-se todas as atuações possíveis da
administração, quais é que são efetivamente administração, reguladas pelo direito
administrativo. O Governo é o órgão máximo da administração e as atuações principais da
administração, são atuações políticas e legislativas e aquelas que aparecem a fazer uso do
direito privado.

Administração Pública em sentido formal  sinónimo de exercícios de poder administrativo

através de atos. Atos administrativos e regulamentos dotados de valor formal e força jurídica
especial. Formas pela qual a administração manifesta a sua vontade, essas são tipicamente
regulamentos administrativos, atos administrativos e contrato Administrativo. Regulamento
administrativo é o conjunto de normas gerais e abstratas, emanadas pela administração
pública, no uso de poderes jurídico-administrativos (art.º 135º CPA). Ato administrativo é uma
estatuição autoritária emanada por um órgão administrativo, relativa a uma situação
individual e/ou concreta que visa a produção de efeitos jurídicos positivos ou negativos (arts.º
148º CPA). Contrato administrativo é o acordo de vontades pelo qual é constituída, modificada
ou extinta uma relação jurídica administrativa. Semelhanças: o regulamento é geral e abstrato,
o ato é individual e concreto. Diferenças: o regulamento é geral porque não têm destinatários
determinados nem determináveis e é abstrato porque aplica-se sucessivamente tantas
quantas vezes em que se verifica o evento da vida real nele previsto. Já o ato administrativo é
individual pois tem um conjunto de destinatários determinados ou determináveis e é concreto
porque esgota todos os efeitos numa única aplicação.

Administração Pública em sentido orgânico  sinónimo de organização administrativa. Quem

está encarregue de prosseguir a administração pública são as pessoas coletivas públicas.

Regulamentos Administrativos
Conjunto de normas gerais e abstratas emanadas pela administração pública no uso de
poderes jurídico-administrativos.

A lei e os regulamentos têm semelhanças, respetivamente, quanto às características,

generalidade e abstração. No entanto, existem diferenças, tais como:

 A lei é emanada no âmbito do exercício do poder legislativo. Enquanto o regulamento

é emanado no âmbito do poder administrativo ou executivo.
 Os regulamentos são hierarquicamente inferiores à lei, no que diz respeito ao princípio
da legalidade.

Os regulamentos são:

 Internos  projetam os seus efeitos apenas no sei da administração pública. A este

tipo de regulamentos não se aplica o regime previsto nos arts.º 135º e ss do CPA,
desde logo essa norma prevê a necessidade da produção de efeitos externos.
 Externos  projetam os seus efeitos para fora da administração pública, podendo
conter direitos subjetivos ou interesses legalmente previstos dos particulares.
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o Regulamentos externos gerais  tendencionalmente, poderão aplicar-se só

aos particulares.
o Regulamentos externos especiais  destinam-se a regular as chamadas
“relações especiais de poder” que são aquelas em que o particular aparece
numa situação jurídica especial face a administração pública, em virtude de
um estatuto pessoal que o distingue de todos os demais (exemplos, presos,
universitários, etc).
Os regulamentos externos podem ainda revestir várias espécies:
o Regulamentos executivos  destinam-se a pormenorizar e a densificar a lei de
forma a torná-la aplicável na prática, assim sendo, não criam direito novo (não
criam, ampliam, diminuem ou extinguem os direitos e deveres consignados na
lei) e têm sempre de referenciar a lei que visam regulamentar (exemplo,
portarias).
o Regulamentos complementares  são aqueles que permitem a administração
completar leis.
o Regulamentos independentes  destinam-se a regular determinadas matérias
pela primeira vez, assim, são plenamente inovadoras e como tal, ao contrário
dos regulamentos executivos, não têm que referenciar qualquer lei que
visassem regulamentar, ainda assim este regulamento terá sempre que ser
orientado por uma lei geral habitante:
o Competência subjetiva: pretende-se saber quem pode emanar estes
regulamentos
o Competência objetiva: pretende-se saber sobre que matérias podem
incidir estes regulamentos
o Forma: a lei fixa a forma que devem revestir esses regulamentos

Regulamentos Independentes
Regulamentos independentes Regulamentos da
do Governo administração autónoma
 Competência Cabe ao Governo. Cabe às autarquias locais e às
subjetiva associações públicas que
fazem parte da administração
autónoma.
 Competência Aparece prevista no artigo É fixada em cada caso pela lei
objetiva 199º, alínea g) da CRP. que estabelece as atribuições
das entidades que emana o
regulamento.
 Forma Revestem a forma de decretos Varia consoante a entidade
regulamentares (art.º 112º, que emana o regulamento.
nº6 CRP) carecem sempre de Seguem um procedimento
publicação no diário da próprio, artigo 136º e ss CPA.
república.
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