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Ao corresponder à previsão de
uma norma, é integrado com a
norma e dá lugar à consequência
jurídica
FACTO JURÍDICO LATU SENSU – É todo o ato humano ou acontecimento natural juridicamente
relevante, ou seja, produtor de efeitos jurídicos
1. NEGÓCIOS JURÍDICOS – São factos voluntários aos quais o direito atribui efeitos
jurídicos concordantes com o conteúdo das declarações de vontade do(s) seu(s)
autor(es). São atos de autonomia privada que põem em vigor uma regulação
jurídica vinculante para os seus autores, com o conteúdo que estes lhe quiserem
dar, dentro dos limites jurídicos da autonomia privada.
2. SIMPLES ATOS JURÍDICOS – São factos voluntários cujos efeitos se produzem ainda
que, estes não tenham sido antecipados pelo(s) seu(s) autor(es).
a) Quase-Negócio: Declarações de vontade que produzem efeitos
independentemente de o seu autor anteciparem os respetivos efeitos.
b) Atos Materiais: Realização de um resultado factual ao qual o dirreito
associa efeitos jurídicos.
- NA MAIOR PARTE DOS CASOS OS CONTRATOS TÊM APENAS 2 PARTES (EX: COMPRA E VENDA, UMA
PARTE COMPRA E OUTRA VENDE)
- IMPLICAM UMA DECLARAÇÃO NEGOCIAL POR CADA UMA DAS SUAS PARTES
- UMA PARTE PODE SER CONSTITUÍDA POR 1 OU MAIS PESSOAS QUE, NO NEGÓCIO TENHAM UMA
LIMITAÇÃO COMUM OU PROSSIGAM UM INTERESSE COMUM à UMA PARTE DETERMINA-SE NÃO PELO
Nº DE PESSOAS MAS PELA UNIDADE DE INTERESSE PROSSEGUIDO NO NEGÓCIO E PELA VALIDADE DA
LEGITIMIDADE NO AGIR NEGOCIAL (EX: COMPRA E VENDA PODEM INTERVIR UMA OU MAIS PESSOAS,
TANTO NA PARTE COMPRADORA COMO NA VENDEDORA E O NEGÓCIO NÃO DEIXA DE TER APENAS 2
PARTES)
- EXEMPLOS DE NEGÓCIOS UNILATERAIS – 457º A 463º / 262º A 269º (PRESTAÇÃO) / 2179º A 2317º
(TESTAMENTO)
- OS SEUS EFEITOS JURÍDICOS SÃO DESENCADEADOS POR MORTE DA PESSOA A QUE SE REFEREM
NEGÓCIOS CONSENSUAIS
NEGÓCIOS FORMAIS
- NÃO PODEM MANIFESTAR A VONTADE DE UMA FORMA QUALQUER, TEM DE SER MANIFESTADA PELA
FORMA QUE A LEI ESTABELECE (875º)
- SE A FORMA EXIGIDA NÃO FOR CUMPRIDA, O NEGÓCIO NÃO VALE (220º) à PRINCÍPIO DA NULIDADE
NEGÓCIOS CONSENSUAIS
- ART 408ºNº2
- SUPONHAM QUE HÁ UM CONTRATO ENTRE A E B PELO QUAL O A IRÁ EMPRESTARÁ UM IMÓVEL QUE
LHE PERTENCE AO B. à CONTRATO DE COMODATO (É REAL QUANTO À CONSTITUIÇÃO – SÓ ESTÁ
CONCLUÍDO QUANDO A ENTREGA FOR FEITA)
ANTES DA ENTREGA SER FEITA PELO A, A FAZ CONTRATO DE COMODATO COM C E A ENTREGA É FEITA A
ESTE. QUEM TEM O DIREITO DE UTILIZAÇÃO? É O C, PORQUE SÓ O CONTRATO DE COMODATO COM C É
QUE ESTÁ ACABADO.
NEGÓCIOS PESSOAIS
- AQUELES PELOS QUAIS SÃO INSTITUÍDOS OU MODIFICADOS ESTADOS PESSOAIS DAS PARTES (EX:
CASAMENTO).
- HEMISFÉRIO PESSOAL
NEGÓCIOS PATRIMONIAIS
- AQUELES PELOS QUAIS AS PARTES REGEM SOBRE BENS DA SUA ESFERA JURÍDICA PATRIMONIAL, ISTO É
SOBRE BENS EM DINHEIRO (EX: COMPRA E VENDA).
- HEMISFÉRIO PATRIMONIAL
- Exemplo: Compra e Venda – Há obrigações para ambas as parte, sendo que o vendedor
tem a obrigação da entrega da coisa vendida e o comprador tem a obrigação de efetuar o
pagamento. As obrigações são recíprocas e interdependentes pois não faria sentido que o
vendedor estivesse obrigado a entregar enquanto o comprador não pagasse e vice-versa.
à SALVO PRAZOS DIFERENTES
-Na doação, só existe a obrigação do doador efetuar a entrega da coisa, ao passo que o
donatário não tem qualquer obrigação.
- Exemplo: Doação com Encargos – É contrato de doação na mesma, mas por via do que
foi clausulado no contrato, o donatário fica obrigada a efetuar certa prestação
Se as obrigações são interdependentes no sentido em que uma não faz sentido sem a
outra, daí decorre que enquanto uma parte não cumpre, a outra não tem que cumprir. Para
por em termos mais práticos, enquanto o vendedor não entregar, o comprador não tem
que pagar, enquanto o comprador não pagar o vendedor não tem que pagar, salvo o caso
em que, as partes estabeleçam cláusulas diferentes à exceção do não cumprimento
(428ºcc)
- O QUE IMPORTA SABER É SE O CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES ACARRETA PERDAS PATRIMONIAIS PARA
AMBAS AS PARTES OU NÃO à EXEMPLO: COMPRA E VENDA É NEGÓCIO ONEROSO PURO – PARA O
VENDEDOR IMPLICA A PERDA DA COISA E PARA O COMPRADOR IMPLICA A PERDA DO PREÇO PAGO
àSUBDISTINGUEM-SE EM:
NEGÓCIOS GRATUITOS
Existem negócios que estão mais perto d ser onerosos e outros que estão mais perto de ser gratuitos.
Exemplo: Se se faz uma venda a 1eu é um negócio de compra e venda mas pelo valor, aproxima-se
mais da doação e todo o modo de encargo posto sobre o comprador é reduzido, portanto, embora
não seja um negócio gratuito puro, está muito perto de o ser.
Critério de distinção: Perante a invalidação de um negócio gratuito, terceiros não são protegidos à Se
um terceiro adquirir um direito que deriva de negócio gratuito, este não tem proteção / Se um terceiro
adquirir direitos emergentes de um negócio oneroso, pode ter proteção (291º)
NEGÓCIOS DE ADMINISTRAÇÃO
NEGÓCIOS DE DISPOSIÇÃO
NEGÓCIOS CAUSAIS
NEGÓCIOS ABSTRATOS
3. Formação do Negócio
1. VONTADE
o Elemento Interno – só vale se for manifestada, só a partir do momento em
que é manifestada para o exterior é que passa a valer ( declaração )
o Elemento preponderante
2. DECLARAÇÃO
o Elemento Externo – manifestação da vontade – para se fazer valer e ter
efeitos, é necessário que chegue ao conhecimento de alguém
o A declaração pode ser recetícia ou não recetícia
Aquelas em que não é necessário que
chegue ao conhecimento para que os
efeitos se reproduzam
Aquelas cujos efeitos jurídicos somente se produzem
quando chegam ao conhecimento de outra pessoa, Exemplo: testamento
enquanto não chegar não têm efeitos
o MODALIDADES DA DECLARAÇÃO
aquela que se supõe de um comportamento
ativo, a pessoa pratica atos que manifestam a
POR OMISSÃO POR AÇÃO
sua vontade, não têm que ser atos diretamente
dirigidos à manifestação de vontade, têm
apenas de ser atos
quando não existe uma atuação, quando a
pessoa omite um comportamento do qual se
possa deduzir uma vontade
SILÊNCIO
- Apenas tem efeito, podendo valer como declaração, quando haja lei, quando haja uso,
quando haja acordo anterior. à 218ºcc ß CASOS MUITO LIMITADOS
PRESUNÇÕES
- São uma certa conduta que não tem um significado certo e unido, pode significar algo
mas não tem que ser esse significado. Para podermos afirmar que aquele comportamento
vale de alguma maneira, temos que presumir que aquele é o significado
- 348ºcc – As presunções consistem numa ilação, numa dedução que se tira de um facto
provado de modo a afirmar um facto que não se conhecem; a dedução que se tira dos
factos é que é a presunção.
- Presumir = tirar uma conjetura num certo sentido que pode ou não estar a
confirmar/corresponder a realidade.
o Legais – são tiradas pela própria lei, ou seja, aquelas em que a lei estabelece
que provado determinado facto tira-se daí uma determinada
ilação/dedução. A PRÓPRIA LEI ESTABELECE ESSA ILAÇÃO.
Exemplo: Estando registada a compra e venda de imóvel a favor do
comprador (facto conhecido) presume-se que o comprador é o proprietário
– não se sabe se será mesmo o proprietário, não se sabe se a compra e
venda é válida – normalmente quem compra é proprietário, com base nessa
normalidade pode-se afirmar que quando alguém regista uma aquisição
que desse registo é possível deduzir que, em princípio, a pessoa será
proprietário. à 7º Código Predial
ü Ilidíveis – Iuris Tantum – aquelas que cedem, que são eliminadas,
que são afastadas, perante prova do contrário (perante prova de
que as coisas não se passaram da maneira que foram presumidas)
ü Inilidíveis – Iuris et de Iure – aquelas que não admitem a prova de
contrário, ainda que possível fazê-lo; mesmo que se consiga provar
que as coisas não são tal qual foram presumidas, ainda assim a
presunção prevalece (no fundo deixa de ser presunção)
o Judiciais – são aquelas que são tiradas pelo julgador, normalmente é o
Tribunal. Assenta puramente em regras de normalidade e é tirada por quem
aprecia
Exemplo: Provou-se que uma certa pessoa entrou em sua casa por volta
das 20:00 e provou-se que saiu no dia seguinte às 8:00. Não é garantido
1. Proposta
- Oferta de contrato
- É necessário que esta respeite determinados parâmetros:
TEM QUE SER COMPLETA – bastando que, do outro lado, um “sim” baste para
fazer o contrato surgir. Um “sim, mas…” é o suficiente para já não poder ter
proposta.
TEM QUE SER FIRME – relevando uma vontade inequívoca de contratar.
TEM QUE SER FORMALMENTE SUFICIENTE – se a lei exigir uma forma específica
para o contrato, a proposta deve observar essa forma; se a lei não exigir
determinada forma para aquele contrato, a proposta não tem que revestir forma
qualquer.
- A proposta tem que ser comunicada à outra parte, ao destinatário da proposta,
enquanto não for comunicada ou conhecida, não tem efeitos à 224ºnº1 cc
- É uma declaração recetícia pois tem um destinatário.
- EFEITOS (assim que a declaração for proposta e chegar ao destinatário, este fica
com o direito de aceitar ou rejeitar a proposta podendo assim, fechar o contrato)
ü Direito Potestativo de Aceitar – dentro do prazo, formando o contrato, isto
depende completamente do destinatário da proposta; deixar passar o
2. Aceitação
- Declaração de vontade recipienda que tem como conteúdo a concordância para
a eficácia e vigência do contrato proposto, de acordo com os seguintes
parâmetros:
TEM QUE SER PURA E SIMPLES – não pode conter condições, se contém não vale
como aceitação
TEM QUE REVELAR UMA VONTADE INQUIVOCA DE CONTRATAR
TEM QUE SER FORMALMENTE SUFICIENTE – tem que observar a forma que a lei
eventualmente exigir para o futuro contrato
HIPÓTESE
EM RIGOR, ATÉ AO DIA DA FORMALIZAÇÃO DA ESCRITURA, QUALQUER UM DELES PODE VOLTAR ATRÁS.
NESTA FASE, FALTANDO APENAS A ASSINATURA DO DOCUMENTO QUE FORMULA, VOLTAR ATRÁS SERÁ
CONTRÁRIO À BOA-FÉ, É DESONESTO E ISSO PODE GERAR RESPONSABILIDADE POR DANOS CAUSADOS
(227ºCC- RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL- CULPA IN CONTRAHENDO).
Culpa na contratação
NEGÓCIOS UNILATERAIS à Têm uma única parte (não esquecer que uma parte pode ser
constituída por mais do que uma pessoa) – MUITO EXCECIONAL, SÓ OCORRE QUANDO
A LEI PERMITIR art457ºCC
NOTA à Os contratos nascem pela prática social, só depois é que a lei é que intervem
Estar previsto na lei supõe que há regras legais para aquela situação
previsão legal). Como pode estar também nessa condição em virtude de resultar da
conjugação//da fusão//da mistura de elementos contratuais que considerados
separadamente pertencem a contratos típicos, a esta fusão denomina-se CONTRATO
MISTO.
a) COMBINADOS
- Quando contém elementos que, isoladamente formam e integram tipos
legalmente previstos, mas sem que se possa dizer que algum desses elementos é
predominantes.
- Exemplo: contrato de hospedagem à sendo um contrato misto que não está
legalmente previsto, o nome é variável, trata-se então de um contrato através do
qual é feita a ligação de quem explora um hotel ao respetivo cliente. Os hóspedes
estão contratualmente ligados às pessoas que fazem a respetiva exploração.
Este contrato tem elementos do contrato de arrendamento, mas o hotel obriga-se
a prestar serviços (limpeza de quartos, alimentação, etc.), cada um destes
elementos fazem parte de um contrato legalmente previsto, mas está tudo
combinado de uma forma que contém apenas um contrato.
b) TIPO DUPLO
- Exemplo: O porteiro presta um serviço, o próprio em vez de ser remunerado
pelo seu trabalho com salário, em contrapartida é remunerado mediante a
cedência de um local dentro do edifício que está destinado à sua habitação.
Assim sendo, do lado do porteiro há prestação de serviços, do lado dos
condomínios há um contrato de locação da modalidade de arrendamento. ESTÁ
TUDO CONJUGADO NUM MESMO CONTRATO DAÍ QUE A SUA PREVISÃO NÃO
CONSTA NA LEI. à princípio da liberdade contratual (art405º)
c) MISTO STRICTU SENSU
- Exemplo: Aquele que tipicamente responde a um modelo legal, mas é alterado
nas suas cláusulas de modo a cumprir uma função que não é própria desse
contrato.
àTEORIA DA ABSORÇÃO
àTEORIA DA COMBINAÇÃO
àTEORIA DA ANALOGIA
Os contratos estão contidos no mesmo documento mas não interferem um com o outro.
1. EXTERNA
- NAQUELES CASOS EM QUE A UNIÃO RESULTA DE FATORES INTEIRAMENTE FORTUITOS OU
CASUAIS E, QUE POR ISSO A UNIÃO É PURAMENTE CIRCUNSTANCIAL
2. INTERNA
-EXEMPLO: 3 CONTRATOS JUNTOS à ALGUÉM COMPRA UM APARTAMENTO, MEDIANTE
EMPRÉSTIMO BANCÁRIO E OFERECENDO UMA HIPOTECA EM GARANTIA. EXISTEM 3
CONTRATOS, SENDO ESTES O DE EMPRÉSTIMO, O DE COMPRA E VENDA E O CONTRATO DE
HIPOTECA, ESTES SÃO INDEPENDENTES E HÁ UM CONTRATO QUE É PREDOMINANTE - O DE
COMPRA E VENDA - E SEM ESTE OS OUTROS NÃO FAZEM SENTIDO. O QUE SUCEDE É QUE A
COMPRA E VENDA IRÁ REPARTIR-SE SOBRE OS OUTROS PORQUE ESTÃO UNIDOS.
3. ALTERNATIVA
- DÁ-SE QUANDO SE CELEBRAM 2 OU MAIS CONTRATOS AO MESMO TEMPO, MAS APENAS 1
DELES TERÁ EFEITOS, SERÁ EFICAZ EM FUNÇÃO DE UM CERTO ACONTECIMENTO.
- EXEMPLO: A ESTÁ EM VIA DE SER COLOCADO COM PROFESSOR EM BRAGANÇA. SE A
COLOCAÇÃO FOR DEFINITIVA ESTÁ INTERESSADO EM COMPRAR UMA CASA, SE FOR PROVISÓRIA
ESTÁ INTERESSADO EM ARRENDÁ-LA. FAZ 2 CONTRATOS AO MESMO TEMPO: COMPRA E
VENDA E ARRENDAMENTO, MAS SÓ UM DELES TERÁ EFEITOS DEPENDENDO DO RESULTADO DE
COLOCAÇÃO SER PROVISÓRIA OU DEFINITIVA.
5. Interpretação do Negócio
1. INTERPRETAÇÃO (236º) à 1º passo do negócio
- IDENTIFICAÇÃO DO SIGNIFICADO A ATRIBUIR ÀQUILO QUE AS PARTES DECLARARAM àSe aquilo que
foi contratado deve ser levado inteiramente à letra ou se deve ter outro significado
- Exemplo 1: Num contrato de empreitada, para construção de uma casa ficou estabelecido
que os consumos de água e de electricidade sejam feitos pelo empreiteiro, ficam a cargo
do dono da obra devendo pagá-los.
Para ter água e eletricidade, é preciso que haja contadores dos mesmos e a instalação
destes tem custos. Põe-se a questão de quem é que os paga sendo que, a cláusula
contratual diz que os CONSUMOS ficam a encargo do dono da obra, mas é mais natural
que a instalação dos contadores fique às custas do dono da obra. à Isto tem que ser
justificado.
- Exemplo 2: A pôs um anúncio no jornal a dizer que vendia 500 ratos e B aceitou comprar
os ratos, no entanto A tinha 500 ratos de laboratório e B pensava que eram ratos de
computador. Há contrato ou não? O que prevalece? O entendimento dado por quem
vendia ou o entendimento por que foi feito por quem comprou? à Em princípio vale o
significado objetivo – o significado que uma pessoa de normal diligência teria dado
(Homem Médio) ß Neste caso, quando se diz apenas rato, sem ter contextualidade pode
ter mais do que um entendimento.
- REGRAS DA INTERPRETAÇÃO
EXEMPLO -A DECLARA QUE VENDE POR 50 DÓLARES, PENSANDO EM DÓLARES CANADIANOS, O SENTIDO
OBJETIVO DO TERMO DÓLARES É REFERENTE A DÓLARES AMERICANOS. SE NÃO ACRESCENTA NADA
REFERENTE AOS DÓLARES SEREM CANADIANOS, ENTENDE-SE QUE OS DÓLARES SÃO AMERICANOS. O
SENTIDO OBJETIVO NÃO VALE COM O SENTIDO DO DECLARANTE, NO ENTANTO SE A OUTRA PARTE SABE
QUE O VENDEDOR QUER DIZER DÓLARES CANADIANOS, SABE QUE ESSE É O SIGNIFICADO FIXADO, NÃO
IMPORTANDO QUE A EXPRESSÃO TENHA UM SIGNIFICADO OBJETIVO. VALE DE ACORDO COM O QUE O
DECLARANTE QUER. à SIGNIFICA QUE QUANDO SE PÕE UM PROBLEMA DE INTERPRETAÇÃO, COMEÇA-SE
PELO Nº2 236º ( O DECLARATÓRIO CONHECE A VONTADE REAL DO DECLARANTE OU NÃO? – SE SIM, FICA
LOGO ARRUMANDO/ SE NÃO, PASSA-SE PARA O Nº1 236º, SENTIDO OBJETIVO DA DECLARAÇÃO)
3. INTEGRAÇÃO
• VONTADE CONJETURAL
àVONTADE QUE A PESSOA TERIA TIDO SE SOUBESSE DE ALGO QUE NAQUELE INSTANTE NÃO
SABIA
àVONTADE REFERIDA AO PASSADO, MAS UMA VONTADE CONDICIONAL
àEM FUNÇÃO DOS FACTOS DAQUILO QUE FOI CONTRATADO, SE AS PARTES TIVESSEM (EX:
PREVISTO O MODO DE PAGAMENTO) COMO É QUE TERIAM ESTIPULADO TAL PAGAMENTO?
àNÃO É VONTADE REAL, É UMA VONTADE PRESUMIDA
àÉ CONTRÁRIA AOS FACTOS
• REGRAS DE BOA-FÉ (OBJETIVA)
àA VONTADE CONJETURAL SERÁ SUBSTITUÍDA, NA INTEGRAÇÃO PELO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ
(239º) SEMPRE QUE: 1- SEJA IMPOSSÍVEL OBTER UMA SOLUÇÃO DE INTEGRAÇÃO ATRAVÉS DA
VONTADE CONJETURAL; 2- SEJA POSSÍVEL CONJETURAR MAS ESTA É CONTRÁRIA À BOA-FÉ.
6. Conteúdo do Negócio
- Regra: As partes podem clausular aquilo que entenderem dado que existe liberdade
contratual (405º)
- Limites: São limites gerais, também existem limites que variam de contrato para
contrato. Estes aplicam-se a todos os contratos, têm conteúdo indeterminado. (280º)
1. CONDIÇÃO E TERMO
Existem cláusulas típicas que se podem incluir no contrato, que são tão comuns que a
própria lei lhes deu tratamento. Estas cláusulas tratam-se da condição e do termo.
São cláusulas muito próprias uma da outra, são de realidades diferentes mas muito
próximas.
àAs cláusulas que não são dotadas de eficácia automática, ou seja, a condição e o
termo têm de interferir automaticamente nos efeitos do negócio = quando
verificados façam com quem os efeitos pendentes se produzam automaticamente ou
cessem automaticamente.
- Exemplo: Se num contrato sinalagmático uma das partes não cumpre, a outra tem
direito de resolver o contrato (801ºnº2). O direito de resolver o contrato não é muito
distinto de uma condição resolutiva, acontece que não com o direito de resolver não
basta que ocorra o não cumprimento de uma das partes para que o contrato cesse os
seus efeitos, é necessário que o credor queira resolver o contrato. Se se tratasse de
uma condição a cessação/resolução do contrato seria automática mal se verifica-se o
não cumprimento, não necessitando de uma declaração de vontade.
àCondições ilícitas (271º) – Ex: Venda do terreno com cláusula para apenas feiras -
são inadmissíveis.
*SE ASSIM NÃO FOR, ESTAMOS PERANTE CONDIÇÃO IMPRÓPRIA OU TERMO IMPRÓPRIO
Relativamente à verificação da condição/termo, esta interfere com os efeitos enquanto se está à espera da
verificação.
Estando o negócio em pendência, isto é, entre a data que é celebrado o negócio e que verificação se verifica. É
período transitório e instável. A parte que está em espera é titular de uma expetativa jurídica (expetativa com
tutela).
Aquando este período, as partes devem atuar segundo a boa-fé (272º), a parte titular de expetativa pode praticar
atos conservatórios tendo em vista proteger a sua aquisição (273º) e pode também praticar atos de disposição –
vender, doar, etc.. – apesar do objeto em rigor não lhe pertencer (274º)
àQuando a condição não se verifica, mas há certeza de que não se irá verificar = contrato fica sem efeito (275º)
Se a condição é
Se a condição é suspensiva e não se verifica ou
resolutiva e não se
verifica ou há certeza da certeza da não verificação, tudo se passa como se o
não verificação, tudo se negócio nunca tivesse sido celebrado
não houvesse condição ,
como se nunca tivesse
sido celebrada qualquer Se a condição é resolutiva e se verifica,
condição. Negócio
destroem-se os efeitos (resolvem-se)
mantém os seus efeitos
Exemplo: A vende imóvel ,sobre condição do pagamento do preço a B que será proprietário
quando o preço estiver pago. B vende a C, sendo válido fazê-lo, pois B vende o imóvel como
expetativa de aquisição (como coisa futura). à A venda em si é válida mas não é eficaz. C torna-se
também titular de expetativa, esta expetativa desaparece quando a condição entre A e B se
verificar que, consequentemente torna a venda a C eficaz.
àVerificação da Condição
- Se a condição for resolutiva: faz com que os efeitos cessem, não só para o futuro
mas também para o passado
- EXCEÇÕES À RETROATIVIDADE
7. Faltas de Vontade
- Aquelas hipóteses em que o declarante, não manifesta qualquer vontade (de
todo) OU manifestou uma vontade que juridicamente é irrelevante.
- A vontade não existe, não é juridicamente atendida
- 245º + 246º
a. Coação Física
-Em geral, quando uma pessoa (o coator) utiliza outra pessoa como
instrumento da sua vontade. O coagido em rigor não é uma pessoa mas
sim um objeto.
-Exemplo: Se A empurra B contra uma montra e, devido a isso o B destrói a
montra, em rigor o B é o objeto, e não pode ser responsabilizado pelos
danos. ( B = coagido / A = Coator )
-Exemplo: Alguém pega no braço de alguém para assinar uma escritura
- Aqui o que importa é que o coagido esteja a ser utilizado como um objeto.
Não importa se seja através de força física.
- O coagido não tem de todo uma vontade.
- A coação física implica que, não exista negócio jurídico. Isto diferencia-se
da invalidade do negócio, porque mesmo que esteja anulado ou seja nulo,
o negócio existe juridicamente. Um negócio inexistente não é sequer
considerado.
b. Falta de Consciência da Declaração
- A pessoa tem vontade e atua nesse sentido, mas a vontade que a pessoa
declara é juridicamente irrelevante porque a pessoa não tem noção daquilo
que está a declarar e do seu sentido jurídico.
-Exemplo: Num leilão hasta pública, está convencionado que quando uma
pessoa levanta o braço, isso significa que aceita. Na hipótese que se
apresentou em tribunal a pessoa de facto levantou o braço mas para dizer
olá a um conhecido. Quem estava a dirigir o leilão entendeu aquilo como
aceitação, só depois é que se percebe que há um erro.
Provando-se que a pessoa não tinha intenção de comprar (muito difícil de
provar), entende-se que não há negócio porque não está acabado, falta
uma declaração. Há declaração mas com falta de consciência que aquilo
vale como declaração. Em rigor não há negócio.
Conclusão à art246º, aplica-se a regra da inexistência do negócio
- É preciso saber se a falta de consciência é imputável a falta de cuidado ou
não. Uma coisa é a pessoa não ter consciência de que o gesto que pratica
tem significado, outra coisa é fazer isto mas por falta de cuidado (culpa – se
assim for responde pelos danos)
c. Declaração Não Séria
8. Vícios da Vontade
- São aquelas situações em que existe uma vontade, essa vontade é juridicamente
relevante mas na sua formação ocorreram defeitos que impedem que a vontade
esteja perfeitamente formada
- A vontade existe mas tem deficiências
- Em rigor, a vontade existe só que na respetiva formação, designadamente na
motivação alguma deficiência ocorreu e impede que se possa entender que a
vontade é juridicamente atendida
- Trata-se de situações em que existe uma vontade que foi declarada, mas essa
vontade não teria sido declarada como foi se não houvesse erro ou medo. Para
descobrir se há um vício de vontade é preciso comparar a vontade que realmente
existiu (a declarada) com a vontade que se presume que a pessoa teria tido se não
houvesse erro ou medo.
-Exemplo: A comprou um terreno, julgando que servia para construção quando de
facto não servia e, descobre isso depois. Ele declarou comprar, não foi coagido. A
questão que se coloca é que se A soubesse que o terreno que declarou comprar
não servia, no final de contas, o teria comprado? à 251º erro – erro vício – erro na
formação da vontade
- Podem ser de 2 espécies:
a) ERRO
- DESCONHECIMENTO DA REALIDADE OU MÁ REPRESENTAÇÃO DA MESMA
- A PESSOA QUE ESTÁ EM ERRO TERÁ O DIREITO DE ANULAR O NEGÓCIO COM
FUNDAMENTO EM ERRO, E ESTE DIREITO É CONCEDIDO EM FUNÇÃO DA ESPÉCIE DE ERRO
- O DOLO PODE SER LÍCITO OU ILÍCITO, SÓ TEM RELEVÂNCIA O DOLO ILÍCITO E ISTO
SUCEDE QUANDO:
àO DECLARATÓRIO OU 3º TÊM INTENÇÃO DE ENGANAR O DECLARANTE, DE
CRIAR ERRO NA MOTIVAÇÃO DO DECLARANTE
àA INTENÇÃO DE ENGANAR PODE SER CRIADA ENGANANDO UM ARTÍFICE
QUALQUER QUE NÃO CORRESPONDE À REALIDADE OU PODE CONSISTIR NA
DISSIMULAÇÃO DE ERRO DO DECLARANTE.
- O DOLO PODE SER ATIVO, QUANDO A INTENÇÃO DE ENGANAR SE MANIFESTA
CRIANDO UMA APARÊNCIA QUE NÃO CORRESPONDE À REALIDADE (EX: AQUELE QUE
FALSIFICA UM QUADRO E VENDE COMO SE FOSSE ORIGINAL); ESTE É CENSURÁVEL
SÓ POR SI, É SUFICIENTE PARA QUE O NEGÓCIO POSSA SER ANULÁVEL.
- O DOLO PODE SER OMISSIVO, CONSISTE EM NÃO ESCLARECER O DECLARANTE
DEIXANDO QUE ESTE OCORRA EM ERRO OU PERMANEÇA EM ERRO, O QUE ESTÁ EM
CAUSA É A FALTA DE INFORMAÇÃO; ESTAMOS PERANTE UMA SITUAÇÃO EM QUE O
DECLARATÓRIO OU 3º NÃO DERAM INFORMAÇÃO, PARA QUE ESTA FALTA DE
INFORMAÇÃO SEJA DOLOSA SUPÕE-SE QUE EXISTA O DEVER DE ESCLARECER. (EM
DIREITO, EM PRINCÍPIO, A OMISSÃO NÃO É ILÍCITA). O DOLO OMISSIVO SÓ PERMITE
A ANULAÇÃO QUANDO SE CONSIGA PROVAR QUE EXISTIA UM DEVER DE
ESCLARECER E QUE ESSE DEVER NÃO FOI CUMPRIDO. à POR EXISTIR DOLO, NÃO É
CAUSA SUFICIENTE PARA SE JUSTIFICAR A ANULAÇÃO NO NEGÓCIO, PARA TER
RELEVÂNCIA, DO PONTO DE VISTA NEGOCIAL, O DOLO TEM DE PROVOCAR O ERRO.
(O DOLO TEM DE PROVOCAR O ERRO – O ERRO TEM DE SER A CAUSA DO NEGÓCIO,
DESTE MODO O DOLO É CAUSA DE ANULAÇÃO (254º)
- DE ACORDO COM O Nº2ART253º, SÓ HÁ DEVER DE ESCLARECER EM 3 HIPÓTESES,
SENDO ESTAS:
1) QUANDO A LEI IMPONHA ESSE DEVER DE ESCLARECIMENTO;
2) QUANDO ESSE DEVER RESULTA DE NEGÓCIO JURÍDICO;
3) QUANDO RESULTE DOS PRÁTICOS USUAIS DO COMÉRCIO JURÍDICO
(REMETE PARA BOA-FÉ DO 227º)
- O DEVER DE INFORMAÇÃO DE 3º NÃO FUNCIONA COM O 227º, MESMO QUE SE
PROVE O DOLO ISSO NÃO É MOTIVO DE ANULAÇÃO, É PRECISO PROVAR AINDA QUE
O DECLARATÓRIO SABIA OU TINHA QUE SABER QUE O 3º UTILIZA O DOLO. O
DECLARANTE PODE PEDIR RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS CAUSADOS, MAS O
CONTRATO MANTÉM-SE.
b) MEDO
- FALTA OU DIMINUIÇÃO DA LIBERDADE DE MOTIVAÇÃO POR CAUSA DE COAÇÃO
MORAL OU SITUAÇÃO DE NECESSIDADE
- É NO SENTIDO DE AMEAÇA QUE SE RECEIA QUE SE POSSA CONCRETIZAR
- NÃO REVELA MEDO PSICOLÓGICO, O MEDO PODE SURGIR POR DIVERSAS RAZÕES
(RAZÕES IMPUTÁVEIS AO PRÓPRIO / À NATUREZA / A OUTRA PESSOA), SÓ NA HIPÓTESE
DE MEDO IMPUTÁVEL A OUTRA PESSOA É QUE É MEDO PARA ESTE EFEITO.
9. Vícios da Declaração
- São situações em que a vontade está formada, existe, mas na sua manifestação
existe uma deficiência qualquer.
- Tem 2 tipos, sendo estes:
o Intencionais (logo enganosas)àQuando alguém declara o que
realmente não quer com intenção de aparentar uma vontade que
realmente não tem
1. SIMULAÇÃO (240º):
v Divergência entre a vontade e a declaração intencional e
bilateral – supõe um acordo entre o declarante e o
declaratório, no sentido de ambos declararem aquilo que
realmente não querem) – com o objetivo de enganar 3ºs –
no sentido de criar uma aparência que não corresponde à
realidade)
v Exemplo: C é credor de A por 100.000e. A não cumpre. A
para tentar evitar que lhe penhorem os bens valiosos (ex:
imóvel) vende este imóvel a B (um amigo). O B declara que
paga os 100.000e (+/-) mas nenhum nem outro querem
aquilo. Querem fazer a compra e venda simuladamente. Só
o A e o B é que sabem disso, A só quer pôr o bem no nome
de outra pessoa para não lhe penhorarem o bem.
• Absoluta – Quando os simuladores apenas pretendem o
negócio simulado; Não pretendem outros efeitos (exemplo
acima)
Quando assim seja e se não se prova a simulação, o negócio
simulado persiste. Se se prova a simulação, o que acontece é
que o negócio é NULO, mais nada para além disso.
• Relativa – Quando os simuladores querem o negócio simulado,
mas sobretudo o negócio dissimulado (o negócio escondido)
Provando-se que houve simulação, prova-se que as partes
declararam algo que não queriam é igual, o negócio simulado é
NULO.
Problema à Saber se o negócio dissimulado vale ou não vale?
- Para se manter é necessário, que seja válido (241º),
- O negócio dissimulado deve ser apreciado como se não
houvesse simulação (deve determinar-se se cumpriu as
respetivas regras de validade ou não)
-Provando que existe simulação, o facto de o negócio
simulado ser NULO não implica que o dissimulado também seja.
Isto não quer dizer que seja válido, mas não se exclui essa
possibilidade.
NOTA: diferença entre simulação fraudulenta e inocente à Fraudulenta = quando os simuladores têm o propósito de
prejudicar 3ºs, causar danos / Inocente = apenas cria a aparência de algo que não corresponde à realidade sem que haja o
intuito de prejudicar.
De modo geral, é irrelevante ser fraudulenta ou inocente, apenas tem relevância no n2 do art 242º ( simulação mesmo sendo
fraudulenta pode ser invocada pelos simuladores)
- Se não sabe, a declaração não prejudica a validade. à Se se consegue provar que o declarante estava sob reserva
quando comprou isso não tem significado nenhum.
- Se sabe, o art 244º diz que nessa hipótese se aplica as regras de simulação ( o negócio é nulo ).
- Pode dar-se o caso de ambas as partes estarem sob reserva (Exemplo: O que diz que quer o automóvel realmente
não quer comprar e o que diz que quer vender realmente não quer) à Não há simulação porque não há um acordo
no sentido de isto ter este aspeto. Conseguindo-se provar, é inválido, nulo porque nenhum dos dois merece
proteção.
-A vontade pode manifestar-se pela forma que for: escrita, oralmente, linguagem
gestual
ü LEGAL
- SUCEDE QUANDO A PRÓPRIA LEI IMPÕE A OBSERVÂNCIA DE UMA CERTA FORMA PARA A
MANIFESTAÇÃO DA VONTADE;
- PODE SER:
à AD SUBSTANTIAM: AQUELA QUE A LEI EXIGE PARA DAR VALIDADE DO NEGÓCIO. É
SUBSTANCIAL, NO SENTIDO QUE SEM ELA O NEGÓCIO NÃO VALE.
àAD PROBATIONEM: AQUELA QUE É EXIGIDA APENAS PARA FAZER PROVA DE
DECLARAÇÃO.
- QUANDO A LEI EXIGE UMA CERTA FORMA, PARTE-SE DO PRINCÍPIO DE QUE É EXIGIDA AD
SUBSTANTIAM, PORQUE A FORMA SÓ É AD PROBATIONEM QUANDO ISSO RESULTAR
INTEIRAMENTE DA LEI (364º) à SE A LEI EXIGE UMA CERTA FORMA SÓ SERÁ MERAMENTE
PARA PROVA O QUE RESULTAR CLARAMENTE DA LEI.
ü CONVENCIONAL
- AQUELA QUE DEVE SER OBSERVADA PORQUE AS PARTES ANTERIORMENTE ESTABELECERAM
A NECESSIDADE DESSA FORMA à EXEMPLO: A COMPRA E VENDA DE UM AUTOMÓVEL NÃO
ESTÁ SUJEITA A FORMA, MAS A COMPRA E VENDA É ANTECEDIDA POR CONTRATO DE
PROMESSA E ELES ESTABELECEM QUE A COMPRA DEVE SER FEITA POR DOCUMENTO DE
ASSINATURA (223º);
ü VOLUNTÁRIO
- AQUELA QUE FOR ESPONTANEAMENTE ADOTADA PELAS PARTES. (219º)
o Documento Escrito
- Autêntico – Aquele cuja autoria pertencer a uma autoridade ou a um
oficial público.
à Oficial- Atividade que atua com poderes de soberania (ex:
Tribunal)
à Extra-Oficial – Aquele que pode ser entidade pública ou privada;
Aquele cujos documentos estão dotados de confiança; Parte-se do
Quando a lei exige um certo documento, esse documento não pode ser substituído por
outro a não ser que este outro seja de valor probatório superior, não pode ser de valor
probatório igual. O documento autêntico e o documento autenticado valem o mesmo, o
simples e o legalizado valem menos.
Se a lei exigir o autêntico ou se a lei exigir o autenticado não pode haver substituição de
um pelo outro porque valem o mesmo, só pode ser substituído se o que for substituir valer
mais. Só dá para substituir quando a lei exija documento legalizado ou simples.
Quando a lei tem em vista a forma legal, o que deve constar dessa forma são os elementos
que caracterizam esse negócio (Exemplo: Numa CV, o que deve constar da forma exigida
por lei é a declaração do vendedor de que vende por x e do comprador que quer comprar
por esse preço).
O que não constar no documento legalmente exigido é nulo à Exemplo: Foi estabelecida
uma cláusula condicional, mas não foi estabelecida no contrato, o contrato vale sem aquela
cláusula, devia também estar contida no documento.
221º à Podem haver cláusulas adicionais acessórias que não devem estar no documento
exigido por lei.
No que toca aos negócios sobre imóveis, nesses casos há uma necessidade de publicidade.
à É necessário que, em relação àquele imóvel, haja uma publicitação daquilo que
aconteceu para dar essa informação a 3ºs.
Todas as cláusulas que possam interferir com o momento da aquisição são importantes. Se
há uma condição suspensiva isso interfere com a aquisição.
Aquelas cláusulas que não tiveram contidas no documento negocial não valem, exceto se:
Se a forma for Legal e Ad Substatiam, a sua falta produz nulidade (220º) – salve se tiver sido substituída por
outra de valor probatório superior (364º nº1);
Se a forma for Legal mas Ad Probationem, a sua falta determina a impossibilidade de prova de facto – salvo
se a lei admitir a prova por outro meio;
Se a forma for Convencional, presume-se que as partes não se quiserem vincular a não ser por aquela que
pré-estabeleceram.
- Quando se diz que o negócio é ineficaz, quer dizer que o negócio não tem efeitos
- Vale para qualquer outra situação que não seja defeito de origem, só é defeito aquele
que for originário, aquele que se verifica no momento da celebração do negócio. O
negócio só pode ter uma doença no momento em que aparece. à Se é erro sobre a
base do negócio, é erro no presente ou no passado, nunca no futuro. Gera invalidade
nunca ineficácia em sentido estrito, se não há erro no momento de da declaração, erro já
não há.
ü Inexistência – Não tem prazo para ser invocada; Pode ser invocada por qualquer
pessoa; Insanável; Não tem qualquer efeito jurídico; Juridicamente não aconteceu;
Não é uma hipótese vulgar, só para situações extremas; É sempre oponível.
Declaração Não Séria
Falta de Consciência da Declaração Sem Efeitos = Inexistência
Coação Física
ü Invalidade – Podem valer através do 292º e 293º (negócio mesmo inválido, pode
ter efeitos desde que cumpra certos requisitos); Supõe a existência (juridicamente
existe, acontece, não pode é ter efeitos que se pretendem); Existe, podem é não
ter os efeitos que se pretendem.
v Anulabilidade (287º) – Defeitos graves; Só pode ser invocada pelo
beneficiário da anulabilidade – pessoa que a lei protege com a atribuição
do poder de anulação; A invocação deve ser feita no prazo de 1 ano a
contar da cessação do vício que a origina; Sanável por confirmação (288º).
v Nulidade (286º) – Defeitos + graves; O negócio nulo supõe que são
defeitos de interesse público, interessa à comunidade aquilo não prossiga;
Não tem prazo para ser invocada; Pode ser invocada por qualquer
interessado; É de conhecimento oficioso; É insanável, apesar do ato nulo
poder ter alguns efeitos colaterais (292º + 293º).
v Efeitos da declaração de Nulidade e da Anulação: O Ato nulo ou anulável
considera-se sem efeito, tanto prática como juridicamente, desde a data
em que foi celebrado (retroatividade)
o Exceto quando tal seja impossível, como por exemplo: 291º ou nos
contratos de execução continuada ou períodica.
ü Ineficácia em sentido strictu
v Resolução
v Revogação
v Denúncia