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A sociedade medieval era uma sociedade estamental, que vem da palavra

estamento, um estamento é uma classe social com autoridade própria não só no domínio
do trabalho, mas sim de satisfação também – os estamentos são o clero, a nobreza e o
povo. O clero é composto pelos que rezam, a nobreza pelos que combatem e o povo
pelos que trabalham. Havia aqui um problema de satisfação por parte dos que
produzem, que sabiam do relevo do trabalho que desenvolviam e se questionavam
acerca do que aconteceriam caso estes deixassem de prover ao clero, que não poderia
rezar mais, nem à nobreza que não os poderia proteger mais. O clero tinha uma justiça
de proximidade aos mais humildes, e são um elemento que tem uma razão de trabalho
moderadora dos excessos dos poderosos (posição de ter que ajudar por justiça de
função) e de os defender do rei. Neste sentido estrito, trabalhar apenas trabalham os que
trabalham no campo ou que produzem (povo), e aqui vemos que existe uma injustiça
que eventualmente irá gerar uma crise, por parte do povo, que exige mais condições
utilizando o argumento supramencionado de que a sociedade não funciona sem que
estes a “alimentem”.
O quarto estamento é um dos aspetos típicos da baixa idade média, o quarto
estamento é a burguesia – os que estão nas cidades em atividades financeiras, outros que
tem ofícios como pequenas manufaturas como utensílios ou vestuários. Os burgueses
são os que trabalham também, mas não nos campos nem no gado, sendo mais
importantes – começa a razão a justificar-se de outra maneira sem ser pelo trabalho. Os
burgueses normalmente trabalhavam nas cidades, que já exigiam uma autoridade
própria, não se confundindo com o povo. Já em Itália, o ambiente era de má satisfação
da nobreza que tinha lutas entre si e problemas de excesso de autoridade com o clero –
ambiente em que o 4o estamento se começou a afirmar.
A burguesia desenvolve-se no ambiente do florescimento da cultura jurídica –
isto tem a ver com dinheiro, dinheiro que vem dos professores e novos alunos. Os
professores justificam a sua autoridade com dinheiro: eu, como professor ensino na
autoridade de dar pareceres a ganhar dinheiro com isso. É uma espécie de autoridade de
trabalho, justificada no dinheiro, que é a grande novidade – as próprias universidades
tinham a sua jurisdição, e os professores tinham uma autoridade social própria e
queriam ver a sua liberdade garantida face á da nobreza e à do clero. Existia uma
preocupação com a liberdade social e de dinheiro própria, que se relacionava com a
autoridade de poder da universidade. Se os burgueses geram dinheiro e tem a sua
própria autoridade, os professores exigem também ter a sua autoridade de dinheiro. O
objetivo era a distinção na autoridade.
Foi este o ambiente que estimulou a reforma protestante, este ambiente da
satisfação do dinheiro que não é o dinheiro da nobreza ou do clero facilita a reforma
protestante, estimulando a ânsia de liberdade da autoridade religiosa. Estas novas ideias
de liberdade estimulam também a libertação do “eu próprio rezo”, tentando a burguesia
e o povo anglicano e protestante livrar-se de ter que pagar a pessoas para rezarem por si
e de ter poderes superiores a eles que os governavam – eles rezavam por eles próprios,
não precisando de ninguém.

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