Você está na página 1de 1

O que não se queria repetir na constituição

Factores de sentido contrário que permitem explicar a recusa dos deputadis da AC do


presidencialismo e do parlamentarismo:
Presidencialismo
o acentua o poder em torno de uma pessoa só como era o caso da Constituição de
1933, que tinha acentuado em grande escala o poder numa pessoa só, primeiro em
Salazar e depois em Marcelo Caetano, que apesar de serem presidentes do conselho
(de ministros), tínhamos um “presidencialismo de primeiro ministro” (Adriano
Moreira).
o os deputados constituintes não queriam, mesmo que fosse em democracia criar um
sistema de governo que acentuasse o poder numa determinada pessoa, como o
presidencialismo, em que temos um órgão uninominal que é simultaneamente chefe
de Estado e do Governo.

Parlamentarismo
o apesar do Gov. responder perante o parlamento temos o risco de se o PM for o líder
do partido que tem a maioria no parlamento, o PM vai assumir um maior
protagonismo, porque a maioria do parlamento irá fazer tudo o que o PM quiser e
esta não vai fazer nada contra o PM, existindo como no sistema presidencial um
grande protagonismo.
Ex: Se o parlamento tiver uma maioria dos deputados do PS, teríamos um
governo do PS e o PM seria o líder do PS, como tal não seria possível que a
maioria dos deputados do PS viesse alguma vez censurar o governo.
por isso é que em Inglaterra temos um sistema parlamentar de gabinete pois
na prática é o gabinete (governo) que governa, devido a esta situação, pois
o modo de eleição dos deputados faz com que haja uma maioria parlamentar
e o partido com maioria é o partido do governo, como tal existe uma
fiscalização muito ténue, porque temos o partido que apoia o governo a
fiscalizar o governo.

o o parlamentarismo também foi recusado devido à instabilidade da primeira


república (1910-1926), pois quando nas eleições legislativas temos vários partidos,
estes podem não ter a maioria no parlamento (como hoje em que o PS foi o partido
mais votado mas não tem a maioria na AR, pois esta é composta pela junção dos
vários partidos), como tal temos uma maioria formada pelos partidos da oposição
que não apoiam o governo- uma maioria negativa, como tal se os deputados
conjugarem as suas forças e aprovarem uma moção de censura o governo é obrigado
a demitir-se devido à existência de uma coligação negativa.
o na 1a república os partidos da oposição apresentavam moções de censura, pois não
tinham muita cultura democrática e não sabiam esperar pelas eleições, como tal
estes aprovavam sucessivamente moções de censura aos governos.
o não se procurava, no entanto, afastar por completo o parlamento como órgão com
legitimidade democrática directa devido à memória do parlamento “fantoche”
salazarista.

Você também pode gostar