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MDA – Ministério de Desenvolvimento Agrário

SDT – Secretaria de Desenvolvimento Territorial


Território Baixo Parnaíba

PLANO TERRITORIAL DE
DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

São Luís
Maio/2005
SUMÁRIO

Pág.
APRESENTAÇÃO
1 JUSTIFICATIVA
2 METODOLOGIA
2.1 Jornadas Ampliadas
2.2 Oficina Territorial
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
3.2 Objetivos Específicos
4. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO
4.1. Síntese Histórica
4.2. Aspecto Geográfico
4.2.1. Localização/Limites
4.3. Perfil Socioeconômico
4.3.1. Aspecto Demográfico
4.3.2. Aspectos Sociais
4.3.2.1. Saúde e Saneamento
4.3.2.2. Educação
4.3.2.3 Político Institucional
4.3.2.4 Ações, Programa e Políticas Públicas
4.3.3. Aspecto Econômico
4.4. Perfil Ambiental
4.4.1. Geologia
4.4.3 Vegetação
4.4.4 Clima
4.4.5. Hidrografia
5. VISÃO DE FUTURO
6. RELAÇÃO SISTEMA X AMBIENTE
6.1 Sistema
6.2. Ambiente
7. EIXO AGLUTINADOR
8. PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL
SUSTENTÁVEL
8.1 Detalhamento dos Projetos Priorizados
9. GESTÃO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
Anexos
APRESENTAÇÃO

O presente documento expressa o resultado de um processo de construção coletiva e


compartilhada de apropriação e compreensão da realidade bem como as alternativas viáveis
de superação da realidade do Território Baixo Parnaíba, estado do Maranhão.
O documento, que compõe, numa seqüência lógica, o percurso metodológico da
elaboração do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – PTDRS, o qual
levou em conta o saber popular, valorizando os dados primários e ao mesmo tempo
estabeleceu uma relação crítica e de complementaridade com as informações secundárias. O
documento está dividido em basicamente duas partes: a primeira apresenta a compreensão do
Território Baixo Parnaíba, considerando a sua complexidade, tendo em vista a quantidade de
municípios que o compõem e a segunda demonstra que estratégias devem ser implementadas
para que o território potencialize e dinamize a suas economias, e proporcione melhoria da
qualidade de vida para a população.
A construção do diagnóstico teve como facilitadores os técnicos da CULTIVAR
Consultoria em Desenvolvimento Sustentável e ETHOS – Assessoria, Consultoria e
Capacitação em Desenvolvimento Local Sustentável, entidade contratada pelo Ministério do
Desenvolvimento Agrário – MDA, mediante contrato nº 0157721-26/2003 para conduzir a
implantação do Programa de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais – PRONAT,
no Território Baixo Parnaíba com a participação de lideranças, atores locais, Comissão de
Instalação das Ações Territoriais – CIAT e Cultivar Consultoria em Desenvolvimento
Sustentável.

1. JUSTIFICATIVA

O Programa Nacional de Desenvolvimento de Territórios Rurais – PRONAT,


constitui-se uma estratégia do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA na
implementação das políticas de desenvolvimento sustentável.
Assumindo um papel de facilitador da integração das políticas públicas no âmbito
territorial, o PRONAT busca organizar a demanda social em torno da gestão e construção de
um Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – PTDRS, estimulando, nesse
processo, o fortalecimento dos atores para a gestão social.
Devendo ser implementado em cada território nacional ao longo de 15 anos, o
PRONAT possui três fases sucessivas de 05 anos, a saber: a primeira é a construção do
PTDRS, a mobilização e capacitação dos atores sociais, investimento em infra-estrutura,
formação de institucionalidade para a gestão social, formulação de programas adequados às
características do Território, a dinamização da economia e formulação e implementação de
projetos específicos; a segunda é o fortalecimento da institucionalidade e dos
empreendimentos solidários, no processo de consolidação da gestão social e na capacitação e
a última, onde serão enfatizadas as parcerias externas, a participação de redes e a cooperação
interterritorial.
Produto da primeira fase, o PTDRS foi construído coletivamente pelos integrantes
da Comissão de Instalação das Ações Territoriais - CIAT do Território Baixo Parnaíba, por
lideranças locais, dirigentes de ONGs e pelos gestores municipais, ao longo de oficinas,
encontros e jornadas. A sua feitura implicou compartilhar informações, capacitar equipes
locais, por meio dos eventos, e estabelecer relações solidárias.
O Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Território Baixo
Parnaíba, portanto, não é o somatório dos diagnósticos dos municípios que o compõem, e das
estratégias de enfrentamento a realidade, ele é muito mais que isso. É o esforço de conhecer e
compreender essa nova forma de propor um desenvolvimento que vem se construindo
contemporaneamente no Brasil, e aqui, em particular, no Maranhão.
Compondo um momento da construção do PTDRS, a elaboração do diagnóstico
proporcionou aos atores obterem uma percepção integral do Território, alem disso, a tarefa de
planificação constituiu-se também oportunidade de apropriação de ferramentas que
permitiram desencadear o processo de mudança, acompanha-lo, redefini-lo ou mesmo traçar
novos rumos, exercitando e consolidando o processo de aprendizagem, importante para
aquisição de novos valores e condutas, indispensáveis para o desenvolvimento do capital
humano e social.
2. METODOLOGIA

Para a elaboração deste plano foram adotadas técnicas que buscaram privilegiar a
participação e contribuição dos integrantes de cada evento, lançando mão de procedimentos
participativos.
Ao lado disso, as principais fontes de informação de dados secundários foram em
órgão oficiais como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o Instituto de
Pesquisas Econômicas e Sociais do Maranhão – IPES, Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social – BNDES, Secretaria de Planejamento do Estado do Maranhão –
SEPLAN e Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis- IBAMA,
subsidiados por levantamentos locais, junto às Secretarias Municipais.
De um modo geral foram realizados eventos no processo de construção deste documento,
quais sejam: jornadas municipais, oficinas territoriais, seções de estudos com técnicos e
especialistas nas áreas de interesse, com vistas a qualificar as propostas levantadas.
Durante as jornadas municipais e oficinas territoriais foi utilizada uma metodologia
que estimulou e privilegiou a intervenção dos participantes, onde os saberes foram
compartilhados e os problemas discutidos. Nos momentos onde o consenso não resolvia o
impasse, utilizou-se a democrática votação.
Momentos ricos, de descontração, entrosamento, de disseminação de
conhecimentos, os eventos contaram também com a utilização de técnicas de dinâmica de
grupo, trabalho em equipe, recursos instrucionais variados (flip chart, data show), exposição
narrativa e interativa e estratégias que permitiram consolidar e identidade territorial.
BOX 1 – Metodologias de trabalho

Foi na década de 60 que a idéia da participação da população nos projetos sociais ou de


desenvolvimento começou a ganhar força internacionalmente, ainda nem sempre do
mesmo modo e ritmo por parte de vários governos, sociedade e instituições.
Foram anos de grandes mobilizações sociais, através das quais vários setores da
população de diversos países (estudantes, trabalhadores, moradores, etc) reivindicaram
maior democratização dos processos de decisão que afetavam suas vidas, fossem
decisões internacionais ,nacionais ou locais, de caráter econômico, cultural social ou
político.
Percebeu-se que os projetos técnicos feitos em gabinetes e implementados de cima para
baixo, por mais perfeitos que parecessem, revelavam-se inadequados a realidade
concreta dos atores: como viviam, seus verdadeiros interesses, suas necessidades, seus
valores e comportamentos eram muitas vezes idealizados pelos técnicos planejadores.
Os resultados dessas ações era m restritos . A população, naturalmente, também não se
sentia responsável pelo sucesso ou fracasso, embora na maioria das vezes fosse ela a
sofrer os resultados negativos. A participação então aparecia como uma maneira de
superar os problemas destes projetos concebidos longe da realidade das pessoas e
instituições, garantindo assim maior compromisso desses setores com o enfrentamento
dos problemas, além de se obterem soluções mais adequadas, criativas e baratas e com
resultados mais permanentes.
Muito recentemente, há menos de 10 anos, o termo participativo se difundiu e parece
andar nas cabeças e nas bocas de todos os sujeitos.
A participação implica num esforço para garantir o envolvimento, o diálogo e a busca do
compromisso por parte da todos aqueles que serão afetados por uma ação, projeto ou
serviço.
E quando deflagrar o processo da participação? Desde antes da ação, serviço ou projeto
a ser implantado, ou seja, desde a sua concepção. Com isso, haverá mais possibilidades
de acerto e de geração de mudanças positivas para o público alvo quanto mais cedo
forem consideradas suas opiniões e motivados a compartilhar.
Participação não é apenas uma questão de técnicas participativas (embora elas apóiem o
processo), nem apenas um meio para que um projeto ou serviço seja mais eficiente e
eficaz. É um processo que carrega a possibilidade de devolver a palavra a quem não
tinha voz nem era ouvido.
Que tem o potencial de desenvolver a capacidade de tomar decisões a quem muitas
vezes foi transformado num agente passivo de projetos e políticas, afirmando-o como
sujeitos, que se percebem cada vez mais com o direito e com a capacidade de afirmar e
defender seus interesses, de compartilhar decisões que afetam suas vidas.
Leandro Lamas Valarelli
3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral


Instrumentalizar o Território Baixo Parnaíba para desencadear implantação do
desenvolvimento territorial, a partir da dinamização das economias, do estabelecimento de
parcerias e o investimento no capital social.

3.2 Objetivos Específicos


Desenvolver nos atores e agentes envolvidos, habilidades para analisar criticamente a reali-
dade, projetando cenários;
Analisar o sistema Território Baixo Parnaíba na perspectiva de estabelecer estratégias sus-
tentáveis;
Promover a integração de todos os níveis de governo, de programas e políticas e a sociedade
civil no processo de desenvolvimento Territorial.
Capacitar sujeitos e atores territoriais para o empoderamento de saberes e ferramentas que
para uma atuação protagônica.

4. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO

4.1 Síntese Histórica

O Plano Plurianual (PPA) 2004-2007, do Governo Federal possui como orientação


estratégica empreender esforços para a redução da pobreza, combater a exclusão social e a
diminuir as desigualdades sociais e regionais. Tal orientação vem se consolidando nos
programa sociais dos vários ministérios, cabendo ao Ministério do Desenvolvimento Agrário
– MDA, concentrar esforços em 03 áreas: ampliação e fortalecimento da agricultura familiar,
reforma agrária e promoção do desenvolvimento sustentável dos territórios rurais.
Aqui, território significa “um espaço físico, geograficamente definido, geralmente
contínuo, compreendendo cidades e campos, caracterizado por critérios multidimencionais,
tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a política e as instituições, e uma
população com grupos sociais relativamente distintos, que se relacionam interna e
externamente por meio de processos específicos, onde se pode distinguir um ou mais
elementos que indicam identidade e coesão social, cultural e territorial”.

Os eixos estruturantes do processo de desenvolvimento territorial são o


fortalecimento do capital humano e social, o fortalecimento dos sistemas produtivos e da
governança territorial.
O território combina a proximidade social, favorecendo a solidariedade e a
cooperação com a diversidade dos atores sociais, melhorando assim a articulação dos serviços
públicos, organizando melhor o acesso ao mercado interno, chegando ao compartilhamento de
uma identidade própria e alicerçando a construção do capital social.
Com esse entendimento, em 2003 foi dado o primeiro passo para a constituição do
Território Baixo Parnaíba, tendo em sua primeira formação os municípios de Araióses,
Tutóia, Santana do Maranhão e Água Doce do Maranhão. Entretanto, em 09/06/2004 o
Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável – CEDRS homologou a ampliação
dos Territórios do Maranhão, sendo incluídos no Território Baixo Parnaíba os municípios de
Santa Quitéria do Maranhão, São Bernardo, Magalhães de Almeida, Anapurus, Mata Roma,
Chapadinha, São Benedito do Rio Preto, Urbano Santos e Belágua totalizando 13 municípios.
O Território Baixo Parnaíba vem se construindo a partir de uma visão integrada de
espaços e atores sociais com respeito à diversidade. Cada município que compõe o território
possui sua história, seus determinantes e suas especificidades que se manterão ao longo do
tempo, entretanto, questões de ordem social, econômica, política e ambiental perpassam todos
eles, tornando-os também semelhantes, descortinando-se a identidade territorial, que se
consolidará a partir das ações solidárias já em construção.
O Território Baixo Parnaíba é formado por microrregiões que apresentam uma
densidade demográfica de 17,63 hab/Km² e população média por município de cerca de
21.529 habitantes, portanto dentro dos parâmetros adotados pela Secretaria de
Desenvolvimento Territorial - SDT e concentração de agricultores familiares, um dos critérios
de priorização de atuação do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA.
4.2 Aspectos Geográficos
4.2.1 Localização/Limites

O Território está inserido, em sua maior parte, na Mesorregião Leste Maranhense,


ficando apenas o município de Tutóia na Mesorregião Norte Maranhense. As Microrregiões
do Território compreendem o Baixo Parnaíba Maranhense, Chapadinha e Lençóis
Maranhenses. O Território tem seu limite ao norte com o oceano Atlântico e a Mesorregião
Norte Maranhense, ao sul Mesorregião Leste Maranhense, a oeste com a Mesorregião Norte
Maranhense e a Leste com o estado do Piauí.

Figura 1 - Mapa de localização do Território do Baixo Parnaíba


4.3 Perfil Socioeconômico
4.3.1 Aspectos demográficos

O Território Baixo Parnaíba, segundo dados censitários do IBGE, ano de 2000,


possui uma população de 279.871 habitantes, distribuída nos 15.876,9 km2 de área, o que
equivale a 4,95% da população do Estado do Maranhão. Desse total de habitantes, 42,99%
residem na zona urbana e 57,01% na zona rural, revelando predominância desta, a exemplo do
município de Santana do Maranhão, cuja população rural (88%) é significativamente superior
a urbana (12%). Nos municípios de Chapadinha, Urbano Santos e São Benedito do Rio Preto
a população urbana supera a rural. No território, o total de homens é de 142.749 (51,01%) e
de mulheres atinge o número de 137.122 habitantes (48,99%).

Analisando os treze municípios separadamente, nota-se que o município mais


populoso é Chapadinha com 61.322 habitantes, o que corresponde a 21,91% da população do
Território, enquanto o município de Belágua é o menos populoso, com 5.253 habitantes,
correspondendo a um percentual de 1,88% dessa população.
A densidade demográfica do Território é de 17,63 hab/km2, superior a do Estado do
Maranhão, que é de 17,03 hab/km2. A variação situa-se entre 7,9 hab/km2, no município de
Santana do Maranhão, a 26,7 hab/km2 no município de Tutóia.

Quadro 01: Dados Populacionais dos Municípios do Território Baixo Parnaíba

Município População Área Densidade Homens Mulheres População População


(Km²) (hab/Km²) Urbana (%) Rural (%)
Água Doce do
Maranhão 9.703 429,60 22,6 5.080 4.623 28 72
Anapurus 10.280 606,20 16,6 5.212 5.068 45 55
Araióses 34.906 1.577,10 22,1 18.122 16.784 26 74
Belágua 5.253 612,20 8,9 2.709 2.544 35 65
Chapadinha 61.322 3.240,30 18,7 30.631 30.691 61 39
Magalhães de
Almeida 13.021 567,80 22,9 6.674 6.347 48 52
Mata Roma 11.799 566,90 20,8 5.939 5.860 44 56
Santa Quitéria
do Maranhão 28.150 1.833,30 15,3 14.444 13.706 41 59
Santana do
Maranhão 10.944 1.385,80 7,9 5.705 5.239 12 88
São Benedito
do Rio Preto 16.442 1.116,60 14,9 8.344 8.098 56 44
São Bernardo 22.720 1.213,70 18,4 11.717 11.003 39 61
Município População Área Densidade Homens Mulheres População População
(Km²) (hab/Km²) Urbana (%) Rural (%)
Tutóia 37.728 1.412,80 26,7 19.302 18.426 31 69
Urbano Santos 17.603 1.314,60 13,4 8.870 8.733 62 38
Total 279.871 15.876,9 17,63 142.749 137.122 43 57
Fonte: Censo Demográfico -BGE, 2000

Compondo o quantitativo populacional do território, tem-se a presença de


comunidades remanescente de quilombolas assim localizados:
Município Comunidade
Chapadinha Curralinho, Centro dos Pretos, Lagoa Amarela
Mata Roma Boa Razão, Bom Sucesso dos Negros, Caridade,
Guadalupe, Mata do Brigadeiro, Olho D’água, Primeiros
Campos, Três Mulheres
Santa Quitéria Rio Preto dos Lopes, Santo Antonio, São Benedito
Fonte: Aconeruque/2005
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4.3.2. Aspectos Sociais


4.3.2.1. Saúde

Questão da ordem do dia, o atendimento a saúde no Estado do Maranhão é


semelhante nas suas mais variadas áreas.
O sistema de saúde do território é incompatível com as demandas da população e sua
atuação está voltada, quase que exclusivamente para medidas curativas, em detrimento das
preventivas, percebendo-se, ainda, a desinformação no que se refere a alimentação alternativa,
tendo as famílias, principalmente da zona rural, uma alimentação pouco diversificada. No que
diz respeito às plantas e ervas medicinais, ainda é muito tímido o seu uso e não há incentivo,
apesar da grande variedade destas, que podem ser cultivadas em quintais, porém, necessitando
de informações quanto a sua aplicação.
Há no território, segundo dados do IBGE (2002), 108 estabelecimentos de saúde e
441 leitos hospitalares para atender uma população de 279.871 habitantes, ou seja, 1,58
leitos/1000 habitantes, insuficiente pelas normas da OMS, que estabelece um mínimo de 4,5
leitos/1000 habitantes.
Até 1999, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais - IPES, Araióses
contava com 02 hospitais e possuía o maior número de leitos (240), seguido de Chapadinha,
com 167 leitos, em 03 hospitais. Segundo este Instituto, em nenhum dos municípios, até
aquele ano, havia pronto socorro, maternidade e consultório odontológico e, em todos, os
hospitais eram geridos pelo Estado. Os postos de saúde, em número insuficiente, 10 em
Araióses, 14 em Chapadinha e 127 distribuídos em 09 dos outros municípios, concentrava-se
em aglomerados rurais de localização mais estratégica considerando a facilidade do acesso e
do número de habitantes. Nos municípios de Belágua, Água Doce do Maranhão e Santana do
Maranhão não existia hospital. No primeiro, havia apenas 01 centro de saúde para atender a
população e em Água Doce do Maranhão, 01 posto de saúde e 01 centro de saúde.
Em relação a oferta de hospitais e leitos, (IBGE, 2000), Chapadinha conta com
melhor infra-estrutura de atendimento, possuindo 27 estabelecimentos de saúde e 164 leitos.
Tutóia e Mata Roma ocupam a segunda, seguida dos demais municípios, onde a precariedade
destes equipamentos é bastante elevada.
Nas áreas urbanas, o atendimento médico-hospitalar de um modo geral, tem
evoluído tanto em quantidade como na qualidade dos serviços. Entretanto, não se pode dizer o
mesmo nas áreas rurais, que permanecem desprovidas dessa assistência, ou, quando possuem,
não é de qualidade. Assim, a utilização dos equipamentos de saúde do município de

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Chapadinha pela população da área rural e de outros municípios do Território sobrecarrega o


atendimento, com prejuízo na qualidade de assistência oferecida.
Essa concentração da rede de saúde e a dificuldade de acesso pelo conjunto da
população têm contribuído para a proliferação de doenças, a exemplo da diarréia, que, de
acordo com o IPES, em 1999, houve a ocorrência de 1.455 casos no Território, sendo que as
maiores incidências ocorreram nos municípios de Anapurus, 274 casos, Mata Roma, 272
casos e Araióses, 242 casos. Além das enfermidades diarréicas, ocorrem também no Território
infecções respiratórias agudas e tuberculose, tendo sido constatados no ano de 1999, no
município de Chapadinha, 21 casos desta última.
Essas enfermidades, especialmente as verminoses, têm incidência vinculada,
principalmente, à falta de condições básicas de saneamento, ou seja, abastecimento de água,
tratamento de esgoto, limpeza urbana e drenagem de águas naturais e pluviais. A deficiência
destes serviços tem contribuído também para a mortalidade infantil que, segundo dados do
BNDES, apresenta taxa média de 77,44 para cada mil crianças nascidas no Território.
A constatação da deficiência desses serviços pode ser observada pelos dados do
Censo 2000 do IBGE, que mostram que, para uma população de 10.944 habitantes, como é o
caso do município de Santana do Maranhão, apenas 0,2% dos domicílios possuem
abastecimento ligado à rede geral de distribuição de água, a maioria usa poço ou outras fontes,
0,64% dos domicílios tem lixo coletado por serviço de limpeza e não existe nenhum domicílio
com banheiro1 ligado à rede geral de esgoto.
Em se tratando da zona rural a situação é mais grave, pois o abastecimento de água
para atender as necessidades básicas dos moradores é feito nos igarapés, lagoas, rios e brejos,
onde a mesma água utilizada para beber, serve também para tomar banho, lavar roupas e ani-
mais, causando muitos problemas de saúde, dentre eles, verminoses e problemas de pele.
A situação do sistema de esgoto é praticamente a mesma em todo o Território, onde
a população, na sua maioria, utiliza fossas sépticas, fossas rudimentares, valas ou os dejetos
são lançados sem nenhum tratamento nos rios ou no mar.
Apesar de haver um órgão responsável pela captação e distribuição de água no
Território e pela manutenção da rede de esgoto, que é a Companhia de Águas e Esgotos do
Maranhão – CAEMA, a atuação é concentrada principalmente na sede dos municípios,
estendendo-se essa atuação na área rural em alguns pontos através da implantação de poços
artesianos, rede de distribuição e reservatórios.
Em relação ao lixo, a coleta nas sedes dos municípios é irregular, ocasionando sua
deposição em locais inadequados, ocorrendo o mesmo na zona rural, onde as famílias ainda
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Considera-se banheiro o cômodo que dispõe de chuveiro e aparelho sanitário.

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utilizam a queima como alternativa para eliminação do lixo. Como agravante, nenhum muni-
cípio do Território possui aterro sanitário, sendo os resíduos coletados acondicionados em lu-
gares impróprios, facilitando a contaminação do solo e da água por meio do chorume, além de
funcionar como vetor de doenças para a população.
Aliado ao deficiente atendimento médico-ambulatorial, a desnutrição é outro fator
agravante na situação da saúde da população do Território. Constata-se, pelo IDH, Índice de
Desenvolvimento Humano que combina aspectos de renda, saúde e educação, que o
município de Belágua, juntamente com os municípios de Santana do Maranhão e Araióses
possuem os menores índices, 0,495, 0,488 e 0,486, respectivamente, e o município de
Anapurus tem o maior índice (0,592), todos abaixo da média estadual, que é de 0,647.
Portanto, melhorar a situação dos serviços de saúde é fator preponderante para melhorar o
Índice de Desenvolvimento Humano no Território.

4.3.2.2. Educação

No que diz respeito ao aspecto educacional pode-se observar que há uma


semelhança nos níveis de deficiência quantitativa e qualitativa em todos os municípios que
compõem o Território, agravando ainda mais estes problemas quando feita uma análise para a
zona rural.
De acordo o levantamento de informações estatísticas da Educação Infantil, Ensino
Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos, o Território Baixo Parnaíba
revela um quadro pouco satisfatório, apresentando um elevado índice de pessoas não
alfabetizadas, tendo como maior indicador o município de Belágua e menor o município de
Chapadinha (Tabela 2 ). O movimento escolar aponta uma evasão considerável de alunos
principalmente na 1ª série do ensino fundamental, assim como uma elevada taxa de
reprovação.

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Tabela 2. Índice de Alfabetização / 2000 Gráfico 1

População População
Município Alfabetizada Não Alfabetizada Indice de Alfabetização do Território Baixo Parnaíba/2000
Belágua 47,19% 52,81%
58,21%
Urbano Santos 62,29% 37,71%
60,00% 41,79%
São Benedito do Rio Preto 59,80% 40,20%
50,00%
Chapadinha 63,31% 36,69% 40,00% População Alfabetizada
Mata Roma 61,74% 38,26% 30,00%
Anapurus 60,59% 39,41% 20,00%
População Não
Alfabetizada
São Bernardo 61,51% 38,49% 10,00%
Santa Quitéria 60,57% 39,43% 0,00%
População População Não
Magalhães de Almeida 59,62% 40,38% Alfabetizada Alfabetizada
Santana do Maranhão 49,17% 50,83%
Água Doce 58,76% 41,24%
Tutóia 60,51% 39,49%
Araioses 51,70% 48,30%
Fonte: BNDES/Censo 2000

As Tabelas 03 e 04 demonstram que apesar do número de pré-escolas ter aumentado


consideravelmente, houve uma redução desta modalidade no âmbito estadual, observa-se que
no ano de 2000 haviam 14 pré-escolares estaduais e em 2003 foram reduzidas para 7. No
nível fundamental o número de escolas estaduais permaneceu com 28 na zona urbana e, na
zona rural, reduzindo de 6 no ano de 2000 para 2 em 2003. As escolas de nível fundamental
do Território no âmbito municipal sofreram redução tanto na zona urbana quanto na zona
rural chegando a perdas de 29,06% e 11,46% respectivamente.
O número de escolas do ensino médio do Território Baixo Parnaíba cresceu do ano
de 2000 para o ano de 2003 num percentual de 45%, convém ressaltar que existe somente
uma escola do ensino médio na zona rural, as demais estão localizadas na zona urbana, assim
distribuídas: 12 da rede estadual, 09 municipal e 07 particular. Embora tenha havido um
aumento considerável, o número de estabelecimentos escolares ainda não atende a demanda
territorial, levando os mais providos de recursos a dirigirem-se para a capital para
completarem os estudos.
Houve um acréscimo no número de escolas para jovens e adultos, tanto no âmbito
municipal quanto no estadual, passando de 05 escolas estaduais em 2000 para 09 em 2003 e
de 89 escolas municipais em 2000 para 404 em 2003. Convém ressaltar que a zona rural teve
um aumento no EJA de 510,77% e na zona urbana de 426,67%.

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Tabela 3. Número de Estabelecimento de Ensino/2000


Gráfico 2
Nível Estadual Municipal Particular Total Estabelecimento de Ensino - 2000
Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural
Pré-Escola 14 --- 57 79 16 1 167 1000
Ensino 28 6 117 742 12 --- 905
894
Fundamental 500
Rural

Ensino médio 1 --- 12 1 6 --- 20 Urbana


287
EJA 5 --- 15 65 4 --- 89 0
Rural Urbana
Total 48 6 201 887 38 1 1181
Fonte: FNDE.perfilmun, IBGE, GDH

Tabela 4. Número de Estabelecimento de Ensino/2003


Gráfico 3
Nível Estadual Municipal Particular Total
Estabelecimento de Ensino - 2003
Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural
Pré-Escola 7 60 268 15 2 352
1500
Ensino 28 2 78 657 8 773
Fundamental 1000 1262 Rural
Ensino médio 12 1 9 7 29 Urbana
500
EJA 9 64 332 4 409 301
0
Total 56 3 211 1257 34 2 1563 Rural Urbana
Fonte: FNDE.perfilmun, IBGE, GDH

Na tabelas 3 e 4 evidenciam que no ano de 2003 houve um aumento de 22,27 %


de alunos matriculados em relação ao ano de 2000, a maior representatividade desse aumento
está na modalidade do EJA pré-escola. Os gráficos 4 e 5 demonstram aumento de matrículas
tanto na zona rural quanto na zona urbana.

Tabela 5. Matrícula por localização segundo dependência administrativa – 2000 Gráfico 04


Matrícula por localização - 2000
Nível Estadual Municipal Particular Total
Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural 60000
Pré-Escola 949 --- 6100 2131 1081 151 10412 57855
40000 46870 Rural
Fundamental 15139 1289 25019 43276 1466 --- 86189
20000 Urbana
Ensino médio 1331 --- 3571 3 67 --- 4972
0
EJA 496 --- 1633 20 1003 --- 3152 Rural Urbana
Total 17915 1289 36323 45430 3617 151 104725

Fonte: IBGE.cidade@ , FNDE.perfilmun

Tabela 6. Matrícula por localização segundo dependência administrativa – 2003 Gráfico 05

Nível Estadual Municipal Particular Total


Matrícula por localização - 2003
Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural
Pré-Escola 501 --- 6869 5235 1185 193 13983 67600
Fundamental 14077 643 26653 47429 1101 --- 89903 67400 67564
Rural
Ensino médio 5711 133 2523 --- 1470 --- 9837 67200
Urbana
67000 67168
EJA 720 --- 6456 13535 298 --- 21009
66800
Total 21009 776 42501 66199 4054 193 134732 Rural Urbana

16
1

Fonte: IBGE.cidade@ , FNDE.perfilmun

As tabelas 6 e 7 mostram que houve aumento de professores no ano de 2003 em


relação ao ano de 2000 nas modalidades do ensino pré-escolar, médio e EJA. Houve redução
no ensino fundamental, devido a diminuição de escolas deste nível. No que se refere a
movimento escolar é demonstrado nas tabelas 8 e 9 um alto número de evasão escolar e
reprovação, embora tenha caído esta taxa relacionando o ano de 2000 e 2003, contudo é
notório que a educação do território Baixo Parnaíba necessita de maior atenção e
comprometimento dos administradores daquela região.

Tabela 7. Número de Professores por área de atuação - 2000


Nº de Professores por área de atuação
Nível Estadual Municipal Particular
Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural
Pré-Escola 41 252 113 59 --- 465
6000
Fundamental 577 45 1041 1650 93 --- 3406
Ensino médio 45 157 3 85 --- 290 4000 5531
4319 2000
EJA 18 55 70 15 --- 158
2000 2003
Total 681 45 1505 1836 252 4319
Fonte: IBGE.cidade@ , FNDE.perfilmun, GDH 0
2000 2003

Tabela 8. Nº de Professores por área de atuação - 2003


Nível Estadual Municipal Particular Total
Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural
ré-Escola 20 292 312 624
Fundamental 553 22 1056 1905 84 3620 Só com a Educação faz um
Ensino 188 6 173 71 438 povo fácil de governar, difícil
médio de dominar e impossível de
Eja 29 276 544 849 escravizar
Total 790 28 1797 2761 155 5531
Fonte: IBGE.cidade@ , FNDE.perfilmun, GDH

Tabela 9.Movimento Escolar Municipal no Ensino Fundamental/2000


Situação 1a Série 2a Série 3a Série 4a Série 5a Série 6a Série 7a Série 8a Série
Afastado por abandono 3929 2158 1023 648 562 265 154 54
Afastado por transferência 768 571 281 215 150 82 51 16
Admitido após 31.03.2002 1456 573 300 280 122 73 65 32
Aprovados 20368 11.812 6249 4473 2093 1375 903 600
Reprovados 6753 2468 953 417 221 114 48 7
Fonte: IBGE.cidade@ , FNDE.perfilmun, GDH

Tabela 10. Movimento Escolar Municipal no Ensino Fundamental/2003


Situação 1a Série 2a Série 3a Série 4a Série 5a Série 6a Série 7a Série 8a Série
Afastado por abandono 1712 1091 957 823 718 386 247 149
Afastado por transferência 463 387 346 297 189 117 69 48
Admitido após 31.03.2002 780 451 392 473 196 112 111 86
Aprovados 13243 10561 9183 8213 5549 3440 2376 1687
Reprovados 4204 2309 1500 981 581 216 86 44

17
1
56000

54000 5

52000
Fonte: IBGE.cidade@ , FNDE.perfilmun, GDH
50000

48000 47 8 7 3

46000
9000
8750 8793 Gráfico 7 44000 Gráfico 8
8500 42000
8250 40000
8000
38000
7750
7500 36000
7250 34000
7000
32000
6750
6500 30000
6250 28000
6000
26000
6083
5750
5500 24000
5250 22000
5000
20000
4750
4500 18000
4250 16000
4000
14000
3750
3500 12000
3250 De um modo geral, a insuficiência de 10000
escolas na zona rural, ocasionando a
3000 1 09 8 1
8000
improvisação
2750
2500
de salas de aula que funcionam, muitas vezes,
6000 com iluminação precária; o difícil
2250 4000
acesso às escolas existentes na zona rural; o transporte2000escolar precário; a má remuneração e
2000
1750 2134

1500 0
qualificação
1250 deficiente dos professores; a inexistência de material didático-pedagógico
2000
e
1000 1916
750
equipamentos escolares adequados ao contexto local; a inexistência de bibliotecas e áreas de
500
250

lazer; a grande presença de salas de aula multisseriadas, sem, contudo, existir uma proposta
0

2000

metodológica a ser aplicada, além de merenda escolar insuficiente, compromete a qualidade


2003

do processo de aprendizagem. Resultado disso é o índice de analfabetismo, principalmente


entre idosos e evasão escolar de crianças e jovens que se sentem desmotivados e, na maioria
das vezes se vêem obrigados abandonar as salas de aula pela necessidade de trabalhar na roça
para ajudar no sustento da família, comprometendo, ainda mais as possibilidades de mudança
do cenário atual.

4.3.2.3. Político Institucional

O Território Baixo Parnaíba é constituído por órgãos governamentais como os


poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Organizações da Sociedade
Civil, como sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras e de produtores e produtoras,
cooperativas, colônia de pescadores, grupos de mães e jovens, Igrejas católicas e evangélicas,
Conselhos Municipais.
Os Conselhos Municipais existentes são: Conselho Municipal da Criança e do
Adolescente, Conselho Tutelar, Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável,
Conselho de Saúde, Conselho de Educação, Conselho Municipal de Assistência Social.

18
1

A representatividade da sociedade civil é constituída em sua maioria por pessoas


com pouca escolaridade e muitas vezes com deficiência na área da gestão, por falta de
qualificação, dificultando a atuação das entidades.
Alvo de ações do governo estadual os municípios do Território, de acordo com a
tabela 11 e o gráfico nº 09, pertencem a duas regionais; Itapecuru e Chapadinha. Existem
reclamações por parte das associações e sindicatos quanto a liberação dos projetos que se
submetem a análise das gerencias devido a morosidade e burocracia existentes, dificultando a
apreciação e a execução do pleito

Tabela 11. Identificação Regional do Território Gráfico 9


Município Regional
Belágua Regional de Itapecuru Nº de municípios do Territorio p/ Gerencia
Urbano Santos Regional de Itapecuru
São Benedito do Rio Preto Regional de Itapecuru 10
Chapadinha Regional de Chapadinha 10
Mata Roma Regional de Chapadinha Gerencia de
Anapurus Regional de Chapadinha 5 Itapecuru
São Bernardo Regional de Chapadinha 3 Gerencia
Santa Quitéria Regional de Chapadinha 0 deChapadinha
Magalhães de Almeida Regional de Chapadinha Gerencia de
Santana do Maranhão Regional de Chapadinha Itapecuru
Água Doce Regional de Chapadinha
Tutóia Regional de Chapadinha
Araioses Regional de Chapadinha

A tabela 12 e gráfico 12 apontam os atuais prefeitos e a representatividade dos


partidos na ultima eleição. O PFL elegeu cinco prefeitos tendo, portanto 38% do território,
seguido pelos partidos PV, PL e PMDB que elegeram dois prefeitos cada. O partido PTN e o
PSC elegeram um prefeito cada. É relevante ressaltar que o Território Baixo Parnaíba renovou
em quase totalidade os Prefeitos assim como seus vereadores. Este fato prende-se a
insatisfação da população do território quanto às administrações anteriores onde determinados
municípios estão com salários atrasados em até 10 meses, além da ausência de ações
concretas nas áreas de saúde e educação.

Município Prefeito Partido Tabela 12. Município /Prefeito/Partido


Belágua Manoel Diniz PFL Gráfico. 10
Urbano Santos Aldenir Santana Alves PV Representatividade dos partidos na eleição de
São Benedito do Rio Jose Creomar de Mesquita Costa PL 2004
Preto
Chapadinha Magno Augusto Bacelar Nunes PFL 6 PFL
Mata Roma Lauro Pereira Albuquerque PL PV
Anapurus João Carlos Alves Monteles PV 4 5
PL
São Bernardo Coriolano Coelho de Almeida PFL
2 PMDB
Santa Quitéria Osmar de Jesus da Costa Leal PFL 2 2 2
1 1 PTN
Magalhães de Almeida Osvaldo Batista Vieira Filho PMDB 0
Santana do Maranhão João Sebastião Silva de Almeida PFL PFL PV PL PMDB PTN PSC PSC
Água Doce José Eliomar da Costa Dias PMDB
Tutóia Zilmar Melo Araújo PTN
Araioses José Cardoso do Nascimento 19 PSC
2

Fonte: TRE

As tabelas 13 e14 demonstram cinco fontes de recurso dos municípios integrantes no


Território Baixo Parnaíba. Houve aumento das receitas em todas as fontes, contudo existe
queixa em vários municípios quanto a aplicação destes recursos, pois apesar do repasse está
comprovado por meio dos órgãos competentes como no caso do FUNDEF, os funcionários da
área de Educação estão atrasados em seus salários a oito meses como é o caso do município
de São Benedito do Rio Preto.

Tabela 13.Fontes de Receitas do Território – 2003


FPM ITR LC87/96 FUNDEF SUS ICMS
Belágua 1.604.946,91 104,59 12.948,72 930.314,75 244.116,97 55.477,29
Urbano Santos 3.097.378,24 69.007,19 15.983,06 2.292.924,16 412.614,33 378.475,88
São Benedito do Rio Preto 2.674.587,13 6.125,59 17.255,89 1.427.175,47 500.729,41 681.008,07
1.687.881,2 6.195.578,4
Chapadinha 6.419.785,88 9.216,35 50.918,36 5.475.284,78 4 5
Mata Roma 2.139.928,99 6.089,66 14.823,04 1.519.620,90 458.452,41 303.407,65
Anapurus 2.139.928,99 19.412,41 15.295,32 1.613.539,15 411.086,88 434.385,91
São Bernardo 3.097.378,24 11.439,56 19.135,64 2.407.551,54 452.471,81 358.313,92
Santa Quitéria 3.744.498,94 51.167,97 19.945,27 3.180.164,05 482.541,45 307.761,21
Magalhães de Almeida 2.140.305,44 3.545,27 14.657,62 1.106.403,39 335.218,14 304.591,68
Santana do Maranhão 1.605.174,92 2.841,16 14.744,33 941.825,49 200.713,23 50.022,75
Água Doce 1.604.946,91 779,73 14.510,61 1.044.293,64 109.263,74 208.953,52
Tutóia 4.526.901,96 2.769,39 20.990,25 5.268.769,54 861.702,74 237.139,39
Araioses 4.527.054,14 6.063,32 23.356,64 3.380.690,92 733.5187,67 482.161,97
Total 39.322.816,69 188.562,19 254.564,75 30.588.557,78 6.890.311,02 9.997.277,69
Fonte: www.tesouro.fazenda.gov.br/estados_municipios/municipios.asp, Gerencia de Estado da Receita Estadual

Tabela 14.Fontes de Receitas do Território – 2004


FPM ITR LC87/96 FUNDEF SUS ICMS
Belágua 1.789.373,98 35,74 10.023,48 1.229.334,22 289.829,23 99.626,24
Urbano Santos 3.351.874,19 50.649,61 11.984,88 3.265146,27 441.932,41 -246.834,69
São Benedito do Rio Preto 2.982.289,52 4.644,73 13.585,80 2.360.894,05 656.476,63 1.007.188,83
Chapadinha 7.157.494,13 10.380,27 37.188,12 7.113.181,26 4.502.092,75 9.413.867,12
Mata Roma 2.385.831,76 5.468,39 10.920,00 2.345.700,27 590.646,22 157.923,44
Anapurus 2.385.831,76 19.448,48 11.403,24 2.380.907,27 513.909,51 478.980,95
São Bernardo 4.175.205,16 13.637,87 14.381,88 3.445.093,23 616.451,22 969.288,76
Santa Quitéria 4.175.205,16 44.274,50 16.609,08 4.480.816,26 633.059,02 847.768,22
Magalhães de Almeida 2.385.831,76 4.850,91 11.588,64 1.529.917,78 372.299,91 586.017,22
Santana do Maranhão 1.789.373,98 901,46 11.512,32 1.262.627,82 253.754,68 104.761,74
Água Doce 1.789.373,98 518,40 10.978,32 1.271.673,42 111.546,94 441.250,10
Tutóia 4.923.064.94 1.676,36 18.144,36 7.527.567,39 1.085.252,42 1.525.282,71
Araioses 4.818.318,76 6.855,41 17.076,36 4.579.929,70 995.349,98 1.023.150,33
Total 44.109.069,08 163.342,13 195.396,48 42.792.788,94 11.062.600,92 16.408.270,97
Fonte: www.tesouro.fazenda.gov.br/estados_municipios/municipios.asp, Gerencia de Estado da Receita Estadual

20
2

Apesar da existência de grande número de instituições que buscam, por meio de


articulações federais, estaduais e municipais, mitigar ou mesmo solucionar os problemas
locais, no que diz respeito a agricultura, saúde e educação com enfoque político, social,
econômico e ambiental, ainda é possível detectar a fragilidade das organizações por falta de
conhecimento de suas finalidades, em virtude da forma como foram criadas; relações restritas
entre própria sociedade civil e poder público, principalmente pela falta de apoio em relação a
soluções concretas, além de secretarias municipais sem recursos autonomia para desenvolver
suas atividades.

Outro aspecto observado é a presença de uma política municipal pautada no


clientelismo, sem que com isso haja uma maior integração das entidades governamentais e
não governamentais, gerando como conseqüência secretarias municipais cada vez mais
inoperantes, além da forte presença de vereadores e vereadoras pouco comprometidos com
seus representados, os quais são, muitas vezes manipulados durantes as eleições.

Dentre as várias organizações e instituições que atuam no território, destacam-se


Cultivar Consultoria em Desenvolvimento Sustentável, Ethos Assessoria, Consultoria e Capa-
citação em Desenvolvimento Local Sustentável, AMAVIDA, Associação Agroeológica Tiju-
pá, ASA, Sociedade de Direitos Humanos – SMDH, , Instituto do Homem, SEBRAE, SENAI,
SENAR, Banco do Brasil S.A, Banco do Nordeste, Bradesco, EMBRAPA, INCRA, ITER-
MA, CODEVASF.
4.3.2.4. Ações, Programas e Políticas Sociais.
O Território Baixo Paranaíba possui ações pontuais das mais diversas esferas,
executadas nos municípios que o compõem.
Assentamentos a serem beneficiados pelos serviços de Assistência Técnica e
Social - ATES em 2005.

Município PA Entidade Nº de Famílias


Chapadinha N. Sª Aparecida AESCA 43
Laranjeira FETAEMA 77
Paiol FETAEMA 105
Preguiça FETAEMA 192
Araioses Água Fria SEMDH 115
Rancharia SEMDH 17
Tutoia Barro Duro SEMDH 312
Fonte: IN CRA

21
2

Polos Produtivos
Município Arranjo Territorio
Tutoia Turismo e Artesanato Baixo parnaíba
Caranguejo, camarão
Araioses Turismo e Artesanato Baixo parnaíba
Caranguejo
Belágua Ovinocaprinocultura Baixo parnaíba
Chapadinha Ovinocaprinocultura Baixo parnaíba
Agua Doce do Mara- Caranguejo,camarão Baixo parnaíba
nhão
Fonte: GEPLAN, GDR, BNB

Programa Luz para Todos – 2004


Município Comunidade Domicílios
Araioses Caiçara 43
Caiçara II 58
Tucum de Fora 29
Belagua Mocambo II 73
S. B. do Rio Preto Baixinha (dos Carneiros) 05
São João dos Antão 15
São Luis II 35
Urbano Santos Todos os Santos 89
Fonte:Ministério das Minas e Energia

Projetos Casulos – INCRA


Município Projeto Famílias
Belágua PCA – Conceição 30
PCA – Santa Clara 30
PCA - Trizidela 30
Fonte : INCRA

Programa de Modernização e Desenvolvimento da Mandioca no Mara-


nhão - Pólo Mandioca

Município Comunidade
Chapadinha Vila Nova
Mata Roma Cidade Nova
Fonte: SEAGRO

22
2

Projetos de Incentivo a Criação de Animais de Pequeno e Médios Portes


Município Entidade Projeto
Santa Quitéria União dos Moradores do Povo- Caprinocultura – implantado
ado Malhadinha
Tutóia Clube de Mães de Porto de Galinha Caipira – implantado
Areia Caprinocultura – implantado
São Bernardo Asso. dos Moradores e Amigos Caprinocultura – implantado
do Bairro Abreu
Santana do Maranhão Assoc. dos Moradores do Bair- Galinha Caipira – em fase de
ro São Jose implantação
S. Benedito do Rio Preto Associação Comunitária Santo Caprinocultura – implantado
Antonio
Fonte: SEAGRO

• Municípios localizados na área de atuação da Companhia de Desenvolvimento dos Va-


les do Parnaíba e São Francisco – CDEVASF
Água Doce do Maranhão, Araioses, Magalhães de Almeida, Santa Quitéria do
Maranhão, Santana do Maranhão, São Bernardo, Tutoia

• Municípios do Território Baixo Parnaíba contemplados com o CONSAD


Água doce do Maranhão, Magalhães de Almeida, Santa Quitéria do Maranhão,
Santana do Maranhão, São Bernardo, Tutóia.

Demanda qualificada do PRONAF – A – 2005


Município Projeto de Assentamento Responsável Famílias
Tutoia Belágua ITERMA 80
São Benedito ITERMA 100
Água Doce do Ma Curvinha – I ITERMA 100
Urbano Santos Magueira ITERMA 56
S. Benedito do Rio Preto Boião INCRA 16
Araioses Água Fria INCRA 23
Chapadinha Laranjeira INCRA 14
Paiol INCRA 31
Magalhães de Almeida Santo Agostinho INCRA 18
Fonte: INCRA, ITERMA

23
2

Projetos de áreas de assentamentos do ITERMA


Município Grupamento Famílias Área
Água Doce Curvinha I 25 5.762 ha
Curva Grande 262 6.552 ha
São Bernardo Entroncamento 37 495ha
Tutoia Belagua 1.202 38.131ha
Sao Benedito 391 38.220ha
Murici 67 2.507 ha
Cuvinha 96 2.733 ha
Barro Duro 276 15.319 ha
São Benedito do Rio Preto Boião 16 180ha
Urbano Santos Mangueira 56 1.000ha
Fonte: ITERMA

Crédito Fundiário
Município Grupamento Famílias Área
Chapadinha Ass. Peq. Produtores Rurais do Pov. Tatangura 36 900 ha
Povoado de Poço Dantas 14 349 ha
Ass. Moradores Santa Rita 36 1.050 ha
Ass. Peq. Prod. Rurais de Malhada do Meio 25 600 ha
Ass. Peq. Prod. Rurais Povoado Ventura 11 277 ha
Mata Roma Ass.Prod. Rurais Pov. Primeiros Campos 31 948 ha
Fonte:

Contratos e montante de Crédito Rural PRONAF por ano 2005


Município Contrato Montante – R$
Urbano Santos 27 90.402,60
Chapadinha 32 63.824,61
Anapurus 12 23.584,80
Tutóia 05 63.473,77
Fonte: INCRA, 2005-MDA

Assentamento INCRA
Município Projeto Área Forma de Famíli
Assentamento Obtenção as
Araioses Água Fria 3.232,15 ha Desapropriação 115
Rancharia 582,252 ha Desapropriação 14
Belágua Conceição 70.000 há Reconhecimento 29
Santa Clara 70.000 há Reconhecimento 30
Trizidela 70.000 ha Reconhecimento 30
Chapadinha Arrodeio Cercadinho 2.235,00 ha Desapropriação 93
Canto do Ferreira 4.448,31 ha Desapropriação 77
Laranjeira 1.345,10 ha Desapropriação 34
Paiol 3.091,30 há Desapropriação 22
Magalhães de Santo Agostinho 2.704,00 há Desapropriação 174
Almeida

24
2

São Benedito do Bananeira 1.080,22 ha Desapropriação 32


Rio Preto Boião 180,96 ha Reconhecimento 16
Cocalzinho 427,16 ha Reconhecimento 23
Cocalzinho/São José 1.000,00 ha Reconhecimento 34
de Santana
Santo Antonio II 1.000,00 ha Reconhecimento 36
Tutóia Barro Duro 6.847,000 ha Desapropriação 312
Beláqua 45.000,000 ha Reconhecimento 1021
Curvinha 2.733,93 ha Reconhecimento 96
Murici 2.507,94 ha Reconhecimento 67
São Benedito 38.220,00 ha Reconhecimento 391
Urbano Santos Mangueira 1.000,00 ha Reconhecimento 55
Fonte: INCRA,

Contratos e montante de Crédito Rural PRONAF por ano 2005


Município Contrato Montante – R$
Urbano Santos 27 90.402,60
Chapadinha 32 63.824,61
Anapurus 12 23.584,80
Tutóia 05 63.473,77
Fonte: INCRA, 2005-MDA

4.3.3. Aspectos Econômicos

No setor primário, a base econômica do Território está ancorada na produção


agrícola e na pecuária e, em menor escala no extrativismo. A atividade agrícola,
desenvolvida, sobretudo, nas pequenas e médias propriedades, utiliza-se do trabalho familiar e
concentra-se na produção de mandioca, arroz, milho, feijão e banana, com as respectivas
produções: 120.076 ton, 30.478 ton, 8.841 ton, 4.102 ton e 2.298 mil cachos, sendo o
município de Mata Roma o que detém a maior produção de arroz, Chapadinha e Urbano
Santos, as maiores produções de mandioca e em relação à fruticultura, especialmente a
banana, Araióses é o maior produtor. Outra frutífera de importância é o caju, porém
subutilizado, pois a maioria dos produtores comercializa somente a castanha. Em Anapurus,
os produtores comercializam também o pedúnculo, em razão da existência de fábrica de polpa
de frutas em Mata Roma, município vizinho. O milho e o feijão são produzidos consorciados
com outras culturas, apresentando praticamente a mesma produção em todos os municípios. A
atividade agrícola ainda é uma atividade predominantemente de subsistência, com excedentes
comercializados nos mercados locais e regionais.

Há no território baixa produção e produtividade de culturas como mandioca, milho,


feijão e arroz, tendo-se como causas o sistema empregado (roça no toco), em que os

25
2

agricultores e as agricultoras utilizam o corte e a queima da vegetação nativa no preparo das


áreas para plantio, ocasionando o empobrecimento gradativo dos solos, além da carência de
orientações técnicas e de incentivos financeiros para implantação de sistemas produtivos
diversificados com uso de práticas agroecológicas que possibilitem a sustentabilidade
econômica e ambiental.

No geral, a expansão da soja no Território tem sido alvo de constantes debates, face aos
impactos ambientais e sociais gerados pelo seu cultivo, tendo em vista as conseqüências
negativas da monocultura, a exemplo da degradação do solo, da redução da cobertura
florestal, do uso intensivo de insumos e da restrição do avanço das relações de trabalho
assalariado, já que é uma atividade pouco absorvedora de mão-de-obra, condicionando as
oportunidades de trabalho do setor agropecuário quase que apenas na propriedade familiar.

Plantio de soja no Município de Anapurus,


.

Entretanto, é uma atividade que se mantém aquecida pela demanda de mercado


externo, trazendo um aumento na movimentação financeira com repercussões sobre as
atividades urbanas no Território.

Ressalta-se que, embora os dados do IBGE apontem uma produção de soja


inexpressiva, apenas 855 ton, nos últimos anos, houve grande expansão no plantio dessa

26
2

oleaginosa, principalmente nos municípios de Anapurus, Chapadinha, Mata Roma e Urbano


Santos. Segundo informações do IBAMA, no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2004,
foi autorizado o desmatamento de cerca de 7.800 ha de área para o plantio da soja, nos
municípios acima referidos. Isto não significa dizer que apenas as áreas que foram autorizadas
para o desmatamento estão sendo cultivadas com a soja, pois foram constatados pelo IBAMA
desmatamentos com extensão superior àquelas autorizadas e áreas sendo cultivadas sem
autorização.

No contexto da exploração extrativista, esta é uma atividade praticada em todo o


Território, porém incipiente. A extração do coco babaçu é uma das atividades exercidas nesse

setor, que adquire maior importância social, estando associada ao trabalho familiar e à
economia de subsistência. Segundo dados da GEPLAN, a produção da amêndoa do babaçu no
Território, em 1998, foi de 5.249 toneladas, sendo os municípios de Chapadinha e Santa
Quitéria, detentores das maiores produções, 3.810 ton e 580 ton, respectivamente. Além do
babaçu há a presença de frutas como bacuri, piqui, murici, mangaba e de palmeiras como
babaçu, carnaúba, juçara, buriti e tucum favorecem o incremento à renda familiar por meio da
exploração econômica e sustentável de tais espécies.

Do ponto de vista
econômico mais amplo, as atividades
pesqueiras e a produção de carvão
vegetal e cera de carnaúba podem ser
consideradas marginais, entretanto,
possuem especialmente cunho social,
exceção feita aos municípios de Tutóia
e Araióses, onde a pesca tem
significado econômico maior.
Barco de Pesca Tutóia-MA

No que se refere ao extrativismo animal,


observa-se particularmente a exploração dos
recursos pesqueiros como o peixe, camarão,
caranguejo, sururu, siri e a ostra. Verifica-se no

Coleta de caranguejo- Araioses-MA 27


2

território a uso de cambito na captura do


caranguejo; ausência de fiscalização e controle no
escoamento da produção; peixes e camarões
explorados, algumas vezes de forma a comprometer
as espécies, com captura fora da época (período do
defeso) e com a utilização de apetrechos
inadequados;
Há ainda o não cumprimento as normas do IBAMA, com a captura as fêmeas do
caranguejo; pesca de arrastão (redinha), prejudicando o habitat natural do sururu e de outras
espécies.

Ainda neste contexto de discussão, pode-se observar o desrespeito ao ambiente


natural, com o desmatamento das matas ciliares; retirada de areia dos rios e aterramento de
suas margens, além da presença de lixo; destruição do mangue pelo desmatamento e
construção de casas, ocasionando um comprometimento na exploração dos recursos pesqueiros
e com isso na renda das famílias que vivem destas atividades.

A pesca é realizada de forma artesanal e, aliado a isto, a desorganização do setor


propicia a ação de intermediários e a concorrência de barcos de outros estados, contribuindo
para a baixa produção.

Quanto à produção de lenha, Tutóia apresenta a menor quantidade, 920m3, enquanto


em Chapadinha a produção é de 242.997m3, dados da GEPLAN, 1998.

A pecuária constitui-se da criação de


suínos com 185.938 unidades; do rebanho bovino
com aproximadamente 80.428 cabeças; criação de
aves, no total aproximado de 137.431 e em menor
escala as criações de caprinos com 38.409
unidades, ovinos, 12.973 unidades e eqüinos, com
9.404. Os maiores efetivos bovinos localizam-se
em Chapadinha e Araióses, calculados
respectivamente em 15.280 e 13.770 cabeças. A
criação de suínos consiste em uma das atividades
Reprodutor caipira

28
2

mais importantes no Território, concentrando mais


de 60% em Chapadinha, Araióses, Urbano Santos
e Anapurus.
Vale dizer que a falta de terra, a criação extensiva e sem manejo e acompanhamento
técnico, condiciona o baixo rendimento dessa atividade com a produção voltada basicamente
para o consumo familiar e comercialização eventual.

No setor secundário, a linha de produção da agroindústria do Território baseia-se


fundamentalmente em casas de farinha e usinas de arroz, cuja transformação é voltada para a
produção básica do território: abastecimento do arroz e produção de farinha. Há ainda, olarias
para fabricação de telhas e tijolos, fábricas de gelo, de premoldados, de móveis e madeiras
para construção de casas, panificadoras entre outras. O aproveitamento semi-industrial de
frutas regionais e o beneficiamento da carne do caranguejo e de peixes são também atividades
produtivas potencialmente promissoras.

Na avaliação conjunta das economias municipais, o setor terciário, representado pelo


comércio e serviço, de acordo com os dados do BNDES, desponta como o mais
representativo, tendo em vista os serviços prestados pelos órgãos públicos, principalmente nas
esferas municipal e estadual concentrarem maior quantidade de mão-de-obra, estando São
Benedito do Rio Preto, Mata Roma, Magalhães de Almeida, Tutóia, Chapadinha, Santa
Quitéria e São Bernardo como os municípios que mais desenvolvem atividades propriamente
urbanas.

Entretanto merece destaque esclarecer que a comercialização da produção ainda é


realizada de forma individual e fragmentada, percebendo-se a forte presença do atravessador,
que determina o preço para compra, causando prejuízos econômicos aos agricultores. Isto
ocorre, ou seja, é a venda a qualquer preço da produção, em razão da falta de organização
para este fim e da necessidade imediata das famílias disporem de recursos financeiros para a
aquisição de outros produtos.

A economia do Território é também aquecida pelo turismo, pois uma das mais belas
paisagens naturais do Estado do Maranhão está inserida no Baixo Parnaíba, o Delta do
Parnaíba, que impulsiona a economia pelo aumento do fluxo turístico, pelos investimentos na

29
3

melhoria e ampliação dos serviços de infra-estrutura, hospedagem, alimentação, transporte,


entre outros.

Embora o território apresente infra-estrutura como estradas (BR-034, vicinais),


eletrificação, casas de farinha, poços tubulares em comunidades rurais, fábrica de
beneficiamento de polpa de frutas, o estado em que se encontram compromete a produção e
comercialização. O estado precário de conservação das estradas, a eletrificação de baixa
qualidade, as condições de instalação das casas de farinha, que não proporcionam o
beneficiamento do produto com higiene e qualidade, o abastecimento de água que não atende
a todas as famílias do campo, e o número insuficiente de fábrica de beneficiamento,
prejudicam o investimento nas atividades agropecuárias e extrativistas, havendo necessidade
de recuperação e ampliação das obras de infra-estrutura para proporcionar melhoria das
condições de produção, beneficiamento e comercialização, aquecendo, com isto, a economia
das famílias rurais.

Estrada Pesca Artesanal

Casa de farinha

30
3

Box 2 AGRICULTURA FAMILIAR E SEU GRANDE DESAFIO

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma


Agrária (INCRA) e o Fundo das Nações Unidas
para a Agricultura e Alimentação (FAO)
apresentaram dados que revelam que
aproximadamente 85% do total de propriedades
rurais do pais pertencem a grupos familiares. São
13,8 milhões de pessoas que têm na atividade
agrícola praticamente sua única alternativa de
vida, em cerca de 4,1 milhões de estabelecimentos
familiares, o que corresponde a 77% da população
ocupada na agricultura.

Cerca de 60% dos alimentos consumidos pela população brasileira vêm desse tipo de produção rural
e quase 40% do Valor Bruto da Produção Agropecuária são produzidos por agricultores familiares.
Cerca de 70% do feijão consumido pelo país, vêm desse tipo de produção rural e quase 40% do
Valor Bruto da Produção Agropecuária são produzidos por agricultores familiares. Vêm daí também
84% da mandioca, 5,8% da produção de suínos, 54% da bovinocultura de leite, 49% do milho e 40%
de aves e ovos.
A agricultura familiar também vem registrando o maior aumento de produtividade no campo nos
últimos anos. Na década de 90, foi o segmento que mais cresceu. Entre 1989 e 1999, a produção
agrícola familiar aumentou em 3,8% ao ano, o bom desempenho ocorreu mesmo em condições
adversas para o setor, quando nesse período sofreu uma queda de 4,7% ao ano nos preços
recebidos. Esses resultados positivos foram alcançados mesmo tendo a agricultura familiar um
histórico de baixa cobertura de crédito rural. É bom ressaltar que apenas 23% dos estabelecimentos
familiares rurais acessaram financiamentos nos últimos três anos.
Pretende-se fortalecer e estimular a agricultura familiar com o objetivo de superar um padrão de
carência existente no meio rural em várias regiões do país. As ações de Assistência Técnica e
Extensão Rural deverão ser ampliadas, seja ela pública ou privada; a pesquisa agrícola deverá dar
atenção às necessidades dos agricultores e da agricultura familiar; será preciso estabelecer um
seguro agrícola que garanta a renda dos agricultores; o crédito rural do PRONAF deverá considerar
de forma mais efetiva as questões do desenvolvimento regional e territorial.
Vale a pena ressaltar que todos os países desenvolvidos têm na agricultura familiar um sustentáculo
do seu dinamismo econômico e de uma saudável distribuição da riqueza nacional. Todos eles, em
algum momento da história, promoveram a reforma agrária e a valorização da agricultura familiar.
Para se ter uma idéia, a ocupação histórica do território dos Estados Unidos foi na unidade entre
gestão e trabalho e a agricultura foi inteiramente baseada na estrutura familiar.
O bom desempenho e o fortalecimento da agricultura familiar está na dependência da capacidade de
articulação dos diversos atores sociais envolvidos e comprometidos com a agricultura familiar, tais
como: movimentos sociais, diversos ministérios, governos estaduais e municipais, agentes
financeiros, ONGs e outros.
Com tudo isso, a política de crédito rural do PRONAF poderá contribuir ainda mais para a ampliação
desses espaços de articulação, disseminando informações e descentralizando a tomada de decisões,
promovendo um papel mais efetivo nos processos de financiamento da agricultura familiar.
Ao estimular a atividade familiar no campo e, simultaneamente, o aumento da produção, o grande
desafio estará na solução estrutural para uma importante questão social e econômica do país

Luiz Fernando Toscano - UNESP

31
3

4.4. Perfil Ambiental


Tendo em vista se constituir uma divisão geográfica recentemente definida, o perfil
ambiental do Território Baixo Parnaíba foi construído a partir das informações obtidas no
Atlas do Maranhão, 2002, além de dados obtidos junto a órgãos oficiais.

O Território Baixo Parnaíba faz parte das seguintes unidades de conservação:


Unidade Município
Área de Preservação Ambiental – Tutóia, Araioses (além de Barreirinhas)
APA da Foz do Rio
Preguiças/Pequenos Lençóis e Região
Lagunar – área total 269.684,3 ha

APA Upaon-Açu /Miritiba/ Alto Santa Quitéria do Maranhão, São Benedito do


Preguiça – área total 1. Rio Preto, São Bernardo, Tutóia e Urbano
Santos (além de Axixá, Barreirinhas,
Humberto de Campos, Icatu, Morros, Paço do
Lumiar, Presidente Jucelino, Primeira Cruz,
Rosário, Santa Rita, São José de Ribamar, São
Luis)

4.4.1. Geologia
Entre as formações geológicas
identificadas no Território Baixo
Parnaíba observa-se com
predominância o Grupo Barreiras e a
Formação Itapecuru, existindo ainda
manchas de Aluviões Fluvio-
Marinhos, Aluviões Fluviais e
Aluviões Marinhos e, em menor
proporção, Depósitos Eólicos.

O Grupo Barreiras presente na maior parte do Território Baixo Parnaíba, englobando


onze municípios, aflora no nordeste do Estado, sendo constituído por sedimentos clásticos,
mal selecionados. As cores predominantes são o amarelo e o vermelho, variando, porém, de
local para local, em que os arenitos existentes nesta formação são cauliníticos com lentes de
folhelhos.

32
3

A Formação Itapecuru, presente em quase todo o município de Chapadinha e São


Benedito do Rio Preto, é considerada como pertencente ao cretáceo inferior, estendendo-se
por toda metade norte do Estado, ocupando uma área de 50% do território estadual, sendo
constituído por arenitos finos, avermelhados e róseos, cinza argilosos, geralmente com
estratificação horizontal.

4.3.2. Solo
Os grupos de solos predominantes no. Território são os Latossolo Amarelo e
Podzólico Vermelho Amarelo Concrecionário. Os Latossolo distribuem-se em áreas de topos
de chapadas, ora baixas e dissecadas, a poucos metros acima no nível das várzeas, ora altas e
de extensões consideráveis, apresentando relevo plano com pequenas e suaves ondulações.
Quanto a uso atual, tem-se observado nas áreas destes solos uma pecuária em regime
extensivo, principalmente com bovinos, constatando-se também culturas de milho, feijão,
arroz, mandioca e pastagem plantada. Embora sendo solos de baixa fertilidade natural, têm,
entretanto, ótimo potencial agrícola.

Já o grupo dos Podzólico Vermelho Amarelo se constitui em um dos principais


suportes dos babaçuais nativos. São aproveitados com culturas de subsistência destacando-se
mandioca, milho, feijão e arroz; na fruticultura, manga, caju, banana, entre outras e na
pecuária, em regime extensivo e semi-intensivo.

4.3.3. Vegetação
A vegetação que se destaca no
Território é constituída de Mosaico de
Pastagens, Florestas Abertas e
Vegetação Degradada com Babaçu e
Campos Cerrado com Pastagem
Natural, além de Agricultura de
Subsistência, havendo ainda manchas de
Restingas em Araióses, Cerrados em
Chapadinha e Campos Inundáveis em
Belágua.
O Mosaico de Pastagens, Florestas Abertas e Vegetação Degradada com Babaçu
compreende áreas de usos diversos, associadas com pastagens, florestas abertas com

33
3

vegetação degradada e com presença de babaçu. Os Campos Cerrado com Pastagem Natural
são formações essencialmente campestres com árvores ou arvoretas esparsas. Em certas áreas
esta formação apresenta um tapete graminóide com cobertura arbórea esparsa de uma só
espécie.

Com relação a Agricultura de Subsistência, esta ocorre em pequenas áreas


espalhadas por diversas partes do Território, representada pelas culturas de milho, arroz,
feijão, mandioca e outras, visando, principalmente, a sustentação das famílias.

4.4.4. Clima
O clima que predomina na maior parte do território é o Sub-Úmido (C2), ocorrendo o
Sub-Úmido Seco (C1) apenas nos municípios de São Bernardo, Magalhães de Almeida e parte
de Araióses, Santana do Maranhão e Santa Quitéria do Maranhão. O Sub-Úmido (C2)
apresenta moderada deficiência de água nos meses de junho e setembro, megatérmico (A’), ou
seja, temperatura média mensal sempre superior a 18°C, sendo que a soma da
evapotranspiração potencial nos três meses mais quentes do ano é inferior a 48%, em relação
a evapotranspiração potencial anual (a’). No que diz respeito ao Sub-Úmido Seco (C1), este se
diferencia apenas por possuir pouco ou nenhum excesso de água.

4.4.5 . Hidrografia

Como recursos hídricos o Território é banhado


pelas Bacias do Parnaíba, Munim e rio Preguiças,
favorecendo a existência de rios, riachos e vários
igarapés. Dentre os ecossistemas existentes
encontram-se, particularmente nos municípios de
Araióses e Tutóia, manguezais, praias e dunas, além
de ilhas e ilhotas.

Manguezal
Rios como Magu, Santa Rosa e Preguiças oferecem condições de navegação durante
todo o ano e são utilizados para transporte de cargas e passageiros, principalmente entre
cidades ribeirinhas do território. Da mesma forma, há possibilidades de navegação pelo rio
Preto, rio Munim, rio Iguará e rio Bacuri, em especial por meio de embarcações de pequeno
porte.

34
3

5. VISÃO DE FUTURO
Para a obtenção da Visão de Futuro foram formados aglomerados de municípios do
Território, de acordo com a sua proximidade, constituindo-se em quatro oficinas. Em seguida,
foi realizada uma oficina, no município de Chapadinha, onde os produtos obtidos
anteriormente nas demais foram consolidados.

A metodologia utilizada,
denominada “painel progressivo”, foi extraída
da base, com os membros da CIAT do
Território, onde foi explicado que a visão de
futuro é um desejo maior daquilo que se quer
e que se busca de melhor para a região. Logo
após, cada participante expressou suas
expectativas utilizando tarjetas.

Em seguida iniciou-se um trabalho de grupo a partir de duplas, reduzindo–se ao final


a um só grupo, que consolidou todas as idéias, na construção da visão do Território:

“No nosso Território os agricultores e as agricultoras familiares dispõem de terra


para trabalhar, de infra-estrutura de apoio à produção, ao beneficiamento e à
comercialização, como eletrificação, água, agroindústrias e estradas, além de crédito rural
facilitado, assistência técnica e capacitação efetiva, possibilitando o uso dos recursos
naturais de forma racional, por meio de práticas agroecológicas, garantindo, com isto, a
sustentabilidade das famílias rurais de hoje e das gerações futuras. Nossos sistemas
produtivos são bastante diversificados e baseados nas potencialidades existentes, gerando
excedentes para a comercialização, que é feita de forma organizada, por meio de
cooperativas, e proporcionando segurança alimentar as famílias.Temos acesso à saúde
preventiva e curativa, com postos de saúde estruturados e com equipe médica para atender à
população. Nossa educação está pautada nas diversidades existentes, considerando as
questões de gênero, geração e etnia, incentivando o desenvolvimento das comunidades e dos
grupos e resgatando suas raízes. As escolas são equipadas e funcionam em ambiente
propício ao ensino-aprendizagem, com professores capacitados e material didático-
pedagógico de qualidade. A merenda escolar é feita com produtos provenientes das unidades
familiares, com qualidade e em quantidade suficiente. Temos boas relações institucionais

35
3

com entidades não governamentais e com o poder público, que dispõe de secretarias atuantes
e pessoas preparadas, favorecendo a formação de parcerias na implementação das ações
demandadas pela população “.

6. RELAÇÃO SISTEMA X AMBIENTE

Entendido como um conjunto de partes interdependentes e integrantes de um


todo unitário, que desenvolve suas funções e possui objetivo determinado, o Sistema
estabelece com o Ambiente, isto é com o entorno, uma relação dinâmica onde ambos
influenciam-se mutuamente.

Compreender o Sistema significa determiná-lo e levar em conta suas


potencialidades, que são as suas riquezas e tudo o que seja capaz de promover o seu
desenvolvimento, de forma sustentável, como cadeias produtivas, ambiente, pessoas e, os
estrangulamentos, isto é, o que pode dificultar esse desenvolvimento tais como relações
institucionais fragmentadas, degradação ambiental, legislação incipiente, etc.

O sistema aqui considerado é o Território Baixo Parnaíba e o ambiente representa


o seu entorno. Os elementos para compreensão do ambiente são oportunidades, que
representam os pontos fortes, que interagem ou poderão interagir positivamente dentro do
sistema, os quais, se aproveitados, favoreceram as ações estratégicas implementadas no
processo de desenvolvimento e, as ameaças, que são os obstáculos impostos pelo ambiente ao
desenvolvimento das ações do sistema.

O conhecimento e estudo das potencialidades e estrangulamentos do sistema bem


como, das oportunidades e ameaças do ambiente permitirão estabelecer estratégias de atuação
viáveis e sustentáveis, uma vez que o sistema poderá não apenas estar preparado para as
mudanças, mas poderá antecipar-se, ao mesmo tempo beneficiar-se com elas.

36
3

6.1 Sistema
A reflexão do Sistema Território Baixo Parnaíba considerou alguns aspectos, que embora não
dêem conta de sua totalidade, oferecem elementos para uma aproximação crítica da realidade.

Análise do Sistema
Saúde
Potencialidades Estrangulamento
- Hospitais públicos -Ausência de saneamento básico (sistema de esgoto, água
- Farmácia básica, tratada, coleta de lixo e aterro sanitário);
- Equipe médica, -Número insuficiente de profissionais da área de saúde e de
- Unidade Móvel, ambulância para atender a população;
- Equipe médica, -Ausência de laboratórios públicos para análises clínicas;
-Programa de saúde na família – PSF -Falta de capacitação na área de saúde;
-Funcionamento precário dos hospitais e posto de saúde

Educação
Potencialidade Estrangulamento
-Educação infantil, ensino fundamental, - Merenda escolar sem qualidade e em quantidade
médio e superior; insuficiente;
-Professores qualificados; -Número insuficiente de escolas na zona rural e salas
-Escolas particulares; multisseriadas;
-Transporte escolar; -Quantidade insatisfatória de material didático ao ensino
-Efetivação do plano de cargo e salários médio;
dos professores em alguns municípios; -Ensino superior defasado;
-Manifestações artísticas e culturais ri- -Alto índice de analfabetismo e evasão escolar;
cas e variadas; -Ausência de integração família x escola;
-Professores mal remunerados e com pagamentos atrasados;
-Transporte escolar em condições precárias;
-Inexistência de espaço para esporte e lazer e bibliotecas;

Político Institucional
Potencialidade Estrangulamento
-Conselhos Municipais de -Inexistência de Secretaria de Agricultura em alguns
Desenvolvimento Rural Sustentável municípios;
(CMRDS), Comissão de Instalação das -Fragilidade das organizações por falta de conhecimento/ca-
Ações Territoriais (CIAT), associações pacitação sobre gestão.
comunitárias; -Pouca articulação entre sociedade civil organizada e poder
-Existências de organizacionais público
(sindicatos, associações, cooperativas)
com espaço físico e estrutura.

37
3

Economia territorial
Potencialidade Estrangulamento
-Turismo (Delta das Américas); - Falta de apoio e incentivo a produção agrícola familiar;
-Diversificação da produção agrícola -Concentração fundiária (má distribuição de terras);
(mandioca, arroz, milho, feijão, -Êxodo rural;
melancia, cana-de-açúcar, caju, coco, -Solos empobrecidos;
banana) e pecuária (caprinos, aves, -Nível de tecnologia empregado pelos agricultores
suínos, peixes, camarão, abelha); familiares impossibilita o aumento da produção e
-Existência de infra-estrutura como produtividade agropecuária;
estradas, energia elétrica, água -As práticas agroecológicas são pouco incentivadas,
encanada; reduzindo as possibilidades de produção agrícola
-Existência de áreas de assentamento; sustentável;
-Solos férteis; -Deficiência de infra-estrutura para produção,
-Extrativismo vegetal (artesanato, beneficiamento e comercialização agropecuária;
babaçu, frutas) e animal (caranguejo, -Presença do atravessador na comercialização;
peixe, ostra, camarão, sururu, siri); -Assistência técnica pontual e isolada;
-Comercio;

Meio Ambiente
Potencialidade Estrangulamento
-Existência de recursos hídricos (mar, rios, lagos, Desmatamentos e queimadas de grandes áreas
lagoas); com degradação do solo e redução das espécies
-Biodiversidade (fauna e flora); animais e vegetais;
-Retirada das matas ciliares e poluição dos rios
com lixo doméstico e agrotóxicos;
-Inexistência de uma política ambiental nos
municípios/ Território;

6.2 Ambiente

No processo de discussão do ambiente externo ao Território Baixo Parnaíba,


buscou-se identificar os pontos que alavancam (Oportunidades) como também os que inibem
(Ameaças) o desenvolvimento da área, que compreende os 13 municípios envolvidos no
Programa Territorial.

Dentro dessa análise como Oportunidades foram apontados Programas Sociais em


nível federal como PETI, Bolsa Família, Salário Maternidade, Assistência ao Idoso, PITS,
PSF, como forma de minorar o constante processo de exclusão que a população rural vem so-

38
3

frendo ao longo dos anos quando se trabalha, especificamente, temas como educação, saúde e
saneamento básico, sendo este fato respaldado quando se observa o Índice de Desenvolvimen-
to Humano (IDH) dos municípios que abrangem o Território.

Outros pontos destacados referem-se aos convênios com Universidades como UES-
PI, UEMA, CEFET; Programas de Alfabetização, além da existência do FUNDEF para aqui-
sição de equipamentos, materiais e pagamentos de professores. No tocante ao setor agrícola
citou-se Credito Rural (PRONAF); agentes financeiros; cursos de capacitação, tendo como
entidade executora o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR); Programa de Ele-
trificação Rural (Luz para Todos), Programa Crédito Fundiário, como também a legalização
de algumas terras devolutas do Estado, já que no Território foi identificado entre os pontos de
Estrangulamento que muitos agricultores e agricultoras não dispõem de terra para desenvol-
verem suas atividades agropecuárias e extrativistas.

No que diz respeito às Ameaças foi evidenciada a compra de terras e regularização


por grandes empresários que chegam ao Território movidos pelo agronegócio do eucalipto,
como no caso da PAINEIRAS, e da soja, ocasionando tanto um impacto ambiental quanto so-
cial, pois por se tratar de monoculturas, em que são exploradas grandes extensões de terras,
torna-se inevitável o desmatamento indiscriminado, tanto do Cerrado, como das matas ciliares
e nascentes dos rios, causando a destruição dos recursos naturais da região, bem como a ex-
pulsão e exclusão das famílias do campo por não se sentirem contempladas com subsídios

financeiros que incentivam apenas a produção em larga escala, sempre voltada para atender
ao mercado internacional.

39
4

Análise do Ambiente

7. EIXOS AGLUTINADORES
A Visão de Futuro construída e a análise da relação Sistema x Ambiente, serviram
como orientação para identificar os eixos aglutinadores que irão promover mudanças no cená-

Oportunidades Ameaças
-Programas sociais (PETI, Bolsa Família, Salário -Intermediários nas ações previdenciárias;
Maternidade, Fome Zero, assistência ao idoso); -Compra de terras e regularização por
-Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde grandes empresários que estão chegando ao
(PITS); Território movidos pelo agronegócio da soja;
-Programa Saúde da Família (PSF); -A maior parte das terras dos municípios
-Universidades; (Urbano santos, São Benedito do Rio Preto e
-Agentes financeiros; Belágua) está nas mãos de um único
-Credito Rural (PRONAF); latifundiário – PAINEIRAS;
-Programa de desenvolvimento territorial -Desmatamento indiscriminado do cerrado,
(MDA/SDT); das matas ciliares e nascentes pelos por
-Banco Postal; grandes empresários que estão chegando ao
-SENAR, SEBRAE (cursos de capacitação); Território e adquirindo as terras da região.
-Casa da Agricultura Familiar;
-AGED;
-Livros didáticos, vídeos;
-Programas de alfabetização;
-FUNDEC;
-Convênios (UESPI, UEMA, CEFET);
-Existência do programa de eletrificação rural (Luz
para Todos);
-Existência do FUNDEF (aquisição de equipamentos,
materiais e pagamentos professores);
-Legalização de algumas terras devolutas do estado.

rio atual do Território, possibilitando, com isto, atingir a situação desejada buscando a melho-
ria da qualidade de vida das famílias, conforme demonstrado a seguir:

1. Econômico
 Agricultura
 Pecuária ( Psicultura, apicultura)
 Aquicultura
 Extrativismo
 Turismo
 Artesanato
 Comercio Indústria e Serviços

40
4

2. Ambiental
 Caracterização (recursos hídricos, solo e vegetação, fauna)
 Lixo Urbano
 Degradação/preservação/recuperação dos recursos naturais

3. Social
 Educação
 Saúde
 Cultura e Lazer
 Benefícios Sociais

4. Político Institucional
 Suporte Institucional - Poder Público e Sociedade Civil
 Conselhos Municipais

41
4

A utilização de uma metodologia participativa envolvendo pessoal técnico e


segmento representativo s da população (organizações, líderes, trabalhador@s, pequenos
produtores, etc permite uma leitura abrangente do território, avaliando suas características
sócio-econômicas e ambientais, ressaltando suas potencialidades e reconhecendo seus limites.

A apreensão desse conhecimento leva a formulação de estratégias e tomadas de


decisão que conduziram a transformação da realidade, alavancando o desenvolvimento
territorial e enfrentando a situação de pobreza.

Assim, as propostas elencadas a seguir representa um esforço coletivo de


proposição de um cenário futuro para o território redefinindo a sua feição a curto e médio
prazo.

PROGRAMA PROJETO
AGRICULTURA Acesso a terra Desapropriação de terras
(improdutivas)
Compra de Terra (crédito
Fundiário)
Regularização de Posse

Dinamização das Culturas Tradicionais Mandioca


Milho
Feijão
Horticultura
Estímulo à hortas de quintais
Polos hortículas municipais
Fruticultura
Melhoria das frutíferas de
fundo de quintal
Fruticultura Comercial
PECUÁRIA Melhoramento da Criação de animais de Suinocultura
pequeno e médio porte Caprinocultura
Avicultura Caipira
Uso Sustentável dos recursos pesqueiros
Melhoria da pesca artesanal
Consolidação de novas atividades Incentivo a piscicultura
Incentivo a apicultura

42
4

PROGRAMA PROJETO
EXTRATIVISMO Aproveitamento racional das frutas Industrialização e
nativas comercialização das frutas
regionais
Aproveitamento Integral do babaçu
Beneficiamento e
comercialização do produto e
subproduto do babaçu
TURISMO Fortalecimento do turismo no território Gestão de turismo e hotelaria
Resgate da Cultura Popular
Incentivar o turismo
segmentado (religioso,
Ecológico, eventos)
ARTESANATO Profissionalização da atividade artesanal Melhoramento da tecnologia
de produção

Comercialização dos
produtos artesanais

ÁREA DE ATUAÇÃO PROGRAMA PROJETO


Recursos Naturais Recuperação e Preservação Educação Ambiental
Ambiental Recomposição de áreas
degradadas
Preservação Ambiental Tratamento adequado do lixo Reciclagem dos resíduos
sólidos orgânicos
Implantação de aterro
sanitário

ÁREA DE ATUAÇÃO PROGRAMA PROJETO


EDUCAÇÃO Ampliação e melhoramento da Implantação de educação
educação no campo rural baseada na
pedagogia da alternância

Melhorar o ensino
fundamental nas
comunidades
Combate ao analfabetismo
Fortalecimento dos
programas
governamentais para
Inclusão Digital alfabetização de jovens e
adultos

Iniciando o mundo digital


nas escolas, hospitais e
secretarias municipais

43
4

ÁREA DE ATUAÇÃO PROGRAMA PROJETO


SAÚDE Saúde no Campo Controle da diabetes e
hipertensão

Implantação de hortas
medicinais de fundo de
quintal
Saúde, Sexualidade e drogadição
voltado para crianças e Oficina sobre sexualidade
adolescentes para adolescentes e jovens

Ciclos de Debates sobre


uso de substâncias
psicoativas
CULTURA E LAZER Resgate a cultura popular Fortalecimento das
manifestações folclóricas

Intercambio Cultural

ÁREA DE ATUAÇÃO PROGRAMA PROJETO


CONSTRUÇÃO CIVIL Conservação Patrimonial Arco-íres nas escolas e
nas casas de saúde

Moradia e Caminhos Seguro Construção e


Conservação de estradas
vicinais

Melhoria e construção de
unidade habitacional

Construção de Cisternas

Implantação de fossas
sépticas

Construção de Olarias

ÁREA DE ATUAÇÃO PROGRAMA PROJETO


Administração Municipal Melhoria da administração Capacitação de Gestores
municipais e funcionários
públicos

Estruturação das
Secretarias Municipais

44
Projeto Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis
Prioritário Parceiros
Desapropriação de Agricultor@ Garantir ao Viabilizar a situação Banco Mundial, INCRA,
terras improdutivas Familiar trabalhador@ o acesso a fundiária nos 13 Bird, INCRA, ITERMA,
, compra de Terra Mulheres Rurais terra como ação municípios do Baixo ITERMA, MDA- NEPE,
(crédito Fundiário) Jovens Rurais consolidação da reforma Parnaíba no período de SRA Sindicatos,
e regularização de agrária. cinco anos Secretarias
posse Municipais de
Agricultura,
Ong’s,
Associações
Implantação de Agricultor@ Aumentar a produção e Aumentar a produção e Banco Mundial, BNB, BB,
pólos (campos) Familiar melhorar a qualidade da produtividade da Gerencias de SEBRAE,
agrícolas para o Mulheres Rurais farinha e subprodutos da cultura em 50% no Estado,PRONAF SENAR,
plantio de Jovens Rurais mandioca período de cinco anos CRÉDITO, SENAI, CAF
mandioca PRONAF INFRA, Prefeitura
FAT Municipal,
INCRA,
SEAGRO,
Secretarias de
Agriculturas,
46

Projeto Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Prioritário Parceiros
ONG’s
Aquisição de Agricultor@ Melhorar a tecnologia de Aumentar em 50% a PRONAF NEPE,
máquinas agrícolas Familiar produção produção e em 30% CRÉDITO, CAF,BNB, BB,
(equipamentos, comercialização dos PRONAF INFRA, SEAGRO
trator) produtos agrícolas no Ong’s,
território Secretarias de
Agriculturas,
Sindicatos,
Associações,
Prefeituras
Implantação de Agricultor@ Melhorar a qualidade Aumentar a EMPRAPA, Prefeituras
bancos de Familiar dos produtos agrícolas e comercialização dos Secretarias de Municipais,
sementes Mulheres Rurais aumentar a produtos agrícolas em Agriculturas, Secretarias de
Jovens Rurais produtividade 50% no período de PRONAF Crédito Agricultura,
cinco anos Associações
Comunitárias,
CAF
Implantação de Agricultor@ Beneficiar a produção de Elevar em 60% o PRONAF Prefeitura
uma agroindústria Familiar arroz agregando valor ao beneficiamento do arroz CRÉDITO, Municipal,
de beneficiamento Mulheres Rurais produto consumido e PRONAF INFRA, Secretarias de
de arroz Jovens Rurais comercializado no BNB, BB Agriculturas,
território Sindicatos,
Associações,
Ong’s, CAF
Implantação de Agricultor@ Tornar o território um Aumentar a produção e PRONAF Crédito BNB, BB,
Pólos produtivos Familiar referencial da cultura e comercialização de ,BNB, BB SEAGRO
para o cultivo de aumentar sua coco anão em 30% em Ong’s,
47

Projeto Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Prioritário Parceiros
coco anão precoce comercialização cinco anos Secretaria de
Agricultura,
Sindicatos,
Associações,
Prefeituras
Implantação de um Agricultor@ Assegurar maior renda Comercializar 30% da PRONAF INFRA SENAI,
Centro de Familiar aos agricultores produção do território Prefeituras EMBRAPA,
Comercialização Jovens Rurais familiares com controle em dois anos Municipais, Ong’s Associações e
de produtos População do da comercialização Sindicatos
agropecuários território SEBRAE, Ong’s
extrativistas no
território Baixo
Parnaíba
Criação de pólos Agricultor@ Elevar e melhorar a Aumentar a produção PRONAF Crédito, EMBRAPA,
produtivos para o Familiar produção, e renda do de caju em 50% no FAT/MTB Ong’s CAF
cultivo do caju Mulheres Rurais trabalhador@ rural do período de cinco anos Associações e
anão precoce Jovens Rurais território Sindicatos
SEBRAE,
SENAR e
Secretaria de
Agricultura
Implantação de Agricultor@ Melhorar a qualidade da Contribuir em 30% da Prefeitura SENAI,
hortas escolares Familiar merenda escolar e merenda escolar no Municipal, Ong’s SEBRAE,
Mulheres Rurais sensibilizar os jovens período de dois anos EMBRAPA,Ass
Jovens Rurais quanto a atividade ociações,
agrícola Secretaria de
Educação
48

Projeto Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Prioritário Parceiros
Sindicatos, Pais
dos alunos, CAF
Implantação de Agricultor@ Gerar renda e Melhorar a Implantar 390 hortas de Prefeitura SENAI,
hortas de fundo de Familiar qualidade da alimentação fundo de quintal no Municipal, Ong’s, SEBRAE,
quintal Mulheres Rurais dos agricultores@ rurais, territorio no período de PRONAF Crédito EMBRAPA,
Jovens Rurais cinco anos Famílias Associações
Secretaria de
Educação
Sindicatos, Pais
dos alunos, CAF

Projeto Prioritário Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Parceiros
Caprinocultura
Implantação de pólos Agricultor@ Melhorar a qualidade Implantar 3 pólos de PRONAF Crédito, BNB,BB,
de criação de caprinos Familiar da alimentação e criação de caprinos FAT/MTB Sindicatos,
Mulheres Rurais gerar renda para os em dois anos Associações,
Jovens Rurais trabalhadores rurais Ong’s
Secretarias de
Agricultura,
EMBRAPA,
AGED,CAF
Implantação de áreas Agricultor@ Melhorar a Implantar 13 campos PRONAF CRÉDITO BNB, BB,
49

Projeto Prioritário Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Parceiros
de pastagem para Familiar qualidade da de pastagem no FAT/MTB Sindicatos,
caprinos Mulheres Rurais alimentação dos território no período Associações,
Jovens Rurais caprinos a custo de cinco anos Ong’s
mais baixo Secretarias de
Agricultura e
CAF
Aquisição de matrizes Agricultor@ Melhorar o padrão Aumentar em 50% a PRONAF CREDITO Prefeituras
e reprodutores Familiar genético dos animais aquisição de matrizes Municipais,
melhorados Mulheres Rurais e incentivar a e reprodutores em BNB,
Jovens Rurais comercialização tres anos SEBRAE,
ONG’s
Associações,
CAF
Sindicatos,
AGED

Avicultura
Implantar projetos de Agricultor@ Estimular no Aumentar em 80% a PRONAF Crédito, Prefeituras
criação de galinha Familiar Território a atividade criação de galinha FAT/MTB Municipais,
caipira em sistema Mulheres Rurais em caráter comercial caipira do território BNB,
semi-intensivo no prazo de tres anos Associações,
ONG’s,
Sindicatos,
CAF e AGED
Implantar raças Agricultor@ Incentivar o Aumentar a criação PRONAF Prefeituras
melhoradas de outras Familiar desenvolvimento do de pato, peru e Municipais,
aves (patos, perus, Mulheres Rurais agronegócios de aves galinha d’ angola em BNB,
50

Projeto Prioritário Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Parceiros
galinha d´angola). de forma sustentável 50% no período de Associações,
visando a melhoria tres anos ONG’s,
de vida da população Sindicatos,
rural CAF,AGED
Suinocultura
Estimulo a criação Agricultor @ Diversificar a Incrementar a criação PRONAF,CREDITO Prefeituras
semi-intensiva de Familiar produção de proteína de suínos em 20% Municipais,
suínos com raças Mulheres Rurais animal para as dois anos Secretarias de
melhoradas famílias e agregar Agriculturas,
renda ao produtor BNB,
Associações,
ONG’s,
Sindicatos,
AGED
Apcultura
Criação de pólos de Agricultor@ Proporcionar Implantar 2 pólos de PRONAF Crédito Prefeituras
produção de abelhas Familiar alternativas viáveis produção de abelhas Municipais,
nativas Jovens rurais para geração de nativas no território Secretarias de
trabalho e renda, no período de dois Agriculturas,
reduzindo a pobreza anos BNB,
e o êxodo rural BASA,Associaç
ões, ONG’s,
CAF, BB
Sindicatos
Psicultura e Pesca Artesanal
Melhoria da pesca Agricultor@ Melhorar a Atender a cada ano PRONAF Prefeituras,Secr
artesanal Familiar alimentação e gerar 20% dos pescadores PESCADORES etarias de
51

Projeto Prioritário Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Parceiros
Piscicultor renda ao pescador artesanais com ARTESANAIS Agriculturas,
artesanal capacitação e BNB,
apetrechos de pesca Associações,
ONG’s,
Sindicatos,
Colônia de
Pescadores
Estímulo a Agricultor@ Incentivar a criação Implantar 13 projetos PRONAF Prefeituras,Secr
piscicultura (taques / Familiar de peixe e gerar de psicultura em tres PESCADORES etarias de
redes e tanque em Piscicultor renda ao anos ARTESANAIS Agriculturas,
terra) trabalhador@ rural BNB,
Associações,
ONG’s,
Sindicatos,
CAF, Colônia
de Pescadores

Infra-estrutura
pesqueira
Implantação de Agricultor@ Gerar emprego e Implantar 01 fábrica PRONAF Prefeitura
01indústria de Familiar renda a população do de beneficiamento de PESCADORES ,Secretaria de
beneficiamento de Mulheres Rurais território com pescado no território ARTESANAIS Agricultura,Asso
pescado Jovens Rurais agregação de valor no período de dois ciações, ONG’s,
(camarão,peixe sururu Pescadores aos produtos anos Sindicatos,
caranguejo, ostra) Colônia de
Pescadores
Implantação de uma Agricultor@ Abastecer as cidades Implantar uma fábrica PRONAF INFRA- Prefeitura
52

Projeto Prioritário Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Parceiros
fábrica de gelo Familiar pesqueiras do de gelo em Tutóia no MDA ,Secretaria de
Mulheres Rurais território, gerar período de um ano agricultura
Jovens Rurais emprego e renda Associações,
ONG’s,
Sindicatos

Projeto Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Prioritário Parceiros
Beneficiamento de Agricultor@ Gerar emprego e Comercializar para PRONAF INFRA, SENAI, SEBRAE,
frutas regionais Familiar renda aos 04 territórios do PRONAF CRÉDITO Associações e
Mulheres Rurais trabalhadores e Maranhão no período MDA Sindicatos
Jovens Rurais jovens da zona rural de um ano SEAGRO,MDA Ong’s, SENAR,
Prefeituras
Municipais
Reflorestamento de Agricultor@ Garantir matéria Reflorestar 04 áreas GEAD’s, CAF’s, IBAMA, Secretaria
áreas degradada Familiar prima para degradadas no Ong’s, Crédito de Agricultura,
com frutas nativas Mulheres Rurais industrialização das território no período Florestal Prefeitura
Jovens Rurais frutas regionais e a de tres anos Associações e
preservação Sindicatos
ambiental Ong’s
Implantação de Agricultor@ Gerar trabalho e Implantar no MDA-PRONAF Secretaria de
agroindústria Familiar renda para as território uma INFRA, PRONAF Agricultura,
53

Projeto Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Prioritário Parceiros
comunitária para Mulheres Rurais mulheres rurais agroindústria CREDITO Prefeitura
exploração do Jovens Rurais comunitária de Associações e
babaçu. produtos derivados Sindicatos
de babaçu no período Ong’s, CAF
de dois anos

Projeto Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Prioritário Parceiros
Capacitação em Mulheres Rurais Formar mão-de-obra Capacitar 60 jovens MDA-PRONAF Prefeituras,
Gestão de Turismo Jovens Rurais especializada para no território no Custeio, SEBRAE, Secretaria de
e Hotelaria conduzir os período de um ano ONG’s Cultura, SEBRAE,
empreendimentos SENAI,BNB,
turísticos do AGED’s
território gerando
emprego e renda aos
jovens e mulheres
rurais
Resgate da Cultura Agricultor@ Reativar as crenças, Promover 3 eventos MDA-PRONAF Prefeituras,
Popular Familiar danças e costumes culturais, e dois Custeio, ONG’s e Secretaria de
Mulheres Rurais proporcionando a intercâmbios Prefeituras Cultura,
Jovens Rurais valorização das culturais no período Municipais SEBRAE,Associaç
raízes do território de um ano ões Sindicatos e
ONG’s
Incentivo ao Mulheres Rurais Utilizar os recursos Capacitar 60 jovens MDA-PRONAF Prefeituras,
54

Projeto Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Prioritário Parceiros
turismo Jovens Rurais naturais de forma no território no Custeio, ONG’s e Secretaria de
segmentado sustentável, divulgar período de um ano Prefeituras Cultura,
(ecológico, o turismo religioso Municipais SEBRAE,Associaç
religioso) do territorio gerando ões Sindicatos e
emprego e renda ONG’s
para população rural

Projeto Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Prioritário Parceiros
Implantar centro de Mulheres Rurais Divulgar o Promover 2 cursos MDA-PRONAF Prefeituras,
capacitação em Jovens Rurais artesanato territorial de artesanato, 2 Custeio, ONG’s e Secretaria de
artesanato no gerando emprego e cursos de Prefeituras Cultura,
território renda para as comercialização de Municipais SEBRAE,Associaç
comunidades rurais produtos artesanais ões Sindicatos e
ONG’s
Melhoramento da Mulheres Rurais Garantir a qualidade Promover 2 cursos MDA-PRONAF Prefeituras,
tecnologia de Jovens Rurais dos produtos de técnicas do Custeio, ONG’s e Secretaria de
produção artesanais artesanato no período Prefeituras Cultura,
proporcionando o de um ano Municipais SEBRAE,Associaç
aumento de sua ões Sindicatos e
comercialização ONG’s
Técnicas de Mulheres Rurais Proporcionar as Promover 01 curso MDA-PRONAF Prefeituras,
comercialização Jovens Rurais mulheres e jovens de técnicas de Custeio, PRONAF Secretaria de
55

dos produtos rurais meios para comercialização Jovem, Mulher Cultura,


artesanais melhor envolvendo 30 Extrativista ONG’s e SEBRAE,Associaç
comercializar seus mulheres e jovens do Prefeituras ões Sindicatos e
produtos território no período Municipais ONG’s
de um ano

Projeto Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Prioritário Parceiros
Educação Agricultor@ Sensibilizar os Promover 05 cursos MDA-PRONAF Prefeituras,
Ambiental Familiar participantes quanto de Educação Custeio, ONG’s e Secretaria de Meio
Mulheres Rurais a importância das ambiental no período Prefeituras Ambiente, IBAMA
Jovens Rurais relações existentes de seis meses Municipais SEBRAE,Associaç
entre Educação, ões Sindicatos e
Sociedade e ONG’s
Natureza para
garantir a auto-
sustentabilidade das
comunidades
Recomposição de Agricultor@ Fornecer aos Promover 03 cursos MDA-PRONAF Prefeituras,
áreas degradadas Familiar participantes um de recomposição de Custeio, ONG’s e Secretaria de Meio
Mulheres Rurais sistema de manejo áreas degradadas no Prefeituras Ambiente, IBAMA
Jovens Rurais para recomposição período de um ano Municipais SEBRAE,Associaç
de áreas degradadas ões Sindicatos e
reduzindo impactos ONG’s
ambientais.
56

Projeto Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Prioritário Parceiros
Reciclagem dos Agricultor@ Gerar emprego e Promover 02 cursos MDA-PRONAF Prefeituras,
resíduos sólidos e Familiar renda através da reciclagem dos Custeio, ONG’s e Secretaria de Meio
orgânicos Mulheres Rurais reciclagem do lixo e resíduos sólidos e Prefeituras Ambiente, IBAMA
Jovens Rurais contribuir para orgânicos período de Municipais SEBRAE,Associaç
preservação dois ano ões Sindicatos e
ambiental ONG’s
Aterro Sanitário Agricultor@ Sensibilizar a Promover 01 MDA-PRONAF Prefeituras,
Familiar comunidade rural e o seminário de Custeio, ONG’s e Secretaria de Meio
Mulheres Rurais poder público da sensibilização sobre Prefeituras Ambiente, IBAMA
Jovens Rurais importância do a questão do lixo e Municipais SEBRAE,Associaç
aterro sanitário para construção de aterros ões Sindicatos e
sustentabilidade do sanitários ONG’s
ambiente e saúde da envolvendo gestores
população dos 13 municípios do
território em seis
meses.

Identificar locais Realização de


com características Estudo Prévio de
favoráveis para a Impacto Ambiental
construção de um (EIA-Rima)
aterro sanitário
57

Projeto Prioritário Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Parceiros
Formação de Jovens Rurais Formação do jovem Formar 180 jovens MDA-PRONAF Prefeituras,
Jovens e em rural promovendo o do território no Custeio, ONG’s e Secretaria de de
pedagogia da desenvolvimento período de tres anos Prefeituras Agricultura,Consor
alternância endógeno e Municipais cio de Prefeituras,
sustentável do CAF’s,
campo. ARCAFAR
,Sindicatos e
ONG’s
Melhorar o ensino Professores da Proporcionar melhor Promover 06 cursos MDA-PRONAF Prefeituras,
fundamental nas zona rural aprendizado e de métodos e Custeio, ONG’s e Secretaria de
comunidades rurais combater a evasão técnicas de Prefeituras Educação
escolar nas escolas aprendizagem para o Municipais Municipal,
do campo corpo docente das Sindicatos,
comunidades rurais Associações,
do território no ONG’s
período de dois anos
Efetivar programas Agricultor@ Diminuir o índice de Alfabetizar 30% dos MEC, FUNDEF, Prefeituras
de alfabetização no Familiar analfabetismo no jovens e adultos não Prefeituras Municipais, MEC,
campo Mulheres Rurais território alfabetizados no Municipais ONG’s, Sindicatos
(alfabetização Jovens Rurais território no período e Associações
58

Projeto Prioritário Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Parceiros
solidária, Brasil de tres anos
alfabetizado, vamos
ler)

Projeto Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Prioritário Parceiros
Implantação de Agricultor@ Estimular o uso Implantar 13 hortas MDA, Prefeituras UFMA,
hortas medicinais Familiar consciente das medicinais no Municipais Associações,
de fundo de quintal Mulheres Rurais plantas medicinais, território Secretarias
Jovens Rurais resgatando a Realização de 13 Municipais de
Agentes de Saúde sabedoria popular oficinas de Saúde, ONG´s,
capacitação sobre Sindicatos,
conhecimento Conselho Regional
científico e uso de de Farmácia
plantas medicinais.
Controle da Agricultor@ Divulgar os riscos Realizar campanhas Ministério da Saúde, Prefeituras
hipertensão e Familiar que a hipertensão e o de divulgação com Prefeituras e Municipais,
diabetes Mulheres Rurais diabetes oferecem, distribuição de Secretarias Associações,
apontando ações material informativo Municipais de Saúde, Secretarias
preventivas e e realização de Sindicatos, ONG´s, Municipais de
curativas. exames rápidos Associações, Saúde, Sindicatos,
ONG´s,
Oficina sobre Adolescentes e Refletir sobre a Realizar Oficinas MDA-PRONAF Prefeituras
59

sexualidade para Jovens Rurais sexualidade e sua em escolas, Igrejas Custeio Prefeituras Municipais,
adolescentes e importância, visando Associações e Municipais, Associações,
jovens instrumentar os Sindicatos Associações, Secretarias
jovens para a adoção Secretarias Municipais de
de atitudes Municipais de Saúde Saúde e de
responsáveis e e de Educação Educação,
preventivas. Sindicatos, ONG´s, Sindicatos, ONG´s,
Escolas, Igrejas , Escolas, Igrejas

Ciclos de Debates Agricultor@ Refletir sobre o uso Realizar eventos em Prefeituras Prefeituras
sobre uso de Familiar abusivo de drogas e escolas, Igrejas Municipais, Municipais,
substâncias Mulheres Rurais suas conseqüências, Associações e Associações, Associações,
psicoativas Educadores visando contribuir Sindicatos Secretarias Secretarias
Lideranças para prevenir o seu Municipais de Saúde, Municipais de
consumo. Sindicatos, ONG´s, , Saúde, Sindicatos,
Escolas, Igrejas ONG´s, igrejas,
escolas

Projeto Prioritário Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Parceiros
Fortalecimento das Agricultor@ Estimular, resgatar e .Fazer em um ano ONG,´s, iniciativa Sindicatos, Grupos
manifestações Familiar incentivar as levantamento de privada, Prefeituras Folclóricos
folclóricas Mulheres Rurais manifestações todas as Municipais, Organizados,
folclóricas do manifestações Secretaria de Estado Prefeituras
território folclóricas do da Cultura, UNESCO Municipais
território
60

Projeto Prioritário Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Parceiros

Estimular a busca de
patrocínio para
investimento nos
grupos folclóricos

Intercambio Agricultor@ Fomentar o processo Realizar eventos ONG,´s, iniciativa Sindicatos, Grupos
Cultural Familiar de enriquecimento culturais em privada, Prefeituras Folclóricos
Mulheres Rurais cultural, por meio territorial que Municipais, Organizados,
Grupos Folclóricos divulgue as Secretaria de Estado Prefeituras
manifestações da Cultura, UNESCO Municipais
culturais

Projeto Prioritário Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Parceiros
Ampliação da rede Agricultor@ Melhorar a Dobrar em 03 anos o Programa Luz para Prefeituras,
de energia rural Familiar qualidade de número de Todos Secretarias de
Mulheres Rurais habitação e de domicílios Municipais de
trabalho das famílias contemplados Ação Social,
Sindicatos, ONG´s
Ampliação e Agricultor@ Melhorar o acesso Beneficiar 0s 13 INCRA, PRONAF- Prefeituras,
recuperação de Familiar humano e o municípios em 04 INFRA, Prefeituras Secretarias de
estradas vicinais Mulheres Rurais escoamento da anos. Municipais Municipais de
61

Projeto Prioritário Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis


Parceiros
Jovens Rurais produção Ação Social,
Sindicatos, ONG´s
Construção de Agricultor@ Proporcionar Atingir 50% das MDS, MDA, FNS Prefeituras,
fossas sépticas Familiar saneamento básico famílias em Secretarias de
Mulheres Rurais assentamentos Municipais de
Jovens rurais humanos no território Ação Social,
em 04 anos. Sindicatos, ONG´s
Construção de Agricultor@ Oferecer estrutura de Atingir 50% das MDS, ASA Prefeituras,
Cisternas Familiar captação de água da famílias em Secretarias de
chuva assentamentos Municipais de
proporcionando humanos no território Ação Social,
acesso ao consumo em 04 anos. Sindicatos, ONG´s
humano
Construção de Agricultor@ Oportunizar trabalho Construção de 04 MCdades, MDA Prefeituras,
Olarias Familiar e renda e reduzir olarias no território Secretarias de
custos com em 02 anos Municipais de
construção Ação Social,
Sindicatos, ONG´s
Construção, Agricultor@ Proporcionar acesso Atingir 50% das MCdades, MDA, Prefeituras,
Conclusão e Familiar a moradia digna famílias em FNS Secretarias de
melhoria de assentamentos Municipais de
unidades humanos no território Ação Social,
habitacionais em 04 anos Sindicatos, ONG´S
62

Projeto Prioritário Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis Parceiros


Capacitação dos Prefeitos, Dotar gestores Promover 1 curso Prefeituras Prefeituras Municipais
Gestores Públicos e Secretários e municipais e de capacitação de Municipais e Ong’s e Ong’s, Ministério
Conselhos Municipais Conselheiros lideranças de gestores e dois Público
Municipais instrumentos cursos de
conceituais, capacitação de
técnicos e comitês municipais
operacionais para no período de um
que operem o ano
gerenciamento
público de forma
otimizada, e
obtenham ganhos
sociais.
Estruturação das Agricultores@ Dotar as Estruturar 13 Prefeituras Prefeituras Municipais
Secretarias de Familiares, secretarias secretarias do Municipais,MDA- e Ong’s, Sindicatos,
Agricultura Mulheres Rurais municipais de com território Baixo PRONAF INFRA NEPE
Jovens Rurais máquinas, Parnaíba no
equipamentos e período de tres
veículos que anos
possibilitem o
desempenho de
suas atividades
63

Projeto Prioritário Beneficiários Objetivo Metas Fonte de Recurso Possíveis Parceiros


Capacitação de atores Líderes Dotar lideranças e Capacitar 60% das Senar, BNB, BB, Prefeituras, sindicatos
sociais (Curso de Comunitários, dirigentes de lideranças Sebrae e Ong´s
Elaboração de Projetos dirigentes de organizações da comunitárias
associações e sociedade civil de identificadas no
sindicatos instrumentos território em 01 ano
conceituais,
técnicos e
operacionais para
que, de forma
otimizada possam
captar recursos e
garantir a
sustentabilidade
das suas ações.
GESTÃO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO

O PTDRS se constitui um instrumento para implementação do desenvolvimento


territorial, que possui como eixos estruturastes o fortalecimento do capital humano e social, o
fortalecimento dos sistemas produtivos e a governança territorial..

Embora possam ser identificados isoladamente, o desenvolvimento desses eixos


deverá se dar de forma conjunta e articulada. Afinal, o fortalecimento dos sistemas produtivos
passa não apenas pelo investimento, mas também esta relacionado com a capacidade de
mobilização, organização e qualificação dos atores e sujeitos sociais envolvidos, por outro lado,
muitas decisões deverão ser assumidas e tomadas pelos gestores municipais, mas terão alcance
territorial, o que implica o estabelecimento de relações de co-responsabilidade, afeto a construção
da governança territorial.

Portanto, a gestão o monitoramento e a avaliação do PTDRS, não podem ser pensados


de forma isolada , mas, tal qual a sua amplitude deverá envolver todos os atores do território.

A concertação da gestão, monitoramento e avaliação ficará ao cargo da Comissão de


Instalação das Ações Territoriais - CIAT, que ao longo do processo vem se qualificando e
ganhando maior representatividade, vez que nela estão contidos o poder público e a sociedade
civil organizada, assegurando portanto um controle social com participação popular..

Em cada um dos momentos de gestão, monitoramento e avaliação, será utilizada uma


metodologia participativa, pois, ela:

• É prática, simples e de baixo custo;


• Cria um espaço democrático para a negociação, favorecendo a criação de atores coletivos,
comprometidos com as mudanças estratégicas propostas;
• Seu campo de aplicação é a conjuntura, incorporando o conceito de avaliação e
reprogramação permanentes;
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• Exige a crítica responsável, abrindo espaços para a formulação de propostas de solução de


problemas;
• Dispõe de técnicas acessíveis a participantes de qualquer nível de escolaridade, tornando-
se também uma oportunidade para capacitação.

Além da utilização de uma metodologia participativa, será lançado mão de todas as


ferramentas de gestão com: planejamento, organização, direção, controle e avaliação de forma
sistematizada. Para tanto algumas estratégias serão traçadas tais como:

 Eventos específicos de avaliação, com estabelecimento de itens de controle (indicadores


de resultado)
 Fortalecimento das entidades organizadas e grupos de produção;
 Sensibilização e capacitação em gestão, por meio de oficinas e cursos.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como parte do esforço de compreender e visualizar criticamente o Território


Baixo Parnaíba, este documento não se coloca como documento concluso, isto é, não se apresenta
como única aproximação da realidade, ou como únicas alternativas de superação da pobreza no
Território. Ao contrário, ele oferece aos sujeitos e atores sociais do Sistema Território e do
Ambiente no qual ele está inserido, uma visão, um ponto de partida para a construção de
estratégias sustentáveis de desenvolvimento.

Ao lado disso, os momentos que resultaram na feitura deste Plano intentaram


contribuir no fortalecimento do capital social, sobretudo a partir da troca e socialização do
conhecimento. Tais momentos, que se consubstanciaram em verdadeiros processos de
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capacitação, de empoderamento, revelaram a função mais nobre desse processo de construção


coletiva.
A leitura técnica e a participativa do Território Baixo Parnaíba apresentaram
olhares diversos, reuniu registros da memória das pessoas e dos grupos sociais, apontou
elementos da vivencia, permitindo reconstruir as leituras coletivas dos conflitos, problemas e
potencialidades, identificou as alternativas a serem implementadas para potencializacão das
economias e conseqüente a superação da situação de pobreza – um dos municípios mais pobres
do Brasil esta no Território Baixo Parnaíba.

Entretanto, não basta apenas o produto técnico, a experiência participativa, o


grande desafio será estabelecer e manter o processo de interlocução entre os diversos segmentos
do território.

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