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Conferência internacional

Plantationoceno: capitalismo racial, terra e trabalho

 Organização e resistência no campo e nas áreas rurais

Novas formas de colonização da terra: o caso das quebradeiras de coco babaçu do


Sul do Piauí

As reflexões sobre a resistência das quebradeiras de coco babaçu na região Sul do Piauí,
no contexto da “última fronteira agrícola”, baseia-se na análise dos processos de
mudanças de identidades e memórias coletivas dessas mulheres e como são afetadas
pela expansão do agronegócio na região Sul do Piauí. As vivências das quebradeiras,
em luta contra o capitalismo racial, têm mostrado o potencial da resistência camponesa,
em prol do modo de vida. As quebradeiras de coco resistem as tentativas de cooptação
das mentes, corpos e dos territórios da Comunidade Sítio. Como “Filhas das
Nascentes ”, lutam contra à ameaça de extinção dos babaçuais em decorrência da
expansão das fazendas do agronegócio. Conforme lutam, estabelecem novos modos de
coleta do coco e se organizam em movimentos para que seus corpos, mentes e
territórios não sejam dominados pelo capital. Articulam um feminismo que brota da
terra, com suas múltiplas identidades, e combate as opressões, configuradas pela
violência pautada em desigualdades de gênero, raça e classe social. A juventude
quebradeira, em prol da memória coletiva da Comunidade, se movimenta, nas
transformações, percebe que, ao buscar o acesso a novos horizontes de formação,
adquirem instrumentos de luta para a defesa dos territórios e para o enfrentamento ao
agronegócio. Constata-se que os modos de resistência das mulheres quebradeiras de
coco babaçu da comunidade Sítio vinculam-se à ancestralidade, ao território e ao modo
de vida ligado à reprodução social a partir do extrativismo do coco babaçu.

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