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Uma das principais transformações foi a transição de uma vida nômade para uma vida
sedentária. Antes da agricultura, os grupos humanos se deslocavam em busca de
alimentos, seguindo os padrões migratórios da fauna e flora. Com a domesticação de
plantas, como cereais e legumes, os seres humanos puderam estabelecer assentamentos
permanentes, criando vilarejos e, posteriormente, cidades. Esses assentamentos fixos
permitiram o desenvolvimento de estruturas sociais mais complexas e o surgimento de
atividades não relacionadas diretamente à subsistência, como artesanato, comércio e
governo.
Além disso, o cultivo de outras plantas nativas, como o milho e a batata-doce, também
influenciou os padrões de assentamentos humanos no território brasileiro. Com a prática da
agricultura, comunidades agrícolas se estabeleceram em diferentes regiões do país,
adaptando-se às condições locais e aos recursos disponíveis.
As mulheres rurais e camponesas têm se organizado em movimentos para lutar por seus
direitos e reivindicar melhores condições de vida e trabalho. Suas demandas e
reivindicações variam, mas algumas questões são comuns em suas pautas. Elas lutam por
acesso à terra, por igualdade de gênero, por melhores condições de trabalho, por
reconhecimento das suas atividades produtivas, por políticas públicas que as beneficiem e
por autonomia econômica e política.
Essas demandas são fruto das desigualdades estruturais que as mulheres rurais enfrentam.
Elas frequentemente sofrem com a falta de acesso à terra, à educação, à saúde, à
infraestrutura e a recursos produtivos, além de serem vítimas de violências e discriminações
de gênero. Portanto, os movimentos de mulheres rurais buscam transformar essas
realidades, fortalecendo a voz e a participação das mulheres no campo.
Os movimentos de mulheres rurais têm evoluído ao longo do tempo, buscando ampliar suas
articulações e alianças, tanto a nível nacional quanto internacional. Eles têm se fortalecido
por meio de encontros, mobilizações, trocas de experiências e capacitações. Além disso, a
participação dessas mulheres em espaços de formulação de políticas públicas também tem
contribuído para o avanço de suas demandas.
No entanto, apesar dos avanços conquistados, ainda existem desafios a serem enfrentados.
A desigualdade de gênero persiste no campo, assim como a falta de reconhecimento das
atividades produtivas das mulheres e a concentração de poder e recursos nas mãos de
poucos. Além disso, as mulheres rurais estão sujeitas a pressões econômicas, sociais e
ambientais, como a expansão do agronegócio, que afetam suas vidas e modos de
produção.
exemplo
A Marcha das Margaridas é realizada desde 2000, com periodicidade de quatro anos, e é
considerada uma das maiores mobilizações de mulheres da América Latina. Ela reúne
mulheres trabalhadoras rurais, camponesas, indígenas, quilombolas, pescadoras,
extrativistas e agricultores familiares, que se deslocam de diversas partes do país até
Brasília para reivindicar seus direitos e pautas específicas.
Ao longo do tempo, a Marcha das Margaridas tem evoluído e se fortalecido. Cada edição
tem reunido um número maior de participantes e tem ampliado a visibilidade das pautas das
mulheres rurais na sociedade brasileira. Além disso, a marcha também tem sido um espaço
de articulação política e de diálogo com o governo, buscando influenciar políticas e
programas voltados para o meio rural.
O Grupo Cairns é composto por países exportadores de produtos agrícolas, com ênfase em
commodities agrícolas, como cereais, carnes e açúcar. O Brasil é um dos principais
exportadores desses produtos e, portanto, tem interesses alinhados com os demais
membros do Grupo Cairns. Sua participação nesse grupo permite ao Brasil fortalecer sua
posição como um dos principais players no comércio internacional de commodities
agrícolas, bem como buscar a redução de barreiras comerciais e subsídios agrícolas
praticados por outros países que podem afetar suas exportações.
Já o G20 é um grupo formado por países em desenvolvimento que buscam aumentar sua
influência nas negociações agrícolas internacionais. O Brasil é um membro importante
desse grupo, pois possui uma das maiores agriculturas do mundo, com uma ampla
diversidade de produtos agrícolas e um setor agropecuário altamente competitivo. O país
tem interesse em promover a liberalização do comércio agrícola global, garantindo acesso a
mercados internacionais para seus produtos agrícolas. Além disso, o Brasil busca uma
maior equidade nas negociações, combatendo os subsídios agrícolas praticados por países
desenvolvidos que podem distorcer o comércio internacional.
Existem outros grupos de interesse agrícola na OMC nos quais o Brasil não está presente,
como o Grupo dos Amigos da Agricultura, que inclui principalmente países desenvolvidos
com políticas agrícolas protecionistas, e o Grupo de Produtores Africanos, que reúne países
africanos voltados para a proteção de seus setores agrícolas. A ausência do Brasil nesses
grupos pode ser explicada pela divergência de interesses e prioridades. Enquanto o Brasil
busca a liberalização do comércio agrícola e a redução de barreiras, esses grupos tendem a
defender políticas mais protecionistas.
Em resumo, o Brasil é parte dos grupos CAIRNS e G20 na OMC devido aos seus interesses
como importante exportador de commodities agrícolas e à sua posição como um país em
desenvolvimento com uma agricultura diversificada e competitiva. A participação nessas
coalizões permite ao Brasil defender seus interesses no comércio internacional de produtos
agrícolas, buscar a redução de barreiras comerciais e promover uma maior equidade nas
negociações agrícolas globais.
Explique e de exemplos de como uma indicação geográfica pode alterar a geração e
principalmente a apropriação de valor (renda) ao longo de uma cadeia ou de um circuito espacial
produtivo agrícola.
Uma indicação geográfica (IG) é um mecanismo que visa proteger e valorizar produtos que
possuem características específicas e únicas associadas a uma determinada região
geográfica. Essa proteção é alcançada por meio da concessão de um selo ou marca que
certifica a origem e a qualidade do produto, conferindo-lhe um diferencial de mercado.
É importante ressaltar que o papel do Estado pode variar de acordo com as políticas
adotadas e o contexto socioeconômico de cada país. No entanto, de forma geral, o Estado
desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da agricultura, criando condições
favoráveis para o crescimento do setor e garantindo a sustentabilidade econômica, social e
ambiental da atividade agrícola.
Mercado de terras
Valor da terra: O preço da terra é determinado por fatores como localização, qualidade do
solo, acesso a infraestrutura, proximidade de mercados, potencial de produção e demanda.
O valor da terra agrícola pode variar significativamente de uma região para outra e pode
sofrer flutuações ao longo do tempo devido a fatores econômicos, políticos e ambientais.
reforma agrária
Distribuição de terras: Nesse caso, terras são adquiridas pelo Estado e redistribuídas para
agricultores familiares sem terra ou com acesso inadequado à terra. Essa distribuição pode
ocorrer por meio de venda, arrendamento, concessão ou outras formas de transferência de
propriedade.
"Geopolítica da Fome" é uma obra seminal escrita por Josué de Castro, um renomado
geógrafo, médico e nutricionista brasileiro. Publicado em 1946, o livro aborda as questões
geopolíticas e sociais relacionadas à fome e à desnutrição em diferentes regiões do mundo,
com foco especial na América Latina.
Josué de Castro argumenta que a fome não é apenas um problema decorrente de escassez
de alimentos, mas também resultado de relações de poder, desigualdades sociais e
políticas injustas. Ele descreve como a fome é uma arma de dominação e exploração,
utilizada por nações ricas e poderosas para manter a dependência de nações mais pobres.
Josué de Castro também aborda a relação entre fome e urbanização, destacando como o
crescimento desordenado das cidades contribui para o aumento da pobreza e da
insegurança alimentar. Ele ressalta a importância da reforma agrária e da agricultura familiar
como estratégias fundamentais para combater a fome e promover a segurança alimentar.
Além disso, o livro de Josué de Castro apresenta uma análise crítica dos sistemas políticos
e econômicos que perpetuam a desigualdade e a fome, como o colonialismo, o imperialismo
e o capitalismo. Ele argumenta que é necessária uma abordagem mais humanitária e
solidária, baseada na justiça social e na cooperação internacional, para superar a
geopolítica da fome.