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Cecília Lima Perboire

Vitória Tessia Gomes dos Santos


Amana Cássia Santana de Araújo

Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terras no Brasil

No Brasil existiu e ainda se perfaz movimentos e lutas contra toda forma de exclusão
e manipulação de direitos. Os camponeses com a agricultura familiar, sempre foram
a base de toda a produção de alimentos que chegam à mesa da sociedade, fazendo
com que a economia cresça, haja exportação e outros benefícios.

Um movimento que foi importante para o início da luta foi a “Encruzilhada Natalino”,
de acordo com as informações do site MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra), expõe que: “Em 1981, um novo acampamento surge no mesmo estado e
próximo dessas áreas: a Encruzilhada Natalino, que se tornou símbolo da luta de
resistência à ditadura militar, agregando em torno de si a sociedade civil que exigia
um regime democrático”. (SILVA, 2018)

Foi a partir desse acampamento que tudo começou a mudar. Os trabalhadores rurais
não iam recuar. Uma eminente observação é que não foi fácil RESISTIR o campo era
a sua vida foi preciso persistir para que alcançassem seus direitos.

Ainda de acordo com o site MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra),
explana o surgimento desse movimento que alcançou uma grande proporção,
vejamos:
Em 1984, os trabalhadores rurais que protagonizavam essas lutas pela
democracia da terra e da sociedade se convergem no 1° Encontro Nacional,
em Cascavel, no Paraná. Ali, decidem fundar um movimento camponês
nacional, o MST, com três objetivos principais: lutar pela terra, lutar pela
reforma agrária e lutar por mudanças sociais no país. (MST, 2022)

Esse movimento é de uma grande eminência, pois desejam a terra para produzir
alimentos para a sua subsistência e serem assentadas as famílias de forma pacífica,
desejam uma distribuição justa das terras com equidade e uma transformação da
sociedade.
Do início do movimento até os dias de hoje foram várias lideranças que fizeram parte
desse movimento organizando, lutando e acima de tudo de mãos dadas com os seus
formando um elo de força contra o sistema avassalador da época até atualmente.
Uma das principais militantes foi Dilei Schiochet grande mulher e referência feminina
que esteve à frente do movimento mostrando que não é “sexo frágil” e que pode ir
além. Com isso, explana o site Brasil de Fato que:

Dilei Aparecida é catarinense, filha de camponeses, migrou para Paraíba com


o papel de organizar trabalhadores rurais sem terra. Foi uma das principais
responsáveis pelo processo de estruturação do MST nesse estado e vários
outros do nordeste brasileiro. A 21 anos está na Paraíba sendo uma
referência estadual e nacional do movimento. (ADISSI; PEREGRINO, 2018)

Percebe-se que não é fácil fazer parte da liderança muitos estão sendo perseguidos,
destruídos e assassinados. A cada dia tragédias acontecem contra esses
trabalhadores e percebe-se que o governo e as autoridades não fazem absolutamente
nada para ajudar, prestar auxílio, favorecer e protege-los. São deixados de lado a
mercê do perigo e de retaliações.

Dois grandes líderes do MST foram assassinados de forma fria, foram eles José
Bernardo da Silva e Rodrigo Celestino. Segundo o site MST, expõe que:

Na tese de assassinato político, as suspeitas são muitas, por conta da ampla


atuação de Orlando e Rodrigo. Rodrigo era técnico agrícola e trabalhava para
ajudar a desenvolver projetos de agroecologia e proteção do meio ambiente
no acampamento. Já Orlando, além da dedicação ao MST, também atuava
em parceria com os irmãos que faziam parte do Movimento dos Atingidos por
Barragens, o MAB, pois sua família perdeu tudo em 2002 por conta da
construção da barragem de Acauã, no rio Paraíba, região agreste do Estado.
Até hoje ninguém foi indenizado. (MST, 2018)

É lamentável saber que esses trabalhadores que lutavam por suas terras acabaram
perdendo a sua vida por motivos fúteis para suprir o ego dos assassinos.

Outro episódio de grande indignação é referente ao governo de Jair Messias


Bolsonaro uma autoridade que deixou de lado, excluiu e ignorou totalmente o MST.
Um presidente que induz a violência e ao erro que deixa esse povo a mercê sem
auxílio.
De acordo com o site Brasil de Fato, explana uma fala sensacionalista do presidente
Bolsonaro referente ao MST, vejamos:

Respeitamos a propriedade privada. Não queremos saber de MST”. Foi com


essa fala que o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, se
referiu ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, durante coletiva
de imprensa, no último sábado (15), no Aeroporto de Fortaleza. Bolsonaro
disse ainda que deu dignidade aos assentados e entregou mais de 400 mil
títulos de terra, o que segundo ele, ajuda o assentado a “ingressar na
agricultura familiar como cidadão. (SOBREIRA, 2022)

Percebe-se que é um grande movimento com uma história vasta e cheia de


características que só fazem expor a importância do mesmo para a sociedade seja
nacional e internacional, pois são desses movimentos que nascem um aparato
enorme de cultura.

O vídeo que trata sobre o “Assentamento Nova Esperança” traz uma perspectiva que
muita gente não conhece. Tem-se a agricultura com seus desafios com a falta de
chuva, medo de não conseguir render e sem materiais suficientes para auxilia-los.
Apicultura com a riqueza de mel que cresce a economia local, exportando para outros
lugares e ainda ajuda quem vende.

O artesanato é a base do lugar, pois é produzido um leque de coisas que chamam a


atenção do turista e expõe também o talento das mulheres que se esforçam todos os
dias para fazer um ótimo trabalho.

Ainda tem turismo que é o mais lindo, onde encontra-se os cânions e as águas do Rio
São Francisco sua beleza natural é esplêndida a conservação desse lugar e o cuidado
são importantes para manter intacto, assim envolve turistas de vários lugares do pais
e do mundo buscando a paz e a beleza que só no Nordeste tem.

O Brasil possui um grande histórico de violência contra os povos indígenas e


tradicionais, principalmente quando analisamos o contexto de conflitos de terras. No
ano de 2021 foram registrados 35 assassinatos motivados por conflitos de terra, dados
contidos no relatório de anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT), um aumento de
75% em relação ao ano de 2020. É observado que existe a desigualdade na
distribuição fundiária, sendo observado que entre 1987 e 2006 a concentração de
terras permaneceu praticamente inalterada.

O estudo realizado pela Oxfam Brasil no ano de 2019 explana que 45% das terras
estão concentradas em apenas 1% da população. A pesquisa também concretou que:

A desigualdade de gênero na questão fundiária brasileira. São os homens


que estão à frente de 87,32% dos estabelecimentos, representando 94,5%
das áreas rurais brasileiras. (OXFAM, 2019)

Logo, é possível compreender que a questão fundiária brasileira é marcada pela


desigualdade em seus diferentes formatos. Assim, a OXFAM traz algumas
recomendações para a mudança desse cenário, como a reforma do acesso à terra,
políticas voltadas para as mulheres e para a proteção dos povos indígenas,
quilombolas e tradicionais, além da distribuição e na facilitação do acesso ao crédito.

Outro projeto adotado pelo MST é o Plano Nacional Plantar Árvores, o qual tem o
objetivo de plantar 100 mil árvores em territórios de reforma agrária e também no meio
urbano. Oliveira aponta que:

Com o plantio de árvores nativas e frutíferas, o MST tem o objetivo de


recuperar as áreas degradadas pelo agronegócio e formar as conhecidas
agroflorestas. “A gente tem feito muitos viveiros, todo um processo de
recuperação de nascentes, com essas árvores que nós temos plantado, e
tem um desenho desse plano para cada bioma. O projeto procura recuperar
e talvez reequilibrar essa relação ser humano natureza que foi super
desequilibrada”, afirma Maffort. (MAFFORT apud OLIVEIRA, 2022).

Assim, indo de acordo com o objetivo do MST em equilibrar e recuperar o meio


ambiente, por meio de uma produção sustentável, o Plano Nacional Plantar Árvores
proporciona o reflorestamento do território brasileiro.

Sua organização enquanto movimento possui ordem hierárquica: coordenação,


direção e encontro; os Núcleos de Base são a primeira instância, e o Congresso
Nacional é a máxima instância, realizado a cada 5 anos definindo as ações políticas
do MST nos próximos anos. Além disso, internamente foram criadas também uma
organização no formato setorial, de comissão e de frentes de trabalho (FREITAS,
2012).
Onde existe, o MST tem se tornado um importante ator político, não só
através de suas ocupações de terra6, mas também através de atos políticos
como interrupções de rodovias, protestos em praças públicas, ocupações de
prédios governamentais, marchas, e outros. Utilizando estes instrumentos de
pressão pública, ele influencia efetivamente as ações e decisões nos diversos
níveis de decisão políticas do país. (BEZERRA, 2011)

De forma específica na região Nordeste, os primeiros estados que iniciaram o


processo de formação do MST foram Maranhão, Pernambuco e Sergipe com a
ocupação de terras, muitas delas eram fazendas. As primeiras cidades em cada
estado nordestino a perceberem o surgimento e formação do movimento foram Santa
Luzia (MA), Pedra (PE), Poço Redondo (SE), Delmiro Gouveia (AL), Alcobaça (BA),
Bananeiras (PB), Quixeramobim (CE), São João do Piaí (PI), Campo Grande (RN). O
número de assentamentos em 2007 já chegava a 769, com 42.764 famílias
assentadas (BEZERRA, 2011)

Dessa forma, para sustentar seus ideais, o movimento precisa ir de encontro a seus
maiores críticos e adversários quando se debate a questão agrária: os representantes
dos grandes proprietários de terra e do agronegócio – A Confederação da Agricultura
e Pecuária (CNA) e a UDR, União Democrática Ruralista (BETIM, 2019). Esta, é uma
entidade que reúne os ruralistas do país e tem como meta a preservação do direito de
propriedade privada e manutenção da ordem e respeito às leis do país no que se
refere à essa questão (UDR, 2022).

São ciclos que funcionam para um apanhado só é mostrar que as pessoas que fazem
parte do MST são gente como qualquer um, merecem os mesmos direitos, são fortes
e são pessoas que não desistem nunca.
REFERÊNCIAS

ADISSI, Paula; PEREGRINO, Thais. Liderança do MST é a principal homenageada


em prêmio de participação social da Paraíba. Brasil de Fato, 29 mar. 2018.
Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2018/03/29/lideranca-do-mst-e-
principal-homenageada-em-premio-de-participacao-social-do-
governo#:~:text=Dilei%20Aparecida%20%C3%A9%20catarinense%2C%20filha,v%
C3%A1rios%20outros%20do%20Nordeste%20brasileiro> Acesso em: 01 nov. 2022.

ALESSANDRA, Karla. Assassinatos no campo subiram 75% em 2021, denuncia


Pastoral da Terra. Agência Câmara de Notícias, 2022. Disponível em:
<https://www.camara.leg.br/noticias/877088-assassinatos-no-campo-subiram-75-em-
2021-denuncia-pastoral-da-
terra/#:~:text=Assassinatos%20no%20campo%20subiram%2075%25%20em%2020
21%2C%20denuncia%20Pastoral%20da%20Terra,-
L%C3%ADder%20ind%C3%ADgena%20acusa&text=No%20ano%20passado%2C%
20foram%20registrados,quando%20foram%20registrados%2020%20assassinatos>
Acesso em: 04 de nov. 2022.

BEZERRA, Juliana. Toda Matéria. Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST).
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/movimento-dos-trabalhadores-sem-
terra-mst/> Acesso em: 15 nov. 2022.

ENCRUZILHADA Natalino: Início da longa caminhada. MST, 04 out. 2018.


Disponível em: <https://mst.org.br/2018/10/04/encruzilhada-natalino-inicio-da-longa-
caminhada/> Acesso em: 01 nov. 2022.

FREITAS, Maicon Cleber Ferreira; PORTUGAL, V. S. . Cultura no MST: A Cultura nos


Assentamentos Madre Cristina e Migrantes. 2012. (Apresentação de Trabalho/Outra).
Disponível em: < https://monografias.brasilescola.uol.com.br/administracao-
financas/cultura-no-mst.htm> Acesso em: 15 de nov. 2022.

O MST: Nossa História. MST, 2022. Disponível em: <https://mst.org.br/nossa-


historia/84-86/> Acesso em: 01 nov. 2022.

O que há por trás dos dois assassinatos de líderes do MST na Paraíba? MST, 27
dez. 2018. Disponível em: <https://mst.org.br/2018/12/27/o-que-ha-por-tras-dos-dois-
assassinatos-de-lideres-do-mst-na-paraiba/> Acesso em: 01 nov. 2022.

OXFAM Brasil. Menos de 1% das propriedades agrícolas é dona de quase metade


da área rural brasileira. OXFAM Brasil, 2019. Disponível em:
https://www.oxfam.org.br/publicacao/menos-de-1-das-propriedades-agricolas-e-
dona-de-quase-metade-da-area-rural-brasileira/. Acesso em: 04 de nov. 2022.

UDR, 2022. Histórico. Disponível em:


<https://web.archive.org/web/20090322080929/http://www.udr.org.br/historico.htm>
Acesso 15 nov. 2022.

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