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Osho

O Caminho Perfeito

Tradução de
Elisa Evangelista
Capítulo 1
Prefácio: Um Convite para
a Dimensão da Luz

Vejo o ser humano armadilhado numa escuridão profunda.


O homem tornou-se como uma casa em que a luz se tenha apagado
numa noite de breu. Algo nele se extinguiu. Porém, o que foi apagado
pode ser reacendido.
Também observo que o ser humano perdeu todo o seu sentido de
direção, tornando-se como um barco à deriva no alto mar. Esqueceu-
-se de para onde vai e do que haverá de ser. Todavia, a memória do
que foi esquecido pode ser resgatada.
Assim sendo, apesar da escuridão não há motivo para desespero.
Na verdade, quanto mais profunda é a obscuridade, mais próxima
está a aurora. Vejo no horizonte uma regeneração espiritual para
toda a humanidade. Está prestes a nascer um novo homem, e neste
momento estamos a passar pelas dores do parto. Contudo, esta rege-
neração carece da cooperação de cada um de nós. Este renascimento
emergirá a partir de cada um de nós, pelo que não poderemos conti-
nuar a posicionar-nos como meros espectadores. Devemos, pois, criar
um espaço interno para acolher essa renovação.
A aproximação desse novo dia, ou melhor, dessa nova aurora,
apenas será possível se cada um de nós se encher de luz. Assim,
compete a cada indivíduo converter essa possibilidade em realidade.
Todos somos tijolos desse grande palácio do amanhã, e todos somos
os raios de luz dos quais emergirá o sol do futuro. Somos todos
criadores, e não meros espectadores. E não se trata somente da cria-
ção do futuro, mas também da criação do agora e de nós mesmos.
É através da criação individual que o homem dá existência à huma-
nidade. O indivíduo é a unidade do todo; como tal, é através dele

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que a evolução e a revolução se processam. Cada um de vocês é uma
unidade.
É por isso que quero chamar-vos. Quero despertar-vos da sono-
lência em que se encontram. Não veem até que ponto as vidas das
pessoas se esvaziaram de significado e de utilidade e se tornaram tão
desinteressantes e aborrecidas? A vida perdeu todo o seu significado
e propósito. Porém, trata-se de algo natural: não havendo luz no
coração do homem, a sua vida não pode ter significado. Não pode
haver felicidade na vida humana se não houver luz no seu ser interior.
O facto de, nos dias de hoje, imperar a ausência de significado
não se deve ao facto de a vida ser desprovida de sentido. A vida é
dotada de um significado infinito; no entanto, esquecemo-nos do
caminho que nos conduz ao significado e à realização. Limitamo-nos
a existir sem chegarmos a entrar em contacto com a vida. Isto não
é viver, mas apenas ficar à espera da morte. Pode haver algo mais
entediante do que ficar à espera da morte? Que felicidade pode haver
nessa espera?
Vim a este lugar para vos dizer o seguinte: há uma forma de des-
pertar deste sonho mau que tantos de nós confundem com a vida.
O caminho sempre existiu. Na realidade, o caminho que nos leva
das trevas à luz é, por natureza, eterno e nunca desaparece; porém,
as pessoas desviam-se dele. Eu quero que se virem para ele. Esse ca-
minho é dharma, é religião, e constitui o meio de reacendermos a luz
do ser humano, dando, assim, direção ao barco à deriva em que ele
se tornou. Segundo Mahavira, a religião é a única ilha onde reina a
segurança. A religião é a âncora, o destino e o refúgio daqueles que
foram arrastados pela maré veloz do mundo, com o envelhecimento
e a morte que a caracterizam.
Sentem-se sedentos da luz que enche a vida de felicidade? Sentem
saudade da verdade que gera união entre o homem e a imortalidade?
Se for o caso, convido-vos agora para essa dimensão de luz, de feli-
cidade e de ausência de morte. Aceitem, por favor, o meu convite.
Trata-se simplesmente de abrirem os olhos e, ao abrirem-nos, transi-
tarem para um novo mundo de luz. Não é necessário fazer mais nada.
Basta que abram os olhos. Basta despertarem, olharem e verem.

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Nada no ser humano pode ser extinto, nem ele pode perder de
vista a sua direção; todavia, se os seus olhos continuarem fechados, a
escuridão expandir-se-á e todo o sentido de orientação será perdido.
Com os olhos fechados, o homem é um pedinte mas, com eles aber-
tos, tornar-se-á um imperador.
Estou a chamar-vos para fora do vosso sonho em que são meros
pedintes, encorajando-vos a despertarem para a vossa verdadeira rea-
lidade, que consiste na possibilidade de serem imperadores. É minha
intenção transformar a vossa derrota em vitória. É meu desejo con-
verter a vossa escuridão em luz, a vossa morte em imortalidade. Estão
prontos para embarcarem nesta viagem comigo?

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Capítulo 2
Escutar o Coração

Almas conscientes,
Antes de mais, por favor aceitem o meu amor. É a única coisa que
posso oferecer-vos. Também vos dou as boas-vindas à solitude e ao
recolhimento destes montes. Na verdade, nada mais tenho para dar…
Quero partilhar o amor infinito que a proximidade da existência des-
pertou em mim. Sim, quero muito distribuir este amor. A maravilha
do processo é que quanto mais o partilho, mais ele cresce! Talvez a
verdadeira riqueza seja aquela que se multiplica à medida que é dis-
tribuída. A riqueza que diminui ao ser distribuída não pode ser real.
Aceitam, então, o meu amor?
Consigo ver aceitação nos vossos olhos e vejo também que, por
ressonância, os vossos olhos se encheram de amor. O amor invoca
amor e o ódio invoca ódio. Tudo o que emanamos retorna a nós.
Estou a falar-vos de uma lei eterna. Assim, aquilo que cada um dese-
jar receber é justamente o que deverá doar ao mundo. Ninguém pode
receber flores quando oferece espinhos.
Vejo flores de amor e paz a desabrocharem nos vossos olhos e sinto
um profundo apreço por isso. Nesta dimensão, não somos muitos:
o amor reúne os seres, transformando os muitos num só. Os corpos
físicos são entidades separadas, mas há algo que está para lá dos cor-
pos, algo que converge no amor, algo que se unifica no amor. Apenas
quando esta unificação é estabelecida podemos compreender algo, ou
dizer alguma coisa. A comunicação só se viabiliza no amor.
Reunimo-nos aqui, neste lugar solitário, para que eu possa dizer-
-vos algo e para que vocês possam escutar-me. Este dizer e este es-
cutar não é possível sem uma subcorrente de amor. As portas do

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coração abrem-se somente para o amor. E há outra coisa: a escuta
só acontece no coração. Sim, podemos perguntar-nos se o coração
também ouve… Eu diria que a escuta se processa sempre através do
coração. Tanto quanto sei, a cabeça nunca escutou o que quer que
seja. Na verdade, ela é surda que nem uma porta. O mesmo acontece
quando se trata do que é dito. Só as palavras que vêm do coração
possuem significado. Só quando emanam do coração elas transpor-
tam a fragrância das flores frescas. Caso contrário, as palavras não
só são obsoletas e insípidas, como também artificiais, à semelhança
das flores de plástico.
Falar-vos-ei do coração e, se os vossos corações me acolherem,
haverá convergência e comunicação. E nesses instantes de encontro,
o que as palavras não podem exprimir também será comunicado.
Muitas coisas não ditas serão, assim, comunicadas. O que não pode
ser transposto para palavras, ou seja, o que se encontra nas entreli-
nhas é passível de ser comunicado. As palavras são indicações deveras
débeis; porém, quando são escutadas numa total paz de espírito e em
silêncio, tornam-se poderosas. Escutar com o coração é isto.
De uma maneira geral, quando ouvimos o que o outro diz, per-
manecemos imersos nos nossos próprios pensamentos. Trata-se de
uma «escuta falsa». Aqui, a pessoa não é um shravak, ou seja, um ver-
dadeiro ouvinte. Na realidade, ela tem a ilusão de que está a escutar
embora, de facto, não esteja.
Uma «escuta correta» requer que a mente se encontre num estado
de completo silêncio e vigilância. Só nesse estado, quando a pessoa
está apenas a ouvir, sem fazer o que quer que seja, ela pode escutar
e compreender, e esse entendimento torna-se luz e desencadeia uma
transformação interior. Se a escuta não se processa desta maneira,
então a pessoa só se ouve a si mesma, permanecendo, assim, imersa
no seu tumulto interno. Nesse estado, nada lhe pode ser comunicado.
Dir-se-ia que a pessoa está a ver, mas na realidade não está; dir-se-ia
que ela escuta, mas na realidade não escuta.
Cristo disse: «Quem tiver olhos para ver, que veja. Quem tiver
ouvidos para ouvir, que escute.» Será que os seres para quem falou
não tinham olhos, nem ouvidos? Claro que tinham! Porém, a mera

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presença de olhos e ouvidos não é o suficiente para ver e para ouvir de
verdade. Algo mais é necessário e, sem esse ingrediente, a existência,
ou a inexistência, de olhos e ouvidos torna-se irrelevante. De que in-
grediente se trata? Silêncio interior e consciência vigilante. As portas
da mente só podem abrir-se quando ativamos essas qualidades. Só
então algo pode ser dito. Só então algo pode ser escutado.
É este o tipo de escuta que espero de vocês durante o nosso en-
contro meditativo. Quando aprendemos a ativar esta escuta, ela passa
a acompanhar-nos permanentemente. Por si só, este tipo de escuta
poupa-nos a preocupações triviais. Podemos despertar para o imenso
universo misterioso que nos rodeia e experienciar a luz infinita da
consciência que se oculta por detrás do tumulto da mente.
A visão correta e a escuta correta não constituem uma necessidade
restrita a este encontro meditativo. Na realidade, elas são o alicerce
para toda e qualquer forma correta de se viver a vida. Da mesma
forma que tudo surge claramente refletido na superfície de um lago
totalmente calmo, despojado de ondulação, tudo o que é verdadeiro
e tudo o que é divino refletir-se-á em cada um de nós quando nos
encontramos num estado de quietude equiparável ao do lago.
Observo esse silêncio a emergir em vocês. Os vossos olhos – ou,
melhor dizendo, a sede que vejo tomar forma – convidam-me a dizer
o que desejo dizer, encorajando-me a revelar as verdades com que me
deparei na vida e que tocaram profundamente a minha alma; os vos-
sos corações estão ávidos e impacientes, pois anseiam compreender
essas verdades. O meu coração, ao testemunhar o vosso entusiasmo
e a vossa vontade, começa a sentir-se preparado para irradiar. Neste
ambiente calmo, e perante a tranquilidade do vosso estado de espí-
rito, certamente serei capaz de dizer o que tenho para vos dizer. Se me
deparasse com corações surdos, abster-me-ia de falar. Não é verdade
que a luz se mantém no exterior quando encontra as portas da vossa
casa fechadas? De igual forma, vejo-me amiúde fora de muitas casas.
É bom sinal que as vossas portas estejam abertas. Digamos que é um
bom começo.
A partir de amanhã de manhã iniciaremos a nossa estadia de
cinco dias nesta experiência meditativa. Em jeito de contextualização,

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gostaria de vos dizer o seguinte: a prática de meditação e a descoberta
da verdade requerem que o solo das nossas mentes esteja preparado,
tal como a terra deve ser preparada para o cultivo de flores. Para
começar, gostaria que compreendessem alguns sutras que vos apre-
sentarão certos aspectos de base.
Segue-se o primeiro sutra: Vive no presente. Durante o acampa-
mento, não se deixem arrastar pela vossa corrente de pensamento
mecânica, que vos leva constantemente ora para o passado, ora para
o futuro. Devido a ela, o momento que está a ser vivido – ou seja, o
único momento que realmente existe – é desperdiçado e dissipa-se
em vão. O futuro e o passado não existem. Se o primeiro vive apenas
na imaginação, o segundo vive somente na memória. Só o presente é
real, e apenas ele está a ser vivido a cada instante. Assim, o conheci-
mento da verdade só pode ocorrer no agora.
Ao longo destes dias de meditação, procurem, de forma cons-
ciente, emancipar-se do passado e do futuro. Para tanto, comecem
por aceitar o pressuposto segundo o qual passado e futuro simples-
mente não existem. Na verdade, o único momento que existe é aquele
que está a ser vivido agora. Há que vivê-lo e, de preferência, em pleno.
Recomendo que durmam profundamente esta noite, como se o
vosso passado tivesse desaparecido. Morram para o passado. Pela
manhã, procurem despertar como seres novos numa nova manhã.
Não permitam que o ser que se deitou para dormir desperte pela
manhã. Deixem-no ficar a dormir para todo o sempre. Em vez disso,
encorajem o que é eternamente novo e fresco em vocês a sair da cama
para viver o dia.
Mantenham-se permanentemente no agora na vossa lembrança do
correr do tempo, e permaneçam vigilantes, para que os pensamentos
mecânicos em torno do passado e do futuro não recomecem. Basta
manterem-se atentos. Se permanecerem atentos, esse processo não
poderá ser desencadeado. A consciência destrói o hábito.
O segundo sutra diz-nos o seguinte: Vive naturalmente. Todos os
comportamentos humanos são formais e artificiais. Mantemo-nos
constantemente envoltos num manto falso e, devido a esse reves-
timento, a pouco e pouco acabamos por esquecer a realidade que

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nos é intrínseca. É fundamental que nos libertemos dessa falsa pele.
Reunimo-nos aqui não para encenarmos um drama, mas para nos
conhecermos e nos descobrirmos. Da mesma maneira que os atores
de uma peça de teatro despem os seus trajes de cena e removem
a maquilhagem, deixando os adereços de lado após o espetáculo,
nestes cinco dias será fundamental que se despojem das vossas fal-
sas máscaras e que as deitem fora. Permitam que o que é original e
natural em vocês venha à superfície, e vivam a partir desse lugar de
autenticidade. A meditação apenas pode ser cultivada no seio de uma
vida simples e natural.
Ao longo destes dias meditativos não existem privilégios ou esta-
tutos. Aqui, ninguém é especial. Livrem-se de todas essas máscaras.
Sejam apenas quem são – seres humanos comuns, anónimos, desti-
tuídos de importância, de classe, de casta, de família. Sejam apenas
seres anónimos, indivíduos comuns. É fundamental que vivam desta
maneira. Tenham em conta que, em última análise, essa é a nossa
verdadeira realidade.
O terceiro sutra: Vive só. Uma vida meditativa é gerada na mais
completa solitude, quando a pessoa se encontra completamente só.
Todavia, de uma maneira geral o ser humano encontra-se perma-
nentemente rodeado de outros seres humanos. E mesmo quando
exteriormente não está rodeado de gente, vive embrenhado numa
multidão interior. É preciso dispersar esta multidão.
Não permitam que a multidão se reúna dentro de vocês. Procurem
viver a sós também exteriormente, como se se encontrassem sozinhos
neste acampamento. Não têm de manter relações seja com quem for.
Constantemente embrenhadas nas inúmeras relações que cultivam, as
pessoas esquecem-se completamente delas próprias. Ora todas essas
relações – nas quais desempenham o papel de amigas ou de inimigas,
de pais ou de filhos, de esposas ou de maridos – absorvem-nas de tal
forma, que as impedem de se conhecerem enquanto indivíduos.
Alguma vez tentaram imaginar-se fora do âmbito das relações
que cultivam? Alguma vez se livraram das roupagens com que se
apresentam nessas relações para se verem sem elas? Recomendo que
se diferenciem de todas as vossas relações, que tomem consciência

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de que não são os filhos dos vossos pais e das vossas mães, de que
não são os maridos ou as esposas dos vossos cônjuges, de que não
são os pais dos vossos filhos, ou os amigos dos vossos amigos, ou os
inimigos dos vossos inimigos. O que sobra, afinal, de todos esses pa-
péis? O que sobra é o vosso ser real. Essa entidade que sobra é o que
cada um de vocês é enquanto indivíduo. Será fundamental que nos
próximos dias se permitam viver a sós nessa dimensão do vosso ser.
Ao seguirem os preceitos definidos por estes sutras, as vossas men-
tes atingirão o estado absolutamente necessário ao contacto com a
paz e com a verdade. Além da explicação destes três sutras, quero
igualmente abordar os dois tipos de meditação que iniciaremos a
partir da amanhã de manhã.
A primeira meditação destina-se à manhã. A coluna vertebral deve
permanecer ereta. Fecham os olhos e mantêm o pescoço ereto. Os
lábios mantêm-se fechados e a língua deve tocar o palato. A respira-
ção deve ser lenta e profunda, e a atenção deve focar-se na região do
umbigo. Mantenham-se conscientes do tremor que ocorre nessa re-
gião devido à respiração. É tudo o que terão de fazer. Esta experiência
acalma a mente, esvaziando-a totalmente de pensamentos. Este vazio
mental permitir-nos-á, em última análise, entrar em nós.
A segunda meditação deverá ser praticada à noite. Aqui, deitam-
-se confortavelmente no chão, permitindo que os membros relaxem
completamente. Fecham os olhos e, durante aproximadamente dois
minutos, induzem o relaxamento de todo o corpo. A pouco e pouco,
o corpo acaba por relaxar. Seguidamente, e durante cerca de mais
dois minutos, sugiram a vocês próprios um abrandamento do ritmo
respiratório, o que acabará por acontecer. Finalmente, e durante
outro par de minutos, sugiram que os pensamentos cessem. Esta su-
gestão, quando é formulada com determinação, acaba por desenca-
dear relaxamento, tranquilidade e um vazio total. Quando a mente
se aquieta por completo, a consciência pode permanecer totalmente
desperta no ser interior, testemunhando esta paz, e, ao testemunhá-
-la, mergulhando no ser.
É fundamental que façam estas duas meditações. Na realidade,
estas meditações não passam de dispositivos artificiais aos quais não

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devem apegar-se. São ferramentas que nos ajudam a dissolver as flu-
tuações da mente. Da mesma forma que quando alcançamos o lugar
desejado deixamos de necessitar do escadote, chegará um momento
em que seremos chamados a deixar de utilizar estes dispositivos.
Paradoxalmente, a meditação atinge a perfeição no momento em
que se torna desnecessária. É então que se atinge o estado de sama-
dhi, ou de iluminação.
A noite já chegou e o céu está repleto de estrelas. As árvores e os
vales recolheram-se para descansar, e nós faremos o mesmo. Que
quietude reina neste lugar! Brevemente fundir-nos-emos neste silên-
cio. No sono profundo, sem sonhos, visitamos o lugar onde habita o
divino. Este é o samadhi espontâneo, não consciente, que a natureza
nos concedeu. Contudo, podemos chegar a esse mesmo lugar por via
da meditação. A diferença é que, neste caso, permanecemos despertos
e conscientes. Essa é a única diferença, e que diferença! Na primeira
forma, adormecemos, enquanto na segunda despertamos.
Vamos então dormir na esperança de que o nosso despertar se
torne possível. Quando a esperança se alia à determinação e ao es-
forço, a concretização é certa.
Que a existência vos guie no caminho! Esta é a minha única oração.

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