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Instituto Universitário da Mai

Mestrado em Psicologia Escolar e da Educaçã


Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúd
Mestrado em Psicologia Clínica Forens
Metodologia de Investigação I
2020/202

Tiago Bento Ferreir

Ficha de Trabalho

A perturbação depressiva major cons tui um quadro psicopatológico prevalente e re-


corrente que causa uma deterioração signi ca va do funcionamento pessoal, social e
pro ssional. Apesar disto a inves gação anterior observou que a generalidade das pes-
soas que sofrem de depressão não recebem nenhum tratamento. Simultaneamente,
foi também observado que a maioria das pessoas procura ajuda nos cuidados de saúde
primários que não dispõem de protocolos formalizados de rastreio da perturbação de-
pressiva major. Neste contexto, o desenvolvimento de instrumentos breves de rastreio
da perturbação depressiva major poderia contribuir para melhorar a capacidade dos
cuidados de saúde primários para iden car situações clinicamente relevantes e, em
consequência, desencadear procedimentos adequados de tratamento. O Inventário de
Depressão de Beck, 2a versão (BDI-II) pode ser u lizado para este rastreio. O BDI-II é
um dos instrumentos de avaliação da sintomatologia depressiva mas a inves gação an-
terior sobre a versão portuguesa tem fragilidades dado que se tem concentrado em
populações não clínicas. Estudar as caracterís cas psicométricas do BDI-II em popula-
ções clínicas é por isso importante.
Neste contexto, uma equipa de inves gadores explorou as caracterís cas psicométricas
da versão portuguesa do BDI-II numa amostra de pessoas anteriormente diagnos ca-
das com perturbação depressiva major. O BDI-II é cons tuído por 21 itens, cada um
deles avaliado pelos utentes numa escala de likert de 4 pontos (de 0, !nunca”, a 3,
!permanentemente”). Foram admi dos no estudo 714 par cipantes, utentes dos cui-
dados de saúde primários.

Neste contexto, considere a Base de Dados 2, e responda às perguntas seguintes:

1. Comente a adequabilidade da amostra.

A amostra u lizada no estudo que explorou as caracterís cas psicométricas da versão


portuguesa da IRIP é adequada dado que o número de par cipantes é superior a 300
(nos termos dos critérios de nidos por Comrey & Lee, 1992), e o rácio de par cipantes
por item é também superior a 10 para 1 (nos termos dos critérios usuais consolidados
na proposta de Velicer & Fava, 1998).

2. Avalie a normalidade univariada e mul variada dos itens estudados.


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O item 9 revelou um excesso de curtose e assimetria. Todos os restantes itens revelam
valores de simetria e curtos compa veis com a distribuição normal. Os testes de Már-
dia para curtose e simetria mul variadas revelaram um desvio importante de curtose
mul variada (x2 = 25.020, p < .001) mas não de simetria mul variada (x2 (1771) =
8439.955, p = 1.000).

3. Avalie a adequabilidade da matriz de associação para um procedimento de aná-


lise fatorial.

A qualidade da matriz de correlação para efeitos de análise fatorial foi avaliada com
base na adequabilidade da amostragem, na proximidade à matriz de iden dade e na
presença de mul colinearidade. O teste de KMO sugeriu uma amostragem adequada
(KMO = .912). A inspeção visual da matriz de correlação não revelou correlações fortes
sugerindo ausência de mul colinearidade. No entanto, esta observação é inconsistente
com o determinante da matriz (determinante < .00001). A inspeção visual da matriz
também não revelou correlações fracas, sendo consistente com o teste de Bartle que
sugeriu que a matriz de correlação é dis nta da matriz de iden dade (x2 (210) =
8118.5, p < .001). Assim, não existe evidência consistente de proximidade à matriz de
iden dade, nem da presença de mul colinearidade; e existe evidência de uma amos-
tragem adequabilidade pelo que se concluiu que a matriz de correlação é adequada
para efeitos de análise fatorial.

4. Determine o número de fatores a extrair.

Os testes de MAP e HULL foram u lizados na determinação do número de fatores a


extrair. O teste de MAP sugeriu a extração de 1 fator e o teste de HULL sugeriu a extra-
ção de 1 fator.

5. Avalie o grau de adequação da solução fatorial aos dados.

O GFI (.985) sugeriu uma boa adequação global da solução fatorial aos dados.

6. Comente a comunalidade dos itens.

Dos 21 itens, 6 revelou comunalidades pré rotação baixas, inferiores a .4. Nenhum dos
itens revelou comunalidades fortes, superiores a .7. Os restantes items revelaram co-
munalidades entre .4 e .6, pelo que, em geral, os itens revelaram comunalidades baixas
sugerindo que estes não formam um conjunto consistente de items. Ainda assim, todos
os itens revelaram comunalidades pós rotação adequadas, superiores a .6, sugerindo
que os itens bem explicados pelos fatores extraídos.
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7. Avalie a qualidade dos itens e dos fatores.

Todos os itens revelam valores de saturação adequados no fator extraído. Este fator
revelou um número adequado de items com saturações fortes superiores a .6, sugerin-
do que será estável.

8. Avalie a unidimensionalidade da solução fatorial.

Os indicadores UniCO, ECV e MIREAL foram u lizados para avaliar a convergência da


solução fatorial com uma solução unidimensional. Em geral, a solução fatorial parece
convergir numa solução unidimensional (UniCO = .980; ECV = .894; MIREAL = .189). Isto
é convergente com a observação de que uma proporção pequena dos itens contribui
para um afastamento de uma solução unidimensional.

9. Avalie a percentagem de variância explicada.

Em geral, a solução fatorial explica uma percentagem de variância baixa (48.789%).

10. Avalie a replicabilidade do constructo.

O índice H foi u lizado para avaliar a replicabilidade do fator extraído, que revelou uma
boa replicabilidade quer ao nível da sua estrutura latente, quer ao nível dos itens que o
cons tuem.

11. Avalie a qualidade das pontuações rela vas a cada fator.

Os indicadores FDI, ORION, SR, e EPTD foram u lizados para avaliar a qualidade e efe -
vidade das pontuações atribuídas pelos par cipantes ao fator extraído, que revelaram
uma boa qualidade.

12. Apresente e comente a correlação entre os fatores extraídos.

[Como só foi extraído um fator, esta pergunta não deve ser respondida.]

13. Avalie a consistência interna dos fatores extraídos.

Quer o alfa de Cronbach (.946), quer o omega de McDonald (.947) sugeriram uma boa
consistência interna.
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