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D I S C I P L I N A Ecossistemas Brasileiros

Fatores ecológicos

Autoras

Maria das Graças Ouriques Ramos

Márcia Rejane de Queiroz Almeida Azevedo

aula

02
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Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro da Educação
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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Universidade Estadual da Paraíba

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Leonardo Feitoza (UFRN)
Roberto Luiz Batista de Lima (UFRN)

Divisão de Serviços Técnicos


Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central – UEPB

577
R175e

Ramos, Maria das Graças Ouriques.

Ecossistemas Brasileiros/ Maria das Graças Ouriques Ramos, Márcia Rejane de


Queiroz Almeida Azevedo. – Campina Grande; Natal: EdUEPB; EDUFRN Editora da
UFRN, 2010.

248 p. il.

ISBN 978-85-7879-049-3

1. Ecossistemas - Brasil. 2. Biodiversidade. 3. Equilibro Ecológico I. Azevedo, Márcia


Rejane de Queiroz Almeida II. Título.

21. ed. CDD

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização
expressa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)

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Apresentação

N
a aula anterior vimos os princípios e conceitos da Ecologia. Agora iremos estudar
quais são os fatores ecológicos que contribuem para a vida dentro de um ecossistema.
Este conteúdo irá esclarecer como várias espécies de seres vivos podem conviver
juntamente em um mesmo ambiente e quais são as condições para que isso aconteça.

Nesta aula, vamos trabalhar conteúdos teóricos, leituras complementares que contribuirão
com a sua aprendizagem, intercalando com atividades para firmar assim o seu conhecimento,
com relação a este assunto tão interessante e cada vez mais atual e discutido que é o
meio ambiente

Objetivos
Ao final desta aula, esperamos que você tenha condições de:

Entender os fatores ecológicos dentro de um ecossistema


1 biológico;

Identificar com clareza quais são os fatores ecológicos


2 que determinam o meio.

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Para começar a nossa aula...
Quando falamos de Ecologia, logo pensamos que essa é uma ciência vinculada apenas às
plantas e aos animais, e que nós, seres humanos estamos à parte. Porém, fazemos parte sim,
de toda a natureza, principalmente, transformando-a, seja de forma benéfica ou predatória.
E também não podemos estudar as espécies de seres vivos isoladamente, pois não sairia
completo segundo o conhecimento biológico.

Para dar mais amplitude ao estudo da Biologia antes História Natural foi criada uma nova
ciência, a ecologia, como já visto na nossa aula anterior. A Ecologia é uma ciência biológica
ligada a outras ciências, principalmente a Biogeografia.

A Ecologia e as
interrelações com os seres vivos

E
m princípio, quando e Ecologia considerava as espécies individualmente, deu origem
a “auto-ecologia”. Hoje, esta estuda a interrelação das espécies e o seu habitat;
posteriormente, surgiu a “sinecologia” que é a parte da ecologia que estuda as interações
entre as diferentes espécies que ocupam um mesmo ambiente, e como estas se interrelacionam
e interagem com o meio ambiente.

Para simplificar e você entender melhor, a “auto-ecologia” se ocupa com as populações,


quer dizer, relacionamento das espécies e o meio físico e a “sinecologia” com as comunidades,
ou melhor, relacionamento entre várias espécies diferentes e a interação com o meio.

A Ecologia como ciência biológica


Para que você entenda melhor o campo de estudo da Ecologia moderna, para Odum e
Heald (1972), é preciso entender os níveis de organização dos seres vivos. Enquanto a Biologia
estuda os genes, as células, os tecidos, os órgãos, o aparelho e os organismos; a Ecologia que é
uma ciência biológica se ocupa da população, das comunidades, do ecossistema e da biosfera.

No geral, podemos conceituá-la individualmente para que você entenda com mais clareza;
o campo de estudo da ecologia.

 População: conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que ocupa uma


determinada área;

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 Comunidade: conjunto de populações que se integram de forma organizada, vivendo
numa mesma área;

 Ecossistema: conjunto resultante da interação entre a comunidade e o ambiente;

 Biosfera: sistema que inclui todos os organismos vivos da Terra, interagindo com o interação

meio físico, como um todo, em outras palavras, região do planeta que contém todo Interação – ação que
se exerce mutuamente
o conjunto dos seres vivos e na qual a vida é predominante possível.
entre duas ou mais
coisas; ação recíproca.
Fonte: (FERREIRA, 1995).

Atividade 1
Analise as figuras abaixo e marque na seqüência adequada de acordo com o
texto estudado.

( ) ( )

( ) ( )

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Escreva o nome de cada figura na seqüência, de acordo com a aula.
1 Observe que existe uma seqüência lógica.

Após colocar as figuras na seqüência, explique cada uma de acordo


2 com o que você aprendeu no texto, ou seja, para que serve.

Continuando a nossa aula...

Os fatores ecológicos ambientais

S
eguindo nosso estudo sobre Ecologia, vamos agora conhecer os fatores ecológicos.
Esses fatores são importantíssimos para a distribuição das espécies na superfície da
Terra. Os fatores ecológicos, segundo Araújo (1998), podem constituir elementos da
“resistência ambiental”, diminuindo a sobrevivência dos seres vivos, ou de uma determinada
espécie de ser vivo. A “resistência ambiental”, vimos na aula passada, que é o conjunto de
dificuldades que o meio oferece a uma dada espécie de ser vivo (MARTINS, 1992).

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Para entender o que vem a ser fatores ecológicos, vamos conceituá-lo como sendo
“o conjunto de fatores biológicos e físicos de um determinado ambiente que atuam sobre o
desenvolvimento de uma comunidade”. Explicando melhor:

 fatores biológicos ou bióticos

 fatores físicos ou abióticos

ou seja:

 fatores ecológicos bióticos – compreende as relações simbióticas entre os seres vivos; Simbióticas

Simbiótico ou
 fatores ecológicos abióticos – constituem as condições físicas do ambiente; e ainda
simplesmente simbiose
em ambos os fatores bióticos e abióticos existem os “fatores limitantes”. – significa viver juntos,
Coelho – Pinto (2000),
esse termo é muito

Os fatores ecológicos bióticos empregado para descrever


a biologia de pares de
organismos que vivem
Para Araújo (1998), nos fatores ecológicos bióticos, os seres vivos associam-se com juntos e não se maltratam
outros seres vivos, da mesma espécie ou de espécies diferentes, com o objetivo de satisfazer (COELHO –PINTO, 2000).

suas necessidades de alimentação, proteção, transporte e reprodução. Formando dessa forma,


as relações ecológicas.

Para o seu melhor entendimento dos fatores ecológicos bióticos, vamos demonstrar a
relação entre os seres vivos num esquema abaixo, segundo (MARTINS, 1992), pois os seres
vivos estabelecem entre si uma série de relações.

Fatores Ecológicos Bióticos


(relações entre os seres vivos)

Harmônicas Desarmônicas (pelo menos um


(os organismos são prejudicados) dos organismos é prejudicado)

Intra-específicas
Intra-específicas
(indivíduos de
(indivíduos de Intra-específicas Intra-específicas
espécies
mesma espécie)
diferentes)

Simbiose
Parasitismo
Colônias Mutualismo
Canibalismo Predatismo
Sociedades Comensalismo
Competição Escravagismo
Saprobiose
Amensalismo
Forésia

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Vamos explicar o esquema acima, de forma mais minuciosa, com conceitos e exemplos
para que você possa entender de forma mais clara, como se organiza as associações entre as
diferentes espécies de seres vivos, pois se trata de um assunto um pouco longo.

Começamos pelas relações chamadas “harmônicas”, que se dá quando os seres vivos


de ambos os lados não são prejudicados e “desarmônicas”, quando um ser vivo prejudica o
outro ser vivo. E as relações “intra-específicas”, quando se dá entre indivíduos de uma mesma
espécie, como exemplo uma colméia de abelhas.

As relações “interespecíficas” acontecem com espécies diferentes. Por exemplo: um tigre


devorando uma zebra, é sempre um carnívoro devorando outro carnívoro.

Nas relações harmônicas começamos pelas “colônias”. Estas são associações de seres
vivos de uma mesma espécie e não podem viver separadamente, exemplo: colônia de corais,
colônia de crustáceos, algas, etc. e etc.

As “sociedades” são indivíduos de uma mesma espécie que trabalha para o


desenvolvimento da população. Exemplos: certos gorilas nas selvas, os cardumes, as formigas,
abelhas, capins, as manadas e a espécie humana.

As relações “simbiose” são a associação entre indivíduos de espécies diferentes, com


troca mútua de favores de ordem alimentar, como por exemplo as algas, os cogumelos.

O “mutualismo” é a associação entre organismos de espécies diferentes com benefícios


recíprocos. Exemplos: algas, fungos, plantas, insetos.

No “comensalismo”, quando um indivíduo come o resto da comida do outro ser, ou


seja, são indivíduos de espécies diferentes, como por exemplo: a hiena se alimenta dos restos
deixados por outros carnívoros como o leão, a ave anu se alimenta dos carrapatos encontrados
na pele de outros animais.

O “inquilinismo” acontece quando um ser vivo passa a habitar o corpo de outro ser
vivo. Como exemplo, podemos citar: existe uma alga que vive no corpo das preguiças. Outro
exemplo: nas esponjas marinhas habitam dentro delas alguns animais marinhos, como os
peixes, crustáceos, protozoários e outros.

O “Saprobiose” são os seres que se alimentam da matéria orgânica em decomposição.


Como exemplos podemos citar: a mosca das frutas, as amebas do chão que são protozoários,
fungos do solo que se alimentam de cadáveres de animais e vegetais.

Na associação “Sorésia”, que é aquela em que um determinado ser vivo faz o trabalho de
polinização, ou seja, ele transporta para um outro lugar os ovos ou sementes de um ser por
outro ser vivo. É o que acontece com o pólen das flores que são transportados pelos insetos
ou aves, as sementes pelas aves e os mamíferos.

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Atividade 2
Após a leitura da aula, responda às questões abaixo descritas com bastante
atenção. Na dúvida, volte a ler novamente o texto.
Identifique e classifique as relações de seres vivos abaixo:

A penicilina, o primeiro antibiótico descoberto pelo homem, é uma


1 substância produzida por um fungo capaz de inibir o crescimento de
microorganismo/bactérias (presentes nas infecções).

As abelhas como sabemos, para produzirem o mel, utilizam o néctar


2 das flores.

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É muito comum encontrarmos o pássaro anum nas costas dos bovinos
3 se alimentando de carrapatos que estão presentes na sua pele.

As orquídeas na copa das árvores de uma floresta se utilizam destas,


4 para ficarem mais próximas da luz solar.

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A lagartixa, a víbora e outros pequenos répteis se alimentam de insetos.
5

Seguindo com a nossa aula...

As relações desarmônicas

V
amos seguir estudando sobre as relações ecológicas. Neste ponto, tratamos das relações
desarmônicas que podem ser intra-específicas. Começamos pelo “canibalismo”, que é
quando um ser vivo animal devora outro ser vivo também animal, ou seja, um animal
serve de alimento para outro, só que dentro da mesma espécie, citamos como exemplo:
aranhas, ratos, peixes e muitos outros.

Outro tipo de relações desarmônicas é a “competição” que acontece quando um ser vivo
luta por alguma coisa, ou seja, luta pelo alimento, luta pela fêmea, pela posse de território.
Funciona como um fator de relação natural ou de limitação da população, ou seja, o equilíbrio
natural. Como exemplo: são todos os animais.

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No “predadismo”, um ser vivo mata o outro de espécies diferentes para se alimentar.
Normalmente, o carnívoro é o predador e o herbívoro, a presa, e também é normal o predador
ser maior do que a presa, exemplo: a coruja come ratos, o sapo insetos, as bactérias, os vírus
atacam o homem e outros animais, nesse caso, o predador é sempre em quantidades.

Já no “parasitismo” acontece quando uma espécie de organismo vive à custa do outro,


ou seja, um se nutre às custas do outro, a ponto de prejudicá-lo. Existe uma grande variedade
de parasitismo. Como exemplos podemos citar: os vermes intestinais, as bactérias, os
Unicelulares protozoários e os fungos são animais unicelulares que provocam doenças no homem, nas
“Unicelulares” – são plantas e nos animais em geral; as pulgas, os mosquitos, a mosca do berne onde sua larva se
animais que possuem desenvolve na pele de animais causando bicheira.
apenas uma célula
(MARTINS, 1992). Na associação ou relação do “escravagismo”, acontece quando um ser vivo captura outro,
sempre de espécie diferente, um exemplo: uma espécie de formiga aprisiona as larvas de outra
formiga e as torna operária auxiliar, são as obreiras obrigatórias.

No “amensalismo”, esse tipo de relação desarmônica acontece quando uma espécie


inibidora produz substâncias tóxicas. É mais comum entre vegetais, fungos e bactérias.
Exemplo: proliferação de algas fazendo com que diminua a criação de peixes, plantas maiores
como o eucalipto, prejudicando a gramínea etc.

Algumas relações de seres vivos funcionam como um verdadeiro equilíbrio ecológico


dentro das comunidades e possuem imensa importância para a vida no controle da população,
como é o caso do predatismo e do parasitismo que possuem o chamado controle Biológico,
que é a eliminação ou diminuição de espécies de seres vivos na comunidade, evitando dessa
forma o desequilíbrio ecológico e, até mesmo, a população do ambiente.

Atividade 3
Com base no que você acabou de estudar, vamos responder às questões abaixo:

De que maneiras podem interagir os organismos de uma


1 mesma espécie?

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Qual a importância para uma espécie, da competição entre seus
2 indivíduos?

A respeito do predatismo, qual a sua importância para a comunidade?


3

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Um pouco mais de aula...
Estudamos tudo sobre as associações entre as espécies de seres vivos. Agora, iremos
estudar a relação desses organismos na natureza, ou seja, o relacionamento dos seres vivos e
as condições indispensáveis à vida que o meio oferece, através dos fatores ecológicos abióticos.

Fatores ecológicos abióticos

O
s fatores ecológicos abióticos são a relação existente entre o ser vivo versus o meio
físico. Esses fatores abióticos estão representados pelas condições climáticas, edáficas
(o solo) e químicas, que vêm a ser justamente a composição física do ambiente. Então,
existe os fatores abióticos em ambientes terrestres que são principalmente a luz, a temperatura
e a água. E para os fatores abióticos em ambientes aquáticos são a luz, a temperatura e a
salinidade.

Portanto, para que uma espécie de ser vivo habite um determinado ambiente é preciso
que se adapte as condições que esse meio lhe propõe.

Importância dos fatores ecológicos abióticos


Vamos agora explicar de forma mais detalhada o fator abiótico com a sua importância
e classificação.

A “luz”: é impossível a vida na Terra sem a luz solar, portanto a luz é essencial na produção de
alimentos orgânicos por parte dos vegetais verdes, a fotossíntese. Segundo Martins (1992), as
plantas verdes (clorofiladas) como as árvores terrestres e as algas que vivem na superfície das
águas dos mares em geral e dos rios, na presença da luz solar capturam o gás carbônico do ar
e com a participação também da água, elaboram os alimentos orgânicos que vão servir para
os próprios vegetais e para todos os demais animais da Terra. Os vegetais verdes por ação da
fotossíntese ainda eliminam o oxigênio, que é o gás de fundamental importância nos processos
respiratórios das próprias plantas e de todos os animais.

Desse modo, é de suma importância a fotossíntese e a luz solar para a vida. E também
regula os ritmos biológicos diários e anuais, regula a atividade motora de animais chamados
de “fotocinese”; orienta os movimentos dos vegetais produzem luz, esse processo se chama
“bioluminescência”, como exemplo citamos: algumas espécies de peixes, insetos, lesmas, lulas,
crustáceos, corais, bactérias, fungos e outros. De acordo com Martins (992), isso acontece
porque nas células desses existe uma substância química especial chamada de “luciferina”,
que produz luz com a enzima de um fermento chamado “luciferinase”.

Classificamos e conceituamos a luz como eurifotos, estenofotos, lucífilos e lucífobos.

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 “Eurífotos” - são aqueles seres vivos que suportam grandes variações luminosas;

 “Estenófotos”- são os seres vivos que só conseguem viver dentro de uma faixa estreita
de luminosidade;

 “Lucífilos”-são os seres atraídos para a luz, exemplo a mariposa e o cupim;

 “Lucífobos” – os seres que fogem da luz, no caso do tatu, da toupeira.

As plantas são a base de qualquer cadeia alimentar e são chamadas de seres


“autotróficos”. E os vegetais que não possuem clorofila, como as bactérias e os fungos, são
seres “heterotróficos”, pois não sintetizam o alimento orgânico.

Agora vamos conhecer sobre a temperatura, outro fator ecológico abiótico.



“Temperatura”: esse fator determina a distribuição dos seres vivos, pois ela influi no
metabolismo, no apetite, no desenvolvimento, na fotossíntese, na atividade sexual e na
fecundidade. As temperaturas mais favoráveis à vida estão na faixa de 10 a 30°C, acima
dos 40°C, as plantas já não suportam, com exceção das algas terminais (mais de 75°C).
os seres vivos podem variar ou manter constante a sua temperatura corporal dependendo
da temperatura do ambiente.

A temperatura pode ser classificada tanto de acordo com os animais como os vegetais.
A classificação dos animais quanto a temperatura do seu corpo, em: animais “homeotermos”
e animais “pecilotermos”.

Os animais “homeotermos” são aqueles que conseguem manter constante a temperatura


do seu corpo, independente da temperatura ambiental. Esses são chamados euritermos.
São animais de sangue quente, exemplo: os mamíferos e as aves. Eles possuem uma ampla
distribuição geográfica na Terra.

E por que eles conseguem manter a temperatura do seu corpo constante? Porque são
dotados de alguns mecanismos para isso, como:

a) presença de penas e de pêlos: significa que o corpo dos animais são cobertos de acordo
com a temperatura do ambiente natural de cada espécie, exemplo: tigre da Mandchúria
(região fria) apresenta pêlos longos; tigre de Sonda (região mais quente) pêlos curtos;
nas regiões quentes os animais possuem a maioria do corpo nua, como a ema, espécie
de cão mexicana.

b) presença de penículo adiposo: o penículo adiposo é uma camada de gordura que se


deposita embaixo da pele de muitos animais e serve de isolante térmico. Por exemplo: as
baleias, que possuem o corpo coberto por uma grossa camada de gordura.

c) migrações das aves: com as variações da temperatura do ambiente elas migram de uma
região para outra, muitas vezes de um continente para outro, exemplos: as andorinhas da
Europa, no inverno elas migram para a África; andorinhas da Argentina e Paraguai vão para

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o sul da África, a chamada migração de outono etc. E para se guiar, esses animais durante
o dia usa a luz solar e a noite pelas estrelas (MARTINS, 1992, p. 61).

d) sono hibernal e sono estival: são chamados de hibernação ou sono hibernal, a morte
aparente de alguns animais para melhor resistir ao ambiente muito frio, mas que na
realidade eles estão vivos (vida latente) ou seja, é uma sensível redução de suas atividades
vitais, exemplos disso temos o urso, o morcego e outros animais. Como o sono estival ou
estivação, acontece justamente o contrário, os animais usam esse tipo de recurso para
resistir ao calor, exemplo tipo de lagarto mexicano.



A “água”, outro fator essencialmente importante, pois não se concebe a vida sem a água,
ela entra na composição das células de todos os seres vivos. A água atua como reagente
químico em muitos processos metabólicos. A distribuição dos seres vivos na biosfera
depende da água, a sua quantidade varia de espécie para espécie. O homem tem 65% de
água no seu corpo, a criança ao nascer 905, as medusas 99% do seu corpo é só de água,
as sementes de 3 a 5%. E por fim, a água ainda regula o clima da Terra.

Podemos classificar alguns seres vegetais de acordo com o seu habitat. Os vegetais que
só vivem com muita água recebem o nome de “hidrófilos” ou “hidrófitos”, exemplo: aqueles
que se desenvolvem em terrenos alagados ou muito úmidos como os pantanais do Amazonas
e de Mato Grosso.

Outros vegetais vivem em terrenos áridos. São chamados de vegetais “xerófilos” ou


xerófitos, exemplo: vegetais da caatinga nordestina.



Outro fator importante é a “salinidade”, que funciona como nutrientes dos seres vivos. São
chamados químicos e sais dissolvidos na água, e no solo que servem para o crescimento
necessário e reprodução desse organismo.
A salinidade juntamente com outras características presentes no solo como ph, textura,
umidade, ou seja, os fatores edáficos (do solo). Os nutrientes presentes na salinidade podem
ser classificados em “Macronutrientes”, que são elementos químicos que entram em grande
quantidade na composição dos tecidos vivos, são eles: o carbono, o oxigênio, o hidrogênio
e nitrogênio, exemplo: seres marinhos. E para os “Micronutrientes”, são aqueles elementos
necessários em quantidades pequenas, como manganês, cobre, o zinco, o magnésio, exemplo:
animais relativamente de água doce.

Além dos fatores ecológicos bióticos e abióticos já estudados, existem ainda os “Fatores
Limitantes”, que são aqueles limites de tolerância dos quais os seres vivos podem sobreviver
dentro do ambiente, ou seja, o fator seja ele biótico ou abiótico tenta limitar o desenvolvimento
e ou a oportunidade de sobrevivência do ser vivo.

Explicando melhor, em termos gerais, quanto mais ampla for a faixa de tolerância de um
ser vivo aos fatores do meio, mais ampla será a sua distribuição geográfica. Então, os fatores
limitantes abióticos são a temperatura (o clima), a luz, a água e os nutrientes; enquanto que
os bióticos são a competição, o predatismo e parasitismo.

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Como exemplo, podemos citar: muitas aves têm uma ampla distribuição geográfica na
natureza, porque elas conseguem vencer os limites de tolerância oferecidos pelo fator deste
meio, com exceção dos pingüins, que só conseguem viver numa pequena faixa de tolerância;
os peixes por exemplo, só conseguem viver numa dada temperatura da água, numa variação de
poucos graus pode ser eliminada a população inteira; o homem pode viver em quase todas as
regiões da biosfera e até fora dela (no espaço), devido a tecnologia, ele ampliou artificialmente
a sua faixa de tolerância.

Já sabemos quais são todos os fatores que o meio ambiente oferece aos seres vivos.
Agora vamos responder mais uma atividade para concluir esse nossa compreensão sobre
essa temática.

Atividade 4
As questões abaixo estão relacionadas com os fatores ecológicos abióticos
e os fatores limitantes. Com atenção você responde com facilidade.

A temperatura é um fator determinante na distribuição dos seres vivos,


1 influi no desenvolvimento, no apetite, no metabolismo, na atividade
sexual etc. Se para cada ser vivo existe um preferencial térmico, então,
qual a diferença entre o sono hibernal e sono estival?

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Vimos que a migração entre os seres vivos é algo comum em algumas
2 espécies de seres, principalmente entre as aves. Por que alguns seres
vivos migram?

Dentro de um fator, seja ele biótico ou abiótico existe o fator limitante.


3 Como você conceitua fator limitante? Dê exemplos.

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A faixa de tolerância do homem é bem grande, principalmente após o
4 uso da tecnologia que fez com que essa faixa fosse ampliada, fazendo
assim ele sobreviver em quase todas as regiões do globo e fora dela, no
espaço, numa nave. Você é capaz de dar exemplo de um fator limitante
para o homem, de acordo com o texto estudado?

Concluindo a nossa aula


Chegamos ao término da nossa aula. Mas é importante lembrar que os fatores ecológicos
são um tema bastante complexo, por isso, precisamos ter conhecimento para podermos
entender o funcionamento dos ecossistemas. Portanto, todos os fatores abordados nessa aula
são de fundamental importância para o estudo do meio ambiente.

Leituras complementares
Os fatores ecológicos são um assunto muito interessante, porém bastante complexo. Para
que você tenha mais conteúdo e conhecimentos sobre esse tema, sugerimos as indicações
de sites que seguem:

Aula 02 Ecossistemas Brasileiros 17

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Para fazer mais atividades:
http://educar.sc.usp.br/ciencias/ecologia/ecologia.html (Acesso em 09/11/2008)

Você encontrará mais informações sobre ecossistemas e a importância para compreensão


da ciência ecológica.

Para ter mais informação sobre ecossistema e meio ambiente:


http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecologia (Acesso em 09/11/2008)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema (Acesso em 09/11/2008)

Os sites oferecem mais informações sobre os ecossistemas, quanto ao seu funcionamento,


pirâmide ecológica, ecossistemas terrestres e aquáticos e algumas áreas vulneráveis no mundo.
Lá você terá acesso a imagens que irão fazer com que a temática sobre ecossistemas fique
mais fácil de ser compreendida.

Resumo
Nesta aula, aprendemos que Ecologia é uma ciência muito importante, pois ela
é a parte da biosfera que se ocupa de estudar a população de seres vivos, as
comunidades, os ecossistemas e a biosfera. Estudamos de forma minuciosa
os fatores ecológicos bióticos, abióticos e os fatores limitantes dentro de um
ambiente. Compreendemos que esses fatores são as relações existentes entre
os seres vivos com o meio físico, as associações de seres vivos com outros
seres vivos, ou seja, ser vivo versus ser vivo e os fatores limitantes que é a
faixa de tolerância da qual os seres vivos podem sobreviver dentro do ambiente.
Constatamos que dentro do fator tanto biótico quanto abiótico existem os fatores
limitantes. Aprendemos assim, o quanto esses fatores são importantes para a
vida no planeta, que existe uma interrelação entre todos, ou seja, a água é o
meio básico da vida ligada a luz solar também indispensável a vida. Enfim, são
as relações existentes na biosfera como um todo.

Auto-avaliação
Esta é a hora da síntese reflexiva do que você estudou, respondendo às atividades,
visitando os sites e lendo livros sugeridos para leitura e deve ter lido muito mais. Ótimo!

Para saber se você atingiu os objetivos propostos nesta aula, responda às questões que
seguem. Caso tenha alguma dúvida, procure ajuda voltando ao texto ou entre em contato com
o professor.

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Produza um texto sobre os fatores ecológicos, mostrando se você entendeu a
1 temática discutida na aula.

Teça comentários sobre sua participação nesta disciplina, identificando os pontos


2 positivos de sua aprendizagem e também os aspectos nos quais você deverá
melhorar. Avalie seu desempenho como aluno(a) nesta aula.

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Referências
ARAÚJO, M. S. Introdução às Ciências do Ambiente para Engenharia. C. Grande: Apostila
UFPB 1998.

ANDRADE – LIMA, D. Um Pouco de Ecologia para o Nordeste. Recife: U.F.Pe; 2ª edição, 1975.

CHARBONNEAU, J. P. Enciclopédia de Ecologia. São Paulo: EDU/EDUSP, 1979.

CORSOU, W. M. Manual Global de Ecologia: o que você pode fazer a respeito da crise do meio
ambiente. São Paulo: Ed. Augustus, 1993.

DAJOZ, R. Ecologia Geral. São Paulo: Vozes/EDUSP, 1973.

FERREIRA, A. B. de M. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. São Paulo: Nova


Fronteira/Folha de São Paulo, 1995.

GUERRA, A. T. Novo Dicionário Geológico Gemorfológico. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil,


2ª ed., 2001.

MARTINS, C. Biogeografia e Ecologia. São Paulo: Nobel, 5ª ed., 1985.

ODUM, W. E. & E. J. HEALD. Trophic analysis of an estuarine mangrove community. Bulletin


of Marine Science. 22:671-738, 1972.

Anotações

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Anotações

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Anotações

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Ecossistemas Brasileiros – GEOGRAFIA

EMENTA

Introdução a princípios, conceitos e fatores ecológicos; definição de ecossistema; equilíbrio ecológico e sustentabilidade;
ecossistemas brasileiros: Caatinga, Cerrado, Pantanal, Litorâneo, Amazônico, Floresta de Serras.

AUTORAS

> Maria das Graças Ouriques Ramos

> Márcia Rejane de Queiroz Almeida Azevedo

AULAS

01 Introdução a princípios e conceitos ecológicos

02 Fatores ecológicos

03 Definição de ecossistemas

04 Ecossistemas aquáticos

05 Equilíbrio ecológico

06 Sustentabilidade

07 Estrutura física do Brasil

08 Ecossistemas do cerrado e da caatinga

09 Ecossistemas da Amazônia

10 Ecossistema do Pantanal

11 Ecossistema litorâneo

12 Ecossistema de floresta de serras

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SEB/SEED

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