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Fatores ecológicos
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aula
02
Eco_Bra_A02_IMD_230610.indd Capa1 23/06/10 11:22
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Reitor Reitora
José Ivonildo do Rêgo Marlene Alves Sousa Luna
Vice-Reitora Vice-Reitor
Ângela Maria Paiva Cruz Aldo Bezerra Maciel
577
R175e
248 p. il.
ISBN 978-85-7879-049-3
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização
expressa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
N
a aula anterior vimos os princípios e conceitos da Ecologia. Agora iremos estudar
quais são os fatores ecológicos que contribuem para a vida dentro de um ecossistema.
Este conteúdo irá esclarecer como várias espécies de seres vivos podem conviver
juntamente em um mesmo ambiente e quais são as condições para que isso aconteça.
Nesta aula, vamos trabalhar conteúdos teóricos, leituras complementares que contribuirão
com a sua aprendizagem, intercalando com atividades para firmar assim o seu conhecimento,
com relação a este assunto tão interessante e cada vez mais atual e discutido que é o
meio ambiente
Objetivos
Ao final desta aula, esperamos que você tenha condições de:
Para dar mais amplitude ao estudo da Biologia antes História Natural foi criada uma nova
ciência, a ecologia, como já visto na nossa aula anterior. A Ecologia é uma ciência biológica
ligada a outras ciências, principalmente a Biogeografia.
A Ecologia e as
interrelações com os seres vivos
E
m princípio, quando e Ecologia considerava as espécies individualmente, deu origem
a “auto-ecologia”. Hoje, esta estuda a interrelação das espécies e o seu habitat;
posteriormente, surgiu a “sinecologia” que é a parte da ecologia que estuda as interações
entre as diferentes espécies que ocupam um mesmo ambiente, e como estas se interrelacionam
e interagem com o meio ambiente.
No geral, podemos conceituá-la individualmente para que você entenda com mais clareza;
o campo de estudo da ecologia.
Biosfera: sistema que inclui todos os organismos vivos da Terra, interagindo com o interação
meio físico, como um todo, em outras palavras, região do planeta que contém todo Interação – ação que
se exerce mutuamente
o conjunto dos seres vivos e na qual a vida é predominante possível.
entre duas ou mais
coisas; ação recíproca.
Fonte: (FERREIRA, 1995).
Atividade 1
Analise as figuras abaixo e marque na seqüência adequada de acordo com o
texto estudado.
( ) ( )
( ) ( )
S
eguindo nosso estudo sobre Ecologia, vamos agora conhecer os fatores ecológicos.
Esses fatores são importantíssimos para a distribuição das espécies na superfície da
Terra. Os fatores ecológicos, segundo Araújo (1998), podem constituir elementos da
“resistência ambiental”, diminuindo a sobrevivência dos seres vivos, ou de uma determinada
espécie de ser vivo. A “resistência ambiental”, vimos na aula passada, que é o conjunto de
dificuldades que o meio oferece a uma dada espécie de ser vivo (MARTINS, 1992).
ou seja:
fatores ecológicos bióticos – compreende as relações simbióticas entre os seres vivos; Simbióticas
Simbiótico ou
fatores ecológicos abióticos – constituem as condições físicas do ambiente; e ainda
simplesmente simbiose
em ambos os fatores bióticos e abióticos existem os “fatores limitantes”. – significa viver juntos,
Coelho – Pinto (2000),
esse termo é muito
Para o seu melhor entendimento dos fatores ecológicos bióticos, vamos demonstrar a
relação entre os seres vivos num esquema abaixo, segundo (MARTINS, 1992), pois os seres
vivos estabelecem entre si uma série de relações.
Intra-específicas
Intra-específicas
(indivíduos de
(indivíduos de Intra-específicas Intra-específicas
espécies
mesma espécie)
diferentes)
Simbiose
Parasitismo
Colônias Mutualismo
Canibalismo Predatismo
Sociedades Comensalismo
Competição Escravagismo
Saprobiose
Amensalismo
Forésia
Nas relações harmônicas começamos pelas “colônias”. Estas são associações de seres
vivos de uma mesma espécie e não podem viver separadamente, exemplo: colônia de corais,
colônia de crustáceos, algas, etc. e etc.
O “inquilinismo” acontece quando um ser vivo passa a habitar o corpo de outro ser
vivo. Como exemplo, podemos citar: existe uma alga que vive no corpo das preguiças. Outro
exemplo: nas esponjas marinhas habitam dentro delas alguns animais marinhos, como os
peixes, crustáceos, protozoários e outros.
Na associação “Sorésia”, que é aquela em que um determinado ser vivo faz o trabalho de
polinização, ou seja, ele transporta para um outro lugar os ovos ou sementes de um ser por
outro ser vivo. É o que acontece com o pólen das flores que são transportados pelos insetos
ou aves, as sementes pelas aves e os mamíferos.
As relações desarmônicas
V
amos seguir estudando sobre as relações ecológicas. Neste ponto, tratamos das relações
desarmônicas que podem ser intra-específicas. Começamos pelo “canibalismo”, que é
quando um ser vivo animal devora outro ser vivo também animal, ou seja, um animal
serve de alimento para outro, só que dentro da mesma espécie, citamos como exemplo:
aranhas, ratos, peixes e muitos outros.
Outro tipo de relações desarmônicas é a “competição” que acontece quando um ser vivo
luta por alguma coisa, ou seja, luta pelo alimento, luta pela fêmea, pela posse de território.
Funciona como um fator de relação natural ou de limitação da população, ou seja, o equilíbrio
natural. Como exemplo: são todos os animais.
Atividade 3
Com base no que você acabou de estudar, vamos responder às questões abaixo:
O
s fatores ecológicos abióticos são a relação existente entre o ser vivo versus o meio
físico. Esses fatores abióticos estão representados pelas condições climáticas, edáficas
(o solo) e químicas, que vêm a ser justamente a composição física do ambiente. Então,
existe os fatores abióticos em ambientes terrestres que são principalmente a luz, a temperatura
e a água. E para os fatores abióticos em ambientes aquáticos são a luz, a temperatura e a
salinidade.
Portanto, para que uma espécie de ser vivo habite um determinado ambiente é preciso
que se adapte as condições que esse meio lhe propõe.
A “luz”: é impossível a vida na Terra sem a luz solar, portanto a luz é essencial na produção de
alimentos orgânicos por parte dos vegetais verdes, a fotossíntese. Segundo Martins (1992), as
plantas verdes (clorofiladas) como as árvores terrestres e as algas que vivem na superfície das
águas dos mares em geral e dos rios, na presença da luz solar capturam o gás carbônico do ar
e com a participação também da água, elaboram os alimentos orgânicos que vão servir para
os próprios vegetais e para todos os demais animais da Terra. Os vegetais verdes por ação da
fotossíntese ainda eliminam o oxigênio, que é o gás de fundamental importância nos processos
respiratórios das próprias plantas e de todos os animais.
Desse modo, é de suma importância a fotossíntese e a luz solar para a vida. E também
regula os ritmos biológicos diários e anuais, regula a atividade motora de animais chamados
de “fotocinese”; orienta os movimentos dos vegetais produzem luz, esse processo se chama
“bioluminescência”, como exemplo citamos: algumas espécies de peixes, insetos, lesmas, lulas,
crustáceos, corais, bactérias, fungos e outros. De acordo com Martins (992), isso acontece
porque nas células desses existe uma substância química especial chamada de “luciferina”,
que produz luz com a enzima de um fermento chamado “luciferinase”.
“Estenófotos”- são os seres vivos que só conseguem viver dentro de uma faixa estreita
de luminosidade;
“Temperatura”: esse fator determina a distribuição dos seres vivos, pois ela influi no
metabolismo, no apetite, no desenvolvimento, na fotossíntese, na atividade sexual e na
fecundidade. As temperaturas mais favoráveis à vida estão na faixa de 10 a 30°C, acima
dos 40°C, as plantas já não suportam, com exceção das algas terminais (mais de 75°C).
os seres vivos podem variar ou manter constante a sua temperatura corporal dependendo
da temperatura do ambiente.
A temperatura pode ser classificada tanto de acordo com os animais como os vegetais.
A classificação dos animais quanto a temperatura do seu corpo, em: animais “homeotermos”
e animais “pecilotermos”.
E por que eles conseguem manter a temperatura do seu corpo constante? Porque são
dotados de alguns mecanismos para isso, como:
a) presença de penas e de pêlos: significa que o corpo dos animais são cobertos de acordo
com a temperatura do ambiente natural de cada espécie, exemplo: tigre da Mandchúria
(região fria) apresenta pêlos longos; tigre de Sonda (região mais quente) pêlos curtos;
nas regiões quentes os animais possuem a maioria do corpo nua, como a ema, espécie
de cão mexicana.
c) migrações das aves: com as variações da temperatura do ambiente elas migram de uma
região para outra, muitas vezes de um continente para outro, exemplos: as andorinhas da
Europa, no inverno elas migram para a África; andorinhas da Argentina e Paraguai vão para
d) sono hibernal e sono estival: são chamados de hibernação ou sono hibernal, a morte
aparente de alguns animais para melhor resistir ao ambiente muito frio, mas que na
realidade eles estão vivos (vida latente) ou seja, é uma sensível redução de suas atividades
vitais, exemplos disso temos o urso, o morcego e outros animais. Como o sono estival ou
estivação, acontece justamente o contrário, os animais usam esse tipo de recurso para
resistir ao calor, exemplo tipo de lagarto mexicano.
A “água”, outro fator essencialmente importante, pois não se concebe a vida sem a água,
ela entra na composição das células de todos os seres vivos. A água atua como reagente
químico em muitos processos metabólicos. A distribuição dos seres vivos na biosfera
depende da água, a sua quantidade varia de espécie para espécie. O homem tem 65% de
água no seu corpo, a criança ao nascer 905, as medusas 99% do seu corpo é só de água,
as sementes de 3 a 5%. E por fim, a água ainda regula o clima da Terra.
Podemos classificar alguns seres vegetais de acordo com o seu habitat. Os vegetais que
só vivem com muita água recebem o nome de “hidrófilos” ou “hidrófitos”, exemplo: aqueles
que se desenvolvem em terrenos alagados ou muito úmidos como os pantanais do Amazonas
e de Mato Grosso.
Outro fator importante é a “salinidade”, que funciona como nutrientes dos seres vivos. São
chamados químicos e sais dissolvidos na água, e no solo que servem para o crescimento
necessário e reprodução desse organismo.
A salinidade juntamente com outras características presentes no solo como ph, textura,
umidade, ou seja, os fatores edáficos (do solo). Os nutrientes presentes na salinidade podem
ser classificados em “Macronutrientes”, que são elementos químicos que entram em grande
quantidade na composição dos tecidos vivos, são eles: o carbono, o oxigênio, o hidrogênio
e nitrogênio, exemplo: seres marinhos. E para os “Micronutrientes”, são aqueles elementos
necessários em quantidades pequenas, como manganês, cobre, o zinco, o magnésio, exemplo:
animais relativamente de água doce.
Além dos fatores ecológicos bióticos e abióticos já estudados, existem ainda os “Fatores
Limitantes”, que são aqueles limites de tolerância dos quais os seres vivos podem sobreviver
dentro do ambiente, ou seja, o fator seja ele biótico ou abiótico tenta limitar o desenvolvimento
e ou a oportunidade de sobrevivência do ser vivo.
Explicando melhor, em termos gerais, quanto mais ampla for a faixa de tolerância de um
ser vivo aos fatores do meio, mais ampla será a sua distribuição geográfica. Então, os fatores
limitantes abióticos são a temperatura (o clima), a luz, a água e os nutrientes; enquanto que
os bióticos são a competição, o predatismo e parasitismo.
Já sabemos quais são todos os fatores que o meio ambiente oferece aos seres vivos.
Agora vamos responder mais uma atividade para concluir esse nossa compreensão sobre
essa temática.
Atividade 4
As questões abaixo estão relacionadas com os fatores ecológicos abióticos
e os fatores limitantes. Com atenção você responde com facilidade.
Leituras complementares
Os fatores ecológicos são um assunto muito interessante, porém bastante complexo. Para
que você tenha mais conteúdo e conhecimentos sobre esse tema, sugerimos as indicações
de sites que seguem:
Resumo
Nesta aula, aprendemos que Ecologia é uma ciência muito importante, pois ela
é a parte da biosfera que se ocupa de estudar a população de seres vivos, as
comunidades, os ecossistemas e a biosfera. Estudamos de forma minuciosa
os fatores ecológicos bióticos, abióticos e os fatores limitantes dentro de um
ambiente. Compreendemos que esses fatores são as relações existentes entre
os seres vivos com o meio físico, as associações de seres vivos com outros
seres vivos, ou seja, ser vivo versus ser vivo e os fatores limitantes que é a
faixa de tolerância da qual os seres vivos podem sobreviver dentro do ambiente.
Constatamos que dentro do fator tanto biótico quanto abiótico existem os fatores
limitantes. Aprendemos assim, o quanto esses fatores são importantes para a
vida no planeta, que existe uma interrelação entre todos, ou seja, a água é o
meio básico da vida ligada a luz solar também indispensável a vida. Enfim, são
as relações existentes na biosfera como um todo.
Auto-avaliação
Esta é a hora da síntese reflexiva do que você estudou, respondendo às atividades,
visitando os sites e lendo livros sugeridos para leitura e deve ter lido muito mais. Ótimo!
Para saber se você atingiu os objetivos propostos nesta aula, responda às questões que
seguem. Caso tenha alguma dúvida, procure ajuda voltando ao texto ou entre em contato com
o professor.
ANDRADE – LIMA, D. Um Pouco de Ecologia para o Nordeste. Recife: U.F.Pe; 2ª edição, 1975.
CORSOU, W. M. Manual Global de Ecologia: o que você pode fazer a respeito da crise do meio
ambiente. São Paulo: Ed. Augustus, 1993.
Anotações
EMENTA
Introdução a princípios, conceitos e fatores ecológicos; definição de ecossistema; equilíbrio ecológico e sustentabilidade;
ecossistemas brasileiros: Caatinga, Cerrado, Pantanal, Litorâneo, Amazônico, Floresta de Serras.
AUTORAS
AULAS
02 Fatores ecológicos
03 Definição de ecossistemas
04 Ecossistemas aquáticos
05 Equilíbrio ecológico
06 Sustentabilidade
09 Ecossistemas da Amazônia
10 Ecossistema do Pantanal
11 Ecossistema litorâneo
13
14
15