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Determinação de
Esforços en Treliças
ENG01201 – Mecânica Estrutural I
Notas de Aula – Prof. Luis Alberto Segovia González
6.1 - Características das treliças
➘ As treliças são estruturas formadas por barras
retas de extremidades rotuladas com cargas
concentradas aplicadas apenas nos nós da treliça.
➘ Como as extremidades são rotuladas e as cargas
são aplicadas apenas nos nós, a única solicitação
possível é o esforço normal N, não existindo nem
o esforço cortante Q nem o momento fletor M.
P

P
P P

HA A B

VA VB
N

M=0

q=0 ⇒ Q=cte ⇒ M=linear

M=0

N
6.2 - Métodos de análise
➘ Método do equilíbrio dos nós.
➘ Método de Ritter ou Método das seções.
Método do equilíbrio dos nós
P

E
P 7 8 P

C D
9
3 4
5 6
HA A B

1 F 2

VA VB

1. Calcular as reações (às vezes não é necessário).


2.Estabelecer as equações de equilíbrio em cada nó
da treliça, começando por um nó onde só
concorram duas barras e calculando os esforçoes
normais nestas barras.
Equilíbrio no nó A:
N3

HA A
N1
1

VA

∑F X =0
⇒ N1 , N 3
∑FY =0

3. Continuar a análise nos outros nós, de maneira


semelhante.
Método de Ritter ou Método das seções
P

E
P 7 8 P

C D
9
3 4
5 6
HA A B

1 F 2

VA VB

1. Calcular as reações (às vezes não é necessário).


2. Cortar a treliça através de uma seção contínua S
que corte três barras não todas paralelas nem
todas concorrentes no mesmo ponto, escolhendo
um dos lados da treliça para trabalhar e
substituindo as barras cortadas pelos esforços
normais que atuam nelas. Na estrutura assim
formada, aplicar as equações de equilíbrio,
calculando os esforços normais nas barras
cortadas.
P
S
E
P 7 8 P

C D
9
3 4
5 6
HA A B

1 F 2

VA VB
S N7

P 7
C

3
5 N5
HA A

1 N1

VA

∑F =0
X

∑F =0
Y ⇒ N1 , N5 , N 7
∑M = 0Z
3. Continuar a análise com outro corte, de maneira
semelhante.
6.3 - Barras com esforço normal nulo
➘ A análise de treliças utilizando os métodos
apresentados pode ser bastante simplificada se
inicialmente forem identificadas as barras que
têm esforço normal nulo.
➘ Estas barras com esforço normal nulo são
utilizadas para aumentar a estabilidade da treliça
durante sua construção e podem estar
submetidas a esforços normais não nulos se há
variação das cargas aplicadas. Por isso, o fato de
terem esforço normal nulo para o carregamento
aplicado não significa que estes elementos
estruturais podem ser retirados da treliça.
1. Se apenas duas barras concorrem em um nó de
uma treliça e nenhuma carga externa ou reação
de apoio está aplicada neste nó, então as duas
barras têm esforço normal nulo.

P
1. Se apenas duas barras concorrem em um nó de
uma treliça e nenhuma carga externa ou reação
de apoio está aplicada neste nó, então as duas
barras têm esforço normal nulo.

N=0

N=0

N=0

N=0

P
2. Se apenas três barras concorrem em um nó de
uma treliça e duas destas barras são colineares e
nenhuma carga externa ou reação de apoio está
aplicada neste nó, então a terceira barra tem
esforço normal nulo.
P
2. Se apenas três barras concorrem em um nó de
uma treliça e duas destas barras são colineares e
nenhuma carga externa ou reação de apoio está
aplicada neste nó, então a terceira barra tem
esforço normal nulo.
P

N=0

N=0
6.4 - Estaticidade das treliças
➘ A estaticidade de uma treliça é definida pela
estaticidade externa (que depende dos vínculos
externos da treliça) e pela estaticidade interna
(que depende do número de barras e de nós da
treliça).
E
7 8
C D
9
3 4
5 6
A B

1 F 2
Estaticidade externa
➘ É determinada pela análise dos vínculos externos.
➘ Para que uma treliça seja isostática externamente
é necessário que o número de graus de liberdade
restringidos pelos vínculos externos seja igual a 3
(três).
➘ Estes 3 (três) graus de liberdade restringidos
correspondem às 3 (três) incógnitas iniciais da
análise (as três reações que surgem nos
vínculos).
Estaticidade interna
➘ É determinada pela análise do número de barras e
de nós da treliça.
➘ Para cada nó da treliça correspondem 2 (duas)
equações de equilíbrio.
➘ Para cada barra da treliça corresponde 1 (uma)
incógnita (o esforço normal).
➘ Assim tem-se:
n: número de nós ⇒ 2n equações
b: número de barras ⇒ b incógnitas
Grau de estaticidade
➘ Sendo g o grau de estaticidade de uma treliça
com n nós e b barras, com 3 (três) graus de
liberdade restringidos externamente, tem-se:
g = (b + 3) − 2n
➘ Se:
2n = (b + 3) ... isostatica
2n < (b + 3) ... hiperestatica
2n > (b + 3) ... hipostatica
Exemplos

n=3
b=3
2n = 2 3 = 6
b +3 = 3+3 = 6
2n = (b + 3) ... isostatica
Exemplos

n=4
b=4
2n = 2 4 = 8
b+3= 4+3= 7
2n > (b + 3) ... hipostatica
Exemplos

n=4
b=5
2n = 2 4 = 8
b+3 = 5+3= 8
2n = (b + 3) ... isostatica
Exemplos

n=4
b=6
2n = 2 4 = 8
b+3= 6+3= 9
2n < (b + 3) ... hiperestatica
6.5 - Classificação das treliças
quanto à sua formação
Treliças simples
➘ São as treliças que podem ser construídas a partir
de um triângulo inicial, adicionando de duas a
duas barras, partindo de nós já existentes para
novos nós (um novo nó para cada duas novas
barras).
Treliças compostas
➘ São as treliças que podem ser construídas:
Pela união de duas treliças simples através de
uma articulação comum e uma barra.
Pela união de duas treliças simples através de
três barras não paralelas entre si e não
concorrentes no mesmo nó.
Treliças complexas
➘ São as treliças que não podem ser classificadas
nem como simples nem como compostas.
6.6 - Exemplos
➘ Exemplo 1
Calcular os esforços normais nas barras da treliça
mostrada na figura.
2 kN

4 kN 4 10 4 kN
2m

5 11
E F
3 9
g d 1m
1 7
b C 6 D
1m
A a 2 8 B
HB = 0

2,5 m 0,5 m 2,0 m 2,0 m 0,5 m 2,5 m


VA = 5 kN VB = 5 kN
Como a treliça tem simetria geométrica e simetria
de carregamento, bastará calcular os esforços
normais nas barras 1, 2, 3, 4, 5 e 6, sendo os
esforços normais nas demais barras, iguais aos
esforços normais nas barras simétricas
correspondentes.
Antes do cálculo dos esforços nas barras é
necessário calcular os ângulos mostrados na
figura:
1
α = ARCTG = 18, 4349o
3
2
β = ARCTG = 38, 6598o
2,5
1
γ = ARCTG = 63, 4349o
0,5
3
δ = ARCTG = 56,3099o
2
Equilíbrio no nó A:
N1
∑F X =0
N1 COS β + N 2 COSα = 0
N 2 COSα
N1 = − (1)
1 N2 COS β
b +
A a 2 ∑F Y =0
5 + N1 SEN β + N 2 SENα = 0
 N COSα 
5+− 2  SEN β + N 2 SENα = 0
 COS β 
VA = 5 kN
 SEN β COSα 
5 + N 2  SENα − =0
 COS β 
5
N2 =
 SEN β COSα 
 SEN α − 
 COS β 

N 2 = 11,3 kN

N1 = −13, 7 kN
Seção S:
∑M =0
C
S G
Z
N4
−5 3 + 4 0,5 − N 4 COS β 1 − N 4 SEN β 0,5 = 0
4 kN 4 N5
2m 4 0,5 − 5 3
N4 =
+ 5 COS β + 0,5 SEN β
E

1 g
3
d 1m N 4 = −11,9 kN
N6
b C 6
1m ∑F Y =0
A a 2
5 − 4 + N 4 SEN β + N 5 SEN δ = 0
4 − 5 − N 4 SEN β
N5 =
SEN δ
2,5 m 0,5 m 2,0 m 4 − 5 − (−11,9) SEN β
VA = 5 kN N5 =
SEN δ

N 5 = 7, 7 kN
∑F X =0
N 6 + N 4 COS β + N 5 COSδ = 0
N 6 = − N 4 COS β − N 5 COSδ
N 6 = −(−11,9) COS β − 7, 7 COSδ

N 6 = 5 kN
Equilíbrio no nó C:
7,7 kN
∑F X =0
−11,3 COSα − N 3 COS γ + 7, 7 COSδ + 5 = 0
N3
5 −11,3 COSα + 7, 7 COSδ + 5
N3 =
3
COS γ
g d
a
C 6 5 kN
+
N3 = −3, 2 kN
2
11,3 kN

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