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A dicotomia público/privado deriva da tradição ocidental e remete ao Direito

Romano, e se desenvolve com a evolução do Estado moderno.

Nas sociedades tradicionais, anteriores às sociedades capitalistas, predominava


a administração patrimonial, onde o gestor tratava os negócios públicos como se
fossem negócios privados dos governantes.

Com o desenvolvimento do capitalismo e a formação do Estado moderno, foi


desenvolvida a administração burocrática, através de procedimentos administrativos
baseados na legalidade dos atos, na impessoalidade das decisões, no profissionalismo
dos agentes públicos e na previsibilidade da ação estatal.

Durante o Estado Liberal predominou as instituições privadas, em virtude da


não intervenção do Estado nas relações sociais e na economia. Com a quebra da bolsa
de Nova Iorque em 1929 teve início o Estado de bem estar social, que passou a regular
as relações sociais, prestação de serviços e a produção de bens. Nesse período houve
predomínio das instituições públicas, no Brasil, por exemplo, foram criadas várias
empresas em setores estratégicos com monopólio do Estado, como a Petrobrás, em
1953. Até a década de 70 predominou esse modelo de Estado, porém com sucessivas
crises não seria mais sustentável e iniciou-se um período denominado neoliberalismo,
que defendia as ideias liberais e portanto, uma redução do tamanho do Estado e com
isso a esfera privada voltou a ter destaque com os programas de privatizações.

A relação entre público e privado é sempre flexível, depende do momento


histórico, e da vontade do povo de cada sociedade que decidirá o que é de interesse
coletivo ou não.

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