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Trabalho gestão pública

Responsabilidade social na adm pública

A administração pública
A origem da administração pública remonta ao início da civilização humana,
tendo em vista que uma sociedade é indissociável de uma administração para
trazer a organização e alcançar o convívio harmônico entre aquele povo. As
primeiras sociedades humanas precisavam de uma forma de se gerenciar seus
recursos para sobreviver e evoluir. A esse processo atribuímos atualmente o
conceito de administração pública.
À medida em que as sociedades cresciam e se tornavam mais complexas,
surgia a necessidade de modernização da administração pública para
acompanhar de forma exitosa os avanços e as novas necessidades
apresentadas. Antigamente, se resumia a organizar a vida e gerencias
recursos, mas atualmente tem alcançado um alto nível de sofisticação,
envolvendo uma ampla gama de atividades, desde a prestação de serviços até
a regulação da economia.
Um dos grandes marcos da administração pública foi o código de Hamurábi, o
qual foi escrito em 1750 a.c. para organizar a administração pública da
Mesopotâmia, sendo conhecido como um dos diplomas mais antigos e
completos que sobreviveram na antiguidade. As leis nele contidas abrangem
uma ampla gama de tópicos que vão desde a organização da administração
pública até as definições e punições de crimes, contratos, propriedade, família
e religião. O código também definia os direitos e deveres dos cidadãos e
ajudava a criar uma ordem social mais justa. Através dele foi criada uma
burocracia para administrar o governo. Ela era composta por funcionários
públicos que eram responsáveis por executar as leis, administrar o governo e
prestar serviços aos cidadãos. Criou também um sistema de justiça para
resolver disputas entre os cidadãos, onde juízes tinham o papel de interpretar
as leis e aplicá-las às demandas que se apresentassem. Previa também que os
cidadãos tinham direito à vida, à liberdade, e à propriedade. Por outro lado,
tinham o dever de obedecer às leis, respeitar o rei e servir ao país. Por fim,
garantia que todos os cidadãos, independente de sua classe social, fossem
tratados igualmente perante o rei.
Com o passar do tempo, vários autores se debruçaram sobre o tema, trazendo
modernizações e suas contribuições para uma administração pública cada vez
mais eficiente. Um dos expoentes no assunto foi o sociólogo alemão Max
Weber, considerado um dos fundadores da sociologia moderna que trouxe
grande impacto na construção da administração pública como a conhecemos.
Ele acreditava que a administração pública deveria ser baseada no princípio da
burocracia, a qual se caracterizava como uma estrutura hierárquica, com
regras e regulamentos claramente definidos e um corpo de funcionários
profissionais. Ele acreditava que essa era a forma mais eficiente de organizar o
governo. Dentre as características, também defendia a impessoalidade, na qual
os funcionários não deviam se deixar levar por suas impressões pessoais, mas
seguir as leis e regulamentos visando sempre o interesse público. Sua
influência segue até hoje em muitos setores do Estado e até mesmo em
empresas privadas, dado o seu alto grau de organização e controle.
Em contraponto a Weber, o sociólogo Michel Crozier apresentou diversas
falhas no sistema burocrático, afirmando que dentre outros pontos a burocracia
não era tão eficiente, uma vez que ela era lenta, inflexível e resistente a
mudanças, devido ao alto grau de formalismo, forte hierarquia e falta de
comunicação entre os departamentos. Argumentou também que a burocracia
poderia ser prejudicial à motivação e à produtividade dos funcionários, devido à
falta de controle sobre seu trabalho, bem como a falta de recompensas por
criatividade e iniciativa. Destarte, propôs as seguintes mudanças:
administração pública participativa, de modo que os funcionários fossem
envolvidos no processo de tomada de decisão e ter a oportunidade de das a
sua opinião sobre as políticas e procedimentos da organização; flexibilidade,
com as organizações sendo abertas à mudança e à inovação; criatividade,
inovação e que os funcionários pudessem ter mais controle sobre o seu
trabalho. Os pensamentos de Crozier levaram a uma série de reformas nas
administrações públicas, de forma a torna-las mais eficientes e menos
engessadas.

A administração pública no Brasil


A construção da administração pública no Brasil se inicia já com a sua
colonização. No período colonial, a administração pública foi criada em 1549,
através da criação do governo geral, em Salvador. Ele era responsável por
administrar o território brasileiro e representar o governo português na colônia.
Já no período imperial, houve uma reorganização administrativa com a criação
do Ministério do Império, em 1822, com atribuições diversas no âmbito da
organização do território brasileiro. Com a proclamação da República, em
1889, houve uma nova e profunda reforma administrativa na qual foram criados
três poderes: executivo, judiciário e legislativo.
Outras reformas importantes aconteceram nas décadas de 1960 e 1970, com a
criação de órgãos como o Instituto Brasileiro de Administração Pública (IBAM),
responsável por promover a pesquisa e a capacitação em administração
pública e a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), dedicada a
formar administradores públicos para o governo federal.
Já na década de 1990, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o
Brasil passou a adotar uma nova forma de administração pública, a gerencial.
Trata-se de uma nova abordagem para o gerenciamento das organizações
públicas que enfatiza a eficiência, transparência e eficácia, se baseando nos
princípios do gerenciamento privado e os trazendo para o setor público. Ela
surgiu na década de 1970 nos Estados Unidos, em resposta à grave crise
econômica e à crescente insatisfação da população com o governo. Dentre
suas características principais, pode-se citar: foco no cliente, ou seja, o objetivo
do governo é a satisfação dos cidadãos; flexibilidade, onde o governo deve se
adaptar e atender rapidamente às mudanças impostas pelo cenário atual que
se demonstra. Mesmo sendo extremamente complexa e desafiadora, essa
abordagem está em continuado desenvolvimento para atender aos anseios dos
cidadãos brasileiros até os dias atuais.

Administração Pública em Sergipe

Ainda no período colonial, surge a figura da administração pública no estado de


Sergipe, através da instalação da Capitania de Sergipe d’El Rei, em 1602. Ela
era responsável por administrar o território sergipano e representar o governo
português na capitania.
Em 1889, com a proclamação da república, Sergipe foi elevado à condição de
Estado. Diversas reformas administrativas foram realizadas no Estado, a
exemplo da criação da Secretaria de Estado da Administração (SEA) em 1930,
responsável por modernizar a administração pública sergipana e introduzir
princípios da administração científica. Outras reformas ocorreram e em 1960 foi
criado o Instituto Sergipano de Administração Pública (ISAP), com o intuito de
promover a pesquisa e a capacitação em administração pública e a Escola
Superior de Administração Pública, que visava formar administradores públicos
para o governo estatal.

A Responsabilidade Social
De acordo com Aristóteles, a riqueza não reflete os objetivos dos homens,
sendo ela meio para a consecução de outras coisas. Assim, o aumento
econômico não pode ser configurado resposta para todos os males sociais,
tendo em vista que o desenvolvimento humano, com a expansão do indivíduo e
que se torna fator indispensável para o desenvolvimento individual e coletivo.
Nesse sentido, a responsabilidade social teve seu início na área corporativa,
em meados de 1980. Para a consecução desse objetivo, houve uma série de
eventos históricos que geraram a necessidade dessa adaptação. A primeira
delas é a globalização, pois a redução das distâncias, a rapidez da
comunicação e a redução de barreiras como um todo confluíram para o
aumento da competitividade e, consequentemente, da necessidade de
inovações, adaptações e necessidade de estar dentro dos parâmetros
impostos pela sociedade.
O auge do liberalismo trouxe a política econômica do laissez-faire, ou seja, a
não intervenção do estado na economia. Essa visão de que a economia
funcionaria melhor se fosse deixada livre para se regular e que o governo não
seria capaz de tomar decisões melhores que os cidadãos acabou deixando as
empresas trabalharem da forma que quisessem. Isso culminou em diversas
práticas abusivas e contra o meio ambiente visando o lucro desenfreado.
Quando as práticas se tornaram rotineiras e inaceitáveis, surgiu uma nova
política econômica para substitui-la: o welfare state ou estado de bem estar
social, idealizado por John Maynard Keynes. Essa nova política defendia que o
Estado deveria intervir na ala econômica a fim de garantir a justiça social,
promovendo uma série de medidas para garantir os direito dos cidadãos, dos
trabalhadores, dos consumidores, bem como desenvolver práticas compatíveis
com um meio ambiente equilibrado.
Com o advento da guerra fria e as altas do preço do petróleo em meados de
1970, ocorreu o endividamento massivo do estado e o consequente retorno aos
princípios do liberalismo. Porém, a diferença agora foi que as empresas
adquiriram a visão de que possuem responsabilidades para com a sociedade, o
meio ambiente e uma vida melhor. Essa mudança histórica levou à chamada
Era da Reponsabilidade, uma vez que não era mais aceito que as empresas se
negassem a contribuir com o desenvolvimento social e ambiental.
Assim surgiu a implementação e disseminação da responsabilidade social
como algo inerente às organizações privadas, a qual, de forma inerente deveria
se estender às organizações públicas, uma vez que elas devem sempre estar
perseguindo e eficiência e os resultados apresentados pelas empresas
privadas.

Papel da AP e a RS
O papel da Administração Pública é organizar o estado, garantindo direitos e
deveres dos cidadãos, devendo entregar o melhor serviço possível, com o
menor tempo e com o dispêndio mínimo do dinheiro público. Ela é composta
por um conjunto de órgãos e entidades que trabalham na execução das
políticas públicas. Ela também é responsável por regulamentar a economia,
proteger o meio ambiente e promover o desenvolvimento social.
A responsabilidade social, por outro lado, possui o papel de orientar as
organizações a agirem compromissadas a atuar de forma ética e sustentável,
considerando os impactos de suas ações, no meio ambiente, na sociedade e
na economia.
Nesse sentido, a responsabilidade social pode auxiliar as organizações no que
diz respeito a diversos fatores, entre eles: melhorar a imagem e a reputação,
que naturalmente é baixa entre a população; atrair e reter talentos, visto que o
servidor que se sente motivado e valorizado não vai querer ir para outro local;
reduzir custos, um dos principais problemas hoje nas organizações públicas;
aumentar a produtividade dos servidores; melhorar a eficiência; evitar riscos;
cumprir leis e regulamentos e contribuir para um desenvolvimento sustentável.
A integração das organizações públicas com a responsabilidade social gera um
passo importante em relação ao futuro, pois demonstra e dá exemplo à
sociedade, bem como ao setor privado, de que todo o crescimento deve ser
sustentável e equilibrado, de forma que toda a sociedade evolua junto.

Os diferentes papeis do setor público em relação com a RS - 2


Aspectos-chave para melhorar a RS e a AP - 2

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 "A Administração Pública no Brasil" de Hely Lopes Meirelles.


 "A Reforma Administrativa no Brasil" de José Afonso da Silva.
 "A Administração Pública Brasileira" de Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
 "A Ciência da Administração" de Max Weber
CÓDIGO DE HAMURABI
https://professorluizroberto.com/criticas-a-teoria-da-burocracia/

 "A Administração Pública em Sergipe" de José de Oliveira Júnior.


 "A Reforma Administrativa em Sergipe" de Maria do Socorro Tavares.
 "A Administração Pública Sergipana" de José de Oliveira Júnior e Maria
do Socorro Tavares.
 Responsabilidade social e governança corporativa. Instituto Ethos, 2022.

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