Você está na página 1de 90

AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)

PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO


Olá pessoal,

Dando continuidade ao nosso curso de auditoria para o concurso do ISS


BH, a aula desta semana compreenderá os seguintes assuntos contidos no
programa do concurso:
ƒ Aspectos Gerais e Normas de Auditoria;
ƒ Ética Profissional e Responsabilidade Legal do Auditor;
ƒ Auditoria Interna Versus Auditoria Externa: Conceito, Objetivos,
Responsabilidades, Funções e Atribuições; e
ƒ Controle de Qualidade.

ASPECTOS GERAIS DE AUDITORIA

Com relação a esse assunto, entendo que inicialmente devemos estudar os


aspectos gerais relativos ao processo de auditoria, bem como os conceitos e os
objetivos da auditoria contábil, presentes nos primeiros capítulos dos livros de
auditoria. Além da doutrina, cabe também verificar os conceitos e objetivos do
auditor quando aplica uma norma específica.

Hilário Franco e Ernesto Marra (Auditoria Contábil, da Atlas) conceituam


auditoria da seguinte forma:

A auditoria compreende o exame de documentos, livros e


registros, inspeções e obtenção de informações e confirmações,
internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio,
objetivando mensurar a exatidão desses registros e das
demonstrações contábeis deles decorrentes.

Os mesmos autores consideram que a auditoria é a técnica contábil


utilizada para avaliar as informações relativas à estrutura e à composição do
patrimônio de uma entidade e, portanto, apresentam a seguinte definição para
auditoria:

A técnica contábil que – através de procedimentos específicos que


lhe são peculiares, aplicados no exame de registros e documentos,
inspeções, e na obtenção de informações e confirmações,
relacionados com o controle de patrimônio de uma entidade –
objetiva obter elementos de convicção que permitam julgar se os
registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios
fundamentais e normas de Contabilidade e se as demonstrações
contábeis deles decorrentes refletem adequadamente a situação
econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período
administrativo examinado e as demais situações nelas
demonstradas.

www.pontodosconcursos.com.br 1
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Assim, podemos concluir que a auditoria é um dos meios de que a
contabilidade dispõe para atingir suas finalidades.

O objeto da contabilidade é o patrimônio administrado. A auditoria, sendo


um dos meios utilizados pela Contabilidade, tem o mesmo objeto: o patrimônio,
especificamente no tange ao seu controle e às informações sobre o seu estado e
variações.

Como meios para atingir os seus fins, a Contabilidade utiliza o registro dos
fatos contábeis, a exposição sintética da situação patrimonial e suas variações,
através das demonstrações contábeis e, complementarmente, a técnica
auditorial destinada a comprovar os fatos registrados e suas demonstrações.

Assim, a auditoria completa e valoriza a contabilidade, pois:

¾ fiscaliza o controle do objeto comum – o patrimônio;


¾ confirma a confiabilidade dos meios que ela utiliza – o registro dos
fatos e as demonstrações contábeis;
¾ aperfeiçoa seus fins – divulgação de informações para fins de
orientação administrativa e de investidores, cumprimento de
obrigações legais e fiscais e controle patrimonial;
¾ atesta a adequação dos registros; e
¾ informa as deficiências observadas.

Ressaltando que a contabilidade é um todo, do qual fazem parte:

• a escrituração: registro dos fatos


• as demonstrações contábeis: demonstração expositiva dos
fenômenos patrimoniais
• a própria auditoria: exame e avaliação dos registros e de
demonstrações contábeis
• a análise de balanços: análise, comparação e interpretação
das demonstrações contábeis

Segundo a Resolução CFC nº 820/97 (NBCT 11 - revogada), o objetivo da


auditoria das demonstrações contábeis é emitir parecer sobre a adequação
ou conformidade das demonstrações contábeis, perante os Princípios
Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, em
circunstâncias específicas e no que for pertinente, a legislação específica.

Já a NBC TA 200, norma que trata dos objetivos gerais do auditor


independente e que revogou a NBCT 11, define que o objetivo da auditoria é
aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte
dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo
auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os

www.pontodosconcursos.com.br 2
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro
aplicável.

OBSERVAÇÃO: Estrutura de relatório financeiro aplicável é a estrutura de


relatório ou de demonstração financeira adotada pela administração e aceitável
em vista da natureza da entidade e do objetivo das demonstrações contábeis ou
que seja exigida por lei ou regulamento.

Quanto aos objetivos da auditoria, é preciso ter atenção em prova para


não confundir a finalidade (ou o objetivo principal) da auditoria contábil com
outros objetivos que não são do auditor e sim da administração e ainda com
objetivos secundários da auditoria que decorrem de seu objetivo principal, a
saber:

CONSTITUEM OBJETIVOS PRINCIPAIS DA AUDITORIA CONTÁBIL:

¾ emitir parecer sobre a adequação ou conformidade das


demonstrações contábeis; ou

¾ aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis


por parte dos usuários, mediante a expressão de uma opinião
pelo auditor sobre as demonstrações contábeis.

NÃO SÃO OBJETIVOS PRINCIPAIS DA AUDITORIA CONTÁBIL:

¾ detectar fraudes e erros e/ou realizar a correção de erros


administrativos e de gestão. A responsabilidade primária pela
detecção de erros e de sua correção é da administração da
empresa. O auditor planeja os seus trabalhos com o intuito de
detectar fraudes e erros que tenham efeito relevante sobre as
demonstrações. Por outro lado, o auditor contábil se preocupa com
os erros ou distorções contábeis e não com os erros administrativos
e de gestão, que seriam preocupações maiores da auditoria interna
da empresa;

¾ melhorar a eficácia dos controles internos. Contribuir para a


melhoria dos controles é um objetivo secundário da auditoria
externa, que decorre do objetivo global de expressar opinião sobre
as demonstrações.

Ainda quanto ao objetivo global do auditor externo de emitir opinião ou


parecer sobre as demonstrações contábeis, a NBCT 11 contém as seguintes
normas gerais freqüentemente cobradas pelas bancas:

www.pontodosconcursos.com.br 3
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Na ausência de disposições específicas, prevalecem as práticas já
consagradas pela profissão contábil, formalizadas ou não pelos seus
organismos próprios.

Observação: Reparem que o auditor utiliza as práticas contábeis consagradas


pela profissão quando não existem disposições específicas na legislação e nas
normas, sejam essas práticas formalizadas ou não pelos órgãos reguladores.

Salvo declaração expressa em contrário, constante do parecer, entende-


se que o auditor considera adequadas e suficientes, para o entendimento
dos usuários, as informações divulgadas nas demonstrações contábeis,
tanto em termos de conteúdo quanto de forma.

Observação: Se não há manifestação contrária em relatório/parecer,


subentende-se que o auditor considera adequadas as informações divulgadas nas
demonstrações contábeis, tanto em termos de conteúdo quanto de forma.

O parecer do auditor independente tem por limite os próprios objetivos


da auditoria das demonstrações contábeis e não representa, pois,
garantia de viabilidade futura da entidade ou algum tipo de atestado de
eficácia da administração na gestão dos negócios.

Observação: Não é objetivo da auditoria independente avaliar o desempenho da


entidade auditada. Portanto, um parecer sem ressalva não significa garantia de
viabilidade futura da entidade ou algum tipo de atestado de eficácia da
administração na gestão dos negócios. Significa apenas que as demonstrações
não contêm erros, distorções ou omissões relevantes.

O parecer é de exclusiva responsabilidade de contador registrado no


Conselho Regional de Contabilidade, nestas normas denominado auditor.

Observação: O parecer só deve ser assinado por contador registrado no CRC.


Assim, não pode assiná-lo um contador sem registro no CRC ou um técnico em
contabilidade.

AFIRMAÇÕES CONTIDAS EM DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Vimos que o objetivo global de uma auditoria de demonstrações contábeis


é emitir uma opinião se as demonstrações da entidade auditada encontram-se
apresentadas adequadamente, em todos os aspectos materiais, de acordo com
os princípios contábeis.

Para atingi-lo, o auditor geralmente identifica vários objetivos de auditoria


específicos para cada conta que aparece nas demonstrações. Esses objetivos

www.pontodosconcursos.com.br 4
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
específicos derivam-se das afirmações que a administração faz e que se
encontram nas demonstrações contábeis e essas afirmações são importantes
para o auditor porque orientam a coleta de evidências sobre a adequação de sua
apresentação.

As normas de auditoria reconhecem cinco categorias amplas de afirmações


em demonstrações contábeis, que estão resumidas no quadro a seguir:

Categoria de Natureza
afirmação
Existência ou Ativos e passivos da entidade existem em determinada
Ocorrência data e transações de receitas e despesas ocorreram
durante determinado período.
Integridade ou Todas as transações e contas que deveriam ser
Abrangência incluídas nas demonstrações contábeis realmente o
foram.
Direitos e Ativos são os direitos da entidade e passivos são suas
Obrigações obrigações em determinada data.
Avaliação ou Quantias pelas quais os componentes de ativos,
Alocação passivos, receitas e despesas foram incluídos nas
demonstrações contábeis são adequadas.
Apresentação Componentes particulares das demonstrações
e Divulgação contábeis encontram-se adequadamente classificados,
descritos e evidenciados.

Percebam que a confirmação dessas afirmações por parte do auditor


constitui o objetivo dos testes substantivos da auditoria contábil, ou seja,
confirmar a exatidão, a suficiência e a validade das informações contábeis, no
nível de contas específicas e das demonstrações contábeis como um todo.

REFLEXOS DA AUDITORIA SOBRE A RIQUEZA PATRIMONIAL

Outro aspecto geral da auditoria independente que pode ser cobrado pela
banca examinadora é a proteção que a auditoria oferece à riqueza patrimonial,
dando maior segurança e garantia aos administradores, aos proprietários, ao
fisco e aos financiadores do patrimônio, quanto aos seguintes aspectos:

ƒ Sob o aspecto administrativo: contribui para a redução de ineficiência,


negligência, incapacidade e improbidade de empregados e
administradores.

ƒ Sob o aspecto patrimonial: possibilita melhor controle dos bens, direitos


e obrigações que constituem o patrimônio.

www.pontodosconcursos.com.br 5
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
ƒ Sob o aspecto fiscal: é fator de mais rigoroso cumprimento das
obrigações fiscais, resguardando o patrimônio contra multas, o
proprietário contra penalidades decorrentes de lei de sonegação fiscal e o
fisco contra sonegação de impostos.

ƒ Sob o aspecto técnico: contribui para mais adequada utilização das


contas, maior eficiência dos serviços contábeis, maior precisão das
informações e a garantia de que a escrituração e as demonstrações
contábeis foram elaboradas de acordo com os princípios e normas de
contabilidade.

ƒ Sob o aspecto financeiro: resguarda créditos de terceiros – fornecedores


e financiadores – contra possíveis fraudes e dilapidações do patrimônio,
permitindo maior controle dos recursos para fazer face a esses
compromissos.

ƒ Sob o aspecto econômico: assegura maior exatidão dos custos e


veracidade dos resultados, na defesa do interesse dos investidores e
titulares do patrimônio.

ƒ Sob o aspecto ético: examina a moralidade do ato praticado, pois o


registro poderá estar tecnicamente elaborado e o fato legalmente
comprovado, porém o ato da administração poderá ser moralmente
indefensável, cabendo à auditoria apontá-lo para julgamento dos titulares
do patrimônio ou de seus credores.

ƒ Sob o aspecto social: dá credibilidade às demonstrações contábeis das


empresas e assegura a veracidade das informações, das quais dependerá
a tranqüilidade quanto à sanidade das empresas e à garantia de
empregos.

Vamos resolver algumas questões de concursos anteriores sobre os


assuntos estudados até aqui.

OBSERVAÇÃO: Para cada tema específico desta aula, solucionaremos


algumas questões de concursos anteriores. Para aqueles que preferem
primeiro resolver as questões e depois comparar com os nossos
comentários, relacionamos as questões ao final da aula sem os
comentários.

1) (Auditor/BADESC/FEPESE/2005) Quanto às definições e conceitos de


auditoria, assinale a alternativa incorreta.
a) Auditoria é a técnica contábil que tem como objetivo realizar a
correção de erros administrativos e de gestão.

www.pontodosconcursos.com.br 6
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

b) Auditoria é uma técnica contábil que compreende o exame de


documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações e
confirmações, internas e externas, relacionadas com o controle do
patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das
demonstrações contábeis deles decorrentes.
c) Auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame
dos registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de
consideração contábil, visando a apresentar opiniões, conclusões,
críticas e orientações sobre situações ou fenômenos patrimoniais da
riqueza aziendal, pública ou privada, quer ocorridos, quer por ocorrer ou
prospectados e diagnosticados.
d) A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de
procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre
a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de
Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for
pertinente, a legislação específica.

Solução: Vimos que a auditoria é a técnica contábil que, através de


procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no exame de
registros e documentos, inspeções, e na obtenção de informações e
confirmações, relacionados com o controle de patrimônio de uma entidade –
objetiva obter elementos de convicção que permitam julgar se os registros
contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais e normas
de Contabilidade e se as demonstrações contábeis deles decorrentes refletem
adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do
período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas.”

Notem que é o mesmo conceito apresentado na alternativa “b” e muito


próximo do contido na alternativa “c”. Ambas estão corretas e expressam
adequadamente o propósito da auditoria contábil: é a técnica mediante a qual se
obtém informações sobre o patrimônio de uma entidade, bem como sobre suas
variações, para emitir opinião sobre a adequação dos registros e das
demonstrações contábeis.

A alternativa “d” também está correta e reproduz o disposto na Resolução


CFC nº 820/97 (já revogada), sobre o conceito e o objetivo da auditoria
independente das demonstrações contábeis, qual seja: “A auditoria das
demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que
tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os
Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de
Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica”.

Sobrou a alternativa “a”. De fato, ela está incorreta e satisfaz o enunciado


da questão, pois a correção de fraudes ou erros não constitui o objetivo principal
da auditoria contábil. O auditor aplica procedimentos para emitir opinião sobre as

www.pontodosconcursos.com.br 7
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
demonstrações contábeis, verificando se existem erros ou distorções relevantes
que as tornem inadequadas. A responsabilidade pela detecção de erros e sua
correção é da administração da empresa.

2) (ICMS/RIO/FGV/2009) A respeito de conceituação e objetivos da


auditoria independente, analise as afirmativas a seguir:
I. A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de
procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre
a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de
Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for
pertinente, à legislação específica.
II. Na ausência de disposições específicas, prevalecem as práticas já
consagradas pela profissão contábil, formalizadas ou não pelos seus
organismos próprios.
III. O auditor considera adequadas e suficientes, para o entendimento
dos usuários, as informações divulgadas nas demonstrações contábeis,
apenas em termos de conteúdo, salvo declaração expressa em contrário,
constante do parecer.
Assinale:
(A) se somente a afirmativa III estiver correta.
(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Solução: Essa questão trata dos objetivos do auditor contábil quanto à emissão
do parecer sobre as demonstrações contábeis, de acordo com a Resolução CFC
nº 820/97 (NBC T 11), já revogada. Passamos a analisar cada afirmativa da
questão:

Afirmativa I - em conformidade com a norma, a auditoria das


demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que
tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os
Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de
Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica. Afirmativa certa.

Afirmativa II – A norma estabelece que, inexistindo uma norma específica


sobre uma determinada operação contábil, o auditor terá como referência para
avaliar a forma como foi tratada e registrada a operação, as práticas já
consagradas pela Profissão Contábil, sejam elas formalizadas ou não pelos seus
organismos próprios. Afirmativa certa.

Afirmativa III – A norma estabelecia que, salvo declaração expressa em


contrário, consoante o parecer, entende-se que o auditor considera adequadas e
suficientes, para o entendimento dos usuários, as informações divulgadas nas

www.pontodosconcursos.com.br 8
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
demonstrações contábeis, tanto em termos de conteúdo quanto de forma.
Portanto, há erro quando se afirma que o auditor considera adequadas e
suficientes, para o entendimento dos usuários, as informações divulgadas nas
demonstrações contábeis, apenas em termos de conteúdo, salvo declaração
expressa em contrário, constante do parecer, pois, se não há nenhuma
manifestação contrária em relatório/parecer, subentende-se que o auditor
considera adequada também a forma de divulgação das demonstrações e não
somente o seu conteúdo.

Portanto, a alternativa correta é a “B”: Se somente as afirmativas I e II


estiverem corretas.

OBSERVAÇÃO: Essas disposições não mais constam das normas


brasileiras. Todavia, com relação à utilização pelo auditor das práticas
contábeis, a NBC TA 200 prevê as fontes que podem ser utilizadas para
orientação sobre a aplicação da estrutura de relatório financeiro
aplicável, quais sejam:

ii
• o ambiente legal e ético, incluindo estatutos, regulamentos,

ai
veredictos e obrigações éticas profissionais em relação a
aa
assuntos contábeis;
rr

• interpretações contábeis publicadas de diferente autoridade


or

emitidas por organizações normatizadoras, profissionais ou


oo

reguladoras;
• pontos de vista publicados de diferentes autoridades sobre
assuntos contábeis emergentes, emitidos por organizações
normatizadoras, profissionais ou reguladoras;
• práticas gerais e de setor amplamente reconhecidas e
prevalecentes; e
• literatura contábil.

Quando existem conflitos entre a estrutura de relatório financeiro


aplicável e as fontes em que orientação sobre sua aplicação pode ser
obtida, ou entre as fontes que abrangem a estrutura de relatório
Z
ZZ

financeiro, a fonte com a mais alta autoridade prevalece.

No caso do Brasil, como definido no item 7 da NBC T 19.27 –


Apresentação das Demonstrações Contábeis, “práticas contábeis
adotadas no Brasil” compreendem a legislação societária brasileira, as
Normas Brasileiras de Contabilidade, emitidas pelo Conselho Federal de
Contabilidade, os pronunciamentos, as interpretações e as orientações
emitidos pelo CPC e homologados pelos órgãos reguladores, e práticas
adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que
atendam à Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das
Demonstrações Contábeis emitida pelo CFC e, por conseguinte, em
consonância com as normas contábeis internacionais.

www.pontodosconcursos.com.br 9
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

3) (SEFAZ/SP/ESAF/2009) Sobre a auditoria independente, é correto


afirmar que tem por objetivo:
a) auxiliar a administração da entidade no cumprimento de seus
objetivos.
b) apresentar subsídios para o aperfeiçoamento da gestão e dos
controles internos.
c) emitir parecer sobre a adequação das demonstrações contábeis.
d) levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar
a justa solução do litígio.
e) recomendar soluções para as não-conformidades apontadas nos
relatórios.

Solução: Essa questão refere-se ao objetivo geral da auditoria independente,


mas também à distinção entre a auditoria interna, a auditoria independente e a
perícia contábil.

As alternativas “a”, “b” e “e” correspondem a objetivos da auditoria


interna das entidades, que possui um propósito mais gerencial, de contribuir
para a melhoria dos controles, processos e resultados da organização.

A alternativa “c”, como visto anteriormente nesta aula, refere-se ao


objetivo da auditoria independente, que é o de emitir parecer sobre a adequação
das demonstrações contábeis. Portanto, o gabarito da questão é a alternativa
“c”.

A alternativa “d” refere-se ao objetivo da perícia contábil, que é a de levar


à instância decisória (administrativa ou judicial) elementos de prova necessários
a subsidiar a justa solução do litígio.

Aproveito para apresentar o seguinte quadro comparativo entre os


objetivos da auditoria interna, auditoria externa e perícia contábil.

AUDITORIA INTERNA AUDITORIA EXTERNA PERÍCIA CONTÁBIL


- auxiliar a administração - aumentar o grau de - levar à instância
da entidade no confiança nas decisória elementos de
cumprimento de seus demonstrações contábeis prova necessários a
objetivos; por parte dos usuários; subsidiar a justa
- agregar valor aos - obter segurança razoável solução do litígio;
resultados da de que as demonstrações - emitir laudo e/ou
organização; contábeis como um todo parecer pericial contábil
- apresentar subsídios estão livres de distorção sobre o objeto dão
para o aperfeiçoamento relevante; exame.
da gestão e dos controles - emitir opinião ou parecer
internos; sobre a adequação das

www.pontodosconcursos.com.br 10
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
- recomendar soluções demonstrações contábeis.
para as não-
conformidades apontadas
nos relatórios.

4) (AFTM/ESAF/2003) A opção que representa o objetivo da auditoria


externa é:
a) a elaboração de normas e procedimentos econômicos, financeiros e
de auditoria da empresa auditada.
b) expressar um palpite sobre a posição patrimonial e financeira da
empresa sem assegurar que elas representem adequadamente as
operações da empresa.
c) assegurar que as demonstrações financeiras irrelevantes representem
a situação contábil financeira da empresa de forma fidedigna.
d) o processo pelo qual o auditor se certifica de que as demonstrações
financeiras representam adequadamente em todos os aspectos
relevantes, a posição patrimonial e financeira da empresa.
e) garantir que todos os lançamentos contábeis foram efetuados
corretamente nos livros da empresa.

Solução: O objetivo da auditoria externa é buscar evidências que assegurem


que as demonstrações financeiras representam em todos os aspectos relevantes,
a posição patrimonial e financeira da empresa. Importa aqui ressaltar a
expressão relevante, pois o auditor se preocupa com erros, distorções ou
omissões que sejam materiais e que possam impactar de forma relevante as
demonstrações e prejudicar os usuários das mesmas. Estamos nos referindo ao
nível de relevância (ou materialidade), cujo assunto será melhor abordado na
aula 2 deste curso. Portanto, a alternativa correta é a ‘d”.

Os demais itens estão incorretos. Não é objetivo do auditor externo


elaborar normas, nem tampouco expressar um palpite e muito menos examinar
demonstrações financeiras irrelevantes. Também não cabe à auditoria externa
garantir que todos os lançamentos contábeis foram efetuados de forma correta,
pois a auditoria é realizada por testes e amostragem e erros e falhas irrelevantes
podem ser tolerados pelo auditor, pois não distorcem de forma relevante as
demonstrações.

5) (TCE/SC/FEPESE/2006) Assinale a alternativa correta, quanto ao


processo de auditoria:
a) Afirmações sobre integridade referem-se a se ativos são direitos da
entidade e passivos são as obrigações da entidade em determinada
data.

www.pontodosconcursos.com.br 11
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

b) Afirmações sobre direitos e obrigações referem-se a se todas as


transações e contas que deveriam ser apresentadas nas
demonstrações contábeis realmente o foram.
c) Afirmações sobre avaliação ou alocação referem-se a se
determinados componentes das demonstrações contábeis encontram-
se adequadamente classificados, descritos e evidenciados.
d) Afirmações sobre apresentação e divulgação referem-se a se são
adequadas as quantias pelas quais componentes de ativos, passivos,
receitas e despesas aparecem nas demonstrações contábeis.
e) Afirmações sobre a existência ou ocorrência tratam das seguintes
questões: ( 1 ) ativos ou passivos da entidade existem em
determinada data? ( 2 ) transações contabilizadas em determinado
período ocorreram?

Solução: Essa questão é muito interessante e constou da prova de Auditor do


TCE/SC, elaborada pela FEPESE. Vale notar que se trata de uma questão de um
nível avançado, pois exigia que os candidatos soubessem distinguir os tipos de
afirmações contidas em demonstrações contábeis, sobre as quais o auditor busca
evidências para confirmar a sua veracidade. Essa teoria encontra-se no livro de
William Boynton e outros autores, Auditoria, da Atlas.

Voltando, portanto, à solução da questão, verifica-se que a única opção


correta é o item “e”. Afirmações sobre a existência ou ocorrência tratam das
seguintes questões: ( 1 ) ativos ou passivos da entidade existem em
determinada data? ( 2 ) transações contabilizadas em determinado período
ocorreram?

As demais alternativas estão incorretas. O item “a” refere-se à afirmação


sobre direitos e obrigações; o item “b” refere-se à afirmação de integridade; o
item “c” representa uma afirmação de apresentação (divulgação) e o item “d”
corresponde a uma afirmação de avaliação (alocação).

NORMAS DE AUDITORIA INDEPENDENTE DAS DEMONSTRAÇÕES


CONTÁBEIS

Para o estudo das normas de auditoria independente, precisamos


inicialmente ter uma visão geral do processo de auditoria das demonstrações
contábeis.

Assim, lembramos que o objetivo global de uma auditoria de


demonstrações contábeis é a expressão de uma opinião se as demonstrações se
encontram apresentadas de acordo com as normas, práticas e princípios
contábeis geralmente aceitos, em todos os aspectos materiais.

www.pontodosconcursos.com.br 12
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
O processo de julgamento acerca de quais as contas que provavelmente
contêm distorções relevantes e de obtenção de evidências a respeito da
apresentação adequada das demonstrações envolve vários passos.

William Boynton e outros autores, no livro Auditoria, 2002, p.172,


apontam os sete passos importantes no planejamento e realização de uma
auditoria de demonstração contábil:

1 - Obtenção de entendimento do negócio e da indústria.

O entendimento do negócio e da indústria do cliente representa um


importante aspecto do planejamento da auditoria. O auditor deve obter suficiente
conhecimento e entendimento do negócio e da indústria do cliente para entender
os eventos, as transações e práticas que podem ter efeito importante sobre as
demonstrações contábeis.

O conhecimento de tendências e de fatores competitivos do negócio ajuda


o auditor a desenvolver expectativas sobre as demonstrações contábeis e avaliar
o risco de que elas contenham distorções. Conhecimento das tendências do
negócio é crítico na avaliação da razoabilidade das atividades operacionais, de
financiamento e de investimento da organização.

Entendimento do negócio e da indústria ajuda o auditor a compreender


importantes questões sobre sistemas de informação para um cliente e a entender
quais as implicações para a auditoria, além de ajudar o auditor a avaliar a
razoabilidade de estimativas contábeis e as representações da administração.

2 - Identificação de afirmações relevantes que constam da


demonstração.

Como vimos antes, o objetivo global de uma auditoria de demonstrações


contábeis é emitir uma opinião se as demonstrações da entidade auditada
encontram-se apresentadas adequadamente, em todos os aspectos materiais, de
acordo com os princípios contábeis. Para atingi-lo, o auditor geralmente identifica
vários objetivos de auditoria específicos para cada conta que aparece nas
demonstrações. Esses objetivos específicos derivam-se das afirmações que a
administração faz e que se encontram nas demonstrações contábeis e essas
afirmações são importantes para o auditor porque orientam a coleta de
evidências sobre a adequação de sua apresentação.

3 - Decisão sobre quais valores são materiais para os usuários da


demonstração.

Para emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis, o auditor


reconhece que algumas questões contábeis são importantes para uma

www.pontodosconcursos.com.br 13
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
apresentação adequada das demonstrações contábeis, e outras, não. Ou seja,
define a materialidade ou a relevância.

Materialidade ou relevância é a magnitude de uma omissão ou


classificação indevida de informação contábil que, à luz das circunstâncias então
presentes, torna provável que o julgamento de uma pessoa razoável que tenha
utilizado a informação foi alterado ou influenciado pela omissão ou apresentação
enganosa. Ou seja, é a materialidade de um erro.

O auditor faz um julgamento sobre materialidade quando está planejando


a auditoria, para tomar decisões sobre a extensão dos trabalhos para encontrar
omissões ou classificações indevidas que, em seu agregado, possam chegar a
quantias que influenciam os usuários das demonstrações contábeis.

Na aula 2 abordaremos de forma detalhada esse assunto.

4 - Decisão sobre os componentes do risco de auditoria.

Definido o nível de materialidade/relevância, o auditor deve avaliar o risco


de auditoria, ou seja, o risco de que emita um parecer inadequado sobre
demonstrações contábeis que contenham erros ou classificações indevidas
relevantes ou acima do nível de relevância.

Isso porque os auditores não podem examinar todas as possíveis


evidências referentes a todas as afirmações referentes a todos os saldos de
contas e classes de transações. O modelo de risco de auditoria orienta auditores
na coleta de evidências, para que eles possam ter um grau de segurança
razoável (não absoluta) de que as demonstrações estão adequadas.

Os conceitos de risco e de segurança razoável são o inverso um do outro.


Quanto mais certo o auditor desejar estar de que está expressando uma opinião
correta, mais baixo será o risco de auditoria que estará inclinado a aceitar. Por
exemplo, se desejar um nível de certeza de 98%, o risco de auditoria será de
2%.

O risco de auditoria compreende três componentes: risco inerente, risco


de controle e risco de detecção. Em auditoria contábil, os conceitos dos três
componentes podem ser assim descritos:

Risco inerente – é a suscetibilidade de uma afirmação a um erro ou


classificação indevida relevante, supondo que não haja controles.

www.pontodosconcursos.com.br 14
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

Risco de controle - é o risco de que um erro ou classificação indevida


relevantes, que possam constar de uma afirmação, não sejam evitados ou
detectados tempestivamente pelos controles internos da entidade.

Risco de detecção – é o risco de que o auditor não detecte um erro de


classificação indevida relevante que existe em uma afirmação. Assim, o risco de
detecção é aquele relacionado ao próprio trabalho do auditor, à possibilidade de
que os testes substantivos aplicados não detectem erros, omissões ou
irregularidades existentes.

Basicamente, os riscos podem ser definidos de uma forma quantitativa


(mediante percentuais, por exemplo) ou qualitativa (alto, médio ou baixo, por
exemplo).

A análise de risco e controle é uma medida importante na fase de


planejamento dos trabalhos, posto que visa definir a natureza e extensão dos
procedimentos e testes de auditoria.

Esse tema é um dos mais explorados em concurso. Também na aula 2


aprofundaremos esse assunto.

5 - Obtenção de evidência mediante procedimentos de auditoria

A coleta e a avaliação de evidência (conjunto de informações e de provas)


pelo auditor representa o ponto central de auditoria. Mediante inspeções,
observações, investigações e confirmações, o auditor busca obter evidência
suficiente e relevante para formar base razoável para emissão de opinião sobre
as demonstrações contábeis que estão sendo auditadas.

A suficiência das evidências coletadas pelo auditor é afetada pelos


seguintes fatores:

ƒ Relevância e risco: em geral, mais evidência é necessária para


contas que são relevantes e/ou que apresentam maior nível de
risco.

ƒ Economia: um auditor trabalha dentro dos limites econômicos que


estabelecem que evidência suficiente deve ser obtida em prazo
razoável e a um custo razoável.

ƒ Tamanho e características da população: O tamanho da


população ou quantidade de itens que ela contém exige que o
auditor adote a amostragem para a coleta das evidências. Quanto
maior a população maior a quantidade de evidências necessárias

www.pontodosconcursos.com.br 15
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
para obtenção de base razoável para se chegar à conclusão sobre
ela.

O auditor realiza procedimentos de auditoria para obter evidências que


fundamentem seu parecer sobre as demonstrações contábeis. Os procedimentos
de auditoria são classificados de acordo com seus objetivos, nas seguintes
categorias:

ƒ Procedimentos para obtenção de entendimento: são os


procedimentos adotados pelo auditor para obter conhecimento
sobre o cliente, seu negócio e indústria e de fatores que possam
afetar o risco inerente de que uma afirmação da administração
contenha distorções. Além disso, o auditor deve obter entendimento
dos controles internos do cliente para que possa planejar a
auditoria. A leitura de documentos, a entrevista, a adoção de
questionários e de fluxogramas podem ser técnicas úteis para
obtenção desse entendimento.

ƒ Testes de controles: são realizados para fornecer evidências sobre


o funcionamento e a eficácia das políticas e procedimentos da
estrutura de controles internos. As técnicas mais utilizadas para tal
são a inspeção, a observação e a investigação e confirmação.

ƒ Testes substantivos: consistem em procedimentos de revisão


analítica, testes de detalhes de transações e testes de detalhes de
saldos. Testes substantivos fornecem evidência da adequação das
afirmações da administração em demonstrações contábeis.

Esse assunto será bastante explorado na Aula 3 do nosso curso.

6 - Determinação de como as evidências constatadas serão utilizadas


para fundamentar o parecer de auditoria e outras comunicações para o
cliente.

Os três procedimentos abordados anteriormente capacitam o auditor a


obter evidência necessária. A avaliação da evidência ocorre ao longo da auditoria
à medida em que as afirmações em demonstração contábil são verificadas, e no
final da auditoria, quando o auditor deve decidir sobre o tipo de opinião que deve
ser expressa no parecer de auditoria.

O auditor deve obter uma base razoável para expressar sua opinião e,
quando obtida essa base ou segurança razoável, o auditor deve emitir um
parecer sem ressalva, com ressalva ou parecer adverso, dependendo da
avaliação que faça entre o grau de correspondência entre a evidência obtida e as
afirmações contidas nas demonstrações contábeis.

www.pontodosconcursos.com.br 16
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

7 - Comunicação das descobertas.

O principal elemento final da auditoria envolve a comunicação das


descobertas. A comunicação pode ser dividida em comunicação sobre as
demonstrações contábeis, por meio de relatório (parecer) do auditor e outras
comunicações exigidas, apresentadas à administração, como, por exemplo, um
relatório sobre controles internos.

Em nossa aula 6 (última aula), veremos as principais normas e aspectos


do relatório de auditoria.

Compreendido o processo de auditoria das demonstrações contábeis,


veremos as normas de auditoria do Conselho Federal de Contabilidade.

As normas de auditoria reconhecidas pelo Conselho Federal de


Contabilidade dividem-se em profissionais e técnicas. As normas profissionais
estabelecem regras de exercício profissional, classificando-se pelo prefixo NBC P.
As normas técnicas estabelecem conceitos doutrinários, regras e procedimentos
aplicados à contabilidade, caracterizando-se pelo prefixo NBC T.

As normas técnicas de auditoria são dividas da seguinte forma:


ƒ NBC T 12 – auditoria interna;
ƒ NBC T 11 – auditoria independente das demonstrações contábeis. (As
NBCT 11 foram revogadas, estando atualmente estão em vigor
as NBC TA, em função do processo de convergência das normas
brasileiras ao padrão internacional definido pelo IFAC).

Podemos organizar as normas de auditoria em três grandes blocos:

ƒ Normas profissionais
• competência técnico-profissional
• independência
• cuidado e zelo na realização dos trabalho e na exposição das
conclusões
• guarda da documentação
• dever de sigilo

ƒ Normas de execução dos trabalhos


• planejamento e supervisão adequados
• estudo e avaliação dos controles internos
• extensão e profundidade dos procedimentos até a obtenção de
evidências necessárias para fundamentar o parecer

ƒ Normas do parecer dos auditores independentes

www.pontodosconcursos.com.br 17
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

Nesta aula, apresentaremos uma síntese das normas profissionais do


auditor independente e das normas relativas ao trabalho do auditor interno.

Também aqui, serão objetos de estudo as normas relativas a estimativas


contábeis, erros e fraudes em auditoria e continuidade operacional.

As demais normas de execução e de relatório/parecer serão vistas nas


próximas aulas de acordo com o programa do curso.

NORMAS PROFISSIONAIS DO AUDITOR INDEPENDENTE

As normas profissionais de auditor independente estabelecem as condições


de competência técnico-profissional, de independência e de responsabilidade na
execução dos trabalhos, de fixação de honorários, de guarda de documentação,
de sigilo e de utilização do trabalho do auditor interno e de especialistas de
outras áreas.

O auditor independente deve cumprir as normas profissionais e o Código


de Ética do Contabilista, para que tenha uma atitude profissional e ética
adequada, resguardando sua independência e mantendo altos padrões de
qualidade, integridade e competência. Caso haja o descumprimento de norma de
significado ético, o auditor poderá sofrer as penalidades previstas em norma.

A seguir, apresentaremos um resumo dos aspectos mais importantes das


normas profissionais (NBC P1 e NBC PA 03), que julgamos passíveis de serem
cobradas na prova do ISS BH.

1 - Competência Técnico-profissional

O contador, na função de auditor independente, deve manter seu nível de


competência profissional pelo conhecimento atualizado dos Princípios
Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade, das
técnicas contábeis, especialmente na área de auditoria, da legislação inerente à
profissão, dos conceitos e técnicas administrativas e da legislação específica
aplicável à entidade auditada.

O auditor, para assumir a responsabilidade por uma auditoria das


demonstrações contábeis, deve ter conhecimento da atividade da entidade
auditada, de forma suficiente para que lhe seja possível identificar e
compreender as transações realizadas pela mesma e as práticas contábeis
aplicadas, que possam ter efeitos relevantes sobre a posição patrimonial e
financeira da entidade, e o parecer a ser por ele emitido sobre as demonstrações
contábeis.

www.pontodosconcursos.com.br 18
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Antes de aceitar o trabalho, o auditor deverá obter conhecimento
preliminar da atividade da entidade a ser auditada, mediante avaliação, junto à
administração, da estrutura organizacional, da complexidade das operações e do
grau de exigência requerido, para a realização do trabalho de auditoria, de modo
a poder avaliar se está capacitado a assumir a responsabilidade pelo trabalho a
ser realizado. Esta avaliação deve ficar evidenciada de modo a poder ser
comprovado o grau de prudência e zelo na contratação dos serviços.

O auditor deve recusar os serviços sempre que reconhecer não estar


adequadamente capacitado para desenvolvê-los. Contudo, pode utilizar
especialistas em outras áreas, em face da especialização requerida e dos
objetivos do contratante, como, por exemplo, advogados, engenheiros, etc.

2 – Independência

O auditor não deve ser influenciado por fatores estranhos a sua


ponderação e interpretação dos elementos examinados, seja por preconceitos,
fatores materiais ou afetivos que pressuponham perda de sua independência.

A condição de independência é fundamental e óbvia para o exercício da


atividade de auditoria independente. Entende-se como independência o estado
no qual as obrigações ou os interesses do auditor ou da entidade de auditoria
são, suficientemente, isentos dos interesses das entidades auditadas para
permitir que os serviços sejam prestados com objetividade.

Em suma, é a capacidade que a entidade de auditoria tem de julgar e atuar


com integridade e objetividade, permitindo a emissão de relatórios ou pareceres
imparciais em relação à entidade auditada, aos acionistas, aos sócios, aos
quotistas, aos cooperados e a todas as demais partes que possam estar
relacionadas com o seu trabalho.

A independência exige:

a) independência de pensamento – postura que permite


expressar uma opinião sem ser afetado por influências que
comprometem o julgamento profissional, permitindo à pessoa
agir com integridade, objetividade e ceticismo profissional; e

b) aparência de independência – evitar fatos e circunstâncias


significativos a ponto de um terceiro bem informado, tendo
conhecimento de todas as informações pertinentes, incluindo as
salvaguardas aplicadas, concluir dentro do razoável que a
integridade, a objetividade ou o ceticismo profissional de uma
entidade de auditoria ou de um membro da equipe de auditoria
ficaram comprometidos.

www.pontodosconcursos.com.br 19
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

A independência pode ser afetada por ameaças de interesse próprio, auto-


revisão, defesa de interesses da entidade auditada, familiaridade e intimidação.

¾ Ameaça de interesse próprio ocorre quando uma entidade de


auditoria ou um membro da equipe de auditoria poderia auferir
benefícios de um interesse financeiro na entidade auditada, ou outro
conflito de interesse próprio com essa entidade auditada.

¾ Ameaça de auto-revisão ocorre quando o resultado de um


trabalho anterior precisa ser reanalisado ao serem tiradas
conclusões sobre o trabalho de auditoria ou quando um membro da
equipe de auditoria era, anteriormente, administrador ou diretor da
entidade auditada, ou era um funcionário cujo cargo lhe permitia
exercer influência direta e importante sobre o objeto do trabalho de
auditoria.

¾ Ameaça de defesa de interesses da entidade auditada ocorre


quando a entidade de auditoria ou um membro da equipe de
auditoria defendem ou parecem defender a posição ou a opinião da
entidade auditada, a ponto de poderem comprometer ou darem a
impressão de comprometer a objetividade. Pode ser o caso da
entidade de auditoria ou membro da equipe de auditoria que
subordina seu julgamento ao da entidade auditada.

¾ Ameaça de familiaridade ocorre quando, em virtude de um


relacionamento estreito com uma entidade auditada, com seus
administradores, com diretores ou com funcionários, uma entidade
de auditoria ou membro da equipe de auditoria passam a se
identificar, demasiadamente, com os interesses da entidade
auditada.

¾ Ameaça de intimidação ocorre quando um membro da equipe de


auditoria encontra obstáculos para agir, objetivamente, e com
ceticismo profissional devido a ameaças, reais ou percebidas, por
parte de administradores, diretores ou funcionários de uma entidade
auditada.

O que o auditor deve fazer quando existe uma ameaça à


independência?

Quando são identificadas ameaças, exceto aquelas, claramente,


insignificantes, devem ser definidas e aplicadas salvaguardas adequadas para
eliminar a ameaça ou reduzi-la a um nível aceitável. Essa decisão deve ser

www.pontodosconcursos.com.br 20
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
documentada. A natureza das salvaguardas a aplicar varia conforme as
circunstâncias.

As entidades de auditoria devem instituir políticas e procedimentos


relativos às comunicações de independência com os organismos de governança
da entidade auditada. No caso da auditoria de entidades registradas em bolsas
de valores, a entidade de auditoria deve comunicar, formalmente, ao menos uma
vez por ano, todos os relacionamentos e as outras questões entre a entidade de
auditoria, as entidades de auditoria por rede e a entidade auditada que, de
acordo com o julgamento profissional da entidade de auditoria, podem ser
consideradas, em uma perspectiva razoável, como afetando a independência.

Determinadas situações caracterizam a perda de independência da


entidade de auditoria em relação à entidade auditada. Nesse caso, devem ser
adotadas algumas salvaguardas, no sentido de eliminar ou reduzir a ameaça.

Por exemplo, quando a entidade de auditoria possui interesse financeiro


direto (ações) ou um interesse financeiro indireto relevante (investimento)
na entidade auditada, está caracterizada a perda de independência. Para essas
situações, as normas profissionais estabelecem as seguintes salvaguardas (ações
a serem tomadas):

ƒ alienar o interesse financeiro direto antes de a pessoa física tornar-se


membro da equipe de auditoria;

ƒ alienar o interesse financeiro indireto relevante em sua totalidade ou


alienar uma quantidade suficiente dele para que o interesse
remanescente deixe de ser relevante antes de a pessoa tornar-se
membro da equipe de auditoria; ou

ƒ afastar o membro da equipe de auditoria do trabalho da entidade


auditada.

Outras situações de perda de independência e respectivas salvaguardas


podem ser observadas no quadro seguinte:

SITUAÇÕES DE PERDA DE SALVAGUARDAS – AÇÕES A SEREM


INDEPENDÊNCIA TOMADAS

¾ Relacionamentos comerciais com Medidas que podem ser adotadas para


entidade auditada: As transações reduzir a ameaça de independência em
comerciais da entidade de auditoria, de nível aceitável quando essa não for
sócios e membros da equipe de insignificante:
auditoria com uma entidade auditada
devem ser feitas dentro do curso ƒ eliminação ou redução da

www.pontodosconcursos.com.br 21
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
normal de negócios e na mesma magnitude da transação;
condição com terceiros. No entanto,
essas operações não podem ser de tal ƒ retirada da pessoa da equipe de
dimensão que criem uma ameaça de auditoria; ou
interesse próprio.
ƒ discussão do assunto com os
responsáveis pela governança,
como o comitê de auditoria.

Se as salvaguardas aplicadas não


reduzirem a um nível aceitável a ameaça
de independência, a entidade de
auditoria deve tomar uma das seguintes
ações: (a) terminar o relacionamento
comercial; (b) substituir o membro da
equipe que tenha relacionamento
comercial; ou (c) recusar a realização do
trabalho de auditoria.

¾ Relacionamentos familiares e ƒ a norma não prevê nenhuma medida


pessoais: Pode haver perda de específica, mas deve-se evitar que
independência em virtude das um auditor participe como membro
responsabilidades do membro da equipe da equipe de auditoria quando possui
de auditoria no trabalho, a proximidade parentes ou pessoas próximas
do relacionamento e o papel do membro exercendo as funções indicadas ao
da família ou de relacionamento pessoal lado na empresa auditada.
na entidade auditada. As funções
ocupadas por pessoas próximas ou
familiares, que prejudicam a
independência da entidade de auditoria,
são aquelas que: a) exercem influência
significativa sobre as políticas
operacionais, financeiras ou contábeis
(exs: presidente, diretor, administrador,
gerente geral de uma entidade
auditada); b) exercem influência nas
Demonstrações Contábeis da entidade
auditada (exs: controller, gerente de
contabilidade, contador; e c) são
consideradas sensíveis sob o ponto de
vista da auditoria, em especial cargos
com atribuições de monitoramento dos
controles internos da entidade auditada,
como tesoureiro, auditor interno,
gerente de compras/vendas, entre
outras.

¾ Vínculos empregatícios: A ƒ envolvimento de outro profissional

www.pontodosconcursos.com.br 22
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
independência da entidade de auditoria para revisar o trabalho executado
ou membro de sua equipe pode ser pelo indivíduo enquanto membro da
comprometida se um diretor ou um equipe de auditoria;
administrador ou empregado da ƒ discussão do assunto com os
entidade auditada, em condições de órgãos de governança corporativa
exercer influência direta e significativa da entidade auditada; ou
sobre o objeto do trabalho de auditoria, ƒ ampliar o nível de controle de
tiver sido um membro da equipe de qualidade do trabalho.
auditoria ou sócio da entidade de
auditoria nos últimos dois anos.

3 - Responsabilidades do auditor na execução dos trabalhos

O auditor deve aplicar o máximo de cuidado e zelo na realização dos


trabalhos e na exposição de suas conclusões e ao opinar sobre as demonstrações
contábeis, o auditor deve ser imparcial.

O exame das demonstrações contábeis não tem por objetivo precípuo a


descoberta de fraudes. Todavia, o auditor independente deve considerar a
possibilidade de sua ocorrência.

Quando eventuais distorções, por fraude ou erro, afetarem as


demonstrações contábeis de forma relevante, cabe ao auditor independente,
caso não tenha feito ressalva específica em seu parecer, demonstrar que seus
exames foram conduzidos de forma a atender às Normas de Auditoria
Independente das Demonstrações Contábeis e às normas profissionais.

4 - Honorários

O auditor deve estabelecer e documentar seus honorários mediante


avaliação dos serviços, considerando os seguintes fatores:

a) a relevância, o vulto, a complexidade, e o custo dos serviços a


executar;

b) o número de horas estimadas para a realização dos serviços;

c) a peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou


permanente;

d) a qualificação técnica dos profissionais que irão participar da execução


dos serviços; e

e) o lugar em que os serviços serão prestados, fixando, se for o caso,


como serão cobrados os custos de viagens e estadas.

www.pontodosconcursos.com.br 23
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

Os honorários deverão constar de carta-proposta ou documento


equivalente, elaborados antes do início da execução do trabalho.

A inobservância de qualquer dos temas referidos acima constitui infração


ao Código de Ética do Contabilista.

5 - Guarda da documentação

O auditor, para fins de fiscalização do exercício profissional, deve


conservar a boa guarda, pelo prazo de 5 (cinco) anos, a partir da data de
emissão do seu parecer, de toda a documentação, papéis de trabalho,
relatórios e pareceres relacionados com os serviços realizados.

Atenção: O prazo de 5 anos é contado a partir da data de emissão do


parecer do auditor. Não confundir com data de emissão ou de divulgação
das demonstrações contábeis.

6 - Dever do Sigilo

O Auditor Independente não deve revelar, em nenhuma hipótese, salvo as


situações especiais permitidas na norma e na legislação, as informações que
obteve e tem conhecimento em função de seu trabalho na entidade auditada.

O sigilo profissional do Auditor Independente deve ser observado nas


seguintes circunstâncias:

a) na relação entre o Auditor Independente e a entidade auditada;

b) na relação entre os Auditores Independentes;

c) na relação entre o Auditor Independente e os organismos reguladores e


fiscalizadores; e

d) na relação entre o Auditor Independente e demais terceiros.

O Auditor Independente deve respeitar e assegurar o sigilo relativamente às


informações obtidas durante o seu trabalho na entidade auditada, não as
divulgando, sob nenhuma circunstância, salvo as contempladas na legislação
vigente, bem como nas Normas Brasileiras de Contabilidade.

O Auditor Independente, quando previamente autorizado por escrito,


pela entidade auditada, deve fornecer as informações que por aquela foram
julgadas necessárias ao trabalho do Auditor Independente que o suceder, as

www.pontodosconcursos.com.br 24
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
quais serviram de base para emissão do último Parecer de Auditoria por ele
emitido.

O Auditor Independente, quando solicitado, por escrito e


fundamentadamente, pelo Conselho Federal de Contabilidade e Conselhos
Regionais de Contabilidade, deve exibir as informações obtidas durante o seu
trabalho, incluindo a fase de pré-contratação dos serviços, a documentação,
papéis de trabalho, relatórios e pareceres, de modo a demonstrar que o trabalho
foi realizado de acordo com as Normas de Auditoria Independente das
Demonstrações Contábeis, da presente norma e das demais normas legais
aplicáveis.

O Auditor Independente, sob pena de infringir o sigilo profissional,


somente deve divulgar a terceiros, informações sobre a entidade auditada ou
sobre o trabalho por ele realizado, caso seja autorizado, por escrito, pela
administração da entidade com poderes para tanto, que contenha, de forma
clara e objetiva, os limites das informações a serem fornecidas.

SAIBA MAIS: O sigilo do auditor é relativizado, em função de solicitações


formais do CRC. Contudo, essas informações transmitidas pelo auditor
aos CRCs visam apenas a permitir que os conselhos fiscalizem se os
auditores cumpriram as normas de auditoria.
O Auditor Independente, sob pena de infringir o sigilo profissional,
somente deve divulgar a terceiros, informações sobre a entidade
auditada ou sobre o trabalho por ele realizado, caso seja autorizado, por
escrito, pela administração da entidade com poderes para tanto, que
contenha, de forma clara e objetiva, os limites das informações a serem
fornecidas.
Portanto, o dever de sigilo do auditor não é absoluto, pois comporta
exceções especiais permitidas na norma e na legislação.

7 - Responsabilidade pela utilização do trabalho do auditor interno

A responsabilidade do auditor não será modificada, mesmo quando o


contador, na função de auditor interno, contribuir para a realização dos
trabalhos.

8 - Responsabilidade pela utilização do trabalho de especialistas (esse


assunto será detalhado na aula 4)

Quando o auditor independente faz uso de especialistas que sejam seus


empregados, estes devem ser considerados como tal e não como auxiliares do
processo de auditoria, com a conseqüente necessidade de supervisão. Assim,
nessas circunstâncias, o auditor independente necessita aplicar os procedimentos

www.pontodosconcursos.com.br 25
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
previstos nesta norma, mas não necessita avaliar sua competência
profissional a cada trabalho onde estes se envolvam.

Durante a auditoria, o auditor independente pode necessitar obter, em


conjunto com a entidade auditada ou de forma independente, evidências para
dar suporte às suas conclusões, como, por exemplo, avaliações de terrenos e
edificações (engenheiros) e interpretações de leis, de contratos, de estatutos ou
de outros regulamentos (advogados).

Ao determinar a necessidade de utilizar-se do trabalho de especialistas, o


auditor independente deve considerar:

a) a relevância do item da demonstração contábil que está sendo


analisada;

b) o risco de distorção ou erro levando em conta a natureza e a


complexidade do assunto sendo analisado;

c) conhecimento da equipe de trabalho e a experiência prévia dos


aspectos que estão sendo considerados; e

d) a quantidade e qualidade de outras evidências de auditoria disponíveis


para sua análise.

Ao planejar o uso do trabalho de um especialista, o auditor independente


deve avaliar a competência do especialista em questão, verificando se o
especialista tem certificação profissional, licença ou registro no órgão de classe
que se lhe aplica e a experiência e reputação no assunto em que o auditor busca
evidência de auditoria.

O auditor também deve avaliar a objetividade do especialista, em


particular, se o especialista é empregado da entidade auditada ou mantém algum
relacionamento com a mesma, como por exemplo ser financeiramente
dependente desta ou detendo investimento na mesma.

Se o auditor tiver dúvidas quanto à competência profissional ou


objetividade do especialista, deve discutir suas opiniões com a administração da
entidade auditada e considerar a necessidade de aplicar procedimentos
adicionais de auditoria ou buscar evidências junto a outros especialistas de sua
confiança.

9 - Informações anuais aos Conselhos Regionais de Contabilidade

O auditor deverá enviar, até 30 de junho de cada ano, ao Conselho


Regional de Contabilidade, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal

www.pontodosconcursos.com.br 26
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
de Contabilidade, além de outras, informações sobre os seus clientes, cuja sede
seja a da jurisdição do respectivo Conselho e a relação dos nomes do seu pessoal
técnico existente em 31 de dezembro do ano anterior.

Quando solicitado, o auditor deverá disponibilizar e fornecer, no prazo de


trinta dias, a relação de seus clientes e outras informações necessárias à
fiscalização da atividade de auditoria independente.

As informações prestadas aos Conselhos Regionais de Contabilidade serão


resguardadas pelo sigilo, nos termos previstos nestas normas.

10 – Rodízio dos Líderes da Equipe de Auditoria.

A utilização dos mesmos profissionais de liderança (sócio, diretor e


gerente) na equipe de auditoria, numa mesma entidade auditada, por longo
período, pode criar a perda da objetividade e do ceticismo, necessários na
auditoria. O risco dessa perda deve ser eliminado adotando-se a rotação, a cada
intervalo menor ou igual a cinco anos consecutivos, das lideranças da
equipe de trabalho de auditoria, que somente devem retornar à referida equipe
no intervalo mínimo de três anos.

Essas são as principais normas profissionais do auditor independente.


Veremos a seguir a Ética Profissional e a Responsabilidade Legal do Auditor,
assuntos relacionados com as normas profissionais.

ÉTICA PROFISSIONAL DO AUDITOR

Segundo ensina William Attie, no livro Auditoria, Conceitos e Aplicações,


da Editora Atlas, o exercício da profissão de auditor requer a observância de
postulados éticos, que assegurem que o trabalho executado tenha e mereça toda
a credibilidade possível, não podendo existir dúvidas quanto à honestidade e aos
padrões morais do auditor.

A pessoa do auditor deve ser a de alguém com profundo equilíbrio e


probidade, uma vez que sua opinião influenciará outras pessoas, principalmente
em relação a interesses financeiros e comerciais que eventuais acionistas,
proprietários, clientes e fornecedores, dentre outros, possam ter.

A profissão de auditoria exige assim a obediência aos princípios éticos


profissionais que fundamentalmente se apóiam em:
¾ independência;
¾ integridade;
¾ eficiência; e
¾ confidencialidade.

www.pontodosconcursos.com.br 27
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Além das normas profissionais, relativas à pessoa do auditor,
apresentadas anteriormente, o auditor deve cumprir os postulados éticos
definidos no Código de Ética do Contabilista.

Deve-se ter especial atenção aos deveres definidos nos artigos 2º e 5º do


Código de Ética e às vedações estabelecidas no artigo 3º.

Em termos de deveres, destacamos as seguintes obrigações contidas no


código:

O contador/auditor tem o dever de guardar sigilo sobre o que souber em


razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito do serviço público.
Todavia, a norma ressalva os casos previstos em lei ou quando solicitado por
autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade.
Em que pese o dever de sigilo, o auditor tem a obrigação de mencionar fatos que
conheça e repute em condições de exercer efeito sobre peças contábeis, objeto
de seu trabalho. Assim, por exemplo, deve abster-se de comunicar fatos
sigilosos, desde que a sua omissão não prejudique os usuários das
demonstrações.

Outra obrigação importante é que o contador/auditor deve comunicar,


desde logo, ao cliente ou empregador, em documento reservado, eventual
circunstância adversa que possa influir na decisão daquele que lhe formular
consulta ou lhe confiar trabalho, estendendo-se a obrigação a sócios e
executores.

Por outro lado, deve renunciar às funções que exerce, logo que se positive
falta de confiança por parte do cliente ou empregador, a quem deverá notificar
com trinta dias de antecedência, zelando, contudo, para que os interesses dos
mesmos não sejam prejudicados, evitando declarações públicas sobre os motivos
da renúncia. Percebam que um princípio deve ser cumprido até certo limite,
respeitando-se outros princípios éticos importantes. Aqui, o auditor renuncia ao
trabalho e notifica o cliente, mas deve evitar declarações públicas sobre os
motivos da renúncia, para não prejudicar os interesses do empregador ou
contratante.

São muitas as vedações definidas no artigo 3º do Código de Ética do


Contabilista. A maioria das vedações visa a coibir a prática de fraudes e de
desvio de conduta. Contudo, destacamos as seguintes proibições: (1) auferir
qualquer provento em função do exercício profissional que não decorra
exclusivamente de sua prática lícita; (2) manter Organização Contábil sob forma
não autorizada pela legislação pertinente; (3) valer-se de agenciador de serviços,
mediante participação desse nos honorários a receber; (4) reter abusivamente
livros, papéis ou documentos, comprovadamente confiados à sua guarda; (5)
revelar negociação confidenciada pelo cliente ou empregador para acordo ou

www.pontodosconcursos.com.br 28
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
transação que, comprovadamente, tenha tido conhecimento; (6) emitir
referência que identifique o cliente ou empregador, com quebra de sigilo
profissional, em publicação em que haja menção a trabalho que tenha realizado
ou orientado, salvo quando autorizado por eles; (7) publicar ou distribuir, em seu
nome, trabalho científico ou técnico do qual não tenha participado.

Eis a íntegra dos artigos 2º, 3º, 4º e 5º do Código de Ética do Profissional


Contabilista, aprovado pela Resolução CFC nº 803/96:

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO CONTABILISTA

CAPÍTULO II

DOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES

Art. 2º São deveres do contabilista:

I – exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a legislação


vigente e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem
prejuízo da dignidade e independência profissionais;

II – guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito,


inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou
quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os Conselhos
Regionais de Contabilidade;

III – zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços a
seu cargo;

IV – comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento


reservado, eventual circunstância adversa que possa influir na decisão daquele
que lhe formular consulta ou lhe confiar trabalho, estendendo-se a obrigação a
sócios e executores;

V – inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre qualquer


caso;

VI – renunciar às funções que exerce, logo que se positive falta de confiança por
parte do cliente ou empregador, a quem deverá notificar com trinta dias de
antecedência, zelando, contudo, para que os interesse dos mesmos não sejam
prejudicados, evitando declarações públicas sobre os motivos da renúncia;

VII – se substituído em suas funções, informar ao substituto sobre fatos que


devam chegar ao conhecimento desse, a fim de habilitá-lo para o bom
desempenho das funções a serem exercidas;

www.pontodosconcursos.com.br 29
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

VIII – manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o


exercício da profissão;

IX – ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja


propugnando por remuneração condigna, seja zelando por condições de trabalho
compatíveis com o exercício ético-profissional da Contabilidade e seu
aprimoramento técnico.

Art. 3º No desempenho de suas funções, é vedado ao contabilista:

I – anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação, conteúdo que


resulte na diminuição do colega, da Organização Contábil ou da classe, sendo
sempre admitida a indicação de títulos, especializações, serviços oferecidos,
trabalhos realizados e relação de clientes;

II – assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com


prejuízo moral ou desprestígio para a classe;

III – auferir qualquer provento em função do exercício profissional que não


decorra exclusivamente de sua prática lícita;

IV – assinar documentos ou peças contábeis elaborados por outrem, alheio à sua


orientação, supervisão e fiscalização;

V – exercer a profissão, quando impedido, ou facilitar, por qualquer meio, o seu


exercício aos não habilitados ou impedidos;

VI – manter Organização Contábil sob forma não autorizada pela legislação


pertinente;

VII – valer-se de agenciador de serviços, mediante participação desse nos


honorários a receber;

VIII – concorrer para a realização de ato contrário à legislação ou destinado a


fraudá-la ou praticar, no exercício da profissão, ato definido como crime ou
contravenção;

IX – solicitar ou receber do cliente ou empregador qualquer vantagem que saiba


para aplicação ilícita;

X – prejudicar, culposa ou dolosamente, interesse confiado a sua


responsabilidade profissional;

www.pontodosconcursos.com.br 30
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
XI – recusar-se a prestar contas de quantias que lhe forem, comprovadamente,
confiadas;

XII – reter abusivamente livros, papéis ou documentos, comprovadamente


confiados à sua guarda;

XIII – aconselhar o cliente ou o empregador contra disposições expressas em lei


ou contra os Princípios Fundamentais e as Normas Brasileiras de Contabilidade
editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade;

XIV – exercer atividade ou ligar o seu nome a empreendimentos com finalidades


ilícitas;

XV – revelar negociação confidenciada pelo cliente ou empregador para acordo


ou transação que, comprovadamente, tenha tido conhecimento;

XVI – emitir referência que identifique o cliente ou empregador, com quebra de


sigilo profissional, em publicação em que haja menção a trabalho que tenha
realizado ou orientado, salvo quando autorizado por eles;

XVII – iludir ou tentar iludir a boa-fé de cliente, empregador ou de terceiros,


alterando ou deturpando o exato teor de documentos, bem como fornecendo
falsas informações ou elaborando peças contábeis inidôneas;

XVIII – não cumprir, no prazo estabelecido, determinação dos Conselhos


Regionais de Contabilidade, depois de regularmente notificado;

XIX – intitular-se com categoria profissional que não possua, na profissão


contábil;

XX – elaborar demonstrações contábeis sem observância dos Princípios


Fundamentais e das Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho
Federal de Contabilidade;

XXI – renunciar à liberdade profissional, devendo evitar quaisquer restrições ou


imposições que possam prejudicar a eficácia e correção de seu trabalho;

XXII – publicar ou distribuir, em seu nome, trabalho científico ou técnico do qual


não tenha participado.

Art. 4º O Contabilista poderá publicar relatório, parecer ou trabalho técnico-


profissional, assinado e sob sua responsabilidade.

Art. 5º O Contador, quando perito, assistente técnico, auditor ou árbitro,


deverá:

www.pontodosconcursos.com.br 31
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

I – recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da


especialização requerida;

II – abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui


objeto de perícia, mantendo absoluta independência moral e técnica na
elaboração do respectivo laudo;

III – abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal


sobre os direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa
em que estiver servindo, mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado aos
quesitos propostos;

IV – considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido à


sua apreciação;

V – mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de


exercer efeito sobre peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o
disposto no inciso II do art. 2º;

VI – abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente


informado e munido de documentos;

VII – assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à


aplicação dos Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade
editadas pelo CFC;

VIII – considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças
contábeis, observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de
Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade;

IX – atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho


Federal de Contabilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que
solicitado, papéis de trabalho, relatórios e outros documentos que deram origem
e orientaram a execução do seu trabalho.

RESPONSABILIDADE LEGAL

Vimos que o objetivo de um exame normal de auditoria sobre as


demonstrações contábeis é expressar uma opinião acerca da propriedade das
mesmas e, portanto, não é destinado especificamente a desvendar fraudes e
outras irregularidades.

Entretanto, ao efetuar seu exame e ao expressar sua opinião sobre


demonstrações financeiras, o auditor deve estar alerta à possibilidade da

www.pontodosconcursos.com.br 32
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
existência destes, especialmente nos caso em que afetem a posição patrimonial
e financeira ou o resultado das operações da empresa em exame.

No caso de descoberta de irregularidades, cabe ao auditor estudar sua


relevância e os possíveis efeitos em relação às demonstrações em exame para a
determinação de seu parecer e a divulgação à administração da empresa
auditada de forma sigilosa e confidencial.

O auditor pode ser responsabilizado pela não-descoberta de fraude


significativa em conseqüência da negligência na execução das normas de
auditoria, ou em conseqüência de não tê-las aplicado convenientemente (ato
culposo).

Todo trabalho de auditoria repousa no estabelecimento de critérios e de


metodologia que lhe dêem razoável segurança sobre a totalidade das
demonstrações financeiras examinadas. O auditor não deve esquecer que
poderá responder, civil e criminalmente, por prejuízos causados a
terceiros em virtude de culpa e dolo no exercício de suas funções.

O auditor tem a incumbência de verificar se as informações e análises


apresentadas nas demonstrações financeiras, inclusive aquelas constantes do
relatório da administração, refletem com clareza a situação patrimonial e
financeira, e comunicar quaisquer circunstâncias em desacordo com as
disposições legais e regulamentares e atos que tenham ou possam ter impacto
nas operações da empresa auditada.

É seu dever também, mesmo que considerado de forma indireta, emitir


um relatório circunstanciado que contenha observações a respeito das possíveis
deficiências ou ineficácias de controles internos observadas pelo auditor no
transcurso de seu trabalho.

Resolveremos a seguir algumas questões de concursos anteriores, para


que vocês observem como as bancas costumam cobrar esses assuntos: normas
profissionais, ética e responsabilidade legal.

QUESTÕES RELATIVAS ÀS NORMAS PROFISSIONAIS DO AUDITOR


INDEPENDENTE

1) (AUDITOR/TCM RIO/FGV/2008) Um dos atributos profissionais


requeridos para o desenvolvimento da atividade de auditoria é a
independência.
Esse item pressupõe, conforme prevê o CFC (Resolução 1034 de 2005), a
independência de pensamento (objetividade e integridade na realização
dos exames e emissão de opinião) e a aparência de independência
(evitando que terceiros possam questionar a idoneidade do auditor). Em
algumas situações, ela pode ser afetada por ameaças de interesse

www.pontodosconcursos.com.br 33
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
próprio, auto-revisão, defesa de interesses da entidade auditada,
familiaridade e intimidação. Em relação à ameaça de “auto-revisão”:
(A) ocorre quando uma entidade de auditoria ou um membro da equipe
de auditoria poderia auferir benefícios de um interesse financeiro na
entidade auditada.
(B) ocorre quando um membro da equipe de auditoria encontra
obstáculos para agir objetivamente e com ceticismo profissional devido
a ameaças, reais ou percebidas, por parte de administradores, diretores
ou funcionários de uma entidade auditada.
(C) ocorre quando, em virtude de um relacionamento estreito com uma
entidade auditada, com seus administradores, com diretores ou com
funcionários, uma entidade de auditoria ou membro da equipe de
auditoria passam a se identificar, demasiadamente, com os interesses da
entidade auditada.
(D) ocorre quando a entidade de auditoria ou um membro da equipe de
auditoria defendem ou parecem defender a posição ou a opinião da
entidade auditada, a ponto de poderem comprometer ou darem a
impressão de comprometer a objetividade.
(E) ocorre quando o resultado de um trabalho anterior precisa ser
reanalisado ao serem tiradas conclusões sobre o trabalho de auditoria
ou quando um membro da equipe de auditoria era, anteriormente,
administrador ou diretor da entidade auditada.

Solução: A norma de independência do auditor externo define as hipóteses em


que a independência do auditor pode ser afetada por ameaças, classificadas nas
seguintes categorias: de interesse próprio, auto-revisão, defesa de interesses da
entidade auditada, familiaridade e intimidação.

A alternativa correta é a “E” que corresponde à ameaça de auto-revisão. A


alternativa “A” corresponde à ameaça de interesse próprio. A alternativa “B”
representa a ameaça de intimidação. A alternativa “C” caracteriza a ameaça de
familiaridade e a “D” corresponde à ameaça de defesa de interesses.

A Resolução CFC 1.267/09 (NBC PA 02 - Independência) manteve


praticamente o mesmo texto da Resolução CFC nº 1034/05, em termos
de ameaças e salvaguardas.

2) (Auditor UFFS/FEPESE/2009) De acordo com a Norma Brasileira de


Contabilidade Profissional (NBC P1), quanto ao sigilo profissional, é
correto afirmar:
a) O sigilo profissional do Auditor Independente deve ser observado
apenas na relação entre ele e os organismos reguladores e
fiscalizadores.

www.pontodosconcursos.com.br 34
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

b) O sigilo profissional do Auditor Independente deve ser observado


apenas na relação entre ele e os organismos reguladores e
fiscalizadores.
c) O Auditor Independente deve exibir a todos os usuários as
informações obtidas durante o seu trabalho, incluindo a fase de pré-
contratação dos serviços, a documentação, os papéis de trabalho,
relatórios e pareceres, de modo a demonstrar que o trabalho foi
realizado de acordo com as Normas de Auditoria Independente das
Demonstrações Contábeis, da presente norma e das demais normas
legais aplicáveis.
d) O Auditor Independente deve divulgar aos usuários da contabilidade
informações sobre a entidade auditada ou sobre o trabalho por ele
realizado, mesmo sem autorização por escrito da administração da
entidade.
e) O auditor deve respeitar e assegurar o sigilo relativamente às
informações obtidas durante o seu trabalho na entidade auditada, não as
divulgando, sob nenhuma circunstância, sem autorização expressa da
entidade, salvo quando houver obrigação legal de fazê-lo.

Solução: O sigilo profissional é um princípio ético-profissional muito importante


para a auditoria independente. Entende-se por sigilo a obrigatoriedade do auditor
independente não revelar, em nenhuma hipótese, salvo as contempladas na
norma, as informações que obteve e tem conhecimento em função de seu
trabalho na entidade auditada.

A norma estabelece que o sigilo profissional do auditor independente deve


ser observado não só na relação entre o auditor e a entidade auditada, mas
ainda na relação entre os auditores independentes e com os organismos
reguladores e fiscalizadores e terceiros. Assim, as alternativas “a” e “b” estão
incorretas.

Outro dispositivo da norma define que o auditor independente, quando


solicitado, por escrito e fundamentadamente, pelo Conselho Federal de
Contabilidade e Conselhos Regionais de Contabilidade, deve exibir as
informações obtidas durante o seu trabalho, incluindo a fase de pré-contratação
dos serviços, a documentação, papéis de trabalho, relatórios e pareceres, de
modo a demonstrar que o trabalho foi realizado de acordo com as Normas de
Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis, da presente norma e das
demais normas legais aplicáveis. Portanto, o auditor não é obrigado a exibir os
seus papéis de trabalho a todos os usuários, o que seria por demais absurdo. A
alternativa “c” também está incorreta.

O auditor somente deve divulgar aos demais usuários e interessados


informações sobre a entidade auditada ou sobre o trabalho por ele realizado,
caso seja autorizado, por escrito, pela administração da entidade com poderes

www.pontodosconcursos.com.br 35
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
para tanto, que contenha, de forma clara e objetiva, os limites das informações a
serem fornecidas. O código de ética do contabilista também prevê obrigações de
sigilo para o contador/auditor, excetuando a obrigação legal de fazê-lo. Deste
modo, conclui-se que a alternativa “d” está incorreta e o gabarito da questão é a
alternativa “e”.

3) (Auditor/BADESC/FEPESE/2005) Assinale a alternativa incorreta


sobre as Normas Profissionais de Auditoria (NBC P´s).
a) O auditor independente, no exercício de sua atividade, deverá
comprovar anualmente a participação em programa de educação
continuada.
b) A responsabilidade do auditor fica restrita à sua competência
profissional, quando o especialista legalmente habilitado for contratado
pela entidade auditada, sem vínculo empregatício, para executar
serviços que tenham efeitos relevantes nas demonstrações contábeis,
quando tal fato for mencionado em seu parecer.
c) A responsabilidade do auditor independente será modificada, quando
o contador da entidade auditada, na função de auditor interno, contribuir
para a realização dos trabalhos de auditoria externa independente.
d) O auditor deve respeitar e assegurar o sigilo relativamente às
informações obtidas durante o seu trabalho na entidade auditada, não as
divulgando, sob nenhuma circunstância, sem autorização expressa da
entidade, salvo quando houver obrigação legal de fazê-lo.

Solução: A alternativa “a” está correta e corresponde à norma de educação


continuada. O auditor independente, no exercício de sua atividade, deverá
comprovar a participação em programa de educação continuada, na forma a ser
regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade.

A alternativa “b” está correta e corresponde às normas relativas ao uso de


especialistas. A responsabilidade do auditor fica restrita à sua competência
profissional, quando o especialista legalmente habilitado for contratado pela
entidade auditada, sem vínculo empregatício, para executar serviços que tenham
efeitos relevantes nas demonstrações contábeis, quando tal fato for mencionado
em seu parecer. Note que é a entidade auditada que está contratando o
especialista, portanto, a responsabilidade do auditor fica restrita à sua
competência profissional. Caso o auditor utilizasse um especialista empregado
seu deveria avaliar a competência desse especialista e seria responsável pelos
trabalhos do especialista.

A alternativa “c” está incorreta, pois a responsabilidade do auditor não


será modificada, mesmo quando o contador, na função de auditor interno,
contribuir para a realização dos trabalhos.

www.pontodosconcursos.com.br 36
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
A alternativa “d” está correta e corresponde ao dever de sigilo profissional.
O auditor independente não deve revelar, em nenhuma hipótese, salvo as
situações especiais permitidas na norma e na legislação, as informações que
obteve e tem conhecimento em função de seu trabalho na entidade auditada.

4) (AFRF/ESAF/2003) O auditor externo deve recusar o serviço de


auditoria, sempre que:
a) possuir ações ou debêntures da entidade auditada.
b) for independente em relação à entidade auditada.
c) tiver conhecimento da atividade da entidade auditada.
d) identificar e compreender as atividades da empresa.
e) estiver capacitado para exercer o trabalho.

Solução: Das alternativas indicadas na questão, apenas a “a” corresponde a


uma situação que pode afetar a independência do auditor, devendo-se recusar o
serviço de auditoria. Trata-se de interesse financeiro entre o auditor e a
entidade auditada caracterizado pela propriedade de títulos e valores mobiliários
e quaisquer outros tipos de investimentos adquiridos ou mantidos pela entidade
de auditoria, seus sócios, membros da equipe de auditoria ou membros
imediatos da família destas pessoas, relativamente à entidade auditada, suas
controladas ou integrantes de um mesmo grupo econômico, dividindo-se em
diretos e indiretos.

Caso a entidade de auditoria ou alguém da auditoria, em nível gerencial,


que possa influenciar o resultado dos trabalhos, ou um membro imediato da
família destas pessoas tiver um interesse financeiro direto ou um interesse
financeiro indireto relevante na entidade auditada, está caracterizada a perda de
independência.

5) (AFRF/ESAF/2003) É evidência de independência do auditor externo:


a) parentesco com administrador, acionistas ou sócios da empresa
auditada.
b) participação direta ou indireta como sócio ou acionista da empresa
auditada.
c) ser representante comercial da empresa auditada sem vínculo
empregatício.
d) ter sido empregado há mais de três anos da empresa auditada.
e) fixar honorários condicionados ao tipo de parecer a ser emitido.

Solução: A relação de parentesco do auditor com administrador, acionista ou


sócios da empresa auditada, a participação direta ou indireta como sócio ou
acionista da empresa auditada, manter relacionamentos comerciais com a
entidade auditada e fixar honorários que estejam condicionados ao tipo de
parecer a ser emitido constituem situações que afetam ou prejudicam a
independência, a imparcialidade e a objetividade do auditor.

www.pontodosconcursos.com.br 37
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

Todavia, com relação ao vínculo empregatício, as normas relativas à


independência estabelecem que essa relação pode prejudicar a independência se
o vínculo de emprego ocorreu nos últimos dois anos. Portanto, como o auditor foi
empregado da empresa auditada há mais de três anos, em princípio, não haveria
impedimento ao exercício da auditoria.

QUESTÕES RELATIVAS À ÉTICA POFISSIONAL E A RESPONSABILIDADE


LEGAL DO AUDITOR

6) (ANALISTA LEGISLATIVO/SENADO/FGV/2008). O texto abaixo


apresenta um dos deveres do contabilista de acordo com o código de
ética profissional.
Exercer a profissão com _________, observada a legislação vigente e
resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem
prejuízo da dignidade e independência profissionais.
Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna acima.
(A) moderação – idealismo – zelo
(B) zelo – diligência – honestidade
(C) racionalidade – diligência – idealismo
(D) moderação – zelo – honestidade
(E) racionalidade – zelo – moderação

Solução: O art. 2º do Código de Ética Profissional do Contabilista, aprovado pela


Resolução CFC nº 803/96, define que são deveres do contabilista, dentre outros:
I - Exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a legislação
vigente e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem
prejuízo da dignidade e independência profissionais (grifo nosso). A alternativa
“B” é a correta.

7) (ACE/TCE-TO/CESPE/2009) De acordo com o Código de Ética, o


auditor deve fixar previamente o valor dos serviços, por contrato escrito,
sendo, para tanto, irrelevante
A a impossibilidade de realização de outros trabalhos paralelos.
B o ganho ou a perda financeira que o cliente poderá obter com o
resultado do trabalho.
C a peculiaridade de tratar-se de trabalho eventual ou habitual.
D o local e as condições de prestação do serviço.
E a nacionalidade do contratante.

Solução: O Código de Ética do Contabilista define o seguinte quanto ao valor


dos serviços profissionais:

Art. 6º O Contabilista deve fixar previamente o valor dos serviços, por


contrato escrito, considerados os elementos seguintes:

www.pontodosconcursos.com.br 38
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
I – a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade do serviço a
executar;
II – o tempo que será consumido para a realização do trabalho;
III – a possibilidade de ficar impedido da realização de outros
serviços;
IV – o resultado lícito favorável que para o contratante advirá com o
serviço prestado;
V – a peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou
permanente;
VI – o local em que o serviço será prestado.

Portanto, a nacionalidade do contratante não é um elemento relevante


para a definição do valor dos serviços a serem prestados pelo auditor ou
contador. A alternativa que satisfaz o enunciado da questão é de fato a “E”.

8) (AUDITOR MG/CESPE/2009). O Código de Ética do Profissional de


Contabilidade tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem
conduzir os contabilistas, quando no exercício profissional. Assinale a
opção correta nos termos da legislação contábil brasileira.
A Quando solicitadas pelos CRCs, os auditores do serviço público devem
fornecer as informações obtidas em razão do exercício profissional lícito.
B Desde que regularmente designado, o auditor não está obrigado a
renunciar às suas funções quando o cliente ou empregador manifestar
desconfiança em relação ao seu trabalho.
C No caso de substituição involuntária de suas funções durante a
realização dos trabalhos, o auditor deve abster-se de prestar quaisquer
informações ao seu substituto.
D Após a sua designação e o início dos respectivos trabalhos, o auditor
não está mais obrigado a manifestar-se acerca de impedimento
superveniente.
E Se, no decorrer de seu trabalho, o auditor identificar circunstância
adversa que possa influir na decisão de quem o tiver contratado ou
designado, deverá fazer a comunicação somente quando do
encerramento do referido trabalho.
QUESTÃO 78
Solução: A questão trata dos deveres do contabilista previstos no artigo 2º da
Resolução CFC 803/96, que aprovou o Código de Ética do Contabilista.

O item A está correto e satisfaz o enunciado da questão. Uma das


obrigações do contabilista é guardar sigilo sobre o que souber em razão do
exercício profissional lícito, inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados os
casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes, entre
estas os Conselhos Regionais de Contabilidade.

www.pontodosconcursos.com.br 39
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
O item B está incorreto, pois é dever do contador/auditor renunciar às
funções que exerce, logo que se positive falta de confiança por parte do cliente
ou empregador, a quem deverá notificar com trinta dias de antecedência,
zelando, contudo, para que os interesse dos mesmos não sejam prejudicados,
evitando declarações públicas sobre os motivos da renúncia.

O item C está incorreto. Caso o auditor seja substituído em suas funções,


deve informar ao substituto sobre fatos que devam chegar ao conhecimento
desse, a fim de habilitá-lo para o bom desempenho das funções a serem
exercidas.

O item D também está incorreto, pois é dever do contador/auditor


manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o exercício da
profissão.

Por fim, o item E também apresenta incorreção, haja vista a obrigação do


auditor de comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento
reservado, eventual circunstância adversa que possa influir na decisão daquele
que lhe formular consulta ou lhe confiar trabalho, estendendo-se a obrigação a
sócios e executores.

Com relação ao código de ética do contador/auditor, entendo que nossa


abordagem está de bom tamanho. Não constitui um assunto dos mais cobrados
em provas de concurso, mas não deixa de ter sua relevância. Todavia,
recomenda-se uma leitura atenta do Código de Ética, assim como das principais
normas profissionais do auditor.

9) (AFRF/ESAF/2003) A ética profissional é condição para o exercício de


qualquer profissão. Na execução do trabalho de auditoria, o auditor
externo deve atender aos seguintes princípios éticos profissionais:
a) integridade, eficiência, confidencialidade e dependência
b) independência, integridade, eficiência e confidencialidade
c) dependência, integridade, imparcialidade e ineficiência
d) confidencialidade, integridade, eficiência e negligência
e) eficiência, confidencialidade, integridade e parcialidade

Solução: William Attie aponta em seu livro Auditoria Conceitos e Aplicações que
a profissão de auditoria exige a obediência aos princípios éticos profissionais que
fundamentalmente se apóiam em: independência, integridade, eficiência e
confidencialidade. Portanto, o gabarito é a letra “b”.

Uma síntese dos princípios éticos profissionais:


¾ Independência: o auditor deve ser absolutamente independente e
imparcial na interpretação de tudo que lhe for apresentado, evitando
interesses, conflitos ou vantagens.

www.pontodosconcursos.com.br 40
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
¾ Integridade: o auditor deve manter uma atitude de integridade na sua
relação com a empresa auditada, com o público em geral e pessoas
interessadas na sua opinião e aparta com a entidade de classe a qual
pertença.
¾ Eficiência: o serviço de auditoria independente precisa ser estabelecido
mediante uma abrangência técnica adequada e uma estimativa de prazos
de execução, extensão e oportunidade. Devem ser adotados
procedimentos e testes que sejam suficientes e necessários para uma
opinião segura.
¾ Confidencialidade: o auditor somente pode usar as informações obtidas na
execução do serviço para o qual foi contratado, não devendo divulgar
fatos que conheça ou utilizar essas informações em seu próprio benefício
ou de terceiros. Só pode divulgar a terceiros se houver determinação legal
ou autorização formalmente expressa pela empresa auditada.

ATENÇÃO: A NBC TA 200 traz a seguinte norma, quanto aos requisitos


éticos relacionados à auditoria das demonstrações contábeis:
Os princípios fundamentais de ética profissional relevantes para o
auditor quando da condução de auditoria de demonstrações
contábeis estão implícitos no Código de Ética Profissional do
Contabilista e na NBC PA 01, que trata do controle de qualidade.
Esses princípios estão em linha com os princípios do Código de Ética
do IFAC, cujo cumprimento é exigido dos auditores. Esses princípios
são:
(a) Integridade;
(b) Objetividade;
(c) Competência e zelo profissional;
(d) Confidencialidade; e
(e) Comportamento (ou conduta) profissional.

10) (AFRF/ESAF/2009) O auditor da empresa Negócios S.A. estabeleceu


três procedimentos obrigatórios para emissão do parecer. O primeiro,
que a empresa renovasse o contrato de auditoria para o próximo ano, o
segundo, que a empresa emitisse a carta de responsabilidade da
administração e o terceiro, que o parecer seria assinado por sócio do
escritório de contabilidade, cuja única formação é administração de
empresas. Pode-se afirmar, com relação aos procedimentos,
respectivamente, que:
a) é ético, não é procedimento de auditoria e atende as normas de
auditoria e da pessoa do auditor.
b) não é ético, não é procedimento de auditoria e não atende as normas
de auditoria e da pessoa do auditor.
c) é ético, não deve ser considerado para emissão do parecer e atende
as normas de auditoria e da pessoa do auditor.

www.pontodosconcursos.com.br 41
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

d) é ético, considera-se apenas em alguns casos para emissão do


parecer e não atende as normas de auditoria e pessoa do auditor.
e) não é ético, é procedimento de auditoria e não atende as normas de
auditoria e da pessoa do auditor.

Solução: O primeiro procedimento não ético e afeta a integridade, a


independência e a objetividade, pois o auditor não deve condicionar o parecer à
renovação do contrato de auditoria para o próximo ano. O segundo corresponde
a um procedimento previsto em norma de auditoria, pois a administração da
entidade auditada deve emitir a carta de responsabilidade. Esse assunto será
abordado na aula 4. Por fim, o terceiro procedimento não atende as normas de
auditoria, pois o parecer deve ser assinado por profissional cuja única formação é
contador e com registro no CRC. Portanto, a alternativa correta é a “E”.

Retornando às normas de auditoria, veremos agora as normas de auditoria


interna e as normas de auditoria independente de estimativas contábeis, fraudes
e erros e de continuidade operacional.

NORMAS APLICÁVEIS À AUDITORIA INTERNA

Podemos afirmar que existem no Brasil, basicamente, quatro conjuntos de


normas que se aplicam ao exercício da auditoria interna.

O primeiro já foi visto anteriormente, que são as normas que formam o


“Código de Ética do Contabilista”. Considerando que para o CFC, o auditor
interno deve ser contador devidamente registrado no CRC, o código do
contabilista também se aplica ao auditor interno.

Outro conjunto de normas importante para a auditoria interna é aquele


que compreende as “Normas Brasileiras para o Exercício da Auditoria Interna”
publicadas pelo Instituto dos Auditores Internos do Brasil – AUDIBRA. Todavia,
não abordaremos esse conjunto de normas, por entendermos que não serão
cobradas no concurso.

Portanto, as normas que constituirão o foco de nosso estudo serão as


Normas Profissionais do Auditor Interno – NBC P 3 e as Normas da Auditoria
Interna – NBC T 12, ambas publicadas pelo Conselho Federal de Contabilidade.

1 - Normas Profissionais do Auditor Interno

Essas normas são curtas, porém, trazem padrões importantes de conduta


e de responsabilidade para a pessoa do auditor interno.

Uma norma relevante é a que define a preservação da autonomia


profissional do auditor interno. Em que pese o auditor ser empregado da

www.pontodosconcursos.com.br 42
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
organização, ele deve gozar de autonomia ao planejar e executar os seus
trabalhos, livre de pressões e mantendo a sua objetividade.

Outra norma que devemos ressaltar é a que define a possibilidade do


auditor interno de realizar trabalhos de forma compartilhada com profissionais de
outras áreas, situação em que a equipe fará a divisão de tarefas, segundo a
habilitação técnica e legal dos seus participantes.

O sigilo profissional constitui uma norma ética fundamental. O auditor


interno deve respeitar o sigilo relativamente às informações obtidas durante o
seu trabalho, não as divulgando para terceiros, sob nenhuma circunstância, sem
autorização expressa da Entidade em que atua. Portanto, para que o auditor
interno revele informações a terceiros, faz-se necessária autorização expressa
(formal) da administração da entidade, conforme as competências estabelecidas
em seu estatuto. Ressalte-se que o dever de manter o sigilo continua mesmo
depois de terminado o vínculo empregatício ou contratual.

Por fim, destacamos a necessária cooperação com o auditor independente.


A norma estabelece que o auditor interno, quando previamente estabelecido com
a administração da entidade em que atua, e no âmbito de planejamento conjunto
do trabalho a realizar, deve apresentar os seus papéis de trabalho ao auditor
independente e entregar-lhe cópias, quando este entender necessário.

A seguir, apresentamos as referidas normas profissionais.

NBC P 3 – NORMAS PROFISSIONAIS DO AUDITOR INTERNO

3.1 – COMPETÊNCIA TÉCNICO-PROFISSIONAL

3.1.1 – O Contador, na função de auditor interno, deve manter o seu nível de


competência profissional pelo conhecimento atualizado das Normas Brasileiras de
Contabilidade, das técnicas contábeis, especialmente na área de auditoria, da
legislação inerente à profissão, dos conceitos e técnicas administrativas e da
legislação aplicável à Entidade.

3.2 – AUTONOMIA PROFISSIONAL

3.2.1 – O auditor interno, não obstante sua posição funcional, deve preservar
sua autonomia profissional.

3.3 – RESPONSABILIDADE DO AUDITOR INTERNO NA EXECUÇÃO DOS


TRABALHOS

3.3.1 – O auditor interno deve ter o máximo de cuidado, imparcialidade e zelo na


realização dos trabalhos e na exposição das conclusões.

www.pontodosconcursos.com.br 43
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

3.3.2 – A amplitude do trabalho do auditor interno e sua responsabilidade estão


limitadas à sua área de atuação.

3.3.3 – A utilização da equipe técnica supõe razoável segurança de que o


trabalho venha a ser executado por pessoas com capacitação profissional e
treinamento, requeridas nas circunstâncias.

3.3.4 – Cabe também ao auditor interno, quando solicitado, prestar assessoria


ao Conselho Fiscal ou órgãos equivalentes.

3.4 – RELACIONAMENTO COM PROFISSIONAIS DE OUTRAS ÁREAS

3.4.1 – O auditor interno pode realizar trabalhos de forma compartilhada com


profissionais de outras áreas, situação em que a equipe fará a divisão de tarefas,
segundo a habilitação técnica e legal dos seus participantes.

3.5 – SIGILO

3.5.1 – O auditor interno deve respeitar o sigilo relativamente às informações


obtidas durante o seu trabalho, não as divulgando para terceiros, sob nenhuma
circunstância, sem autorização expressa da Entidade em que atua.

3.5.2 – O dever de manter o sigilo continua depois de terminado o vínculo


empregatício ou contratual.

3.6 – COOPERAÇÃO COM O AUDITOR INDEPENDENTE

3.6.1 – O auditor interno, quando previamente estabelecido com a administração


da entidade em que atua, e no âmbito de planejamento conjunto do trabalho a
realizar, deve apresentar os seus papéis de trabalho ao auditor independente e
entregar-lhe cópias, quando este entender necessário.

2 - Normas da Auditoria Interna – NBC T 12

Abordaremos agora, em forma de resumo, as normas de execução dos


trabalhos de auditoria interna, previstas na NBCT 12 – Normas de Auditoria
Interna, aprovadas pela Resolução nº 986, de 24 de outubro de 2003, do
Conselho Federal de Contabilidade. Ressaltamos mais uma vez que essas normas
são muito cobradas em provas de concursos públicos. Elas também não são
muito extensas, mas apresentam alguns detalhes que são explorados pelas
bancas e que podem confundir o candidato.

Conceito e objetivos da auditoria interna

www.pontodosconcursos.com.br 44
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
A auditoria interna é realizada tanto nas organizações de direito público e,
nesse caso, o auditor interno é um servidor público, e geralmente pertence a
uma carreira específica, ou realizada nas organizações de direito privado, sendo
o auditor um empregado dessa empresa, seja pública ou privada.

Pergunta: o auditor interno é sempre empregado da organização?


Em regra sim, mas a atividade pode ser parcialmente terceirizada. Contudo, em
prova, é válida a afirmação de que o auditor externo não é empregado da
entidade e o auditor interno pertence ao quadro de pessoal da entidade. Essa é
a regra geral.

A Auditoria Interna compreende os exames, análises, avaliações,


levantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para a
avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos
processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao
ambiente, e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração
da entidade no cumprimento de seus objetivos.

A atividade da Auditoria Interna está estruturada em procedimentos, com


enfoque técnico, objetivo, sistemático e disciplinado, e tem por finalidade
agregar valor ao resultado da organização, apresentando subsídios para o
aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles internos, por meio da
recomendação de soluções para as não-conformidades apontadas nos relatórios.

O escopo do trabalho das auditorias internas é bem amplo,


compreendendo a avaliação dos processos, sistemas de informações, controles
internos e gerenciamento de riscos da organização. O sistema contábil também é
objeto de avaliação pela auditoria interna. A única diferença para a auditoria
externa, é que a auditoria interna não emite uma opinião, expressa em forma de
parecer, sobre as demonstrações contábeis.

A auditoria interna é uma função gerencial relevante que tem a finalidade


de melhorar o resultado da organização, apresentando recomendações para as
não-conformidades, que contribuam para o aperfeiçoamento dos processos e
controles internos.

Papéis de Trabalho

A Auditoria Interna deve ser documentada por meio de papéis de trabalho,


elaborados em meio físico ou eletrônico, que devem ser organizados e
arquivados de forma sistemática e racional. Assim, todas as etapas da auditoria
devem documentadas por meio de papéis de trabalho, que podem ser
documentos, tabelas, gráficos, fotografias, CD, disquete, etc.

www.pontodosconcursos.com.br 45
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
O auditor pode utilizar análises e demonstrações preparadas pela unidade
auditada, como papéis de trabalho da auditoria, desde que se assegure de sua
integridade.

Fraude e Erro

A Auditoria Interna deve assessorar a administração da entidade no


trabalho de prevenção de fraudes e erros, obrigando-se a informá-la, sempre por
escrito, de maneira reservada, sobre quaisquer indícios ou confirmações de
irregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho. Essa comunicação por
escrito se fará por relatório parcial elaborado pelo auditor interno.

A diferença entre fraude e erro reside na intenção. A fraude é ato doloso,


intencional. O erro é ato culposo, devido à negligência, imperícia ou imprudência.
O erro e a fraude ocorrem tanto em termos físicos quanto monetários.

Planejamento da auditoria interna

Na fase de planejamento, o auditor interno deve preliminarmente estudar


o objeto a ser auditado, para ter uma visão geral e definir com maior
consistência a amplitude e a época da auditoria, de acordo com as diretrizes
estabelecidas pela administração e metas da organização. Essas diretrizes não
prejudicam a independência e a objetividade do auditor interno, pelo contrário,
fortalecem a atuação independente da auditoria em relação às áreas auditadas.

A norma relaciona os fatores relevantes que devem ser considerados na


fase de planejamento da auditoria interna. Merecem destaque os seguintes
fatores considerados quando do planejamento:

¾ o alinhamento dos procedimentos de auditoria com a política de gestão


de riscos da entidade, ou seja, o direcionamento dos testes para as
áreas e processos de maior risco;
¾ a definição da utilização de especialistas;
¾ os riscos de auditoria, que são dimensionados em função do volume ou
da complexidade das transações e operações da entidade.
¾ as orientações e as expectativas externadas pela administração aos
auditores.

Quanto a esse último fator, cabe alertar que essas orientações e


expectativas são importantes para os auditores, pois o conselho de
administração e a alta administração constituem os principais clientes da
auditoria interna. Serão esses administradores que farão com que as
recomendações da auditoria interna sejam efetivamente implementadas pelas
áreas administrativas e operacionais da entidade.

www.pontodosconcursos.com.br 46
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Deve-se preparar papéis de trabalho do planejamento e um programa de
trabalho, que detalhe os procedimentos a serem aplicados na auditoria. Além da
natureza, época e abrangência dos procedimentos, o programa deve prever,
quando necessário, a equipe técnica e o uso de especialistas.

Ou seja, o programa definirá como (natureza) e quando (época) serão


aplicados os procedimentos para obtenção das evidências, quanto (extensão) de
evidência será coletada e quem (equipe de trabalho) será responsável pela
aplicação dos procedimentos.

Os programas de auditoria servem como forma de controle da execução


da auditoria, devendo permitir a verificação da aplicação de cada procedimento
(como, quem e quando). Os programas devem ser revisados e atualizados
sempre que necessário. Reforçamos que a revisão e a atualização do
planejamento é uma obrigação e não uma faculdade do auditor. Essa atualização
deve ser documentada, inclusive os motivos.

Riscos da Auditoria Interna

O risco da auditoria interna é diferente da auditoria externa. Nesta última,


o risco de auditoria é a possibilidade do auditor independente emitir uma opinião
inadequada sobre demonstrações contábeis significativamente incorretas. O risco
da auditoria interna está relacionado com a possibilidade de não se atingir, de
forma satisfatória, o objetivo dos trabalhos, seja por uma limitação relevante ou
pela complexidade das operações auditadas.

Quando o auditor interno analisa os riscos da auditoria? Na fase de


planejamento dos trabalhos, ocasião em que definirá a melhor estratégia a ser
adotada na auditoria, em função dos riscos identificados. Essa avaliação pode ser
revista quando da execução dos exames.

Procedimentos da Auditoria Interna

Os procedimentos da Auditoria Interna constituem exames e


investigações, incluindo testes de observância e testes substantivos, que
permitem ao auditor interno obter subsídios suficientes para fundamentar suas
conclusões e recomendações à administração da entidade.

Os testes de observância também são conhecidos como testes de


aderência ou testes de controle e são realizados para obter evidência de que os
procedimentos de controle interno estão sendo aplicados na forma prevista.

As normas definem as técnicas que o auditor interno utiliza para testar


controles, que são a inspeção, a observação e a investigação e confirmação.

www.pontodosconcursos.com.br 47
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Os testes substantivos visam a obter evidências de que os dados
produzidos pelos sistemas de informação da entidade são suficientes, exatos e
válidos. Notem que todos os sistemas de informação são testados e avaliados
pelo auditor, seja relativo a uma informação financeira ou não-financeira.

Cuidado, pois as normas não estabelecem quais as técnicas devem ser


utilizadas pelo auditor interno para realização de testes substantivos,
diferentemente do que o faz com relação aos estes de observância.

As informações que fundamentam os resultados da Auditoria Interna são


denominadas de “evidências”, que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes
e úteis, de modo a fornecer base sólida para as conclusões e recomendações à
administração da entidade. Portanto, as evidências devem possuir alguns
requisitos necessários para fornecer base sólida para as indagações, opiniões e
recomendações dos auditores.

Portanto, as evidências são as informações ou provas obtidas pelo auditor


acerca do objeto da auditoria e que fundamentarão as suas opiniões e
conclusões. Os requisitos são os seguintes:

¾ suficiência – refere-se ao aspecto quantitativo da evidência. Esta deve


ser suficiente para que possa convencer uma pessoa prudente e
informada (perceba que não é qualquer pessoa) e faze-la chegar á
mesmas conclusões a que chegou o auditor;

¾ adequação – refere-se à confiança da informação e da adequação da


forma de obtenção, mediante o uso de técnicas de auditoria
apropriadas;

¾ relevância – refere-se ao aspecto qualitativo. A evidência relevante


dará suporte às conclusões e recomendações.

¾ utilidade – no caso da auditoria interna, a evidência tem que ser útil,


com o propósito de auxiliar a entidade a alcançar suas metas, pois este
constitui um dos objetivos da auditoria interna.

Amostragem em auditoria interna

O emprego da técnica de amostragem pelo auditor é facultativo, porém,


a amostra obtida, estatística ou não, deve ser definida de tal forma que possa
proporcionar evidência de auditoria suficiente e apropriada.

Normas relativas ao relatório da auditoria interna

www.pontodosconcursos.com.br 48
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
O relatório é o documento pelo qual a Auditoria Interna apresenta o
resultado dos seus trabalhos, devendo ser redigido com objetividade e
imparcialidade, de forma a expressar, claramente, suas conclusões,
recomendações e providências a serem tomadas pela administração da entidade.

O relatório da Auditoria Interna deve abordar, no mínimo, os seguintes


aspectos:

a) o objetivo e a extensão dos trabalhos;


b) a metodologia adotada;
c) os principais procedimentos de auditoria aplicados e sua extensão;
d) eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria;
e) a descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas;
f) os riscos associados aos fatos constatados; e
g) as conclusões e as recomendações resultantes dos fatos constatados.

Os relatórios geralmente são organizados em três partes: introdução -


escopo e objetivos (alíneas “a” a “d” acima); relato dos fatos constatados
(alíneas “e” e “f”) e conclusão (alínea “g”).

As normas prevêem a possibilidade de ser elaborado um relatório parcial


para dar conhecimento à direção da entidade, de forma oportuna e por escrito,
de irregularidades, erros e/ou fraudes que tenham sido revelados pela auditoria.

Atenção, pois as normas estabelecem que o relatório do auditor interno


será encaminhado a quem tenha solicitado o trabalho ou a quem este autorizar
(diretoria, conselho, terceiros, etc), portanto, não estabelece que será
encaminhado à chefia imediata, por exemplo. Vale que o está escrito!

NORMAS RELATIVAS A ESTIMATIVAS CONTÁBEIS

Estimativa contábil é a previsão quanto ao valor de um item, quando não


exista forma precisa de apuração. Estimativas contábeis são muito utilizadas
para estimar prejuízos em contratos, provisões e receitas.

Atenção! As bancas exploram muito em prova de quem é a


responsabilidade pelas estimativas contábeis. A responsabilidade pelas
estimativas é da administração da entidade auditada!

Cabe ao auditor aplicar procedimentos de auditoria para:

¾ revisar e testar o processo de uma estimativa;


¾ usar estimativa independente e comparar com a estimativa feita pela
administração;
¾ revisar eventos subseqüentes que confirmem a estimativa.

www.pontodosconcursos.com.br 49
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

O auditor deve assegurar-se da razoabilidade das estimativas


individualmente quando relevantes, mediante:

¾ análise do fundamento matemático-estatístico para quantificação das


estimativas;
¾ a coerência destes com os itens estimados em períodos anteriores;
¾ comparação com as práticas correntes em entidades semelhantes;
¾ análise da conjuntura econômica.

Quando existe diferença relevante entre a estimativa do auditor e a das


demonstrações contábeis, o auditor deve solicitar uma revisão à administração.
Caso a administração se recuse a proceder à revisão, o auditor deve verificar o
tipo de opinião a ser emitida sobre as DC: com ressalva ou adversa.

NORMAS RELATIVAS A FRAUDES E ERROS

A NBC TA 240 é a norma atualmente em vigor que trata da


responsabilidade do auditor no que se refere à fraude na auditoria de
demonstrações contábeis. Especificamente, detalha a forma como a NBC TA 315
– Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do
Entendimento da Entidade e de seu Ambiente e a NBC TA 330 – Resposta do
Auditor aos Riscos Avaliados devem ser aplicadas em relação aos riscos de
distorção relevante decorrente de fraude.

A nova norma não difere muito da anterior no que diz respeito às


responsabilidades da administração e do auditor perante fraudes.
Contudo, a nova norma é muito mais detalhada quanto aos
procedimentos do auditor perante riscos e evidências de fraudes.

Quanto a fraudes e erros, as bancas costumam cobrar em prova


basicamente dois aspectos.

O primeiro e mais cobrado é quanto à distinção entre fraude e erro. Assim,


é preciso saber que fraude e erro são conceitos diferentes em contabilidade.

O erro é uma falha não intencional, sendo de natureza involuntária. O erro


pode decorrer da negligência (omissão culposa), da imprudência (ação culposa)
e da imperícia. Um exemplo de erro contábil seria um empregado ter esquecido
uma fatura na gaveta e a transação não ter sido apropriada contabilmente.

A fraude, todavia, constitui um ato doloso, cometido de forma


premeditada, com a finalidade de obter proveito com prejuízo de terceiros. Um

www.pontodosconcursos.com.br 50
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
exemplo seria o empregado desviar um bem ou apropriar uma despesa sem a
documentação que a respalde.

A Resolução CFC 836/99 definia os seguintes conceitos sobre o erro e a


fraude:

¾ O termo fraude refere-se a ato intencional de omissão ou manipulação


de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações
contábeis. A fraude pode ser caracterizada por:

a) manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos,


de modo a modificar os registros de ativos, passivos e resultados;

b) apropriação indébita de ativos;

c) supressão ou omissão de transações nos registros contábeis;

d) registro de transações sem comprovação; e

e) aplicação de práticas contábeis indevidas.

¾ O termo erro refere-se a ato não-intencional na elaboração de


registros e demonstrações contábeis, que resulte em incorreções deles,
consistente em:

a) erros aritméticos na escrituração contábil ou nas demonstrações


contábeis;

b) aplicação incorreta das normas contábeis; e

c) interpretação errada das variações patrimoniais.

O outro aspecto muito explorado pelas bancas diz respeito às


responsabilidades quanto à prevenção e detecção de fraude.

A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos


responsáveis pela governança da entidade e da sua administração!

É importante que a administração, com a supervisão geral dos


responsáveis pela governança, enfatize a prevenção da fraude, o que pode
reduzir as oportunidades de sua ocorrência e persuadir os indivíduos a não
perpetrar fraude por causa da probabilidade de detecção e punição. Isso envolve
um compromisso de criar uma cultura de honestidade e comportamento ético,
que pode ser reforçado por supervisão ativa dos responsáveis pela governança.

www.pontodosconcursos.com.br 51
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Portanto, a responsabilidade primeira na prevenção e identificação de
fraudes e/ou erros é da administração da entidade, mediante a manutenção de
adequado sistema de controle interno, que, entretanto, não elimina o risco de
sua ocorrência.

E qual é a responsabilidade do auditor independente perante


fraudes e erros?

O auditor não é responsável nem pode ser responsabilizado pela


prevenção de fraudes ou erros. Entretanto, deve planejar seu trabalho avaliando
o risco de sua ocorrência, de forma a ter grande probabilidade de detectar
aqueles que impliquem efeitos relevantes nas demonstrações contábeis.

O auditor é responsável por obter segurança razoável de que as


demonstrações contábeis, como um todo, não contêm distorções relevantes,
causadas por fraude ou erro. Devido às limitações inerentes da auditoria, há um
risco inevitável de que algumas distorções relevantes das demonstrações
contábeis possam não ser detectadas, apesar de a auditoria ser devidamente
planejada e realizada de acordo com as normas de auditoria.

Os efeitos potenciais das limitações inerentes são particularmente


significativos no caso da distorção resultar de fraude. O risco de não ser
detectada uma distorção relevante decorrente de fraude é mais alto do que o
risco de não ser detectada uma fraude decorrente de erro. Isso porque a fraude
pode envolver esquemas sofisticados e cuidadosamente organizados, destinados
a ocultá-la, tais como falsificação, omissão deliberada no registro de operações
ou prestação intencional de falsas representações ao auditor. Tais tentativas de
ocultação podem ser ainda mais difíceis de detectar quando associadas a um
conluio.

Embora o auditor possa ser capaz de identificar oportunidades potenciais


de perpetração de fraude, é difícil para ele determinar se as distorções em áreas
de julgamento como estimativas contábeis foram causadas por fraude ou erro.

Além disso, o risco do auditor não detectar uma distorção relevante


decorrente de fraude da administração é maior do que no caso de fraude
cometida por empregados, porque a administração tem condições de manipular,
direta ou indiretamente, os registros contábeis, apresentar informações
contábeis fraudulentas ou burlar procedimentos de controle destinados a
prevenir fraudes semelhantes, cometidas por outros empregados.

Na obtenção de segurança razoável, o auditor tem a responsabilidade de


manter atitude de ceticismo profissional durante a auditoria, considerando o
potencial de burlar os controles pela administração, e de reconhecer o fato de

www.pontodosconcursos.com.br 52
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
que procedimentos de auditoria eficazes na detecção de erros podem não ser
eficazes na detecção de fraude.

Em síntese, os objetivos do auditor perante fraudes são:

(a) identificar e avaliar os riscos de distorção relevante nas


demonstrações contábeis decorrente de fraude;
(b) obter evidências de auditoria suficientes e apropriadas sobre os riscos
identificados de distorção relevante decorrente de fraude, por meio
da definição e implantação de respostas apropriadas; e
(c) responder adequadamente face à fraude ou à suspeita de fraudes
identificada durante a auditoria.

Comunicação à administração da entidade

Ao detectar erros e fraudes, o auditor tem a obrigação de comunicá-los à


administração da entidade e sugerir medidas corretivas, informando sobre os
possíveis efeitos no seu parecer, caso elas não sejam adotadas.

Comunicações às autoridades reguladoras e de controle

Caso o auditor tenha identificado ou suspeite de fraude, deve determinar


se há responsabilidade de comunicar a ocorrência ou suspeita a um terceiro fora
da entidade. Embora o dever profissional do auditor de manter a
confidencialidade/sigilo da informação do cliente possa impedir que tais
informações sejam dadas, as responsabilidades legais do auditor podem
sobrepor-se ao dever de confidencialidade em algumas situações.

Características da fraude

Embora a fraude constitua um conceito jurídico amplo, para efeitos das


normas de auditoria, o auditor está preocupado com a fraude que causa
distorção relevante nas demonstrações contábeis.

Dois tipos de distorções intencionais são pertinentes para o auditor:

¾ distorções decorrentes de informações contábeis


fraudulentas e

¾ distorções decorrentes da apropriação indébita de ativos.

Apesar de o auditor poder suspeitar ou, em raros casos, identificar a


ocorrência de fraude, ele não estabelece juridicamente se realmente ocorreu
fraude.

www.pontodosconcursos.com.br 53
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
NORMAS RELATIVAS À CONTINUIDADE OPERACIONAL DA ENTIDADE

A NBC TA 570 trata da responsabilidade do auditor independente, na


auditoria de demonstrações contábeis, em relação ao uso do pressuposto de
continuidade operacional, pela administração, na elaboração das demonstrações
contábeis.

Pressuposto de continuidade operacional

De acordo com o pressuposto de continuidade operacional, a entidade é


vista como continuando em operação em futuro previsível.

As demonstrações contábeis, para fins gerais, são elaboradas com base na


continuidade operacional, a menos que a administração pretenda liquidar a
entidade ou interromper as operações, ou não tenha nenhuma alternativa
realista além dessas.

Quando o uso do pressuposto de continuidade operacional é apropriado,


ativos e passivos são registrados considerando que a entidade será capaz de
realizar seus ativos e liquidar seus passivos no curso normal dos negócios.

Responsabilidade do auditor

A responsabilidade do auditor é obter evidência de auditoria suficiente


sobre a adequação do uso, pela administração, do pressuposto de continuidade
operacional na elaboração e apresentação das demonstrações contábeis e
expressar uma conclusão sobre se existe incerteza significativa sobre a
capacidade de continuidade operacional.

Entretanto, os efeitos potenciais de limitações inerentes à capacidade do


auditor em detectar distorções relevantes são maiores para eventos ou condições
futuras que podem levar a entidade a interromper a continuidade de suas
operações. O auditor não pode prever esses eventos ou condições futuras.
Consequentemente, a ausência de qualquer referência à incerteza de
continuidade operacional, no relatório do auditor independente, não pode ser
considerada uma garantia da capacidade de continuidade operacional.

Procedimentos de avaliação de risco e atividades relacionadas

Na execução de procedimentos de avaliação de risco, o auditor deve


verificar se há eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa
quanto à capacidade de continuidade operacional da entidade.

Ao fazê-lo, o auditor deve determinar se a administração já realizou uma


avaliação preliminar da capacidade de continuidade operacional, e:

www.pontodosconcursos.com.br 54
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

(a) se essa avaliação foi realizada, o auditor deve revisar e discutir a


avaliação com a administração e determinar se a administração
identificou eventos ou condições que, individual ou coletivamente,
podem levantar dúvida significativa quanto à capacidade de
continuidade operacional e, em caso afirmativo, os planos da
administração para tratá-los; ou

(b) se essa avaliação ainda não foi realizada, o auditor deve discutir com
a administração qual a base para o uso do pressuposto de
continuidade operacional, e indagar a administração sobre a
existência de eventos ou condições que, individual ou coletivamente,
possam levantar dúvida significativa quanto à capacidade de
continuidade operacional.

O auditor deve permanecer atento, durante toda a auditoria, à evidência


de eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa quanto à
capacidade de continuidade operacional.

Seguem exemplos de eventos ou condições que, individual ou


coletivamente, podem levantar dúvida significativa quanto ao pressuposto de
continuidade operacional. Esta listagem não inclui todos os eventos e condições e
a existência de um ou mais itens nem sempre significa que existe incerteza
significativa.

ATENÇÃO: As bancas costumam elaborar questões sobre exemplos


desses indicadores, perguntando se são financeiros, operacionais ou
outros.

Eventos ou indicadores financeiros:


• patrimônio líquido negativo (passivo a descoberto);
• empréstimos com prazo fixo, próximos do vencimento, sem previsões
realistas de renovação ou liquidação; ou utilização excessiva de
empréstimos de curto prazo para financiar ativos de longo prazo;
• indicações de retirada de suporte financeiro por credores;
• fluxos de caixa operacionais negativos indicados por demonstrações
contábeis históricas ou prospectivas;
• principais índices financeiros adversos;
• prejuízos operacionais significativos ou deterioração significativa do
valor dos ativos usados para gerar fluxos de caixa;
• atraso ou suspensão de dividendos;
• incapacidade de pagar credores nas datas de vencimento;
• incapacidade de cumprir com os termos contratuais de empréstimo;
• mudança nas condições de pagamento a fornecedores, de compras a
prazo para pagamento à vista;

www.pontodosconcursos.com.br 55
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

• incapacidade de obter financiamento para o desenvolvimento de


novos produtos essenciais ou outros investimentos essenciais.

Eventos ou indicadores operacionais:


• intenções da administração de liquidar a entidade ou interromper as
operações;
• perda de pessoal chave da administração sem reposição;
• perda de mercado importante, clientes importantes, franquia, licença,
ou principais fornecedores;
• dificuldades na manutenção de mão-de-obra;
• falta de suprimentos importantes;
• surgimento de concorrente altamente competitivo.

Outros eventos:
• descumprimento de exigências de capital, incluindo outras exigências
legais;
• processos legais ou regulatórios pendentes contra a entidade que
podem, no caso de perda, resultar em indenização que a entidade
provavelmente não terá capacidade de saldar;
• mudanças de legislação, regulamentação ou política governamental,
que supostamente afetam a entidade de maneira adversa;
• catástrofe não segurada ou segurada por valor inferior, quando de
sua ocorrência.

Revisão da avaliação da administração

O auditor deve revisar a avaliação da administração sobre a capacidade de


continuidade operacional. Ao revisar a avaliação da administração sobre a
capacidade de continuidade operacional, o auditor deve cobrir o mesmo período
utilizado pela administração para fazer sua avaliação, conforme exigido pela
estrutura de relatório financeiro, por legislação ou regulamentação específica,
caso esta determine um período mais longo.

Se a avaliação elaborada pela administração, sobre a capacidade de


continuidade operacional, cobrir menos de doze meses, a partir da data das
demonstrações contábeis, o auditor deve solicitar que a administração estenda o
período de avaliação para pelo menos doze meses, a partir daquela data.

CUIDADO! Também são muito freqüentes questões sobre o período em


que o auditor deve evidenciar a continuidade operacional. A evidência de
normalidade pelo prazo de um ano após a data das Demonstrações
Contábeis é suficiente para a caracterização dessa continuidade.

Procedimentos adicionais de auditoria

www.pontodosconcursos.com.br 56
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

Se forem identificados eventos ou condições que possam levantar dúvida


significativa quanto à capacidade de continuidade operacional, o auditor deve
obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para determinar se existe ou
não incerteza significativa, por meio de procedimentos adicionais de auditoria,
incluindo a consideração de fatores atenuantes, como, por exemplo, avaliar os
planos da administração para ações futuras em relação à avaliação da
continuidade operacional, se é provável que o resultado dessas ações melhore a
situação e se os planos da administração são viáveis nessas circunstâncias;

Uso apropriado do pressuposto de continuidade operacional, porém com


a existência de incerteza significativa

Quando o auditor independente conclui que o uso do pressuposto de


continuidade operacional é apropriado nas circunstâncias, porém existe incerteza
significativa, ele deve determinar se as demonstrações contábeis:

(a) descrevem adequadamente os principais eventos ou condições que


possam levantar dúvida significativa quanto à capacidade de
continuidade operacional e os planos da administração para tratar
desses eventos ou condições; e

(b) divulgar claramente que existe incerteza significativa relacionada a


eventos ou condições que podem levantar dúvida significativa quanto
à capacidade de continuidade operacional e, portanto, que pode não
ser capaz de realizar seus ativos e saldar seus passivos no curso
normal do negócio.

Se for feita divulgação adequada nas demonstrações contábeis, o auditor


deve expressar uma opinião sem ressalvas e incluir um parágrafo de
ênfase em seu relatório para: (a) destacar a existência de incerteza significativa
relacionada ao evento ou à condição que pode levantar dúvida significativa
quanto à capacidade de continuidade operacional; e (b) chamar a atenção para a
nota explicativa às demonstrações contábeis.

Se não for feita divulgação adequada nas demonstrações contábeis, o


auditor deve expressar uma opinião com ressalva ou adversa. O auditor deve
declarar, no seu relatório de auditoria independente, que há uma incerteza
significativa que pode levantar dúvida significativa quanto à capacidade de
continuidade operacional da entidade.

Uso inapropriado do pressuposto de continuidade operacional

Se no julgamento do auditor, o uso do pressuposto da continuidade


operacional pela administração nas demonstrações contábeis é inapropriado, o

www.pontodosconcursos.com.br 57
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
auditor deve expressar uma opinião adversa independentemente das
demonstrações contábeis incluírem ou não a divulgação da inadequação
do uso, pela administração, do pressuposto de continuidade operacional.

AUDITORIA INTERNA VERSUS AUDITORIA EXTERNA


.
Com relação às auditorias que são praticadas nas empresas públicas ou
privadas, a forma de classificação mais tradicional e adotada nos livros técnicos e
no meio acadêmico diz respeito ao âmbito ou forma de atuação da auditoria,
qual seja: auditoria interna e auditoria externa.

Uma das características que distingue a auditoria externa da interna é o


grau de independência que o auditor externo, ou independente, deve manter em
relação à entidade auditada. Essa parece ser a característica mais abordada pela
doutrina, afirmando que a auditoria interna possui menor grau de independência
e a auditoria externa maior grau de independência.

Porém, alguns autores afirmam que os auditores externos possuem


independência e os auditores internos possuem autonomia.

Existem outras diferenças significativas apontadas na doutrina e outras


que podemos extrair das normas do CFC.

Surgimento. O surgimento da auditoria externa está associado à necessidade


das empresas de captarem recursos de terceiros, constituindo-se em uma
resposta à necessidade de independência do exame das transações da empresa
em relação aos seus dirigentes. A auditoria interna surgiu como decorrência da
necessidade de um acompanhamento sistemático e mais aprofundado da
situação da empresa, sendo executada mais para fins administrativos, internos,
do que para prestação de contas a terceiros.

Enfoques e responsabilidade do auditor. Marcelo Cavalcanti Almeida destaca


que, enquanto o auditor interno realiza auditoria contábil e operacional e tem
responsabilidade trabalhista, o auditor externo realiza somente auditoria contábil
(em regra) e possui responsabilidade civil e criminal.

Objetivos. O principal objetivo da auditoria externa é emitir um parecer ou


opinião sobre as demonstrações contábeis e o da auditoria interna é avaliar e
aprimorar as normas e controles internos.

Todavia, cabe ao auditor interno emitir uma opinião interna ou para os


órgãos de controle externo, quando for o caso, sobre as demonstrações
financeiras mensais ou periódicas, bem como sobre os relatórios de natureza
contábil, de qualquer espécie, de caráter formal e institucional, elaborados e

www.pontodosconcursos.com.br 58
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
editados pela área contábil e que tenham sido por ele examinados (Normas do
Instituto dos Auditores Internos do Brasil - AUDIBRA).

Fraudes e erros. O auditor interno auxilia a Administração a prevenir e detectar


fraudes, porém tem maior papel de assessoramento na prevenção e é obrigado a
informar, sempre por escrito e reservado, indícios ou confirmações de
irregularidades. O auditor externo considera a possibilidade de fraudes
relevantes e planeja os exames em função dos riscos. Deve sempre comunicar à
administração da entidade auditada descobertas factuais envolvendo fraude –
dependendo das circunstâncias, de forma verbal ou escrita, tão cedo quanto
possível, mesmo que o efeito potencial sobre as demonstrações contábeis seja
irrelevante.

Portanto, o auditor interno comunica sempre por escrito, já o auditor


externo deve comunicar circunstâncias de fraudes, por escrito ou verbal,
conforme a materialidade/relevância. Um exemplo seria o seguinte: o
auditor externo está realizando a inspeção física do estoque da entidade
auditada e constata o desvio de um item de baixo valor. Nesse caso, a
comunicação será verbal. Por outro lado, caso ele evidenciasse o desvio
de uma grande quantidade ou de um item de maior valor, ele
comunicaria formalmente.

Controles internos. Auditores internos examinam e contribuem para a eficácia


do sistema de controle interno através de suas avaliações e recomendações, mas
não possuem responsabilidade primária pelo planejamento, implementação,
manutenção e documentação do processo (Orientações do COSO). Auditores
externos avaliam os controles internos contábeis, para dimensionar os riscos e os
testes substantivos, porém, podem contribuir com recomendações para seu
aprimoramento. Da mesma forma do auditor interno, os auditores externos não
possuem responsabilidade de implementar e manter controles internos. Essa é
uma responsabilidade dos administradores e demais funcionários da entidade
auditada.

Extensão dos trabalhos. A auditoria interna realiza maior volume de testes e a


auditoria externa menor volume, pois o auditor externo está interessado em
erros que individualmente ou cumulativamente possam alterar de maneira
substancial as informações das demonstrações contábeis.

Risco de Auditoria. O risco do auditor interno é o de não alcançar os objetivos


do trabalho, especialmente em função de limitações e restrições, como por
exemplo, a ausência de especialistas na equipe. O risco do auditor externo é o de
emitir uma opinião inadequada sobre demonstrações contábeis
significativamente errôneas ou com distorções relevantes, que não tenham sido
detectadas pelos procedimentos de auditoria. Esses riscos são dimensionados na
fase de planejamento da auditoria e reavaliados durante a execução dos exames.

www.pontodosconcursos.com.br 59
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

Procedimentos. Existem procedimentos comuns, como por exemplo, a


verificação de contingências ativas e passivas, pois tanto as normas da auditoria
interna como as da externa exigem a sua verificação, e procedimentos
específicos da auditoria interna e da auditoria externa. Por exemplo, a solicitação
de carta de responsabilidade e a avaliação de eventos subseqüentes são
procedimentos específicos da auditoria externa.

Outro aspecto importante é que a NBCT 11 definia que o auditor


independente utiliza-se das cinco técnicas de auditoria (inspeção, observação,
investigação e confirmação, revisão analítica e cálculo) para aplicar testes de
observância e testes substantivos. Por sua vez, a NBCT 12 define que o auditor
interno utiliza-se da inspeção, da observação e da investigação e confirmação
para aplicar testes de observância, visando a testar o funcionamento e a eficácia
de controles internos.

Comunicação de resultados. O auditor interno comunica os resultados do seu


trabalho a quem tenha solicitado ou que este autorize mediante relatório e pode
ser parcial, caso haja necessidade de comunicar imediatamente uma
irregularidade, preservada a confidencialidade (NBCT 12). Os relatórios da
auditoria interna só podem ser enviados para fins externos por decisão e através
da alta administração.

Quanto à auditoria externa, o principal produto é o parecer sobre as


demonstrações contábeis (relatório curto), que, todavia, pode ser acompanhado
de um relatório em forma longa, contendo a descrição dos trabalhos realizados
ou uma carta-comentário sobre os controles internos, ressaltando as deficiências
e fazendo as recomendações para melhoria desses controles.

Os auditores independentes podem apresentar relatórios formais e


informações verbais aos clientes dos trabalhos da auditoria externa. Por fim,
cabe consignar que, em condições normais, o parecer do auditor independente é
enviado aos acionistas, membros do conselho de administração e diretores. Em
condições específicas, os pareceres são encaminhados a quem tenha contratado
os serviços do auditor independente.

Apresentamos a seguir um quadro resumo das principais diferenças entre


a auditoria interna e auditoria externa, como segue:

Auditoria Interna Auditoria Externa


O auditor interno é empregado da O auditor externo não tem vínculo
empresa e sua responsabilidade é empregatício com a empresa auditada e
trabalhista. sua responsabilidade é civil e criminal.
Menor grau de independência Maior grau de independência.
OBS: Para alguns, não tem

www.pontodosconcursos.com.br 60
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
independência, tem autonomia.
Executa auditoria contábil e Executa apenas auditoria contábil (em
operacional. regra).
Os principais objetivos são apoiar a O principal objetivo é emitir um parecer
administração da entidade no ou opinião sobre as demonstrações
cumprimento dos seus objetivos, bem contábeis.
como verificar se as normas internas
estão sendo seguidas e a necessidade
de aprimorar as normas.
Maior volume de testes (tem maior Menor volume de testes, já que o
tempo na empresa para executar os auditor externo está interessado em
serviços de auditoria). erros que individualmente ou
cumulativamente possam alterar de
maneira substancial as demonstrações
contábeis.
A auditoria interna não é obrigatória e A auditoria externa é obrigatória para
só se justifica em empresas de porte muitas empresas, especialmente de
médio e maiores. grande porte e de capital aberto.
A auditoria interna surgiu como O surgimento da auditoria externa está
decorrência da necessidade de um associado à necessidade das empresas
acompanhamento sistemático e mais de captarem recursos de terceiros,
aprofundado da situação da empresa, constituindo-se em uma resposta à
sendo executada mais para fins necessidade de independência do
administrativos, internos, do que para exame das transações da empresa em
prestação de contas a terceiros. relação aos seus dirigentes.
O auditor interno auxilia a O auditor externo considera a
Administração a prevenir e detectar possibilidade de fraudes relevantes e
fraudes, porém tem maior papel de planeja os exames em função dos
assessoramento na prevenção e é riscos. Deve sempre comunicar à
obrigado a informar, sempre por escrito administração da entidade auditada
e reservado, indícios ou confirmações descobertas factuais envolvendo fraude
de irregularidades. – dependendo das circunstâncias, de
forma verbal ou escrita, tão cedo
quanto possível, mesmo que o efeito
potencial sobre as demonstrações
contábeis seja relevante.
O risco da auditoria interna é o de não O risco da auditoria externa é o de
alcançar os objetivos do trabalho, emitir uma opinião inadequada sobre
especialmente em função de limitações demonstrações contábeis
e restrições, como por exemplo, a significativamente errôneas ou com
ausência de especialistas na equipe. distorções relevantes, que não tenham
sido detectadas pelos procedimentos de
auditoria.
O auditor interno comunica os O principal produto da auditoria externa
resultados do seu trabalho a quem é o parecer sobre as demonstrações

www.pontodosconcursos.com.br 61
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
tenha solicitado ou que este autorize contábeis (relatório curto), que,
mediante relatório e pode ser parcial, todavia, pode ser acompanhado de um
caso haja necessidade de comunicar relatório em forma longa, contendo a
imediatamente uma irregularidade,descrição dos trabalhos realizados e/ou
preservada a confidencialidade. de uma carta-comentário sobre os
controles internos, ressaltando as
deficiências e fazendo as
recomendações para melhoria desses
controles.
O auditor interno presta apoio ao O auditor externo realiza seu trabalho
auditor externo e coordena os trabalhos com a colaboração da auditoria interna.
e é obrigado a apresentar cópia de seus
papéis de trabalho ao auditor externo,
quando solicitado.

O último assunto desta aula é o controle de qualidade em auditoria


contábil. Apesar da sua importância para a auditoria, controle de qualidade é um
tema muito pouco explorado em provas de concursos públicos, razão pela qual,
faremos uma breve abordagem, como segue:

CONTROLE DE QUALIDADE

As normas de auditoria exigem a implementação de um programa de


supervisão e controle de qualidade interno, de modo a garantir que haja dentro
da empresa de auditoria ou por parte do auditor autônomo, um sistema de
verificação sobre o grau de aderência às normas técnicas e profissionais. Além
disso, as normas também exigem um processo de revisão externa pelos pares.

CONTROLE DE QUALIDADE INTERNO

As regras e os procedimentos relacionados ao controle de qualidade


interno devem ser, formalmente, documentados, e ser do conhecimento de todas
as pessoas ligadas aos auditores independentes.

As regras e os procedimentos devem ser colocados à disposição do


Conselho Federal de Contabilidade para fins de acompanhamento e
fiscalização, bem como dos organismos reguladores de atividades do
mercado, com vistas ao seu conhecimento e acompanhamento, e dos próprios
clientes, como afirmação de transparência.

Vários fatores devem ser levados em consideração na definição das regras


e dos procedimentos de controle interno de qualidade, principalmente os
relacionados à estrutura da equipe técnica do auditor, ao porte, à cultura, à
organização e à complexidade dos serviços a realizar.

www.pontodosconcursos.com.br 62
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
O controle de qualidade é relevante na garantia de qualidade dos serviços
prestados e deve abranger a totalidade das atividades dos auditores,
notadamente, diante da repercussão que os relatórios de auditoria vêm, interna
e externamente, afetando a entidade auditada.

As equipes de auditoria são responsáveis, observados os limites das


atribuições individuais, pelo atendimento das normas da profissão contábil e
pelas regras e procedimentos destinados a promover a qualidade dos trabalhos
de auditoria.

Na supervisão dos trabalhos da equipe técnica durante a execução da


auditoria, o auditor deve:

¾ avaliar o cumprimento do planejamento e do programa de trabalho;

¾ avaliar se as tarefas distribuídas à equipe técnica estão sendo


cumpridas no grau de competência exigido;

¾ resolver questões significativas quanto à aplicação dos Princípios


Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de
Contabilidade;

¾ avaliar se os trabalhos foram adequadamente documentados e os


objetivos dos procedimentos técnicos alcançados; e

¾ avaliar se as conclusões obtidas são resultantes dos trabalhos


executados e permitem ao auditor fundamentar sua opinião sobre
as demonstrações contábeis.

O auditor deve instituir um programa de controle de qualidade visando


avaliar, periodicamente, se os serviços executados são efetuados de acordo com
as Normas Técnicas de Auditoria e Profissionais do Auditor Independente.

O programa de controle de qualidade deve ser estabelecido de acordo com


a estrutura da equipe técnica do auditor e a complexidade dos serviços que
realizar. Contudo, no caso de o auditor atuar sem a colaboração de assistentes,
o controle da qualidade é inerente à qualificação profissional do auditor.

Avaliação permanente da carteira de clientes

Esse controle de qualidade do auditor inclui a avaliação permanente da


carteira dos clientes, por escrito, quanto aos seguintes aspectos:

¾ capacidade de atendimento ao cliente, em face da estrutura


existente;

www.pontodosconcursos.com.br 63
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

¾ grau de independência existente; e

¾ integridade dos administradores do cliente.

Para os clientes que envolvam maiores riscos, o auditor deve indicar mais
de um responsável técnico quando da aceitação dos trabalhos, da revisão do
planejamento, da discussão dos assuntos críticos durante a fase de execução dos
trabalhos e quando do seu encerramento, em especial relativos ao relatório.

No caso de ser um único profissional prestador dos serviços de auditoria


independente, estes procedimentos devem ser executados com a participação de
outro profissional habilitado.

A avaliação permanente da carteira de clientes deve ser feita por escrito,


considerando os seguintes pressupostos:

¾ a capacidade de atendimento deve ser determinada pela soma das


horas disponíveis, segundo horário contratado com a equipe técnica,
em relação às horas contratadas com os clientes;

¾ a independência em relação aos clientes deve abranger toda a


equipe técnica envolvida na prestação de serviços aos clientes;

¾ que não há evidências de que a administração do cliente adotou


medidas administrativas que possam comprometer o trabalho do
auditor; e

¾ o auditor independente deve avaliar a necessidade de rodízio de


auditores responsáveis pela realização dos serviços, de modo a
resguardar a independência do auditor responsável pela execução
dos serviços.

O auditor deve avaliar cada novo cliente em potencial, bem como rever
suas avaliações a cada recontratação e, ainda, avaliar quando há algum fato ou
evento relevante que provoque modificações no serviço a ser prestado, ou no
relacionamento profissional entre o auditor e seu cliente.

Ao avaliar o risco de associação com um cliente em potencial, o auditor


deve considerar suas responsabilidades e imagem pública.

O relacionamento profissional entre o cliente e o auditor deve preservar a


independência, a objetividade e a boa imagem de ambos. Esse procedimento
deve ser formalizado por escrito ou por outro meio que permita consultas
futuras.

www.pontodosconcursos.com.br 64
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

Controle de qualidade interno

Deve ser executada a avaliação de clientes recorrentes a cada contratação


ou quando houver mudança relevante nas condições do mesmo ou no seu
mercado de atuação.

Um programa de verificação periódica da qualidade deve ser aplicado


anualmente, incluindo:

¾ a seleção de amostra de serviços prestados a clientes e a aplicação


de um programa de verificação do atendimento às Normas de
Auditoria Independente, profissional e técnica; e

¾ aplicação, sobre a amostra selecionada, de um programa de


verificação do atendimento às Normas Brasileiras de Contabilidade.

A aceitação ou a manutenção do cliente deve ser, continuamente,


reavaliada quanto às situações de riscos potenciais para o auditor.

CONTROLE EXTERNO DE QUALIDADE (REVISÃO EXTERNA)

A Revisão Externa de Qualidade pelos Pares (por outro auditor ou firma de


auditoria independente), denominada de “Revisão pelos Pares”, constitui-se em
processo de acompanhamento e controle, que visa alcançar desempenho
profissional da mais alta qualidade.

O objetivo da revisão pelos pares é a avaliação dos procedimentos adotados


pelo Contador que atua como Auditor Independente e Firma de Auditoria, com
vistas a assegurar a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. A qualidade, neste
contexto, é medida pelo atendimento das normas técnicas e profissionais
estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e, na insuficiência
destas, pelos pronunciamentos do IBRACON – Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil, e, quando aplicável, das normas emitidas por órgãos
reguladores.

As partes envolvidas no Programa de Revisão Externa de Qualidade são as


seguintes:

(a) Comitê Administrador do Programa de Revisão Externa de Qualidade


(CRE), responsável pela administração do programa;

(b) o Auditor responsável pela realização da revisão individual,


denominado “Auditor-revisor”; e

www.pontodosconcursos.com.br 65
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
(c) a firma ou o auditor, objeto da revisão, denominados “Auditor-
revisado”.

O Auditor deve submeter-se à Revisão Externa de Qualidade, no mínimo


uma vez, a cada ciclo de quatro anos.

Considerando problemas específicos relatados pelo auditor-revisor na


última revisão, o CRE pode decidir por determinar períodos menores para a
revisão seguinte da revisada.

O Auditor que tiver, na revisão anterior, relatórios emitidos pelo auditor-


revisor com opinião adversa ou abstenção de opinião deve submeter-se a nova
revisão no ano subseqüente.

O auditor-revisado cujo relatório não tiver sido aprovado pelo CRE no ano
de sua revisão, por não atendimento aos prazos estabelecidos ou por outras
razões comunicadas pelo CRE, devem submeter-se à nova revisão no ano
subseqüente.

O CRE é integrado por 4 (quatro) representantes do Conselho Federal de


Contabilidade (CFC) e por 4 (quatro) representantes do IBRACON – Instituto dos
Auditores Independentes do Brasil, indicados pelas respectivas entidades,
segundo suas disposições estatutárias.

Terminada cada revisão, o auditor-revisor deve emitir relatório com suas


conclusões e carta de recomendações, quando for o caso, que devem ser
encaminhados juntamente com cópia do questionário-base ao CRE, que pode
requerer esclarecimentos tanto do auditor-revisor como do auditor-revisado.

Após aprovado o relatório do auditor-revisor, este deve encaminhar cópia


do mesmo relatório ao auditor-revisado, que, por sua vez, encaminhará plano de
ação respondendo aos aspectos identificados no relatório e na carta de
recomendações. Dependendo da natureza desses aspectos, o CRE pode requerer
reunião com o auditor-revisado para assegurar o adequado entendimento das
ações planejadas.

Como resultado das análises dos documentos encaminhados pelo auditor-


revisor e das reuniões ou dos esclarecimentos, quando for o caso, o CRE deve
aprovar, ou não, o relatório da revisão.

Os Relatórios de Revisão Externa de Qualidade devem ser disponibilizados


ao mercado por meios estabelecidos pelo Conselho Federal de Contabilidade, por
proposta do CRE.

O relatório de revisão emitido pode ser de quatro tipos:

www.pontodosconcursos.com.br 66
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

(a) sem ressalvas, com emissão de carta de recomendações, quando o


auditor-revisor concluir, positivamente, sobre os trabalhos realizados.
A falta de emissão de carta de recomendações deve ser justificada pelo
auditor-revisor em sua carta de encaminhamento do Relatório de
Revisão ao CRE;

(b) com ressalvas, quando: (i) o auditor-revisor encontrar falhas


relevantes que, porém, não requeiram a emissão de opinião adversa.
Neste caso, é obrigatória a emissão de carta de recomendações; ou,
(ii) for imposta alguma limitação no escopo da revisão que impeça o
auditor-revisor de aplicar um ou mais procedimentos requeridos. Neste
caso, a emissão de carta de recomendações pode não ser requerida,
dependendo das causas das limitações no escopo da revisão;

(c) com conclusão adversa com emissão obrigatória de carta de


recomendações, quando a magnitude das falhas identificadas for tão
relevante que evidencie que as políticas e os procedimentos de
qualidade não estão de acordo com as normas profissionais; e

(d) com abstenção de conclusão com emissão obrigatória de carta de


recomendações, quando as limitações impostas ao trabalho forem tão
relevantes que o auditor-revisor não tenha condições de concluir sobre
a revisão.

Por fim, apresentamos algumas questões de concursos anteriores sobre os


seguintes assuntos: NORMAS DE AUDITORIA INTERNA; AUDITORIA INTERNA
VERSUS EXTERNA; NORMAS DE ESTIMATIVAS CONTÁBEIS; ERROS E FRAUDES;
CONTINUIDADE OPERACIONAL E CONTROLE DE QUALIDADE.

1) (FISCAL/ICMS/SP/FCC/2002) “Realiza auditorias contábil e


operacional. Exerce atividade independente e objetiva, que provê
segurança e consultoria para a organização da qual é empregado. Sua
finalidade é agregar valor e aperfeiçoar o funcionamento das operações.
Contribui, com enfoque sistemático e disciplinado, para a avaliação dos
processos de gerenciamento de riscos, controle e governança da
organização, ajudando-a a atingir seus objetivos”. Esta descrição
resume as funções do profissional que executa trabalhos de:
a) perícia contábil.
b) auditoria externa.
c) auditoria interna.
d) auditoria independente.
e) perícia extrajudicial.

www.pontodosconcursos.com.br 67
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Solução: Gabarito: “c”. A questão descreve as características e objetivos da
auditoria interna, conforme as normas internacionais. A auditoria interna realiza
tanto a auditoria contábil como a auditoria operacional, tendo em vista que o
escopo de seu trabalho é bem amplo.

De acordo com as normas internacionais de auditoria interna, esta presta


dois tipos de serviços para a organização a qual pertence: serviços de avaliação
ou segurança objetiva (assurance) e serviços de consultoria.

Os serviços de avaliação (assurance) compreendem uma avaliação


objetiva da evidência por parte do auditor interno com o objetivo de apresentar
uma opinião ou conclusões independentes sobre um processo ou outra matéria
correlata. A natureza e o escopo do trabalho de avaliação são determinados pelo
auditor interno.

Os serviços de consultoria são aqueles relacionados a assessoria e,


normalmente, são prestados por solicitação específica de um cliente de auditoria.
A natureza e o escopo dos trabalhos de consultoria estão sujeitos a um acordo
mútuo com o cliente do trabalho.

Ao realizar serviços de consultoria, o auditor interno deve manter a


objetividade e não assumir responsabilidades gerenciais, como, por exemplo,
assumir a responsabilidade por implementar ou manter o produto ou a operação
que foi objeto da consultoria.

Por outro lado, a finalidade da auditoria interna é agregar valor ao negócio


e às operações da organização a qual pertence. Nesse sentido, tem como
objetivo principal auxiliar a organização a atingir seus objetivos, avaliando e
melhorando a eficácia dos processos de gerenciamento de riscos, controles
internos e governança corporativa.

2) (CGE PB/CESPE/2008) Com relação às origens da auditoria e seus


tipos, assinale a opção correta.
A) O surgimento da auditoria externa está associado à necessidade das
empresas de captarem recursos de terceiros.
B) Os sócios-gerentes e acionistas fundadores são os que têm maior
necessidade de recorrer aos auditores independentes para aferir a
segurança, liquidez e rentabilidade de seus investimentos na empresa.
C) A auditoria externa surgiu como decorrência da necessidade de um
acompanhamento sistemático e mais aprofundado da situação da
empresa.
D) A auditoria interna é uma resposta à necessidade de independência
do exame das transações da empresa em relação aos seus dirigentes.
E) Os auditores internos direcionam o foco de seu trabalho para as
demonstrações contábeis que a empresa é obrigada a publicar.

www.pontodosconcursos.com.br 68
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

Solução: A questão obriga o candidato a distinguir os fatores que levaram ao


surgimento da auditoria externa, comparados com a auditoria interna, além dos
objetivos de cada tipo de auditoria.

O item “A” está certo. Na medida em que as empresas passam a captar


recursos de terceiros, em forma de investimentos, empréstimos, fornecimentos,
etc, surge a necessidade de uma auditoria externa, independente dos
administradores, para atestar a situação financeira e patrimonial dessas
entidades.

O item “B” está errado, uma vez que os acionistas mais distantes da
administração das empresas são aqueles que apresentam maior necessidade de
recorrer aos auditores independentes para aferir a segurança e liquidez de seus
investimentos na empresa.

O item “C” está errado, pois foi a auditoria interna que surgiu como
decorrência da necessidade de um acompanhamento sistemático e mais
aprofundado da situação da empresa.

O item “D” está errado, pois a auditoria externa é que constitui uma
resposta à necessidade de independência do exame das transações da empresa
em relação aos seus dirigentes. A auditoria interna surge para dar uma resposta
mais gerencial, de controle, assessoria e administração aos dirigentes das
organizações.

Por fim, o item “E” também está errado, haja vista que o auditor externo é
quem direciona o foco do trabalho para as demonstrações contábeis, com o
propósito de emitir uma opinião, geralmente materializada em um parecer, sobre
a exatidão dessas demonstrações. O âmbito de trabalho ou escopo da auditoria
interna compreende todas as áreas, operações e sistemas de informação das
organizações, inclusive o sistema contábil e financeiro.

3) (AFRFB/ESAF/2003) Assinale a assertiva correta quanto às


características da auditoria interna e externa.
a) A auditoria interna é independente da empresa e a auditoria externa
deve realizar testes nos controles internos e modificá-los quando
necessário.
b) A auditoria interna é obrigatória, conforme determina a Lei 6.404/76,
e a auditoria externa deve disponibilizar seus papéis de trabalho sempre
que solicitados.
c) A auditoria interna tem como objetivo atender à gestão da empresa e
a auditoria externa atender às necessidades da diretoria da empresa.
d) A auditoria interna não avalia os controles internos e a auditoria
externa os elabora, modifica e implanta na empresa auditada.

www.pontodosconcursos.com.br 69
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

e) A auditoria interna tem como objetivo a revisão das atividades da


empresa continuamente e a auditoria externa é independente em todos
os aspectos.

Solução: As características da auditoria interna são a realização de seus exames


com vistas à avaliação dos controles internos, a disponibilização de seus papéis
de trabalho aos auditores externos quando solicitados por estes, a revisão
contínua das atividades da empresa e o atendimento das necessidades da
diretoria da empresa, pois é realizada mais para fins administrativos, internos,
do que para prestação de contas a terceiros.

A auditoria externa é independente da empresa em todos os aspectos e é


obrigatória para as empresas de capital aberto, conforme determina a Lei
6.404/76. É realizada com o propósito de oferecer segurança àqueles que não
fazem parte da direção da empresa e seu propósito fundamental é emitir uma
opinião ou parecer sobre as demonstrações contábeis. Portanto, a alternativa
correta é a “e”.

4) (AUDITOR/PETROBRÁS/CESGRANRIO/2008). Com o crescimento do


volume de negócios e das normas legais, as Companhias sentiram a
necessidade de dar maior ênfase aos procedimentos internos e instituir
um setor de Auditoria Interna que fosse além dos testes realizados pela
Auditoria Externa.
Com relação às principais diferenças entre a Auditoria Interna e a
Externa, analise as afirmativas abaixo.
I - O auditor externo não possui vínculo empregatício com a empresa
auditada, enquanto que o auditor interno é empregado da empresa
auditada.
II - O principal objetivo da auditoria externa é emitir um parecer sobre
as demonstrações contábeis, já a auditoria interna executa a auditoria
contábil e operacional, como revisão de procedimentos e normas
internas.
III - O relatório emitido pelos auditores externos deve conter notas
sobre os testes realizados pelos auditores internos com suas conclusões,
sendo que o contrário não ocorre.
IV - A auditoria externa está interessada em erros que possam alterar de
maneira substancial as informações das demonstrações contábeis,
enquanto a auditoria interna realiza testes buscando possíveis falhas
operacionais nos procedimentos internos.
Estão corretas APENAS as afirmativas:
(A) II e III B) III e IV C) I, II e III D) I, II e IV E) II, III e IV

Solução: A assertiva I está correta, considerando-se que, em regra, o auditor


interno é empregado da organização e tem um vínculo empregatício e, nesse
sentido, a sua responsabilidade perante a empresa é a trabalhista. O auditor

www.pontodosconcursos.com.br 70
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
externo não é empregado da organização, portanto, sua responsabilidade é civil
e criminal, caso tenha agido com culpa ou dolo, e causado prejuízos a terceiros.

A assertiva II está correta. Em regra, o auditor externo tem como


propósito principal emitir opinião/parecer sobre as demonstrações contábeis e o
auditor interno visa a agregar valor para as operações e o negócio da
organização, realizando tanto a auditoria contábil como a auditoria operacional,
revisando processos e controles internos e contribuindo para sua eficácia.

A assertiva III está incorreta, pois as normas não estabelecem que o


relatório do auditor externo tem que trazer notas sobre os testes realizados pelos
auditores internos com suas conclusões. O auditor externo pode emitir uma
carta-comentário sobre os controles internos, podendo informar sobre o
desempenho da auditoria interna, assim como dos demais controles.

A assertiva IV está correta, posto que o auditor externo preocupa-se com


erros e fraudes com impacto relevante sobre as demonstrações contábeis e o
auditor interno procura revelar falhas nos procedimentos de controles internos
que possam prejudicar o alcance dos objetivos da organização.

Pelo exposto, verifica-se que a alternativa correta é a “D”.

5) (ICMS/SP/FCC/2009) O trabalho da auditoria interna


(A) tem maior independência que o de auditoria externa.
(B) é responsável pela implantação e pelo cumprimento dos controles
internos.
(C) deve estar subordinado ao da Controladoria da empresa.
(D) deve emitir parecer, que será publicado com as demonstrações
contábeis.
(E) deve efetuar a revisão e o aperfeiçoamento dos controles internos.

Solução: O trabalho da auditoria interna tem menor independência que o de


auditoria externa. Portanto, alternativa A está incorreta.

Os auditores internos examinam e contribuem para a eficácia do sistema


de controle interno através de suas avaliações e recomendações, mas não
possuem responsabilidade primária pelo planejamento, implantação e
manutenção do processo. A alternativa B também está incorreta.

O trabalho da auditoria interna deve estar subordinado à alta


administração da empresa, para assegurar a sua independência das demais
áreas da empresa. A alternativa C também está incorreta.

A auditoria interna não emite parecer sobre as demonstrações contábeis.


Este é o papel da auditoria externa. A alternativa D está incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br 71
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

Por fim, verifica-se que a auditoria interna efetua a revisão e o


aperfeiçoamento dos controles internos da organização, para auxiliá-la a atingir
seus objetivos. A alternativa E é a correta.

6) (ISS Rio/ESAF/2010) A respeito dos objetivos da auditoria interna e


da auditoria independente, é correto afirmar que:
a) o objetivo da auditoria interna é apoiar a administração da entidade
no cumprimento dos seus objetivos, enquanto o da auditoria
independente é a emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis.
b) a auditoria interna se preocupa em avaliar os métodos e as técnicas
utilizadas pela contabilidade, enquanto a auditoria externa cuida de
revisar os lançamentos e demonstrações contábeis.
c) a atuação de ambas não difere na essência uma vez que os objetivos
da avaliação é sempre a contabilidade.
d) a auditoria interna cuida em verificar os aspectos financeiros da
entidade, enquanto a auditoria externa se preocupa com os pareceres a
respeito das demonstrações contábeis.
e) o objetivo da auditoria interna é produzir relatórios demonstrando as
falhas e deficiências dos processos administrativos e os da auditoria
externa é emitir parecer sobre a execução contábil e financeira da
entidade.

Solução: A alternativa “a” é a correta. O objetivo da auditoria interna é apoiar a


administração da entidade no cumprimento dos seus objetivos, enquanto o da
auditoria independente é a emissão de parecer sobre as demonstrações
contábeis.

As alternativas “b”, “c” e “d” contêm erros, pois vinculam os objetivos e o


foco da auditoria interna com os aspectos financeiros/contábeis, sabendo-se que
a auditoria interna tem um propósito mais gerencial, de resultados ou de gestão.

A alternativa “e” apresenta incorreção quanto ao objetivo da auditoria


interna, que não é o de demonstrar falhas e deficiências, mas o de aperfeiçoar a
gestão e agregar valor ao negócio da entidade. Por outro lado, o objetivo da
auditoria externa é emitir parecer sobre as demonstrações contábeis e não sobre
a execução contábil e financeira da entidade.

7) (ANALISTA LEGISLATIVO/SENADO/FGV/2009) O planejamento da


auditoria interna deve considerar os fatores relevantes na execução dos
trabalhos, entre os quais os relacionados a seguir, à exceção de um.
Assinale-o.
(A) o conhecimento detalhado da política e dos instrumentos de gestão
de riscos da entidade

www.pontodosconcursos.com.br 72
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

(B) o conhecimento detalhado das atividades operacionais e dos


sistemas contábil e de controles internos e seu grau de confiabilidade da
entidade
(C) a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de
auditoria interna a serem aplicados, alinhados com a política de gestão
de riscos da entidade
(D) a existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas
que estejam no âmbito dos trabalhos da Auditoria Interna
(E) o uso do trabalho de especialistas em função dos riscos de auditoria,
quer pela relevância ou pela especialidade das transações e operações

Solução: Conforme dispõe a norma de auditoria interna (NBCT 12), o


planejamento deve considerar os seguintes fatores relevantes na execução dos
trabalhos:
ƒ o conhecimento detalhado da política e dos instrumentos de gestão de
riscos da entidade;
ƒ o conhecimento detalhado das atividades operacionais e dos sistemas
contábil e de controles internos e seu grau de confiabilidade da entidade;
ƒ a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria
interna a serem aplicados, alinhados com a política de gestão de riscos da
entidade;
ƒ a existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas que
estejam no âmbito dos trabalhos da Auditoria Interna;
ƒ o uso do trabalho de especialistas;
ƒ os riscos de auditoria, quer pelo volume ou pela complexidade das
transações e operações;
ƒ o conhecimento do resultado e das providências tomadas em relação a
trabalhos anteriores, semelhantes ou relacionados;
ƒ as orientações e as expectativas externadas pela administração aos
auditores internos; e
ƒ o conhecimento da missão e objetivos estratégicos da entidade.

Assim, analisando os itens da questão, concluímos que a alternativa “E”


está incorreta, pois o auditor interno deve considerar o uso do trabalho de
especialistas em função dos riscos de auditoria, quer pelo volume ou pela
complexidade das transações e operações, mas não em função da relevância das
transações e operações.

8) (AUDITOR/CGE-PB/2008) Com relação ao campo de atuação da


auditoria interna e à ocorrência de erros e de fraudes, é correto afirmar
que
a) quando a falha puder ser reparada no âmbito do próprio órgão
auditado e com os seus responsáveis, não será necessário comunicar às
autoridades superiores a respeito do fato.

www.pontodosconcursos.com.br 73
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

b) sempre que houver repercussões que afetem as finanças públicas, o


auditor deve comunicar o fato previamente às autoridades externas.
c) a interpretação equivocada da legislação pelo responsável, de que
resultar prejuízo mensurável à entidade, acarreta as mesmas
conseqüências da fraude.
d) a adulteração de demonstrações contábeis, tanto em termos físicos
quanto monetários, constitui uma das hipóteses de fraude.
e) diante de indícios de irregularidades, a auditoria interna deve
informar à administração da entidade verbalmente, de maneira
reservada; se elas forem confirmadas, a informação deverá ser feita por
escrito e não precisará ser reservada.

Solução: A assertiva “a” está incorreta, pois mesmo que a falha possa ser
reparada, o auditor interno tem a obrigação de comunicar os fatos, por escrito, à
administração da entidade auditada.

A assertiva “b” está incorreta, pois o auditor interno só pode comunicar


informações a terceiros, com autorização formal da administração.

A assertiva “c” está incorreta. Apesar de sabermos que tanto a fraude


quanto o erro causam distorções que afetam as demonstrações contábeis, as
repercussões ou conseqüências para a entidade são mais graves no caso de
fraude.

A assertiva “d” é a correta e constitui o gabarito da questão. A adulteração


de demonstrações contábeis, tanto em termos físicos (por exemplo,
demonstrativo da quantidade de bens diferente do registrado – subtração de
bens) quanto monetários (alteração do montante de uma conta ou do valor de
uma operação), constitui hipóteses de fraude.

A assertiva “e” está incorreta, pois a auditoria interna, diante tanto de


indícios de irregularidades como de confirmações (evidências), deve informar à
administração da entidade, sempre por escrito e de maneira reservada.

9) (AFRFB/ESAF/2009) Com relação aos relatórios de auditoria interna,


pode-se afirmar que:
a) podem considerar posições de interesse da administração e dos
gestores, sendo conduzidos aos interesses desses.
b) devem estar disponíveis a qualquer administrador da empresa, sem
restrição.
c) podem relatar parcialmente os riscos associados aos possíveis pontos
a serem levantados pela auditoria externa.
d) somente devem ser emitidos antes do final dos trabalhos, quando
houver irregularidades que requeiram ações imediatas.

www.pontodosconcursos.com.br 74
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

e) não devem ser emitidos antes do final dos trabalhos, por não
possuírem informações completas.

Solução: Com relação à letra “a”, o auditor pode considerar posições de


interesse da administração e dos gestores, mas não deve conduzir os relatos aos
interesses dos gestores, o que caracterizaria perda da imparcialidade e
objetividade.

Quanto à letra “b”, os relatórios da auditoria interna não ficam disponíveis


a qualquer administrador, sem restrição, posto que os mesmos são
encaminhados a quem tenha solicitado o trabalho, estando disponíveis aos
clientes da auditoria, pois deve ser preservada a confidencialidade do seu
conteúdo.

Na letra “c”, além da redação um pouco confusa, há uma incorreção,


considerando-se que o auditor deve relatar os riscos associados aos fatos
constatados pela auditoria interna. O auditor deve considerar em seu plano de
auditoria eventuais áreas ou operações onde existam maiores riscos de erros e
falhas, no entanto, não existe comando normativo que estabeleça a obrigação de
relatar parcialmente os riscos associados aos possíveis pontos a serem
levantados pela auditoria externa.

As letras “d” e “e” tratam do mesmo assunto, que é a possibilidade do


auditor emitir relatórios antes do final dos trabalhos. Como vimos, a auditoria
interna deve avaliar a necessidade de emissão de relatório parcial, na hipótese
de constatar impropriedades/irregularidades/ilegalidades, no decorrer de seu
trabalho, que necessitem providências imediatas da administração da entidade, e
que não possam aguardar o final dos exames.

Em conclusão, a alternativa correta é a “d”, posto que somente devem ser


emitidos relatórios antes do final dos trabalhos, quando houver irregularidades
que requeiram ações imediatas.

10) (ANALISTA TÉCNICO/SUSEP/ESAF/2010) As estimativas contábeis


reconhecidas nas demonstrações contábeis da empresa são de
responsabilidade:
a) dos auditores externos.
b) dos advogados.
c) da auditoria interna.
d) do conselho de administração.
e) da administração da empresa.

Solução: As estimativas contábeis são de responsabilidade da administração da


entidade. O auditor deve ter conhecimentos suficientes sobre os controles, os
procedimentos e os métodos utilizados pela entidade no estabelecimento de

www.pontodosconcursos.com.br 75
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
estimativas que resultem em provisões, devendo assegurar-se da razoabilidade
das estimativas, individualmente consideradas, quando estas forem relevantes. A
alternativa correta é a “e”.

11) (ANALISTA TÉCNICO/SUSEP/ESAF/2010) O auditor externo, ao


avaliar as demonstrações contábeis da empresa Evolution S.A.,
identificou que a empresa está discutindo a similaridade de seus
produtos com produtos de concorrentes que possuem isenção de
tributação. A empresa não vem recolhendo o referido tributo há mais de
5 anos e o valor relativo a essa contingência é significativo. Caso a
decisão vier a ser contrária à empresa, a mesma entrará em processo de
descontinuidade. A decisão deve ter seu mérito julgado em quatro anos.
Dessa forma deve o auditor emitir parecer:
a) negativa de opinião, por não poder firmar opinião sobre as
demonstrações contábeis.
b) com ressalva, evidenciando o fato como restritivo às demonstrações
contábeis.
c) adverso, por não permitir avaliar as demonstrações contábeis.
d) sem ressalva, visto que há incerteza no desdobramento da causa.
e) sem ressalva, com introdução de parágrafo de ênfase fazendo
referência à nota explicativa que deve descrever detalhadamente o
evento.

Solução: Considerando tratar-se de evidência de situação que coloque em risco


a continuidade operacional da entidade, sem maiores detalhes no enunciado
quanto a alguma omissão ou falha na divulgação das demonstrações contábeis, o
parecer seria sem ressalva, com introdução de parágrafo de ênfase fazendo
referência à nota explicativa que deve descrever detalhadamente o evento e os
aspectos relacionados ao assunto. A alternativa “e” é a correta.

12) (ANALISTA TÉCNICO/SUSEP/ESAF/2010) O auditor interno, ao


realizar seus procedimentos e testes de auditoria, quanto à identificação
de fraudes e erros, evidencia três fatos:
I. O departamento fiscal da empresa, com o objetivo de reduzir o volume
de impostos a recolher, cadastrou no sistema de faturamento, a alíquota
do IPI que deveria ser de 11%, com o percentual de 5%.
II. Ao analisar a folha de pagamentos, evidenciou funcionários
demitidos, constando do cálculo da folha, sendo que a conta a ser
creditado o pagamento, destes funcionários, pertencia a outro
colaborador do departamento pessoal.
III. O contador da empresa, ao definir a vida útil da máquina que foi
introduzida em linha de produção nova, estabeleceu alíquota, estimando
a produção de um milhão de unidades, nos próximos 5 anos. O projeto
foi revisto e se reestimou para 10 anos.

www.pontodosconcursos.com.br 76
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

Assinale a opção correta, levando em consideração os fatos acima


narrados.
a) Fraude, fraude e erro.
b) Erro, erro e erro.
c) Erro, fraude e erro.
d) Fraude, fraude e fraude.
e) Fraude, erro e erro.

Solução: A diferença entre fraude e erro está na intenção ou não de cometer o


ato. Notem que os dois primeiros fatos demonstram a intenção de fraudar, seja
pelo registro indevido (1º fato) ou pelo desvio ou apropriação indébita de um
ativo (2º fato). O 3º fato é o único que caracteriza um erro, ou seja, uma
distorção não-intencional, em virtude de falha na estimativa de produção da
máquina, logo revista. Portanto, a letra “a” constitui o gabarito da questão.

13) (AFRFB/ESAF/2009) No processo de análise da continuidade dos


negócios da empresa Extensão S.A., o auditor constatou que a empresa
estava com passivo a descoberto. Os diretores financeiro e de produção
pediram demissão, estando a empresa com dificuldades para substituí-
los. A entidade foi autuada por impostos não recolhidos, sem grandes
chances de sucesso em sua defesa. Esses fatos representam
respectivamente indicadores:
a) de operação, de operação e financeiro.
b) financeiro, financeiro e financeiro.
c) de outras indicações, de operação e financeiro.
d) financeiro, financeiro e de operação.
e) financeiro, de operação e de outras indicações.

Solução: Passivo a descoberto é um indicador financeiro. Já a perda de pessoal


chave da administração (diretores) sem reposição constitui um indicador
operacional. Por fim, processos legais ou regulatórios pendentes contra a
entidade, como a autuação da entidade por impostos não recolhidos, sem
grandes chances de sucesso em sua defesa, correspondem a outras indicações. A
alternativa “e” constitui o gabarito da questão.

14) (AFRFB/ESAF/2009) O auditor, ao avaliar as provisões para


processos trabalhistas elaboradas pela Empresa Projeções S.A.,
percebeu que nos últimos três anos, os valores provisionados ficaram
distantes dos valores reais. Dessa forma, deve o auditor:
a) estabelecer novos critérios para realização das estimativas pela
empresa, no período.
b) determinar que a administração apresente novos procedimentos de
cálculos que garantam os valores registrados.

www.pontodosconcursos.com.br 77
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

c) ressalvar o parecer, por inadequação dos procedimentos,


dimensionando os reflexos nas demonstrações contábeis.
d) exigir que seja feita uma média ponderada das perdas dos últimos
três anos, para estabelecer o valor da provisão.
e) avaliar se houve o ajuste dos procedimentos, para permitir
estimativas mais apropriadas no período.

Solução: Em conformidade com as normas de auditoria, o auditor deve


assegurar-se da razoabilidade das estimativas, individualmente consideradas,
quando estas forem relevantes. Tal procedimento inclui, além da análise da
fundamentação matemático-estatística dos procedimentos utilizados pela
entidade na quantificação das estimativas, a coerência destas com o
comportamento dos itens estimados em períodos anteriores, as práticas
correntes em entidades semelhantes, os planos futuros da entidade, a
conjuntura econômica e as suas projeções.

Quando a comparação entre as estimativas feitas em períodos anteriores e


os valores reais destas evidenciar variações significativas, o auditor deve
verificar se houve o competente ajuste nos procedimentos, de forma a permitir
estimativas mais apropriadas no período em exame. Portanto, a alternativa “e” é
a correta.

15) (AFRFB/ESAF/2009) O auditor da empresa Encerramento S.A.


obteve evidências da incapacidade de continuidade da entidade, nos
próximos 6 meses. Dessa forma, deve o auditor:
a) informar, em parágrafo de ênfase no parecer, os efeitos da situação
na continuidade operacional da empresa de forma que os usuários
tenham adequada informação sobre a situação.
b) emitir parecer com ressalva, limitando o escopo dos trabalhos pelas
restrições financeiras apresentadas pela atividade.
c) emitir parecer com abstenção de opinião por não conseguir
determinar a posição econômica e financeira da empresa.
d) emitir parecer sem ressalva, mas estabelecendo que a empresa
apresente as demonstrações contábeis, de forma a divulgar os valores
dos ativos e passivos por valor de realização.
e) relatar em parecer adverso os efeitos no patrimônio que o processo
de descontinuidade ocasiona, trazendo os valores dos ativos e passivos,
a valor de realização.

Solução: As normas de auditoria estabelecem que o auditor, ao constatar que


há evidências de riscos na continuidade normal das atividades da entidade, deve,
em seu parecer, mencionar, em parágrafo de ênfase, os efeitos que tal situação
pode determinar na continuidade operacional da entidade, de modo que os
usuários tenham adequada informação sobre a mesma. Assim, a alternativa “a”
é a correta.

www.pontodosconcursos.com.br 78
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

Vale notar que o enunciado somente afirma que o auditor obteve


evidências da incapacidade de continuidade da entidade, sem mencionar se foi
ou não feita divulgação adequada nas Demonstrações Contábeis. Portanto, a
regra geral é a inclusão de parágrafo de ênfase no parecer, fazendo-se menção
aos efeitos de tal situação.

Caso o enunciado indicasse que foi feita divulgação adequada nas


Demonstrações Contábeis, o auditor deveria emitir um parecer sem ressalva,
adicionando um parágrafo de ênfase que destacasse o problema da continuidade
operacional da entidade, fazendo referência à nota explicativa nas
Demonstrações Contábeis que divulgue os aspectos relacionados ao assunto.

Por outro lado, se não fosse feita divulgação adequada nas Demonstrações
Contábeis, o auditor deveria emitir um parecer com ressalva ou com opinião
adversa, como for apropriado.

16) (AFRFB/ESAF/2009) A responsabilidade primária na prevenção e


detecção de fraudes e erros é:
a) da administração.
b) da auditoria interna.
c) do conselho de administração.
d) da auditoria externa.
e) do comitê de auditoria.

Solução: A responsabilidade primária tanto na prevenção quanto na detecção de


fraudes e erros é da administração da entidade, mediante a implantação e
manutenção de um adequado sistema de controles internos. A alternativa “a” é a
correta.

17) (ICMS/CE/ESAF/2006) O programa de controle de qualidade deve


ser estabelecido de acordo com a estrutura da equipe técnica do auditor
e a complexidade dos serviços; assim, se o auditor não possuir equipe,
em trabalho desta natureza:
a) não poderá aceitar o trabalho visto ser de fundamental importância à
existência de estrutura técnica da equipe;
b) terá limitação na execução de parte do trabalho, tendo de compor
parceria com firma de auditoria maior;
c) o controle de qualidade é inerente à qualificação profissional do
auditor, a qual confirmará sua competência para a execução do trabalho;
d) o auditor deverá de forma obrigatória constar de seu parecer a
limitação da equipe técnica, ficando sob sua responsabilidade os
trabalhos;
e) a qualidade do trabalho fica sempre comprometida, sendo passível de
punição ética pelo Conselho Federal de Contabilidade.

www.pontodosconcursos.com.br 79
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

Solução: A NBC T 11.8 reza que o programa de controle de qualidade deve ser
estabelecido de acordo com a estrutura da equipe técnica do auditor e a
complexidade dos serviços que realizar. Contudo, no caso de o auditor atuar sem
a colaboração de assistentes, o controle da qualidade é inerente à qualificação
profissional do auditor. Portanto, a alternativa correta é a “c”. As demais
alternativas estão incorretas, pois não correspondem a procedimentos a serem
adotados no controle de qualidade, caso o auditor não possua equipe técnica.

18) (FISCAL/ISS SP/FCC/2007) Segundo a NBC T 11.8, a verificação dos


sistema de qualidade interno dos serviços prestados por empresa de
auditoria independente deve ser efetuado a cada
a) ano
b) dois anos
c) três anos
d) quatro anos
e) cinco anos

Solução: Nos termos da NBC T 11.8, um programa de verificação periódica da


qualidade deve ser aplicado anualmente. Portanto, a alternativa “a” é a correta.
Cuidado para não confundir o controle de qualidade interno, que é anual, com a
revisão externa pelos pares que é de quatro em quatro anos.

QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1ª PARTE: ASPECTOS GERAIS DE AUDITORIA:

1) (Auditor/BADESC/FEPESE/2005) Quanto às definições e conceitos de


auditoria, assinale a alternativa incorreta.
a) Auditoria é a técnica contábil que tem como objetivo realizar a correção de
erros administrativos e de gestão.
b) Auditoria é uma técnica contábil que compreende o exame de documentos,
livros e registros, inspeções e obtenção de informações e confirmações, internas
e externas, relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a
exatidão desses registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes.
c) Auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos
registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração
contábil, visando a apresentar opiniões, conclusões, críticas e orientações sobre
situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal, pública ou privada,
quer ocorridos, quer por ocorrer ou prospectados e diagnosticados.
d) A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de
procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua
adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas
Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica.

2) (ICMS/RIO/FGV/2009) A respeito de conceituação e objetivos da auditoria


independente, analise as afirmativas a seguir:

www.pontodosconcursos.com.br 80
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
I. A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de
procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua
adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas
Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, à legislação específica.
II. Na ausência de disposições específicas, prevalecem as práticas já consagradas
pela profissão contábil, formalizadas ou não pelos seus organismos próprios.
III. O auditor considera adequadas e suficientes, para o entendimento dos
usuários, as informações divulgadas nas demonstrações contábeis, apenas em
termos de conteúdo, salvo declaração expressa em contrário, constante do
parecer.
Assinale:
(A) se somente a afirmativa III estiver correta.
(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

3) (SEFAZ-SP/ESAF/2009) Sobre a auditoria independente, é correto afirmar


que tem por objetivo:
a) auxiliar a administração da entidade no cumprimento de seus objetivos.
b) apresentar subsídios para o aperfeiçoamento da gestão e dos controles
internos.
c) emitir parecer sobre a adequação das demonstrações contábeis.
d) levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa
solução do litígio.
e) recomendar soluções para as não-conformidades apontadas nos relatórios.

4) (AFTM/ESAF/2003) A opção que representa o objetivo da auditoria externa


é:
a) a elaboração de normas e procedimentos econômicos, financeiros e de
auditoria da empresa auditada.
b) expressar um palpite sobre a posição patrimonial e financeira da empresa sem
assegurar que elas representem adequadamente as operações da empresa.
c) assegurar que as demonstrações financeiras irrelevantes representem a
situação contábil financeira da empresa de forma fidedigna.
d) o processo pelo qual o auditor se certifica de que as demonstrações
financeiras representam adequadamente em todos os aspectos relevantes, a
posição patrimonial e financeira da empresa.
e) garantir que todos os lançamentos contábeis foram efetuados corretamente
nos livros da empresa.

5) (TCE/SC/FEPESE/2006) Assinale a alternativa correta, quanto ao processo


de auditoria:
a) Afirmações sobre integridade referem-se a se ativos são direitos da entidade
e passivos são as obrigações da entidade em determinada data.
b) Afirmações sobre direitos e obrigações referem-se a se todas as transações e
contas que deveriam ser apresentadas nas demonstrações contábeis
realmente o foram.
c) Afirmações sobre avaliação ou alocação referem-se a se determinados
componentes das demonstrações contábeis encontram-se adequadamente
classificados, descritos e evidenciados.

www.pontodosconcursos.com.br 81
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
d) Afirmações sobre apresentação e divulgação referem-se a se são adequadas
as quantias pelas quais componentes de ativos, passivos, receitas e despesas
aparecem nas demonstrações contábeis.
e) Afirmações sobre a existência ou ocorrência tratam das seguintes questões:
(1) ativos ou passivos da entidade existem em determinada data? (2)
transações contabilizadas em determinado período ocorreram?

2ª PARTE: NORMAS PROFISSIONAIS, ÉTICA E RESPONSABILIDADE


LEGAL

1) (AUDITOR/TCM RIO/FGV/2008) Um dos atributos profissionais requeridos


para o desenvolvimento da atividade de auditoria é a independência.
Esse item pressupõe, conforme prevê o CFC (Resolução 1034 de 2005), a
independência de pensamento (objetividade e integridade na realização dos
exames e emissão de opinião) e a aparência de independência (evitando que
terceiros possam questionar a idoneidade do auditor). Em algumas situações, ela
pode ser afetada por ameaças de interesse próprio, auto-revisão, defesa de
interesses da entidade auditada, familiaridade e intimidação. Em relação à
ameaça de “auto-revisão”:
(A) ocorre quando uma entidade de auditoria ou um membro da equipe de
auditoria poderia auferir benefícios de um interesse financeiro na entidade
auditada.
(B) ocorre quando um membro da equipe de auditoria encontra obstáculos para
agir objetivamente e com ceticismo profissional devido a ameaças, reais ou
percebidas, por parte de administradores, diretores ou funcionários de uma
entidade auditada.
(C) ocorre quando, em virtude de um relacionamento estreito com uma entidade
auditada, com seus administradores, com diretores ou com funcionários, uma
entidade de auditoria ou membro da equipe de auditoria passam a se identificar,
demasiadamente, com os interesses da entidade auditada.
(D) ocorre quando a entidade de auditoria ou um membro da equipe de auditoria
defendem ou parecem defender a posição ou a opinião da entidade auditada, a
ponto de poderem comprometer ou darem a impressão de comprometer a
objetividade.
(E) ocorre quando o resultado de um trabalho anterior precisa ser reanalisado ao
serem tiradas conclusões sobre o trabalho de auditoria ou quando um membro
da equipe de auditoria era, anteriormente, administrador ou diretor da entidade
auditada.

2) (Auditor UFFS/FEPESE/2009) De acordo com a Norma Brasileira de


Contabilidade Profissional (NBC P1), quanto ao sigilo profissional, é correto
afirmar:
a) O sigilo profissional do Auditor Independente deve ser observado apenas na
relação entre ele e os organismos reguladores e fiscalizadores.
b) O sigilo profissional do Auditor Independente deve ser observado apenas na
relação entre ele e os organismos reguladores e fiscalizadores.
c) O Auditor Independente deve exibir a todos os usuários as informações
obtidas durante o seu trabalho, incluindo a fase de pré-contratação dos serviços,
a documentação, os papéis de trabalho, relatórios e pareceres, de modo a
demonstrar que o trabalho foi realizado de acordo com as Normas de Auditoria
Independente das Demonstrações Contábeis, da presente norma e das demais
normas legais aplicáveis.

www.pontodosconcursos.com.br 82
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
d) O Auditor Independente deve divulgar aos usuários da contabilidade
informações sobre a entidade auditada ou sobre o trabalho por ele realizado,
mesmo sem autorização por escrito da administração da entidade.
e) O auditor deve respeitar e assegurar o sigilo relativamente às informações
obtidas durante o seu trabalho na entidade auditada, não as divulgando, sob
nenhuma circunstância, sem autorização expressa da entidade, salvo quando
houver obrigação legal de fazê-lo.

3) (Auditor/BADESC/FEPESE/2005) Assinale a alternativa incorreta sobre as


Normas Profissionais de Auditoria (NBC P´s).
a) O auditor independente, no exercício de sua atividade, deverá comprovar
anualmente a participação em programa de educação continuada.
b) A responsabilidade do auditor fica restrita à sua competência profissional,
quando o especialista legalmente habilitado for contratado pela entidade
auditada, sem vínculo empregatício, para executar serviços que tenham efeitos
relevantes nas demonstrações contábeis, quando tal fato for mencionado em seu
parecer.
c) A responsabilidade do auditor independente será modificada, quando o
contador da entidade auditada, na função de auditor interno, contribuir para a
realização dos trabalhos de auditoria externa independente.
d) O auditor deve respeitar e assegurar o sigilo relativamente às informações
obtidas durante o seu trabalho na entidade auditada, não as divulgando, sob
nenhuma circunstância, sem autorização expressa da entidade, salvo quando
houver obrigação legal de fazê-lo.

4) (AFRF/ESAF/2003) O auditor externo deve recusar o serviço de auditoria,


sempre que:
a) possuir ações ou debêntures da entidade auditada.
b) for independente em relação à entidade auditada.
c) tiver conhecimento da atividade da entidade auditada.
d) identificar e compreender as atividades da empresa.
e) estiver capacitado para exercer o trabalho.

5) (AFRF/ESAF/2003) É evidência de independência do auditor externo:


a) parentesco com administrador, acionistas ou sócios da empresa auditada.
b) participação direta ou indireta como sócio ou acionista da empresa auditada.
c) ser representante comercial da empresa auditada sem vínculo empregatício.
d) ter sido empregado há mais de três anos da empresa auditada.
e) fixar honorários condicionados ao tipo de parecer a ser emitido.

6) (ANALISTA LEGISLATIVO/SENADO/FGV/2008). O texto abaixo


apresenta um dos deveres do contabilista de acordo com o código de ética
profissional.
Exercer a profissão com _________, observada a legislação vigente e
resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da
dignidade e independência profissionais.
Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna acima.
(A) moderação – idealismo – zelo
(B) zelo – diligência – honestidade
(C) racionalidade – diligência – idealismo
(D) moderação – zelo – honestidade
(E) racionalidade – zelo – moderação

www.pontodosconcursos.com.br 83
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO

7) (ACE/TCE-TO/CESPE/2009) De acordo com o Código de Ética, o auditor


deve fixar previamente o valor dos serviços, por contrato escrito, sendo, para
tanto, irrelevante
A a impossibilidade de realização de outros trabalhos paralelos.
B o ganho ou a perda financeira que o cliente poderá obter com o resultado do
trabalho.
C a peculiaridade de tratar-se de trabalho eventual ou habitual.
D o local e as condições de prestação do serviço.
E a nacionalidade do contratante.

8) (AUDITOR-MG/CESPE/2009). O Código de Ética do Profissional de


Contabilidade tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os
contabilistas, quando no exercício profissional. Assinale a opção correta nos
termos da legislação contábil brasileira.
A Quando solicitadas pelos CRCs, os auditores do serviço público devem fornecer
as informações obtidas em razão do exercício profissional lícito.
B Desde que regularmente designado, o auditor não está obrigado a renunciar às
suas funções quando o cliente ou empregador manifestar desconfiança em
relação ao seu trabalho.
C No caso de substituição involuntária de suas funções durante a realização dos
trabalhos, o auditor deve abster-se de prestar quaisquer informações ao seu
substituto.
D Após a sua designação e o início dos respectivos trabalhos, o auditor não está
mais obrigado a manifestar-se acerca de impedimento superveniente.
E Se, no decorrer de seu trabalho, o auditor identificar circunstância adversa que
possa influir na decisão de quem o tiver contratado ou designado, deverá fazer a
comunicação somente quando do encerramento do referido trabalho.
QUESTÃO 78
9) (AFRF/ESAF/2003) A ética profissional é condição para o exercício de
qualquer profissão. Na execução do trabalho de auditoria, o auditor externo deve
atender aos seguintes princípios éticos profissionais:
a) integridade, eficiência, confidencialidade e dependência
b) independência, integridade, eficiência e confidencialidade
c) dependência, integridade, imparcialidade e ineficiência
d) confidencialidade, integridade, eficiência e negligência
e) eficiência, confidencialidade, integridade e parcialidade

10) (AFRF/ESAF/2009) O auditor da empresa Negócios S.A. estabeleceu três


procedimentos obrigatórios para emissão do parecer. O primeiro, que a empresa
renovasse o contrato de auditoria para o próximo ano, o segundo, que a
empresa emitisse a carta de responsabilidade da administração e o terceiro, que
o parecer seria assinado por sócio do escritório de contabilidade, cuja única
formação é administração de empresas. Pode-se afirmar, com relação aos
procedimentos, respectivamente, que:
a) é ético, não é procedimento de auditoria e atende as normas de auditoria e da
pessoa do auditor.
b) não é ético, não é procedimento de auditoria e não atende as normas de
auditoria e da pessoa do auditor.
c) é ético, não deve ser considerado para emissão do parecer e atende as
normas de auditoria e da pessoa do auditor.

www.pontodosconcursos.com.br 84
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
d) é ético, considera-se apenas em alguns casos para emissão do parecer e não
atende as normas de auditoria e pessoa do auditor.
e) não é ético, é procedimento de auditoria e não atende as normas de auditoria
e da pessoa do auditor.

3ª PARTE: NORMAS DE AUDITORIA / AUDITORIA INTERNA X EXTERNA

1) (FISCAL/ICMS/SP/FCC/2002) “Realiza auditorias contábil e operacional.


Exerce atividade independente e objetiva, que provê segurança e consultoria
para a organização da qual é empregado. Sua finalidade é agregar valor e
aperfeiçoar o funcionamento das operações. Contribui, com enfoque sistemático
e disciplinado, para a avaliação dos processos de gerenciamento de riscos,
controle e governança da organização, ajudando-a a atingir seus objetivos”. Esta
descrição resume as funções do profissional que executa trabalhos de:
a) perícia contábil.
b) auditoria externa.
c) auditoria interna.
d) auditoria independente.
e) perícia extrajudicial.

2) (CGE PB/CESPE/2008) Com relação às origens da auditoria e seus tipos,


assinale a opção correta.
A) O surgimento da auditoria externa está associado à necessidade das
empresas de captarem recursos de terceiros.
B) Os sócios-gerentes e acionistas fundadores são os que têm maior necessidade
de recorrer aos auditores independentes para aferir a segurança, liquidez e
rentabilidade de seus investimentos na empresa.
C) A auditoria externa surgiu como decorrência da necessidade de um
acompanhamento sistemático e mais aprofundado da situação da empresa.
D) A auditoria interna é uma resposta à necessidade de independência do exame
das transações da empresa em relação aos seus dirigentes.
E) Os auditores internos direcionam o foco de seu trabalho para as
demonstrações contábeis que a empresa é obrigada a publicar.

3) (AFRFB/ESAF/2003) Assinale a assertiva correta quanto às características


da auditoria interna e externa.
a) A auditoria interna é independente da empresa e a auditoria externa deve
realizar testes nos controles internos e modificá-los quando necessário.
b) A auditoria interna é obrigatória, conforme determina a Lei 6.404/76, e a
auditoria externa deve disponibilizar seus papéis de trabalho sempre que
solicitados.
c) A auditoria interna tem como objetivo atender à gestão da empresa e a
auditoria externa atender às necessidades da diretoria da empresa.
d) A auditoria interna não avalia os controles internos e a auditoria externa os
elabora, modifica e implanta na empresa auditada.
e) A auditoria interna tem como objetivo a revisão das atividades da empresa
continuamente e a auditoria externa é independente em todos os aspectos.

4) (AUDITOR/PETROBRÁS/CESGRANRIO/2008). Com o crescimento do


volume de negócios e das normas legais, as Companhias sentiram a necessidade
de dar maior ênfase aos procedimentos internos e instituir um setor de Auditoria
Interna que fosse além dos testes realizados pela Auditoria Externa.

www.pontodosconcursos.com.br 85
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
Com relação às principais diferenças entre a Auditoria Interna e a Externa,
analise as afirmativas abaixo.
I - O auditor externo não possui vínculo empregatício com a empresa auditada,
enquanto que o auditor interno é empregado da empresa auditada.
II - O principal objetivo da auditoria externa é emitir um parecer sobre as
demonstrações contábeis, já a auditoria interna executa a auditoria contábil e
operacional, como revisão de procedimentos e normas internas.
III - O relatório emitido pelos auditores externos deve conter notas sobre os
testes realizados pelos auditores internos com suas conclusões, sendo que o
contrário não ocorre.
IV - A auditoria externa está interessada em erros que possam alterar de
maneira substancial as informações das demonstrações contábeis, enquanto a
auditoria interna realiza testes buscando possíveis falhas operacionais nos
procedimentos internos.
Estão corretas APENAS as afirmativas:
(A) II e III B) III e IV C) I, II e III D) I, II e IV E) II, III e IV

5) (ICMS/SP/FCC/2009) O trabalho da auditoria interna


(A) tem maior independência que o de auditoria externa.
(B) é responsável pela implantação e pelo cumprimento dos controles internos.
(C) deve estar subordinado ao da Controladoria da empresa.
(D) deve emitir parecer, que será publicado com as demonstrações contábeis.
(E) deve efetuar a revisão e o aperfeiçoamento dos controles internos.

6) (ISS Rio/ESAF/2010) A respeito dos objetivos da auditoria interna e da


auditoria independente, é correto afirmar que:
a) o objetivo da auditoria interna é apoiar a administração da entidade no
cumprimento dos seus objetivos, enquanto o da auditoria independente é a
emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis.
b) a auditoria interna se preocupa em avaliar os métodos e as técnicas utilizadas
pela contabilidade, enquanto a auditoria externa cuida de revisar os lançamentos
e demonstrações contábeis.
c) a atuação de ambas não difere na essência uma vez que os objetivos da
avaliação é sempre a contabilidade.
d) a auditoria interna cuida em verificar os aspectos financeiros da entidade,
enquanto a auditoria externa se preocupa com os pareceres a respeito das
demonstrações contábeis.
e) o objetivo da auditoria interna é produzir relatórios demonstrando as falhas e
deficiências dos processos administrativos e os da auditoria externa é emitir
parecer sobre a execução contábil e financeira da entidade.

7) (ANALISTA LEGISLATIV0/SENADO/2009) O planejamento da auditoria


interna deve considerar os fatores relevantes na execução dos trabalhos, entre
os quais os relacionados a seguir, à exceção de um. Assinale-o.
(A) o conhecimento detalhado da política e dos instrumentos de gestão de riscos
da entidade
(B) o conhecimento detalhado das atividades operacionais e dos sistemas
contábil e de controles internos e seu grau de confiabilidade da entidade
(C) a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria
interna a serem aplicados, alinhados com a política de gestão de riscos da
entidade

www.pontodosconcursos.com.br 86
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
(D) a existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas que
estejam no âmbito dos trabalhos da Auditoria Interna
(E) o uso do trabalho de especialistas em função dos riscos de auditoria, quer
pela relevância ou pela especialidade das transações e operações

8) (AUDITOR/CGE-PB/CESPE/2008) Com relação ao campo de atuação da


auditoria interna e à ocorrência de erros e de fraudes, é correto afirmar que
a) quando a falha puder ser reparada no âmbito do próprio órgão auditado e com
os seus responsáveis, não será necessário comunicar às autoridades superiores a
respeito do fato.
b) sempre que houver repercussões que afetem as finanças públicas, o auditor
deve comunicar o fato previamente às autoridades externas.
c) a interpretação equivocada da legislação pelo responsável, de que resultar
prejuízo mensurável à entidade, acarreta as mesmas conseqüências da fraude.
d) a adulteração de demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto
monetários, constitui uma das hipóteses de fraude.
e) diante de indícios de irregularidades, a auditoria interna deve informar à
administração da entidade verbalmente, de maneira reservada; se elas forem
confirmadas, a informação deverá ser feita por escrito e não precisará ser
reservada.

9) (AFRFB/ESAF/2009) Com relação aos relatórios de auditoria interna, pode-


se afirmar que:
a) podem considerar posições de interesse da administração e dos gestores,
sendo conduzidos aos interesses desses.
b) devem estar disponíveis a qualquer administrador da empresa, sem restrição.
c) podem relatar parcialmente os riscos associados aos possíveis pontos a serem
levantados pela auditoria externa.
d) somente devem ser emitidos antes do final dos trabalhos, quando houver
irregularidades que requeiram ações imediatas.
e) não devem ser emitidos antes do final dos trabalhos, por não possuírem
informações completas.

10) (ANALISTA TÉCNICO/SUSEP/ESAF/2010) As estimativas contábeis


reconhecidas nas demonstrações contábeis da empresa são de responsabilidade:
a) dos auditores externos.
b) dos advogados.
c) da auditoria interna.
d) do conselho de administração.
e) da administração da empresa.

11) (ANALISTA TÉCNICO/SUSEP/ESAF/2010) O auditor externo, ao avaliar


as demonstrações contábeis da empresa Evolution S.A., identificou que a
empresa está discutindo a similaridade de seus produtos com produtos de
concorrentes que possuem isenção de tributação. A empresa não vem
recolhendo o referido tributo há mais de 5 anos e o valor relativo a essa
contingência é significativo. Caso a decisão vier a ser contrária à empresa, a
mesma entrará em processo de descontinuidade. A decisão deve ter seu mérito
julgado em quatro anos. Dessa forma deve o auditor emitir parecer:
a) negativa de opinião, por não poder firmar opinião sobre as demonstrações
contábeis.

www.pontodosconcursos.com.br 87
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
b) com ressalva, evidenciando o fato como restritivo às demonstrações
contábeis.
c) adverso, por não permitir avaliar as demonstrações contábeis.
d) sem ressalva, visto que há incerteza no desdobramento da causa.
e) sem ressalva, com introdução de parágrafo de ênfase fazendo referência à
nota explicativa que deve descrever detalhadamente o evento.

12) (ANALISTA TÉCNICO/SUSEP/ESAF/2010) O auditor interno, ao realizar


seus procedimentos e testes de auditoria, quanto à identificação de fraudes e
erros, evidencia três fatos:
I. O departamento fiscal da empresa, com o objetivo de reduzir o volume de
impostos a recolher, cadastrou no sistema de faturamento, a alíquota do IPI que
deveria ser de 11%, com o percentual de 5%.
II. Ao analisar a folha de pagamentos, evidenciou funcionários demitidos,
constando do cálculo da folha, sendo que a conta a ser creditado o pagamento,
destes funcionários, pertencia a outro colaborador do departamento pessoal.
III. O contador da empresa, ao definir a vida útil da máquina que foi introduzida
em linha de produção nova, estabeleceu alíquota, estimando a produção de um
milhão de unidades, nos próximos 5 anos. O projeto foi revisto e se reestimou
para 10 anos.
Assinale a opção correta, levando em consideração os fatos acima narrados.
a) Fraude, fraude e erro.
b) Erro, erro e erro.
c) Erro, fraude e erro.
d) Fraude, fraude e fraude.
e) Fraude, erro e erro.

13) (AFRFB/ESAF/2009) No processo de análise da continuidade dos negócios


da empresa Extensão S.A., o auditor constatou que a empresa estava com
passivo a descoberto. Os diretores financeiro e de produção pediram demissão,
estando a empresa com dificuldades para substituí-los. A entidade foi autuada
por impostos não recolhidos, sem grandes chances de sucesso em sua defesa.
Esses fatos representam respectivamente indicadores:
a) de operação, de operação e financeiro.
b) financeiro, financeiro e financeiro.
c) de outras indicações, de operação e financeiro.
d) financeiro, financeiro e de operação.
e) financeiro, de operação e de outras indicações.

14) (AFRFB/ESAF/2009) O auditor, ao avaliar as provisões para processos


trabalhistas elaboradas pela Empresa Projeções S.A., percebeu que nos últimos
três anos, os valores provisionados ficaram distantes dos valores reais. Dessa
forma, deve o auditor:
a) estabelecer novos critérios para realização das estimativas pela empresa, no
período.
b) determinar que a administração apresente novos procedimentos de cálculos
que garantam os valores registrados.
c) ressalvar o parecer, por inadequação dos procedimentos, dimensionando os
reflexos nas demonstrações contábeis.
d) exigir que seja feita uma média ponderada das perdas dos últimos três anos,
para estabelecer o valor da provisão.

www.pontodosconcursos.com.br 88
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
e) avaliar se houve o ajuste dos procedimentos, para permitir estimativas mais
apropriadas no período.

15) (AFRFB/ESAF/2009) O auditor da empresa Encerramento S.A. obteve


evidências da incapacidade de continuidade da entidade, nos próximos 6 meses.
Dessa forma, deve o auditor:
a) informar, em parágrafo de ênfase no parecer, os efeitos da situação na
continuidade operacional da empresa de forma que os usuários tenham
adequada informação sobre a situação.
b) emitir parecer com ressalva, limitando o escopo dos trabalhos pelas restrições
financeiras apresentadas pela atividade.
c) emitir parecer com abstenção de opinião por não conseguir determinar a
posição econômica e financeira da empresa.
d) emitir parecer sem ressalva, mas estabelecendo que a empresa apresente as
demonstrações contábeis, de forma a divulgar os valores dos ativos e passivos
por valor de realização.
e) relatar em parecer adverso os efeitos no patrimônio que o processo de
descontinuidade ocasiona, trazendo os valores dos ativos e passivos, a valor de
realização.

16) (AFRFB/ESAF/2009) A responsabilidade primária na prevenção e


detecção de fraudes e erros é:
a) da administração.
b) da auditoria interna.
c) do conselho de administração.
d) da auditoria externa.
e) do comitê de auditoria.

17) (ICMS/CE/ESAF/2006) O programa de controle de qualidade deve ser


estabelecido de acordo com a estrutura da equipe técnica do auditor e a
complexidade dos serviços; assim, se o auditor não possuir equipe, em trabalho
desta natureza,
a) não poderá aceitar o trabalho visto ser de fundamental importância à
existência de estrutura técnica da equipe.
b) terá limitação na execução de parte do trabalho, tendo de compor parceria
com firma de auditoria maior.
c) o auditor deverá de forma obrigatória constar de seu parecer a limitação da
equipe técnica, ficando sob sua responsabilidade os trabalhos.
d) o controle de qualidade é inerente à qualificação profissional do auditor, a qual
confirmará sua competência para a execução do trabalho.
e) a qualidade do trabalho fica sempre comprometida, sendo passível de punição
ética pelo Conselho Federal de Contabilidade.

18) (FISCAL/ISS/SP/2007) Segundo a NBC T 11.8, a verificação do sistema


de qualidade interno dos serviços prestados por empresa de auditoria
independente deve ser efetuado a cada
a) ano
b) dois anos
c) três anos
d) quatro anos
e) cinco anos

www.pontodosconcursos.com.br 89
AUDITORIA PARA ISS-BH (TEORIA E EXERCÍCIOS)
PROFESSOR: MARCELO ARAGÃO
*********************************************************

Pessoal, chegamos ao final desta aula.

Um abraço a todos e até a próxima aula!

www.pontodosconcursos.com.br 90

Você também pode gostar