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LÍNGUA PORTUGUESA

PRESSUPOSTOS
E SUBENTENDIDOS

Nelson Sartori

concursos
Língua Portuguesa
Pressupostos e subentendidos

Apresentação
Professor de Português – Literatura, Gramática, Interpretação de Textos, Redação
Discursiva e Oficial; Formado em Letras e Pós-graduado em Metodologia de Ensino para Terceiro
Grau; 21 anos de experiência na área de concursos públicos e 25 em pré-vestibulares; Professor
de Linguagem Forense e Redação Jurídica; Comunicador de rádio pela Rádio Mundial de São
Paulo; Professional Coach formado pela SLAC – Sociedade Latino Americana de Coaching

Sumário
As Informações Implícitas........................................................................................................... 2

Questões....................................................................................................................................... 3

Questões....................................................................................................................................... 3

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Língua Portuguesa
Pressupostos e subentendidos

As Informações Implícitas

Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação de que ele pode dizer
coisas que parece não estar dizendo: além das informações explicitamente enunciadas, existem
outras que ficam subentendidas ou pressupostas.
Alguns tipos de texto exploram, com malícia e com intenções falaciosas, esses aspectos
pressupostos e subentendidos.

Pressuposto
São ideias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de
certas palavras ou expressões contidas na frase.
Ex.: “O tempo continua chuvoso”
Informação explícita: no momento , o tempo é de chuva.
Informação implícita: o verbo "continuar" deixa perceber que antes o tempo já estava chuvoso.
Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o falante transforma o ouvinte em
cúmplice, uma vez que essa ideia não é posta em discussão e todos os argumentos subsequentes
só contribuem para confirmá-la.
Por isso pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao sistema de pensamento
montado pelo falante. E eles são marcados, nas frases, por meio de vários indicadores linguísticos:
a. Advérbios: Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.

Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado.


b. Verbos: O caso do contrabando tornou-se público.

Pressuposto: O caso não era público antes.


c. Adjetivos: Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil.

Pressuposto: Existem partidos radicais no Brasil.


d. Orações adjetivas: Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses,
não pensam no povo.

Pressuposto: Todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais.

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Língua Portuguesa
Pressupostos e subentendidos

Questões

1. (FCC / MPE-RS / Técnico em Informática - Área Sistemas) “Quando me perguntam por que não
aderi a essa história de "estória", respondo (e não evasivamente) que é simplesmente porque,
para mim, tudo é verdade mesmo.

(e não evasivamente)
A afirmativa entre parênteses pressupõe, no contexto,
a) indecisão momentânea.
b) explicação redundante.
c) informação retificadora.
d) comentário desnecessário.
e) ressalva categórica.
Evasivo: Que não é categórico ou preciso.
Pressuposto e subentendido

Subentendidos
São as insinuações escondidas por trás de uma afirmação.
Ex.: Se uma pessoa pergunta: Você tem fogo?, subentende-se: Acenda-me o cigarro.
O subentendido difere do pressuposto num aspecto importante: o pressuposto é um dado
posto como indiscutível para o falante e para o ouvinte, não é para ser contestado; o subentendido
é de responsabilidade do ouvinte, pois o falante, ao subentender, esconde-se por trás do sentido
literal das palavras e pode dizer que não estava querendo dizer o que o ouvinte depreendeu.
O subentendido, muitas vezes, serve para o falante proteger se diante de uma informação
que quer transmitir para o ouvinte sem se comprometer com ela.

Questões

2. FCC / TRT - 15ª (SP) / Téc. Jud. – Tecn. da Inf.

“Você não está mais na idade


de sofrer por essas coisas”
Há então a idade de sofrer
e a de não sofrer mais
por essas, essas coisas?
As coisas só deviam acontecer
para fazer sofrer
na idade própria de sofrer?

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Língua Portuguesa
Pressupostos e subentendidos

Ou não se devia sofrer


pelas coisas que causam sofrimento
pois vieram fora de hora, e a hora é calma?
E se não estou mais na idade de sofrer
é porque estou morto, e morto
é a idade de não sentir as coisas, essas coisas?
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Essas coisas. As impurezas do branco. Rio de Janeiro: José Olympio, 3. ed., 1976,
p.30)

Considerando-se que elipse é a supressão de um termo que pode ser subentendido pelo con-
texto linguístico, pode-se identificá-la no verso:
a) As coisas só deviam acontecer
b) Ou não se devia sofrer
c) e a de não sofrer mais
d) é a idade de não sentir as coisas, essas coisas?
e) Você não está mais na idade

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