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Vamos aqui acessar alguns conhecimentos, informações, possibilidades, experiências e dicas para que
possamos atuar no sentido de buscar tais competências e reconhecê-las como possíveis de serem
exercidas nos mais diversos contextos pedagógicos de atuação.
2. Recursos Digitais e Inovação Pedagógica: o
que nos cabe no contexto educacional
Fonte: Freepik.com, disponível em <a href='https://br.freepik.com/fotos/escola'>Escola foto criado por freepik - br.freepik.com</a>, acesso em 22 de junho de
2020.
Os recursos digitais estão disponíveis para a sociedade a partir de várias tecnologias e se configuram
em aparatos online e offline.
Embora incompleta, essa lista de recursos digitais nos permite vislumbrar o potencial que as TDIC
tem como tecnologia voltada para o campo educacional. Dessa lista de opções – sempre em expansão
– emergem novas metodologias, outras diversas possibilidades didáticas, recursos pedagógicos outros
e incentivos diferentes que podem atuar sobre áreas cerebrais distintas e, por consequência,
influenciar nas percepções e emoções do indivíduo, elevando as possibilidades do trabalho cognitivo,
consequentemente, a aprendizagem.
A inserção e uso dessas tecnologias como recursos digitais abrem espaço para o desenvolvimento de
práticas pedagógicas diferenciadas e diversas, para a inovação pedagógica a partir do exercício de
metodologias outras. Nesse contexto, podemos compreender inovação pedagógica como sendo “[...]
não somente [a ação de] como inserir “algo” novo ao processo educativo” (SALES, 2016, p. 231),
mais como um processo complexo e implicado que se constitui em um “[...] conjunto de intervenções,
decisões e processos que possibilitam alterar atitudes, culturas, ideias, conteúdos, modelos e práticas
no contexto educacional de acordo com a intenção e a sistematização da ação [educativa]” (SALES,
2016, p. 231).
Imaginemos o processo de inovação pedagógica intermediado pelo potencial que as TDIC nos
apresentam. Temos aí a possibilidade de desenvolvimento de uma nova ideia sobre um processo ou
produto ou aprimoramento de um construto ou processo ou a adequação de alguma metodologia já
conhecida no âmbito educacional e isso requer que desenvolvamos um processo de irrupção
transformadora no processo ensino-aprendizagem. Isto porque
as práticas pedagógicas inovadoras estão diretamente ligadas ao
desenvolvimento de processos educativos que transformam o
espaço escolar, os processos de construção do conhecimento em
espaços democráticos, criativos, atraentes e mobilizadores de
diálogos e práticas sociais (SALES, 2016, p. 231).
Desse modo, o que nos cabe, como professores, nesse contexto a partir das perspectivas apresentadas
e do potencial posto pelos recursos digitais através das TDIC e do que podemos introduzir no
processo educativo como prática pedagógica inovadora? Sebarroja (2002) responde ao afirmar que
para se haver inovação na educação é necessário estar atento a três critérios centrais: a
curiosidade; a utilização do erro como ponto de partida; e a necessidade de uma memória
compreensiva.
O que nos cabe então, é somar a esses critérios, mais dois que são apontados por Sales (2016) que são
a criatividade como referência transformadora de práticas e a
autoria como princípio que auxilia a autonomia e significação
da formação na prática, contribuindo diretamente para que os
sujeitos impliquem-se com os processos inovadores na ideia, no
projeto, no exercício e no produto/processo (p. 231).
Assista ao vídeo
o rompimento das distâncias mediante as tecnologias digitais que colocou a Educação a Distância em um
novo patamar no que tange à possibilidade de formação nas condições geográficas ou sociopolíticas mais
adversas;
as metodologias ativas que possibilitam a inversão de papéis e a vivência efetiva do processo educativo na
perspectiva do aprender e do ensinar como responsabilidade de todos aqueles que constituem a práxis na
escola. (SALES, 2018, p. 93)
A partir desse modelo, a pergunta que fica é: como exercitar essas competências com o auxílio das
TDIC?
Utilizemos as áreas e competências postas no próprio modelo para, na nossa realidade de práticas,
buscar sair do "modelo" e visualizar, vislumbrar possibilidades a partir do potencial que as TDIC nos
apresentam. Vejamos algumas possibilidades por área a partir das competências indicadas pelo
DigCompEdu (OCDE, 2017) relacionando com as plataformas, ferramentas, recursos e aplicativos
listados no nosso glossário:
Área 1: Envolvimento profissional
Competência: usar tecnologias digitais para comunicação colaborativa e desenvolvimento
profissional.
Possibilidades: grupos do whatsapp, e-mail, wikis, salas de reunião online, formulários e
documentos compartilhados online, blogs, redes sociais diversas, ambientes virtuais de
aprendizagem (AVA), etc..
Área 2: Recursos digitais
Competência: selecionar, criar e partilhar recursos digitais.
Possibilidades: sites de busca, repositórios de dados e informações oficiais, blogs, wikis, redes
sociais diversas, compartilhamento online (arquivo online), AVA, etc..
Área 3: Ensino e aprendizagem
Competência: gerir e orquestrar o uso de tecnologias digitais no ensino e aprendizagem.
Possibilidades: AVA, blogs, plataformas multimodais para desenvolvimento de cursos/aulas (Ex.:
Microsoft Teams, GoogleClassroom, etc.)
Área 4: Avaliação
Competência: usar tecnologias e estratégias digitais para melhorar a avaliação.
Possibilidades: aplicativos da Google (Drive, Forms, Meet, etc), Kahoot!, Edmodo, Nuvem de
Tags, webportifólios, games, etc..
Área 5: Capacitação dos estudantes
Competência: usar tecnologias digitais para melhorar a inclusão, a personalização e o envolvimento
ativo dos aprendentes.
Possibilidades: reuniões web, games, vídeos com audiodescrição e legenda, ebooks, softwares de
tradução em libras (Handtalk, VLibras, etc), de audiodescrição (AD Code), de Braile
(DOSVOX, NVDA), dentre outros recursos digitais acessíveis.
Área 6: Promoção da competência digital dos estudantes
Competência: possibilitar aos estudantes usar tecnologias digitais de forma criativa e responsável para
informação, comunicação, criação de conteúdos, bem-estar e resolução de problemas.
Possibilidades: vídeos, redes sociais (Youtube, Facebook, Instagram), games, pesquisas online,
blogs, AVA, Canva.
Percebemos, a partir das possibilidades apresentadas, que as competências solicitadas para os
professores desenvolverem suas práticas, voltadas para as demandas do Século XXI, são diversas e
complementares, pois devem ser desenvolvidas também competências outras que possibilitem que o
professor tenha fluência digital, isto é, tenha autonomia, autoria e condições de emancipação
pedagógica.
Assim, acreditamos que o que propõe o DigCompEdu (2017), acerca da competência digital que todos
os cidadãos necessitam para participar ativamente numa sociedade da informação, da aprendizagem,
estão ligadas a questões relacionadas:
1) ao Envolvimento Profissional, porque procura identificar as competências
do professor no que diz respeito ao uso de tecnologias digitais para comunicar,
colaborar e evoluir profissionalmente;
2) diretamente às Tecnologias e Recursos Digitais, uma vez que diz respeito à
utilização de tecnologias e recursos digitais, especificamente, à capacidade de
as usar, partilhar e proteger;
3) aos processos de Ensino e Aprendizagem, visto que refere-se à capacidade
dos professores identificarem as suas capacidades para gerirem e organizarem
o uso de tecnologias digitais no processo de ensino e de aprendizagem;
4) ao processo de Avaliação, pois refere-se às competências na avaliação,
concretamente na forma como são usadas as tecnologias digitais para melhorar
o processo de avaliação dos estudantes;
5) à Capacitação dos Estudantes, pois remete para a capacidade de utilizar as
tecnologias digitais para aumentar a inclusão, personalização e o envolvimento
ativo dos estudantes no ensino;
6) e à Promoção da Competência Digital dos Estudantes, uma vez que diz
respeito às competências docentes para auxiliar os estudantes a usar
tecnologias digitais de forma criativa e responsável.
Assim, podemos promover a inovação pedagógica em questão.
4. Conclusão
Desse modo, acreditamos que não há receita, não há modelo, mas existem possibilidades educacionais
abertas que são ampliadas pelo potencial comunicacional e informacional da Internet, de softwares, de
aplicativos, dos games, das mais diversas metodologias, do trabalho pedagógico docente que, com a
inserção e uso das TDIC, pode transformar o contexto de sala de aula, onde o professor não é o único
responsável pelo processo educativo, mas é o responsável direto por desafiar, propor, ouvir,
compartilhar, aprender e desenvolver práticas interventivas, criativas, potenciais e experimentais,
contribuindo diretamente para uma prática de emancipação social e política, a partir do conhecimento
praticado e apreendido no contexto da formação.
Contudo, o potencial inovador das TDIC está diretamente relacionado à implicação dos sujeitos no
desenvolvimento de suas práticas, visto que a
inserção das TIC na Educação é menos uma questão de decisão estratégica dos
sujeitos da educação e mais um desdobramento irrefreável da dinâmica
societária da contemporaneidade, na medida em que as TIC estão implicadas
em praticamente todos os processos da vida contemporânea, invadindo e
tecnologizando praticamente todos os domínios da existência (SALES, 2018, p.
242).
Podemos concluir, indicando 5 lições expostas por professores ao desenvolverem práticas pedagógicas
com as TDIC inovadoras, apresentadas pela Revista Educação (online, 2018) que são:
Lição 1: “É preciso fundir tecnologias a outros meios e processos de ensino e aprendizagem”
Lição 2: “Utilizar elementos de tecnologia para envolver e dar engajamento”
Lição 3: “Não nos interessa o ‘fator novidade’ sem alcançar impacto acadêmico”
Lição 4: “Oferecer um ecossistema que dê suporte e integre as tecnologias”
Lição 5: “É preciso criar oportunidades com responsabilidade e ética”
Continue sua aventura e explore o material disponibilizado a seguir.
Recursos Digitais: como escolhê-los e quando utilizá-los?
Recursos Educacionais Digitais – Plataforma do MEC
Por tudo isso, é visível o enorme potencial que as TDIC podem oferecer e oferecem para as diversas
áreas, sobretudo a educação, mas também é visível que nós professores precisamos conhecer,
compreender, explorar e nos apropriar dessas tecnologias, de modo que criemos estratégias e recursos
que possam auxiliar na formação de sujeitos ativos, criativos, inventivos, participativos, colaborativos,
livres, capazes de construir, compartilhar, difundir conhecimentos e experiências de aprendizagem-
ensinagem nos mais diversos contextos educacionais.
O desafio foi feito, as possibilidades apresentadas, agora é sua vez de explorar, conhecer, selecionar,
escolher e tomar a decisão pedagógica em direção de um processo educativo inovador. Aproveite!
5. Referências
CETIC. TIC Educação 2019 – coletiva de imprensa. Disponível em
https://cetic.br/media/analises/tic_educacao_2019_coletiva_imprensa.pdf
EDUCAÇÃO. 5 lições sobre Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação. Informe
Publicitário de 25 de abril de 2018. Disponível em https://revistaeducacao.com.br/2018/04/25/tdic-5-
licoes-sobre-tecnologias-digitais-de-informacao-e-comunicacao/, acesso em 15 junho 2020.
OECD. Innovating education and educating for innovation. The power of digital technologies and
skills. 2017. Disponível em: https://www.oecd.org/education/innovating-education-and-educating-for-
innovation-9789264265097-en.htm. Acesso em: 15 jun. 2019.
SALES, Mary V. S.. As tecnologias no contexto educativo: perspectivas de inovação e de
transformação. In: SALES, Mary Valda Souza (Org). Tecnologias e Educação a Distância: os desafios
para a formação. Salvador: Eduneb, 2018, p. 79-102.
SALES, Mary V. S.. Tecnologia e Formação: práticas curriculares em experiências inovadoras no
ensino superior. In: HETKOWSKI, T. M; RAMOS, M. A. (Orgs). Tecnologias e processos inovadores
na educação. Curitiba: CRV, 2016, p. 221-240.
SEBARROJA, J. C. A aventura de inovar: a mudança na escola. Porto: Portugal: Porto Editora,
2002.