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a Distância
ABED, sociedade científica sem fins lucrativos, que tem como
finalidades: o estudo, o desenvolvimento, a promoção e a divul-
gação da educação aberta, flexível e a distância, pessoa jurídi-
ca de direito privado, constituída em 21 de junho de 1995 por
tempo indeterminado por um grupo de estudiosos interessa-
dos em aprendizagem moderada por tecnologias variadas, tem
sua sede a Rua Vergueiro, 875, 12º andar, Conjuntos 121 a 124,
Bairro da Liberdade, CEP 01504-000, São Paulo, SP, Brasil. Seu
portal é http://www.abed.org.br.
Apresentação
A "Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância" (RBAAD) é um
jornal interativo com foco em pesquisa, desenvolvimento científico e
prática da educação a distância.
A RBAAD publica artigos sobre resultados de pesquisas empíricas ou teóricas,
reflexões sobre práticas concretas e atualizadas na área, e estudo de casos que
retratem situações representativas e de significativa contribuição para o conheci-
mento na EaD. Diferentes perspectivas teóricas e metodológicas no tratamento
de temas são encorajadas, desde que consistentes e relevantes para o desenvolvi-
mento da área. Relatos de pesquisa e trabalhos publicados em anais de congres-
sos podem ser considerados pelo Conselho Editorial, uma vez que estejam em
forma final de artigo, conforme o padrão da RBAAD.
Resenhas comentadas de livros da área, indicações de URLs de homepages
inovadoras na educação a distância e anúncios de conferências também são
bem-vindos, como parte da missão da Revista em divulgar a produção nacional e
internacional nesta área da Educação.
A revista aceita e publica artigos em três idiomas – português, inglês e espanhol,
de autores brasileiros ou estrangeiros. A política e a seleção de artigos são deter-
minadas pelos objetivos editoriais da ABED e pelo grupo editorial da revista,
tomando como referência a necessidade do ineditismo da obra, sua contribuição
à Educação a Distância, além da originalidade do tema, a consistência e o rigor
da abordagem teórica.
Editorial
É com prazer que lançamos o volume 16 da Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta
e a Distância (RBAAD). Disponível em português, em sua versão impressa, e tam-
bém em espanhol e inglês, na versão eletrônica, esta edição conta com oito artigos que
apresentam pesquisas relevantes, com foco principal na interação entre os diferentes ato-
res do processo de ensino e aprendizagem, visando ao seu aprimoramento.
A formação do tutor, neste contexto, é abordada em dois trabalhos: Wagner Rambaldi
Telles e Agnaldo da Conceição Esquincalha relatam, no artigo intitulado O tutor a dis-
tância e sua formação para o trabalho em ambientes virtuais de aprendizagem, a ex-
periência da implantação de um curso de formação de tutores para atuar em ambientes
virtuais de aprendizagem, evidenciando o papel do tutor e as habilidades consideradas
indispensáveis ao sucesso do curso e à formação do educando autônomo. Luiz Bento,
Milena de Sousa Nascimento, Viviane Grenha e Margarete Valverde Macedo apresentam,
em A concepção de tutores a distância sobre interatividade e a formação em EaD: um
estudo de caso, uma pesquisa realizada com tutores a distância de um curso de graduação
oferecido no estado do Rio de Janeiro sobre a concepção de interatividade e a importância
de formação específica para a prática pedagógica em EaD.
No trabalho intitulado Dialética da tutoria: conhecimento a distância, gestão e com-
partilhamento em rede, Eleonora Milano Falcão Vieira, Marialice Moraes e Jaqueline
Rossato propõem a construção de uma rede colaborativa de informações sobre o tema,
visando ao compartilhamento de recursos e materiais e à interatividade de experiências.
O artigo Critérios de avaliação da participação dos atores em um fórum de Educação
a Distância: uma pesquisa-ação, do grupo de pesquisa Metodologias em Ensino e
Aprendizagem em Ciências (MEAC) da UNIFEI – Campus de Itabira –, relata os resul-
tados obtidos em uma experiência que originou mudanças nos fóruns dos ambientes
virtuais de aprendizagem, promovendo maiores frequências de interação e uma cultura
participativa e colaborativa.
A metodologia de construção colaborativa de ambientes virtuais é tema do artigo de
Dafne Fonseca Alarcon e Fernando José Spanhol – O fluxo de conhecimento na produ-
ção deambientesvirtuais de aprendizagem –, que discute a utilização do modelo ADDIE
para definir, desenhar, desenvolver, implementar e avaliar, com ações motivadoras, a pro-
duçãode diversos tipos de AVA. A identificação dos principais elementos facilitadores da
aprendizagem e da prática docente no processo de ensino e aprendizagem é tema do artigo
de Vanessa Elisabete Raue Rodrigues e Rita de Cássia da Silva Oliveira, Pressupostos
pedagógicos nos ambientes virtuais: apontamentos da Educação Superior a Distância.
Dois trabalhos abordam MOOCs. Um deles intitulado Desenvolvimento de uma comu-
nidade virtual de aprendizagem para a inserção da metodologia Blended Learning na
Educação Básica, de Alexandre José de Carvalho Silva e Ronei Ximenes Martins, apre-
senta o desenvolvimento de uma comunidade virtual de aprendizagem para capacitar,
por meio de um MOOC, professores da educação básica a usufruírem dos recursos e fer-
ramentas de um ambiente virtual no seu fazer pedagógico cotidiano. O outro, sMOOC:
estudo de caso do Projeto ECO – “E-learning, Communication and Open Data”, de
Rosana Amaro e Welinton Baxto, discute como o ensino aberto, on-line e massivo po-
deatender às necessidades de formação dos cidadãos no século XXI, por meio de redes
de interação nos fóruns visando a uma cultura participativa entre os membros do curso.
Respeitando a tradição das revistas científicas, os artigos que compõem este volume foram
analisados por dois referees e, em caso de divergências, foram submetidos à apreciação
de um terceiro. Agradecemos, portanto: ao corpo de referees, que tem nos ajudado com
entusiasmo, competência e presteza;
Agradecemos também a colaboração dos colegas da Fundação Cecierj – Consórcio Cederj
– e ao suporte financeiro da Universidade Positivo.
Continuamos nos empenhando para conquistar a publicação de dois volumes anuais da
revista, conforme critérios de periodicidade sugeridos pela Capes na classificação das re-
vistas científicas, meta que esperamos alcançar em 2018.
Além disso, no final de 2016, demos início à gestão da RBAAD por meio do Sistema
Eletrônico de Editoração de Revistas (Seer), o que traz mais agilidade e qualidade para o
processo editorial, sempre almejando aumentar a qualificação da publicação. O novo ende-
reço da Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância é http://seer.abed.net.br.
Que todos desfrutem de uma boa leitura!
Atenciosamente,
Carlos Bielschowsky
Editor da Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância − RBAAD
Expediente
Associação Brasileira de Educação a Distância
Presidente
Fredric Michael Litto – ABED
Vice-Presidente
Vani Moreira Kenski – USP
Diretores
Carlos Roberto Juliano Longo – Universidade Positivo
Cristiana Mattos Assumpção – Colégio Bandeirantes
Edimilson Picler – Grupo UNINTER
João Augusto Mattar Neto – Grupo UNINTER
Luciano Sathler Rosa Guimarães – Universidade Metodista
Margarete LazzarisKleis – Delinea Educacional
Mauro Cavalcante Pequeno – Universidade Federal do Ceará
Rita Maria de Lino Tarcia – Universidade Federal de São Paulo
Stavros Panagiotis Xanthopoylos – OEC
Coordenação editorial
Diana Castellani
23
interatividade e a formação em EaD: um estudo de caso
Luiz Bento, Milena de Sousa Nascimento, Viviane Grenha e Margarete
Valverde Macedo
49
em um fórum de educação a distância: uma pesquisa-ação
Cynthia Helena Soares Bouças Teixeira, Ricardo Luiz Perez Teixeira,
Ricardo Shitsuka e Dorlivete Moreira Shitsuka
RESUMO ABSTRACT
Este trabalho tem como objetivo relatar This paper aims at describing the imple-
a experiência da implantação de um curso de mentation of a tutor training course enabling
formação de tutores para atuar em ambientes them to work in virtual learning environ-
virtuais de aprendizagem de cursos na moda- ments of Distance Education (DE) programs
lidade Educação a Distância (EaD) oferecido offered by a federal higher education insti-
por uma instituição federal de ensino supe- tution in the State of Rio de Janeiro. It also
rior situada no Estado do Rio de Janeiro. São presents a brief review of the literature on the
apresentadas ainda, uma breve revisão da li- subject, as well as the tutor skills considered
teratura sobre o tema, bem como as habilida- essential for students to be able to learn au-
des consideradas indispensáveis ao tutor para tonomously. These theoretical contributions
que ocorra uma aprendizagem autônoma do serve as a support for us to discuss the mo-
educando. Essas contribuições teóricas ser- del chosen for the Distance Education Tutor
vem de suporte para discutir o modelo esco- Training Course offered by such institution.
lhido para o Curso de Formação de Tutores Through an exploratory study of the course
para Educação a Distância (CFTEaD), ofere- participants, we found that the course is an
cido pela instituição. Por meio de um estudo efficient training strategy for people who in-
exploratório envolvendo os participantes do tend to work in distance education, more spe-
curso, foi possível observar que o CFTEaD se cifically, as distance tutors. We also found the
apresenta como uma eficiente estratégia de course is in line with the proposals suggested
formação para profissionais que pretendem in the literature.
atuar na modalidade a distância, mais especi-
ficamente, como tutores a distância, estando Keywords: Tutoring. Tutor Training
em consonância com as propostas sugeridas Course. Distance Education.
na literatura consultada.
RESUMEN
Palavras-chave: Tutoria. Formação de
Tutores. Educação a Distância. Este trabajo tiene como objetivo relatar
la experiencia de la implantación de un curso
1
Universidade Federal Fluminense. E-mail: wtelles@id.uff.br
2
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E- mail: agnaldo.esquincalha@gmail.com
Volume 16 - 2017
de formación de tutores para actúen en am- No Brasil, a EaD teve sua regulamen-
bientes virtuales de aprendizaje de cursos en tação estabelecida pela Lei de Diretrizes e
la modalidad Educación a Distancia (EaD), Bases da Educação Nacional – Lei nº. 9.394,
ofrecido por una institución federal de en- de 20 de dezembro de 1996 –, que foi regu-
12 señanza superior ubicada en el Estado de Río lamentada pelo Decreto nº. 5.622, de 2005.
de Janeiro. Presenta, también, una breve re- Recentemente, por meio da Resolução nº.
visión de la literatura sobre el tema, así como 1, de 03 de fevereiro de 2016, a Câmara de
Associação Brasileira de Educação a Distância
RBAAD – O tutor a distância e sua formação para o trabalho em ambientes virtuais de aprendizagem
ambiente virtual, o aluno costuma ter no tu- edições futuras do curso a partir do que ob-
tor a distância a figura de referência em rela- servamos nessa experiência.
ção à parte conceitual e pedagógica do curso.
FORMAÇÃO DE TUTORES
A literatura apresenta uma gama de au- 13
PARA EAD
tores que já abordaram ações e comporta-
mentos necessários ao tutor com o objetivo Giannella, Struchiner e Ricciardi (2003)
Volume 16 - 2017
processo de ensino-aprendizagem dos cursis- Diante do exposto sobre a importância
tas, passando a ser compreendido como um do tutor, torna-se substancial uma boa prepa-
professor que agrega conhecimentos técnicos ração desse profissional, sendo necessário o
da tutoria em EaD (RICCIO et al., 2007). oferecimento de cursos que possam prepará-
14 -lo para as práticas específicas demandadas
Aretio (2001) destaca algumas caracte- pela modalidade a distância, em particular,
rísticas que considera fundamentais para o em ambientes virtuais de aprendizagem.
Associação Brasileira de Educação a Distância
RBAAD – O tutor a distância e sua formação para o trabalho em ambientes virtuais de aprendizagem
formação de tutores (que são adultos e têm de prática especialmente criado para este pro-
demandas específicas) e do domínio do con- pósito. Todas essas atividades foram realiza-
teúdo que é objeto da tutoria. Esses autores das na Plataforma MOODLE e utilizaram o
pontuam, ainda, que esses três conjuntos de debate em Fóruns Temáticos, o envio de tare-
conhecimentos não são independentes, mas fas elaboradas a partir da leitura e discussão e 15
combinam-se entre si dando origem ao co- reflexão sobre os textos base disponibilizados
nhecimento tecnológico pedagógico do con- na Plataforma como recursos para o processo
Volume 16 - 2017
A primeira semana do curso foi desti- experiências negativas estavam relacionadas
nada à apresentação dos alunos no fórum à falta de empatia e cordialidade por parte
(Apresentação dos participantes) e a sua am- de alguns tutores, o que é corroborado pelos
bientação no AVA. Além dessa atividade, foi estudos de Esquincalha (2015) a respeito da
16 disponibilizada uma Wiki, cujo tema era A importância dos componentes afetivo-atitu-
história de um tutor, a partir do qual todos dinais para evitar a evasão de alunos na mo-
os cursistas davam prosseguimento a uma dalidade a distância. Em relação às situações
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história inicializada pelo tutor de cada grupo positivas, majoritariamente apareceram refe-
para, posteriormente, ser compilada e dispo- rências à possibilidade do estudo a qualquer
nibilizada para todos terem acesso no final horário e local.
da semana. Uma wiki é uma ferramenta para
construção colaborativa de textos em meio Paralelamente ao fórum temático, os
virtual; trata-se de uma ferramenta nativa da cursistas fizeram uma produção textual, a
Plataforma Moodle. tarefa da semana, em que deveriam escolher
três experiências negativas citadas no fórum
Ainda durante a primeira semana, tam- e propor soluções. De forma geral, foram re-
bém foram disponibilizados vídeos sobre o correntes, mais uma vez, as questões afetivas.
CFTEaD e mensagens de boas-vindas aos
cursistas; o Guia do Aluno; um Glossário de Chegando à terceira semana, foi a vez de
construção coletiva sobre EaD; e uma pas- abordar o tema Sistemas de Tutoria em cursos
ta intitulada Biblioteca do Curso, contendo a distância. As discussões sobre o tema foram
textos auxiliares para os debates promovidos realizadas no fórum temático que teve como
durante as oito semanas. Além disso, foram base a análise dos sistemas de tutoria de sete
disponibilizados, por último, três links de- instituições que oferecem cursos na moda-
nominados Fórum de notícias (informes da lidade a distância, as quais, por questões de
coordenação aos cursistas, sem a possibili- ética, não tiveram seus nomes divulgados.
dade de interação), Comunicação com o tutor
(fórum de interação sobre questões adminis- O suporte teórico ficou a cargo de dois
trativas entre tutor e cursistas, por grupos) e textos base disponibilizados na plataforma:
Café Virtual (fórum sem mediação por parte Guia do Tutor dos Cursos de Pós-Graduação
dos tutores, onde os cursistas de todos os gru- (ESQUINCALHA, 2010) e Sistemas de Tutores
pos podiam interagir livremente, desde que em Cursos de Pós-Graduação a Distância
respeitando as normas para boa convivência). (ESQUINCALHA et al., 2009). Esses textos
Todos os itens descritos nesse parágrafo esti- versam sobre sistemas de tutoria que apresen-
veram ativos durante todo o curso. tam padrões de qualidade elevados, em acor-
do com os Referenciais de Qualidade para
Na segunda semana, abordou-se o tema Educação Superior a Distância (MEC, 2007),
Educação a Distância: conceitos e potencia- com a presença de tutores a distância e pre-
lidades. Foi criado um fórum temático pe- senciais trabalhando com grupos de não mais
dindo aos cursistas que relatassem situações que 25 alunos, até sistemas de tutoria em que
positivas e negativas vivenciadas na EaD, havia apenas um tutor para cerca de 500 cur-
tendo como suporte teórico o Texto Base sistas, tirando dúvidas conceituais em fóruns
Educação a Distância: conceitos e potencia- de discussão, o que nos parece inconcebível.
lidades (GIANNELLA e STRUCHINER, A tarefa da semana consistiu na proposição, a
2005). Como todos os cursistas eram egres- partir dos textos e das experiências dos parti-
sos de cursos a distância, foi possível travar cipantes, de um sistema de tutoria que pare-
importantes discussões sobre boas práticas cesse eficaz à luz dos parâmetros de qualidade
em um ambiente virtual. De forma geral, as discutidos pela literatura da área.
RBAAD – O tutor a distância e sua formação para o trabalho em ambientes virtuais de aprendizagem
As discussões da quarta semana tiveram cursistas puderam conhecer melhor as possi-
como tema A importância do papel do tutor bilidades de edição da plataforma. Para isso,
num curso a distância. Para esse debate, foi foi criado um ambiente exclusivo de prática,
disponibilizado o texto base Lições aprendidas no qual eles operaram as principais ferra-
em experiências de tutoria a distância: fatores mentas que a plataforma possui. 17
potencializadores e limitantes (GIANNELLA
et al., 2003). A ideia das discussões da sema- Para estimular os cursistas a manipula-
Volume 16 - 2017
Por fim, a última semana foi destinada em conta as relações interpessoais entre os
à avaliação do curso, feita pelos alunos. No participantes do grupo. Ressalta-se também
fórum aberto para essa finalidade, três itens que o link Café Virtual permite uma socia-
deveriam ser abordados: avaliação do curso; lização entre todos os cursistas, indepen-
18 avaliação do tutor; e avaliação da participa- dente dos seus grupos, o que foi apontado
ção do cursista. como positivo.
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RBAAD – O tutor a distância e sua formação para o trabalho em ambientes virtuais de aprendizagem
CFTEaD, que contemplou as necessidades br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/
de seus participantes. Vários alunos sugeri- d5800.htm>. Acesso em: 23 mai 2011.
ram que, em vez de fórum, fosse utilizado um
formulário anônimo, externo à plataforma, o BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educa-
que foi analisado pela coordenação e imple- ção nacional Lei nº 9.394/96. 5. ed. Rio de 19
mentado nas versões seguintes. Janeiro: DP&A, 2002.
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wiki.sintectus.com/pub/EaD/WebHome/ Curso de Pedagogia das Faculdades OPET.
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Acesso em: 27 mar 2012. Pedagogia/artigos%20n%202/Art%206%20
-%20Sandra%20Guss o%20-%20O%20
20 EQUIPE DO PROJETO EaD – CPD – Tutor%20%E2%80%93%20Professor%20
MOODLE UFBA. Manual do MOODLE e%20a%20avalia%C3%A7%C3%A3o%20
– Perfil de Professor, 2008. Disponível em: da%20aprendizagem%20no%20ensino%20
Associação Brasileira de Educação a Distância
RBAAD – O tutor a distância e sua formação para o trabalho em ambientes virtuais de aprendizagem
PRADO, M.E.B.B. EaD: Integrar saberes e VASCONCELOS, C.F; MERCADO,
tecer redes. 2003. Disponível em: <http://atu- L.P. Tutoria a Distância no Ensino de
ar.multiply.com/journal/item/5/5>. Acesso Matemática. In: MERCADO, Luís P. (org.).
em: 19 fev 2011. Percursos na formação de professores com
tecnologias da informação e comunicação. 21
PRETI, O, OLIVEIRA, G. M. S. A tutoria Maceió: Edufal, 2007.
num curso de licenciatura a distância: con-
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2
Artigo
1
Fundação Cecierj. E-mail: lbento@cecierj.edu.br
2
Fundação Cecierj. E-mail: milenasnascimento@gmail.com
3
Universidade Federal do Rio de Janeiro E-mail: vigrenha@gmail.com
4
Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: margaretevmacedo@gmail.com
Volume 16 - 2017
Keywords: Distance education. responsabilidade pelo seu próprio aprendiza-
Interactivity. Training. do, ou seja, diferente da educação presencial
tradicional, um aluno de curso a distância ou
semipresencial é orientado a usar todos os
RESUMEN
24 recursos de aprendizagem que são disponibi-
Este trabajo tiene por objetivo evaluar la lizados da forma mais colaborativa possível.
concepción que los tutores a distancia de un Isso, associado à flexibilidade de horários, faz
Associação Brasileira de Educação a Distância
curso de grado tienen sobra la interactividad com que seja ainda mais necessária a orga-
y la relación de esa concepción con su forma- nização do tempo, o empenho e a autodis-
ción específica en EaD y con su práctica de ciplina do estudante. Dessa forma, além dos
tutoría. Para poder comprender ese tema, se novos papéis de professor e aluno, surge na
envió un cuestionario a los tutores a distancia EaD um novo personagem, essencial nessa
del curso de profesorado (Licenciatura) en modalidade – o tutor –, que vai acompanhar
Ciencias Biológicas de un consorcio de ins- e orientar os estudantes diretamente visando
tituciones públicas para la oferta de cursos à aprendizagem.
de grado en la modalidad EaD del estado de
Río de Janeiro. En total, 20 tutores a distancia A tutoria é, portanto, essencial nos cur-
respondieron a todas las preguntas del cues- sos da modalidade a distância, e dessa for-
tionario, siendo que la muestra contempló ma, além da formação acadêmica na sua
un total de 12 asignaturas diferentes. Por me- área, o tutor deve também dominar temas
dio del análisis de la respuesta de los tutores importantes em Educação de um modo ge-
a distancia, este estudio puede concluir que ral e em Educação a Distância, particular-
una alta formación académica puede no re- mente. Nesse contexto, segundo importan-
presentar, necesariamente, un conocimiento tes pesquisadores em EaD (e.g. MORAN
específico sobre aspectos relacionados a la 1995, LEVÝ 2001, PETERS 2001), intera-
EaD y que cursos de formación específicos tividade, autonomia e afetividade são três
sobre Educación a Distancia son importan- aspectos importantes a serem considerados
tes para una mejor formación de los tutores no modelo tutorial, tonando-se necessário
como promotores de la interactividad. que todo tutor tenha uma boa base teórica
e prática sobre esses aspectos de forma a
Palabras clave: Educación a distancia. exercer melhor seu papel na mediação do
Interactividad. Formación. aprendizado do aluno. De um modo geral,
entender o papel do tutor na EaD e como
funciona sua relação com o aluno é essen-
1. INTRODUÇÃO
cial para um processo efetivo de construção
Com o advento das tecnologias de infor- do conhecimento, contribuindo, assim, para
mação e comunicação, a relação entre pro- a diminuição da evasão e para o aumento da
fessores e alunos ganha novas possibilidades qualidade nessa modalidade de ensino.
na Educação a Distância (EaD), uma vez que
eles não precisam estar em um mesmo es- Um tema que vem sendo debatido com
paço para que se constitua um ambiente de frequência é a função do tutor e os novos
ensino e aprendizagem estimulante e intera- papéis que esse profissional assume nos
tivo (MEDEIROS et al. 2010). Assim, na EaD, dias atuais (e.g. JAEGER & ACROSSI 2005,
surgem novos papéis para professores e alu- PAIANO 2006, LEAL 2004, MEDEIROS et
nos, nos quais o professor não é mais a figura al. 2010), uma vez que as atribuições do tutor
controladora e detentora do conhecimento, e vêm sofrendo modificações a partir de sua
o foco é deslocado para o aluno (OLIVEIRA, concepção inicial. Jaeger & Acrossi (2002),
2003). Nesse contexto, o aluno tem grande por exemplo, destacam que o papel inicial
RBAAD – A concepção de tutores a distância sobre interatividade e a formação em EAD: um estudo de caso
do tutor estava basicamente ligado ao apoio O tutor a distância é considerado o prin-
ao professor, ao esclarecimento de dúvidas cipal elo entre o aluno e o conteúdo em cur-
de conteúdo e ao acompanhamento de ativi- sos a distância e, por este motivo, a interati-
dades. Na visão mais atual do papel do tutor, vidade entre o profissional e os alunos é de
além das atribuições citadas anteriormente, extrema importância para a construção do 25
são incluídas novas responsabilidades, ati- conhecimento e para a autonomia do aluno.
tudes e competências com relação a aborda- A avaliação da atitude dos tutores a distância
Volume 16 - 2017
final do período definido, 20 de um total de concluído e 50% deles possuíam doutora-
aproximadamente 90 tutores a distância do do concluído ou em andamento (Figura 1).
curso haviam respondido a todas as pergun- Em um curso de capacitação de tutores na
tas do questionário, sendo amostrado um Bahia, Souza e colaboradores (2007) relatam
26 total de 12 disciplinas diferentes. Existe uma que mais de 60% dos tutores possuíam ou
variação do número de tutores a distância a estavam cursando uma especialização, o que
cada semestre, uma vez que a carga horária mostra que os tutores amostrados no pre-
Associação Brasileira de Educação a Distância
dos tutores tem relação direta com o número sente estudo possuem, comparativamente,
de alunos inscritos. uma alta formação acadêmica. Entretanto,
considerando que o papel do tutor a distân-
cia está além do conteúdo acadêmico, sendo
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
este um motivador e efetivador do processo
A idade média dos tutores foi de 31 anos de aprendizagem (BATTISTI et al., 2011), a
(mínimo 23 e máximo 47 anos), sendo 70% formação acadêmica não pode ser o único
do sexo feminino. Em relação à formação aca- fator indicador do potencial pedagógico de
dêmica, 80% dos tutores possuíam mestrado um tutor em EaD.
RBAAD – A concepção de tutores a distância sobre interatividade e a formação em EAD: um estudo de caso
importante para um tutor a distância. As dado mostra que uma parte importante
respostas do item que questionava a for- dos tutores, mesmo tendo formação em
mação em EaD estão resumidas na figura EaD, não reconhece a importância desta
2. A maior parte dos tutores amostrados já para o seu trabalho em cursos a distância.
fez ou está fazendo um curso de formação Considerando os tutores que ainda não 27
específico em EaD (14) e uma grande par- têm formação em EaD, a maior parte (67%)
cela deles (7) acreditava que essa formação respondeu que pretende fazer um curso
Tendo como base os conceitos de in- de interatividade para você? ” foram di-
teratividade em EaD de Amaral & Rosini vididas entre certas e erradas, no sentido
(2008) e Capelari & Barros (2008), as re- de estarem ou não estarem alinhadas aos
postas à pergunta aberta “Qual é o conceito conceitos dos autores acima. Exatamente
Volume 16 - 2017
50% (10) dos tutores tiveram respostas a interatividade no ambiente de aprendiza-
consideradas certas, pois incluíam a troca gem. Cerca de 54% dos tutores que fazem ou
de informações e/ou conexão entre duas ou já fizeram um curso específico de EaD res-
mais pessoas através do uso de ferramentas ponderam de forma considerada incorreta à
28 específicas. Podemos citar como um mode- pergunta conceitual sobre interatividade, o
lo de resposta correta: que mostra que o conteúdo de um curso de
formação em EaD também é um fator rele-
Associação Brasileira de Educação a Distância
“Para mim, interatividade é a comuni- vante. Um tema tão importante como esse
cação entre os diversos membros envol- deve ser mais trabalhado em cursos de EaD
vidos na EaD, possibilitada pelas ferra- de modo a garantir que todo aluno conclua
mentas de ensino nos AVAs” o curso com este conceito bem estabelecido.
Tutor 19. Ressaltamos, entretanto, que mesmo sem
uma definição correta sobre interatividade
Dentre os tutores que tiveram a resposta é possível que um tutor realize de forma
considerada incorreta (50%), podemos re- competente o seu trabalho, mas julgamos
gistrar basicamente dois grupos de erros, os relevante que qualquer tutor seja capaz de
tutores que consideraram que apenas as fer- definir de forma correta um conceito central
ramentas poderiam realizar a interatividade em sua área de atuação.
em cursos EaD e os tutores que consideraram
que a interatividade ocorre apenas em uma A segunda pergunta aberta deste estu-
via, entre tutores e alunos. Um exemplo de do fazia uma relação entre interatividade e
resposta incorreta que fazia referência apenas aprendizado em cursos à distância: “Você
às ferramentas foi: considera a interatividade importante para
o aprendizado de um aluno em um curso a
“Utilização de diferentes mídias (inter- distância? Por quê? ”. De todas as respostas,
net, vídeos, telefone)” apenas uma foi negativa, mostrando que a
Tutor 14. maior parte dos tutores reconhece a impor-
tante relação entre estes dois conceitos. A
Este tipo de resposta mostra que alguns segunda parte da pergunta, que pedia uma
tutores ainda não conseguiram visualizar o explicação da resposta afirmativa ou negati-
importante papel que eles têm na promo- va, teve um padrão de respostas voltado para
ção da interatividade. Segundo Capelari & a importância da relação tutor-aluno, sendo
Barros (2008), as ferramentas devem ser o a parte relativa à interatividade aluno-alu-
meio que ajuda a proporcionar a interativi- no pouco explicitada de forma marcante.
dade em EaD. Elas não trabalham sozinhas Exemplos desse padrão de resposta podem
e precisam do papel ativo dos tutores a dis- ser encontrados nas citações abaixo:
tância para que sejam efetivas no aumento
da interatividade em cursos à distância. A “Fundamental, pois num ensino a dis-
grande porcentagem de tutores que res- tância é ainda mais difícil o aluno se in-
pondeu de forma incorreta a uma pergun- serir do contexto teórico do assunto tra-
ta conceitual sobre interatividade mostra a tado, como quando acontece numa sala
relevância de cursos de formação em EaD de aula, com um professor presencial.
para que o tutor seja capaz de reconhecer A interatividade tutor-aluno é necessá-
seu importante papel no processo de ensi- ria para fortalecer esse vínculo do alu-
no-aprendizagem. Essa necessidade não diz no com a matéria, tornar-se íntimo do
respeito apenas a cursos gerais sobre EaD, assunto. No entanto, é imprescindível a
mas também cursos que trabalhem especi- discrição por ambas as partes para tal
ficamente o papel do tutor para promover interação se manter dentro dos limites
RBAAD – A concepção de tutores a distância sobre interatividade e a formação em EAD: um estudo de caso
éticos, não envolvendo assuntos pesso- social do conhecimento. Sem interativida-
ais durante a interatividade. ” de aluno-aluno, o conhecimento passa a ser
Tutor 8. tratado em apenas uma via, sendo os alunos
receptores do conteúdo das disciplinas.
“Sim. A interatividade é um método de 29
manter o contato direto com o conteúdo Em uma pergunta fechada, os tutores
da disciplina na ausência de um profes- responderam sobre a importância dos atores
Volume 16 - 2017
pergunta: “Em uma escala de 1 a 10, escolha o nível de importância de cada item abaixo
para a promoção da interatividade em Educação a Distância”. As respostas foram fecha-
das em uma escala de 1 a 10 para cada ator da EaD. Cada barra representa a nota média
para cada ator. Pesquisa realizada entre 19 e 30 de maio de 2012.
30
As duas últimas perguntas do questio- Outras ferramentas síncronas podem ter
nário levantavam os tipos de ferramentas um importante papel na EaD. Castro (2007)
Associação Brasileira de Educação a Distância
que os tutores já tinham utilizado e as que ressalta que alunos podem ter desempenhos
eles consideram possibilitar maior interati- diferentes em ferramentas distintas e que
vidade (Figura 4). Podemos perceber que as por isso é importante o uso de várias formas
ferramentas mais utilizadas pelos tutores são de proporcionar a interatividade em cursos
o Fórum (20 citações), a Sala de Tutoria (20 à distância. No curso analisado é papel do
citações) e a ferramenta Atividade (16 cita- professor responsável pela disciplina esco-
ções), todas assíncronas. A Sala de Tutoria é lher as ferramentas para que os seus tutores
uma ferramenta específica para a colocação possam estimular a maior interatividade dos
de dúvidas, que funciona como um fórum atores da disciplina. Mesmo se os alunos es-
de perguntas e respostas somente entre tu- tiverem estimulados e os tutores possuírem
tores e alunos e não entre alunos e alunos. uma boa formação específica em EaD, um
Já a ferramenta Atividade é uma ferramenta ambiente virtual de aprendizagem precisa
que permite a postagem de arquivos anexa- ter ferramentas adequadas à interatividade.
dos, como avaliações a distância. Quando Sendo assim, não existe interatividade sem
analisamos as ferramentas que, segundo os um papel ativo dos tutores/alunos e sem o
tutores, possibilitam maior interatividade, uso de ferramentas síncronas e assíncronas
vemos que não há uma coincidência entre que ajudem a mediar essa relação.
as duas respostas. A ferramenta Atividade,
muito utilizada pelos tutores, não foi se-
quer citada como importante para a inte-
ratividade, e outras, como o Fórum e Sala
de Tutoria, também muito utilizadas pelos
tutores, receberam poucas citações em rela-
ção a sua importância para a interatividade.
Isso indica que as ferramentas mais utiliza-
das na plataforma deste curso, na opinião
dos tutores, não são diretamente aquelas
que possibilitam maior interatividade. Uma
ferramenta como o chat, por exemplo, que
só foi utilizada por 25% dos tutores (Figura
4), teve quase o dobro de citações conside-
rando a sua importância na interatividade
(45%; Figura 4). Esse padrão mostra que os
tutores apresentam o conhecimento de que
ferramentas síncronas podem ter um papel
importante para uma maior interativida-
de, mesmo não sendo utilizadas em suas
disciplinas. Segundo Ferreira & Bianchetti
(2004), “um chat é um espaço onde todos in-
teragem com todos e não apenas no sentido
professor-aluno”.
RBAAD – A concepção de tutores a distância sobre interatividade e a formação em EAD: um estudo de caso
31
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
capacitação em EaD responderam de forma
O presente trabalho apresentou um es- incompleta uma pergunta conceitual sobre
tudo de caso sobre a importância da inte- interatividade, esse quadro se torna ainda
ratividade em um curso EaD. No grupo de mais preocupante. Apesar de a maioria dos
tutores amostrados, 50% eram doutorandos tutores mostrar, nas perguntas subsequen-
ou possuíam o grau de doutorado, o que tes, que tem a noção intuitiva do que é inte-
mostra a alta formação acadêmica do grupo. ratividade, eles não trabalham de forma co-
Além disso, a maior parte deles estava cur- erente com essa noção. O investimento em
sando ou já havia cursado uma capacitação uma capacitação de qualidade dos tutores a
em EaD, mas cerca de 30% dos tutores que distância, aliada ao uso de ferramentas tanto
tinham um curso específico em educação a síncronas como assíncronas pode estimular
distância responderam que só fizeram este a interatividade em cursos a distância, au-
curso porque foram requisitados pelo co- mentando o interesse e a participação dos
ordenador de sua disciplina. Este resultado tutores na promoção da interatividade. Não
mostra que mesmo tendo uma formação menos importante é a formação em EaD dos
acadêmica de alto nível, nem todos os tuto- professores responsáveis pelas disciplinas
res reconhecem a importância de um curso para que seu planejamento inclua o uso de
de capacitação em EaD na sua atuação pro- ferramentas e estratégias que promovam a
fissional, o que pode causar um baixo apro- interatividade, propiciando mais oportuni-
veitamento do curso ou até mesmo uma re- dades de aprendizagem para todos.
jeição por parte dos tutores. Considerando
que 54% dos tutores que responderam
que estão fazendo ou fizeram um curso de
Volume 16 - 2017
REFERÊNCIAS e Gestão da EaD, 2010, UFF, Rio de Janeiro.
AMARAL, R.C.B.M.; ROSINI, A.M. Ministério da Educação - MEC, Secretaria
Concepções de interatividade e tecnologia no de Educação a Distância - SEED. Sistema
processo de tutoria em programas de educa- Universidade Aberta do Brasil - UAB.
32 ção a distância: novos paradigmas na constru- Programa Interinstitucional de Capacitação
ção do conhecimento. Revista Intersaberes. em EaD para a UAB. Rio de Janeiro. 26p.
vol. 3, nº 6. 2008. p. 141-154.
Associação Brasileira de Educação a Distância
RBAAD – A concepção de tutores a distância sobre interatividade e a formação em EAD: um estudo de caso
Associação Brasileira de Educação a Distância
33
Volume 16 - 2017
ANEXO 1
34
Associação Brasileira de Educação a Distância
RBAAD – A concepção de tutores a distância sobre interatividade e a formação em EAD: um estudo de caso
Associação Brasileira de Educação a Distância
35
Volume 16 - 2017
3
Artigo
1
Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: eleonora.vieira@ufsc.br
2
Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: marialice.moraes@ufsc.br
3
Universidade Federal do Maranhão. E-mail: inerossato@gmail.com
Volume 16 - 2017
to analyze the importance of tutors, their de referencia, particularmente la gestión de
conceptual evolution, tutoring management, compartición entre los diferentes materiales
and sharing of teaching materials produced que se ofrecen al contexto tutorial. De esa for-
in accordance with the management meth- ma, se espera contribuir con las discusiones
38 ods through a shared network, considering sobre los recursos tecnológicos multimedios
distance education has been improving its y con la calificación de personal y material pe-
virtual learning environments. To do that, we dagógico en permanente perfeccionamiento,
Associação Brasileira de Educação a Distância
used a theoretical, interpretative approach to que hacen del programa EaD una modalidad
the reference reality and particularly focused institucional específica o programática en las
on how the sharing of the various materials instituciones presenciales.
offered to tutors is managed. Thus, we hope
to contribute to discussions about multimedia Palabras clave: Tutoría. Ambientes vir-
technological resources, personnel training, tuales. Compartición.
and continuously-improving teaching mate-
rials that make the distance education pro-
INTRODUÇÃO
gram a specific programmatic or institutional
modality at attendance-based institutions. A educação além do campo presencial
ganhou impulso nas últimas décadas no
Keywords: Tutoring. Virtual environ- Brasil. Em se tratando de um país de grande
ments. Network sharing. extensão territorial, com significativa diver-
sidade natural, social e cultural, fez-se ne-
cessária a criação de uma modalidade edu-
RESUMEN
cacional capaz de atender aos isolamentos
La educación a distancia ha evolucionado demográficos nacionais.
tanto en el sentido de la multipolaridad te-
rritorial, como en la gran variedad de ofertas A educação a distância trouxe a possibi-
de cursos, en la cualificación de los recursos lidade de extensão do conhecimento e da for-
multimedia y en la especialización personal. mação técnica em áreas com carência de ins-
La opción por esa modalidad de enseñanza talações físicas e de pessoal qualificado para o
ha permitido su inserción institucional en exercício do processo educacional.
amplia escala y la consecuente difusión del
conocimiento no presencial. En esa modali- O processamento de ensino e aprendi-
dad, se destaca el rol del tutor, la gerencia de la zagem teve um início lento, dependente do
tutoría y la necesidad de compartir en la red el instrumental tecnológico disponibilizado em
material pedagógico elaborado y los métodos conformidade com a evolução do conheci-
de estructuración y organización administra- mento, da ciência e da tecnologia. Foi neces-
tiva en las diferentes categorías instituciona- sário um certo tempo para que a educação a
les que ofrecen la modalidad de educación a distância se tornasse uma fonte importante
distancia. En ese sentido, el objetivo de este de formação técnica para os contingentes da
artículo es analizar la importancia del tutor, população com dificuldades de deslocamento
su evolución conceptual, la gestión de la tuto- até as unidades escolares presenciais.
ría y la compartición del material pedagógico
producido en conformidad con los métodos Consagrada na Lei de Diretrizes e Bases
de gestión por medio de red compartida, da Educação Nacional como uma modalidade
una vez que la educación a distancia viene a ser praticada no âmbito das políticas públi-
perfeccionando sus ambientes virtuales de cas voltadas à educação e à institucionaliza-
aprendizaje. Para ello, se ha utilizado un abor- ção de programas como a UAB (Universidade
daje teórico e interpretativo de la realidad Aberta do Brasil), a modalidade ganhou
Volume 16 - 2017
se movimentam os fluxos de comando, negó- distinção qualificada de seu pessoal de atu-
cios, padrões de comportamento, de lingua- ação, como no caso do tutor e da gestão da
gem e significados. As tecnologias multimídia tutoria de forma compartilhada.
permitem o desenvolvimento dessa etapa in-
40 terativa de ação material e virtual na evolução
ASPECTOS METODOLÓGICOS
das plataformas de ensino presencial e da mo-
dalidade a distância. No desenvolvimento desse trabalho,
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Presentemente, diversas instituições ofere- a evolução conceitual, a gestão da tutoria e
cem cursos em EaD não necessariamente o compartilhamento do material pedagógico
pela distância, mas pela disponibilidade dos produzido, bom como os métodos de gestão
alunos em tempos e locais que lhes sejam por meio de rede compartilhada.
42 mais favoráveis para a formação em suas áre-
as de preferência. Em todo processo de ensino, indepen-
dente da modalidade, o docente é o centro da
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Volume 16 - 2017
elaboração do plano de tutoria, sistematizado com a coordenadoria, visando, sempre, a
com a gestão de tutoria em cada instituição. inovação, a qualificação e a mudança com
atenção ao aperfeiçoamento da modalidade
A gestão de tutoria tem na avaliação uma de educação a distância.
44 de suas principais atribuições. Na verdade, a
qualidade dos cursos, o desempenho do tutor, Na avaliação, deve ser identificada a com-
a estrutura e a organização de apoio depen- petência do tutor não só no domínio de con-
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dem fundamentalmente do sistema de ava- teúdo como também em sua disposição para
liação estabelecido. Podem-se elencar vários participar de programas de aperfeiçoamento
quesitos básicos de avaliação no contexto de e demonstrar aptidão para a ampliação do co-
uma gestão de tutoria. O tutor deve ser uma nhecimento via atualização bibliográfica.
presença constante no ambiente virtual, pois
a interação dele com os alunos não deve se Na gestão de tutoria pode-se estabelecer
distanciar a ponto de abrir lacunas na regu- uma série de indicadores relevantes para guiar
laridade do processo de educação a distância. o acompanhamento das atividades dos tuto-
res. Essa prática permite o acompanhamento
Também sua disponibilidade é indis- das atividades desempenhadas pelos tutores e
pensável para outras tarefas que exijam par- a mensuração do trabalho individualizado de
ticipação em reuniões de trabalho, análises cada tutor, de acordo com seus campos de atu-
críticas, relatórios e diálogo construtivo ação. A seguir, alguns indicadores sugeridos:
Resposta aos alunos Tempo de retorno ao aluno por meio de data e hora de sua publicação
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aprendizagem. Também os métodos e as téc- educativas de formação básica, tecnológica e
nicas para recrutamento, seleção, capacitação, especialização. Não há mais lugar, na realida-
acompanhamento e avaliação de desempenho de interativa da presente modernidade, para
ganhariam uma agregação de valor. a compartimentação do conhecimento, da in-
46 formação e da comunicação.
A elaboração de uma proposta de cons-
trução colaborativa tem como objetivo apoiar A educação a distância precisamente
Associação Brasileira de Educação a Distância
Volume 16 - 2017
REFERÊNCIAS dos Capôs, 2007. Disponível em <http://espacio.
ALMEIDA, A.; PIMENTEL, E. P.; uned.es/fez/eserv.php?pid=bibliuned:19320&d
STIUBIENER, I. Estratégias para o sID=n02mill07.pdf>. Acesso em: 18 fev. 2008.
Monitoramento de Ações de Tutoria na
48 Educação a Distância. CBIE 2012 - Anais MORAN, J. M. Os modelos educacionais na
dos Workshops do Congresso Brasileiro de aprendizagem on-line, 2003. Disponível em:
Informática na Educação, 2012. <http://www.eca.usp.br/prof/moran/mode-
Associação Brasileira de Educação a Distância
BORTOLOZZO et. al. Quem é e o que faz PRETI, O. Educação a distância: uma prática
o professor-tutor. IX Congresso Nacional educativa mediadora e mediatizada. In: PRETI,
de Educação – EDUCERE. III Encontro Sul O. (Org.). Educação a distância: início e indí-
Brasileiro de Psicopedagogia. PUC Paraná, 2009. cios de um percurso. Cuiabá: UFMT, 1996.
MILL, D. et. al. O desafio de uma interação VIEIRA, M.M. F. E VIEIRA, E. F. Dialética
de qualidade na Educação a Distância: o tu- do acontecimento geográfico: transforma-
tor e sua importância nesses processos. Texto ção sobre transformação. Curitiba: Editora
impresso, 2007. CRV, 2014.
1
Universidade Federal de Itajubá. E-mail: cyrilet@gmail.com
2
Universidade Federal de Itajubá. E-mail: ricardo.luiz@unifei.edu.br
3
Universidade Federal de Itajubá. E-mail: ricardoshitsuka@unifei.edu.br
4
Universidade Faculdades Metropolitanas Unidas. E-mail: dorlivete@uol.com.br
Volume 16 - 2017
Keywords: Distance Learning Strategies. Nos Ambientes Virtuais de
Learning. College education. Virtual Aprendizagem (AVA) a ferramenta fórum é
Learning Environment. uma das mais utilizadas para realizar a inte-
ratividade. No artigo faz-se uso da base te-
50 órica apresentada por Risemberg, Shitsuka e
RESUMEN
Tavares (2015) referente aos padrões de in-
Una de las herramientas más importan- teratividade em ferramentas de AVA. Neste
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tes de los Ambientes Virtuales de Aprendizaje estudo, utilizou-se outra ferramenta de inte-
-AVA es el foro y en estos es necesario que ratividade que era a wiki e constatou-se que
el alumno participe activamente para que os alunos de um curso de tecnologia na área
ocurra el aprendizaje. En un foro se realizan de informática interagiam menos que outros
posturas permitiendo que ocurra la interac- de cursos de graduação na área de humanas e
tividad entre los actores de modo que ocurra de ciências sociais aplicadas.
la construcción del saber social. Este artículo
tiene como objetivo presentar un estudio de Mais dois autores da base teórica são:
cambio criterios de evaluación de participa- Wallon (2008) e Vygotsky (2013) cujos con-
ción por parte de los actores en un foro de ceitos em relação à aprendizagem, apontam
EaD. Se realizó una investigación cualitativa no sentido da aprendizagem por meio da
del tipo investigación-acción en un Curso afetividade e interação social respectiva-
Superior de Tecnología en el que inicialmen- mente. Já nos ambientes virtuais há os tra-
te había poca interactividad y en el primer balhos sobre aprendizagem em ambientes
encuentro presencial hubo una propuesta de virtuais apresentadas por Ribeiro, Todescat e
cambio de criterios de evaluación de partici- Jacobsen (2015).
pación en los foros. Este estudio complemen-
ta otros relacionados en la clase relacionados A autonomia é considerada como sen-
con el cambio de actitud de los actores. Con do importante no aprendizado em AVA, de
los nuevos criterios, se observaron resultados modo que o aluno trabalhe buscando o co-
mejores y los alumnos se mostraron optimis- nhecimento por meio da pesquisa, interativi-
tas con el éxito obtenido. dade e de forma colaborativa entre seus pares.
Freire (2013) considera que os alunos devem
Palabras clave: Enseñanza a distancia. possuir autonomia nos processos educacio-
Aprendizaje. Educación superior. Entornos nais. Estas questões são complementadas
Virtuales de Aprendizaje. por Gottardi (2015) que trabalha a autono-
mia dos alunos nos AVA e Santos (2014) que
aborda a colaboração entre alunos.
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, a cultura da Educação a Torna-se interessante realizar um traba-
Distância (EaD) está mais presente na so- lho conjunto dos alunos e tutores de modo
ciedade brasileira e a cada ano, mais alunos a se alcançar uma participação ativa. Para
procuram cursos de graduação nesta moda- Dockter (2016) os profissionais de tutoria
lidade. O avanço continuado da tecnologia que conseguem superar as barreiras da parti-
principalmente por meio dos dispositivos cipação passiva para a ativa estão sendo cada
móveis, facilitam o acesso aos cursos a dis- vez mais requisitados para trabalho em AVA.
tância no nível de graduação. De acordo com
o SEMESP (2015) há mais de um milhão de Algumas questões que surgem são:
alunos matriculados anualmente em cursos
superiores EaD. 1. Como resolver problemas educacio-
nais de modo que os atores se envolvam
RBAAD – Critérios de avaliação da participação dos atores em um fórum de educação a distância: uma pesquisa-ação
nas decisões para melhorar os cursos 2. O APRENDIZADO COM
a distância? METODOLOGIA ATIVA EM
AMBIENTE VIRTUAL
2. A comunicação por meio da interati- Para os autores Godberg (2010), Berbel
vidade na ferramenta pode ajudar no (2011), Gemignani (2012), Barbosa e Moura 51
aprendizado na EaD? (2013), Freire (2013), Borges e Alencar
(2014), De Deus (2014), Moran (2015),
Volume 16 - 2017
brasileira, no entanto, tende a elevar esta par- 4. O APRENDIZADO NA
ticipação para os próximos anos. INTERATIVIDADE FORENSE
Stair e Reynolds (2011) e Laudon e
A quantidade de alunos nos cursos supe- Laudon (2015) consideram os sistemas como
52 riores EaD pode duplicar ou aumentar mais sendo conjuntos de componentes, que intera-
ainda, nos próximos anos. Uma das causas gem de modo interdependente para alcançar
desse aumento vem por meio da Lei no 13.005, objetivos comuns. A comunicação quando
Associação Brasileira de Educação a Distância
de 2014, que apresenta as metas do Plano ocorre Web, forma sistemas sócio-técnicos
Nacional de Educação (PNE) para o decênio pelos quais passarão os fluxos informacionais.
entre 2014 a 2024. Por meio deste, aguarda-se
que em 2024 se alcance um aumento na taxa Quando a interação social acontece por
bruta de matricula 50% maior, para alunos na meio da Web, ela pode ser considerada como
faixa etária entre 18 a 24 anos. (Schincariol, sendo uma interatividade. Através dela acon-
2014, UFC, 2014, VEJA, 2014). tecem as trocas sociais entre atores dos cursos
EaD, possibilitando a apropriação do saber.
Somando-se aos cursos de gradua- Ribeiro, Todescat e Jacobsen (2015) conside-
ção, existem outras vagas correspondentes ram que ela acontece através da ação do sujei-
aos cursos de pós-graduação e os cursos to sobre o objeto do conhecimento e também
de extensão. dos esquemas de significação os quais estabe-
lecem relações com o novo saber.
Outro fator vem com Brasil (2017) que
considera por meio da Portaria Normativa Tenório, Ferrari Júnior e Tenório (2015),
no 11/2017, que há a possibilidade de abertu- consideram que nos fóruns EaD, para que os
ra de polos EaD pelas instituições, conforme alunos entendam a proposta, torna-se im-
as regras, mas sem necessidade de inspeção portante que exista uma apresentação inicial
por parte dos avaliadores designados pelo na abertura do fórum. Este é um momento
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas importante no qual o aluno precisa entender
“Anísio Teixeira” (INEP). claramente o que será trabalhado no fórum.
Confirma-se então que a EaD possui um Apesar da ferramenta utilizada ser dife-
caminho livre para realizar as expansões nos rente de um trabalho forense, há semelhan-
próximos anos. Belloni (2002) considera que ças e pode-se considerar que pela natureza do
a EaD é parte de um processo de inovação curso, os alunos do curso de menor duração,
educacional amplo e inclui a integração das que é o de tecnologia, apresentem uma inte-
TIC aos processos de ensino e aprendizagem ratividade mais baixa que a dos outros cursos
das escolas. de maior duração e que levam a mais reflexão.
RBAAD – Critérios de avaliação da participação dos atores em um fórum de educação a distância: uma pesquisa-ação
interessante o emprego de critérios de ava- saber e para que isso ocorra ela deve seguir
liação das postagens, do tipo rubrica como uma metodologia e utilizar alguma técnica
afirmam Tenório, Ferrari Júnior e Tenório por exemplo para realizar a coleta de dados e
(2015). Uma vantagem desse enfoque é a ra- sua análise e interpretação. Lakatos e Marconi
pidez e até mesmo a possibilidade de automa- (2010) e Demo (2013), as pesquisas sociais 53
tização no processo avaliativo. são as que ocorrem em pessoas ou grupos nos
quais ocorre a interação ou interatividade no
Volume 16 - 2017
A turma do trabalho era formada por 52 participação forense para todas disciplinas
estudantes que estavam no primeiro semes- com inserção de nota para os fóruns e esta
tre letivo do curso. O trabalho foi realizado nota iria participar na formação da média do
envolvendo todas disciplinas do semestre. aluno na disciplina.
54 Foram realizadas entrevistas semi-estrutu-
radas como sugere Gil (2010) e o corpus da O novo formato foi levado pelo coorde-
pesquisa se limitou a 45 declarações em que nador do curso que era também o coordena-
Associação Brasileira de Educação a Distância
RBAAD – Critérios de avaliação da participação dos atores em um fórum de educação a distância: uma pesquisa-ação
que foram coletas no último encontro presen- que o aluno sabia quais eram os critérios bali-
cial do primeiro semestre de 2016. Como já se zadores e dentro dos limites podiam trabalhar
mencionou anteriormente, fez-se a análise do com autonomia. A ideia de autonomia pode
discurso das respostas considerando-se os au- ser considerada como indo ao encontro do que
tores Foulcalt (2007) e Mazzola (2009). preconiza Freire (2013). Este, como já mencio- 55
nado anteriormente, considera que o aluno
Perguntou-se: O que você achou da mu- tem que aprender de modo autônomo. Além
Volume 16 - 2017
ambiente educacional: detectou-se o proble- A clarificação de conceitos segundo
ma e buscou-se uma solução de modo cola- Ausubel, Novak e Hanesiam (1980) é previs-
borativo envolvendo os atores. Como todos ta na teoria da aprendizagem significativa.
foram ouvidos, pode-se considerar que se Neste caso se observa que os tutores também
56 sentiram parte do processo educacional e do aprendem e este fato vai ao encontro do que
curso e com isso os alunos passaram a apre- considera Freire (2013) que afirma que quem
sentar mais aderência em relação ao curso e a ensina aprende ao ensinar.
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se ajudar mais.
Aprendizado continuado torna-se um
Amostra 3: Agora dá gosto de ver o fó- incentivo para que os tutores também se sin-
rum. Todo mundo participa. A gente lê as tam mais valorizados e melhora sua profis-
postagens dos colegas da turma e fica sabendo sionalização desse modo, pode-se considerar
o que eles pensam. Aí temos que estudar mais, que esse aprendizado também é um incen-
o tutor não aceita cópia de postagem. tivo à melhoria dos processos educacionais.
Como considera a autora Campos (2008), os
Comentário: A participação aumentou e incentivos são externos e a motivação surge
os alunos perceberam a importância do fórum no interior dos estudantes como respostas
na construção do saber coletivo. Verifica-se aos incentivos.
os estudantes assumiram a responsabilidade
pelo seu aprendizado no fórum da disciplina, Tutor EaD:
como consideram os autores Godberg (2010),
Berbel (2011), Gemignani (2012), Barbosa e Amostra 5: A mudança no fórum acon-
Moura (2013), Freire (2013), Borges e Alencar teceu com a reclamação da turma que não
(2014), De Deus (2014), Gouvea et al. (2016), sabia bem para que servia. Agora tenho que
portanto, houve a aprendizagem ativa. participar com mais frequência e também
sou avaliada pelo coordenador. Tenho um
Perguntou-se a opinião do tutor sobre as prazo de 24 h para responder as mensagens
mudanças realizadas e obteve-se a seguinte dos alunos, comentando-as, mostrando
resposta: está ocorrendo um acompanhamento e os
alunos sabem que todas as mensagens são
Tutor Presencial lidas. Essa forma de trabalhar integrou alu-
nos e professores. A nota é a moeda de troca
Amostra 4: As mudanças só acontece- para a participação dos alunos.
ram no encontro presencial. Antes a gente
não tinha uma definição clara de como de- Comentário: a tutora EaD que pro-
víamos trabalhar no fórum. Por meio dos curava anteriormente incentivar a partici-
critérios fica transparente o modo de traba- pação dos alunos, no modelo antigo, con-
lhar e avaliar. ta com sua experiência profissional e de
acordo com esta considera que os alunos
Comentário: Verifica-se que o tutor pre- ainda são movidos muito por nota e que a
sencial participa dos encontros presenciais atribuição de nota ao fórum foi o fator de-
dos alunos e que ele também foi afetado pela terminante para que ocorresse o sucesso na
definição de critérios e o emprego deles no participação dos alunos. Acreditamos que
processo educacional em todas disciplinas. este fator pode ter contribuído em conjun-
Esta forma de trabalhar, ao que tudo leva crer, to com outros fatores, mas que todos pre-
trouxe benefícios para esta turma e também cisam ser bem trabalhados caso contrário,
para os tutores que passaram a ver com mais com nota ou sem nota, não há participação
clareza sua forma de atuação. dos estudantes.
RBAAD – Critérios de avaliação da participação dos atores em um fórum de educação a distância: uma pesquisa-ação
Pelos dados analisados, verificou-se que avaliação da participação dos estudantes, a
houve a participação ativa de todos, que se nota do fórum fosse considerada no cômpu-
mostraram participativos, colaborativos e to da nota final da disciplina e que houvesse
tudo leva crer que houve a formação do saber uma atuação do(s) tutor(s) diariamente com
coletivo ou social nos atores. respostas as postagens em no máximo 24 h, 57
de modo a diminuir a sensação de solidão
O presente artigo contribui para as institui- do aluno ou de ausência de quem lesse suas
Volume 16 - 2017
BALDISSERA, A Pesquisa-ação: uma me- BRASIL (2017). Leis e Decretos. Portaria
todologia do “conhecer” e do “agir” co- Normativa no 11, de 20 de junho de 2017.
letivo. Sociedade em Debate, Pelotas, v. Estabelece normas para o credenciamen-
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Associação Brasileira de Educação a Distância
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sidades-federais-se-reunem-em-fortaleza-
-para-debater-pne>. Acesso em: 29 jul. 2017.
Volume 16 - 2017
5
Artigo
1
Universidade do Estado de Santa Catarina. E-mail: dafnefa@gmail.com
2
Universidade do Estado de Santa Catarina. E-mail: profspanhol@gmail.com
Volume 16 - 2017
compartición de conocimientos, para anhe- A pesquisa sobre AVAs se mostra uma
lar y alcanzar la consecuente mejora de la ca- temática pertinente a ser debatida, na medi-
lidad y organización en procesos y servicios da em que aponta para aspectos relativos ao
que involucran la EaD. compartilhamento de conhecimentos exis-
64 tentes entre equipes multidisciplinares, suas
Palabras clave: Ambientes Virtuales ações e atividades nas etapas de concepção do
de Aprendizaje. Educación a Distancia y curso ou de produtos educacionais.
Associação Brasileira de Educação a Distância
Volume 16 - 2017
Estudos recentes, tem se preocupa- no perfil do estudante atualizado dinamica-
do em compreender como funcionam os mente pelo sistema. Desta forma, o ambiente
Ambientes de Experiência Educacional. cria condições para que os mesmos possam
Esses ambientes têm como base o design guiar o aprendizado de forma personalizada
66 centrado no usuário, adaptado as necessi- (BRUSILOVSKY, 1996).
dades e preferências de uso. Os ambientes
de experiência são caracterizados pelo uso Os Ambientes Inclusivos são delimita-
Associação Brasileira de Educação a Distância
de recursos, tais como: personagens, jogos, dos pela problemática da fundamentação pe-
ilustrações interativas, animações, entre ou- dagógica mais adequada a ser adotada para
tras peças gráficas que proporcionam um indivíduos com necessidades especiais. Este
tipo de visualização com níveis elevados de tipo de AVA necessita seguir os critérios de
interatividade e imersão (KOHLER et. al., acessibilidade para assegurar a participação
2011). Um exemplo é o Second Life (SL), das pessoas com deficiência em atividades,
que é ambiente virtual tridimensional aber- materiais didáticos e produtos, garantindo a
to que simula alguns aspectos da vida real melhoria da qualidade e acesso aos serviços
e social do ser humano, personificado por considerando as necessidades de cada um
um “avatar” caracterizado como um tipo (OBREGON; 2011; VANZIN; 2005).
de representação gráfica ou entidade em um
dado meio onde outros usuários podem ver Cabe ressaltar, que cada ambiente, pos-
ou interagir (CASTRANOVA, 2005). Este sui singularidades e semelhanças que se dis-
ambiente virtual é projetado para propor- tinguem e se complementam. Por exemplo,
cionar experiências cognitivas e sensoriais um ambiente pode ser ao mesmo tempo,
por meio de formas diferenciadas a aprofun- colaborativo e autônomo. Colaborativo por
dadas de interação dos usuários no ambiente enfatizar o compartilhamento do conheci-
(KOHLER et al., 2011). mento entre os atores em atividades em gru-
po, onde cada indivíduo cria uma parte do
Os Ambientes Híbridos ou Blended exercício; e autônomo por restringir a me-
Learning, dependendo de sua natureza de diação do professor e estudante, deixando a
pedagógica e características técnicas, po- interação mais centrada nos outros colegas
dem incluir tanto recursos presenciais, ou no sistema de forma geral.
quanto virtuais. O equilíbrio entre os com-
ponentes online e face-a- face pode variar No âmbito desta pesquisa, no que se re-
de acordo requisitos estabelecidos no curso fere a análise do processo de produção de
(OSGUTHORPE, 2003). Assim, o ambiente AVAs, adotou-se o Modelo ADDIE, conside-
é projetado como uma alternativa para com- rado um Sistema de Design Instrucional de
plementar as atividades desenvolvidas em referência, amplamente utilizado por desig-
sala de aula, impulsionando a intervenção ners educacionais, e construído em uma base
das práticas escolares em direção à aplicação teórica solidificada. O modelo ADDIE (análi-
de um modelo híbrido de ensino (BROD; se, design, desenvolvimento, implementação
RODRIGUEZ, 2009). e avaliação) foi configurado como uma estru-
tura útil para examinar, criar, desenvolver e
Os Ambientes Adaptativos que ao con- aplicar programas de capacitação. A Figura
trário da maioria dos ambientes que utili- (01) ilustra as etapas do processo, a seguir
zam mecanismos e conteúdos estáticos, no (GUSTAFSON; BRANCH, 1997):
qual se apresenta para todos os estudantes
o mesmo design e conteúdo, do início ao
final do curso; nesse tipo de ambiente o ní-
vel de aquisição de conhecimento é baseado
Volume 16 - 2017
conteúdos, geralmente visualizados por meio etapa em dois momentos distintos: a pu-
de mapas conceituais e escolha das mídias blicação do conteúdo no Ambiente Virtual
adequadas ao contexto de uso. Determinam de Aprendizagem e a execução, fase em
os elementos educacionais que devem estar que o aluno, já com seu acesso liberado ao
68 associados aos elementos conceituais do cur- ambiente de estudo, acessa os módulos e
so. Os elementos educacionais correspondem as unidades.
às informações complementares utilizadas na
Associação Brasileira de Educação a Distância
Com base nas entrevistas com os especia- inerentes ao processo: a) coleta de dados do
listas da área foi possível ajustar e confirmar usuário/cliente e o contexto onde a aprendi-
as informações de entrada e de saída do flu- zagem ocorrerá; b) formulação dos objetivos
xo. As informações de entrada que contem- e metas pedagógicas; c) organização do pro-
plam a primeira etapa do modelo ou análise cesso de trabalho, atividades da equipe e cro-
contempla as seguintes atividades e/ou ações nograma. As informações de entrada e saída
Volume 16 - 2017
que contemplam a etapa de design incluem: A compreensão sobre como o conhe-
a) a estruturação do conteúdo e o plano de cimento é caracterizado no ambiente orga-
gestão do design; b) a concepção das estraté- nizacional (e também no ambiente virtual)
gias e atividades de aprendizagem; c) o mapa permite que sejam elaboradas ações motiva-
70 das interações Interface-Human-Computer – doras visando estimular o nível de compar-
IHC. Na etapa de desenvolvimento as ativi- tilhamento de conhecimento entre os atores
dades e ações incluem: a) o design educacio- educacionais e as equipes multidisciplinares
Associação Brasileira de Educação a Distância
Volume 16 - 2017
PREECE, Jenny; ROGERS, Yvonne; SHARP,
Helen. Design de interação. Grupo A, 2005.
RESUMO ABSTRACT
O presente estudo surgiu a partir de refle- This study emerged from my reflections
xões e da experiência como docente na disci- and experience as a lecturer in undergraduate
plina de Educação a Distância e Métodos de and graduate programs at the Open University
Autoaprendizagem no Ensino de Graduação of Brazil in partnership with the Center West
e Pós-Graduação na Universidade Aberta do State University in Guarapuava in 2014
Brasil em parceria com a Universidade Estadual and 2015. Through an integrative literature
do Centro Oeste no município de Guarapuava, review, we sought to question the pedagogical
durante os anos de 2014 e 2015. Através de assumptions in distance higher education. To
uma revisão bibliográfica integrativa, buscou- systematize the notes, they were organized to
-se problematizar os pressupostos pedagógicos explain the virtual environment, understand
no ensino superior na Educação a Distância. students’ particularities in this context, and
Para sistematização, os apontamentos foram reflect on teaching practices considering
organizados de modo a explicitar o ambien- these characteristics. Once we had identified
te virtual, compreender as especificidades do the assumptions regarding the potential of
aluno nesse contexto e refletir sobre o ensino technology as time and space relationships
diante dessas particularidades. Identificados and enhanced reading comprehension
os pressupostos nas potencialidades da tec- through reframing, we were able to see their
nologia, como as relações de tempo e espaço bond in autonomy. Jointly-created autonomy
e de ampliação da compreensão de leitura pela which, from the standpoint of participating
ressignificação, foi possível perceber seu liame in collaborative environments, is the entire
com a autonomia. Uma autonomia gerada na prospect of distance education.
coletividade e que, pelo enfoque de participa-
ção nos ambientes colaborativos, representa Keywords: Distance education. Teaching
todo o prospecto da Educação a Distância. assumptions. Higher education.
1
Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: vanessarauerodrigues@gmail.com
2
Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: soliveira13@uol.com.br
Volume 16 - 2017
RESUMEN no ensino superior frente às possibilida-
Este estudio surgió de las reflexiones y la des tecnológicas presentes na Educação
experiencia como docente en la asignatura a Distância.
de Educación a Distancia y Métodos de
74 Autoaprendizaje en la Enseñanza de Grado A escolha dessa abordagem surgiu a
y Posgrado en la Universidade Aberta partir das reflexões e experiência como do-
do Brasil, en alianza con la Universidade cente na disciplina de Educação a Distância
Associação Brasileira de Educação a Distância
RBAAD – Pressupostos pedagógicos nos ambientes virtuais: apontamentos da educação superior a distância
2. O AMBIENTE VIRTUAL [...] uma forma de ensino que possibilita
O ambiente virtual disposto como es- a auto-aprendizagem, com a mediação
paço de aprendizagem é permeado por de recursos didáticos sistematicamente
discursos fundamentados na democratiza- organizados, apresentados em diferentes
ção e na acessibilidade à educação, mas é suportes de informação, utilizados iso- 75
envolvido também por muitos obstáculos e ladamente ou combinados, e veiculados
desafios. As tecnologias de Comunicação e pelos diversos meios de comunicação
Volume 16 - 2017
relacionada ao espaço temporal, uma relação que tem a especificidade de mediar o saber e a
que, após a ambientação virtual do espaço tecnologia, assumindo as funções de
de aprendizagem, tende a ser cada vez mais
rápida. Isso não se dá pela aceleração do en- [...] formulador de problemas, provo-
76 sino e da aprendizagem, mas pela facilidade cador de interrogações, coordenador
com que esse instrumento favorece as esco- de equipes de trabalho e sistematizador
lhas na organização da sua própria maneira de experiências. Em síntese, desempe-
Associação Brasileira de Educação a Distância
RBAAD – Pressupostos pedagógicos nos ambientes virtuais: apontamentos da educação superior a distância
exigência indicará constantemente a ques- intenções previstas no plano didático com
tão dialética que a aprendizagem a distância clareza, compreendendo o que é proposto nos
estabelece. Aspectos como distância e pro- processos educativos. Essa é uma condição
ximidade, aprender e ensinar, tempo virtual que alavanca a autonomia do aluno e o prota-
e tempo real, construção e desconstrução, gonismo no envolvimento com a sua própria 77
conceitos que por vezes assumem signifi- aprendizagem (OLIVEIRA, 2008).
cados muito diferentes no espaço virtual e
Volume 16 - 2017
a leitura permite a ampliação dos co- pressupõe a necessidade da característica da
nhecimentos e dialoga com o texto, seja interação com vistas a compartilhar conheci-
este representado por letras, sons, cores, mentos, saberes e experiências. A participa-
imagens, entre outros (p. 22). ção, entendida como colaborativa, compõe
78 um dos pilares da Educação a Distância pelo
A autora salienta a linguagem não- conceito da interatividade.
-verbal como uma ampliação do processo
Associação Brasileira de Educação a Distância
RBAAD – Pressupostos pedagógicos nos ambientes virtuais: apontamentos da educação superior a distância
O fato de as pessoas poderem expor aprendizagem, para o estabelecimento do seu
seus trabalhos na internet e receber co- próprio ritmo e para a definição de objetivos
mentários sobre eles; de produzir textos para cada etapa. Afinal, tempo é um termo
colaborativamente, de participar de co- que, assim como distância, corresponde a
munidades virtuais que oportunizam vários conceitos na Educação a Distância. 79
participação por temas de interesse, de Segundo Teperino (2006), este condicionante
discussões virtuais, de comunicação é uma característica da aprendizagem do alu-
Volume 16 - 2017
física do professor. [...] vale salientar Dessa forma, os elementos facilitado-
que a atividade que é realizada de forma res definem a aprendizagem na Educação a
autônoma na EaD, foi pensada, planeja- Distância e apontam possibilidades para or-
da, sistematizada e disponibilizada por ganizar os estudos e para estabelecer objetivos
80 um ou vários professores (ARAÚJO e a serem alcançados paulatinamente. Algumas
CARVALHO, 2011, p.186). dessas possibilidades referem-se a observar
a importância de se conhecer as característi-
Associação Brasileira de Educação a Distância
Esses professores, por sua vez, depen- cas ontológicas citadas nas abordagens, con-
dem da dedicação do aluno para que seus ceituar ou reconceituar os itens propostos,
encaminhamentos metodológicos e suas observar as diferentes formas de layout de
abordagens sejam concretizados na apren- apresentação e dedicar atenção à interação
dizagem. Essa condição de “mão dupla” na nos espaços de participação da rede. Os ele-
intervenção está direcionada ao aspecto da mentos facilitadores descrevem, portanto, as
aprendizagem colaborativa, potencialidade características necessárias que devem ser de-
atribuída às características de cooperação senvolvidas para a aprendizagem no contexto
e criatividade na produção de um conheci- da Educação a Distância.
mento conectado virtualmente. A “intera-
tividade, as possibilidades de navegação na
4. O ENSINO NO CENÁRIO
rede e o diálogo que pode ser efetivado são
VIRTUAL
condições mínimas para se estabelecer a au-
tonomia” (SERAFINI, 2012, p. 73). A abordagem de ensino se apresenta se-
parada da aprendizagem neste estudo somen-
A construção da autonomia está pre- te como uma forma de sistematizar as dis-
sente e integrada na postura de um aspecto cussões a respeito do tema central. O ensino
tratado como novo conceito na educação, e a aprendizagem fazem parte de um mesmo
a proatividade. Conforme Aguiar, Ferreira processo e o propósito é compreender, pela
e Garcia (2010), na proatividade se incluem perspectiva do professor, quais são os desafios
prontidão, antecipação, perspicácia, senso de e os obstáculos para concretizá-los.
urgência, iniciativa, agilidade, responsabilida-
de e consistência. Um aluno proativo busca o Cabe lembrar que o cenário trata do ensi-
professor e o tutor e cerca-se de outras fontes no superior intermediado pelas Tecnologias.
de conhecimento para que suas dúvidas não Quanto a essa questão, Romiszowski apud
fiquem sem respostas. A proatividade está Oliveira (2008) ressalta que grande parte das ati-
estreitamente ligada à participação do aluno, vidades didáticas do ensino presencial, ou como
mas não se restringe a ele, pois amplia as pos- o autor intitula, “convencional”, já utilizam de
sibilidades quando desenvolvida pelo tutor e algum meio não presencial, seja por materiais
professor, que por meio da prática dialógica didáticos enviados por email ou localizados no
no ambiente colaborativo, possibilitam uma sítio on-line. Incluir a mediação tecnológica no
formação mais consistente. Este fortaleci- ensino é, portanto, uma tarefa desenvolvida par-
mento da rede de interatividade favorece a cialmente muitas vezes. Todavia, as característi-
solução de problemas que o aluno pode en- cas de ensino mudam quando se constata que
contrar pois, com o auxílio coletivo à aprendi- as Tecnologias são um dos principais eixos da
zagem, ele pode se efetivar com mais autono- mediação. A articulação pedagógica precisa ser
mia. Portanto, a proatividade pressupõe o uso diferente e alguns conceitos mudados. Um deles
de mecanismos de busca de respostas, reduz é o conceito de aula.
as dificuldades e permite uma visão mais crí-
tica da própria aprendizagem. O conceito de aula virtual tem como pre-
missa uma prática alicerçada em conceitos
RBAAD – Pressupostos pedagógicos nos ambientes virtuais: apontamentos da educação superior a distância
de inovação, flexibilidade e diálogo, além da colaborativo é resultado de conhecimentos
potencialização pela rapidez e quebra de dis- adquiridos pela leitura, onde as percepções
tâncias oferecidas pela mediação tecnológica. dos sujeitos se chocam e se complementam
Com a facilitação do diálogo, é possível um nos e pelos diferentes contextos, favorecendo
diagnóstico mais apurado do que o aluno o posicionamento pela linguagem. 81
compreendeu ou não. Esse diagnóstico pode
ser sincrônico, pelos chats e webconferências, Associado aos apontamentos descritos, o
Volume 16 - 2017
mas de uma ampliação do espaço educacional n.º9.394/96). Brasília, 1998. Disponível em
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inclusão se transforma em integração e as dis- cola/leis/D2494.pdf> Acesso em 12 de 2014.
cussões sob o ângulo da inovação dão lugar
82 ao fortalecimento das relações e da constru- MALLAGI, V.;. MARCON, K.;. TEIXEIRA, A.
ção de um conhecimento sólido com ênfase C.. Ressignificação dos Papéis de Professores
em novos estudos. e Alunos na relação entre Projetos de Ensino
Associação Brasileira de Educação a Distância
RBAAD – Pressupostos pedagógicos nos ambientes virtuais: apontamentos da educação superior a distância
Comunicação e Artes, Programa de Pós-
Graduação em Educação) Universidade
Estadual de Londrina, Londrina.
Volume 16 - 2017
7
Artigo
RESUMO ABSTRACT
Este artigo apresenta o desenvolvimen- This paper presents the development of
to de uma comunidade virtual de aprendi- a virtual learning community called Landell
zagem, denominada Landell, com base no and based on the ADDIE model of analysis,
modelo ADDIE de análise, design, desen- design, development, implementation, and
volvimento, implementação e avaliação, cujo evaluation whose objective is to foster the
objetivo é fomentar o uso de ambiente virtual use of virtual learning environments in basic
de aprendizagem na educação básica. Foi ela- education. A set of guidelines in the form of
borado um conjunto de orientações na forma MOOC (Massive Open Online Course) was
de MOOC (Massive Open Online Course) designed so basic education teachers can take
para que professores da educação básica pos- advantage of the different educational uses
sam acessar os diferentes usos pedagógicos of tools and resources available, ways to set
das ferramentas, os recursos disponíveis, as up virtual learning spaces, and examples of
formas de configuração de espaços virtuais teaching sequences to offer subsidies for in-
para aprendizagem e os exemplos de sequ- corporating the Blended Learning methodo-
ências didáticas, visando oferecer subsídios logy into school activities. Various audiovisu-
para a incorporação da metodologia Blended al aids were produced, and various learning
Learning em atividades escolares. Foram objects and educational use programs were
produzidos diversos recursos audiovisuais organized and displayed to enrich and bro-
e organizados e indicados vários objetos de aden the possibilities of educational activities
aprendizagem e programas de uso educacio- using the community developed.
nal visando enriquecer e ampliar as possibi-
lidades de ações educacionais utilizando a Keywords: Educational technology.
comunidade desenvolvida. Hybrid Learning. Teacher training. Virtual
learning community.
Palavras-chave: Tecnologia educacional.
Educação bimodal. Formação de professores.
Comunidade virtual de aprendizagem.
1
Universidade Federal de Lavras. E-mail: alexandresilva@ead.ufla.br
2
Universidade Federal de Lavras. E-mail: rxmartins@ded.ufla.br
Volume 16 - 2017
RESUMEN a integração dos modelos presencial e EaD e
Este artículo presenta el desarrollo de a convergência em todos os campos e áreas,
una comunidad virtual de aprendizaje, de- desde prédios à produção de recursos edu-
nominada Landell, con base en el modelo cacionais (PRETTO, 2011)
86 ADDIE de análisis, diseño, desarrollo, im-
plantación y evaluación, cuyo objetivo es fo- O termo blended learning tem várias tra-
mentar el uso de ambiente virtual de aprendi- duções em português, mas todas incluem a
Associação Brasileira de Educação a Distância
RBAAD – Desenvolvimento de uma comunidade virtual de aprendizagem para a inserção da metodologia blended learning na educação básica
antes de responderem e interagirem discu- uma pesquisa bibliográfica e também em co-
tindo conceitos ou construindo argumen- munidades especializadas sobre avaliação de
tações; (c) acesso facilitado ao conteúdo te- AVAs, bem como sobre o uso dos mesmos em
órico trabalhado pelos professores; (d) que cursos presenciais, com interesse principal
todos percebam o caminho dos raciocínios por trabalhos relacionados à educação básica. 87
individuais e coletivos.
Foram acessados o portal de periódicos
Volume 16 - 2017
Após identificação do estado da arte 3. RELATO DO DESENVOLVIMENTO
e do AVA a ser utilizado para a criação da E DISCUSSÃO DO PROCESSO
comunidade virtual, foi iniciada a etapa de Neste relato, serão descritas as ações de-
desenvolvimento da comunidade Landell senvolvidas em cada uma das fases do mode-
88 com o propósito de organizar conteúdos so- lo ADDIE (FILATRO, 2008).
bre a utilização do AVA com indicações de
uso de ferramentas, recursos, configuração
3.1. FASE DE ANÁLISE
Associação Brasileira de Educação a Distância
RBAAD – Desenvolvimento de uma comunidade virtual de aprendizagem para a inserção da metodologia blended learning na educação básica
locais disponíveis navegação dentro da comu- Na primeira categoria, para prover a
nidade, sendo elas: (i) MOOC: uso de AVA na formação de professores para uso de AVAs
Educação Presencial, curso sobre a utilização na educação presencial, optou-se por criar
de AVA; (ii) Espaços de Aprendizagem, nos um MOOC, já que ele une a conectividade
quais os professores podem criar suas salas das redes sociais à facilitação de um espe- 89
virtuais; (iii) Troca de Experiências, que dis- cialista em um campo de estudo e concentra
ponibiliza um fórum para relatos de uso da uma coleção de recursos online de acesso
5
Gênero textual que parece um "recorte" de jornal.
Volume 16 - 2017
90
Associação Brasileira de Educação a Distância
RBAAD – Desenvolvimento de uma comunidade virtual de aprendizagem para a inserção da metodologia blended learning na educação básica
diversas atividades e exige dos estudantes do MOOC disponíveis para download e uma
conhecimentos de recursos tecnológicos, de série de recursos que podem ser aplicados
como fazer pesquisas na internet, de produ- para a criação de salas virtuais, tais como
ção textual utilizando editores de texto, de bancos de imagem, repositórios educacio-
gravação de vídeos, entre outras. A sequên- nais, programas educacionais, entre outros. 91
cia didática 2, sobre "posições relativas de
retas no plano" foi elaborada com um nú- Na terceira categoria, foi desenvolvido
Na segunda categoria, foi criada uma bi- Na figura 3, é apresenta a tela inicial do
blioteca virtual contendo todas as videoaulas ambiente para troca de experiências.
Volume 16 - 2017
escola pública do município de Lavras, Minas temperatura, calor e equilíbrio térmico, uti-
Gerais, com cerca de 30 estudantes. A pro- lizando vídeos, diário, fórum e tarefas, a sala
fessora criou uma sequência didática sobre virtual é mostrada na figura 4.
92
Associação Brasileira de Educação a Distância
RBAAD – Desenvolvimento de uma comunidade virtual de aprendizagem para a inserção da metodologia blended learning na educação básica
avaliações e impressões dos usuários sobre Considera-se que a estratégia de ofertar
a comunidade. exemplos de sequências didáticas permitiu
orientar o professor sobre como organizar
Os relatos da turma que participou da sa- seus conteúdos e como utilizar as salas de
la-piloto da disciplina de Ciências confirmam aula virtuais não somente para repositó- 93
o potencial motivador e efetivo do modelo rio de conteúdos, mas para permitir, numa
híbrido para a educação básica. Houve par- perspectiva criativa, a aplicação tecnológica
Volume 16 - 2017
de tecnologias digitais em atividades didáti- curso, Tubarão, v. 6, n. 3, p. 547-573, set./
cas e oferecendo recursos básicos necessários dez. 2006.
para que os professores mantenham espaços
virtuais de ensino e aprendizagem disponí- MARTINS, R. X.; REZENDE, D. de C.;
94 veis aos seus alunos. ESMIN, A. A. SILVA, C. R. da. Ambientes
virtuais de aprendizagem na graduação
presencial: a avaliação dos estudantes. VIII
REFERÊNCIAS
Associação Brasileira de Educação a Distância
RBAAD – Desenvolvimento de uma comunidade virtual de aprendizagem para a inserção da metodologia blended learning na educação básica
complexidade, 2005. Disponível em: http://
pt .s cr ib d.com/do c/21015693/Ar t igo-
2005-Avaliacao-de-AVAs-SCHLEMMER-
SACCOL-GARRIDO. Acesso em: 23 de jun.
de 2014 95
Volume 16 - 2017
8
Artigo
1
Universidade de Brasília. E-mail: rosanaead@unb.br
2
Ministério da Educação. E-mail:wbaxto@gmail.com
Volume 16 - 2017
through the development of a participatory condicionado à sua história social. Acredita-
culture among participants. se que a noção de interesse do homem seja in-
trospetiva. Na busca pelo objeto de seu inte-
Keywords: Massive open online course. resse, o homem se depara com as tecnologias
98 MOOC. sMOOC. da informação e comunicação (TICs) que
pode aproximá-lo ou distanciá-lo de determi-
nado grupo social, induzindo-o à formação
RESUMEN
Associação Brasileira de Educação a Distância
RBAAD – sMOOC: estudo de caso do Projeto ECO – “E-learning, Communication and Open Data”
Com o sMOOC, se pretendeu romper formación que está atrayendo a millones
com o modelo pautado na transmissão, na de alumnos em todo el mundo y que
reprodução e na utilização de modelos unidi- está alterando la manera en que las uni-
recionais, por exemplo, o modelo televisivo, versidades presenciales conciben la for-
modelo do rádio e da mídia de comunicação mación online. [...] La magnitud de los 99
de massa. Dessa forma, se propôs a utilização MOOC, la rapidez de su incremento y
de “tecnologias mais atuais na implementa- las profundas cuestiones que parecen es-
Volume 16 - 2017
MOOC – MASSIVE OPEN ONLINE Por definição, o acrônimo MOOC, em
COURSE seu sentido mais significativo, pressupõe,
MOOC (Massive Open Online Course), de fato, ser curso no formato online, aberto
termo criado por Dave Cormier que, de acor- e massivo. Essa referência estabeleceu defi-
100 do com Albuquerque (2013, p. 62), no vídeo nições para que os cursos fossem desenvol-
“What’s is MOOC?”, produzido em 2010, vidos numa plataforma online, com recurso
pelo próprio Dave Cormier, consiste em de web 2.0 e redes sociais. No aspecto aberto,
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“um curso aberto participativo, distribuído implicou que o acesso fosse gratuito, sem pré-
e idealizado para apoiar a aprendizagem em -requisitos e facilitado para os participantes.
rede ao longo da vida”. O acrônimo MOOC Por se tratar de um curso massivo, envolveria
teve origem em 2008, a partir das experiên- um grande número de participantes. Assim,
cias de Stephen Downes e George Siemens descreveu Downes (2013):
com a criação do curso “Connectivism and
Connective Knowledge - CCK” (Conectivismo So what is essential to a course being a
e Conhecimento Conectivo). Segundo, *massive* open online course, therefore,
Bartolomé e Steffens (2015), os idealiza- is that it is not based in a particular en-
dores do MOOC estavam cansados de dis- vironment, isn't characterized by its use
cutir sobre as aplicações do conectivismo of a single platform, but rather by the
e entenderam que a melhor forma de apli- capacity of the technology supporting the
car os princípios do conectivismo seria course to enable and engage conversations
colocá-los em prática em um curso online. and activities across multiple platforms.
Consequentemente, após debates realizados (DOWNES, 2013).
no âmbito da conferência Desire21Learn,
Downes e Siemens pensaram em um cur- Downes (2013) sublinha que a integração
so online denominado Connectivism and de múltiplos recursos e de múltiplas platafor-
Connective Knowledge (CCK). mas são características essenciais no desen-
volvimento de um MOOC, além disso, deve-
Tratava-se de um curso direcionado -se viabilizar a interatividade, assim como
ao estudante pagante da Universidade de promover interação entre os participantes.
Manitoba (Canadá) que também contou com Um MOOC não deve se limitar a um ambien-
a participação de outros 2300 estudantes do te fechado ou privado, nem a uma única pla-
público em geral, via internet gratuita, que taforma. Mesmo que os componentes de um
participaram do primeiro curso on-line aber- MOOC sejam on-line, abertos e massivos,
to e massivo. Enfatiza Downes (2013) que nem sempre um MOOC atende plenamente
posteriormente à experiência do curso CCK a esses componentes. Spilker e Nascimento
de Siemens & Downes, em 2008, muitos ou- (2014, p.8) esclarecem que “O termo MOOC
tros MOOCs foram desenvolvidos, sendo é por vezes enganador. Wiley (2010) sublinha
aproximadamente 40 MOOCs em diferentes que alguns dos MOOCs são massivos, mas
países. Todavia, a visibilidade do MOOC se não são abertos; alguns são abertos, mas não
deu com “os cursos oferecidos com o selo de o que se pode entender comumente por em
instituições de elite dos Estados Unidos, tais massa.” No entanto, consideram um ponto
como, o Massachusetts Institute of Technology em comum a aplicação online, uma vez que
(MIT), a Stanford University e Harvard” todos os MOOCs se apropriam desse elemen-
(ALBUQUERQUE, 2013, p.63). Ainda que to em sua realização.
iniciada em 2008, somente anos depois que o
meio acadêmico e a imprensa perceberam que Pelo mundo, algumas instituições de
os MOOCs poderiam servir como uma nova educação superior desenvolveram modelos
forma para promover a educação a distância. de MOOC que se diferenciaram quanto a
RBAAD – sMOOC: estudo de caso do Projeto ECO – “E-learning, Communication and Open Data”
sua denominação como cMOOC, xMOOC delo sMOOC buscou atender a essas novas
ou sMOOC e são voltados à aprendizagem demandas, certamente, não por modismo,
em rede, execução de tarefas, distribuição de mas pelo fato de que o modelo proposto se
conteúdo com vistas à formação continuada, assentava em “conceitos como equidade, in-
formação para acreditação e/ou autoforma- clusão social, acessibilidade, qualidade, di- 101
ção em parceria ou com recursos próprios. versidade, autonomia e abertura”. (PROJETO
ECO, 2015). O modelo foi fortemente de-
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poderão potencializar as aprendizagens dos portuguesa durante a execução do curso
participantes. Na perspectiva da aprendiza- “sMOOC Passo a Passo”, de acordo com o ar-
gem ubíqua, o emprego das tecnologias mó- gumento de Gil (2011), que explica que a téc-
veis pode favorecer o acesso à informação, a nica da observação possibilitará o mais eleva-
102 comunicação e a aquisição de conhecimento, do grau de precisão nas ciências sociais. Para
tanto em tempo quanto em espaço. O dese- a análise dos achados da pesquisa, seguiu-se
nho educacional do sMOOC, ao contrário do a técnica da triangulação, por ser considerada
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modelo tradicional de educação com foco no uma técnica comum da metodologia qualita-
professor, procura garantir que o estudante tiva e por utilizar distintas técnicas para in-
esteja no centro do processo de aprendiza- terpretação que, segundo Colás (1993), pode
gem, de modo que seja protagonista do seu ser utilizada associada aos métodos, teorias,
próprio processo de aprendizagem. informação e investigadores.
RBAAD – sMOOC: estudo de caso do Projeto ECO – “E-learning, Communication and Open Data”
103
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Quadro 1: Quantitativo de membros no curso por escolha de idioma
LÍNGUAS GRUPOS MEMBROS
Alemão 1 Grupo 8
Francês 1 Grupo 40
104
Italiano 1 Grupo 14
Português 1 Grupo 44
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RBAAD – sMOOC: estudo de caso do Projeto ECO – “E-learning, Communication and Open Data”
objetivo de aprendizagem delineado buscou- objetivos?”. Para essa etapa, foram delineadas
-se reconhecer as possibilidades que oferecem atividades relacionadas às características di-
os sMOOC como recursos para a aprendiza- ferenciais para MOOC; criação de perfil em
gem em diferentes áreas, níveis e contextos. redes sociais; partilha em fórum e Facebook
A atividade proposta para essa etapa, como - peer-to-peer - (P2P). 105
exercício, foi a elaboração de um desenho pe-
dagógico em sMOOC. Por último, a sexta temática “Avaliação
Volume 16 - 2017
da pesquisa, os observadores e participantes 6 (seis) com exigência maior da organização
do curso notaram que as atividades propostas do tempo de estudo dos observadores/parti-
na temática introdutória “Bem-vindo e intro- cipantes. Concomitantemente às atividades,
dução – Por que fazer um sMOOC?”, do am- ocorreram os processos de ambientações na
106 biente “sMOOC Passo a Passo” na plataforma plataforma ECO com o reconhecimento do
ECO, se apresentou, dada a experiência dos programa de estudo, dos enunciados das ati-
participantes em cursos online, com grau de vidades e das navegações em diferentes espa-
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RBAAD – sMOOC: estudo de caso do Projeto ECO – “E-learning, Communication and Open Data”
Na sequência dos enunciados, a Atividade a participação ativa dos participantes, evi-
1, atualização do perfil, consistiu na utiliza- denciou-se a ausência de acompanhamento
ção do recurso de criação de uma conta de e execução por parte da equipe gestora do
avatar na ferramenta Gravatars, integrada na curso sMOOC. Observou-se também que
Plataforma Eco, instalado via plugins, com a os enunciados apresentados, assim como as 107
atualização de 20 perfis dos 43 participantes orientações, foram descritos de maneira su-
do grupo da Língua Portuguesa. Na segunda cinta e em formato de tópico com destaque
Volume 16 - 2017
também a tarefa social proposta no plane- de Facebook. Aponta-se que o link de aces-
jamento do sMOOC. Entretanto, apesar do so no Facebook não funcionou, mas os de-
desenho do curso apontar para uma propos- mais espaços estavam acessíveis na própria
ta de articulação atividade/planejamento do plataforma. Nota-se que no decorrer do
108 sMOOC, não houve evidências de postagens curso foram enviados comunicados sobre
e partilhas na rede social. Tal situação pode a importância da participação dos cursistas
ter relação com a falha do link que ocorreu nas diferentes atividades propostas e nos
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direcionado ao sMOOC. A primeira ativi- sMOOC. Os tópicos propostos: “O que pos-
dade, em formato de exercício de reflexão, so avaliar? Como posso avaliar? Como uti-
propôs pensar sobre os aspectos diferenciais lizar a informação/dados num sMOOC?”,
do MOOC voltado para a definição do plano possibilitaram a sistematização de uma se-
de comunicação. Na sequência, orientou-se quência de cinco atividades apoiadas pela 109
pela pesquisa de outros MOOC com o ob- pesquisa de artigos sobre a avaliação em
jetivo de tomar como exemplos as boas prá- MOOC, seguida da orientação da partilha,
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Tabela 1: Frequência da participação Grupo Língua Portuguesa sMOOC Passo a Passo
Nº PUBLICAÇÕES SEGUIRAM OUTROS
FREQUÊNCIA OBTEVE SEGUIDORES
(POSTAGEM) MEMBROS
≥ 10 3 7% 0 0% 3 7%
110 ≥ 05 5 12% 12 28% 7 16%
≤ 04 10 23% 11 26% 4 9%
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Observa-se na tabela 1 que 7% dos mem- baixa frequência das postagens nos fóruns
bros do grupo da Língua Portuguesa reali- entre os participantes: a) o Fórum “Bem-
zaram dez ou mais postagens, 12% de cinco vindo ao curso sMOOC” teve 36 postagens;
a nove postagens e 23% entre uma a quatro b) o Fórum “ingredientes-de-um-sMOOC”
postagens, porém, 58% dos membros não teve 18 postagens; c) o Fórum “gestão
publicaram ou interagiram nos fóruns e/ou de um sMOOC” teve 37 postagens; d) o
através de microblogging. Extrai-se que 54% Fórum “avaliação de um sMOOC” teve 7
dos membros foram seguidos por outros postagens; e) o Fórum “o que posso avaliar
membros do grupo, todavia, isso não garan- num sMOOC?” teve 8 postagens.
tiu a reciprocidade entre outros membros
para formação da rede colaborativa - obten- Nesses fóruns temáticos, os participan-
ção de seguidores e seguir outros membros. tes deveriam explorar os recursos educati-
vos abertos na internet, partilhar, participar
Na categoria “seguiram outros mem- de forma colaborativa das atividades e dos
bros” constatou-se que apenas 32% dos espaços sociais (hangout, fórum, microblog-
membros seguiram outros participantes ging ou facebook). Observou-se que os par-
do grupo. Verifica-se que os mais “ativos” ticipantes mais ativos nos fóruns temáticos
não impactaram para a formação da rede partilharam, mas não estimularam o debate
colaborativa – aqui entendida como coope- com outros participantes. Denota-se que
rativa por se tratar da realização das ativi- esse comportamento, adicionado à ausência
dades separadas e não em comum acordo. da postagem do (a) moderador (a) do fórum
Notadamente, as postagens não estimula- “Plano de Comunicação e Acessibilidade” in-
ram o diálogo entre os participantes, mas fluenciaram na participação e, consequente-
sim, o ambiente configurou-se num local mente, no elevado o número de participantes
de repositório das atividades. Ressalta-se desistentes do curso “sMOOC Passo a Passo”,
que desde a primeira postagem, pelo (a) primeira edição 2015.
moderador (a) do fórum, havia orientação
da criação de uma comunidade de aprendi- As atividades avaliativas foram realiza-
zagem com a ferramenta “GRUPOS”. Nessa das por pares (participantes) com escala de
ferramenta, os participantes deveriam se 1 a 5, sendo a nota final resultante da média
enquadrar naquele grupo conforme o crité- entre os avaliadores. Nesse ponto, observou-
rio da língua de interesse. Havia orientação -se que a avaliação do participante somente
quanto à entrada e participação no sMOOC era visualizada após a realização de avaliação
no sentido do fortalecimento do ambien- de, pelo menos, dois outros participantes do
te colaborativo. Entretanto, constatou-se curso. Caso o número de avaliador (pares)
RBAAD – sMOOC: estudo de caso do Projeto ECO – “E-learning, Communication and Open Data”
fosse insuficiente, não havia a orientação so- seus próprios cursos e para que, ao mesmo
bre a possibilidade de a avaliação ser realiza- tempo, impactassem positivamente outras
da pelo moderador, tampouco houve arbitra- comunidades educativas.
gem para dirimir possíveis contestações em
caso de situação discrepante das avaliações O curso “sMOOC Passo a Passo”, na pla- 111
por pares. taforma do Projeto ECO, foi concebido no
modelo pedagógico de MOOC com vista à
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possam resultar numa cultura participativa PROJETO ECO. Plataforma integrada no
entre os membros participantes de um cur- ECO: Elearning, Comunicação e Open-data.
so sMOOC. Isso se justifica pelo forte apelo Disponível em: <http://ecolearning.eu/pt-pt/
social ao estilo das mídas sociais com foco projeto-eco/ > . Acesso em: 23 jun. 2015.
112 no processo de aprendizagem entre os mem-
bros participantes de um curso no formato SANTAELLA, L.. Comunicação ubíqua:
sMOOC rumo à colaboração e ao diálogo en- repercussões na cultura e na educação
Associação Brasileira de Educação a Distância
COLÁS. B., P.; BUENDIA. E. L.. Investigación TORRES, D. Reflexiones y primeiros re-
Educativa. Sevilla: Alphar, 1992. sultados de MOOCs em Iberoamerica:
UNEDCOMA y UNX, 2013. In: Revista
DOWNES, S. Half an Hour - What Makes Científica Iberoamericana de Tecnologia
a MOOC Massive? 2013. Disponível em: Educativa, v. 2, n. 1. Disponível em:
<http://halfanhour.blogspot.pt/2013/01/ <http://issuu.com/revistacampusvirtuales/
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em: 23 jun. 2015. 21 jun. 2015.
RBAAD – sMOOC: estudo de caso do Projeto ECO – “E-learning, Communication and Open Data”