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2017.

1 Álgebra Linear A - MAT1250 46 RETAS EM R2

Pontifí ia Universidade Católi a do Rio de Janeiro


Álgebra Linear A - MAT1250

AULA 22 - 06/JUN

Retas e planos em Rn
Última Revisão1 : 22 de Abril de 2017 14:57

cbna

Resumo
Vamos rever o onteúdo sobre retas e planos em Rn desta ando onde as ferramentas produto interno e determi-

nante, vistas nas últimas aulas, nos dão novas informações.

46 Retas em R2
Seja r uma reta em R2 uja equação artesiana é dada por ax + by = 0. Vimos nas primeiras aulas que a equação
paramétri a de r é dada por

u = 0 + tv onde u = (x, y) ∈ R2 e v = (b, −a) é um vetor diretor de r,

ou seja,
r = span {v} = span {(b, −a)} .
Então, o omplemento ortogonal de r é o onjunto
Ex.46.1
r ⊥ = w ∈ R2 | hw, vi = 0

= span {(a, b)} .

Exer í io 46.1. Mostre que r⊥ = span {(a, b)}.


Logo, as onstantes a e b que a ompanham, respe tivamente, x e y na equação artesiana de r nos dão as oorde-
nadas de um vetor (a, b) que é ortogonal à reta r.

Observação 46.1. Observe que se u = (x, y) ∈ r e w = (a, b) é um vetor ortogonal à reta r, então
hu, wi = 0 ⇔ h(x, y), (a, b)i = 0 ⇔ ax + by = 0

que é a equação artesiana de r.

Exemplo 46.1. Seja s uma reta uja equação artesiana é dada por ax + by = c. Vamos mostrar que o vetor
w = (a, b) é ortogonal à reta s. De fato, se (x0 , y0 ), (x1 , y1 ) ∈ s, então v = (x1 − x0 , y1 − y0 ) é um vetor diretor de
s, ax0 + by0 = c e ax1 + by1 = c. Logo,

ax1 + by1 = ax0 + by0 ⇒ a(x1 − x0 ) + b(y1 − y0 ) = 0 ⇒ h(x1 − x0 , y1 − y0 ), (a, b)i = 0 ⇒ hu, wi = 0.

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Elaboração: Débora Mondaini e Eduardo Pinheiro. Edição: Débora Mondaini e Eduardo Pinheiro.
Reporte erros para: deboramat.pu -rio.br

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2017.1 Álgebra Linear A - MAT1250 46 RETAS EM R2

(a) Reta r. (b) Reta s.

Observação 46.2. No exemplo anterior, note que se (x, y), (x0 , y0 ) ∈ s e w = (a, b) é um vetor ortogonal à reta
s, então
ax0 +by0 =c
hu, wi = 0 ⇒ h(x − x0 , y − y0 ), (a, b)i = 0 ⇒ a(x − x0 ) + b(y − y0 ) = 0 ⇒ ax + by = ax0 + by0 =⇒ ax + by = c

que é a equação artesiana de s.


Exer í io 46.2. A reta s do Exemplo 46.1 é um subespaço vetorial de R2 ?

Segue do Exemplo 46.1 a denição abaixo:


Denição 46.1 (Reta normal em R2 ). Seja s a reta uja equação artesiana é dada por ax + by = c e seja
(x0 , y0 ) ∈ s. Denimos a reta normal (ou reta ortogonal) à reta s em (x0 , y0 ) omo sendo a reta r que tem a
direção do vetor w = (a, b) e tal que (x0 , y0 ) ∈ r.
Observação 46.3. Note que a reta normal r tem equação paramétri a
(x, y) = (x0 , y0 ) + t(a, b), ∀t ∈ R

e equação artesiana dada por


bx − ay = c, onde c = bx0 − ay0 .
De fato, a equação paramétri a segue imediatamente da denição a ima. Para onstruir a equação artesiana, basta
observar que omo w = (a, b) é um vetor diretor de r, o vetor v = (b, −a) é ortogonal à reta r e, se (x, y), (x0 , y0 ) ∈ r
então (x − x0 , y − y0 ) também é um vetor diretor de r. Logo,
c=ax0 +by0
h(x − x0 , y − y0 ), (b, −a)i = 0 ⇒ b(x − x0 ) − a(y − y0 ) = 0 ⇒ bx − ay = bx0 − ay0 =⇒ ax + by = c.

Até agora falamos sobre a relação entre retas e ortogonalidade. Para nalizar essa seção, vamos ressaltar uma
propriedade das retas paralelas.
Exemplo 46.2. Sejam r e s retas dadas por
r = {(x0 , y0 ) + t(a, b) | t ∈ R} e s = {(x1 , y1 ) + t(c, d) | t ∈ R} .

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Figura 46.1: Reta normal.

Então,

r e s são paralelas ⇔ ∃λ ∈ R tal que (a, b) = λ(c, d) ⇔ a = λc e b = λd


 
a b a c
⇔ = ⇔ ad − bc = 0 ⇔ det =0
c d b d

Observação 46.4. Segue do exemplo anterior que:


 
a c
1. det 6= 0 ⇔ r ∩ s 6= ∅.
b d
 
a c
2. Se r = s, então det = 0.
b d

47 Planos em R3
Seja π1 um plano em R3 uja equação artesiana é dada por ax + by + cz = 0. Vimos nas primeiras aulas que a
equação paramétri a de π1 é dada por

u = 0 + tv1 + sv2 onde u = (x, y, z) ∈ R3 e v1 = (b, −a, 0) e v2 = (0, c, −b) são vetores diretores de π1 ,

ou seja,
π1 = span {v1 , v2 } = span {(b, −a, 0), (0, c, −b)} .
Então, o omplemento ortogonal de r é o onjunto
Ex.47.1
π1⊥ = w ∈ R2 | hw, v1 i = 0 e hw, v2 i = 0

= span {(a, b, c)} .

Exer í io 47.1. Mostre que π1⊥ = span {(a, b, c)}.


Logo, as onstantes a, b e c que a ompanham, respe tivamente, x, y e z na equação artesiana de π1 nos dão as
oordenadas de um vetor (a, b, c) que é ortogonal ao plano π1 .

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2017.1 Álgebra Linear A - MAT1250 47 PLANOS EM R3

Observação 47.1. Observe que se u = (x, y, z) ∈ π1 e w = (a, b, c) é um vetor ortogonal ao plano π1 , então
hu, wi = 0 ⇔ h(x, y, z), (a, b, c)i = 0 ⇔ ax + by + cz = 0

que é a equação artesiana de π1 .

Exemplo 47.1. Seja π2 um plano uja equação artesiana é dada por ax + by + cz = d. Vamos mostrar que o vetor
w = (a, b, c) é ortogonal ao plano π2 . De fato, se (x0 , y0 , z0 ), (x1 , y1 , z1 ) ∈ π2 , então v = (x1 − x0 , y1 − y0 , z1 − z0 )
é um vetor diretor de π2 , ax0 + by0 + cz0 = d e ax1 + by1 + cz1 = d. Logo,

ax1 +by1 +cz1 = ax0 +by0 +cz0 ⇒ a(x1 −x0 )+b(y1 −y0 )+c(z1 −z0 ) = 0 ⇒ h(x1 −x0 , y1 −y0 , z1 −z0 ), (a, b, c)i = 0 ⇒ hu, wi

(a) Plano π1 . (b) Plano π2 .

Observação 47.2. No exemplo anterior, note que se (x, y, z), (x0 , y0 , z0 ) ∈ π2 e w = (a, b, c) é um vetor ortogonal
ao plano π2 , então

hu, wi = 0 ⇒ h(x − x0 , y − y0 , z − z0 ), (a, b, c)i = 0 ⇒ a(x − x0 ) + b(y − y0 ) + c(z − z0 ) = 0


ax0 +by0 +cz0 =d
⇒ ax + by + cz = ax0 + by0 + cz0 =⇒ ax + by + cz = d

que é a equação artesiana de π2 .


Exer í io 47.2. O plano π2 do Exemplo 47.1 é um subespaço vetorial de R3 ?

Segue do Exemplo 47.1 a denição abaixo:


Denição 47.1 (Reta normal em R3 ). Seja π o plano uja equação artesiana é dada por ax + by + cz = d e seja
(x0 , y0 , z0 ) ∈ π . Denimos a reta normal (ou reta ortogonal) ao plano π em (x0 , y0 , z0 ) omo sendo a reta r que
tem a direção do vetor w = (a, b, c) e tal que (x0 , y0 , z0 ) ∈ r.
Observação 47.3. Segue imediatamente da denição a ima a reta normal r tem equação paramétri a
(x, y, z) = (x0 , y0 , z0 ) + t(a, b, c), ∀t ∈ R.

Agora, veremos uma outra maneira de determinar um vetor ortogonal e a reta normal a um plano.

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2017.1 Álgebra Linear A - MAT1250 47 PLANOS EM R3

Figura 47.1: Reta normal ao plano π.

Exemplo 47.2. Seja π um plano em R3 ujos vetores diretores são v1 = (a1 , b1 , c1 ) e v2 = (a2 , b2 , c2 ). Vimos na
aula anterior que w = v1 × v2 é ortogonal aos vetores v1 e v2 e
 
e1 e2 e3
w = v1 × v2 = det  a1 b1 c1  = (b1 c2 − b2 c1 , a2 c1 − a1 c2 , a1 b2 − a2 b1 ).
a2 b2 c2

Portanto, w é ortogonal ao plano π . Além disso,


1. a equação paramétri a da reta normal ao plano π em (x0 , y0 , z0 ) ∈ π é dada por

u = (x0 , y0 , z0 ) + tw, ∀t ∈ R.

2. π = (x, y, z) ∈ R3 | h(x − x0 , y − y0 , z − z0 ), wi = 0 .


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