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RODA DE CONVERSA

Saberes,
ações, lutas
e resistências

Mulheres LBTs e
Justiça Reprodutiva
SETEMBRO DE 2021
Olá, sejam bem-vindes!
Essa é a relatoria visual da Roda
de Conversa “Mulheres LBT e
Justiça Reprodutiva”, realizada em
ambiente virtual. Com o
compromisso de contestar as bases
de reprodução dessa sociedade,
queremos agregar cada vez mais
mulheres LBT e pessoas não -
binárias na luta por direitos
reprodutivos e autonomia sexual.
Gratidão pela presença.
MULHERES LBT’s E JUSTIÇA REPRODUTIVA

Lia Manso - mulher negra bissexual - Criola/RJ

Olá, que bom estar aqui! Convidamos


vocês para a gente se (re) conhecer,
desde as nossas vivências diversas e
não cis-heteronormativas.

Podemos falar sobre nossas ações institucionais mas


também como mulheres LBT‛s.

Somos diversas, com pautas diversas. Mas precisamos


centralizar as lutas em mulheres, em pessoas que são
colocadas nas bases reprodutivas da sociedade, com as
experiências de maior desigualdade e injustiça.

Adolescentes negras, por exemplo,


apesar de estarem presentes na
internet, estão distantes dos
debates institucionais sobre os
direitos sexuais e reprodutivos,
Nas organizações, o debate é feito só por mulheres adultas.
Por isso, nos conectamos às adolescentes, que já estão
debatendo nas redes, para um edital de artivismo digital.

Este é um espaço para falarmos de


direitos e autonomia sexual desde nossas
vivências diversas e colocá-las de forma
central. Está aberta a roda!

Fran Ribeiro - jornalista - SOS Corpo / Recife

Atuo, há 2 anos, na SOS Corpo,


organização que tem 40 anos de história
no mov. pelos direitos sexuais e
reprodutivos no Brasil.

Espero conhecer estratégias e aprofundar o


conhecimento sobre justiça reprodutiva.

Janine Oliveira - mulher negra bissexual, pesquisadora, assistente social


- ativista - Maria Quitéria - LBL - Frente Bissexual Brasileira/ Paraíba

Atuo no grupo de mulheres lésbicas e bissexuais Maria


Quitéria e estamos construindo esse debate no grupo.

Tô feliz em reconhecer essa rede para


debater algo tão importante para mulheres
negras LBTs. É bom ver mais pessoas na
luta para se fortalecer junto.
Mariana Taranto - bissexual - cientista social - mestranda - UFF

No GPADIM, grupo de antropologia do direito e


moralidade, pesquiso as múltiplas experiências de aborto
no Brasil, na perspectiva de mulheres que já abortaram.

Tô muito animada com a conversa, saber


mais, pra trocar ideias e varias
persepctivas.

Carolina Coelho- REDEH / Articulação de Mulheres Brasileiras / Coletivo Femicidade


/ Finadas do Aborto (performance)/ Rio de Janeiro

Oi, gente! A internet aqui não me deixa abrir a


câmera, mas vamos lá. Eu trabalho na REDEH e na
AMB no RJ.

Também construo o Femicidade, coletivo de


intervenção urbana, e integro o Finadas do
aborto, grupo de performance sobre justiça
reprodutiva. Tamo juntas!

Essa é uma discussão fundamental e importante para


todo o movimento feminista e de mulheres.

Um primeiro passo pra que a gente consiga


organizar espaços de troca, de discussão desses
temas, da justiça reprodutiva para nós mulheres,
lésbicas, trans e pessoas não bináries.
Pollyana Policarpo - não binárie - lésbica - psicóloga - pesquisadora - Rede
Feminista de Saúde - 8M / Minas Gerais.
Eu sou uma mulher bissexual e estou num espaço de mulheres
negras que tem na sua equipe mulheres de identidade de
gênero e sexualidades diversas.

Lutamos pelos direitos das mulheres


negras e sabemos como é dificil centrar a
pauta em algumas lutas que são nossas e
que não são laterais.

Falamos de morte, desigualdade e violências


que ocorrem em todos os campos, inclusive nos
direitos sexuais e reprodutivos.

Mas nossa experiências criaram bases para


movimentos como o de mulheres negras. Um mov. que
rompeu silêncios dentro do mov. negro e do mov.
feminista. Por isso, nossa experiência tem que ser
central na luta por justiça reprodutiva.

Patrícia Esteves - gestão pública - Grupo Arco-íris - Aliança Nacional / Rio de Janeiro

Olá, estou vice-presidente do grupo Arco-íris,


que constrói a Parada LGBTQIA do Rio.

Estou coordenadora da estadual da Aliança Nacional no


RJ e coordenadora nacional da Aliança nacional da área
de lésbicas. É um tema super importante pra gente tá
discutindo.
Heloisa Melino - lésbica - pesquisadora - Observatório de Favelas - Instituto Maria
João Aleixo / Rio de Janeiro

Atuo em pesquisas dedicadas ao direito à


segurança pública e a pessoas LGB e privação
de liberdade.

Venho aqui pra conhecer um pouco mais do


trabalho sobre justiça reprodutiva, sob um viés
interseccional. Lésbicas também temos muito
interesse nessa conversa.

Esse primeiro encontro é pra gente conversar e conhecer


perspectivas de lutas por direito, mulheres LBT‛s e
ativismos individuais ou coletivas.

Criola é uma organização com 29 anos e,


desde o início, debate a saúde integral de
mulheres negras dialogando, diretamente.
com elas sobre saúde sexual e sexo.

Mas quando priorizamos as vivências sexuais e reprodutivas


de mulheres negras nao-hétero e nao-cis, somos desafiadas
a falar sobre direitos sexuais e reprodutivos de um viés
diferente.

É, também falar do tema sem colocar a


perspectiva do aborto como central.
Uma desafiante estratégia, que nós
temos buscado em Criola.
Liliane Brum - lésbica - pesquisadora - REDEH - Articulaçao de Mulheres
Brasileiras - AMB/ Rio de Janeiro

A REDEH nasceu em 1990 e, desde então,


atua na luta pelos direitos sexuais e
reprodutivos com jovens e mulheres adultas.

O conceito de justiça reprodutiva está se


redesenhando, nos fazendo olhar para o lugar da vida
concreta das pessoas.

As mulheres trans, travestis e pessoas nao-binárias trazem


um outro marco pra ser incorporado nas nossas organizações
e movimentos, aportando novos desafios ao feminismo, que
marcam um avanço fundamental na superação dos binarismos
biológicos e simbólicos.

É um desafio, mudar de perspectiva e


rediscutir o significado de feminismo.
Porém é fundamental.

Virgínia Figueiredo - lésbica - Liga Brasileira de Lésbicas / Rio de Janeiro

LIGA
BRAS
ILEIRA
DE LÉSBI
CAS
A justiça sexual e reprodutiva é tudo isso.
Seria ótimo, depois dessa roda de conversa, a
gente seguir debatendo. Por exemplo, falar
sobre a invizibilização de pessoas bissexuais e
em como isso impacta a vida das pessoas.

Ou falar sobre os homens trans, que também precisam estar


presentes nos debates sobre justiça sexual e reprodutiva.
A LBL e o Coturno de Vênus estão lançando o LESBOCENSO,
primeiro censo demográfico sobre lésbicas no Brasil. Ele vai
nos ajudar a criar políticas públicas para a população lésbica.

Aqui no RJ também temos o PL 4364/2020 -


LIGA BRASILEI
RA DE LÉSBICAS

Lesbocídio Luana Barbosa - que vai criar o dia


estadual do enfrentamento ao lesbocídio. Uma
iniciativa que estimula outros estados a se
mobilizarem.

Tem também a PL 4720/2021 que determina


LIGA BRASIL
EIRA DE
LÉSBIC
AS

a fixação de cartazes em unidades de saúde


com informações específicas para lésbicas e
bissexuais. Grande avanço pra gente!

Isso é muito importante e faz a gente se conectar, fazer


parcerias nacionais com outros movimentos lésbicas
feministas e a possibilidade de formar um pacto nacional.

Nosso compromisso nao é só na saúde. A pandemia nos


trouxe a realidade, um abismo social incrível. Aumentou
muito a vulnerabilidade social das mulheres.

Nós, como feministas, precisamos falar


LIGA
BRAS
ILEIRA
DE LÉSBI
CAS

sobre isso, pois o que vemos são as pessoas


em situação de vulnerabilidade se ajudando.
Temos que ter mais empatia.
Na Frente Bissexual estamos criando o BICENSO, e para
isso, estamos fazendo uma formação para pensar quais são
os conceitos, as categorias, pensar sobre a bissexualidade
e o que a gente quer com essa pesquisa.

Faço o convite a todas, famílias e pessoas


bissexuais, pansexuais, pra divulgar o Bicenso
e construir essa pesquisa juntes.

Convidem outras mulheres e pessoas


não-binárias, a gente poderia fazer uma
outra conversa para aprofundar os temas,
trazer dúvidas, questões.

Estamos entrando em setembro, um mês emblemático para o


ativismo sobre justiça reprodutiva e para dialogar sobre as
várias dimensões da justiça reprodutiva com pessoas LBT‛s.

Obrigada a todes. Vamos preparar o solo, plantar e


germinar muita coisa no futuro.
Reflexões, sínteses e encaminhamentos
São muitos os desafios. Mas, como
disse Jurema Werneck, “nossos
passos vem de longe” e vamos
seguir compartilhando contatos e
diálogos no campo da saúde e justiça
sexual e reprodutiva; agregar mais
gente, mulheres LBT e homens
trans, com interseccionalidade.
Vamos compartilhar as conquistas e
ter mais empatia. É necessário
revisarmos o feminismo e focar nas
experiências de base. Vamos nessa!
ARTE / RELATORIA / DESIGN

REALIZAÇÃO

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