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Apostila - Empatia
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Sumário
Sumário 1
O que é Empatia? 4
O Desafio 5
Case 6
Passo a passo 10
Passo 1 - Ouça 11
Exemplo - Passo 1 13
Passo 2 - Observar 14
Exemplo - Passo 2 16
Passo 3 - Imagine 16
Exemplo - Passo 3 18
Passo 4 - Entenda 18
Exemplo - Passo 4 20
Exemplo - Passo 5 22
Revisão 22
Referência 23
Figura 2 - Desafio 5
A Comunicação com Empatia tem como objetivo ensinar ferramentas para a compreensão do
ambiente ao seu redor do ponto de vista de outras pessoas, melhorando sua comunicação e obtendo
mais resultados. Para Mahatma Gandhi, a compreensão de empatia também envolve nosso
bem-estar.
Mahatma Gandhi
Ao fim das aulas você terá a compreensão sobre como ser empático, além de conhecimento
sobre técnicas para comunicar com empatia e condições de autodesenvolvimento como um
profissional empático. Em conclusão, espera-se que o aluno possa incorporar esses conhecimentos
no dia a dia.
A empatia te ajuda a criar conexões mais verdadeiras, pois ao conseguir se colocar no lugar
do outro você começa a entender de forma um pouco mais profunda como ele se sente. A empatia
ajuda a entender o outro, seus sentimentos, seus atos e tomadas de decisão. Ela auxilia na melhora
dos nossos relacionamentos e na criação de um ambiente melhor, mais verdadeiro e produtivo.
Definição: Empatia
1) Habilidade de imaginar-se no lugar de outra pessoa.
3) Qualquer ato de envolvimento emocional em relação a uma pessoa, a um grupo e a uma cultura.
Assim como visto, a empatia tem algumas definições semelhantes que caminham na mesma
linha de pensamento. Outros conceitos similares não têm o mesmo significado e representam
diferentes comportamentos no ambiente corporativo. São eles:
● Simpatia: afinidade com o outro. Comportamentos agradáveis;
● Antipatia: falta de afinidade. Comportamentos desagradáveis;
● Empatia: se colocar no lugar do outro. Comportamentos compreensivos;
● Apatia: ignorar o outro. Comportamentos indiferentes.
“Este é um dos fatos mais básicos da psicologia humana. Ficamos lisonjeados diante da atenção de
outras pessoas. Isso nos faz sentir especiais. Queremos estar perto de pessoas que demonstram
interesse por nós. Queremos mantê-las por perto. Nossa tendência é retribuir seu interesse
mostrando interesse por elas”.
CARNEGIE, 2012, p. 137
A tendência das pessoas empáticas é de serem agradáveis. Essa regra se estende para
ambientes profissionais e pessoais.
1.2 O Desafio
Faça uma reflexão: Quando você poderia ter se comunicado com mais empatia e não
conseguiu? Existe algo que gostaria de mudar em sua postura para agir com maior empatia? Seu
líder e equipe agem com empatia com você?
Claro que ao responder as perguntas você não precisa se desanimar. Empatia não se
desenvolve de um dia para o outro. Comunicar empatia exige assertividade e a vontade de inspirar os
outros. Além disso, as técnicas e ferramentas precisam ser adaptadas aos contextos.
A fórmula proposta neste e nos demais cursos de Comunicação, envolve as demais
habilidades: assertividade, busca por inspiração e identificação das oportunidades em conflitos.
Mesmo comunicando com empatia, nossos objetivos podem não ser alcançados, pois o outro
indivíduo pode escolher distorcer nossa comunicação, ignorar a forma como abordamos e seguir o
instinto de gerar confrontos. Logo, o desafio é vencer o instinto conflitante do ser humano, vide Figura
2.
Figura 2 - Desafio
Assim como escreveu Ury (2015), é necessário alterar o sentimento de rejeição para
respeito.
2. Case
Veridiane é fundadora e gestora de uma facção focada em roupas íntimas. Durante 20 anos
investiu e cresceu no mercado. De lá para cá, acabou fazendo algumas inimizades na empresa.
Sempre saía do trabalho esgotada e sem forças para retornar no outro dia. Sentia que ao chegar, era
afundada em diversos problemas, desde questões com equipamentos até a gestão do dia a dia dos
colaboradores.
Ao caminhar pela produção da facção, cabisbaixa, esbarrou em uma pessoa. Era uma
senhora, costureira que trabalhava para ela durante todo esse tempo, que no ato percebeu que
Veridiane estava pior do que nos outros dias. Ambas entraram em um diálogo, presente na Figura 3.
Veridiane, também seguiu um roteiro simples de perguntas quando conversava com cada
uma das pessoas de sua equipe, para “perceber” mais ainda o contexto. As perguntas são reportadas
na Figura 4.
No aspecto “Imaginar”:
● Buscou colocar-se no lugar de cada cargo na sua empresa, visitando-os e participando
ativamente das rotinas, anotando melhorias de ambiente, sistema, fluxo de trabalho e
compartilhando com seus líderes para empreenderem melhorias;
● Além disso, criou um programa de “calce os meus sapatos por um dia”, fazendo
movimentações e trocas de colaboradores entre os setores para uma melhor percepção da
importância do trabalho do outro;
O que antes era exaustivo, tornou-se um prazer. As pessoas sempre sabem as melhores
soluções, Veridiane só precisava ouvi-las mais. Colocar-se no lugar de cada um da sua equipe e
tornar o ambiente cada vez mais agradável para o trabalho.
Veridiane conseguiu:
● Aumentar a produção em 15% com as ideias implementadas, reduzindo o absenteísmo e
aumentando a pontualidade;
● Melhorar a qualidade dos produtos, com novos equipamentos e técnicas sugeridas pela
equipe;
● Lançar novas linhas de produção, graças ao empenho de todos;
● Desenvolver projetos de gestão de pessoas, para a valorização dos colaboradores,
principalmente os que tinham mais tempo de empresa;
Além desses benefícios, a empatia pode ajudar nos demais aspectos da comunicação:
● Estabelecer conexões mais duradouras e verdadeiras;
● Auxiliar na gestão de conflitos;
● Propiciar uma comunicação ainda mais assertiva;
● Contribuir para o desenvolvimento do grupo;
● Maior possibilidade de ser promovido(a);
● Entregar mais e melhores resultados no trabalho;
● Estar inserido(a) em mais oportunidades.
A empatia fortalece a confiança. Uma equipe que atua de forma empática fortalece os
vínculos entre os profissionais e possibilita uma maior confiança para a entrega de resultados na
empresa.
No sentido de gerar confiança, Ury (2015) comenta sobre o direito à dignidade:
“Para respeitar os outros não é preciso aprovar o comportamento da outra parte, nem mesmo gostar
das pessoas. Apenas precisamos fazer a escolha consciente de tratar todo mundo com a dignidade
que é direito inato de todos os seres humanos”.
URY, 2015, p. 75
Porém, o exercício da empatia espera que haja respeito próprio para respeitar o outro:
“O respeito transparece como um comportamento, mas se origina dentro de nós como uma atitude.
Ele é, essencialmente, um sim aos outros – não às suas demandas, mas à sua humanidade
fundamental. E não podemos respeitar verdadeiramente os outros sem, ao mesmo tempo,
respeitarmos a nós mesmos”.
URY, 2015, p. 75
Agir com empatia no trabalho é promulgar a visão maior de uma organização que preza o ser
humano. Olhar para o profissional como um ser holístico, e não simplesmente como mais um recurso,
como uma máquina, por exemplo.
Existe uma diferença sutil entre os verbos ouvir e escutar. No decorrer do curso é possível
perceber a singularidade de cada um. A definição deles está na Figura 6.
“De todos os aspectos da comunicação, escutar é o mais importante. Isso pode não soar como uma
boa notícia – afinal de contas, a maioria das pessoas prefere falar a ouvir”.
URY, 2015, p.76
Caldini (2012) escreveu em seu livro “As armas da persuasão”, 5 dicas para o ouvir:
1) Não interrompa: Como os pensamentos são formulados a uma velocidade maior que a da
fala, existe uma grande tentação para interromper a outra pessoa. É um sinal de que não
estamos escutando, de que estamos ansiosos por desviar a linha de argumentação de quem
fala (em favor da nossa) ou de que somos mais uma das muitas pessoas que gostam mais
de falar do que de ouvir. Qualquer que seja o motivo, isso pode despertar indisposição na
outra pessoa. Ela pode ficar menos propensa a escutar atentamente o que dizemos (quando
for a vez dela de ouvir) se a interrompemos. A espontaneidade se esvai quando se é
interrompido;
2) Não termine a frase dos outros: Você pode agir assim ocasionalmente, mas não faça disso
um hábito. Continuar a fazê-lo com a mesma pessoa é não apenas irritante como também
ruim psicologicamente, uma vez que quem está falando não se sentirá no controle das
próprias ideias. Concluir as frases de alguém ocasionalmente pode demonstrar que se está
escutando e sugerir que se está atento, mas isso também pode interferir no ego da pessoa.
Pode parecer que tentamos arrancar pensamentos dela e apropriarmo-nos deles. Isso pode
provocar suspeitas e não ajuda a criar o vínculo que buscamos estabelecer;
3) Não fale enquanto outros estão falando: Outro mau hábito adotado por muitas pessoas é
falar enquanto o outro está falando. Não é difícil pensar em parentes, amigos ou colegas de
trabalho que agem dessa forma. Pode ser que o seu chefe faça isso o tempo todo. É algo
muito comum. É muito irritante quando estamos no papel de receptor. Isso significa: “Não me
importo com o que você tem a dizer, a minha história é melhor do que a sua;
4) Não aconselhe cedo demais: Este geralmente é um problema quando estamos ansiosos para
ajudar alguém, seja um amigo, um colega ou uma pessoa em um contexto profissional.
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11
Queremos oferecer apoio e ajuda, então vamos cedo demais ao assunto. O resultado é um
encerramento abrupto e prematuro da conversação de mão dupla. Se você é do tipo
“solucionador de problemas”, deve ter problemas com isso; se é do tipo que transborda
empatia, também pode fazê-lo com alguma frequência
5) Parafraseie: Escutar de forma empática é a chave para fazer avançar relacionamentos
interpessoais. A técnica do parafrasear é muito poderosa, uma vez que faz com que quem
fala perceba, do ponto de vista da outra pessoa, as ideias (e os sentimentos) que ele
transmite. Quando parafraseamos, não acrescentamos nada à mensagem, transmitimos o
sentido que apreendemos. Quem ouve diz a quem fala, usando as suas próprias palavras,
como interpretou o que foi dito.
A diferença entre os ouvir empático e o ouvir sem atenção pode ser notada pelos
colaboradores.Ury (2015) relata uma experiência nesse sentido:
“[...] Tive a oportunidade de percorrer o interior de uma grande fábrica que enfrentara sucessivos
tumultos e de conversar com os trabalhadores sobre como se sentiam depois de a empresa ter sido
comprada por outra. No enorme galpão, máquinas imensas funcionavam ruidosamente. O operador
de um dos maiores equipamentos se afastou por um momento de seu posto de trabalho para falar
comigo, retirando os óculos de segurança e os protetores auriculares. Perguntei-lhe se ele sentira
alguma diferença desde a mudança de propriedade. ‘Sim’, respondeu. ‘A diferença é que eles nos
ouvem’”.
URY, 2015 p.80
Além disso, na hora marcada, optou por seguir as dicas de Caldini (2012), vistas na Figura 9:
É natural durante uma comunicação empática, para termos uma noção melhor de todo o
contexto, realizarmos perguntas para saber mais. Isso também demonstra interesse e dedicação ao
objeto da conversa.
Veja exemplos de tipos de perguntas para aprofundar a conversa:
● Desde quando isso acontece?
● Como você se sente sobre isso?
● Você avaliou alguma alternativa?
● Compartilhou esse sentimento com os envolvidos?
● Como posso lhe auxiliar nisso?
“Se você se sentir mais confiante em sua capacidade de construir a própria felicidade, será menos
reativo aos comportamentos ofensivos dos outros. Ao tratar a si próprio com respeito, será mais fácil
tratar os outros da mesma forma e aceitá-los como são, mesmo que de início o rejeitem. Não é fácil,
evidentemente, mas, com prática e coragem, geralmente é possível converter o ciclo de rejeição
mútua em um ciclo de respeito mútuo”.
URY, 2015 p.85
Além de ouvir o que está sendo dito, tente observar o que está no “contexto”, o “não dito”,
aquilo que está sendo compartilhado, mas por signos não verbais, como a postura, o tom da voz, o
ambiente escolhido para a conversa e tantas outras informações que não estão na ordem da
linguagem verbal.
Observe o dia a dia no trabalho. Para Caldini (2012), a observação dos participantes de uma
reunião entre funcionários no escritório pode evidenciar a síndrome do “falar-falar-falar” como uma
violência. Há pessoas que interrompem continuamente com comentários supérfluos. Acreditam estar
contribuindo. Elas perdem informações importantes com as intromissões e fazem perguntas para as
quais já sabem as respostas. Mas estão se comunicando, é o que pensam, visto que estão falando.
Porém estão enganadas. A audição atenta também é parte da comunicação.
Observação generosa significa a nossa necessidade de se estabelecer como doador:
“Para cultivar a generosidade é essencial descobrir a pura alegria de se doar. Da mesma maneira
que o Sol brilha porque essa é a sua função, não porque espera alguma retribuição, podemos
descobrir o prazer de nos doar espontaneamente sem pensar em receber uma retribuição direta e
imediata”.
URY, 2015 p.94
No momento reservado para sua conversa com a enfermeira, João Carlos ouviu todos os
pontos que foram narrados pela enfermeira, e a cada nova informação, permitia que ela
aprofundasse fazendo perguntas como:
● Alguém da equipe também pensa assim como você?
● Isso já aconteceu outras vezes?
● Como você lida com isso no dia a dia?
Conforme fazia novas perguntas, percebia que a enfermeira ficava um pouco mais tranquila e
aberta à responder, narrando suas experiências com o protocolo de deterioração clínica.
Percebeu que ela era muito feliz atuando na unidade de saúde e que ficava muito triste
quando algum paciente que estava sob seus cuidados tinha uma piora no quadro clínico e ia para a
UTI ou falecia na enfermaria.
João Carlos percebeu durante a fala da enfermeira que por muitas vezes era citado o sistema
de prontuário, falhas no registro das informações, dificuldade para realizar ligações, pois havia
apenas um ramal no posto de enfermagem e outros pontos que ele anotou para analisar.
Para observar mais, neste caso, João Carlos entendeu como crucial convidar a enfermeira
para lhe mostrar pessoalmente o que ela estava fazendo. Como ela conduzia essa atividade, no
espaço em que de fato acontecia.
E foram juntos à internação.
Como funciona o passo da Imaginação? Ury (2015) ressalta que o simples ato de se imaginar
no lugar dos outros é muito mais poderoso do que se pensa. Como é o mundo sob o olhar do outro?
Como é ser essa pessoa? Se eu tivesse vivido a vida dela, como eu agiria e reagiria? Sempre me
surpreendo com a exatidão com que somos capazes de compreender o outro simplesmente
compartilhando a humanidade comum. Nossa capacidade de empatia é um talento muito pouco
explorado. E, se realmente conhecemos o outro e o que ele quer, torna-se naturalmente muito mais
fácil chegar a um acordo.
Se imaginar no lugar do outro requer um olhar ainda mais aprofundado, pois podemos
incorrer no erro de fazer isso sob nossa perspectiva, o que seria inadequado.
Para se imaginar no lugar do outro, pense a partir dos pontos da Figura 10:
A empatia sempre será o melhor caminho para evitar julgamentos precipitados e para
compreendermos melhor o cenário do outro. Alguns processos/projetos tiveram resultados “A” ou “B”
devido a todo um contexto em que não estamos inseridos diretamente.
Ao se imaginar no lugar do outro, dentro de todas as perspectivas possíveis, é hora de iniciar
o exercício de auxílio ou busca da solução, quando somos instados a isso, visto que algumas
comunicações empáticas terão o único intuito de ouvir, sem aconselhar e sem propormos nada. Essa
é a melhor estratégia “Ganha ganha”:
“O segredo para encontrar soluções ganha-ganha-ganha que sirvam a todos é mudar a abordagem
do jogo de tomar para dar. Tomar é conseguir resultados apenas para si mesmo, ao passo que dar é
criar valor também para os outros, não apenas para si mesmo. Se tomar é, basicamente, um não aos
outros, dar é um sim a todos. Dar constitui o âmago da cooperação, um comportamento que emerge
de nosso interior como uma atitude-padrão em relação aos demais”.
URY, 2015 p.90
Por isso empatia, segundo Carnegie (2012), é entender intensamente a outra pessoa a ponto
de, pelo menos naquele momento, experimentar os sentimentos dela. É ouvir intensamente e
identificar-se de modo a vivenciar a situação, os pensamentos e as emoções da outra pessoa. Porém
também é um exercício de separação:
● Evite comparar-se o tempo todo com aquele que está falando;
● Evite a leitura de mente;
● Evite filtrar a conversa.
Por fim, oferecer ajuda e conselhos apenas dentro do limiar em que fomos permitidos. Para a
prática real da empatia, não podemos acelerar os processos e tentar resolver os problemas dos
outros para ganharmos tempo. Ouça, observe, imagine e... Entenda!
João Carlos, ao chegar na internação com a enfermeira, percebeu que ela ficou ainda mais
segura, pois agora era o ambiente dela. Ali ela ditava as regras e agia dessa forma: empoderada.
Aproveitando esse momento, João refez algumas perguntas e pediu para ela simular como
seria o protocolo para prevenir uma deterioração clínica.
A enfermeira demonstrou passo a passo e envolveu diretamente João Carlos, permitindo que
ele a auxiliasse durante a aferição dos sinais vitais de um paciente, o lançamento das informações no
sistema e a tentativa de ligação para a equipe médica.
No momento da simulação, ao estar, de fato, no lugar da equipe de enfermagem, João Carlos
percebeu claramente que os pontos que foram narrados na conversa inicial eram corretos: existiam
inúmeros gargalos nesta etapa do processo e que precisavam ser corrigidos, pois criavam uma falsa
ilusão de demora/atraso por parte de uma só equipe, mas existiam outros pontos correlatos.
A partir das informações obtidas ao ouvir, observar e se imaginar no lugar do outro, é hora de
avaliar a situação para buscar o entendimento. A Figura 11 apresenta uma lista de tópicos a serem
respondidos neste passo.
“Ouvir com assertividade e empatia demonstra que você se importa e que entende a outra pessoa.
Quando sentir isso da sua parte, a pessoa naturalmente se sentirá mais confortável e confiante em
sua comunicação com você. Ela confiará em você e se abrirá mais. Se sentir que você não a
compreendeu, vai se sentir à vontade para corrigir a impressão errada que você teve. Como
resultado, você terá uma percepção mais clara e mais precisa do que realmente está sendo dito”.
(CARNEGIE, 2012, p. 138)
Para conversar esse nível de clareza, Ury (2015) separou os seis desafios para o “sim”
interior, representados na Figura 12:
Segundo Carnegie (2012), podemos acompanhar a comunicação com empatia por uma
checklist:
Não interrompo os outros nem falo por cima deles enquanto estão falando.
Concentro minha atenção completamente naquilo que a pessoa está dizendo.
Espero minha vez de falar.
Sou um ouvinte empático e faço questão de tentar entender o que os outros tentam me dizer.
Apoio e incentivo os outros enquanto falam.
Não me comparo ao orador enquanto ele está falando.
Evito ler a mente da pessoa enquanto a ouço.
Dou feedback construtivo quando falam comigo.
Interesso-me sinceramente pelo que os outros falam.
João Carlos finalizou a simulação e compartilhou com a equipe do projeto suas percepções a
partir dessa comunicação empática que estabeleceu com a enfermeira.
As perspetivas:
● A equipe de TI não havia atualizado o sistema e por isso ele estava dando erros constantes;
● Os equipamentos para aferir os sinais vitais eram insuficientes para a quantidade de leitos,
por isso também gerava uma demora até conseguir realizar de todos os pacientes e lançar as
informações;
● A quantidade de computadores também era insuficiente para os profissionais registrarem em
prontuário;
● E o único telefone presente tinha ruídos e caía constantemente a ligação. Sobre a ligação
para a equipe médica, ainda percebeu que havia uma demora importante para atender o
telefone, sendo necessário ligar repetidas vezes;
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Esses entendimentos auxiliaram na busca de novas soluções para o projeto e a partir de uma
só conversa empática foi possível compreender um cenário ainda maior, para a melhoria da
assistência aos pacientes.
Alguns dias depois, João Carlos contou suas percepções à enfermeira que ficou muito feliz
por ter sido compreendida e por ter contribuído com o projeto. Na reunião da entrega das soluções, o
gerente do projeto fez uma menção honrosa à profissional.
É muito importante, durante todo o processo, compilar as informações apresentadas para ter
um entendimento claro do que a pessoa por quem devemos ser empáticos está passando.
O próprio ato de organizar essas informações nos ajuda no processo de empatia, com uma
maior reflexão sobre o tema. Uma ferramenta muito interessante para isso é o Mapa de Empatia.
O que é necessário para um bom acompanhamento? Neste mapa entendemos um pouco
mais sobre o nosso “público" envolvido nesse processo de empatia e o que queremos como
resultado dessa comunicação. Em seguida, descrevemos no Mapa (exemplo exposto na Figura 14) a
situação em que ele está inserido:
● O que ele escuta;
● O que ele vê;
● O que ele pensa e sente;
● O que ele fala
● O que ele faz;
● Dores;
● Desejos.
João Carlos registrou o processo através de um Mapa de Empatia. Ao fazer isso, ele pode
entender melhor a situação da enfermeira. Segue a Figura 15 com o resultado.
Seu resultado foi registrar a perspectiva das dores e desejos dos operadores do processo, no
caso, as enfermeiras.
João Carlos adicionou o Mapa ao memorial do seu projeto de melhoria para poder revisitar e
entender a situação vivida.
6. Revisão
O principal que deve ser relembrado sobre o curso de empatia é a ruptura com a condição
humana de criar conflitos e não ouvir.
“Diante da rejeição, faça o oposto do que, a princípio, você se sente inclinado a fazer: em vez de
rejeitar os outros, surpreenda-os com o respeito. Assuma a liderança e converta o ciclo de rejeição
mútua em um ciclo de respeito mútuo”.
URY, 2015, p. 81
Com esse conteúdo finalizamos o curso de Empatia. Para conhecer mais o assunto, confira
os cursos da FM2S de Gestão de Conflitos, Comunicação para Inspirar e Comunicação Assertiva que
se encontram na Plataforma EAD.
7. Referência
URY, William. Como chegar ao sim com você mesmo. Rio de Janeiro: Sextante, 2015.