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A IRRADIAÇÃO DO FASCISMO NO MUNDO

3.1.1. NA EUROPA
1932 – Mussolini previu uma Europa inteiramente fascista ou fascizada nos 10 anos
seguintes.
Ao longo da década de 30, as ditaduras espalharam-se no continente europeu, alimentadas
pelos efeitos da Grande Depressão e pela descrença na capacidade de a democracia
parlamentar solucionar os problemas.
1933 – A chegada do nazismo ao poder na Alemanha e a sua consolidação fizeram-se
acompanhar da instituição de regimes conservadores e autoritários em Portugal, nos Estados
Bálticos, na Polónia, na Hungria, na Bulgária, na Roménia, na Jugoslávia, na Albânia, na
Grécia e na Turquia.
Áustria - ascendeu um partido nazi que preparou o terreno para a anexação do país pela
Alemanha, em 1938.
Checoslováquia - o parlamentarismo caiu também na órbita da Alemanha nazi que anexou a
região dos Sudetas e ocupou o que restava do país (1939).
Espanha – o general Franco instalou uma ditadura fascista após uma guerra civil de três anos
(1936-1939), obtendo o apoio da Itália e da Alemanha.

3.1.2. NOUTROS CONTINENTES


Brasil, Argentina e Chile – As democracias não resistiram à ascensão de chedes que se
apoiaram nos exércitos e no proletariado urbano, instalando ditaduras populistas.
Brasil - Getúlio Vargas chegou ao poder, mercê de um golpe militar (1930).
1937 – Aboliu os partidos e criou um Estado Novo ao estilo fascista.
Extremo-Oriente: Japão - pôs termo ao processo de democratização e ocidentalização
encetado no país. Hirohito exerceu um poder absoluto e apoiou o expansionismo nipónico na
China.
A irradiação do fascismo no Mundo beneficiou de uma perfeita concertação entre os
governos de ditadura.
Itália e Alemanha – Apoiaram o levantamento nacionalista espanhol de 1936.
1936 – Mussolini e Hitler celebraram o Eixo Roma-Berlim, reconfirmado 3 anos depois pelo
Pacto de Aço.
1936 – A Alemanha celebraria com o Japão o Pacto Anti-Komintern (Eixo Berlim-Tóquio), a
que a Itália e Espanha franquista dariam a sua adesão.

3.2. REAÇÕES AO TOTALITARISMO FASCISTA


3.2.1. DAS HESITAÇÕES FACE AO IMPERIALISMO E À GUERRA
CIVIL DE ESPANHA À ALIANÇA CONTRA O EIXO NAZI-FASCISTA
1931 – O Japão lançou-se numa política imperialista ao invadir a Manchúria e abandonou a
SDN em 1933, garantindo assim a sua liberdade de ação para futuras conquistas.
Mussolini – resolvido a fazer da Itália um império, conquistou a Etiópia em 1935-36, um
Estado reconhecido e membro da SDN. Esta interveio de imediato.
Itália - aplicaram-se pequenas sanções económicas, podendo considerar-se ter ocorrido a
primeira grande capitulação das democracias face aos fascismos.
Alemanha – acabou por beneficiar da mesma impunidade e da demissão por parte das
democracias. Tendo abandonado a SDN ainda em 1933, Hitler conseguiu que o território do
Sarre voltasse à pátria alemã através de um plebiscito, em 1935.
Iniciou um acelerado programa de rearmamento, à revelia das disposições de Versalhes.
Março de 1936 – Hitler remilitarizou a Renânia, onde o Diktak interditara a presença de
tropas e a construção de fortificações.
1938 – Anexou a Áustria e o território dos Sudetas, na Checoslováquia, a que se seguiu a
ocupação do restante território checoslovaco, em 1939.
A anexação da Áustria e dos Sudetas satisfaziam a ambição do Hitler em criar uma Grande
Alemanha, para que o que obteve o consentimento da comunidade internacional.
Acordos de Munique – 30 de setembro de 1938 – a França e a Inglaterra deram o beneplácito
à ocupação dos Sudetas, crendo estarem saciadas as ambições territoriais de Hitler.
SDN – Jamais contou com a participação dos EUA, que mantiveram uma atitude de
isolacionismo relativamente à política europeia.
URSS - só entrou na SDN em 1934, altura em que o Japão e a Alemanha a tinham
abandonado.
Todas estas ausências debilitaram a SDN.
Empenhadas em preservar a paz e receosas de uma guerra, a França e a Grã-Bretanha iam
cedendo perante Hitler, que apresentava cada reivindicação como se fosse a última.
A política pacifista e de apaziguamento por parte das democracias, que teve o seu auge nos
Acordos de Munique, revelara-se em 1936, a propósito da Guerra Civil de Espanha quando
um movimento militar nacionalista se insurgiu contra o governo republicano da Frente
Popular, eleito no início do ano.
Os nacionalistas, dirigidos pelo general Franco, representavam os grandes proprietários
fundiários, os monárquicos e os católicos.
Dispuseram do pronto apoio militar e económico de Hitler e Mussolini que se envolveram na
guerra de Espanha por razões estratégicas.
Os italianos esperavam estender a sua influência ao Mediterrâneo Ocidental, enquanto os
Alemães testariam o seu poderoso material bélico.
Republicanos – apenas contaram com a ajuda da longínqua URSS e com a colaboração de
muitos intelectuais e simpatizantes que integraram as Brigadas Internacionais.
Invocando tratar-se a guerra de Espanha de uma luta de morte entre fascismo e comunismo,
as democráticas França e Grã-Bretanha respeitaram o princípio de não intervenção da SDN,
facilitando a vitória dos nacionalistas, em 1939, e o aparecimento de mais um regime
totalitário na cena política europeia.
O expansionismo fascista parecia não encontrar entraves.
Mussolini anexava a Albânia, enquanto a Alemanha negociava com a URSS um pacto de não
agressão que previa, em caso de guerra, a partilha da Polónia entre os dois países e a
anexação dos Países Bálticos e da Bessarábia pela URSS.
Hitler pensava garantir a devida cobertura para a expansão do “espaço vital” a leste, com o
sacrifício da independência polaca.
A França e a Grã-Bretanha inverteram a sua política externa: proclamaram o seu apoio aos
países ameaçados pelo imperialismo do Eixo nazi-fascista (Polónia, Grécia, Roménia,
Bélgica, Países Baixos) e declararam guerra à Alemanha a 3 de setembro, dois dias depois de
as tropas nazis violarem a fronteira polaca.
A Segunda Guerra Mundial acabava de começar.

3.2.2. A MUNDIALIZAÇÃO DO CONFLITO


2º Guerra – Conflito verdadeiramente mundial e total.
De 1 de setembro de 1939 a 1942, as forças do Eixo estendem o seu domínio a uma grande
parte do Mundo.
Da França à URSS, passado pela Polónia, da Noruega aos Balcãs, muitos são os territórios
ocupados ou governados por colaboradores.
Japão - controla apreciáveis domínios, depois de ter destruído parte da frota americana em
Pearl Harbor, em dezembro de 1941.
Nos países ocupados, as forças do Eixo cometem as maiores atrocidades: discriminam,
torturam, massacram e remetem para campos de concentração (caso dos judeus e dos
ciganos).
Verão de 1942 – A contraofensiva aliada dá os seus frutos.
Depois da batalha de Midway, os americanos recuperam o controlo do Pacífico.
Os britânicos derrotam os alemães na África do Norte.
Os Soviéticos põem fim ao cerco de Estalinegrado, em fevereiro de 1943.
Nos últimos 2 anos de guerra, a sorte das armas mostra-se desfavorável às potências do Eixo.
O desembarque aliado na Normandia, em junho de 1944, e o avanço dos soviéticos para
ocidente libertam a Europa e aniquilam a Alemanha, que capitula sem condições a 8 de maio
de 1945.
Na Ásia, o lançamento de duas bombas atómicas conduz o Japão à rendição.
Emergem na cena da História os dois grandes vencedores: os EUA e a URSS, que
comandarão os destinos de um mundo bipolar.

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