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Canto VI

Neste canto, Baco desce ao palácio de Neptuno, a fim de incitar os deuses marinhos
contra os portugueses, pois vê-os quase a atingir o império que ele tinha na Índia. Baco
é recebido por Neptuno no seu palácio e explica-lhe os motivos da sua vinda. Por ordem
de Neptuno, Tritão vai convocar todos os deuses marinhos para o concílio. Assim que se
encontram todos reunidos, Baco profere o seu discurso, apresentando honesta e
claramente as razões da sua presença.
As lágrimas interrompem-lhe a dado momento as suas palavras, fazendo com que de
imediato todos os deuses se inflamassem tomando o seu partido. Neptuno manda a Eolo
recado para que solte os ventos, gerando assim uma tempestade que destrua os
portugueses. Sem nada pressentirem, os portugueses contam histórias para evitarem o
sono, entre as quais a dos Doze de Inglaterra. Vénus apercebe-se do perigo em que os
portugueses se encontram e, adivinhando que se trata de mais uma ação de Baco, manda
as Ninfas amorosas abrandarem as iras dos ventos.

Canto VII
Este canto refere a chegada à Índia. Camões faz, então, um elogio ao espírito de cruzada dos
Lusos, em oposição aos demais povos cristãos da Europa. Depois é o desembarque do emissário
do Gama, o encontro com Monçaide, a ida deste às naus, a descrição do Malabar, a embaixada do
capitão português ao palácio de Samorim (refiram-se as profecias da estância 55, à vista dos
baixos-relevos do palácio). Entretanto o Catual visita as naus. O Poeta aproveita as bandeiras para
fazer objetivamente mais um resumo da História de Portugal. O intérprete é Paulo da Gama.
Antes de se abalançar a mais este momento de glorificação épica, faz uma nova invocação às
Ninfas do Tejo e do Mondego para cantar os heróis representados nas bandeiras, dignos de serem
cantados, porque aventuraram a vida por seu Deus e por seu rei. O Canto termina com amargas
considerações do Poeta à sua vida de infortúnio, seguidas de observações sobre o objetivo da sua
epopeia - só cantar os que aventuraram a amada vida por seu Deus e por seu rei.

Canto VIII
Paulo da Gama, continuando a narração dentro da narração e mitificando com heroísmo
individualizado a História já narrada pelo irmão, vai explicar ao Catual interessado as
figuras de barões exemplares pintadas nas bandeiras: os fabulosos Luso, que deu o
nome ao "Reino Lusitânia" e Ulisses, o fundador de Lisboa;
Também Baco, agora pela última vez, aparece em sonhos a um sacerdote maometano e
em forma de (profeta falso) inspira-lhe ódio de morte contra os portugueses.
Apenas acordou, reuniu os principais da torpe seita e diz-lhes que aqueles são "gentes
inquietas", vivem sem Rei, sem leis humanas ou divinas.
O Catual, porém, um dos que estavam corruptos pela Maometana gente, recusa
embarcação que o transporte e prende-o, pois, revolvia na mente " astuto engano,
diabólico e estupendo".

Canto IX
O Canto IX conta-nos como os portugueses se livram dos mouros. Queriam reter
as naus lusas até virem as de Meca para as destruir. A deusa Vénus com o auxílio
de Cupido, seu filho, prepara, entretanto, uma insula divina aos navegantes para
prémio de quanto mal passaram e, finalmente, para descansarem. No regresso
passam, então, os nossos marinheiros pela ilha dos Amores, que é um meio de
que o Poeta se serve para imortalizar os seus heróis.
Aqueles que tinham partido como heróis regressam como semideuses. Todos são
recebidos com amostras de amor intenso pelas Ninfas nessa ilha deleitosa,
autêntico locus amenus. Camões termina o Canto explicando o sentido alegórico
desta ilha angélica e faz considerações sobre a forma de alcançar a imortalidade.

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