ESBOÇO: O PACTO DE DEUS COM OS HOMENS

Augustus Nicodemus

INTRODUÇÃO

1) O significado de aliança (pacto)

a. É um acordo feito entre duas partes
b. Nesse acordo estão previstos responsabilidade e benefícios de
cada parte
c. Um pacto tem símbolos e por vezes um mediador
2) A Bíblia nos ensinar que Deus se relaciona conosco com base num
pacto
3) A importância dessa doutrina
a. Ela está na base do relacionamento de Deus conosco
b. Ela é fundamental para entendermos o Evangelho
c. Ela nos fornece a base para entendermos o plano de salvação
4) Os presbiterianos são reformados aliancistas

I – O PACTO COMO A FORMA ESCOLHIDA DE DEUS SE RELACIONAR

COM OS HOMENS

1) Existe uma distância enorme entre nós e Deus

a. Ele é eterno, imutável em seu ser, onisciente, etc
b. Nós somos além de criaturas, criaturas caídas
2) Nós devemos a Deus obediência por sermos suas criaturas
a. Contudo não podemos dar-lhe essa obediência por causa de
nossa pequenez, limitações e pecaminosidade
3) Também nada podemos obter de Deus, por causa de nossos pecados
a. Nem como recompensa por nossos atos
4) Deus então voluntariamente entrou em uma aliança conosco
a. Por meio dela ele nos recebe como seu povo
b. Ele nos perdoa os pecados e nos dá a vida eterna
5) Esse pacto/aliança é a base de nosso relacionamento com ele
6) Deus sempre se relaciona com a raça humana por meio de pactos
a. Eles são bilaterais, mas não significa que as partes são iguais
b. É sempre Deus quem toma a iniciativa e garante os termos
 7) Vamos estudar o pacto de Deus com os homens do ponto de vista
histórico, à medida em que foram colocados em efeito

II – O PACTO DAS OBRAS

1) Foi o primeiro pacto que Deus fez com o homem

2) Foi feito com Adão no Jardim do Éden
3) Deus prometeu dar a Adão e aos seus descendentes a vida eterna
a. A condição era a obediência perfeita de Adão
b. Em caso de desobediência, receberia a morte física, espiritual e
eterna, para si e seus descendentes
4) A árvore do conhecimento do bem e do mal era o teste da obediência
5) Adão desobedeceu a Deus ao comer do fruto da árvore
a. Sua natureza tornou-se pecadora e inclinada ao mal
b. Tornou-se incapaz de obter a vida eterna por esse pacto
c. Colocou-se e a seus descendentes debaixo do julgamento e da
ira santa de Deus
6) Isso não anulou o pacto das obras – toda a humanidade se relaciona
com Deus por meio dele. Nascemos debaixo desse pacto
a. Por isso estamos todos perdidos pois Deus continua exigindo
obediência perfeita aos descendentes de Adão
b. E nenhum de nós pode fazer isso de maneira perfeita

III – O PACTO DA GRAÇA

1) Deus, na sua misericórdia, introduziu ao lado do pacto das obras um

outro pacto, desta feita não com os homens, mas somente com
aqueles que Deus elegeu e escolheu na eternidade para a vida eterna
2) É chamado de pacto da graça, em contraste com obras
a. Deus oferece a vida e a salvação livremente aos pecadores
eleitos a vida
b. Essa salvação é concedida mediante Jesus Cristo, nosso
representante diante de Deus nesse pacto
i. Ele obedeceu perfeitamente a Deus como homem
ii. Ele levou sobre si na cruz o castigo da nossa
desobediência, de nossos pecados
 c. Deus exige de nós que tenhamos fé nele para sermos salvos
i. Ele dá aos seus eleitos o Espírito Santo
ii. O Espírito nos capacita a crer
3) Ele entrou em vigor historicamente no jardim do Éden
a. A promessa do Salvador, Gen 3.15
b. O simbolismo dos animais mortos, Gen 3.21

IV – O ANTIGO TESTAMENTO

1) O pacto da graça foi administrado por Deus em duas etapas, o Antigo

e o Novo Testamento
2) No período entre Adão e Cristo, que chamamos de Antigo Testamento
ele foi administrado por Deus aos eleitos através de:
a. Promessas
b. Profecias
c. Sacrifícios
d. A lei de Moisés, que exigia
i. Circuncisão
ii. Cordeiro Pascoal
iii. Sacerdócio levítico
iv. Templo
v. Dieta religiosa
vi. Calendário sagrado – sábados, festas
3) Todas essas coisas eram figuras do Cristo que haveria de vir, como o
mediador da aliança, aquele em quem a salvação era possível
4) Mediante a ação do Espírito, essas coisas era suficientes para:
a. Levar os eleitos à fé em Jesus Cristo, o Messias vindouro
b. Instrui-los na fé e fortalece-los
c. Trazer-lhes perdão de pecados e a vida eterna
5) Eles eram salvos mediante a fé no Messias que haveria de vir
6) No Antigo Testamento, o pacto da graça foi sendo gradualmente
desenvolvido através de pactos secundários com Noé, Abraão, Moisés
(Israel) e Davi, mas a substância era a mesma.
V – O NOVO TESTAMENTO

1) É o período que vai da primeira vinda de Cristo até sua segunda vinda
2) Agora debaixo do Evangelho, o pacto é administrado através de:
a. A pregação da Palavra de Deus
b. A administração do batismo
c. A celebração da Ceia do Senhor
3) Essas ordenanças são mais simples, em menor em número e menor
glória externa do que aquelas que havia no Antigo Testamento
a. Não temos mais o templo de Salomão em Jerusalém
b. Não temos mais sacerdotes e levitas
c. Não temos mais sacrifícios de animais e ofertas pacíficas
d. Não temos mais festas religiosas
4) Contudo, através delas o pacto é manifestado com maior:
a. Eficácia
b. Plenitude
c. Evidência espiritual
d. A todas as nações, tanto judeus como gentios
5) Portanto, é o mesmo pacto da graça administrado em duas
dispensações

AS IMPLICAÇÕES DA DOUTRINA DO PACTO

1) Com relação à maneira da salvação (obras e graça)

2) Com relação à igreja e Israel
3) Com relação à obra do ES nos eleitos
4) Com relação aos filhos dos crentes (não significa regeneração)
5) Com relação aos sacramentos e Dia do Senhor
6) Com relação à interpretação da Bíblia
7) Com relação ao dispensacionalismo

TEXTOS E RECURSOS ADICIONAIS

“Implicações da Teologia do Pacto” (Augustus Nicodemus) – vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=xQJTU3LRRi0

“O que é teologia do pacto” (Lingon Duncan

http://www.monergismo.com/textos/teologia_pacto/teologiapacto.htm
“Teologia Reformada é Teologia do Pacto” (Richard Pratt)
https://bereianos.blogspot.com/2016/03/teologia-reformada-e-teologia-do-
pacto.html

“Uma Breve Introdução ao Estudo do Pacto” (Mauro Meister)

http://thirdmill.org/portuguese/63346~9_19_01_10-35-
35_AM~breve_introducao_ao_estudo_do_pacto.htm