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O benzeno é uma das substâncias mais produzidas industrialmente e utilizadas em

muitos setores produtivos, pois se constitui em matéria prima pra produção de muitos
materiais. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP, 2013),
o benzeno é o quinto produto orgânico mais usado em todo o mundo e um dos sete mais
utilizados como matéria-prima para a produção de milhares de outros produtos.
É altamente inflamável, pouco solúvel em água e miscível na maior parte dos solventes
orgânicos (IARC, 2012), e volátil, o que pode facilmente provocar contaminação atmosférica
(FERNANDES et al., 2002). Por ser uma substância altamente tóxica e cancerígena, exige maior
controle e precaução, admitindo-se que não há limite seguro de exposição (IARC, 2012; WHO,
2010).
Segundo a OMS, o benzeno é altamente perigosos e pode afetar negativamente a saúde
da população e o meio ambiente, quando exposta a esse agente. A OMS o classifica entre os
dez maiores problemas químicos para a saúde. Seu uso está restrito a indústrias e
laboratórios que o produzam, bem como constituinte de combustíveis derivados de petróleo e
nas análises laboratoriais nas quais não haja outra substância que o substitua (BRASIL, 1995b).

Vias de exposição
As principais vias de exposição ao benzeno para a população em geral são as vias
respiratória e oral. Já para os trabalhadores, a absorção pela pele é uma via importante de
contaminação. Para a saúde pública, a via de contaminação mais importante é a respiratória.
Por essa via, a quantidade de benzeno absorvida rapidamente chega à corrente sanguínea,
distribuindo-se pelos tecidos (JOHNSON, 2007; COSTA, 2001).

Formas de exposição
No trabalho:
A exposição ocupacional ao benzeno ocorre em diversos setores incluindo indústrias
químicas e petroquímicas, siderúrgicas e locais revendedores de derivados de petróleo, como
os postos de combustíveis (GERALDINO et al., 2020). 
No ambiente:
A principal fonte de exposição ambiental ao benzeno ocorre por meio da eva poração da
gasolina. As fontes principais emissoras são as indústrias; no entanto, nos grandes centros
urbanos, onde há maior concentração de veículos, a população em geral está exposta a
concentrações preocupantes de benzeno no ar. Há também outras fontes de exposição ao
benzeno, provenientes de hábitos e costumes da população, como o tabagismo, por exemplo,
considerando que a fumaça de cigarro é uma das principais fontes não ocupacionais ao
benzeno, em ambientes fechados (HESTER et al., 1998).
Principais efeitos á saúde
No Brasil, o conjunto de sinais, sintomas e complicações, decorrentes da exposição ao
benzeno, é chamado de benzenismo. As complicações podem ser agudas, quando ocorre
exposição a altas concentrações em um curto período, ou crônicas, quando a exposição se dá
por um longo período a baixas concentrações.
Efeitos agudos:
 Aceleração dos batimentos cardíacos, dificuldade respiratória, tremores, convulsão,
irritação das mucosas oculares e respiratória, podendo causar edema (inchaço)
pulmonar. Também pode ocasionar efeitos tóxicos para o sistema nervoso central, causando
narcose (diminuição das atividades neuronais) e excitação, seguida de sonolência, tonturas,
cefaleia, náuseas, taquicardia, dificuldade respiratória, perda da consciência e morte (ATSDR,
2007).
Efeitos crônicos:
 Anemia, sangramento excessivo (no nariz, por exemplo) e queda do sistema
imunológico, aumentando  as chances de infecções e de desenvolvimento de cânceres
sanguíneos de vários tipos, como  as leucemias, além da suspeita de relações a outros tumores
(INCA, 2012).
 As alterações do estado de consciência e excitação seguida de sonolência, tem relação
com a quantidade absorvida. Sintomas como alterações da atenção, percepção, memória,
habilidade motora, função cognitiva, raciocínio lógico, linguagem, aprendizagem e humor
também são observados durante os efeitos crônicos da exposição ao benzeno (BRASIL, 2006).
 Alterações dermatológicas como eritema e dermatite irritativa também são relatados.
Alguns estudos indicam ainda abortos espontâneos e problemas menstruais (ACURI et al.,
2012).
As queixas mais comuns dos trabalhadores de postos de combustíveis são tontura, dores
de cabeça, enjoos, boca seca e olhos irritados. 

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