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Domingo de Pentecostes
I – Situação Litúrgica
1. Significado da festa – No Antigo Testamento celebrava-se os cinquenta dias da Páscoa
e foi instituída por Moisés como recordação da promulgação da lei sobre o Sinai. No
Novo Testamento celebra-se também os cinquenta dias da Pascoa para comemorar a
promulgação da nova lei, não escrita em tábuas de pedra, mas esculpida nos corações
vivos dos moradores do cenáculo pelo Espírito Santo.
2. Fim do ciclo da redenção – A festa de Pentecostes encerra o ciclo da redenção já que a
missão do Espírito Santo constitui o último ato de Cristo como Redentor da
humanidade. Por ser a Festa do Espírito Santo é por isso mesmo a festa do Amor.
II – Epistola (Foi mantida a leitura dos Atos dos Apóstolos do rito S Pio V)
1. Perseveravam unânimes na oração com Maria – Nesta passagem aparecem as duas
condições necessárias para receber as graças do Espírito Santo, reunidos em
companhia da Virgem e rezando. A mãe do Cristo físico, Mãe também do Cristo
místico. Como o Espirito Santo veio sobre Ela na encarnação para constituí-la Mãe de
Deus, assim vem em Pentecostes novamente para proclamá-la Mãe da Igreja.
2. Estavam todos – Possivelmente não só os doze, mais sim, os cento e vinte de que se
fala no capítulo anterior.
3. Ruído do céu como de vento impetuoso – Significava o ímpeto de amor a grandeza de
Deus. O vento é a imagem usada por Jesus para comparar a obra do Espírito Santo (Jo
3,8).
4. Línguas de fogo – Por ser fogo, aquece e ilumina para amar e entender e penetrar
intimamente, convertendo em chama o corpo de que se apodera. Por ser língua,
parece indicar a fé e o amor que devem encher a palavra, fim e elemento essencial de
todo apóstolo.
5. Começaram a falar em línguas estranhas – Não devemos confundir com o dom da
glosolália das primeiras reuniões cristãs em que, quem recebia podia expressar-se em
línguas desconhecidas para ele que outro necessitava interpretar (I Cor 14,28).
Pensamos que foi um dom dirigido especialmente aos apóstolos para que pudessem
propagar a boa nova entre gente que não falava aramaico nem grego, como era
frequente no império romano.
6. Segundo o Espírito lhes dava – É o ideal do pregador. Os apóstolos seguiram a moção
do Espírito Santo. O apóstolo deve aplicar todos os meios e esforços da natureza
humana que Deus lhe deus, para abandonar-se depois ao Espírito, a quem primeiro
ganhou com a oração e a penitência, sem falar nunca nada que o mesmo Espírito não
possa inspirar. “non in persuasibilibus humanae sapientiae verbis” (I Cor 2,4)
7. Estupefatos de admiração – A admiração dos judeus malévolos, dos de boa vontade e
dos peregrinos foi muito diferente. Destes últimos nascia do milagre que
presenciavam, não estavam muito interados do acontecido anteriormente. A dos
judeus sinceros, incluso sacerdotes lhes levou a batizar-se em massa, atônitos ao ouvir
as testemunhas da ressurreição. Com efeito, em Anás, Caifás e seus sequazes já
conhecemos. É um exemplo triste de como a mesma graça que converte uns serve de
condenação para outros.
8. Pedro – “Levantou-se Pedro...” assim a Igreja se apresentou ao mundo. Após justificar
os seus começa o sermão centrado em um dogma e uma prova: a divindade de Cristo
é o dogma; o vimos ressuscitado é a prova.
Santos:
I - São João Crisóstomo – Trechos das homilias da festa de Pentecostes deste santo.
1. A frequência em assisti a missa
a. A festividade de hoje volta a adornar esta igreja com a multidão de seus
amados filhos. Mas, o que vale este amor revelando-se apenas nas
grandes solenidades? Vale o mesmo que um formoso vestido a uma
mulher honesta se não o veste. Vós sois o adorno da igreja, que brilha
mais quanto maior é vossa assiduidade aos divinos ofícios. Que formosa e
tão decorada luz neste dia! Mas... que pena... os mesmos que hoje a
vestem, amanhã a desnudam.
Aos judeus foi ordenado que se apresentassem três vezes ante o Senhor,
porque só possuíam um templo em Jerusalém e para chegar a ele haviam
de percorrer grandes distâncias e inclusive atravessar os mares. Deus quer
que nós estejamos sempre com Ele, e por isso nos deu as igrejas de modo
que quase não tenhamos nem mesmo de cruzar uma rua.
1. Por que veio? – três razões: 1) Porque era desconhecido – Deus Pai era conhecido
ou pelo menos podia ser conhecido em todo o mundo. O Verbo havia sido
conhecido pelos antigos filósofos e, ademais, se havia manifestado em Cristo,
porém o Espírito Santo permanecia desconhecido. 2) Para manifestar a bondade e
caridade de Deus – Como nos ensina São Paulo: Não recebemos o espírito do
mundo, mais sim o espírito de Deus, para que conheçamos os dons que Deus nos
concedeu (1Cor 2,12) 3) Para completar a obra de Cristo – o qual, vindo a terra nos
fez filhos de Deus e co-herdeiros de sua glória. Cristo deixa a semente, são os
apóstolos. Porém, desce o Espírito Santo e faz florescer a geração nova de águias
que se lançam a conquistar o orbe.
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A Paz
1. O mundo perdeu a Paz.
a. Uma civilização que se diz discípula de Cristo, cuja vinda foi saudada
com o cântico de “paz na terra” (Lc2,14), se suicida em guerras civis,
sociais e internacionais.
2. Por que?
a. Sem embargo, Cristo não se limitou a deixar a paz, mas nos deu e nos
deixou. Deu-nos pois os meios para viver nela. Porque não
desfrutamos dela?
i. II Guerra mundial – Na véspera dos nazistas ocuparem Paris,
que ardia em chamas. A rádio transmitia um ato
emocionante. “O povo católico congregado na basílica
nacional dedicada ao Sagrado Coração de Montmartre. O
locutor interrompeu a recitação das ladainhas nas quais
invocava todos os santos franceses repetindo: “Rogai pela
pátria!” e começou a anunciar o nome dos políticos franceses
que , para levantar o ânimo da população (tarde demais) ,
vinham unir-se a oração coletiva. Estavam ali reunidos
diversos nomes de uma longa tradição de irreligião. Podiam
ver ali um símbolo. Uma humanidade que se empenha em
rechaçar a “paz de Cristo” e substituí-la pela “paz do mundo”
4. A Paz de Cristo
a. Santo Agostinho: diz que a Paz é a “tranquilidade da ordem” (Civita
Dei XIX 13: Pl 41,640)
i. Se em uma família reina a ordem devida, residindo na
autoridade do pai, na sujeição amorosa da mãe e na
obediência dos filhos, se admira a paz em que vive.
Introduzindo a desordem, desaparece a paz; tudo se
transforma em desgosto.