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Anita 3

 Em 12 de maio, o cantor Zé Neto, da dupla com Crisitano,


fez um discurso no palco durante um show Sorriso (MT) no
qual ironizou a "tatuagem no toba" de Anitta. Na
ocasião, ele disse que ele e o parceiro são artistas que "não
dependem da Lei Rouanet".
 A partir dali, Zé Neto virou alvo dos fãs de Anitta nas redes
sociais. As críticas partiram do fato de que o cantor,
embora ataque a Rouanet, faz shows com verbas de
prefeituras – era precisamente esse o caso da
apresentação em Sorriso, que custou R$ 400 mil.
 Mas esse tipo de show não é exclusivo de Zé Neto e
Cristiano. Sertanejos e artistas de outros estilos, inclusive a
própria Anitta, já ganharam cachês altos de
prefeituras, como mostrou o g1 em 19 de maio.
 Nasceu, assim, o debate sobre contradição entre as críticas
à Lei Rouanet, cujos projetos passam por vários critérios e
controles, e shows de prefeituras, feitos sem licitação.
 O artigo 25 da Lei das Licitações permite que as prefeituras
contratem um nome consagrado sem que seja feita uma
licitação. A contratação pode, segundo a a norma, ser
direta ou por meio do empresário do artista, contanto que
ele seja "consagrado pela crítica especializada ou pela
opinião pública".
 Mesmo assim, ainda é preciso haver um contrato público
sujeito a controle de órgãos como Tribunais de Contas e
Ministério Público. Entenda a diferença.
 Nas redes sociais, o tema entrou em alta, e ganhou até a
hashtag #CPIdoSertanejo – não existe uma CPI de verdade,
mas o assunto continuou repercutindo todos os dias.
 O foco passou para Gusttavo Lima, que teve os maiores
cachês revelados até agora. O Ministério Público de
Roraima abriu investigação sobre verba de R$ 800 mil em São
Luiz, cidade de 8 mil habitantes, 32% em extrema
pobreza, como mostrou o g1 em 24 de maio.
 Em 25 de maio, um cachê ainda maior para Gusttavo
Lima, de R$ 1 milhão em Magé (RJ), foi divulgado.
 Já em 26 de maio, o cantor disse que "não cabe ao artista
fiscalizar as contas públicas".
 Em 27 de maio, outro show de Gusttavo Lima foi questionado pelo
cachê de R$ 1,2 milhão; a apresentação ocorreria em
Conceição do Mato Dentro (MG), cidade com 17 mil
habitantes. Também em 27 de maio, o g1 mostrou que o
dinheiro veio de recursos que só poderiam ser usados em
educação, saúde ou infraestrutura.

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