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I) Dignidade do povo
II) Mudança do modelo de desenvolvimento
III) Prioridades dos gastos públicos
IV) Corrupção na política.
Chile, México, Rússia e Ucrânia antecessores ao Brasil nesse sentido (Entre 2011 e
2012 seus inícios). Além da primavera árabe que foi muito evocada nos discursos se
bem me lembro. Hong Kong no mesmo período. Movimentos populares na Espanha,
Grécia e Portugal. O bizarro são os resultados disso. No Chile a universidade virou
pública, ponto positivo. Na Rússia não vi muitos resultados positivos. A Espanha e
Portugal se não me engano se polarizaram muito. Em Portugal o governo segue de
esquerda.
Brasil. Governo progressista do PT, com Lula e Dilma. Reduz pobreza e melhora nos
padrões de vida da população, porém, há a recessão de 2014. Turquia e Chile há
melhora, porém, há bolsões de pobreza. “Os movimentos sociais não são consequências
diretas de crises econômicas, pobreza ou regimes autoritários. É assim em alguns casos,
mas não em outros” (CASTELLS, 2017, p. 170). Mas há características similares, como
a crise do sistema político. Partidos políticos desprezados na maioria dos países.
Corrupção e políticos profissionais são temas correntes, em que os políticos cuidam de
seus próprios interesses. As pessoas não encontram canais de expressão e representação
adequada nas instituições políticas, sendo a manifestação direta a forma alternativa de
mostrar necessidades e desejos e de reinventar a democracia.
“Menos de 18% dos internautas usavam as redes em campanhas sociais ou políticas” (p.
171). As redes sociais são um modo de vida da população jovem. Logo, os protestos
também ocorrem ali.
São Paulo – MPL, criado no Fórum Social Mundial de Porto Alegre em 2005 lidera as
manifestações. Juiz suspende o aumento das tarifas, em 6 de junho teve um protesto
coordenado pelo MPL, Anonymous e pela Mídia Ninja. 20 mil manifestantes
bloquearam a principal avenida da cidade com a pauta da gratuidade do transporte
público. Repressão violenta. Manifestações prosseguiram, até 13 de junho com
barricadas erguidas no centro de São Paulo. Chegou ali outros temas: corrupção e
desperdício de verbas públicas para a Copa do Mundo de 2014.
20 de Junho – 1,5 milhão de pessoas em São Paulo, corrupção política como bandeira.
Dilma se colocou como favorável aos manifestantes, prometendo revisão das tarifas e
cancelamento do aumento de passagens e aumento dos gastos públicos nas áreas
pedidas. Reconheceu as falhas do sistema político, nepotismo, irresponsabilidade dos
partidos e necessidade de uma nova constituição, a ser submetida a referendo,
contornando o controle do Congresso pela classe política.
Presença de grupos conservadores e de extrema direita, mais nas redes sociais do que
nas ruas. “Movimento contra a Corrupção”, liderado por Demóstenes Torres, de direita,
indiciado por aceitar propinas. Anonymous até apoiou as manifestações, mas com 7
grupos rivais com esse nome, alguns com disfarces da extrema direita e financiados por
grupos empresariais.
“Embora o movimento não tivesse um programa preciso, muito menos uma liderança
organizada, suas posições indicavam claramente o desejo coletivo de criar um tipo
diferente de sociedade e Estado, baseado na busca de uma qualidade de vida
multidimensional e de uma experiência de democracia participativa” (p. 183).
“Os movimentos sociais muitas vezes são desencadeados por emoções derivadas de
algum evento significativo que ajuda os manifestantes a superar o medo e desafiar os
poderes construídos apesar do perigo inerente a suas ações” (p. 190) (Pode-se falar aqui
na abertura de uma janela de oportunidades talvez).
“A mudança social envolve uma ação individual e/ou coletiva que é, em sua essência,
emocionalmente motivada, da mesma forma que todo comportamento humano” (p.
190).
“A raiva aumenta a percepção de uma ação injusta e com a identificação do agente por
ela responsável. O medo desencadeia a ansiedade, associada à evitação do perigo. Ele é
superado pelo compartilhamento e pela identificação com outros num processo de ação
comunicativa. Então a raiva assume o controle, levando ao comportamento de assumir
os riscos” (p. 190).
Castells concorda com a ideia dos aprendizados dos movimentos, ou seja, do repertório
de ação.
“Os movimentos são virais (...). Ver e ouvir protestos em algum outro lugar, mesmo que
em contextos distantes e culturas diferentes, inspira a mobilização, porque desencadeia
a esperança da possibilidade de mudança.” (p. 194).
Nos casos observados, por criticarem as lideranças políticas, cria-se movimentos sem
lideranças também, sendo autogovernado pelos seus membros. Favorece a cooperação e
solidariedade, e reduz a necessidade de lideranças formais.
“São movimentos sociais voltados para a mudança dos valores da sociedade, e também
podem ser movimentos de opinião pública, com consequências eleitorais. Pretendem
transformar o Estado, mas não se apoderar dele” (p. 197).
“Os movimentos sociais, embora surjam do sofrimento das pessoas, são distintos dos
movimentos de protesto. Eles são essencialmente movimentos culturais, que conectam
as demandas de hoje com os projetos de amanhã.” (p. 199).
“A resposta usual das elites aos movimentos de protesto é referir-se à vontade do povo”
(p. 204).
“A influência positiva dos movimentos na área política pode ocorrer indiretamente com
a assunção, por partidos ou líderes políticos, de alguns de seus temas e demandas, em
especial quando estes alcançam popularidade entre amplos setores da sociedade” (p.
204).