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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Instituto de Filosofia e Ciências Humanas


Departamento de Sociologia
Introdução à Sociologia

Grande Mídia e Mídia Alternativa na cobertura das Manifestações


de Junho de 2013 no Brasil

Calane Taborda

Porto Alegre, 2015.


1. Introdução

Em junho de 2013 centenas de milhares de manifestantes ergueram suas


bandeiras por todo o Brasil exigindo mudanças na política e nos rumos do país.
A partir deste momento icônico para a história nacional, inúmeras questões
despontaram, entre elas, a insurgência do povo percebendo sua voz e
capacidade de fazer política, a ação da mídia cobrindo as manifestações, a
repressão da polícia e a própria grandiosidade do fenômeno e seus impactos.
A mídia é um espaço de poder, e como tal, na sua capacidade de
disseminar informação, pode influenciar fortemente a construção cultural e
política de uma nação. O que foi visto em 2013 é que a mídia desvirtua-se de
sua função original, de oferecer informações transparentes, distorcendo e
manipulando os fatos da forma que melhor lhe convém.
Inicialmente, a reação da mídia tradicional perante as manifestações foi
de atribuir-lhes um caráter violento e que, portanto, mereceria uma resposta
igualmente violenta da polícia. À medida que o movimento tomou maiores
proporções o discurso se alterou, tornando-se mais brando, ressaltando a
qualidade pacífica dos protestos e de uma minoria agressiva.
Essa mudança na apresentação da informação pode ter se dado uma vez
que a mídia percebe o uso político que poderia fazer de um movimento tão
propício para manipulação como as manifestações de junho de 2013.
Considere-se ainda que no ano seguinte ocorreriam eleições, e certamente o
papel das grandes mídias cobrindo tais acontecimentos poderia ser fator
decisivo para mudanças políticas de seu interesse.
Importante também é ressaltar a ação policial durante os protestos. A
força policial utilizou-se muitas vezes de formas truculentas para lidar com os
manifestantes, o que gerou justa indignação do povo. A atuação da mídia
alternativa foi fundamental para trazer esses casos à tona, considerando que
eram convenientemente esquecidos pela mídia tradicional.
Os eventos de junho de 2013 foram muito ricos nas suas múltiplas
reivindicações e pela significância da voz popular ganhando força por todo o
país. Nesse cenário a ação da mídia foi de suma importância, tanto a cobertura
tradicional quanto a emergência de uma forma alternativa de informação.
2. Objetivo

Comparar a ação da mídia brasileira tradicional e alternativa na cobertura


das manifestações de junho de 2013, haja vista a relevância de considerar a
função social da mídia e sua participação na política nacional.

3. Sobre as manifestações

Em junho de 2013 uma multidão de milhares de cidadãos tomou as ruas


do país. Manifestando sua indignação com diversos temas, o movimento pedia
melhorias em saúde e educação, punições severas à corrupção e diminuição
das tarifas do transporte público. Essa multiplicidade de reivindicações tornou
difícil, num primeiro momento, compreender os manifestantes e o complexo
fenômeno.
As diversas bandeiras que eram defendidas são o conjunto de
insatisfações da população brasileira que anteriormente não eram ouvidas, e
vieram à tona num rompante, assim que o povo percebeu seu potencial político
e de reivindicação. Com o os slogans: “Vem pra rua”, “O gigante acordou” e
“Não é por 20 centavos”, os manifestantes davam voz, enfim, a uma variedade
de descontentamentos que há muito tempo eram represados.
É possível pontuar os protestos em três fases distintas. Começando pelas
manifestações do MPL (Movimento Passe Livre) composta principalmente por
estudantes, e convocadas para contestar os aumentos de tarifa no transporte
coletivo. Em seguida a popularidade das manifestações aumentou, levando
milhões de pessoas às ruas protestando por melhores serviços públicos. Logo
após a explosão do movimento vem a fase das ações dos black blocs, que já
não reuniam a grande massa popular.
Seguindo a onda de protestos, vários movimentos que já possuíam um
histórico de lutas, incluindo alguns partidos políticos, juntaram-se às passeatas
levantando suas bandeiras. A atitude foi prontamente reprimida por parte da
população, que se considerava apartidária, e não sentia representada por tais
grupos.
A grande repercussão se deveu em grande parte às mobilizações nas
redes sociais que desempenharam papel fundamental em organizar eventos e
disseminar informação. Através dessas mídias os protestos eram marcados,
informações compartilhadas, denúncias de atos violentos eram expostas. As
redes sociais supriram um papel que a mídia tradicional, emissoras de grande
público e portais online de maior acesso, não foi capaz de realizar.
A reação extremamente agressiva da polícia frente aos manifestantes foi
amplamente divulgada nas redes sociais e mídia alternativa, e causou grande
revolta por parte dos cidadãos, inclusive levando muitas outras pessoas às
ruas para protestar contra a violência e pelo direito ao protesto pacífico. Os
casos de agressão foram comentados em nível internacional e, segundo a
Anistia Internacional, as autoridades brasileiras foram abusivas usando de gás
lacrimogênio e balas de borracha e ao prender manifestantes arbitrariamente.

4. Grande Mídia e Mídia Alternativa no Brasil

A Grande Mídia é o termo usado para a mídia que mais influencia nos
acontecimentos diários na vida de todos os cidadãos. A Grande Mídia
apresenta várias características semelhantes no mundo todo, como a maneira
de influenciar significativamente tanto questões políticas quanto questões
sociais. A Grande Mídia tem como investidores as grandes empresas que
“dominam” o acesso à informação que é passada para todos, para Sodré
(2007), a mídia é a soma de suporte técnico, mercado e capitalismo
transnacional.
A Grande Mídia Brasileira sempre teve um papel muito importante na
formação de opinião tanto do povo quanto da classe média no país; Desde a
carta de suicídio de Getúlio Vargas até publicações mais atuais como as
manifestações de julho, a Grande Mídia esteva presente na formação da
história. O problema é que a grande imprensa não, apenas, repassa
informações, mas sim passa opiniões, como é patrocinada por grandes
corporações (que exigem de todas formas o controle de tudo o que é
publicado) a grande mídia brasileira muitas vezes tem tendências machistas,
homofóbicas e geralmente elitista.
A Grande Mídia brasileira é comumente vista como a única forma de
disseminação da informação existente no país por grande parte da população.
Desta forma, é frequente pessoas repassarem informações já pré-
estabelecidas sobre assuntos políticos e sociais. Nesse contexto, porém, a
mídia alternativa, pouco conhecida pela população em geral tenta de muitas
formas se estabelecer no país como informativa e passar notícias que a
Grande Mídia não transmite, pois não é proveitoso para os negócios.
Reconhecendo que ainda existem muitos obstáculos para a disseminação
de informações não baseadas nos interesses econômicos e políticos das
grandes empresas, a mídia alternativa se põe contra a grande mídia, como
uma nova forma de distribuição e interpretação das informações. Um dos
grandes momentos da mídia alternativa no Brasil foi o período das
manifestações de Junho de 2013, onde informações foram massivamente
transmitidas através das redes por jovens que estava presentes ativamente nos
movimentos, contrapondo a forma de fazer jornalismo das grandes mídias.

5. Grande mídia e Mídia Alternativa na cobertura das manifestações


de junho de 2013

Os protestos de junho de 2013 no Brasil devem ser percebidos como um fenômeno


complexo que envolve tanto fatores políticos como sociais, não possuindo causa única ou
elemento definidor. O que começou com uma manifestação contra o aumento de
20 centavos na passagem de ônibus em São Paulo, acabou por tomar
proporções não esperadas e carregando diversos movimentos e ideias
contestatórias.
Em diversas cidades, os movimentos contestavam mais investimento na
saúde, uma educação melhor, fim da corrupção e melhor gerência dos
recursos públicos. Desta forma, o que começou com alguns movimentos de
grupos isolados, acabou se tornando um ato nacional. Essa mudança no
caráter e na proporção das manifestações foi acompanhada também por
mudanças no tipo de cobertura e no destaque dado a determinados atos pela
grande imprensa brasileira.
O estopim das manifestações de 2013 foi, como já colocado, as
passeatas organizadas pelo MPL em São Paulo, que ocorrem já na primeira
semana de junho. Nos dias que se seguiram a primeira passeata, a grande
mídia tratou de classificar os eventos como meros atos de vandalismo e
perturbação da ordem pública. As fotos mostradas nos jornais de grande
circulação mostravam somente cenas de violência e depredação
(BARBABELA, 2014).
Na segunda semana, o caráter do movimento começa a mudar, tomando
proporções inesperadas e se espalhando por outras cidades brasileiras, ou seja,
a natureza dos protestos se diversifica largamente, tanto em ocorrência de manifestações
quanto em variedades de pautas, levando cada vez mais manifestantes às ruas. A
partir daí as linhas editoriais dos jornais de grande circulação começam a
mudar.

Do dia 18 de junho em diante, a medida que as manifestações se


generalizavam e o foco deixava de ser o MPL, a linha editorial
começa a mudar. O enquadramento violência e vandalismo está
presente, mas ao mesmo tempo surge também outra maneira de
interpretar as manifestações identificando uma conexão profunda
entre protesto e negação da política e dos políticos. (...) As imagens
veiculadas também mudam: agora não somente violência e
depredações, mas também o gigantismo das manifestações.
(Barbabela, 2014, p.12).

Como nos aponta Barbabela (2014) grande parte das manchetes


vinculadas nas grandes mídias visavam atribuir a presidência a total
responsabilidade por responder as manifestações, como se fossem apenas
direcionadas contra o governo federal e a pessoa da presidenta. Desde o caso
mensalão em 2005 a desvalorização da política do executivo federal foi um dos
grande focos da grade mídia brasileira, desta forma,

Em junho de 2013, (...), as demandas mais importantes vociferadas


pelos manifestantes de rua encaixavam-se perfeitamente na
cobertura negativa da economia e da politica já em pleno curso na
grande mídia. (Barbabela, 2014, p. 17).

Desta forma, como uma consequência imediata das manifestações


podemos citar a queda de popularidade de grande parte dos políticos da esfera
federal, inclusive da presidenta da Republica, assim como o aumento do clima
geral de insatisfação com a política e suas instituições.
Em contraposição à cobertura das mídias de grande circulação, temos à
cobertura feita pela mídia alternativa, que cresceu com grande força no período
das Manifestações de Junho de 2013. A chamada Mídia Ninja (acrônimo de
Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação) foi formada basicamente por
jovens presentes nos protestos que postavam em tempo real, notícias, vídeos
sem cortes e registros de toda a movimentação do período. Em contraposição
às grandes mídias, que possuem fortes interesses comerciais e visam abarcar
os interesses particulares de grande empresas, as mídias ninjas surgem como
meios alternativos de comunicação que

(...) atuam como uma ferramenta para a comunicação no campo


popular, sem deixar de lado a militância social, ficando implícito que
jornalistas e/ou comunicadores devem estar dentro do conflito,
sempre com a clara tendência a democratizar a palavra e a
informação (Moraes, 2009, p. 232).

Nesse processo a internet surge como fator fundamental. As imagens


faziam com que as pessoas se reconhecessem e soubessem o que se
acontecia nas ruas, nas cidades vizinhas, dando um impulso aos
protestos. Desde o início das Manifestações de Junho as mídias digitais alternativas
atuaram como fatores de grande influência no desenvolvimento dos eventos.

O engajamento do cidadão passa hoje, inexoravelmente, por


mediações online e o uso de ferramentas digitais de comunicação
constitui uma via real e cotidiana de mobilização política. (...) Neste
cenário, o fenômeno do protesto político ocorre simultaneamente nas
ruas e praças, conforme o modelo tradicional. Paralelamente, também
avança nos espaços simbólicos mediados pelo ambiente online. As
mídias sociais são um elemento emblemático nesta conjuntura.
(Rodrigues, 2014, p.15)

Através da popularização dos dispositivos móveis conectados à rede,


fenômeno que se desenvolve a partir dos anos 2000, a evolução desta nova
forma de manifestação atinge um patamar mais elevado. Desta forma, a mídia
digital alternativa, como ator presente nesses processos contestatórios
coletivos assume um papel relevante como uma fonte de interpretação da
realidade, transformando, desenvolvendo as experiências individuais,
influenciando a formação da opinião pública e contribuindo para a definição de
identidades coletivas (PEREIRA, 2011). Assim, a mídia ninja possibilita a
democratização da informação, possibilitando a chegada da informação crítica
em parcelas cada vez mais amplas da população.
Analisando as diversas ondas de protesto ocorridas nos últimos anos, como Primavera
Árabe, Ocupação de Wall Street ou Movimento 3M, em todos esses casos, existe um contexto
sociopolítico que possibilita os as manifestações, um fato que serve de estopim e o uso
massivo da comunicação midiática em suas dinâmicas.
Para Castells (2013), os novos movimentos contestatórios pelo mundo, assim como o
caso das Manifestações de Junho, seriam um resultado do que o autor chama de “cultura da
autonomia”, que se baseia no desenvolvimento de redes de apoio e mobilizações através de
redes socias digitais.

[...] a autocomunicação de massas é a plataforma tecnológica da


cultura da autonomia. A partir dessa autonomia, as palavras, as
críticas e os sonhos do movimento se estendem à maior parte da
sociedade. No Brasil, mais de 75% dos cidadãos apoiavam o
movimento duas semanas depois de seu início na Avenida Paulista
(Castells, 2013, p.180).

Os meios de comunicação digital também funcionam como uma forma de


autonomia e autocrítica dos próprios movimentos, já que, como aponta Pereira
(2011) há uma necessidade de os movimentos sociais encontrarem outras
formas de interpretação de si mesmos, que não se baseiem apenas nas
percepções construídas pelos meios de comunicação de massa, permitindo um
contraponto às visões construídas pela mídia impressa, televisiva e radiofônica.
No caso brasileiro, por exemplo, os aparelhos móveis foram elementos fundamentais na
difusão de cenas de violência e repressão policial possibilitando uma crítica dos
manifestantes e do restante da sociedade às autoridades e à cobertura das grandes mídias.
Outro ponto importante é o fato de que a disposição de ferramentas digitais de
interação faz com que as ações coletivas dependam menos da configuração de uma forte
organização e passem a se estruturar principalmente a partir de interesses comuns
ocasionais. (Intervozes, 2014). Fato que pode explicar, em parte, a grande expansão dos
protestos no Brasil.
Os meios de comunicação alternativos, portanto, atuam como
instrumentos de disseminação das informações dos coletivos e movimentos
sociais, já habituados as coberturas tendenciosas das grandes mídias. Assim,
a chamada mídia ninja busca dar aos atos dos movimentos sociais uma
cobertura jornalística crítica que leve em consideração o que os manifestantes
têm a dizer, da forma como os mesmos interpretam os fatos.

6. Conclusão

Portanto, podemos concluir que as manifestações de Junho de 2013 no


Brasil expressam a busca pela ampliação da cidadania. Há um crescente
interesse da sociedade em interferir e participar e criticar.
O desenvolvimento do processo deixou claro que o universo das mídias e
comunicações se desenvolve para além das grandes mídias. Outras formas de
comunicação e disseminação das informações estão em curso ganhando
novas formas de expressão e possibilitando a democratização das
informações, criando formas alternativas para a sociedade perceber os
movimentos sociais.
Nesse contexto, as mídias alternativas utilizam-se dos meios digitais e
das redes para contrapor a visão disseminada pelas grandes mídias, atuando
de forma crítica e sem neutralidade, possibilitando novas formas de
interpretação e compreensão dos movimentos pelos próprios manifestantes e
pela sociedade em geral.

7. Referências:
BARBABELA, Eduardo; FERES Joao; MIGUEL, Lorena, A mídia impressa na
cobertura das manifestações de junho. In: 38º Encontro Anual da Anpocs, MG,
2014.

CASTELLS, Manuel. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na


era da internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

Intervozes: Coletivo Brasil de Comunicação Social, Vozes Silenciadas – Mídia


e protestos: as manifestações de junho de 2013 nos jornais O Estado de
S.Paulo, Folha de S.Paulo e O Globo. São Paulo: Intervozes – Coletivo Brasil
de Comunicação Social, 2014.

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MELITO, Leandro. Anistia Internacional aponta abuso policial em protestos de


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NOVAES, Marlene. A respeito das manifestações ocorridas no Brasil:


movimentos sociais baseados em rede ou o que diz a voz do povo. Disponível
em: https://espacoacademico.wordpress.com/2013/06/25/a-respeito-das-
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PEREIRA, Marcus Abílio, Internet e mobilização política – os movimentos


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PERUZZO, Cicilia M. Movimentos sociais, redes virtuais e mídia alternativa no


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