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São Luís
2022
ENDRYA DE JESUS RODRIGUES FERREIRA
São
São Luís
Luís
2022
2022
ENDRYA DE JESUS RODRIGUES FERREIRA
BANCA EXAMINADORA
Eu me sinto abençoada, quero iniciar agradecendo a Deus. Ele foi meu alicerce
durante toda essa caminhada, foi com ele que desabafei em todos os momentos que
pensei em desistir por me sentir impotente e sentir o quanto era desafiador o caminho
a percorrer, com ele podia demonstrar fraqueza e ter respostas em forma de força,
alegria, sabedoria e esperança, sem ele na direção da minha vida nada teria
acontecido.
Agradeço a minha mãe Antonia que sonhou este sonho junto comigo e sempre
acreditou em mim. Ela é a minha maior inspiração de força, garra e perseverança.
Durante estes anos mesmo com a distancia (residimos em cidades diferentes) ela se
fez presente, partilhou comigo dos meus piores momentos até a comemoração das
minhas vitorias. Amo-te mãe, obrigada por tudo, sem você eu nada seria. Você é o
meu siônimo de amor.
Ao meu irmão Eryson, por qual tenho um amor infinito. Ele é o meu gás pra
lutar por um futuro melhor.
Em seguida agradeço ao meu pai Erasmo e a minha avó Mariana que dos seus
jeitinhos se fizeram presentes e contribuíram na minha graduação, apoiando a minha
ideia de sair de casa para lutar pelos meus sonhos.
Agradeço a minha tia Rosa, prima Rafisa e minha amiga Nicolle, que me
receberam de braços abertos, me acolheram e nunca fizeram eu me sentir indiferente
e desconfortável. Em todos os momentos partilhados me despuseram amor e
acreditaram em mim.
Também agradeço ao restante da minha família em especial ao meu padastro
Claudiomar, meu avô Evangelista, minha avó Maria e minha madrinha Maria
Raimunda ao qual chamo carinhosamente por didica, sei que as orações de vocês me
guardaram durante esses quatro anos. Agradeço ao restante da minha família não
citarei nomes pois a família é enorme, agradeço as duas partes envolvidas. Obrigada
por sempre acreditarem em mim e no meu sonho de me formar em uma faculdade,
sou muito grata por todo incentivo e confiança.
Gostaria de agradecer imensamente as minhas duas melhores amigas, Alyce
e Lucianne, sem vocês tudo teria sido mais difícil. Obrigada por cada momento, desde
as escutas aos momentos de descontração. Foram colo e abrigo, meu regozijo.
Nossos dias de gloria viram. Amo muito vocês.
As minhas amigas de graduação, turma 2018.2 Em especial Sthefanny e
Francyanne, que passaram comigo todos dias de graduação, na qual muitas das
vezes nos amamos e nos odiamos em frações de segundos, vou leva-las pra vida. E
todas as pessoas que tive o prazer de conhecer como Ana Teresa, Dayane e Juliane.
A minha amiga Thaís que ganhei em um belo dia de palestra e assim ela se
tornou importantíssima me ajudando inclusive nesse processo de elaboração/surto
que é escrever o tcc, saiba que suas mensagens de incentivo e carinho foram
essenciais.
Deixo aqui meus agradecimentos aos meus queridos professores, que foram e
são meus principais influenciadores nessa trajetória que é a graduação e o exemplo
de profissionais.
Por fim agradeço a mim, por ter saído de casa apenas com o desejo de vencer,
acreditando em um sonho, apenas com a certeza de que lutaria pelo meu futuro.
Escrevendo tudo isso, tenho orgulho do que me tornei, por ter evoluído e crescido,
independente das lutas que passei. Gratidão.
“Não adianta lamentar o passado,
Mas sim aguardar com esperança
O fruto da semente do bem que hoje plantamos”
RESUMO
ABSTRACT
The present academic Work seeks to analyze social work and female incarceration
from a perspective focused on human rights. In order to emphasize the consequences
and effects of the social issue within reality, the female prison population, emphasizing
the violation of rights and work of the social worker. In that regard, the present work
aims to: analyze the particularities of women in prision, the conditions of the fenale
penitentiary system, the population in It, humano rights and the role of the social
worker. Demostrating the invisibility, the violence and abandonment suffered by
women in the prison system.Considering that the legal system is a socio-occupational
space of Social Work, therefore, it is necessary to emphasize their practices in the face
of the service to this population and in the confrontation of the reflexes of the social
question, with regard to the socialization of social rights reflecting on the conditions of
demais incarceration and analyzing issues related tô humano dignity, legistation and
public policies.The methodology used erre bibliographic reviews relevante tô the topic
and the use of the descriptive method and historical materialism, as much as materials
from websites, magazines, books, articles and among others. Therefore, from the
bibliographic reading, it allowed a reflection about the female penitentiary system and
the experience of women inserted in prisons, enabling an analysis of the rights that are
guaranteed by law to the inmates, the feasibility and socialization of social policies,
analyzing the practice of the social worker and the process of democratization of the
rights of the inmates from the perspective of their professional action in knowing the
women incarcerated in all aspects, in order to clarify that these are subject by law.
CF Constituição Federal
CFESS Conselho Federal de Serviço Social
CP Código Penal
CNPCP Conselho Nacional de Politica Criminal e Penitenciária
DEPEN Departamento Penitenciário Nacional
INFOPEN Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias
LEP Lei de Execução Penal
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 42
13
1. INTRODUÇÃO
sistema penitenciário feminino, assim como seu processo na luta pela viabilização e
garantia de direitos das usuárias detentas.
Portanto o presente trabalho tem como objetivo geral: compreender quais são
os desafios e as possibilidades da atuação profissional do assistente social na luta
pelos direitos da população carcerária feminina. E os seguintes objetivos específicos:
compreender a realidade brasileira do cárcere feminino, as condições do presidio e a
população prisional; conhecer os direitos das mulheres no sistema penitenciário
brasileiro; analisar acerca da atuação profissional do Assistente Social na luta pelos
direitos da população carcerária feminina.
A presente pesquisa tratar-se-á de um estudo tendo como base revisão
bibliográfica, utilizando materialismo histórico e o método descritivo. Portanto serão
revisados artigos científicos oriundos das bases de dados: Scientific Eletronic Library
Online (Scielo), Google Acadêmico, Revista Eletrônica Serviço Social (RESS), Google
Acadêmico e Scribd. Pretende-se consultar ainda diferentes documentos como:
Livros, Teses, Artigos, Periódico Eletrônicos, Revistas e Monografias dos últimos 10
anos.
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Assim, vemos que a maioria das mulheres que ingressam no sistema prisional
são vítimas das múltiplas expressões da questão social, incluídas dentro do quadro
de vulnerabilidade social, o que vemos claramente como uma imagem de extrema
pobreza. As diferenças na composição cultural se manifestam nos sistemas prisionais,
mostrando grandes diferenças, nos grupos mais vulneráveis da sociedade.
Como resultado, rastreou-se a identidade da mulher carcerária no Brasil, como
sendo de mulheres negras, jovens, solteiras, com baixa escolaridade e mães, estando
presas principalmente por tráfico de drogas. Reafirmando que a desigualdade social,
discriminação e seletividade no sistema de justiça criminal acaba por punir os mais
vulneráveis nas categorias de raça, renda e gênero.
individuas em atividades ilícitas. De modo que contam com tráfico para terem uma
maneira de subsistência.
A maior parte das que aderem à criminalidade o faz pelo caminho do uso de
drogas ilícitas, por relacionamentos afetivos com usuários, ladrões e
traficantes ou como parte da estratégia para manter a família ou para fugir da
violência doméstica. Na hierarquia do crime, elas ocupam a base que deve
subserviência aos chefes; poucas conseguem chegar aos escalões
intermediários. Como vimos, na penitenciária as irmãs do Comando têm
autonomia para resolver brigas de namoradas, furtos, desentendimentos,
cobrança de dívidas e outros conflitos da mesma ordem de gravidade; casos
mais controversos devem ser levados à Torre, constituída por juízes homens.
(VARELLA,2017, p.182)
pela sociedade, refletindo sua dupla determinação. As pessoas esperam que eles
tenham um certo padrão de comportamento e, quando esse padrão é quebrado, o
estigma contra o grupo aumenta.
Queiroz (2015) salienta, que as primeiras prisões foram criadas no século XX,
sob modelos patriarcais e laicos. Já que o Estado é laico, mas naquela época a gestão
dos presídios femininos era feita por freiras.
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Desta forma a ideia que predominava era que essas mulheres necessitavam
de uma “domesticação”, sendo assim quando detidas, elas eram obrigadas a aprender
fazer trabalhos domésticos, bordar, cozinhar, tudo isso para que pudessem estar
prontas para voltar para casa, porque já haviam aprendido a fazer as coisas que
devem ser feitas por mulheres.
O processo de criação deste piloto, porém, foi muito longe do ideal. Liderado
pela Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, irmandade
religiosa fundada em 1835 por Maria Eufrásia Pelletier, com sede em Angers
(França), o presídio nasceu com o nome Instituto Feminino de Readaptação
Social. Era uma casa destinada a criminosas, mas também a prostitutas,
moradoras de rua e mulheres “desajustadas”. E “desajustadas”, naquela
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Portanto, percebe-se que por mais que o Estado enxergue a realidade dos
presídios femininos e que há uma necessidade de melhoria, ainda assim tende a
ignorar a protege-las, garantir os direitos garantidos por lei, como segurança, saúde,
a ter o mínimo de salubridade nas celas, tornando uma preocupação a ausência do
Estado na garantia de dignidade na cadeia dessas mulheres.
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“[...] Isso porque as cadeias públicas e distritos policiais não têm estrutura de
saneamento básico para manter muitas pessoas e, na maioria dos casos,
tampouco têm camas, produtos de higiene, atendimento médico ou trabalho
disponível para ocupar a mente, ajudar na ressocialização e na remissão da
pena. (QUEIROZ, 2015, p. 103)
“[...] Oito dormiam num colchão e meio. Era de dar câimbra no corpo inteiro.
A gente não conseguia se mexer pra lado nenhum. Às vezes, tinha que
acordar a do lado para poder levantar porque não podia mexer a perna. E eu
olhava aquilo e pensava: “Meu Deus, eu nunca mais vou sair daqui.”
(QUEIROZ, 2015, p. 57)
de suas vidas e vivências, porque muitas dessas prisões ainda vivem da mesma
forma, o sistema continua o mesmo, um sistema machista.
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De acordo com a Lei nº 7.210 – (Lei de Execução Penal) em seu art. 3º dissertar
acerca dos indivíduos condenados e ao internado, que são assegurados os direitos
que não atingidos pela sentença ou pela Lei, assegurando o princípio da dignidade da
pessoa humana. Ainda nessa perspectiva a Constituição Federal de 1988 define no
art. 5º no inciso XLVIII “a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de
acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado” (BRASIL, 1988). E no
que se refere ao cumprimento de pena feminino o Código penal disserta em seu art.
7, que essa lei estabelece “As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio,
observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal [...]” (LEI 1949,
p.1940).
No entanto é notório que as prisões femininas ainda são negligenciadas e os
prédios das prisões começaram a ter problemas, porque banheiros, creches e
espaços de convivência familiar não atendem às necessidades das detidas, esse
descaso também permeou superlotação, falta de iluminação e saneamento.
Quando você está passando mal tem que esperar você passar pelo médico
para você ir para o hospital. Até você passar pelo médico, você já morreu
dentro da cadeia. Eu acho que isso também é uma coisa que falta. Só tem
um médico na sexta-feira pra atender, se eu passar mal na segunda eu fico
até a sexta esperando o médico pra me atender. (GONÇALVES,el at, 2017
p. 74)
[...] Eu, por exemplo, estava grávida. Perdi meu filho faz dez dias, sangrei
feito porco e ninguém fez nada, não vi um médico. Agora, tô aqui cheia de
febres. Vai ver o corpinho tá apodrecendo dentro de mim. (QUEIROZ, 2015,
p.107)
Para Gardênia, “não teve essas mordomias de Lula não”. Ela teve que voltar
à cadeia e se reacostumar a dormir no chão de higiene duvidosa da
delegacia. Em pouco tempo, seus pontos inflamaram. Doíam tanto que não
conseguia andar direito. Chegou a ir ao hospital, onde lhe receitaram vinte
injeções de anti-inflamatório. Levaram-na pra tomar duas delas e depois não
levaram mais. Não tinha viatura, não tinha policial, sempre havia uma
desculpa. Concluiu que era má vontade e não adiantava insistir. Teve que
sarar com as duas que tomou mesmo. (QUEIROZ, 2015, p.43)
[...] Falam dos horrores da comida que é entregue crua, fria e, às vezes, com
cabelos e insetos. Quando olho a quentinha do dia, não tenho coragem de
comer. (QUEIROZ, 2015, p.51)
O que poucos sabem é que o trabalho constitui uma das principais aspirações
da massa carcerária, menos por amor a ele do que por razões fáceis de
compreender: além de combater a ociosidade das horas, dos meses e anos
que se arrastam — um dos flagelos mais angustiantes da vida carcerária —,
a cada três dias trabalhados descontam um da pena a cumprir.
(VARELLA,2017, p.53)
[...] Falam das jovens meninas que vão e voltam com frequência da cadeia,
por não acharem outra vida possível quando saem livres.[...] (QUEIROZ,
2015, p.51)
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“Heidi, eu passo em qualquer teste de emprego. Mas assim que eles veem
meus antecedentes, ninguém me dá trabalho.” [...] (QUEIROZ, 2015, p.85)
[...] Perguntei quem ali havia sido presa grávida e sofrido algum tipo de
tortura. A metade delas levantou a mão — e algumas riram um riso amargo.
— Bater em grávida é algo normal para a polícia — respondeu Aline. — Eu
apanhei horrores e tava grávida de seis meses. Um polícia pegou uma ripa e
ficou batendo na minha barriga. Nem sei qual foi a intenção desse doido, se
era matar o bebê ou eu. A casa penal me mandou pro IML para fazer corpo
delito, mas não deu nada. (QUEIROZ, 2015, p.66)
despreparo e o não cumprimento dos direitos humanos por parte dos funcionários,
estes deveriam garantir a ordem e a segurança, no entanto são os primeiros a
transgredir as normas e direitos das que ali se encontram reclusas.
O artigo 5°, inciso XLIX, da Constituição Federal, fala que é "assegurado aos
presos o respeito à integridade física e moral" (BRASIL,1988, p.72).
As agentes uai, porque ficam duas do lado de fora, e vai tirando a roupa de
duas em duas. Vira de frente e vira de costas aí veste a roupa, levanta o
cabelo e abre a boca... e as agentes sempre comentam as coisas, porque
mulher tem dessas coisas de comentar as coisas da outra, aí é chato né?
(GONÇALVES,el at, 2017 p.93 )
Esta área de atuação do Assistente Social, pode vir abalar sua autonomia
profissional devido os dilemas e conflitos presentes, assim este precisa construir
respostas qualificadas.
Essa equipe multidisciplinar, trabalha com articulação entre si, elencando então
os desafios que são postos as suas profissões, abrangendo todas as mediações e
totalidades, estabelecendo alianças nas suas atividades profissionais.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
3º Centro pela Justiça e pelo Direito Internacional (CEJIL) et al. Relatório sobre
mulheres encarceradas no Brasil. Brasília: Centro pela Justiça pelo Direito (Cejil),
2007. Disponível em: <http:// carceraria.org.br/wp-content/uploads/2013/02/Relatório-
para-OEA-sobre-Mulheres Encarceradas-no-Brasil-2007.pdf>. Acesso em 13 mai.
2017.
Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC). Site Mulheres em prisão. Disponível em:
<http:// mulheresemprisao.org.br/>. Acesso em 21 fev. 2022.
QUEIROZ, Nana. Presos que menstruam. 1ª ed. Rio de Janeiro. Editora : Record, 20
15.