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ARTIGO DOI: http://dx.doi.org/10.18561/2179-5746/biotaamazonia.v11n2p19-21

Morfometria cauda-cloacal para sexagem de Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812)


Antonio Nilberto Grangeiro de Abreu Junior1, Joara de Sousa Andrade1, Isadora de Abreu Amorim1, Diogo Brunno e Silva
Barbosa1, Jonas Pederassi2, Mauro Sérgio Cruz Souza Lima
1. Universidade Federal do Piauí - UFPI, Brasil.
abreujunior@ufpi.edu.br http://lattes.cnpq.br/6637380576208681 http://orcid.org/0000-0002-5066-8020
joaraandrade13@gmail.com http://lattes.cnpq.br/1360253272560802 http://orcid.org/0000-0003-1737-3973
isadoraabreu182014@gmail.com http://lattes.cnpq.br/6346260745919635 http://orcid.org/0000-0001-9591-550X
diogo_brunno@yahoo.com.br http://lattes.cnpq.br/5048943761915167 http://orcid.org/0000-0003-1377-6601
slmauro@ufpi.edu.br http://lattes.cnpq.br/1081605644426081 http://orcid.org/0000-0002-9254-7462
2. Associação Educacional Dom Bosco - AEDB, Brasil.
jonaspederassi@yahoo.com.br http://lattes.cnpq.br/7773913201860428 http://orcid.org/0000-0002-4324-0368

Com intuito de se estudar a presença de dimorfismo sexual em Phrynops geoffroanus, foram realizadas coletas no
RESUMO

riacho do Leite no município de Floriano-Piauí. Os 22 espécimes capturados (13 machos e 9 fêmeas) foram
biometrados e sexados, sendo considerados os dados quantitativos (distâncias pré cloacal e pós cloacal, comprimento
e largura da placa anal) e qualitativos (cabeça estreita ou larga e comprimento das placas umerais). Os dados foram
analisados através do teste de Wilcoxon-Mann-Whitney (U), variável de Dummy (D) e regressão linear. O Teste U
demonstrou que as variáveis comprimento da placa anal (α= 0,177), distância pré cloacal (α= 0,0004) e pós cloacal (α=
0,038) apresentaram diferenças significativas entre os sexos. Através da regressão linear foi possível observar que as
medidas de comprimento pré cloacal e pós cloacal nos machos possuem valores duas vezes maiores que nas fêmeas. A
variável de Dummy resultou no valor de D = 7,14, demonstrando que existe razão em acreditar na existência de
padrões morfológicos dimórficos em P. geoffroanus. A partir dos resultados encontrados, é possível concluir que as
medidas comprimento da placa anal, distâncias pré cloacal e pós cloacal são diferentes entre machos e fêmeas na
população de P. geoffroanus estudada, confirmando o dimorfismo sexual, porém, são necessários mais estudos de
diferentes populações para que se estabeleça um padrão morfológico para a espécie.

Palavras-chave: Dimorfismo sexual, Morfologia, Quelônios.

Tail-cloacal morphometry for sexing Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) (Testudines, Chelidae)

In order to study the presence of sexual dimorphism in Phrynops geoffroanus, collections were carried out in the Leite
ABSTRACT

stream in the municipality of Floriano-Piauí. The 22 specimens captured (13 males e 9 female) were measured and
sexed, considering quantitative data (pre-cloacal and post-cloacal distances, length and width of the anal plate) and
qualitative data (narrow or wide head and length of the humeral plates). Data were analyzed using the Wilcoxon-
Mann-Whitney test (U), Dummy variable (D) and linear regression. The U Test demonstrated that the variables anal
plate length (α = 0.177), pre-cloacal distance (α = 0.0004) and post-cloacal distance (α = 0.038) showed significant
differences between genders. Through linear regression it was possible to observe that the pre-cloacal and post-
cloacal length measurements in males have values twice as high as in females. The Dummy variable resulted in a value
of D = 7.14, demonstrating that there is reason to believe in the existence of dimorphic morphological patterns in P.
geoffroanus. From the results found, it is possible to conclude that the measurements of anal plate, pre-cloacal and
post-cloacal distances are different between males and females in the studied population of P. geoffroanus, confirming
sexual dimorphism, however, further studies of different populations are required in order to establish a
morphological pattern for the species.

Keywords: Morphology; Sexual dimorphism; Turtles.

Introdução em aproximadamente 7.563.080,49 Km por diversas bacias hidro-


Os quelô nios possuem caracterıśticas morfoló gicas de fá cil grá ficas brasileiras (FERRARA et al., 2017). Neste estudo, avalia-
reconhecimento, como por exemplo a carapaça e plastrã o, no mos uma populaçã o de P. geoffroanus buscando estabelecer dife-
entanto, o estudo de populaçõ es em ambientes naturais é dificulta- renças morfomé tricas da cloaca que permitam a sexagem sem
do pela antropizaçã o dos corpos hıd ́ ricos como acumulo de lixo, causar excessivo estresse gerado pela eversã o e a eutaná sia do
turbidez da á gua e també m devido a caracterıśtica inconspıćua da animal. A hipó tese que testamos neste estudo sugere que a morfo-
maioria das espé cies de quelô nios que dificulta sua localizaçã o. metria caudo-cloacal é cará ter dimó rfico que dispensa mé todos
(ERNST; LOVICH; BARBOUR, 1994). invasivos na determinaçã o sexual de Phrynops geoffroanus.
O estudo das populaçõ es de cá gados envolve conhecimento do
seu nicho, habitat, morfometria e razã o de proporcionalidade Material e métodos
sexual. A sexagem, na sua maioria, envolve a biometria de quelô ni-
os e diversas medidas de carapaça, plastrã o, placas e massa corpo- Área Amostral
ral (MOSIMANN; BIDER, 1960; DE SOLLA et al., 2001; SILVEIRA et O estudo foi realizado no municıp
́ io de Floriano (Piauı,́ Brasil)
al., 2012). A identificaçã o do sexo destes indivıd́ uos permite esta- com clima tropical semiá rido e vegetaçã o tıp
́ ica de á rea de transi-
belecer a razã o sexual, auxiliando em planos de conservaçã o çã o entre caatinga e cerrado. As coletas ocorreram no riacho do
(OWENS, 1997). Vá rios mé todos de sexagem foram desenvolvidos, Leite (Coordenadas: S6°45' W 43°00'), riacho esse que se encontra
poré m, muito destes envolvem a eutaná sia dos animais (DANNI; cruzando parte da cidade de Floriano, em que apresenta diversos
ALHO, 1985; SPOTILA et al.,1987). aspectos de antropizaçã o, como por exemplo, muita maté ria orgâ -
Phrynops geoffroanus (SCHWEIGGER, 1812) está distribuıd ́ o nica e lixo.

Biota Amazônia ISSN 2179-5746 Macapá, v. 11, n. 2, p. 19-21, 2021


Esta obra está licenciada sob uma Licença
Disponível em http://periodicos.unifap.br/index.php/biota
Creative Commons Attribution 4.0 Internacional Submetido em 24 de Maio de 2020 / Aceito em 05 de Fevereiro de 2021
Coleta e Biometria obtivemos valores que demonstraram diferenças morfomé tricas
As coletas foram realizadas utilizando a metodologia ativa do no qual, os machos apresentaram placas anais maiores em com- 20
tipo puçá , com duraçã o má xima de 1 hora ou N amostral de 10

ABREU JUNIOR, A. N. G. et al.


(Schweigger, 1812)
Morfometria cauda-cloacal para sexagem de Phrynops geoffroanus
primento em relaçã o à s fê meas. Diversos trabalhos descrevem
espé cimes por coleta, ou seja, aguardamos 1 hora com o puçá diferenças dimó rficas nas placas anais em Chelidae principalmen-
submerso (Substituindo a isca quando necessá rio) ou até coletar- te em seu formato e angulaçã o (V e U) (MEDEM, 1960;
mos 10 indivıd ́ uos, essas coletas ocorreram 4 vezes. Os indivıd
́ uos PRITCHARD; TREBBAU, 1984; ANDRADE, 2007). Contudo, estas
foram submetidos a duas sé ries de medidas, uma sé rie quantitati- diferenças em Phrynops geoffroanus nã o sã o facilmente perceptı-́
va e outra qualitativa. Os aspectos quantitativos foram realizados veis como em outros grupos de quelô nios, sendo necessá rio medi-
utilizando paquım ́ etro digital com precisã o de 0,01 mm, sendo as das morfomé tricas para a diferenciaçã o sexual.
medidas: distâ ncia pré -cloacal (PRE-CLO), centro das placas anais
Tabela 1. N: Quantidade de espé cimes; U: Resultado do teste U (Wilcoxon-Mann-Whitney); P:
até a mediana da borda anterior da cloaca (Fig. 1), distâ ncia pó s- Signi icâ ncia a 95% (P-valor). / Table 1. N: Quantity of specimens; U: Result of U test (Wilcoxon-
Mann-Whitney); P: 95% signi icance (P-value).
cloacal (POS-CLO), mediana da regiã o posterior da cloaca até a
Resultado CPA♂ (13) X CPA♀ (9) LPA♂ (13) X LPA♀ (9)
ponta da cauda (Fig. 1), comprimento da placa anal (CPA), centro N 22 22
das duas placas anais, largura da placa anal (LPA), fissura medial U 27 36
até a extremidade da placa anal direita (modificado de P 0,0177 0,0665

MOSIMANN; BIDER, 1960). Os aspectos qualitativos foram realiza-


dos de forma visual, sendo estes: cabeça estreita (CE), menor que Ao realizarmos as medidas POS-CLO de ambos os sexos (Tabe-
uma polegada e meia, cabeça larga (CL), maior que uma polegada e la 2), obtivemos diferenças morfomé tricas significativas, o que
meia e presença de concavidade nas placas umerais (CPU). demonstra que a regiã o final da cauda dos espé cimes estudados
apresentou variaçã o entre os sexos, em que as fê meas apresenta-
Sexagem ram comprimento maior que os machos. Moura et al. (2015) ao
Quantitativas: foram considerados machos, quando a regiã o estudarem a presença de dimorfismo sexual em P. geoffroanus,
pré -cloacal foi maior que a regiã o pó s-cloacal e fê meas, quando a descreveram a ausê ncia de diferenças morfomé tricas entre os
regiã o pré -cloacal foi menor que a regiã o pó s-cloacal. Foi realizado sexos em relaçã o à cauda desta espé cie. Resultado este que difere
morfometria das placas anais de machos e fê meas com intuito de do encontrado no presente trabalho, poré m, a desigualdade de
sexar os espé cimes pelo formato de suas placas (MEDEM, 1960). resultados pode ser devido a diferenças metodoló gicas de aná lise
Qualitativas: foram considerados machos, quando possuıám a
de dados.
cabeça estreita, ou seja, menor que uma polegada e meia e presen- As medidas PRE-CLO apresentaram valores significativos
ça de concavidade no plastrã o. Foram consideradas fê meas quan- (Tabela 2), evidenciando as diferenças entre as regiõ es pré -
do a cabeça era larga, ou seja, maior que uma polegada e meia e cloacais, sendo nos machos maiores que nas fê meas, demonstran-
ausê ncia de concavidade no plastrã o. Sendo os dados qualitativos do que, em relaçã o à populaçã o estudada, a regiã o pré -cloacal
utilizados somente para analisar o dimorfismo sexual da espé cie pode ser utilizada como parâ metro morfoló gico para diferencia-
atravé s da variá vel de Dummy. çã o sexual. Mosimann e Bider (1960) descrevem resultados seme-
Para confirmaçã o sexual, os indivıd ́ uos foram submetidos à
lhantes em Chelydra serpentina (LINNAEUS, 1758), onde nas
eversã o do falo atravé s do mé todo do balanço, que consiste em
fê meas a taxa de crescimento da regiã o PRE-CLO é significante-
segurar o indivıd ́ uo verticalmente, com a cabeça para cima,
mente menor quando comparada ao crescimento em machos,
enquanto o animal é balançado de um lado para o outro (DE
fazendo com que os machos de C. serpentina possuam caudas
SOLLA et al., 2001).
visivelmente maiores que as fê meas.
Silveira et al. (2012) estudando populaçõ es de Trachemys
Análise dos dados
As medidas quantitativas foram avaliadas utilizando o Teste de dorbigni (DUMERIL & BIBRON, 1835), descreveram que a distâ n-
Wilcoxon-Mann-Whitney (U) com o intuito de observar as possıv́e- cia da base da cauda ao orifıćio cloacal é uma caracterıśtica morfo-
is diferenças morfomé tricas por sexo. Avaliamos a possibilidade de ló gica que apresenta diferenças morfomé tricas entre os sexos
sexagem dos espé cimes atravé s da derivaçã o das medidas quanti- desta espé cie. Rodrigues e Silva (2015) observaram em Phrynops
tativas, sendo estes utilizados para encontrar a razã o de proporci- tuberosus (PETERS, 1870), o comprimento da base da cauda até a
onalidade entre machos e fê meas. abertura cloacal, quando logaritimizados, demonstrou ser uma
As avaliaçõ es qualitativas e quantitativas foram submetidas à caracterıśtica morfoló gica dimó rfica, onde os machos possuem
regressã o linear, sendo a variá vel de Dummy (D), a variá vel expli- esta regiã o maior quando comparada à s fê meas.
cativa. As variá veis qualitativas foram transformadas em dados
Tabela 2. N: Quantidade de espé cimes; U: Resultado do teste U (Wilcoxon-Mann-Whitney); P:
biná rios. Variá vel de Dummy:Y1=α0+ α1D/ε, sendo D>0, acredita-se Signi icâ ncia a 95% (P-valor). / Table 2. N: Quantity of specimens; U: Result of U test (Wilcoxon-
Mann-Whitney); P: 95% signi icance (P-value)
que a hipó tese de dimorfismo é verdadeira, ε sã o os termos aleató - CPA♂ (13) X CPA♀ (9) LPA♂ (13) X LPA♀ (9)
Resultado
rios de variá veis e α0 e α1sã o os estimadores (ZAR, 2010). N 22 22
U 8 32
Resultados e Discussão P 0,0004 0,0384
Foram capturados 22 espé cimes de P. geoffroanus, sendo estes,
13 machos e 9 fê meas. As medidas de LPA de ambos os sexos Ao avaliarmos a sexagem, a partir dos atributos morfomé tri-
(Tabela 1) nã o apresentaram diferenças significativas, ou seja, os cos, utilizando a derivaçã o dos valores de CPA e LPA e PRE-CLO e
espé cimes analisados nã o apresentaram diferenças morfomé tri- POS-CLO entre machos e fê meas (Tabela 3) observamos que atra-
cas na largura das placas anais em relaçã o ao sexo. Apesar de vé s dos dados relacionados ao comprimento e largura das placas
Medem (1960), ao estudar a espé cie P. geoffroanus na Colô mbia, anais nã o foi possıv́el identificar diferenças morfomé tricas sexuais,
ter descrito variaçõ es morfoló gicas dimó rficas nas placas anais, visto que ambas as medidas possuem aproximadamente a mesma
tendo os machos a abertura entre as placas anais menor do que as razã o de proporcionalidade.
fê meas, no entanto, sem apresentar valores ou aná lises estatıśti- Diferentemente do resultado encontrado para distâ ncia pré e
cas. pó s cloacais, que apresentaram diferenças significativas quanto ao
Quando analisadas as medidas CPA desta espé cie (Tabela 1), sexo. As fê meas apresentaram as medidas PRE-CLO e POS-CLO

Biota Amazônia ISSN 2179-5746


muito similares, aproximando-se de 1, ou seja, nã o apresentaram Displays Of Snapping Turtles (Chelydra Serpentina) In
diferenças morfomé tricas quanto estas duas variá veis e os machos Response To Handling: Defensive Or Displacement Behavior?.
21

ABREU JUNIOR, A. N. G. et al.


(Schweigger, 1812)
Morfometria cauda-cloacal para sexagem de Phrynops geoffroanus
apresentaram valores pró ximos a 2, ou seja, os valores da regiã o Chelonian Conservation And Biology, v. 4, p. 187-189. 2001.
PRE-CLO aproximam-se do dobro das medidas da regiã o POS-CLO, ERNST, C. H.; LOVICH, J. E. And Barbour, R.W. Turtles of The United
reforçando assim, a hipó tese da existê ncia do dimorfismo sexual States And Canada. Smithsonian Institution, Washington Dc.
morfomé trico nesta espé cie. 1994.
FERRARA C. R.; FAGUNDES C. K.; MORCATTY T. Q.; VOGT R.C.,
Tabela 3. ME: Mé dia; DP: Desvio padrã o; RP: Razã o de proporcionalidade. / Table 3. ME: Mean;
DP: Standart deviation; RP: Relation of proportionality Quelô nios Amazô nicos: Guia de identificaçã o e distribuiçã o.
Medidas ME DP RP Wildlife Conservation Society. v. 1, p. 92-95. 2017.
Distâ ncia pré -cloacal♂ 30,28 ± 5,6 1,81 MCCORD, W. P.; JOSEPH-OUNI, M; LAMAR, W. W. Taxonomic
Distâ ncia pó s-cloacal♂ 16,74 ± 2,4
Reevaluation of Phrynops (Testudines: Chelidae) With The
Comprimento placa anal♂ 30,81 ± 4,9 1,16
Largura da placa anal♂ 26,51 ± 2,6 Description of Two New Genera And A New Species Of
Distâ ncia pré -cloacal♀ 18,06 ± 6,0 0,96 Batrachemys. Revista De Biologia Tropical, San José , v. 49, n.
Distâ ncia pó s-cloacal♀ 18,86 ± 2,5 2, p. 715-764, 2001.MEDEM, F. Informe Sobre Reptiles
Comprimento placa anal♀ 34,20 ± 3,9 1,15 Colombianos (V). Observaciones Sobre La Distribucion
Largura da placa anal♀ 29,63 ± 5,3
Geografica Y Ecologia De La Tortuga Phrynops geoffroana ssp.
Diversos trabalhos que estudaram o dimorfismo sexual no En Colombia. Noved Colombianas, v.1, p. 291–300. 1960.
Molina, F. B. Observaçõ es Sobre A Biologia E O Comportamento De
gê nero Phrynops utilizaram, em sua grande maioria, utilizaram
Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) Em Cativeiro
somente caracteres morfomé tricos (Peso, medidas do plastrã o e
(Reptilia, Testudines, Chelidae). Unpublished M. Sc.
carapaça) (MEDEM 1960; MCCORD, JOSEPH-OUNI & LAMAR,
Dissertation. Universidade De São Paulo, Brazil. 1989.
2001; MOURA et al., 2015). Alguns outros, estudaram caracterıśti- MOSIMANN, J., E.; BIDER J., R. Variation, Sexual Dimorphism, And
cas qualitativas dimó rficas, como a presença de concavidade no
Maturity In A Quebec Population Of The Common Snapping
plastrã o de machos e fê meas com cabeças mais largas (MOLINA,
Turtle, Chelydra Serpentina. Canadian Journal of Zoology,
1989; et al., 2007; RODRIGUES E SILVA, 2015). No entanto, carac-
v.38, p. 19-38, 1960.
teres qualitativos podem ser interpretados de forma subjetiva, MOURA, C.; MOURA, G.; CHAVES, L.; MUNIZ, S.; VEGA, E. S.; JUNIOR,
embora sejam importantes para caracterizar os espé cimes. Assim V. Demography, Sex Ratio, And Sexual Dimorphism of
sendo, nó s abordamos os caracteres qualitativos em conjunto aos Testudines In Araripe Bioregion, Ceará , Northeastern Brazil.
caracteres quantitativos atravé s da variá vel de Dummy, que resul- North-Western Journal of Zoology, v. 11, n. 2, p. 204–212,
tou no valor de D=7,14, demonstrando que existe razã o em acredi- 2015.
tar na existê ncia de padrõ es morfoló gicos dimó rficos em P. geof- OWENS, D. W. Hormones In The Life History Of Sea Turtles. The
froanus, visto que, quando o valor resultante da variá vel de Biology of Sea Turtles, v. 1, p. 363-385, 1997.
Dummy é maior que zero, existem diferenças entre as variá veis PRITCHARD, P. C. H.; TREBBAU, P., 1984. The turtles of Venezuela.
analisadas (ZAR, 2010). Oxford, Society for the Study of Amphibians and Reptiles.
403 .
Conclusão RODRIGUES, J. F. M.; SILVA, J. R. F. Sexual Dimorphism, Deforma-
A partir dos resultados encontrados no presente estudo, tions, And Epibionts Of Phrynops Tuberosus (Testudines,
observou-se caracteres morfoló gicos e morfomé tricos dimó rficos Chelidae). Animal Biology, v. 65, n. 3-4, p. 311-320, 2015.
na espé cie P. geoffroanus nas medidas CPA, PRE-CLO e POS-CLO, RUEDA-ALMONACID, J. V.; CARR, J. L.; MITTERMEIER, R. A.;
sendo a regiã o pré cloacal a que possui maior discrepâ ncia entre RODRIGUEZ-MAHECHA, J. V.; MAST, R. B.; VOGT, R. C.; RHODIN,
os sexos. Medidas estas que possibilitam a diferenciaçã o sexual de A. G. J.; DE LA OSSA -VELASQUEZ, J.; RUEDA, J. N. &
forma rá pida e sem a necessidade de mé todos invasivos, contudo, MITTERMEIER, C. G. Conservació n Internacional Serie Guıás
como no presente estudo analisou-se somente uma pequena Tropicales De Campo. In: RUEDA-ALMONACID, J. V.; CARR, J. L.;
populaçã o, sã o necessá rios mais estudos a respeito desta mesma MITTERMEIER, R. A.; RODRIGUEZ-MAHECHA, J. V.; MAST, R.
espé cie de populaçõ es distintas, para que se estabeleça um padrã o B.; VOGT, R. C.; RHODIN, A. G. J.; DE LA OSSA -VELASQUEZ, J.;
para P. geoffroanus. RUEDA, J. N. & MITTERMEIER, C. G. Las Tortugas Y Los
Cocodrilianos De Los Países Andinos Del Trópico Bogotá ,
Agradecimentos
Colombia,. v. 6, p. 104. 2007.
A pesquisa foi autorizada pelo SISBIO 61.118 e pelo comitê de
SANTOS, V. B. dos et al. Rendimento do Processamento De
é tica CEUA/UFAC 1620.
Linhagens De Tilá pias (Oreochromis Niloticus) Em Funçã o do
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ANDRADE, P. C. M. Criaçã o e Manejo de Quelô nios no Amazonas. 554–562, 2007.
Projeto Diagnóstico da Criação de Animais Silvestres no SILVEIRA, M. L.; HARTMANN, M. T.; BAGER, A. Biometria, Razã o
Estado do Amazonas, 2ª ed. ProVá rzea/FAPEAM/SDS. Sexual E Dimorfismo Sexual De Trachemys Dorbigni (Dumé ril
Manaus/AM. p. 447. 2007. & Bibron 1835) (Testudines, Emydidae) Em Um Açude No
CISNEROS, A. B.; MOGLIA, J. G.; ALVAREZ, J. A. Morfometria de Copa Municıp ́ io de Sã o Gabriel, Rio Grande Do Sul, Brasil. Biotemas,
en Prosopis alba Griseb. Ciência Florestal, v. 29, n. 2, p. 863- v. 25, n. 3, p. 187–193, 2012.
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Biota Amazônia ISSN 2179-5746

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