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Rev. Inst. Med. trop, São Paulo CDU 616.995.

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21(3) :141-145, maio-junho, 1979

FASCIOLOSE HEPÁTICA HUMANA NO BRASIL

Antonio Dacio Franco do AMARAL (1) e Eglé Therezinha BUSETTI (2)

RESUMO

Os Autores julgam que já é tempo de se avaliar com segurança a importância da fas-


ciolose hepática humana para o Brasil. Revêem o que já foi escrito sobre o assunto. O en-
contro, em 1977, de casal parasitado pela F. hepatica e residente no Bairro de Uberaba,
Curitiba, PR, Brasil, levou-os a empreender inquérito epidemiológico naquelia área. Foram
examinados. 166 pacientes (adultos e crianças). Escolheu-se o exame coproparasitológico, pe-
lo processo da centrífugo-sedimentação com éter, usando-se o SAF como conservador
das fezes. Foram encontrados 8 portadores de F. hepatica (4,8%). Em alagadiços da
área, foram encontrados moluscos da familia Lymnaeidae, bem como agrião silvestre
(Nasturtim officinale). Bovinos do local ia.presentaram-se parasitados pela F. hepatica.
Todos os portadores humanos de F. hepatica informaram ingerir sistematicamente aquele
vegetal. Observações anteriores e as dos próprios Auto,res pe,rmitem concluir que: 1) A
fasciolose hepática humana ·deve ter importância para algumas áreas do Brasil; 2) Im-
põem-.se inquéritos epidemiológicos adequados para avaliação segura da incidência da fas-
ciolose hepática humana entre nós.
Palavras chave: Fasciola hepatica - Fasciolose hepática humana no Brasil.

INTRODUÇÃO
Em trabalho recente da Organização Pana- dos examinados, de acordo com BENDEZú 6 e
mericana da Saúde, ACHA & SZYFRES 1 dizem BENDEZú & LANDA 7.
que a infestação humana pela Fasciola hepati- Entretanto, no que se refere ao Brasil, a
ca já se registrou em muitos países do mundo, monografia de ACHA & SZYFRES 1 é omissa
mas é na América Latina que se observa maior no que respeita à ocorrência de casos humanos
número de casos. E, assim, aqueles autores, re- de fasciolose hepática. Cremos que tal fato se
ferindo-se à distribuição geográfica daquele deve a não terem ainda sido empreendidos es-
trematódeo oomo parasita do homem, em paí- tudos mais numerosos. para o conhecimento da
ses latino-americanos, informam que, só em epidemiologia dessa antropozoonose, ·entre nós.
Cuba, se tinham registrado mais de 100 casos Apesar disso, à proporção que passam os anos,
até 1944 (aos quais se devem acrescentar nume- verifica-se que o problema de fasciolose hepá-
rosos achados. posteriores) ; no Chile, ocorreram tica no homem, no Brasil, apresenta interesse
82 casos até 1959. Além disso, observaram-se in- clinico e sanitário em nosso país. Parafrasean-
festações humanas no Peru, Argentina, Uru- do ACHA & SZYFRES 1, parece-nos que, entre
guai, Costa Rica, Venezuela, Porto Rico e Mé- nós, a freqüência de infestação humana por
xico. Na área endêmica da Sie-rra Central do Fasciola hepatfoa tem sido sub-estimada na li-
Peru, foi efetuado estudo extenso sobre o pro- teratura parasitológica.
blema. Em 14 comunidades da Província de Cabe a REY & col. 12 a descrição do encon-
Janja, realizaram-se 1557 exames coprológicos, tro do primeiro <!aso humano autóctone de fas-
durante 1968-1969, em escolares de 7 a 14 anos, ciolose hepática, no Brasil,- em uma crianQa de
com encontro de ovos do trematódeo em 15,6% 3 anos de Campo Grande (Capital do atual Es-
Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas, Departamento de Patologia Básica
(1) Professor Visitante
(2) Professor Adjunto

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AMARAL, A. D. F. do & BUSETTI, E. T. - F,asciolose hepática humana no Brasil. Rev. Inst. Med. trop.
São Paulo 21:141-145, 1979.

tado de Mato Grosso do Sul), onde residia em tado do Paraná). AMATO NETO & SILVA3
propriedade agrícola rural. Concluiram que, descreveram também um caso, proveniente de
sendo a fasciolose hepática bastante dissemi- Caçapava (Vale do Paraíba, Estado de São
nada nos rebanhos de ovinos e de bovinos, no Paulo) e cujo diagnóstico foi feito durante in-
Sul e no Oeste do Brasil, sua ocorrência no ho- tervenção cirúrgica, confirmando exame de fe-
mem seria possível, com a penetração da agri- zes anterior.
cultura, principalmente da agricultura de sub- Em outubro de 1977, um de nós (A.D.F.A.),
sistência, naquelas áreas exclusivamente cria- exercendo atividade no setor de Ciências Bio-
doras. Tal previsão vem sendo confirmada. Tra- lógicas da Universidade lílederal do Paraná, em .
balhos levados a cabo no Vale do Paraíba (Es- Curitiba, foi procurado para fazer o diagnósti-
tado de São Paulo) começam a demonstrar a co de ffVO encontrado em fezes da paciente
importância que a referida parasitose está as- S.P.R., do sexo feminino, de 29 anos, de cor
sumindo, entre nós, em patologia humiliila. branca; o material procedia do Laboratório de
Já há muito tempo, LUTZ 11 assinalara, na Parasitologia do Hospital de Clínicas da Univer-
zona que acompanha as margens do Paraíba, sidade Federal do Paraná. Foi feito o diagnós-
de Barra do Piraí para baixo, a presença da tico de ovo de Fasciola hepatica. A paciente foi
F. hepatica tanto em bois como em carneiros. internada na Enfermaria de Doenças Infeccio-
Também encontrou o caramujo transmissor, sas e Parasitárias (Serviço do Prof. M. C. Ba-
do gênero Lymnaea, no qual verificou infesta- ranski), no mencionado Hospital de Clínicas,
ção natural pelas formas larvárias daquele ver- onde confirmamos o diagnóstico de parasitis-
me: "Quanto à infecção natural, só a observei mo por aquele verme, mediante o encontro dos
em dois exemplares da Fazenda Floresta. Am- respectivos ovos em material obtido por meio
1

bos os caramujos estavam mortos, como tam- de sondagem duodenal. Devidamente submeti-
bém as rédias e cercárias n'elles contidas, de da a exame clínico naquela enfermaria, foi a
modo que não foi possív el fazer uma infecção
1
paciente medicada. Este achado constituíu ob-
artificial". jeto de comunicação por BARANSKI & col.5 ao
FRANÇA 9, em 1967, mostrou que 10% dos XIV Congresso da Sociedade Brasileira de Me-
bovinos examinados da região do Paraíba, pro- dicina Tropical e III Congresso da Sociedade
cedentes de Taubaté, São Luiz do Paraitinga, Brasileira de Parasitologia, realizados de 19 a
Natividade da Serra, Redenção da Serra, C'a- 23 de fevereiro de 1978, em João Pessoa, PB.
çapava, Jambeiro e Paraibm1a, se apresenta- Posteriormente, O.P.R., esposo da paciente
vam infestados pela F. hepatica. No mesmo ano, acima referida, também foi encontrado parasi-
1

SANTOS & VIEIRA 13 descreveram sete casos tado pelo mesmo trematódeo, de acordo com
humanos de fasciolose hepática adquirida na- exame feito no Laboratório de Parasitologia
quele Vale, orientando esta investigação pelo do Hospital de Clínicas da Un~versidade Fede-
trabalho de FRANÇA 9 que, como vimos, encon- ral do Paraná (BARANSKI & col. 4 ) •
trou elevada incidência de parasitismo pela F. O encontro de dois casos de fasciolose he-
hepatica1 (10%) no gadoibovino da Região. SAN- pática humana em duas pessoas da mesma fa-
TOS & col. 14, em inquérito coprológico realiza- mília chamou a nossa atenção para iniciar um
do em Ilhéus e Uruçuca (Bahia), pela VIII estudo epidemiológico sobre a verminose em
Bamdeira Científica do Centro Acadêmico "Os- apreço no local de onde proveio o casal para-
waldo Cruz" da Faculdade de Medicina da Uni- sitado.
versidade de São Paulo, em janeiro de 1967, des- Contribuição pessoal
cobriram mais 2 casos de pacientes eliminando
ovos de F. h~patica pelas fezes. Reportando-se Localizado o casal parasitado no Bairro de
às investigações de REY & col. 12 e de SAN- Uberaba, Município de Curitiba, iniciamos o
TOS & VIEIRA 13, concluem: "Assim o achado nosso trabalho pelo exame coproparasitológico
da VIII Bandeira Científica é um dado a mais, dos moradores do referido bairro. Uberaba é
a demonstrar a necessidade de maior atenção um bairro de Curitiba no limite com o Municí-
para a distomatose hepática humana no Bra- pio de São José dos Pinhais, do qual se acha
sil". Passam-se quatro anos e CORMA & FLEU- separado pelo Rio Iguaçu. Acha-se arruado,
RY s descrevem mais um caso humano autócto- mas sem pavimentação. Tem vários loteamen-
ne, cuja infesta,ção pela F. hepatica foi adqui- tos. Aquele em que iniciamos nossas investiga-
rida provavelmente em CornéUo Procópio (Es- ções chama-se David Carneiro e seu arruamen-

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to data de 8 anos. As casas, de tábua, em ge- só para conservar ovos e larvas de helmintos e
ral, são providas de água encanada e tratada,
1 cistos de protozoários, oomo, também para pre-
fornecida pela SANEPAR. Antigamente, o abas- servar trofozoítos destes últimos. Podendo as
tecimento de água era feito através de poços. fezes conservadas no SAF ser examinadas por
Praticamente, todas as casas mantêm os anti- processos de sedimentação e flutuação, bem
gos poços, cuja água é usada juntamente como sob coloração pela hematoxilina, esco-
com a água tratada. Não há rede de lhemos, tendo em vista os fins visados nesta
esgotos. Os dejetos são lançados em fos- primeira fase da investigação, o processo de
sas sépticas, construídas ao lado das residên- centrífugo-sedimentação com éter.
cias. Antes do loteamento, a região apresentava
vários alagadiços e era constituída de chácaras RESULTADOS
onde seus moradores se ocupavam principal- Até o presente, examinamos, pela maneira
mente da criação de gado bo'Vino leiteiro. Com acima descrita, 166 espécimes fecais colhidos
o loteamento, houve drenagem dessas coleções dre amostra não selecionada de moradores do
liquidas, que hoje são pouco numerosas. Nes- bairro de Uberaba, constituída de adultos , e
ses alagadiços, mesmo nos poucos ainda exis- crianças, com a finalidade de obter os primei,
ten1Jes, cresce em abundâmcia o agrião, Nastur- ros dados que servirão de orientação para o
tium officinale, R. Bro (*). E moradores da lo- andamento da investigação que nos propuse-
calidade afirmam que consomem esse vegetal, mos levar a cabo, ,em relação à fasciolose hepá-
crescido em condições silvestres. Entre esses tica humana em Curitiba (AMARAL & BU-
moradores, já encontramos alguns, portadores SETTI 2).
de Fasciola hepatica, como detalharemos mais Os resultados do exame parasitológico de
adiante. E todos esses parasitados por aquele fezes desses 166 pacientes acham-s·e discrimi-
trematódeo referiram o consumo sistemático nados no Quadro I.
desse alimento, que, como se sabe, é o princi-
pal veículo da forma infestante da Fasciola he- QUADRO I
patica para o homem. Prevalência de Helmintos e Protozoários em 166 exa-
mes copro!ógicos de pacientes do Bairro de .Uberaba,
Em pequenas coleções líquidas, ,ainda hoje Curitiba
existentes no bairro, já encontramos moluscos
que pudemos classificar como pertencentes à Exames de fezes positivos
família Lymnaeidae, que contém as especies Espécies de parasitas
que funcionam como hospedeiros intermediá- NQ %
rios da Fasciola hepatica.
Ascaris lumbricoiàes 48 28,9
AtualmentJe, não encontramos na região Trichuris trichiura 72 43,3
em que estamos trabalhando criação sistemáti- Ancilostomídeo 65 39,1
ca de gado bovino leiteiro. Mas podemos. infor- Taenia sp. 7 4,2
mar que, examinando bovinos do bairro do Bo- Rymenolepis nana 9 5,4
queirão, que é próximo ao de Uberaba, verifi- Fasciola hepatica 8 4,8
Strong:yloides stercoraHs 9 5,4
camos parasitismo pela Fasciola hepatica.
Entamoeba IIistoI;ytica 14 8,4
Para iniciar nosso inquérito epidemiológi- Entamoeba 1Ia1·tmanni 18 10,8
co, visando descobrir os portadores humanos Entamoeba coli 30 18,0
de F. hrepatica, escolhemos o exame copropara- Iodamoeba bütschlii 6 3,6
sitológico de u'a amostra dos moradores do E11dolimax nana 27 16,2
Giardia lamblia 28 16,8
bairro. As fezes dos pacientes foram colhidas,
Sarco(\ystis hominis 1 0,6
imediatamente após a evacuação, em fixador
simples, estável e relativamente não tóxico - Total de positivos 138 83,1
SAF - composto de acetato de sódio, ácido ······
Total de negativos ..... 28 16,8
acético, formalina e água, de acordo com as
recomendações encontradas no trabalho de
YANG & SCHOLTEN 15. Originalmente utiliza- COMENTARIOS E CONCLUSÕES
do por JUNOT :10, o SAF, s,abe-se, serve, não
Deixando de comentar, pelo momento, a
(*) A classificação botânica foi feita pelo Prof. Dr.
incidência de parasitoses intestinais no bairro
Olavo Araujo Guimarães, a quem agradecemos. de Uberaba (Curitiba), chamamos a atenção

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para o encontro de 8 casos novos de portado- me dos dados nele contidos, verifica-se que,
res humanos de Fasciola hepatica, que se acres.- até 1977, haviam sido descritos no Brasil 12
centam aos dois já referidos por BARANSKI casos de fasciolose hepática humana. Em fins
& col. 4. Frisamos que a possibilidade de falsa daquele ano e em 1978, foram dados a conhe-
fasciolose foi excluída mediante anamnese cer mais 10 casos do Bairro de Uberaba (Curi-
adequada e repetição dos exames coprológicos.
1 tiba). Devemos informar que, após remessa
A incidência da Fasciola hepatica na amos- desta nota para publicação, mais 2 casos no-
tra humana por nós estudada é, assim, de vos foram por nós descobertos, no mesmo bair-
4,8%. Naturalmente, não deve representar tal ro, elevando para 12 os casos de fasciolose he-
porcentagem a incidência real, que só poderá pática humana em Curitiba. Assim, enquanto
1

sier obtida por exame de amostragem significa- em todo o Brasil, até 1977, tinham sido dados a
tiva do total da população do bairro de Ubera- conhecer, ao todo, 12 casos humanos daquela
ba, a qual, de acordo com dados oficiais a nós parasitose, apenas em um bairro de Curitiba
fornecidos pelo Instituto de Pesquisa e Plane- foram encontrados mais 12 portadores huma-
jamento Urbano de Curitiba, (IPPUC), foi cal- nos de F. hepatica, de fins de 1977 até fins de
culada para o •amo de 1978 em 25.579 habitantes. 1978. Depreende-se da leitura da presente no-
Os dados obtidos até agora, porém, mos- ta que o bairro Uberaba, por nós investigado,
tram que devemos continuar a nossa inviesti- apresenta todas as condições epidemiológicas
gação epidemiológica sobre a fasciolose hepá- para a existência da fasciolose hepática huma-
tica humana nesta cidade brasileira, para co- na. Prosseguiremos ein nossas pesquisas, não só
nhecer com exatidão a importância do proble- para conhe0er a incidência real da F. hepatica
ma. na população humana, em Curitiba, como pa-
A título de comparação, apres entamos, no
1 ra trazer subsídios para estudo do parasitismo
Quadro II, todos os casos de fasciolose hepáti- por aquele verme em outras áreas do Territó-
ca humana diagnosticados no Brasil. Pelo exa- rio Nacional.

QUADRO II
Casos de fasciolose hepática humana diagnosticados no Brasil
(1958 a 1978)

Ano Autores Localidade Tipo de estudo Método de Positivos para %


diagnóstico F. hepatica

1958 REY & col. 12 Campo Grande (Est. Exame coproparasito- Hoffman, Pons & 1 0,1
de Mato Grosso do lógico de 1000 mora- Janer
Sul) dores do meio rural

1967 SANTOS & col. 14 Zona urbana e su- Exame coproparasi- Hoffman, Pons & 2 0,7
burbana de Uruçu- tológico de 268 pa- Janer
ca (Est. da, Bahia) cientes (crianças e
adultos)

1967 SANTOS & Vale qo Paraíba, Est. Hoffman, Pons & 7


VIEIRA" de .S. Paulo (Tau- Janer e Faust &
baté, Natividade e Estudo clínico col. Tubagem duo-
Redenção da Serra, denal. Intradermo-
S. Luiz do Parai- reação
tinga e Jambeiro)

1971 CORRÊA & Cornélia Procópio Estudo clínico e te- Hoffman, Pons & 1
FLEURY8 (Est. do Paraná) rapêutico Janer
1977 AMATO NETO & Vale do Paraíba, Est. Estudo clínico Exame de fezes e en- 1
SILVA• de s. Paulo (Caça- contro do verme em
pava) ato cirúrgico
1977 BARANSKI & col. 4 Bairro de Uberaba, Estudo clinico e te- Hoffman, Pons & 2
Curitiba, Est. do rapêutico Janer e tubagem
Paraná duodenal
1979 AMARAL & Bairro de Uberaba, Exame coproparasi- Centrífugo-sedimen- 8 4,8
BUSETTI' Curitiba, Est. do tológico de 166 pa- tação com éter
Paraná cientes

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São Paulo 21 :141-145, 1979.

Julgamo-nos autorizados a concluir que: 3. AMATO NETO, V. & SILVA, L. J. - Infecção


l) A fasdolose hepática humana deve ter im- humana por Fasciola hepatica. Relato de um caso
e análise da questão. Rev. Inst. Med. trop. São
portância para certas áreas do Brasil; 2) Im- Paulo 19: 275-277, 1977.
põem-se inquéritos epidemiológicos adequados 4. BARANSKI, M. C.; AMARAL, A. D. F.; CAR-
para avaliação segura da incidência dessa pa- NEIRO F•, M.; SILVA, R. F. ; SILVEIRA, H.
rasitose, na coletividade humana, entre nós. B.; CUNHA, L. A. M. & MAGNI, N. R. -
Novos casos autóctones de fasciolíase hepática hu-
E, por oportunas, reproduzimos, para en- mana em Curitiba (Estado do Paraná, Brasil).
cerrar, as palavras de dois peritos do OPS/ Em publicação nos An. Med. Univ. Fed. Paraná,
OMS, ACHA & SZYFRES 1: "En América Lati- 1977.
na sie han producido innecesarias y largas in- 5. BARANSKI, M. C.; SILVA, F. R.; CARNEIRO
ternaciones hospitalarias así como intervencio 0 F•, M.; AMARAL, A. D. F.; SILVEIRA, H. B.
& MAGNI, N. R. - Novo caso autóctone de fas-
nes quirúrgicas en pacientes hepáticos debido ciolíase hepática humana no Brasil. Comunicação
,a que en el diagnóstico diferencial no se tomó preliminar. Resumos dos temas livres do XIV
en curenta Ia fascioliasis". Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina
Tropical e do III Congresso da Sociedade Brasi-
leira de Parasitologia (João Pessoa, Paraíba, 19
SUMiMARY
a 23 de fevereiro de 1978), p. 138.

Human hepatic fascioliasis in Brazil 6. RENDEZú, P. - Algunos aspectos de la epidemio-


logia de la distomatosis hepática en el Valle de
Mantaro, Lima, Peru. Boi. Vet. Inv. Trop. y
The Authors report all case.s (12) of human de Altura (IVITA) Boi. Extraord. 4: 358-367, 1970.
hepatié fascioliasis which were described in
7. BENDEZú, P. & LANDA, A. - Distomatosis he-
Brazil from 1958 to 1977. ln the last months pática. Epidemiologia y Control. Lima. Bo.J.
of 1977 and all along the year 1978 they found Vet. Inv. Trop_ y de Altura (IVITA) 14: 1-32,
12 more cases which weve discovered only in 1973.
a district (Uberaba) near Curitiba, State of 8. CORRÊA, M. O. A. & FLEURY, G. C. - Fascio-
Paraná, Brasil. Ten of these cases have al- líase hepática humana: novo caso autóctone. Rev.
Soe. Brasil. Med. trop. 5: 267-270, 1971.
ready been matter of pubUcation, two of them
9. FRANÇA, I. - Fasciola hepa.tica em bovinos no
weve recently found out in a survey that is
Vale do Paraíba, Estado de São Paulo-Brasil.
being carried on the sarne area. A brief descrip- Arq. Esc. Vet. 19: 157-159, 1967.
tion of this area is given. ln small coUections 10. JUNOT, C. - Technique coprologique nouvelle
of water it was found watercress (Nasturtium essentiellement d·estinée a la concentration de
officinale). All people inf ected with F. hepatica
1 trophozoites d'amibes. Bull. Soe. Path. Exot. 65:
referred the ingestion of this vegetable usually. 390-398, 1972.
Snails of the Lymnaeidae family were also 11. LUTZ, A. - Sobre a ocorrência da Fasciola, lie-
patica no Estado do Rio de Janeiro. Boi. Inst.
found in small collections of water. Bovines of Oswaldo Cruz 1: 9-13, 1921.
the area were examined and they showed in- 12. REY, L. & col. - Primeiro encontro d·e ovos de
foction by F. hepatica. The Authors conclude: Fasciola hepatica em inquêrito helmintológico de
human hepatic fascioliasis may have some im- populações brasileiras (Campo Grande, Mato
portance in some places of Brazil; adequated Grosso). Rev. Panl. Med. 53: 60, 1958.
epidemiological surveys. must be carried on in 13. SANTOS, L. & VIEIRA, T. F. - Considerações
sobre os sete primeiros casos de fasciolose huma-
order to determinate the true importance of na encontrados no Vale do Paraíba, Estado de
human hepatic fiascioliasis which is, until now, São Paulo. Rev. Inst. Adolfo Lutz 25-27: 95-110,
uniknown, in Brazil. 1965/1967.
14. SANTOS, N. R. & col. - Inquérito coprológico,
REFER:iiJNCIAS BIBLIOGRÃFICAS sorológico e médico-social realizado em Ilhéus e
Uruçuca (Bahia) pela VIII Bandeira Cientifica do
1. ACHA, P. N. & szyFRES, B. - Zoonosis y En- Centro Acadêmico «Oswaldo Cruz» da Faculdade
fermedades comunes al hombre y a los animales. de Medicina da Universidade de São Paulo, em
Publicación Cientifica N• 354. Oficina Sanitaria janeiro de 1967. Rev. Med. (São Paulo) 51: 63-70,
Panamericana, Oficina Regional de la Organiza- 1967.
c10n Mundial de la Salud 525 Twenty-third 15. YANG, J. & SCHOLTEN, T. - A fixative for
Street, N. W. Washington, D. C. 20037, E.U.A., intestinal parasites permitting the use of con-
1977. centration and permanent staining procedures.
2. AMARAL, A. D. F. & BUSETTI, E. T. - Ob- Amer. J. Clin. Path. 67: 300-304, 1977.
servações preliminares sobre a fasciolose hepática
humana em Curitiba. (Em publicação na Acta
Biológica Paranaense, 1979). R@cebido para publicação em 19/12/1978.

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