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Thebas, anos mais tarde, já forro, foi convocado para exercer o mesmo papel que
agora faziam seus colegas de ofício. E terá também escravos: João e Joaquim,
ambos negros. Tebas, de cativo tornara-se senhor. A sociedade escravocrata tinha lá
a sua lógica e as relações escravistas se reproduziam até por suas próprias e
antigas vítimas. Teria Tebas outra alternativa? A idade avançando; resolve gozar a
vida! Continuará sendo chamado de Mestre até aos 80 anos, quando chegará a
exercer inclusive a função de Juiz do Ofício de Pedre
Na realidade, onde Tebas mais trabalhou (as pesquisas mais recentes revelam)
foram em obras mandadas realizar pelas Ordens e Corporações religiosas da cidade
em suas respectivas igrejas e capelas. Em pelo menos quatro delas existem
documentos comprovando a sua presença: além da Sé já mencionada, também na
igreja do Mosteiro de São Bento (1766),, na capela da Ordem Terceira do Seráfico
São Francisco (1783) e, como logo veremos em detalhes, na capela da Ordem
Terceira do Carmo.Com exceção da igreja franciscana, a maior parte dessas obras
foi por ele executada na condição de escravo – pois que, após a morte de Bento de
Oliveira (1769), ficaria ainda por 10 anos sujeito às ordens da viúva, Dona António
Maria Pinto, embora com sua Senhora, passasse a desfrutar de uma relativa
autonomia. Arcediago Matheus Lourenço de Carvalho, que de certo lhe prometeu
alforria em troca da conclusão das obras do frontispício da Sé paulistana
. No sistema colonial, onde o trabalho manual não era muito valorizado, como você
diz, o sistema ficava na mão dos escravos de ganho. O mestre português não tinha
muito interesse em transmitir o seu saber aos filhos ou aos sobrinhos, mas aos
filhos ilegítimos e aos escravos. A divisão dos ganhos e a promessa da alforria, mais
ainda quando se tratava de filhos naturais, era um estímulo para apreender e se
destacar. Os escravos libertos por sua vez compravam outros desafortunados que
viam no ofício um meio para sair da sua condição infeliz, ou, pelo menos, viver em
condições menos humilhantes, e eventualmente ganhar recursos próprios
Frontão do Mosteiro de São Bento
A pedra fundamental da nova fachada da Igreja de São Bento, lançada em 1766, foi
trabalhada pelo mestre Joaquim Pinto de Oliveira, o Tebas.
O Chafariz da Misericórdia foi executado pelo construtor alforriado Tebas,foi ponto de encontro
dos afro-brasileiros no século 19
O chafariz serviria não apenas para fornecer água aos moradores no entorno do
largo, mas também para que burros e cavalos ao adentrar a cidade pela nova
estrada pudessem se restabelecer da longa jornada.
Vista do Largo da Memória na década de 30
THEBAS EM ITU
Afora isso, é bom lembrar que foi a partir desse mesmo governante que em São
Paulo são estimuladas as atividades agrícolas, de onde resulta o desenvolvimento
da agroindústria do açúcar em território paulista, inserindo a Capitania pela primeira
vez nos quadros da Economia Colonial, e em razão da qual desponta no último
quartel do século, a cidade de Itu como uma das mais prósperas do planalto
paulista.
Tebas estava em Itu naquele ano para levantar o Cruzeiro defronte ao conjunto
conventual