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Empresa Jr. de Engenharia de Produção - UFSCar
GEPEP – Grupo de Estudo e Pesquisa em Engenharia de Produção
Custo e despesa não são sinônimos, tem sentido próprio, assim como
investimento, gasto e perda. Neste livro, custo se refere ao sacrifício na produção,
logo temos custos de produção e despesas de administração, de vendas e finanças.
Gasto significa compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício
financeiro para a entidade (desembolso, sacrifício representado por entrega de
ativos, normalmente dinheiro).
1- Alocação direta
2- Rastreamento
3- Rateio
1 - Se faz uma alocação direta quando existe uma identificação clara, direta e
objetiva de certos itens de custos com certas atividades (salários, depreciação,
viagens, material de consumo etc.).
2 - Rastreamento é uma alocação com base na identificação da relação de
causa e efeito entre a ocorrência da atividade e a geração de custos. Essa relação é
expressa através de relacionadores de custos de primeiro estágio (direcionadores de
custos de recursos), tais como número de trabalhadores, área ocupada, tempo de
mão-de-obra, de máquina, quanto de kWh, estimativa do responsável pela área.
3 - Rateio é a realização apenas quando não há possibilidade de utilizar nem
a alocação nem o rastreamento.
Pelo que vimos até agora, no que se refere ao processo de atribuição de
custos às atividades, podemos deduzir que a simples divisão em departamentos em
centros de custos facilita o processo.
Então o ideal é reorganizar a Contabilidade de Custos, orientando os custos
para as atividades. O ABC trabalha com o conceito de atividades.
8.5.3 – O que é um direcionador de custos
Direcionador de custos é o fator que determina o custo de uma atividade.
Como as atividades necessitam recursos para serem realizadas, deduz-se que o
direcionador é a verdadeira causa dos seus custos. O direcionar deve ser o fator que
influência ou determina a maneira como os produtos consomem (utilizam) as
atividades.
Existem direcionadores de primeiro estágio, também chamados de
direcionadores de custos de recursos e os de segundo estágio, direcionadores de
custos de atividades.
Com o uso desse método, há uma tendência de o produto ficar avaliado por
um custo menor do que quando avaliado pelo preço médio, tendo-se em vista a
situação normal dos preços crescentes. Ao se utilizar o PEPs, acabasse apropriar ao
produto, via de regra, o menor valor existente do material nos estoques.
10.5 Comparação
O PEPs apresenta os menores custos dos materiais utilizados, o UEPS, os
maiores e o Preço Médio fica entre os extremos. As diferenças existem enquanto
ocorrerem os estoques de materiais.
$1.000.000 pela matéria prima adquirida mais $100.000 pelo IPI incidente nessa
operação. Ao utilizar o material para produzir um bem qualquer e vende-lo, digamos,
por $1.800.000, acaba por cobrar de seu cliente $ 1.980.000 ($1.800.000 mais
$180.000, supondo alíquota igual à de entrada). Por já haver pagado $100.000 de
imposto na compra, ou seja, haver feito um adiantamento por conta do que iria
cobrar futuramente, ao receber os $180.000 de seu cliente considera $100.000
como devolução do adiantamento feito, e $80.000 como divida a União; ao recolher
esse ultimo montante, tem a simples liquidação de uma divida como outra qualquer.
No final do período, a conta IPI faturada nas vendas será encerrada contra vendas
Brutas e se obterá o valor líquido das Vendas, que são sua verdadeira receita.
* Equivalente de Produção: usado para calcular o custo médio por unidade quando
existem produtos em elaboração nos finais de cada período. Dá o número de
unidades que seriam totalmente acabadas se todo um certo custo fosse aplicado só
a elas.
Refinaria:
- Custo por L recebido da Mistura, acrescido pela perda de volume
R$ 100,00 = R$ 200,00/litro
0,50 L
- Custo de Conversão
R$ 5.200.000 = R$ 100,00/litro
52.000 L
Exemplo:
Matéria-prima R$ 30.000.000
Mão-de-obra, Custos Indiretos R$ 15.000.000
Custos Totais R$ 45.000.000
B) R$ 15.000.000 = R$ 150/Kg
100.000 Kg
C) R$ 13.500.000 = R$ 225/Kg
60.000 Kg
Exemplo:
Receita Total R$ 60.000.000
(-) Custo Total R$ 45.000.000
Lucro Bruto Total R$ 15.000.000
Também seria possível fazer um cálculo em que o lucro bruto não fosse igual
em reais por unidades de cada co-produto e sim igual percentualmente sobre
o preço de venda de cada um. Se não houvessem custos adicionais os
valores obtidos seriam iguais aos obtidos pelo critério de valor de mercado.
Método das Ponderações: pondera cada co-produto em termos de grau
de dificuldade, importância, facilidade de venda, etc.
Os CIF não dependem dos produtos e volumes e seu valor por unidade
depende da quantidade produzida
Dependendo do critério de rateio escolhido pode ser apropriado um valor
diferente para cada unidade de cada produto.
Margem de Contribuição por Unidade: diferença entre a receita e o Custo
Variável de cada produto. Valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de
sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem
erro.
A margem de contribuição não é o lucro pois os CIF ainda não foram
computados mas esta aponta qual o produto deve ter sua venda incentivada.
Despesas Variáveis
Comissões R$ 10/t
Impostos R$ 15/t R$ 25/t
Preço de Venda R$ 260/t
mercado nacional onde está a indústria. Esta prática é uma das formas de “dumping”
internacional.
Exemplo:
Um produto tem as seguintes características:
Fabricado em agosto com:
Custos Variáveis
Materiais adquiridos em 18 de junho e
pagos em 18 de julho por R$ 30.000
Mão-de-obra a pagar em 5 de setembro por R$ 20.000
Preço de venda em início de setembro
A receber em 30 dias após a data da venda R$ 80.000
Aparentemente a Margem de Contribuição é de R$ 30.000 mas, digamos que
a inflação desde junho esteja em 20% ao mês e espera-se venha a ser de
25% em setembro.
6000000
5000000
4000000
3000000
2000000
1000000
0
1 2 3 4
Vendas
1000000
800000
600000
400000
200000
0
-200000 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano
-400000
-600000
Exemplo:
Uma empresa produz cinco tipos de produtos e existem dois departamentos
de produção. Um trabalha exclusivamente para 2 produtos e outro para 3
produtos.
Uma forma rápida de identificarmos as posições de cada produto e grupo de
produtos que possuem custos fixos comuns é a elaboração de uma sequência
de margens de contribuição onde os custos fixos são deduzidos - se
identificados com um produto ou grupo deles - desses itens, e, se forem
comuns, da soma de todas as Margens de Contribuição.
19.1.1 "RKW"
"Reichskuration fur Wirtschaftlichkeit". Técnica disseminada na Alemanha que
consiste no rateio não só dos custos de produção como também de todas as
despesas da empresa (inclusive financeiras) a todos os produtos. Com esse rateio
chega-se ao valor de "produzir e vender", basta adicionar agora o lucro desejado
para se ter o preço de venda final.
Essa fórmula não é muito útil em economias de mercado onde o preço é
muito mais decorrência dos mecanismos e forças da oferta e da procura.
É muito mais viável que uma empresa analise seus custos e suas despesas para
verificar se é viável trabalhar com um produto cujo preço o mercado influencia do
que ela determinar o preço em função daqueles custos ou despesas.
19.1.4 Target Cost (Custo Meta), o Uso do ABC para se chegar ao Target Cost
Com a crescente competitividade entre as empresas o preço passa a ser
praticamente em função da oferta e da procura.
Neste ambiente no qual as empresas não podem alterar sua política de preço
por modificação na sua estrutura de custos, esta deve estabelecer qual o custo
máximo suportável de forma a atingir o retorno desejável, ou seja, qual o custo meta
ou, target cost.
A fase de projeto de um produto é a fase na qual a utilização do custo meta
se faz mais eficaz. O retorno a ser atingido pode ser alcançado mais eficientemente
se tudo for planejado desde a concepção do produto.
A utilização do custo meta exige que todas as partes das empresas trabalhem
como uma só equipe. Ela induz, ainda, a empresa a olhar não exclusivamente para
si própria e sim ter um foco no cliente.
Hoje, o método mais utilizado é o ABC que mostra os custos de todas as
atividades para daí verificar quais não adicionam valor e que precisam ter seus
gastos reduzidos ou anulados.
que o torna indisponível para outros fins, fazendo assim a empresa contar,
gerencialmente com $500.
No dia-a-dia, para efeitos práticos, o conceito de Lucro Disponível é muito
mais útil, pois evidencia o resultado, mas é importante lembrar que em termos
econômicos ele é apenas parte do resultado global. A utilidade desse conceito pode
ser verificada no exemplo a seguir, se o Imposto de Renda tributasse 35% do lucro
histórico ($2.000), geraria uma despesa maior que o lucro financeiro ($700 de
imposto contra $500 de lucro) o que mesmo gerando sobra de $300 impossibilitaria
a reposição do estoque.
A maior utilidade da adoção de custos de reposição é o seu uso para analisar
e decidir sobre o futuro. Assim se fizermos um produto ontem por $5.000,não houve
inflação hoje, mas ocorreu um reajuste na folha salarial a partir de hoje, e a
reposição custará agora $5.600. Se o produto for vendido por $6.000 o lucro contábil
será de $1.000, mas “financeiro” apenas $400.
Para cotações, concorrências e orçamentos, os custos passados são apenas
base de referencia; o importante mesmo é o custo futuro de reposição.
É muito ruim para a empresa que seus executivos de alto nível recebam
relatórios de diferentes setores da empresa, tratando do mesmo assunto, mas
apresentando valores diferentes, provavelmente um será desacreditado ou mesmo
os dois acabem por serem abandonados. Isso pode ainda gerar competição interna
dos dois setores, um desdenhando do outro e prejudicando a empresa como um
todo. Por esse motivo é fundamental a conciliação entre as duas informações.
O importante é não desagregar informações, aliás, a compatibilização é a
maior segurança que a empresa pode ter. É também de grande importância o
comentário que Custeio por Absorção e o Variável não são mutuamente
excludentes, podem ser utilizados conjuntamente para finalidades diferentes. O
importante é saber quando usar cada um deles.
Geralmente é necessário que alguém que coordene os dois setores explique
as diferenças de resultado.
Há outra justificativa para tratar a MOD como fixo: considerar o seu valor total
como custo estrutural da empresa ou da área e não de determinada unidade de
produto.
Outra questão, tendente a crescer de relevância nos setores de maior
automação: como o volume de produção está mais dependente de maquinas do que
pessoas. A programação é que vai determinar o aumento ou redução do volume
produzido. Nesse caso, definitivamente a MOD assume a característica real de
Custo Fixo.
proporcional ao grau de produção. Por exemplo, uma indústria que tenha perdas no
processamento da matéria-prima que, tendem a diminuir percentualmente a medida
que a produção cresce.
A mão-de-obra direta pode também crescer não proporcionalmente à medida
eu se produz mais, já que a produtividade tende a aumentar até certo ponto, para
depois começar a cair. Se o pessoal tem oito horas para produzir 60 unidades, que
poderiam ser produzidas em seis horas, provavelmente trabalharão com mais calma
e consumirão as oito horas (se o volume por hora não estiver condicionado por
máquinas). Se o volume passar para 80 unidades, trabalharão as mesmas 8 horas,
agora se passar para 90 unidades, o cansaço pode levá-los a consumir mais que
nove horas, decrescendo a produtividade.
Como uma empresa não oscila tão facilmente seu volume de atividade, a
tarefa de analisar os custos e despesas fixos e variáveis fica mais fácil, podendo ser
considerado linear, lembrando que assim a validade da análise é restrita a certos
níveis de produção.
Também deve-se levar em consideração que ocorrem alterações nos custos
em função de outras variáveis, além do volume. Aliás, normalmente, as maiores
alterações são decorrentes das variações de preços, e não propriamente as das
mutações no grau de atividade.
Se fossem apenas dois produtos, poderíamos ainda fazer uma relação entre
as duas MC para saber o quanto de um equivale ao outro, no entanto, com 3
produtos, a tarefa já se complica violentamente.
Como já foi visto, a mudança nos métodos de custeio altera não só o custo
dos produtos como também a ordem de lucratividade dos mesmos. Podemos notar
que mesmo entre os métodos ABC há uma diferença na ordem de lucratividade.
Claro que nem sempre isso é viável, por isso vale ressaltar que se deve fazer
escolhas, e que não se deve ser totalmente contra nenhum método de custeio, já
que todos possuem méritos e falhas, se existisse um completamente correto e
completo os outros já teriam desaparecido.
confrontar o custo real com o custo meta; deve-se estabelecer centros de custos de
grupos homogêneos; o ABC deverá melhorar o processo de apropriação.
Princípios de Mensuração de Desempenho: deve-se medir o desempenho
das atividades relevantes; essas mensurações deves ser de natureza financeira e
não-financeira; essas mensurações devem ser consistentes com as metas da
empresa e devem melhorar a visibilidade dos direcionadores de custos utilizados.
Princípios de Gestão de Investimento: a gestão de investimento deve ser mais
do que um processo de orçamento de capital, deve ser consistente com os objetivos
da empresa, deve dar suporte ao processo de redução ou eliminação de atividades
que não adicionam valor; todos os investimentos devem ter efetivo
acompanhamento posterior para que seu desempenho possa ser comparado com o
originalmente previsto.
Assim insere-se a Contabilidade de Custos em um mundo bem maior que
apenas acompanhar custos de cada bem ou serviço. Ela faz parte do planejamento
estratégico da empresa e ajuda nas tomadas de decisão.
reais são levantados primeiro por natureza, segundo por departamentos e terceiro
por produtos, é essencial que os custos estimados tenham essa mesma
classificação, inclusive com a mesma denominação, se possível.
25.7.1 Um exemplo
Suponha uma empresa com três produtos, seja o produto P2 1,5 vez mais
trabalhoso que o produto P1(P2=1,5 P1). O produto P3 é 2 vezes mais difícil de ser
fabricado que P1 (P3=2 P1). Assim P1 pode ser usado como unidade de medida
comum (1 P1=1 UEP).
Se em janeiro foram produzidos 5.000 P1, 3.000 P2 e 2.000 P3, foram
utilizados 13.500 UEPs, se em fevereiro foram produzidos 4.500 P1, 4.000 P2 e
2.500 P3, ou seja, 15.500 UEPs, concluímos que a produção de fevereiro foi 2.000
UEPs superior a de janeiro, o que representa um acréscimo de 15%.
contabilização de custos, e sim uma técnica auxiliar. O padrão só será bem sucedido
caso haja um bom sistema de Custo Real.
Outra finalidade é o efeito psicológico sobre o pessoal, podendo ser positivo
ou negativo dependendo da forma implantada. Se o Padrão for fixado considerando-
se metas difíceis, mas não impossíveis, funcionará perfeitamente motivando os
funcionários pelo desafio. Agora se o padrão for fixado na proximidade do Ideal,
ninguém procurará melhorar, já que sabe que aquilo é impossível de se obter.
Mesmo para o alto escalão, um relatório que apresente divergência de 12%, e no
mês seguinte de 9%, deixará o diretor ansioso para receber o próximo torcendo para
um 6% aparecer, no entanto uma divergência de 85% e outra de 76% serão, para
ele, praticamente iguais.
O sucesso do Custo-padrão vai depender da seriedade que a empresa der a
localização e saneamento das diferenças entre ele e o Real.
ressaltar que não podemos tomar o custo-padrão como totalmente válido para
elaboração de orçamento, já que ele normalmente é menor que o Custo Real.
Padrão Real
Matéria-prima X 16kg x $4,00/kg = $64 19kg x $4,20/kg = $79,80
Matéria-prima Y 5m x $10,00/m = $50 4m x $13,55/m = $54,20
Embalagem 80fl x $0,70/fl = $56 75fl x $0,68/fl = $51,00
do custo total padrão do produto (no caso $3,40), ou em relação ao item sob análise,
por exemplo 10% do custo-padrão da matéria-prima X (no caso $6,40). Diferentes
critérios podem incluir ou não o produto em uma análise mais detalhada, o
importante é não gastar mais na procura das razões do que já gastou ao nelas
incorres.
Falta analisar a variação desfavorável no preço, a compra foi malfeita? O
fornecedor foi determinado pela diretoria? Precisava de pronta entrega? Foi um fator
externo que não poderia ter sido controlado?
É importante fazer análise mesmo que as variações sejam favoráveis, para
sempre melhorar o sistema de custo-padrão.
Por exemplo:
D – Produção em processo $272.000 (Padrão)
D – Variações Materiais Diretos $12.000
D – Variações MOD $8.000
D – Variações CIP $16.000
C – Estoques Materiais Diretos $148.000 (Real)