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Câmara Técnica de Monitoramento das Condicionantes - PDRSX

O SEMESTRE EM REVISTA
Atividades e resultados do período
entre 1º de junho e 30 de novembro de 2014

Realização No âmbito do
Este documento traz um resumo do 1º Relatório Semestral do projeto
Sumário
Monitoramento das Condicionantes da UHE Belo Monte para a Câmara Técnica
do Monitoramento (CTM) do PDRS Xingu, de 15 de dezembro de 2014, bem
como dos boletins mensais produzidos para a comunicação do projeto.
O conteúdo completo pode ser encontrado em indicadoresdebelomonte.com.br.

O que é o projeto 4

Descobrindo o método 8

As matrizes 12
Uma narrativa de indicadores

Educação 38
Coleta preliminar

Saneamento 42
Mapa dos caminhos

Expediente Fale conosco 46


Coordenação Geral: Mario Monzoni
Redação e edição: Carolina Derivi e Daniela Gomes Pinto
Fotografia: Kena Chaves
Diagramação e revisão: Walkyria Garotti/Neuronia Design
Produção editorial: Bel Brunharo

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O que é o projeto “Nenhum rio é apenas um curso de água, esgotável sob o prisma
da hidrologia. Um rio é uma entidade vasta e múltipla (...).
Habituados a olhar as coisas como engenhos,
Entre o licenciamento ambiental e o desenvolvimento esquecemos que estamos perante a um organismo que nasce,
respira e vive de trocas com a vizinhança.”
local, uma aposta no acesso à informação como Mia Couto, E Se Obama Fosse Africano
fortalecimento da cidadania

O
projeto Indicadores de Belo Monte dedica-se a monitorar o cumprimento de um conjunto
de condicionantes do licenciamento ambiental da usina hidrelétrica de Belo Monte, no
Pará, bem como a eficácia de políticas públicas e ações que recaem sobre essas medidas
e a efetividade do desenvolvimento na região que recebe o empreendimento. O monitoramento se
dá sob os temas educação, saúde, saneamento básico, reassentamentos agrários, controle da malária
e fiscalização ambiental. E para as seguintes questões indígenas: saúde, educação, proteção das terras
indígenas, regularização fundiária e comitês de participação social.

Para atender aos objetivos, o projeto prevê a construção de matrizes de indicadores temáticas e
posterior coleta de dados, atreladas à identificação de sinergias com políticas públicas e ações
governamentais que apontem caminhos para superar gargalos e desafios do processo. Ao longo do
trabalho, as informações levantadas e as análises produzidas são disponibilizadas em publicações
periódicas e devem culminar em uma ferramenta permanente de monitoramento, na forma de um
sistema on-line, para ampla e contínua
disseminação dos resultados para uso
e apropriação pela sociedade. Condicionantes monitoradas
A iniciativa trata o acesso à informação
como instrumento de fortalecimento Licença Prévia:
da cidadania e deve contribuir para
2.28 - Referente à regularização fundiária, saúde e
ampliar a participação da sociedade local
educação indígenas
na construção de seus rumos. Aí reside
a importância do monitoramento do Licença de Instalação:
desenvolvimento local, especialmente
no contexto de inserção de grandes 2.10 - Referente a saneamento básico
obras e das intensas transformações 2. 11, 2.12 e 2.13 - Referentes a equipamentos de
vividas no território. As questões que saúde e educação
emergem desse trabalho também dizem
respeito ao debate sobre o licenciamento 2.20 - Referente à articulação com FUNAI para
ambiental na Amazônia e a busca de questões indígenas, Ministério da Saúde para
lições aprendidas, seja para o Xingu, controle da malária, e INCRA e ITERPA para
seja para outros locais em assentamentos agrários e regularização fundiária
circunstâncias semelhantes.
2.21 - Referente à fiscalização ambiental

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Instituições envolvidas Formação Local

O projeto é realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), por meio de seu Centro de Estudos em Seis estudantes da Universidade Federal do
Sustentabilidade (GVCes) e financiado e supervisionado pela Câmara Técnica de Monitoramento Pará (UFPA) recebem capacitação como
das Condicionantes da UHE Belo Monte (CTM) do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável assistentes de pesquisa quanto à metodologia
do Xingu (PDRSX). O trabalho teve início em junho de 2014 e compreende 18 meses de execução, com do Indicadores de Belo Monte e são orientados
término previsto para novembro de 2015. em projetos idealizados e executados por eles.

Dessa forma, mesmo quando a FGV não


estiver mais presente, a região seguirá
contando com capital humano capaz de
Equipe e identidade dar continuidade ao monitoramento do
desenvolvimento local e às reflexões que
esse processo inspira.
O levantamento de dados oficiais
Do primeiro grupo de estudantes, envolvido
secundários representa um esforço
de setembro de 2014 a fevereiro de 2015,
relevante do processo de pesquisa, mas é
participam (da esquerda para a direita)
no trabalho de campo que o Indicadores
Claudiane Farias de Araújo, Marta Feitosa
de Belo Monte encontra sua principal
Nunes Rios, Tais Silva de Jesus, Elisanne
matéria-prima. É convicção deste projeto
Carvalho Viterbino, Sidney Fortunato da Silva
que o conhecimento sobre impactos,
Junior e Tarcizio Max Borges Soares.
entraves, o que dá certo e o que não dá,
já está na região do Xingu. É produzido
e assimilado pelos atores locais.
Ao aprender com eles, nossa
contribuição será, acima de tudo,
a de organizar a informação.

Para tanto, cinco pesquisadores residentes


em Altamira - Graziela Azevedo, Eric
Macedo, Kena Chaves e Felipe Castro,
sob a coordenação de Leticia Arthuzo
Atividades realizadas
– realizam ampla consulta a lideranças,
gestores, especialistas e cidadãos atuantes na questão de Belo Monte. É assim que são formulados os
A maior parte dos esforços no período ficou concentrada na elaboração das matrizes de indicadores
indicadores, para que os elementos da pesquisa de fato reflitam as preocupações e prioridades das
para cada um dos temas. Foram quase 60 reuniões e mais de 120 documentos analisados para se chegar
partes interessadas, bem como as experiências do dia a dia no território.
aos quadros que organizam quais os elementos mais importantes a serem observados. Esse processo
Daniela Gomes Pinto e Marcos Dal Fabbro atuam entre Brasília e Altamira, coordenando os trabalhos representou também a consolidação da metodologia, que investiga o cumprimento das condicionantes
e buscando integração entre políticas públicas e os processos de licenciamento em curso. Carolina do licenciamento ambiental combinado à eficácia de políticas públicas e ações governamentais, tendo
Derivi, circulando entre Brasília, São Paulo e Altamira, assegura que as principais mensagens sejam em vista objetivos de desenvolvimento no longo prazo.
comunicadas e que os aprendizados sejam úteis a todos os atores envolvidos. Além disso, os
consultores-pesquisadores Fernando Abrucio e Isabelle Vidal apoiam a discussão em temas cruciais,
O projeto Indicadores de Belo Monte também coletou os primeiros dados sobre qualidade do ensino,
como educação e questões indígenas.
com foco especial na Área de Influência Direta (AID) do empreendimento. Os indicadores mostram um
A coordenação-geral – Mario Monzoni e Paulo Branco – e parte da equipe do GVCes quadro de piora nos quesitos reprovação e abandono, entre outras conclusões. Além disso, formulamos
acompanham regularmente o processo por meio de um Comitê Interno. E, mais importante, uma análise aprofundada sobre os desafios da universalização do saneamento básico na cidade de
a Câmara Técnica de Monitoramento reúne-se com a equipe da FGV mensalmente para Altamira, componente da condicionante 2.10 da Licença de Instalação (LI), que traz os detalhes da
se certificar dos rumos dos trabalhos, apontar saídas para desafios de percurso, tomar decisões situação atual, referências da legislação e do licenciamento ambiental, experiências correlatas em outras
conjuntas e ajustar rumos, se necessário. partes do país e recomendações para encaminhamentos práticos.e

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Descobrindo o método
Para além da mera checagem é preciso estudar os
processos por trás do cumprimento das condicionantes,
como os diferentes atores se relacionam e quais são os
resultados socioambientais de longo prazo

S
e “os métodos são as verdadeiras riquezas”, é preciso lembrar que antes da torrente
cativante das respostas existe valor intrínseco num jeito particular de fazer perguntas.
No contexto do projeto Indicadores de Belo Monte, esse jeito particular traz, antes de
tudo, a inovação de se olhar para as condicionantes do licenciamento ambiental no contexto do
desenvolvimento local. Em verdade, pergunta-se: de que forma esses processos estão relacionados?
Como as ações e dinâmicas decorrentes do empreendimento afetam as comunidades locais
e são por elas absorvidas?

A riqueza está em reconhecer que, para as aspirações sociais de desenvolvimento e de vida digna,
o licenciamento – ou a obra em si – não é panaceia. É parte de um todo. Mesmo as ações
específicas determinadas pelo órgão licenciador precisam de uma série de outros arranjos,
exteriores a ele, para funcionarem a contento.

É por isso que as matrizes de indicadores propostas vão além de uma mera lista de checagem
do cumprimento de condicionantes. Atenta-se especialmente para os processos de execução.
As articulações necessárias, o controle social, a imperiosa atenção às demandas locais e
peculiaridades do contexto amazônico são elementos fundamentais. A maneira como as ações
foram levadas a cabo evidencia eventuais gargalos, dá pistas sobre o amadurecimento institucional
e participativo na região e, principalmente, impacta a sustentabilidade dos projetos, ou seja,
o longo prazo.

Mas o licenciamento, em que pese encerrar uma missão bastante específica, portanto limitada, não
é, na realidade, estanque. Assim, a metodologia expande o olhar para os insumos necessários para
garantir eficácia das políticas e ações incidentes no território, de forma a garantir resultados efetivos
rumo ao desenvolvimento territorial com justiça social, respeito às pessoas e ao meio ambiente.

É como se cada uma das matrizes – um conjunto de indicadores, métricas e análises – contasse
uma história, com uma trama em comum. É a história de uma condicionante (ou grupo de
condicionantes), como se originou (impactos), como foi ou está sendo implementada (processos),
como se relaciona com outras ações e políticas públicas que incidem sobre ela (insumos) e, por fim,
um panorama de objetivos sociais derradeiros (resultados).

As matrizes de indicadores falam de futuro, porque ao longo do tempo se poderá monitorar de


que forma o que vem acontecendo influencia ou não o desenvolvimento da região. E falam de
memória, porque mesmo encerrados os ritos mais agudos do licenciamento será possível recuperar as
dinâmicas ocorridas e o que se aprende para novos processos, aqui ou em outras regiões do Brasil.

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Mapa dos caminhos Os mapas têm origem em dados coletados na pesquisa que se mostram
especialmente frutíferos, relevantes ou urgentes no contexto dinâmicos do
território que recebe Belo Monte. Trata-se de uma leitura sobre a execução de
Embora exista uma legislação e toda uma coalisão para construir ações determinadas ações que amplia a compreensão sobre os entraves para atingir
socioambientais que lidem com os impactos de grandes obras, a verdade é que se uma qualidade satisfatória no longo prazo. Os mapas lançam luz, em especial,
conhece muito pouco sobre como fazer isso. Não se trata apenas de conhecimento para potencialidades de cooperação entre diferentes níveis de governo, o
técnico-acadêmico. É um conhecimento que depende muito de entender e de empreendedor e a sociedade civil. A mesma lógica, ao revés, poderá ser aplicada
envolver a comunidade local. Por mais bem formulados que sejam planos e ações, para identificar as virtudes processuais de ações notoriamente bem-sucedidas.
é na execução que os entraves aparecem, especialmente quando há mais de uma O objetivo é, sobretudo, instrumentalizar os espaços de governança existentes
instituição envolvida. na região, a começar pela própria Câmara Técnica de Monitoramento do PDRSX,
É por isso que uma das dimensões fundamentais desse monitoramento é a análise para uma ação coordenada, proativa e incisiva sobre os principais entraves no
de articulação e sinergias de políticas públicas e ações governamentais, com a caminho de desenvolvimento a partir da chegada do empreendimento.
proposta de Mapas dos Caminhos. O primeiro mapa dos caminhos, enviado à CTM em novembro de 2014, diz
respeito ao saneamento básico (mais na página 20). O segundo, previsto para
fevereiro de 2015, será sobre reassentamentos agrários. Os temas qualidade da
educação, proteção territorial indígena, saúde e controle da malária, entre outros,
também já têm suas análises previstas.

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As matrizes A
lógica por trás dos indicadores foi desenvolvida a partir das perguntas norteadoras
propostas pela CTM para a realização do trabalho. Sobre as condicionantes selecionadas,
deseja-se saber: “foi feito?”, “funciona bem?” e “contribui para a satisfação social da
sociedade?”. Essa simplificação do escopo ajuda a construir a narrativa proposta pelos indicadores.

Uma narrativa de indicadores


Assim, para responder a essas perguntas, as matrizes foram compostas por diferentes elementos:

• A definição do tema e da condicionante associada;

Foi feito? Funciona bem? • O levantamento dos impactos associados;

• O mapeamento dos processos (“foi feito?”, “como?”) que demonstra


Atende às necessidades sociais? o cumprimento;

• O mapeamento dos insumos (“funciona bem?”) que demonstra a eficácia; e

• O mapeamento dos resultados (“satisfaz as necessidades?”) que demostra


a efetividade e satisfação social.

Fluxo Esquemático da Construção da Matriz de Indicadores

Impacto: Condicionante
Aumento da 2.12.
demanda sobre “Implantar X
equipamentos equipamentos
sociais de educação” Cumprimento Metas/Pactos
(migrantes) EDUCAÇÃO condicionantes da sociedade

Foi feito? Funciona bem? Satisfaz às necessidades?

Efetividade
Processos Eficácia
Satisfação Social

Articulação e Sinergias
com Políticas Públicas

Mapa dos Caminhos

A seguir, apresentamos as matrizes temáticas na versão inicial. O processo de consulta e


amadurecimento de indicadores e métricas, entretanto, deve prosseguir ao longo de 2015.

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Matrizes em construção, com
ajustes diários pelos atores
locais e especialistas;
A matriz do tema “Educação” traz luz a indicadores de processos no cumprimento transporte e merenda. Destacam-se, na matriz, dois temas a serem aprofundados no monitoramento: versão final:
Educação das condicionantes, especificamente em relação às necessárias articulações com entes
federativos e órgãos envolvidos na definição de infraestrutura escolar. Também distingue
a rotatividade dos professores, que aparentemente vem prejudicando a qualidade do ensino em
algumas escolas, e o necessário olhar para a heterogeneidade dos grupos sociais existentes na região,
agosto de
2015.
os insumos necessários para uma escola “funcionar bem”, tais como professores, alunos, tais como ribeirinhos e extrativistas, e a existência de políticas adaptadas para esses contextos.

PROCESSOS INSUMOS RESULTADOS


IMPACTOS E CONDICIONANTE INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL
TERRITÓRIO TERRITÓRIO
EXPECTATIVAS ASSOCIADA sub sub
sub tema indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA
tema tema
% de obras entregues e % de obras
Demanda sobre Número de matrículas por grau de ensino / Taxa de evasão, taxa de abandono
entregues em uso, do total de obras
equipamentos de educação população em idade escolar por grau de ensino

IMPLEMENTAÇÃO
Suficiência de equipamentos de planejadas Matrículas por grau
educação de ensino
Evasão escolar no ensino Déficit / superávit de vagas escolares por

ACESSO À EDUCAÇÃO
Número de matriculados / vagas em creches Defasagem idade / série
médio grau de ensino
Avaliação periódica sobre os Adequação de

QUALIDADE DO ENSINO
Trânsito (transporte escolar) Manutenção das instalações Número de alunos / turma Taxa de reprovação por grau de ensino
equipamentos implementados alunos por turma
Capital humano, processos tecnológicos, Número de alunos atendidos por transporte escolar, Acesso à educação superior
Rotatividade de professores Capacidade institucional
existência de estruturas de planejamento por tipo de transporte Qualidade do (número de matrículas)
Aumento da oferta de % de obras entregues de acordo com o ensino Desempenho na Provinha Brasil e
Transporte escolar Pontualidade / atrasos em relação as aulas
PRAZOS

ensino superior cronograma Enem, IDEB


Cumprimento de prazos
Sobrecarga na gestão da Número de meses com déficit de vagas Número e qualidade dos veículos de transporte escolar Taxa de alfabetização por faixa etária,
Administração Pública desde a LI, por grau de ensino (ônibus, vans, bicicletas, bajaras, etc.) taxa de analfabetismo funcional
Participação das prefeituras/
ARTICULAÇÃO

estado na seleção das localidades, Avaliação da eficácia das ações


Êxodo rural / inchaço % de professores efetivos sobre o
definições sobre as obras em relação aos objetivos, acordos, IDHM Educação
urbano Rotatividade de quadro geral de professores
e em ajustes ao longo da encontros, reuniões, periodicidade
implementação professores

professores
Articulação com diferentes atores Número de APMs e conselhos
Caracterização do arranjo institucional Número de contratações e desligamentos por semestre

PARTICIPAÇÃO
para implementação Participação escolares
social /

SOCIAL
DEMANDAS
CRITÉRIOS E

gestão
Avaliação pela prefeitura sobre a escolar Número de PPPs elaboradas /
Qualidade das instalações Número de capacitações ofertadas por ano
qualidade das obras entregues Qualificação de democrática total de escolas
professores
2.11/ 2.12/ 2.13 Avaliação sobre a cobertura de
Localização das escolas Número de professores por nível de formação
Equipamentos de atendimento das escolas AID: Altamira,
CONTROLE SOCIAL

educação: análise de Canais de acesso à informação sobre a Vitória do


Quantidade média de refeições servidas na merenda Municípios
suficiência de vagas, implementação dos equipamentos de Xingu, Brasil
do PDRSX

INFRAESTRUTURA ESCOLAR
disponibilização de Novo, Senador por alunos/dia
Participação social na educação (11 municípios)
equipamentos e José Porfírio e
ações antecipatórias implementação dos Avaliação sobre o envolvimento Anapu
equipamentos de educação Merenda escolar
adicionais de espaços de participação na
Produtores locais com DAP
implementação dos equipamentos de
educação
Avaliação nutricional da merenda
Número de escolas por grau de ensino, rural e urbano
Infraestrutura das
escolas Número de bibliotecas, quadras, água, energia,
computador, internet, instalação sanitária
Número de CEFAs (Casas e Escolas Familiares), CFRs

EDUCAÇÃO
(Casas Familiares Rurais) e Escola Técnica do Campo

RURAL
Educação no campo/
(ETECAMPO); número de matrículas por tipo de escola
rural
Educação para povos tradicionais
EDUCAÇÃO TÉCNICA E Número de vagas em Pronatec, escolas técnicas e
PROFISSIONALIZANTE profissionalizantes

Educação técnica e
profissionalizante Número de matriculados em cursos técnicos e
profissionalizantes, por curso
ALFABETIZAÇÃO

Taxa de alfabetização na idade certa

Alfabetização Número de professores capacitados em alfabetização

Matrículas em Educação de Jovens e Adultos (EJA)

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Matrizes em construção, com
ajustes diários pelos atores
locais e especialistas;
versão final:
Saúde agosto de
2015.

Merece destaque o indicador “Unidades e veículos de apoio à saúde”, que aponta para a falta de Por fim, cumpre ressaltar os indicadores e métricas que tiveram origem no trabalho de
estruturas elementares que compõem a cadeia de atendimento médico, tais como laboratórios interlocução em campo, ou foram sugeridos pela própria CTM, tais como “drogas e álcool”
e ambulâncias. Aqui também surge a necessidade de se avaliar as políticas customizadas, com a e “gravidez precoce”, que evocam a dimensão de vulnerabilidade social no contexto de Belo
disponibilização de ambulâncias e atendimento de emergência em lugares de mais difícil acesso. Monte, bem como “Entradas no hospital decorrentes de acidentes de trânsito”, que busca
Da mesma forma, a aferição de “Recursos públicos para a saúde” promete distinguir uma das investigar o presumível contorno epidêmico desse fenômeno e consequente pressão sobre a
questões mais relevantes para essa área na região, já que será preciso comparar a chegada de recursos gestão da saúde na região, especialmente Altamira.
a partir do cômputo populacional oficial – que dá base aos repasses federais – com estimativas
extraoficiais do significativo afluxo populacional recebido pela região no período intercensitário.

PROCESSOS INSUMOS RESULTADOS


IMPACTOS E CONDICIONANTE INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL
TERRITÓRIO TERRITÓRIO
EXPECTATIVAS ASSOCIADA sub sub sub
indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA
tema tema tema
Número de estabelecimentos de
Demanda sobre % de obras entregues e % de obras entregues em
saúde (hospitais, UBS, centros de

DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Ocorrência das principais doenças
equipamentos de saúde uso, do total de obras planejadas
Suficiência de equipamentos de Unidades e veículos diagnóstico, etc.)

INFRAESTRUTURA DE SAÚDE
Principais doenças
IMPLEMENTAÇÃO

RECURSOS HUMANOS E
saúde de apoio à saúde Ocorrência de doenças relacionadas à água
Subdimensionamento de Número de veículos de apoio à
Quantidade de leitos/1.000 habitantes (febre tifóide, diarreia, hepatite, leptospirose,
repasses públicos saúde
dengue)
Sobrecarga na gestão da Manutenção de equipamentos Avaliação períodica sobre os equipamentos Número de profissionais de saúde
Incidência de malária Taxa de incidência de malária
Administração Pública de saúde implementados por categoria e especialidades
Profissionais de saúde Qualidade do
Impactos na saúde da Capital humano, processos tecnológicos, Número de médicos/1.000
Capacidade institucional atendimento em Humanização da saúde
população existência de estruturas de planejamento habitantes
saúde
% de obras entregues de acordo com o Qualificação de Capacitação para profissionais de Beneficiadas em Programas de Saúde da
PRAZOS

SAÚDE DA MULHER
cronograma profissionais de saúde saúde Mulher
Cumprimento de prazos Assistência à mulher
Número de meses com déficit de leitos desde a Número de procedimentos Entradas no hospital de mulheres em trabalho
Licença de Instalação ambulatoriais e hospitalares de parto, por faixa etária
Participação das prefeituras na
Avaliação da eficácia das ações em relação Proporção da população atendida
ARTICULAÇÃO

2.11/ 2.12/ 2.13 seleção das localidades, definições Cobertura de pré- Proporção de nascidos vivos de mães com 7
aos objetivos, acordos, encontros, reuniões, Assistência à pelos PSF e PACS (urbana, rural e
Equipamentos sobre as obras e ajustes ao longo AID: Altamira, natal ou mais consultas de pré-natal
periodicidade população RESEX)
de saúde: análise da implementação Vitória do
Municípios
de suficiência, Xingu, Brasil Entradas no hospital decorrentes

SAÚDE DA CRIANÇA
ACESSO À SAÚDE
Articulação com diferentes atores Taxa de mortalidade por doença diarreica em do PDRSX
disponibilização de Caracterização do arranjo institucional Novo, Senador de acidentes de trânsito, por tipo
para a implementação menores de 5 anos (11 municípios)
equipamentos e José Porfírio e de veículo
ações antecipatórias Anapu
DEMANDAS
CRITÉRIOS E

adicionais Mortalidade
Avaliação pelas prefeituras sobre a qualidade das Número de atendimentos de apoio
Qualidade das instalações Taxa de mortalidade infantil
obras entregues psicossocial

Atendimento para a
saúde mental

EXPECTATIVA
DE VIDA
Canais de acesso à informação sobre a Número de pacientes em
CONTROLE SOCIAL

Transparência Expectativa de vida Esperança de vida ao nascer


implementação dos equipamentos de saúde tratamento de drogas e álcool
EDUCAÇÃO
EM SAÚDE

Participação social na Avaliação sobre o envolvimento de espaços


implementação dos equipamentos de participação social na implementação dos Educação em saúde Campanhas de educação em saúde
de saúde equipamentos de saúde
FINANÇAS
PÚBLICAS

Finanças públicas em
Recursos públicos para saúde
saúde

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Matrizes em construção, com
ajustes diários pelos atores
locais e especialistas;
versão final:
Malária agosto de
2015.

A questão da malária impõe um universo de análise bastante específico. Nota-se pela presença de um desmatamentos e afluxos populacionais como logrou uma queda dos casos. É de grande valia estudar
único indicador de efetividade na matriz: a incidência da doença. Mas a cooperação entre os governos e compreender os arranjos institucionais que resultaram nesse êxito, até mesmo com a intenção de
federal, estadual e municipal e o empreendedor é de grande interesse para este projeto por representar inspirar outras áreas. Entretanto, uma preocupação que ainda se mantém é sobre a continuidade
um exemplo de articulação bem-sucedida. Segundo relatos colhidos na região, as ações de prevenção das ações após a concessão da Licença de Operação (LO).
e controle não só foram capazes de evitar o estouro da doença que geralmente acompanha novos

PROCESSOS INSUMOS RESULTADOS


IMPACTOS E CONDICIONANTE INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL
TERRITÓRIO TERRITÓRIO
EXPECTATIVAS ASSOCIADA sub sub sub
indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA
tema
ARTICULAÇÃO PRAZOS IMPLEMENTAÇÃO tema tema

Contextualização e características
Número de estabelecimentos
Aumento do fluxo do PACM; acompanhamento da sua
Execução do PACM e veículos para vigilância Taxa de incidência de malária
migratório implementação pelos indicadores de Unidades e veículos de epidemiológica

SAÚDE DA POPULAÇÃO
ações para controle da malária apoio para diagnóstico
e tratamento da malária
Percentual de unidades de saúde
Alteração na qualidade Linha do tempo de implementação do Incidência de malária
Cumprimento de prazos e de emergência 24 horas com Número absoluto de óbitos por malária
da água PACM
diagnóstico e tratamento da malária

AÇÕES PARA CONTROLE DA MALÁRIA


Demanda sobre Articulação com
Caracterização do arranjo institucional Número de profissionais de saúde
equipamentos de diferentes atores para a Mapa da malária georreferenciado
para implementação do PACM atuantes no controle da malária
saúde implementação
Profissionais de saúde
para controle da
Atendimento às malária
DEMANDAS
CRITÉRIOS E

recomendações do
Impactos na saúde da Avaliação sobre o atendimento às Profissionais de saúde capacitados
Programa Nacional de
população recomendações do PNCM para controle da malária, por ano
Controle da Malária
(PNCM)
AID (Altamira,
Percentual de tratamentos iniciados
Canais de acesso a informação sobre a Vitória do Xingu,
2.20 (...) e) MS/SVS: Transparência em até 24 horas a partir da coleta do
CONTROLE

execução do PACM Brasil Novo, Senador Municípios


SOCIAL

executar o Plano de sangue para exame


José Porfírio e Tratamento da malária do PDRSX
Ação para Controle Envolvimento de espaços Avaliação sobre o envolvimento de Anapu) e Pacajá Número de visitas domiciliares para (11 municípios)
da Malária – PACM de participação na espaços de participação na na execução + Terras Indígenas
monitoramento do tratamento
execução do PACM do PACM desses municípios
Campanhas de educação em saude
sobre malária
Prevenção da malária
Número de operações para controle
de vetores

QUALIDADE
Qual. água meio urbano e rios/

ÁGUA DE
Qualidade da água para igarapés: DBO, DQO, turbidez,
usos múltiplos coliformes fecais, cianobactérias, nos
DESMATAMENTO pontos de coleta de análise pela NE

Desmatamento Taxa de desmatamento


FINANÇAS
PÚBLICAS

Finanças públicas em Recursos públicos para ações de


saúde controle da malária

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Matrizes em construção, com
ajustes diários pelos atores
locais e especialistas;
versão final:
Saneamento Básico agosto de
2015.

A exemplo do que se fez em “Saúde”, a pressão sobre as instituições no que tange à gestão do sistema é Já se presume, contudo, que os indicadores de saneamento – que incluem métricas de qualidade
especialmente sensível, por isso mereceu um subtema específico na coluna de “insumos”. s e da água, consumo, destinação final de lixo e esgoto, entre outros – serão de difícil coleta,
considerando-se que há pouca disponibilidade de dados secundários. Será preciso coletar os dados
Alguns elementos despontam como particularizados para a região do PDRSX. É o caso do “Tipo de
primariamente em cada uma das prefeituras. E a experiência da equipe indica que dificilmente as
instalação sanitária na área rural”, já que essa é a característica territorial prevalecente nos municípios e
informações estarão sistematizadas e disponíveis.
costuma fugir ao monitoramento de sistemas de saneamento, tipicamente voltados para as áreas urbanas.

PROCESSOS INSUMOS RESULTADOS


IMPACTOS E CONDICIONANTE INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL
TERRITÓRIO TERRITÓRIO
EXPECTATIVAS ASSOCIADA sub sub
indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA sub tema indicador MÉTRICA
tema tema

ÁGUA DE QUALIDADE
DESENVOLVIMENTO
% de obras entregues e em uso, do total de Abastecimento público de água na Qual. água meio urbano e rios/igarapés:
IMPLEMENTAÇÃO

SOCIAL
Alteração na Infraestrutura de obras planejadas (aterro sanitário, drenagem área urbana (água consumida vs. água Qualidade da água para usos DBO, DQO, turbidez, coliformes fecais,
qualidade da água saneamento básico urbana, abastecimento de água, esgotamento tratada, número de ligações, múltiplos cianobactérias, nos pontos de coleta

ÁGUA
sanitário, remediação do lixão) Acesso à água e população atendida) de análise pela NE
tratamento

Riscos aos usos Acesso à água nas comunidades rurais Ocorrência de doenças relacionadas à água
Capital humano, processos tecnológicos,

POPULAÇÃO
múltiplos do Rio Capacidade institucional (rede, microssistema, poço, Principais doenças (febre tifóide, diarreia, hepatite,

SAÚDE DA
existência de estruturas de planejamento
Xingu cacimba, outros) leptospirose, dengue)
PRAZOS

Impactos na saúde % de obras entregues de acordo com Domicílios com rede de esgoto
Cumprimento de prazos Incidência de malária Taxa de incidência de malária
da população cronograma na área urbana
Cobertura

REDE DE ESGOTO
Participação das prefeituras e instalação

SAÚDE DA
CRIANÇA
2.10 Que faz Avaliação da eficácia das ações em relação sanitária
Solução para em definições sobre as Tipo de instalação sanitária
ARTICULAÇÃO

aos objetivos, acordos, encontros, reuniões, ADA: Altamira, Mortalidade Mortalidade infantil
enchentes anuais referência à obras e em ajustes ao longo na área rural
periodicidade Vitória do
implantação do da implementação Municípios
Xingu, Belo
saneamento básico, do PDRSX
Sobrecarga na gestão segundo cronograma Articulação com Monte e Belo
Tratamento da Volume de esgoto tratado (11 municípios)
da Administração diferentes atores para a Caracterização do arranjo institucional Monte do
incorporado na rede de esgoto na área urbana
Pública implementação Pontal
Licença de Instalação

Avaliação do processo de implementação Quantidade de lixo produzido na


DEMANDAS
CRITÉRIOS E

do saneamento básico (eventuais distúrbios, Produção, área urbana, por fonte e destinação;
horário das obras, trânsito, etc.) coleta e destinação final do lixo domiciliar

LIXO
Qualidade das instalações
destinação
Avaliação pela prefeitura da qualidade das do lixo
Frequência da coleta do lixo
obras entregues

DRENAGEM
URBANA
Prejuízos
CONTROLE SOCIAL

Canais de acesso à informação sobre a Danos materiais, relacionados


Transparência causados por
implementação da infraestrutura à saúde, outros
enchentes

Participação social na Avaliação sobre o envolvimento de espaços


implementação do de participação social na implementação do
saneamento básico saneamento básico

20 21
Educação Indígena
PROCESSOS INSUMOS RESULTADOS
Questões
território
IMPACTOS E CONDICIONANTE INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL
EXPECTATIVAS ASSOCIADA sub sub sub sub
indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA
tema tema tema tema

Indígenas Conflito de gerações


Análise sobre elaboração do Plano de
Número de matrículas (por
etnia e por aldeia, fundamental,
Projetos Político
Percepção indígena sobre
qualidade da educação

QUALIDADE DA EDUCAÇÃO
ação do TEE Médio Xingu Pedagógicos elaborados (adequação do ensino, material,
Matrículas médio, EJA)
equipamentos, etc)

IMPLEMENTAÇÃO
em escolas
Desestruturação das indígenas Percepção indígena sobre
Avaliação sobre implementação do Formação indígena para Satisfação
cadeias de transmissão Programa de Número de indígenas em idade Projetos incorporação de demandas ao
Plano de ação do TEE Médio Xingu e participação na elaboração com a
de conhecimento educação escolar escolar não matriculados Político programa e sobre cumprimento
relação com o PBA-CI dos PPPs educação
tradicional indígena Pedagógicos de prazos

ALUNOS
escolar
Violência nas cidades
- receio de mudança Apoio técnico e financeiro (MEC) Número de indígenas Percepção sobre participação
Participação indígena na
para cidade para para execução do Plano de Ações do matriculados em universidades na formulação da proposta e no
elaboração dos PPPs
acesso a anos finais do TEEMX Acesso de Altamira acompanhamento
fundamental e médio ao ensino
superior Materiais didáticos

PRAZOS
Universidades com processo
Valorização cultural Cumprimento Avaliação sobre cumprimento de diferenciados disponíveis

PROJETOS PEDAGÓGICOS
seletivo diferenciado para
dos povos indígenas de prazos prazos estipulados (por etnia) e envolvimento
indígenas em Altamira
indígena na elaboração
Avaliação sobre articulação entre Número de professores / Construção de práticas
As condicionantes 2.28 da Licença Prévia e 2.20 instituições (Semeds, Seduc, MEC, número de aldeias e relação pedagógicas próprias (por
Funai, povos indígenas, PBA-CI, PDRSX) professor/aluno etnia)
da Licença de Instalação foram agrupadas em seis Articulação

ARTICULAÇÃO
entre atores Número de professores Definição de estruturas de
matrizes temáticas: saúde, educação, regularização envolvidos no
Número de seminários do TEE
indígenas (por povo, anos funcionamento das escolas
(e outros espaços/oficinas)
fundiária, plano de proteção das terras indígenas atendimento à iniciais, finais, médio) (por etnia)
educação escolar Outros profissionais (diretor,
– e dois espaços de participação social: o comitê 2.28 Programas indígena Adequação entre cronogramas do
coordenador, secretários, Adequação Calendários escolares
e condições do Plano de Ação do TEE Médio Xingu e Profissionais ajustados aos calendários
gestor indígena do Plano Básico Ambiental Parecer Técnico Plano Operativo do PBA-CI atuantes na
vigia, barqueiro, merendeira, dos PPPs
étnicos
servente)
Componente Indígena (PBA-CI) e o comitê nº21 - FUNAI: educação
1.3. Elaboração escolar
DEMANDAS
indígena de monitoramento do trecho de vazão CRITÉRIOS E

PROFISSIONAIS
de proposta de indígena Metodologias e processos
Território Adequação do programa à política Periodicidade de visitas
reduzida da Volta Grande do Xingu. atendimento de avaliação específicos 11 Terras
Etnoeducacional dos TEE pedagógicas
à educação (por etnia) Indígenas
escolar para as + AI Juruna
Esse é o universo em que a metodologia aparece comunidades Modelo de contratação dos do km 17
com mais adaptações. Uma diferença evidente é que impactadas, em Espaços de participação social professores indígenas (criação + índios
conjunto com a Currículos diferenciados residentes
(Comissão Gestora do TEE, Comitê da categoria “professores
o território é dado pelos indígenas envolvidos ou Secretaria Estadual (por etnia) na cidade
CONTROLE SOCIAL

Gestor PBA-CI) indígenas” no magistério, com


de Educação do de Altamira
atingidos nos diferentes processos. Em alguns casos, o Pará e MEC.
plano de cargos e salários)
e índios
Participação Professores indígenas formados
território segue o conjunto de terras implicadas, em (...) 1.5. Programa
social Participação dos indígenas na (magistério indígena, formação
Escolas indígenas ribeirinhos
de atendimento à regulamentadas no Médio
outros, inclui ainda os indígenas moradores da cidade educação escolar construção da proposta Qualificação continuada e ensino superior) Xingu
de e número de bolsas disponíveis
de Altamira e ribeirinhos. elaborado e
professores Estrutura
operante Capacitação de professores
Formação de indígenas para das escolas Número de escolas
não indígenas (por TI, anos
Respeitando-se o preceito de autodeterminação participação na construção da proposta
iniciais, finais, médio)
indígenas construídas e reformadas

dos povos, em todas as colunas de “resultado” Acesso dos Transporte de professores, Modelo de novas escolas
insumos às equipes técnicas, material e e participação indígena na
busca-se contemplar a percepção dos próprios

TRANSPORTE
aldeias merenda definição

ESCOLAS
indígenas sobre a adequação dos processos, bem Aldeias que produzem
como sobre ameaças e invasões a suas terras. Transporte
Situação do transporte escolar
a própria merenda e
escolar regulamentação para
indígena no Médio Xingu
indígena aquisição da produção
O uso de indicadores para monitoramento de local
questões indígenas é desafiador. A problemática Merenda
escolar
está em dar sentido para métricas gerais aplicadas a
Produtos que compõem a
um contexto de extrema diversidade, considerados merenda
os tipos de organização social e o grau de contato
com a sociedade não indígena.
Rubrica específica no
A aplicação de indicadores, portanto, representa Orçamento orçamento para educação
indígena no município
uma aposta: a de que é possível organizar um mapa

INSTITUCIONAL
CAPACIDADE
Número de profissionais na
de pensamento com elementos fundamentais das gestão da educação escolar
políticas, sem prejuízo da representação de uma Recursos
indígena (SEMEDs)

realidade marcadamente heterogênea. humanos Qualificação de


profissionais na gestão da
educação escolar indígena
(SEMEDs)
22
Matrizes em construção, com
ajustes diários pelos atores
locais e especialistas;
versão final:
agosto de
saúde Indígena
2015.

PROCESSOS INSUMOS RESULTADOS território


IMPACTOS E CONDICIONANTE INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL
EXPECTATIVAS ASSOCIADA sub sub sub sub
indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA
tema tema tema tema

Aumento do fluxo IMPLEMENTAÇÃO


migratório, com
Assistência nos postos de Número de atendimentos Profissionais em Número de profissionais
aumento de endemias Reestruturação do DSEI Incidência de DST, AIDS
saúde por aldeia atuação no DSEI por formação
e da demanda sobre
serviços públicos
ARTICULAÇÃO PRAZOS

Exposicão a uso Capacitação dos


Campanhas de educação
abusivo de álcool e Cumprimento de prazos profissionais do Número de capacitações Incidência de tuberculose, hanseníase
em saúde

PROFISSIONAIS
entorpecentes DSEI
Promoção do uso adequado

PROFISSIONAIS
Articulação entre de medicamentos e ações
Contaminação de

ALUNOS
atores envolvidos na de prevenção
peixes por metais (SESAI-MS, DSEI, PBA-CI, Secretarias Número de Agentes Incidência de malária, dengue,
reestruturação do Ações de controle de pragas
pesados decorrente da municipais e estadual de saúde, Funai) Indígenas de Saúde esquistossomose e leishmaniose
atendimento à saúde
atividade garimpeira Doenças e
indígena pelo DSEI Agentes
Indígenas fatores de
de Saúde e risco
Problemas

SAÚDE DA POPULAÇÃO INDÍGENA


DEMANDAS
CRITÉRIOS E

provenientes da Saneamento
Política Nacional de Adequação à Política Nacional de
eutrofização com Ações de fortalecimento da Número de Agentes Incidência de doenças diarreicas e
Atendimento à Saúde dos Atendimento à Saúde dos Povos
provável domínio de medicina tradicional Indígenas de Saneamento parasitores intestinais 11 Terras
2.28 Programas Povos Indígenas Indígenas
cianobactérias (algas Indígenas +
e condições do Medicina tradicional
azuis) Juruna do km
Parecer Técnico
nº 21 - FUNAI: Percepção sobre 17 + índios
Aumento da demanda Reestruturação residentes
a manutenção e Tipo de esgotamento Incidência de uso abusivo de ácool,
CONTROLE SOCIAL

por assistência à saúde do atendimento à Conselho Distrital de Saúde Indígena na cidade


fortalecimento da medicina sanitário por aldeia entorpecentes e remédios
nas Tis saúde indígena pelo de Altamira
tradicional indígena

SANEAMENTO
DSEI na região de Espaços de participação e índios
Desestruturação das Altamira; Programa social Incidência e/ou morbidade por tipo de ribeirinhos
Saneamento Tipo de acesso e qualidade
cadeias de transmissão de atendimento à Número de atendimentos doença: diabetes, hipertensão, cardíacas
Participação indígena no CONDISI básico da água consumida nas
de conhecimento saúde... da CASAI, por tipo (segurança alimentar) pulmonares
aldeias
ASSISTÊNCIA NA CIDADE E PÓLOS BASE

tradicional (vulnerabilidade), doenças mentais

Número de atendimento Destinação final de Mortalidade


Taxa de mortalidade infantil
em pólos base resíduos sólidos infantil

Atendimento médico à Núcleo de


população indígena Número de leitos garantidos Implantação do Núcleo de Expectativa
vigilância em Esperança de vida ao nascer
em hospitais vigilância em saúde de vida
saúde

INFRAESTRUTURA
Qualidade do
Número de
atendimento Percepção sobre qualidade do serviço
encaminhamentos a Pólos base Implantação de pólos base
à saúde de atendimento à saúde indígena
hospitais
indígena

Número de postos
Postos de saúde de saúde por aldeia,
reformados e novos

24 25
Matrizes em construção, com
ajustes diários pelos atores
locais e especialistas;
versão final:
agosto de
regularização fundiária Indígena
2015.

PROCESSOS INSUMOS RESULTADOS território


IMPACTOS E CONDICIONANTE INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL
EXPECTATIVAS ASSOCIADA sub sub sub
indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA
tema tema tema
Condicionante

IMPLEMENTAÇÃO
2.28:1.1. Ação

PLENA POSSE DA TERRA


Aumento da pressão conjunta entre a
sobre os territórios Polícia Federal, Funai, Regularização Estágio do processo de regularização, Uso e Percepção sobre uso e ocupação
Número de não-indígenas nas TIs
indígenas e seus Ibama, Incra, AGU fundiária por TI ocupação do território
recursos e Força Nacional
para viabilizar as
seguintes ações
de regularização

PRAZOS
Acirramento dos fundiária das terras Prazos Tempo do processo de regularização e Número de ocupantes Terras indígenas

DESINTRUSÃO
Ameaças Percepção sobre ameaças
conflitos interétnicos indígenas: estabelecidos análise dos processos administrativos considerados de má-fé, por TI afetadas pela
1.1.1. Demarcação Ocupantes não- UHE Belo Monte
física das Tis Arara indígenas nas Tis em processo de

ARTICULAÇÃO
da Volta Grande e regularização
Expectativa dos Cachoeira Seca; Articulação entre PF, Funai, Ibama, Incra, AGU e Força Número de ocupantes fundiária (TI
indígenas 1.1.2. Atualizar atores envolvidos Nacional - âmbito do GEPAC considerados de boa-fé, por TI Apyterewa, TI
levantamento Arara da VGX, TI
fundiário e iniciar Cachoeira Seca,
desintrusão da TI TI Paquiçamba,
Apyterewa; DEMANDAS
CRITÉRIOS E
Juruna km17)
1.1.3. Apresentar Análise dos impasses e avanços
Direito originário Número de famílias cadastradas,
solução para na garantia do direito indígena ao
ao território indenizadas e reassentadas
os ocupantes território
não indígenas
cadastrados como
não sendo de boa fé; Participação
CONTROLE

1.1.4. Apoiar

PROCESSOS
indígena no Ações judiciais de
SOCIAL

arrecadação processo de Ações com participação indígena Ações judiciais e questionamento do processo
de áreas para o regularização contraditórios demarcatório, por TI
reassentamento fundiária
dos ocupantes não
indígenas de boa fé. Contraditórios

26 27
Matrizes em construção, com
ajustes diários pelos atores
locais e especialistas;
versão final:
proteção às terras Indígenas agosto de
2015.

PROCESSOS INSUMOS RESULTADOS


IMPACTOS E CONDICIONANTE INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL
TERRITÓRIO
EXPECTATIVAS ASSOCIADA sub sub sub
indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA
tema tema tema
Ocupação
Número de profissionais envolvidos no

HUMANOS
RECURSOS
desordenada do Postos de vigilância Recursos humanos Dinâmica do desmatamento por TI
programa de proteção territorial
entorno das TIs envolvidos na proteção Desmatamento
das Tis Número de indígenas envolvidos no Dinâmica do desmatamento no
Invasões das TIs Construção e Bases operacionais
programa de proteção territorial entorno das Tis
implementação de UPTs

PRESSÕES SOBRE Tis


Percepção indígena sobre invasões
Povos que passaram por processo de
Risco de aumento da em seus territórios, por tipo

TERRITORIAL
Contratação de agentes planejamento de gestão ambiental e
atividade garimpeira (garimpo, extração seletiva

GESTÃO
territorial (quando desejado)
Gestão territorial das TIs de madeira, etc)
Aumento da pressão Protagonismo indígena na construção
sobre os recursos Ações de extrusão de Plano de Gestão Territorial e Ameaças Número de denúncias

IMPLEMENTAÇÃO
naturais Ações de controle Ambiental (quando desejado)
Número de servidores da Funai Número de ações na justiça x ações
Ações de fiscalização

FUNAI
Fortalecimento (contratados e concursados) resolvidas
Capacitação de agentes e indígenas institucional Previsão orçamentária da Funai para
Pontos vulneráveis por TI
para proteção territorial e ambiental ações de proteção territorial
Aviventação de limites Participação indígena na gestão do Iniciativas indígenas de defesa
Ações de prevenção Integração com
e instalação de placas mosaico (reuniões conselhos) territorial

PROTEÇÃO DAS Tis


proteção do mosaico da
Terra do Meio Assentos indígenas em Fortalecimento político Expedições indígena de vigilância e
Monitoramento territorial (rotas)
conselhos de UCs e organizacional controle territorial
Plano de comunicação das UPTs Adensamento populacional dos indígenas para Apropriação de instrumentos de
2.20: Atender ao fixas e móveis do entorno proteção das Tis gestão e controle territorial
disposto no Ofício Monitoramento por Número de aldeias e reocupação 11 Terras
no. 126/PRES-FUNAI: Ações de informação Ordenamento territorial no entorno Indígenas + AI
imagens de satélite tradicional do território

ENTORNO DAS Tis


(...) Implementação Juruna do km17
do Plano de Proteção Gerenciamento de banco Regularização de e Ituna-Itatá
das TIs de dados das UPTs reservas legais no entorno
Análise do processo e Planos de manejo das
PRAZOS

cumprimento de prazos Faixa de proteção atividades no entorno


Prazos estabelecidos etnoambiental
(Comparação com Projetos de recuperação de áreas
cronograma da obra) degradadas no entorno de Tis
ARTICULAÇÃO

Articulação entre atores


Número de ações conjuntas e Acordos para conservação da faixa
envolvidos no atendimento
descrição das ações de gestão compartilhada
à fiscalização de TIs
DEMANDAS
CRITÉRIOS E

Adequação do Plano de
PNGATI
Proteção à PNGATI
CONTROLE
SOCIAL

Participação indígena nas


Ações com participação indígena
etapas de implementação

28 29
Matrizes em construção, com
ajustes diários pelos atores
locais e especialistas;
versão final:
comitê gestor Indígena do PBA-CI agosto de
2015.

PROCESSOS INSUMOS RESULTADOS


IMPACTOS E CONDICIONANTE INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL
TERRITÓRIO
EXPECTATIVAS ASSOCIADA sub sub sub
indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA
tema tema tema
Percepção sobre a efetividade do
Participação indígena no comitê (diálogo entre indígenas e

EMPODERAMENTO INDÍGENA
PROTAGONISMO INDÍGENA
acompanhamento das Ata de formação e regimento interno Propostas construídas por instituições envolvidas no PBA-CI,
Efetividade do Comitê
ações do PBA Componente elaborado indígenas percepção sobre caráter deliberativo
Indígena do Comitê, contribuições dos mais

IMPLEMENTAÇÃO
velhos e mulheres)
Protagonismo
Implementação do CGI Número de reuniões/ano + número de indígena no Comitê Participação na elaboração do Articulação política regional Percepção de melhorias na
presentes, por etnia (representatividade) Plano Anual entre indígenas articulação entre aldeias e entre TIs

Composição dos cargos por mandato Capacidade dos atores do PBA Influência indígena na
Assentos de indígenas do Médio
(cargo/etnia ou de mobilização e pactuação de construção de políticas
Xingu em espaços de decisão
instituição/mandato) ações com as comunidades públicas específicas
Condicionante
2.20: Em relação aos Número de reuniões dos subcomitês
órgãos envolvidos
PRAZOS

no licenciamento
ambiental, observar Prazos estabelecidos Avaliação sobre cumprimento de prazos
as seguintes
11 Terras
orientações;
Indígenas + AI
a) Funai: atender ao
ARTICULAÇÃO

Juruna do km
disposto no Ofício
Articulação entre atores Instituições participantes do Comitê 17 + índios
no 126/PRES –
envolvidos (membros e convidados) por reunião residentes
FUNAI (Anexo III)
na cidade de
Altamira e índios
- Formação de um
ribeirinhos
Comitê Gestor
Mediação de reuniões do comitê e
CRITÉRIOS E DEMANDAS

Indígena para as Mediação


subcomitês
ações referentes
aos programas de
compensação do Análise de atas para levantamento das
AHE Belo Monte. Autodeterminação dos principais questões
povos nos assuntos
tratados pelo Comitê
Encaminhamento das questões
levantadas
Canais de acesso a informações sobre o
Transparência
CONTROLE SOCIAL

andamento e pautas do comitê

Difusão de informações Registro e repasse de informações nas


nas comunidades comunidades

30 31
Matrizes em construção, com
ajustes diários pelos atores
locais e especialistas;
versão final:
comitê Indígena de monitoramento da vazão agosto de
2015.

PROCESSOS INSUMOS RESULTADOS


IMPACTOS E CONDICIONANTE INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL
TERRITÓRIO
EXPECTATIVAS ASSOCIADA sub sub sub
indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA
tema tema tema
11 Terras Indígenas + AI
Número de Indígenas
Juruna do km 17 + índios Ata de formação e regimento interno Percepção indígena sobre a
capacitados para o

MONITORAMENTO PARTICIPATIVO
residentes na cidade de elaborado efetividade do comitê
monitoramento do TVR

IMPLEMENTAÇÃO
Altamira e índios ribeirinhos
Implementação do Comitê

TRANSFORMAÇÕES NA VGX
Troca de informações com
de monitoramento da Número de reuniões/ano + número de Percepção indígena sobre as
monitoramentos independentes
vazão reduzida da VGX presentes, por etnia (representatividade) transformações ambientais
Condicionante do TVR Efetividade do
2.20: Em relação aos Acompanhamento monitoramento
órgãos envolvidos Acompanhamento da Influência do monitoramento
Representatividade nos cargos do Comitê das transformações viabilidade do hidrograma de indígena do TVR sobre tomadas de
no licenciamento ambientais na VGX
ambiental, observar consenso decisão
as seguintes
orientações; PRAZOS Monitoramento das condições
Repasse adequado de dados
a) Funai: atender ao Prazos estabelecidos Avaliação sobre cumprimento de prazos obtidos no monitoramento
de navegabilidade
disposto no Ofício participativo indígena
no 126/PRES –
FUNAI (Anexo III) Análise de monitoramento
Instituições participantes do Comitê
ARTICULAÇÃO

participativo da ictiofauna, Tis Paquiçamba,


(membros e convidados) por reunião
- Criação de um quelônios e flora Arara da VGX
Articulação entre atores
comitê indígena envolvidos (e TITB)
para controle e Fluxo de informações entre
monitoramento da PBA geral e PBA-CI
vazão que inclua
mecanismos de Mediação Mediação de reuniões do Comitê
acompanhamento
DEMANDAS
CRITÉRIOS E

– preferencialmente Análise de atas para levantamento


nas terras indígenas, Autodeterminação dos das principais questões
além de treinamento povos nos assuntos
e capacitação, com tratados pelo Comitê Encaminhamento das
ampla participação questões levantadas
das comunidades.
CONTROLE SOCIAL

Canais de acesso a informações sobre o


Transparência
andamento e pautas do comitê

Difusão de informações Registro e repasse de informações


nas comunidades nas comunidades

32 33
Matrizes em construção, com
ajustes diários pelos atores
locais e especialistas;
versão final:
Reassentamentos Agrários agosto de
2015.

Historicamente, a realocação de pessoas atingidas por grandes obras é motivo de notória diretamente atingidas. Já que é impossível monitorar os rumos de todos os realocados, o recorte se volta
controvérsia. Entendemos que esse conjunto de indicadores oferece um valioso ponto de partida para os processos que culminaram em indenizações ou reassentamento de famílias.
para se analisar a questão em profundidade, permitindo trilhar os caminhos que conduziram as
famílias a uma nova condição, bem como a sistematização de aprendizados significativos para a Já nas colunas de “insumos” e “resultados” a análise se amplia para os municípios do PDRSX. O que se deseja
região do Xingu e outras em que grandes empreendimentos venham a se instalar. investigar é se as dinâmicas e os impactos decorrentes do empreendimento reverberaram no território, bem
como a interferência nos aspectos fundamentais para o bem-estar humano e na própria forma de ocupação
Nota-se pela abrangência dos indicadores e métricas na coluna de “processos”, com destaque para do espaço, nas suas dimensões econômica, social e ambiental. Registre-se que o domínio pleno sobre a terra
o subtema “implementação”, que a estrutura fundiária e as possibilidades de negociação denotam é questão de tamanha relevância no contexto específico da região amazônica que, na matriz, foi alçada ao
um cenário de intrincada complexidade. O território, neste caso, é dado pelo grupo de pessoas mesmo patamar dos eixos que compõem o tripé do desenvolvimento sustentável.

PROCESSOS INSUMOS RESULTADOS


IMPACTOS E CONDICIONANTE INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL
TERRITÓRIO TERRITÓRIO
EXPECTATIVAS ASSOCIADA sub sub sub
indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA
tema tema tema
Número de famílias atendidas por
Transferência compulsória Número de imóveis rurais cadastrados e situação programas de financiamento às População rural dos municípios
das populações fundiária por área interferida Acesso ao crédito e atividades produtivas, (faixa etária e gênero)

DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Caracterização social por município
à assistência técnica
e fundiária
rural Número de famílias atendidas por Perfil das famílias na
Perda de referências Número de famílias cadastradas e respectiva categoria Renda média das famílias na zona rural

CONDIÇÕES PARA MANUTENÇÃO DAS FAMÍLIAS NO CAMPO


projetos de assistência técnica, por zona rural
socioespaciais social dos ocupantes e proprietários, por área interferida dos municípios
município
Comprometimento das
Vias em condições de Atividades de subsistência e outras formas de
relações econômicas e Número de indenizações por tipo e categoria social Mobilidade
trafegabilidade na zona rural complementação da renda familiar
sociais
Perda de terras
IMPLEMENTAÇÃO

Valores médios pagos pelo hectare por área interferida Destinação final de resíduos sólidos Violência no campo Conflitos no uso e ocupação da terra
agricultáveis
Aquisição de terras
Perda de atividades Tipo de acesso/abastecimento de Violação de direitos Número de casos de violação de direitos
Valores médios pagos por benfeitorias por área interferida
produtivas Saneamento básico água potável trabalhistas trabalhistas
Expectativa de

CONSERVAÇÃO AMBIENTAL
CONDICIONANTE Cadastro ambiental Número de produtores/imóveis
desapropriação gerada na Número de processos judicializados por área interferida Tipo de esgotamento sanitário
2.20 - Em relação aos rural que realizaram CAR
população
órgãos envolvidos
no licenciamento Número de CEFAs (Casas e Escolas
ambiental, observar Familiares), CFRs (Casas Familiares
Famílias inseridas no PNRA - Pagamentos por Iniciativas de pagamento
Especulação Imobiliária as seguintes Rurais) e Escola técnica do campo –
Articulação INCRA/Norte Energia serviços ambientais por serviços ambientais
orientações: (...) ETECAMPO; número de matrículas
Realocação das por tipo de escola
INCRA e ITERPA: famílias
apresentar Número de famílias reassentadas (individualmente e em Número de escolas na zona rural
Famílias Acesso à saúde e à Desmatamento Taxa de desmatamento (série histórica) Municípios
manifestação projetos coletivos) por município
interferidas na educação do PDRSX
quanto ao Área dos novos imóveis rurais destinados às famílias Proporção da população atendida Número de associações e cooperativas de
zona rural (11 municípios)

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
prosseguimento (compra direta e lotes para reassentamento) pelos PSF e PACS na zona rural produtores rurais/pescadores
do processo de
PRAZOS

licenciamento Produção
Número de estabelecimentos de Área plantada por tipo de lavoura, quantidade
ambiental, no Prazos atendidos Prazos estabelecidos e status do cumprimento agropecuária
saúde na zona rural produzida e valor da produção
que tange à
conclusão das
Caracterização dos arranjos institucionais formalizados Produção de origem animal por tipo
ARTICULAÇÃO

trativas referentes
aos assentamentos Arranjos
agrários institucionais
constituídos Percepção sobre a eficácia das parcerias desenvolvidas Comercialização da Formas de escoamento da produção
produção

Qualidade das terras Classificação das terras adquiridas Canais de comercialização

DOMÍNIO SOBRE
DEMANDAS
CRITÉRIOS E

A TERRA
Localização do novo
Percepção quanto à satisfação com a localização Regularização
imóvel ou projeto de Número de imóveis titulados
do novo imóvel rural ou lote fundiária
assentamento

Espaços de
Caracterização dos espaços de
CONTROLE

acompanhamento e
SOCIAL

acompanhamento e negociação
negociação
Canais de acesso à informação sobre a
Transparência
realocação na área rural
34 35
Matrizes em construção, com
ajustes diários pelos atores
locais e especialistas;
versão final:
Fiscalização Ambiental agosto de
2015.

A condicionante 2.21 está inserida no âmbito mais amplo dos planos de segurança pública previstos O desmatamento é, sem dúvida, o indicador que mais chama atenção no contexto de instalação de
no Plano Básico Ambiental (PBA), mas o escopo do projeto aponta para equipamentos voltados à grandes obras, tipicamente influenciado pelo aquecimento econômico e pela pavimentação de estradas.
fiscalização ambiental. Mas a coluna “resultados” busca dar conta de uma variedade de indicadores pertinentes à saúde
ambiental dos territórios, tanto do ponto de vista biológico (“Qualidade da água para usos múltiplos”
Na coluna “insumos”, os indicadores voltados para fiscalização e infraestrutura são complementados
e “Espécies indicadores de qualidade ambiental”) quanto da legalidade dos arranjos produtivos e da
por uma visão integrada de política ambiental, o que inclui projetos de conservação e uso sustentável
propriedade privada (“Produção de madeira” e “Cadastro ambiental rural”).
de fauna e flora, bem como os “acordos de pesca”. Tais arranjos intracomunitários, com anuência dos
órgãos oficiais, costumam ser muito efetivos como modelo de autogestão da fiscalização.

PROCESSOS INSUMOS RESULTADOS


IMPACTOS E CONDICIONANTE INDICADORES DE CUMPRIMENTO DAS CONDICIONANTES INDICADORES DE POLÍTICAS E AÇÕES INDICADORES DE EFETIVIDADE/SATISFAÇÃO SOCIAL
TERRITÓRIO TERRITÓRIO
EXPECTATIVAS ASSOCIADA sub sub
indicador MÉTRICA sub tema indicador MÉTRICA indicador MÉTRICA
tema tema
Número de operações, vistorias,
Sobrecarga na gestão da Ações de fortalecimento da multas, notificações (Sec.
Desmatamento Taxa de desmatamento
IMPLEMENTAÇÃO

Administração Pública fiscalização Municipal; Sec. Estadual e


IBAMA)
Fortalecimento da
fiscalização ambiental Unidades de apoio à fiscalização
Antropização elevada;
(caracterização do Centro de Operações de Número de autuações por
desmatamento intenso; Quantidade e valor da produção na
Altamira: localização, função e fiscalização desmatamento e queimadas
queimadas; extração extração vegetal
acompanhamento das atividades; e ambiental ilegais
ilegal e pesca predatória Produção de
bases de fiscalização do IBAMA)
madeira
PRAZOS

Número de apreensões de Produtores certificados para


Melhoria na fiscalização
Condicionante 2.21: animais silvestres (porte ou comercialização de madeira legal e

CONSERVAÇÃO AMBIENTAL
FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
ambiental
Dar continuidade comércio ilegal) volume produzido/ano
às ações de apoio
à fiscalização
ARTICULAÇÃO

ambiental, a exemplo Articulação com/entre


municípios e estado para Avaliação dos arranjos institucionais, Volume de madeira suprimida Cadastro Ambiental Número de produtores/imóveis que
Perda de biodiversidade daquelas definidas
nos Acordos de fiscalização ambiental da (acordos, convênios) (pela UHE Belo Monte) Rural realizaram CAR
Cooperação Técnica região
com o IBAMA e com Supressão vegetal
o Estado do Pará
DEMANDAS
CRITÉRIOS E

Qual. água meio urbano e rios/


Foco do TdR: Volume de madeira ilegal Qualidade da água igarapés: DBO, DQO, turbidez,
AID: Altamira, Vitória apreendida e destinação para usos múltiplos coliformes fecais, cianobactérias, nos
(i) promoção Municípios
do Xingu, Brasil pontos de coleta de análise pela NE
de ações de do PDRSX
Novo, Senador José
fortalecimento (11 municípios)
Porfírio e Anapu
de fiscalização
ambiental na região
da usina hidrelétrica
de Belo Monte e Canais de acesso à informação sobre Número e região dos acordos Presença/ausência de espécies que
CONTROLE SOCIAL

Transparência Acordos de pesca Biodiversidade


(ii) ações de as ações de fiscalização de pesca indicam qualidade ambiental
fortalecimento da
segurança pública,
prevê a implantação
de um Centro Envolvimento de

RECURSOS HUMANOS
Integrado de Defesa

E INFRAESTRUTURA
espaços de participação
do Meio Ambiente na implementação/ Recursos humanos Número de funcionários
em Altamira. acompanhamento das e equipamentos
ações de fiscalização nas Secretarias
Municipais de Meio
Ambiente
Número de veículos de apoio
CONSERVAÇÃO
E PROJETOS DE
PROGRAMAS

Programas de
conservação e uso Número de programas/projetos
sustentável da fauna (e descrição)
e flora

36 37
Educação
Coleta preliminar
Taxas de reprovação, abandono escolar e notas
do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
A
s taxas de reprovação no Ensino Fundamental aumentaram consideravelmente
(IDEB) mostram-se incompatíveis com na região em que se instalou a hidrelétrica de Belo Monte, e as taxas de abandono
apresentam piora em alguns municípios, segundo dados do Instituto Nacional de
um território que recebe vultosos investimentos Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).

Os cinco municípios na área de influência direta (AID), que vinham diminuindo a reprovação
desde 2007, acumulam agora um crescimento de 40,5% entre 2011 e 2013. A AID é composta
por Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu.

É uma piora acentuada, mesmo no contexto paraense, que tradicionalmente apresenta


indicadores negativos para a educação. No entanto, o aumento total do estado para o mesmo
período é bem menor, de 7,7%. O crescimento mais significativo, no período 2011-2013, foi
conferido em Anapu (125,7%) seguido por Altamira (81,7%), a principal cidade da AID.

Um quadro adverso no Ensino Fundamental também chama atenção se levado em conta


o cenário brasileiro. Influências demográficas, tais como o envelhecimento populacional e
programas sociais como o Bolsa Família, que atrelam o benefício ao rendimento escolar das
crianças, favorecem a melhora dos indicadores. De fato, o saldo nacional no mesmo período é
um recuo de 14,3% nas taxas de reprovação.

Sintomaticamente, a nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) regrediu


0,3 ponto no mesmo período para os anos iniciais e 0,4 para os anos finais na AID. Um dos
indicadores que compõem o IDEB é a aprovação.

O que poderia explicar o destino de tantos alunos que não conseguem passar de ano? Ainda
é preciso aprofundar a coleta de dados e pretendemos realizar pesquisa com grupos focais,
o que significa ouvir os próprios jovens da região para buscar entender quais dinâmicas
influenciam o cenário.

Desestruturação familiar e rotatividade de professores – que, atraídos por melhores


oportunidades, deixam o magistério – são algumas das hipóteses levantadas pelos
atores locais.

Independentemente das causas, um cenário negativo quanto a indicadores tão importantes


mostra-se incompatível com um território que recebe uma obra desse porte e vultosos
investimentos associados. “Uma dinâmica econômica aquecida requer capital humano para
que seja possível absorver os impactos positivos. A convivência desses dois elementos –
uma obra de grande porte e indicadores de educação preocupantes – pode inviabilizar as
potenciais oportunidades trazidas pelo empreendimento”, diz o professor Fernando Abrucio,
que orienta as pesquisas em Educação do projeto.

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LINHAS CRUZADAS

Uma das etapas mais importantes do processo de pesquisa do Indicadores de Belo


Abandono escolar Monte é a de complementar dados levantados em documentos oficiais com as
percepções das pessoas que vivem e atuam na região.

Reprovação e abandono são indicadores que se influenciam mutuamente. O mau resultado Foi o que aconteceu com o assunto da suficiência de vagas para o Ensino
pode desestimular a continuidade dos estudos, assim como o aluno que passa muito tempo Fundamental nos municípios da Área de Influências Direta (AID) de Belo Monte.
afastado tende a ter mais dificuldade de recuperar o rendimento escolar, quando retorna. Por força das condicionantes 2.11, 2.12 e 2.13 da Licença de Instalação (LI), o
Além disso, no Brasil de maneira geral, há casos em que o estudante já não se envolve mais com empreendedor deve construir equipamentos escolares de modo a evitar a falta de
a escola – o que configuraria abandono – mas segue matriculado e ao final do ano é reprovado. vagas em todos os níveis de ensino.
A análise mais recomendável, portanto, considera esses indicadores em conjunto. Segundo os relatórios semestrais da Norte Energia, apesar de um recorrente
Os dados oficiais de abandono no Ensino Fundamental para os municípios da AID, segundo déficit no Ensino Infantil – o serviço de educação menos universalizado do Brasil
o INEP, apontam diminuição de 7,1% entre 2011 e 2013, um resultado positivo. No entanto, – o superávit para o Ensino Fundamental é mais que confortável em toda a AID.
Altamira e Senador José Porfírio, que vinham melhorando suas marcas desde 2007, voltaram a Altamira, por exemplo, chega a registrar 2.646 vagas ociosas em maio de 2014.
apresentar uma tendência de crescimento de 2011 a 2013, em 57% e 34,6%, respectivamente. Entretanto, relatos preliminares colhidos nas Secretarias de Educação de Altamira,
Apesar disso, a taxa em Altamira ainda é inferior à do Pará, da Região Norte e à média nacional. Brasil Novo, Anapu e Vitória do Xingu sugerem um inchaço de alunos nas áreas
Já Senador José Porfírio apresenta uma taxa em 2013 quase três vezes maior que a do Pará, urbanas, enquanto escolas do meio rural estariam esvaziadas. Assim, mesmo
crescimento puxado sobretudo pelo abandono no meio rural. que a oferta geral seja suficiente, o gargalo estaria na distribuição de vagas pelo
território. O caso de Vitória do Xingu corrobora a tese, já que 11 novas escolas,
todas na área rural, estão sem uso.

Para confirmar essa hipótese, seria preciso filtrar os dados conforme o que é
urbano e o que é rural e fomentar uma discussão sobre as análises de suficiência
Ensino Médio realizadas, previstas pela condicionante para acontecerem semestralmente.
Maior e contínua integração e articulação entre empreendedor, poder público e
sociedade local pode ajudar a evitar eventuais erros de planejamento e desperdício
A taxa de reprovação no Ensino Médio para o conjunto da AID apresenta uma piora mais de recursos e, acima de tudo, colaborar para um serviço público de qualidade.
modesta, de 3,4% entre 2011 e 2013. Entretanto, ao adicionarmos o ano de 2010 como partida, o
crescimento da reprovação salta para 73,5%.

O abandono foi de 10,6% no período 2011-2013. A taxa mais recente (20,5%) é maior que a do
estado do Pará (17,9%) e da Região Norte (11,9%) e mais que o dobro da marca nacional (8,8%).
Tanto o Pará, quanto a Região Norte e o Brasil vêm reduzindo os índices de abandono no Ensino
Médio desde 2008.

Essa faixa etária é especialmente sensível à concorrência do trabalho, em detrimento dos


estudos. É possível que o aquecimento econômico experimentado pela região, com aumento das
ofertas de emprego e renda para jovens, esteja associado ao abandono do Ensino Médio.

O agravamento do desempenho do território em educação representa perdas para o


desenvolvimento de capital humano. Com isso, a tendência é aumentar a dependência em
relação às oportunidades econômicas que a instalação de Belo Monte representa. Essas
oportunidades, contudo, são cíclicas e a falta de perspectiva de longo prazo tem potencial de
aumentar a desigualdade e outros problemas sociais. no
A análise completa e detalhada sobre esses e outros dados de educação para a região do Xingu
pode ser acessada em indicadoresdebelomonte.com.br/biblioteca.

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Saneamento
Mapa dos caminhos
Com infraestrutura que garantiria acesso universal
A
primeira edição do Mapa dos Caminhos mergulha no dilema sobre as responsabilidades em
torno das ligações à rede de água e esgoto em Altamira, mas chama atenção para ausência
ao saneamento básico, Altamira ainda carece de de ações estruturantes referentes ao planejamento, à gestão e à transparência quanto aos
encaminhamentos que impactam diretamente a vida das pessoas.
planejamento e participação social A condicionante 2.10 da Licença de Instalação (LI) da UHE Belo Monte estabelece que o
empreendedor deve oferecer a infraestrutura de modo a garantir 100% de saneamento básico em
Altamira e Vitória do Xingu.

A conclusão das obras para a rede de água e esgoto em Altamira segue em fase de finalização e
testes, mas permanece um impasse sobre quem deve financiar e executar as ligações domiciliares.
O Projeto Básico Ambiental (PBA), que define as ações socioambientais do empreendimento, deixa
margem à interpretação. O documento de referência diz que cabe ao empreendedor “implementar”
o sistema e ao poder público municipal compete a “complementação” e a “operação”. Há quem diga
que as conexões com os usuários estariam no âmbito da “complementação”, já outros entendem
que “implementar” o sistema é entregá-lo completo, portanto com as ligações incluídas.

A incerteza é preocupante, já que dessa última etapa depende a efetividade de todo o esforço
empreendido até aqui. Mas a questão está inserida numa tarefa maior que é a gestão do sistema de
saneamento.

É no campo da gestão que se define como prestar os serviços, como operacionalizar os


equipamentos, quais competências e recursos humanos se precisa, quais os custos e capacidade de
novos investimentos, política tarifária, entre outros. Todos esses elementos são interdependentes.
Se a responsabilidade sobre as ligações recair sobre o poder público, por exemplo, é diante de um
consistente plano de gestão que se poderá traçar a melhor forma de viabilizá-las, sobretudo nas
localidades de baixa renda.

Se, ao contrário, o serviço for executado ou custeado pelo empreendedor, a inexistência de um


desenho de gestão privaria a população do acesso a informações fundamentais. Para autorizar a
obra dentro de sua própria casa ou local de trabalho é muito provável que o cidadão demande
esclarecimentos mínimos, tais como: quem será o responsável pela prestação do serviço? Quais são
os parâmetros de qualidade? Quais despesas incidirão sobre o imóvel?

Até o momento não se tem definido quem será o operador do sistema. Data de 2011 um Convênio
de Cooperação Federativa entre o município de Altamira e o governo do estado, que daria à
Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) a competência para prestar o serviço. Entretanto,
A Lei de Saneamento estabelece que a cooperação precisa de um desdobramento, na forma de
contrato. Este, por sua vez, só tem validade se acompanhado de plano de saneamento básico,
estudo técnico-econômico, plano de investimento, normas de regulação, entre outros requisitos.
Em Altamira, todas essas são tarefas ainda por fazer.

42 43
A possível exceção é o Plano Municipal de Saneamento Básico, elaborado pela Norte Energia e Uma pesquisa bibliográfica também relevou que falta de participação e esclarecimento é um dos
entregue à prefeitura em abril de 2014. Segundo a municipalidade, entretanto, o documento diz principais – e mais subestimados – entraves para a ampliação dos sistemas de saneamento básico
respeito apenas aos serviços de água e esgoto e um plano integrado de saneamento – que inclui em todo o Brasil.
drenagem urbana e resíduos sólidos – ainda estaria sendo formulado pelo próprio poder público.
Na prática, a possibilidade de a prefeitura assumir diretamente a prestação do serviço ou delegá-lo
a outro operador, mesmo que privado, não está descartada. É o cidadão quem decidirá ligar-se ou não à rede, conforme aquilo que lhe faça mais sentido.
Usuários do sistema também têm seus motivos, saberes e modos de vida, os quais nem sempre estarão
Para o projeto Indicadores de Belo Monte, as questões relativas à gestão representam um dos mais alinhados com o que se planeja para o território no nível das instituições. Promover a discussão sobre
importantes desafios nesta fase em que Altamira estaria prestes a universalizar o acesso os benefícios do saneamento, e com isso entender o contexto sociocultural em que a novidade se insere,
ao saneamento básico. é uma estratégia que merece especial atenção.

Por que saneamento é tão importante? Como avançar?


Na qualidade de observador desse processo, o projeto Indicadores de Belo Monte propôs o seguinte
Os impactos prognosticados no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para o saneamento básico tratam
encaminhamento à Câmara Técnica de Monitoramento das Condicionantes da UHE Belo Monte, com
de riscos de cheias e enchentes, da demanda sob a gestão pública, da qualidade da água para usos
potencial facilitação da FGV, se pertinente:
múltiplos do rio Xingu e da saúde da população. Com a quase totalidade da população valendo-se
de poços rasos e fossas negras (sem revestimento), o afluxo populacional provocado pelo 1. Realizar diálogo com a coordenação do Comitê Gestor do PDRSX na perspectiva de pautar
empreendimento agrava ainda mais os riscos preexistentes de contaminação. o tema saneamento básico com vistas às demais câmaras técnicas que possam participar
do processo, bem como com o IBAMA;
O acesso ao saneamento adequado está diretamente ligado às chances de desenvolvimento,
à autonomia e à dignidade das pessoas. Para as sociedades, o comprometimento das condições 2. Realizar reunião com a Prefeitura Municipal de Altamira, em especial com o prefeito municipal e
sanitárias representa gastos evitáveis para a saúde pública e perda de produtividade na economia. secretário de Planejamento, ampliando o diálogo sobre o saneamento no município de Altamira;

3. A partir desses diálogos, propor aos principais atores desse processo (prefeitura de Altamira,
Norte Energia e governo do Estado do Pará) a realização de mesa técnica com a finalidade
de debater os rumos da gestão do saneamento básico no município;

O que podemos aprender com outras 4. Posteriormente, propõe-se que os mesmos atores realizem seminário ou outra atividade pública
na perspectiva de colher contribuições da sociedade, colaborando assim com a inauguração
experiências? de um ambiente de participação social e de construção coletiva.

A cidade de Paraty (RJ) e os estados de São Paulo e Espírito Santo, ainda que em territórios e realidades
diferentes, têm em comum o desafio de promover adesão a novas redes de água e esgoto e todos eles
apresentam estratégias específicas voltadas para o público de baixa renda.

Em São Paulo, uma parceria entre o governo do estado e a companhia estadual de saneamento oferece
a gratuidade das obras domiciliares nas áreas mais carentes. Em Paraty, a tarifa social, que oferece
abatimentos na conta de água para esse mesmo público de modo permanente, foi combinada a
descontos para toda a população ao longo dos primeiros três anos.

O caso do Espírito Santo chama atenção pelo expressivo investimento em comunicação e A versão completa do “Mapa dos Caminhos” com a análise detalhada sobre a situação
relacionamento, o que permitiu envolver lideranças locais e identificar os impedimentos específicos em Altamira e encaminhamentos propostos pode ser acessada em
para a ligação voluntária da população à rede de saneamento básico em diferentes áreas. indicadoresdebelomonte.com.br/biblioteca.

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Câmara Técnica de Monitoramento das Condicionantes - PDRSX

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