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PREFEITURA MUNICIPAL DE IPORANGA

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, TURISMO E AGRICULTURA

TERMO DE REFERÊNCIA

DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PARA O PLANEJAMENTO E


IMPLANTAÇÃO DA COLETA SELETIVA DE RESÍDUOS SÓLIDOS
RECICLÁVEIS NO MUNICÍPIO DE IPORANGA / SP

IPORANGA / SP

BRIL
2015
FICHA TÉCNICA

RESPONSÁVEL LEGAL – Município de Iporanga / SP


Prefeito Valmir da Silva

AUTORIA e COORDENAÇÃO
Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Turismo e Agricultura
Secretária Quischiline Xênia Andrade Horiy

APOIO TÉCNICO
Fernando Salles Rosa – Engenheiro Ambiental – CREA nº 5062806235

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SUMÁRIO

1. DIAGNÓSTICO E JUSTIFICATIVA 04
1.1. Potencialidades 05
1.2. Entraves e dificuldades 05
1.3. Público alvo 06
2. Ações e Metodologia 06
2.1. META 1 - CONSTITUIR UMA COOPERATIVA DE 06
CATADORES E PROMOVER A CAPACITAÇÃO DOS
COOPERADOS
2.1.1. Etapa 1 - Ação: Cadastramento de catadores autônomos e demais 06
interessados na formação de uma Cooperativa de Coleta Seletiva
2.1.2. Etapa 2 - Ação: Reuniões de mobilização e formação da Associação 07
2.1.3. Etapa 3 - Ação: Oficinas iniciais de planejamento e definição dos 07
itinerários de coleta seletiva na área urbana e rural
2.1.4. Etapa 4 - Ação: Capacitação dos cooperados para autonomia nos 09
processos de gestão interna e autogestão da Cooperativa
2.1.5. Etapa 5 - Ação: Apoio à construção de metas e planos de ações 14
2.1.6. Etapa 6 - Ação: Diagnóstico e aplicação de indicadores 14
2.1.7. Etapa 7 - Ação: Promover a interação da Cooperativa de Coleta 15
Seletiva com todos os demais parceiros e beneficiários do projeto

2.2. META 2 - CAPACITAR PROFESSORES PARA A 15


IMPLEMENTAÇÃO DE PROJETOS DE GESTÃO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS JUNTO A COMUNIDADE ESCOLAR

2.2.1. Etapa 1 - Ação: Diagnóstico das escolas e seleção dos professores 16


beneficiários
2.2.2. Etapa 2 - Ação: Elaboração de material didático teórico-prático para 18
o curso
2.2.3. Etapa 3 - Ação: Aplicação do curso de capacitação em Educação 19
Ambiental e elaboração de projetos em Educação Ambiental a serem
executados nas escolas participantes
2.2.4. Etapa 4 - Ação: Implementação e avaliação dos projetos de Educação 21
Ambiental nas escolas após o término do curso

2.3. META 3 - CAPACITAR OUTROS SERVIDORES PÚBLICOS 22


PARA O DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES VOLTADAS A
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NOS PRÓPRIOS MUNICIPAIS
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2.3.1. Etapa 1 - Ação: Criação da Comissão Municipal de Gestão de
Resíduos Sólidos nos Próprios Municipais e identificação das principais
demandas para implantação da coleta seletiva
2.3.2. Etapa 2 - Ação: Treinamento da equipe com relação aos diferentes 23
aspectos que envolvem a gestão de resíduos sólidos no ambiente de trabalho
2.3.3. Etapa 3 - Ação: Organização da logística de coleta nos próprios 24
municipais e aplicação do plano de comunicação

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2.3.4. Etapa 4 - Ação: Elaboração de um protocolo de boas práticas para a 24
redução, reutilização e reciclagem, para a aplicação de indicadores de
funcionamento em cada próprio municipal e para a divulgação dos
resultados

2.4. META 4 - PROMOVER AÇÕES DE EDUCOMUNICAÇÃO 26


AOS DEMAIS MULTIPLICADORES E FORNECEDORES DE
MATERIAIS RECICLÁVEIS, VISANDO O FORTALECIMENTO DO
PROGRAMA MUNICIPAL DE COLETA SELETIVA

2.4.1. Etapa 1 - Ação: Elaboração e implantação do plano de comunicação 27


voltado ao melhoramento da informação para ampliar a adesão e orientar o
munícipe (pessoa física e jurídica) e o turista com relação ao consumo
responsável, a reutilização e as melhores formas de agregar qualidade ao
material reciclável coletado pela Cooperativa.
2.4.2. Etapa 2 - Ação: Desenvolvimento de palestras, vídeos e atividades 29
lúdicas relacionadas à educação ambiental para resíduos sólidos voltados
aos diversos empreendimentos e setores produtivos.
2.4.3. Etapa 3 - Ação: Organizar um Fórum voltado aos municípios do 29
entorno, visando a apresentação dos resultados obtidos com o projeto.

1. DIAGNÓSTICO E JUSTIFICATIVA

O presente projeto abrangerá o município de Iporanga/SP, situado a


aproximadamente 360 km da capital paulista, que possui população de 4.331 habitantes,
sendo que 60% dos habitantes correspondem a população urbana e 40% habitantes
compreendem a população rural (SEADE, 2014).
O município é cercado por unidades de conservação, dentre as quais se destaca
o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), que com 35.712 hectares abriga
valioso patrimônio natural, composto por sítios espeleológicos, paleontológicos,
arqueológicos e históricos além da grande diversidade biológica característica da Mata
Atlântica preservada em toda sua extensão. Em 1999, essa região foi reconhecida
como Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO.
A economia, por sua vez, fundamenta-se no terceiro setor, com destaque para o
turismo, o que aquece a prestação de serviços correlatos, como pousadas, restaurantes
etc. A agricultura familiar se apresenta principalmente como subsistência, sobretudo nos
quilombos, com o cultivo de milho, arroz, feijão, mandioca, banana, cana de açúcar e
palmito. Além disso, a pecuária também ocupa parte significativa do território (LUPA,
2008)

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O município apresenta indicadores socioeconômicos inferiores a média do
Estado de São Paulo, com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) de 0,693,
sendo o IDH-M Renda foi de 0,592, o IDH-M Longevidade com 0,688 e o IDH-M
Educação de 0,798 (IPEADATA, 2010).
De acordo com estudos sobre o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos na
bacia do Ribeira de Iguape e Litoral Norte (UGRHI-11), no ano de 2013, o município
apresentou uma geração de 1,71 toneladas/dia. Em decorrência da significativa
população flutuante e da extensão territorial do município, tal dado reflete apenas a
geração de resíduos na área urbana que é coberta pela coleta regular, atualmente
realizada pela Prefeitura.
Em 2013 o município apresentou no Índice de Qualidade de Resíduos (IQR), da
CETESB, nota 8,1, em um universo de 0 a 10. Porém, a situação atual do aterro
municipal é preocupante, inclusive devido ao fato de estar muito próximo ao
esgotamento de sua vida útil.
Nesse contexto, em razão da não existência de uma política pública para o
desenvolvimento da coleta seletiva com catadores, o presente projeto se apresenta como
ferramenta fundamental para o gerenciamento dos resíduos sólidos recicláveis no
município. Espera-se, portanto, contribuir para a implementação da coleta seletiva,
mitigando os impactos inerentes à disposição final em aterros, assim como atingindo
ganhos socioambientais com a geração de renda aos catadores e com a educação
ambiental à população.

1.1. Potencialidades

O município possui catadores autônomos, sucateiros e atravessadores, os quais


estão distribuídos de maneira esparsa. Apesar de serem poucos, estes contribuem de
alguma forma para a reciclagem, configurando um mercado informal. Tal cenário
possibilita a organização destes catadores, que estão à margem da sociedade, de modo
que possam constituir juntamente com demais interessados, uma Cooperativa de
Catadores, conforme preconizado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Além disso, Iporanga apresenta a população urbana concentrada em dois grandes
aglomerados, quais sejam: o centro comercial e o bairro Serra, principal ponto turístico
de acesso ao PETAR. Sendo assim, o planejamento e a roteirização da coleta seletiva
demonstra-se extremamente viável e eficaz.

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A proponente durante o desenvolvimento do projeto compromete-se a
disponibilizar condições para a coleta seletiva, assim como espaço físico para
capacitação e treinamento dos agentes envolvidos com o presente projeto. Atualmente,
inicialmente, contamos com um Barracão Municipal de aproximadamente 200m², com
possibilidade de alocação da Central de Triagem com dimensionamento para a
população local somada ao público flutuante. Carrinhos de tração humana farão a coleta
dos materiais recicláveis em pontos/rotas específicos de proximidade a Central de
Tiragem e em vias de menor declividade. Quanto aos demais acessos e de maiores
distâncias e peso contaremos com uma carroceria em tração de um trator pequeno do
nosso Departamento de Meio Ambiente e Agricultura enquanto pleiteamos no Programa
Município Verde e Azul a aquisição de uma Central de Triagem e Caminhão.
Vislumbrando a construção desta Central próxima a área onde se pretende um
aglomerado de atividades da gestão de resíduos sólidos urbanos, propicia também a
atividade de educação ambiental.

1.2. Entrave e dificuldade

É fato que o fator limitante do município são os recursos orçamentários. No


entanto, sabe-se que um bom trabalho de Coleta Seletiva surge como uma alternativa
providencial e depende de bons parceiros e da participação da sociedade. Dessa forma, a
municipalidade pretende oferecer a prestação de um serviço de qualidade, que conquiste
e envolva a participação dos munícipes, sempre focado em ações permanentes de
sensibilização, mobilização e conscientização da população a ser atendida.
Portanto, espera-se com o presente projeto desempenhar as ações propostas de
forma sinérgica, permanente e gradativa, sempre em busca da aplicação de recursos
materiais e humanos, conduta que garantirá condições para a idealização e consolidação
de uma política pública de coleta seletiva.

1.3. Público alvo

Pretende-se com o projeto sensibilizar, direta e indiretamente, dentre as ações de


educação ambiental e educomunicação, cerca de 80% da população local. Inclui-se,
portanto, o Poder Público Local, através de seus servidores, os professores da rede
municipal e estadual, os estudantes iporanguenses, os demais membros da comunidade
escolar, a população situada na zona urbana e rural, assim como a população flutuante e

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toda a estrutura voltada ao turismo, incluindo a administração das Unidades de
Conservação.

2. AÇÕES E METODOLOGIA

2.1. META 1 - CONSTITUIR UMA COOPERATIA DE CATADORES E


PROMOVER A CAPACITAÇÃO DOS COOPERADOS

A presente meta tem como objetivo central a facilitação de todo o processo de


formação, legalização e capacitação de um grupo de catadores autônomos e organizá-los
em uma Cooperativa para atuarem diretamente na Coleta Seletiva Municipal.
Após esta etapa, serão desenvolvidas outras duas ações integradas: a
estruturação da coleta seletiva e organização do sistema de triagem e comercialização de
materiais recicláveis; e a promoção de um curso de capacitação e treinamento aos
catadores.
Com esta perspectiva, o fortalecimento da Coleta Seletiva será promovida
através da interação entre a Cooperativa constituída e capacitada, com o Poder Público
Local e a população. Para tanto, serão promovidas ações educativas relacionadas com a
geração de resíduos sólidos e o consumo sustentável, assim como a redução,
reutilização e reciclagem de materiais, através da adequada separação para a coleta
seletiva.

2.1.1. Etapa 1 - Ação: Cadastramento de catadores autônomos e demais interessados


na formação de uma Cooperativa de Coleta Seletiva

 Cronograma de Execução - Mês 01;


 Indicador físico: Cadastramento do público alvo. Expectativa 50 pessoas.
 Parceria com Instituto de Cooperativismo e Associativismo – ICA / Célula
Registro

Esta etapa consistirá no levantamento do número de pessoas que atualmente


atuam no mercado informal da reciclagem, assim como de demais pessoas que tenham o
interesse em trabalhar com a implantação da Coleta Seletiva no município. Serão
contempladas informações pessoais dos pretensos catadores autônomos que deverão
constituir a futura Associação.

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Será realizada através de uma ficha cadastral para aquisição dos dados de cada
interessado, de modo a ser criado um banco de dados da Prefeitura.
No ato do cadastramento, cada pessoa será convidada para a primeira reunião de
mobilização e formação da Cooperativa, em data e local a serem definidos.

2.1.2. Etapa 2 - Ação: Reuniões de mobilização e formação da Cooperativa

 Cronograma de Execução - Meses 02 a 03;


 Indicador físico: Participação e formação da Cooperativa de Coleta Seletiva.
Expectativa de envolvimento de 50 pessoas entre membros e fundadores.
 Parceria com Instituto de Cooperativismo e Associativismo – ICA / Célula
Registro

Esta etapa consistirá na realização de 4 reuniões visando promover a integração


entre os envolvidos e o treinamento dos catadores para o entendimento dos direitos e
deveres da Cooperativa, assim como para a definição coletiva das ações necessárias
para a constituição e formalização da Cooperativa de Coleta Seletiva.
Os produtos a serem gerados nesta etapa serão: o estatuto social da Cooperativa;
a lavratura da ata de constituição com a definição dos cargos; a preparação de toda a
documentação administrativa; e a formalização da pessoa jurídica junto a Receita
Federal e demais órgãos competentes.

2.1.3. Etapa 3 - Ação: Oficinas iniciais de planejamento e definição dos itinerários de


coleta seletiva na área urbana

 Cronograma de Execução - Meses 03 e 04


 Indicador físico: 04 oficinas destinadas aos membros associados atuantes e
desenvolvimento dos itinerários de coleta seletiva na área urbana.

Espera-se reunir todos os cooperados no processo, para que através das reuniões
de planejamento possam-se estabelecer as principais necessidades e demandas da
Cooperativa, com o intuito de servir como um diagnóstico que contribua para o início
da Coleta Seletiva, assim como para a definição dos grupos de trabalho (tratados
adiante) e do desenvolvimento das capacitações das quais participarão tais grupos.
As oficinas ocorrerão 1 vez por semana, no período de 1 mês.

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O conteúdo das oficinas abrangerá:

 Visitas técnicas em locais de disponibilização de resíduos;


 Estudo de potenciais/soluções e necessidades da Associação;
 Estudo de definição de itinerários de coleta seletiva na área urbana do município
por meio da geração de mapas de setores de coleta, de preferência integrados ao
sistema de coleta regular existente no município;
 Modelos de composição de grupos de trabalho voltados para Administração,
Produção e Infraestrutura, Educação Ambiental e Logística, e Qualidade de
Vida, visando a organização conjunta das capacitações.

É importante reforçar a importância das oficinas iniciais de planejamento, pois


esta é adaptada de acordo com as necessidades e demandas trazidas pelos próprios
cooperados, tornando-o coerente com a realidade local.
Após esta etapa, em consonância principalmente a aplicação do plano de
comunicação e demais ações deste projeto, será iniciada oficialmente a coleta seletiva
no município, a qual envolverá escolas, associações, comércios e demais entidades
envolvidas no projeto. Serão priorizadas as rotas de acordo com os parceiros existentes
no trecho previsto para cada rota, visando a implementação eficaz e gradativa.
A definição do Itinerário e rotas bem como a qual rota compete uso de caminhão/trator,
carro de tração humana será discutido em coletivo, visando atendimento da área de
abrangência inicial, malha urbana, bairro Serra e Castelhanos, bairros de significativo
adensamento populacional. Contando com a implantação de Pontos de Entrega
Voluntária nas áreas citadas, conforme aponta mapa anexo a este Termo.

2.1.4. Etapa 4 - Ação: Capacitação dos cooperados para autonomia nos processos de
gestão interna e autogestão da Cooperativa

 Cronograma de Execução - Meses 05 a 09


 Indicador físico: 02 cursos em um total de 32 encontros, sendo 08 módulos, 2
vezes por semana para cada módulo. Expectativa para todos os membros da
Associação dividida por módulos.

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Após as oficinas iniciais de planejamento serão organizados os formatos das
capacitações para cada grupo de trabalho. As capacitações serão realizadas através de
oficinas, aulas, reuniões, vivências e apoio na elaboração e desenvolvimento dos planos
de trabalho que serão os produtos elaborados visando a aplicação no dia a dia da
Cooperativa.
As capacitações serão divididas nos seguintes cursos:

 Curso de formação em associações e coleta seletiva (04 módulos)


 Curso de gestão interna e autogestão da associação (04 módulos)

2.1.4.1. Curso de formação em cooperativismo e coleta seletiva

O curso será realizado na própria sede da cooperativa no período de 2 meses,


sendo necessário 2 encontros de 4 horas por semana, considerando duas semanas para
cada um dos quatro módulos propostos, quais sejam:

 Cooperativa: noções gerais e legais com foco no entendimento do


funcionamento de uma cooperativa no que tange aos direitos e deveres, respeito
ao estatuto e regimento interno, capital social, fundos reserva, entre outras
questões fundamentais para a sustentabilidade da sociedade. Serão apresentados
exemplos de cooperativas de coleta seletiva bem sucedidas na região, com a
realização de uma visita técnica para intercâmbio;

 Cidadania: sensibilização para compreensão das relações interpessoais, além de


outros assuntos correlatos como educação, higiene e cuidados pessoais, saúde,
segurança no trabalho, desenvolvimento comunitário, habitação e compreensão
dos seus direitos e deveres como cidadãos;

 Coleta Seletiva e Cadeia da Reciclagem: conceitos de meio ambiente, educação


ambiental, resíduos sólidos e o cenário atual brasileiro, modo de produção e
consumo, triagem dos materiais, mercado da reciclagem, beneficiamento dos
resíduos, cadeia da reciclagem e o papel dos catadores dentro dela;

 Política e Gestão: história dos movimentos sociais e políticos, políticas


públicas, princípios do Movimento Nacional de Catadores de Materiais

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Recicláveis (MNCR), noção de redes e sistema de comercialização em rede,
além das políticas nacional e estadual de resíduos sólidos.

O curso será presencial com exigência de frequência mínima para sua validação
e certificação ao término. O curso de formação terá como ferramentas aulas expositivas,
seminários, palestras e vídeos, além da apresentação de casos práticos e discussões em
grupo.

2.1.4.2. Curso de gestão interna e autogestão da Cooperativa

O curso será realizado no período de 2 meses, sendo necessário 2 encontros de 4


horas por semana, considerando duas semanas para cada um dos quatro módulos
propostos. O produto final de cada módulo é a formação do grupo de trabalho
responsável por estabelecer a gestão em cada área específica, de modo a contribuir
posteriormente para a elaboração do plano de ação e metas da Cooperativa, conforme
descrito nos módulos a seguir:

 Administração: Através da capacitação será composto um grupo de trabalho


preferencialmente composto pelos membros da Diretoria, Conselho Fiscal e
eventuais coordenadores de trabalho (Coordenação de Galpão, de Venda, da
Educação Ambiental, por exemplo). Esse grupo é responsável pela gestão da
Cooperativa, desde a gestão financeira até o controle das vendas, passando pela
divisão de tarefas para melhor entendimento de cada função, realização de
assembleias, representação legal e relações institucionais. Os conteúdos a serem
desenvolvidos para comporem o plano de trabalho são:

• Orientação na aplicação do Regimento Interno, ou na criação e


sistematização das regras;
• Auxílio à Diretoria e aos coordenadores de trabalhos no desenvolvimento
de suas tarefas, assumindo posturas e atitudes condizentes às funções
administrativas e coesas com suas responsabilidades;
• Busca de novos parceiros;
• Incentivo à participação dos cooperados nos processos de gestão da
Cooperativa, seja na realização periódica de Assembleias, seja nos
grupos de capacitação;

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• Busca de melhores condições de trabalho: novos uniformes,
equipamentos de proteção individuais e outros;
• Levantamento de estratégias e soluções visando o aumento da renda dos
cooperados;
• Aprimoramento da comercialização na busca contínua de melhores
compradores e preços;
• Melhoria dos procedimentos financeiros e contábeis, inclusive na relação
cooperado-contador;
• Inclusão digital dos administradores e preparação da área administrativa
no desenvolvimento de textos, tabelas e planilhas de controle e
acompanhamento mensal das atividades;
• Orientação nas operações bancárias, como, por exemplo, abertura de
conta bancária;
• Auxílio na atualização e registro de toda documentação legal da
Cooperativa.

 Produção e Infraestrutura: Através da capacitação será composto um grupo


responsável por pensar nos processos e ações de melhorias no que diz respeito à
linha de produção da Cooperativa: chegada do resíduo reciclável à área de
descarga, passagem pelo funil para triagem e separação na esteira,
acondicionamento nos bags, prensagem, pesagem e estoque, bem como o
aprimoramento e divisão de funções dos cooperados. Mais ainda, responsável
pelas ações de prevenção de acidentes na cooperativa e pelo incremento nas
questões de infra-estrutura e ferramentas de trabalho (incluindo a organização
dos espaços de trabalho como escritório, sala de reuniões e cozinha). Os
possíveis conteúdos a serem desenvolvidos para comporem o plano de trabalho
são:

• Realização de capacitações pontuais junto à Coordenação de Galpão para


a orientação no desenvolvimento de suas funções, tarefas e posturas,
buscando a otimização do processo produtivo;
• Construção do Plano de Ações de Prevenção de Acidentes de Trabalho
para diminuir o risco de acidentes;

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• Orientação ao grupo sobre como conscientizar os demais Cooperados
das funções existentes na associação;
• Distribuir melhor o trabalho, aprimorando a logística interna de
produção;
• Trabalhar com o grupo formas de aumentar a triagem individual de cada
cooperado, levando a um incremento da produção x hora e culminando
num possível aumento da renda;
• Levantar as necessidades e realizar pequenas reformas da estrutura do
galpão para absorver o crescente volume de materiais coletados,
otimizando espaço e tempo.

 Educação Ambiental e Logística: Através da capacitação será composto um


grupo responsável pelo desenvolvimento de ações de sensibilização e divulgação
sobre a coleta seletiva e o trabalho da Cooperativa em empresas, pontos
comerciais, porta a porta e população em geral visando o aumento da quantidade
de materiais recicláveis coletados; busca de novos parceiros através da
elaboração de planos de comunicação, propostas e projetos visando a ampliação
da rede de contatos e relacionamentos. Os possíveis conteúdos a serem
desenvolvidos para comporem o plano de trabalho são:

• Capacitação para apresentações de palestras: montagem, objetivos,


estratégias de apresentação, elaboração em formato digital (power point),
preparação para a participação em eventos e reuniões externas;
• Capacitação para elaboração de projetos: estrutura básica para a escrita
de projetos, bem como a busca por editais e de parceiros neste processo;
• Relacionamento com parceiros: fortalecimento dos contatos, retorno
sobre os números da coleta seletiva e melhorias para a Cooperativa,
controle da qualidade dos resíduos, participação em eventos;
• Desenvolvimento de atividades para apropriação de temas ambientais
diversos, como meio ambiente, educação ambiental, água, poluição do ar
e solo, saúde ambiental e pública, consumo consciente, etc;
• Expansão da coleta seletiva;
• Planejamento, elaboração e realização de atividades de sensibilização
ambiental e sobre a coleta seletiva.

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 Qualidade de Vida: Através da capacitação será composto um grupo responsável
pelo desenvolvimento de ações que trabalhem a Cooperativa para agregar
atividades que promovam a qualidade de vida dos cooperados. Esse grupo
promove as relações interpessoais através do trabalho e busca desenvolver junto
aos cooperados ações ou projetos que possam agregar melhoria nas condições de
vida. Alguns exemplos de ações desenvolvidas por outras associações são: horta
comunitária, almoço feito na Cooperativa, bazar ambiental e espaço de lazer.
Responsável também por buscar a aproximação com os equipamentos públicos
disponíveis para eles e seus familiares: posto de saúde, hospital, creche,
assistência social, etc. O grupo também é responsável pelo acolhimento de
novos cooperados e deverá estar apto a capacitar os mesmos em noções gerais e
conceitos básicos do sistema cooperativista com seus princípios e objetivos,
Estatuto Social e Regimento Interno, diferenças entre sociedade cooperativa e
sociedade não-cooperativa, capital social, fundos, tributos e gestão
administrativa;

2.1.5. Etapa 5 - Ação: Apoio à construção de metas e planos de ações

 Cronograma de Execução - Mês 10


 Indicador físico: Expectativa de atender todos os cooperados atuantes

Com as capacitações e a devida constituição dos grupos de trabalho, este será


orientado para a construção do plano de ação e de metas. Para tal, novas oficinas de
planejamento serão desenvolvidas para que sejam sistematizadas as propostas de cada
grupo ao longo da capacitação.
As oficinas ocorrerão no Centro de Triagem e Comercialização de Materiais
Recicláveis, 1 vez por semana, nas duas últimas horas de expediente de trabalho, no
período de 1 mês.
O plano de ação e metas consistirá no produto final das capacitações e será o
documento que compatibilizará o futuro Programa Municipal de Coleta Seletiva com a
proposta de gestão da Cooperativa.
Em todas as atividades estará presente a busca constante pela autonomia das
ações e pela autogestão da Cooperativa, a qual deve se preparar para assumir as
responsabilidades perante aos cooperados, a Prefeitura Municipal e a população.

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2.1.6. Etapa 6 - Ação: Diagnóstico e aplicação de indicadores

 Cronograma de Execução - Mês 11 e 12


 Indicadores físicos: 02 diagnósticos e expectativa de atender todos os
cooperados atuantes

O intuito é monitorar o empoderamento da Cooperativa e do sistema de coleta


seletiva, de modo a verificar a implantação do plano de ação e metas. Esta etapa
envolve a execução de um diagnóstico e aplicação de indicadores, que consiste no
levantamento das seguintes informações:

 Infraestrutura e gerenciamento;
 Perfil dos cooperados;
 Fluxograma e croqui de operação e atividades;
 Rendimento mensal da Cooperativa e dos Cooperados;
 Abrangência geográfica e quantitativa do atendimento da coleta seletiva;
 Índice de Rejeitos – IR;
 Índice de Recuperação de Materiais Recicláveis – IRMR.

Todo o processo de interação que demanda esta meta e as subsequentes ocorrerá


no próprio Centro de Triagem de Comercialização de Materiais Recicláveis, de forma a
evitar deslocamentos dos cooperados e reduzir a interferência sobre o trabalho diário
desempenhado no local. O objetivo desta meta é verificar se a Cooperativa está apta a
administrar de maneira auto-eficiente o sistema de coleta seletiva.

2.1.7. Etapa 7 - Ação: Promover a interação da Cooperativa de Coleta Seletiva com


todos os demais parceiros e beneficiários do projeto

 Cronograma de Execução - Meses 04 ao 12


 Indicadores físicos: Expectativa de atender todos os cooperados atuantes

Esta etapa compreende os esforços da Prefeitura Municipal, através de sua


equipe, visando promover a interação e participação da Cooperativa com todos os
parceiros e demais beneficiários do projeto, de modo a permitir o desenvolvimento das
ações do projeto e do futuro Programa Municipal de Coleta Seletiva. Sendo assim, a

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Cooperativa receberá visitas no Centro de Triagem e Comercialização de Materiais
Recicláveis, atuará em dinâmicas nas escolas beneficiárias do projeto, interações com os
professores, com outros servidores municipais, com a população das rotas rurais,
turistas e demais beneficiários do projeto, através das ações de educomunicação.

2.2. META 2 - CAPACITAR PROFESSORES PARA A IMPLEMENTAÇÃO


DE PROJETOS DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS JUNTO A
COMUNIDADE ESCOLAR

A presente meta possui como escopo principal a aplicação cursos de capacitação


em Educação Ambiental de curta duração, com 40 horas, em local de fácil acesso e boas
condições para aplicabilidade das atividades, possivelmente em alguma escola pública.
O perfil dos participantes será de professores tanto da rede municipal como
estadual, tendo como meta atender a totalidade das escolas municipais e estaduais do
município, das quais os professores serão selecionados a partir de diagnósticos e
indicadores prévios das potenciais instituições e professores beneficiários, aplicados nos
dois primeiros meses do projeto (etapa1).
Com base nos primeiros resultados adquiridos, a equipe técnica fundamentada
no devido referencial teórico, pretende direcionar a presente meta em outras três etapas:

 Elaboração de material teórico-prático do curso para os professores (Meses 1 a


2);
 Execução do curso e elaboração dos projetos nas escolas beneficiárias (Meses 3
a 7); e
 Implantação dos projetos dos professores nas escolas (Meses 8 a 12).

Tais etapas se darão com o intuito de instrumentalizar os professores para


facilitar a busca da concretização e fortalecimento do sistema educacional formal,
sempre pautada na democracia participativa como potencializadora do processo de
construção da cidadania e promoção da justiça social.

2.2.1. Etapa 1 - Ação: Diagnóstico das escolas e seleção dos professores beneficiários

 Cronograma de Execução - Meses 01 a 02


 Indicador físico: Todas as escolas pré-selecionadas e diagnosticadas

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Esta etapa envolverá o diagnóstico de todas as escolas do município, as quais
serão pré-selecionadas pela Secretaria Municipal de Educação. A partir destas,
pretende-se cadastrar os professores com perfil para receber a capacitação e o
treinamento em educação ambiental voltado para a temática coleta seletiva e resíduos
sólidos, a fim de incorporar os objetivos da presente meta.
Será realizado o cadastro das escolas e professores interessados, além da
aplicação de um questionário diagnóstico que visa compilar informações sobre as
escolas e os professores, tais como:

 Localização da escola;
 Descrição de projetos já existentes nas escolas e seus coordenadores;
 Descrição de qualquer atividade em Educação Ambiental já realizada na escola e
por quem;
 Hábitos ecológicos já praticados pelos funcionários e alunos (coleta seletiva, uso
de canecas, reutilização de materiais e redução do consumo);
 Tipos de resíduos gerados pela escola;
 Área próxima disponível e potencial para aplicação de atividades de campo em
Educação Ambiental;
 Como é a atuação da comunidade no ambiente escolar;
 Por que do interesse do professor em participar da capacitação em Educação
Ambiental;
 O que o professor entende por Educação Ambiental, se já praticou com seus
alunos e como;

Espera-se atender o maior número de pessoas entre professores, gestores e


representantes de alunos das escolas pré-selecionadas.
As escolas pré-selecionadas serão visitadas e serão escolhidas preferencialmente
as escolas que já possuam algum trabalho de cunho socioambiental (horta comunitária,
separação de materiais recicláveis, produção de alimentos orgânicos), que apresentem
qualquer potencial para implantação de um projeto de Educação Ambiental ou que se
localizem em áreas cuja degradação ambiental prejudica a população do entorno e que
se perceba força de vontade e amplo interesse da direção e dos professores em
desenvolver um projeto contínuo.

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Nestas visitas serão realizadas entrevistas com a direção e professores
interessados, os dados coletados no encontro serão verificados e avaliados. Mais um
questionário será aplicado aos professores interessados, porém este terá o objetivo de
pesquisar a percepção sobre o meio ambiente e a Educação Ambiental, contemplando as
seguintes questões:

 Qual a melhor e qual a pior característica do bairro da escola?


 Cite o problema ambiental mais significativo do bairro da escola.
 Participou de algum projeto nos últimos 2 anos na escola em que leciona?
Descreva o projeto e sua função no mesmo.
 Como e com que freqüência você insere o tema Meio Ambiente na sala de aula?
 O que você entende por Meio Ambiente?
 O que você entende por Educação Ambiental?

Será ainda contemplada a percepção em Educação Ambiental, a formação, local


de residência e proximidade com a escola onde trabalha.
Após a compilação deste diagnóstico serão escolhidos os professores para
participarem do curso de capacitação em Educação Ambiental de 40 horas de duração.

2.2.2. Etapa 2 - Ação: Elaboração de material didático teórico-prático para o curso

 Cronograma de Execução - Meses 01 a 02


 Indicador físico: Fonte bibliográfica de referência e impressão de apostilas para
a totalidade dos participantes.

Será elaborada uma apostila detalhando todo o conteúdo programático do curso


de capacitação, envolvendo referenciais teóricos nas diversas temáticas pertinentes,
práticas em Educação Ambiental que serão realizadas ao longo do projeto e outras
adicionais. Além disso, serão contempladas noções de políticas e instrumentos legais
que norteiam a Educação Ambiental, estratégias de abordagem e de mobilização.
O material, portanto, será voltado para o educador e contemplará todos os
assuntos abordados durante o curso, tornando-se o material de referência para a
condução de seu trabalho na escola.
A apostila será entregue em uma pasta, juntamente com o material de apoio em
multimídia e uma camiseta do projeto.

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2.2.3. Etapa 3 - Ação: Aplicação do curso de capacitação em Educação Ambiental e
elaboração de projetos em Educação Ambiental a serem executados nas escolas
participantes

 Cronograma de Execução - Meses 03 a 07


 Indicador físico: Todos os professores beneficiários das escolas envolvidas

Durante o curso buscar-se-á promover discussões, apresentar conceitos, inserir


práticas e estratégias diversas, além de orientar na construção de projetos que deverão
ser desenvolvidos pelos professores para as suas respectivas turmas, sempre com foco
no despertar com relação à necessidade de entender as características e os principais
problemas ambientais do ambiente escolar, do bairro, do município e da região com
relação aos resíduos sólidos.
O intuito, portanto, é gerar conhecimento e ações que valorizem a importância
de informar e sensibilizar as comunidades inseridas no contexto local, calcadas no
fortalecimento do referencial teórico para o desenvolvimento dos projetos como
ferramentas permanentes de desenvolvimento de práticas educativas nas escolas, “para”
e “com” a comunidade.
Sendo assim, as estratégias de aplicação das atividades envolvem a transferência
horizontal do conhecimento técnico-científico, através de palestras, visitas técnicas e
troca de experiências, proporcionando o aumento do controle de sua realidade e
tornando-os sujeitos ativos e críticos de seu próprio contexto socioambiental.
Com ênfase na gestão de resíduos sólidos, pretende-se como diferencial a
possibilidade de "equipar" os projetos dos professores por meio de pacotes educativos
propostos e garantir equipamentos que permitam a implantação da coleta seletiva,
criação de espaços de divulgação de informações ambientais; atividades em sala de aula
e demais ações voltadas a redução e reutilização.
A proposição dos projetos nas escolas pretende apresentar alternativas
intimamente ligadas a uma questão educativa e de acessibilidade a informação, se
tornando ferramentas de educação ambiental, através da apresentação de modelos de
sustentabilidade para a comunidade, tendo em vista a escola como centro de referência
de práticas sócio-comunitárias.
Espera-se como resultados finais promover a integração entre o proponente,
através do Programa Socioambiental Municipal de Coleta Seletiva, e o público-alvo,

19
para a criação, implementação, monitoramento e continuidade de modelos educativos de
gestão sustentável de resíduos nos ambientes escolares, além de disseminar todas as
experiências do projeto por meio do fórum regional previsto no projeto.

2.2.3.1. Programação do curso

O curso de capacitação será realizado com carga horária de 40 horas. O curso


contará com atividades práticas, dinâmicas, palestras, grupo de diálogo e visitas
técnicas. Além de material didático físico e em multimídia para acompanhamento e
leitura.
Todos os encontros começarão com uma atividade dinâmica para o primeiro
contato, visando a interação dos professores entre si e com a equipe executora do
projeto. Em seguida será realizado um grupo de diálogo com base no livro "Diálogo" de
David Bohm, que será entregue para leitura juntamente com o material didático. A
prática do diálogo durante o curso tem a finalidade de induzir o professor a dialogar
com o aluno em sala de aula, transformando a relação aluno/professor em amizade e
contribuindo para o aprendizado de ambos através da construção de uma atmosfera mais
humana na escola. O objetivo da prática do diálogo na escola é, principalmente, tornar o
aluno capaz de falar com professores e diretoria de igual para igual, promovendo uma
geração ativa, crítica e emancipatória.
Ao final do curso, cada professor ou grupo de professores deverá apresentar um
projeto de Educação Ambiental a ser implantado na escola onde trabalha. Este projeto
será elaborado ao longo do curso com ajuda dos facilitadores por meio de reuniões nas
escolas.
O curso possibilitará a emissão de certificados aos professores participantes. O
certificado será entregue somente para os participantes que possuírem frequencia
validada .

2.2.4. Etapa 4 - Ação: Implementação e avaliação dos projetos de Educação


Ambiental nas escolas após o término do curso

 Cronograma de Execução - Meses 08 a 12


 Indicador físico: Todos os projetos executados

Após o desenvolvimento do curso, que culminará no aquecimento da percepção


ambiental, no fornecimento de referencial teórico e prático para o desenvolvimento da

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Educação Ambiental e na elaboração criteriosa e conjunta de projetos para as escolas, os
professores deverão conduzir o projeto.
Os projetos deverão ser pautados no desenvolvimento de ações que reflitam
diretamente sobre o melhoramento do ensino, ligada intimamente a qualidade de vida
escolar e da comunidade.
Os projetos se apresentam como grandes indicadores do curso, sendo que a sua
complexidade, a interação e a transmissão do conhecimento com e para o público-alvo,
a possibilidade de continuidade e extensão, a real utilização dos pacotes propostos como
ferramentas e a mobilização da comunidade serão pontos essenciais para a implantação
do projeto na escola. Os professores devem ter a liberdade de executar os seus projetos e
devem registrar todos os resultados e indicadores em relatórios, de acordo com
cronogramas estabelecidos.
Durante o processo de implantação deverá ocorrer reuniões e oficinas/mutirões
previamente planejados pelos professores para acompanhamento de seus projetos, com
o envolvimento da comunidade.
São propostos temas que visam estabelecer modelos e reproduzir ações que
inclinem o ambiente escolar para o desenvolvimento sustentável, transformando todos
os envolvidos em agentes multiplicadores por meio da transmissão e construção do
saber.
Serão temas de multiplicação de trabalho educativo, os seguintes modelos:

 Sistemas integrados
- Composteira;
- Minhocário;
 Coleta Seletiva e desenvolvimento de utensílios e mobiliários a partir do
reaproveitamento de materiais.
 Implantação de ECOS – Espaços Comunitários Socioambientais, para
divulgação de informações ambientais contendo livros, informativos, cartilhas,
folhetos, jogos e demais materiais com tal caráter.

Estes modelos têm a finalidade de oferecer um ambiente para Educação


Ambiental dentro da escola, coerente com os anseios dos alunos, membros da
comunidade e demais atores sociais.

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Com estas ferramentas instaladas, projetos e atividades de Educação Ambiental
podem ser desenvolvidos por períodos indeterminados. Associados as disciplinas
lecionadas, estes modelos envolvem conhecimentos das diversas áreas da ciência, desta
forma, uma aula de matemática ao ar livre pode envolver mais o aluno com a disciplina,
por exemplo.
Após esta etapa, mais uma pesquisa de percepção ambiental será realizada com
os professores participantes do curso e seus alunos. Assim, a equipe executora da meta
terá um parâmetro de avaliação ao comparar com a pesquisa realizada antes da
aplicação do curso.

2.3. META 3 - CAPACITAR OUTROS SERVIDORES PÚBLICOS PARA O


DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES VOLTADAS A GESTÃO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS NO PRÓPRIO MUNICÍPIO

Esta meta tem como foco principal promover a educação ambiental, capacitando
os servidores públicos do próprio município para o desenvolvimento de ações voltadas a
gestão de resíduos recicláveis no ambiente de trabalho. Além disso, será elaborada uma
proposta de lei que institui o PROGRAMA SOCIOAMBIENTAL DE COLETA
SELETIVA, prevendo procedimentos, ações, investimentos e metas para o setor.

2.3.1. Etapa 1 - Ação: Criação da Comissão Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos


Municipal e identificação das principais demandas para implantação da coleta
seletiva

 Cronograma de execução: Meses 01 a 02


 Indicador físico: Comissão de membros nomeada por meio de Portaria e
diagnóstico completo da gestão de resíduos no próprio município.

Esta ação consiste na criação de uma Comissão Municipal de Gestão de


Resíduos Sólidos com o intuito de implantar a coleta seletiva dentro da própria
prefeitura. Esta Comissão será formada por representantes públicos, envolvendo
representantes da prefeitura, podendo ser selecionadas pessoas do setor de Educação,
Saúde, Cultura, Turismo, e outros de interesse do município. Esta Comissão terá
orientação em gestão de resíduos sólidos para implantação da coleta seletiva em suas
diferentes áreas de atuação atendendo os seguintes critérios:

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 Quantidade de pessoas nos setores;
 Tipos de resíduos gerados;
 Quantidades e tipos de lixeiras pré-existentes;
 Consumo de papel, copos descartáveis, entre outros materiais que se tornam pós-
consumo rapidamente;
 Hábitos ecológicos já praticados pelos funcionários (coleta seletiva, uso de
canecas, reutilização de materiais);
 Se já é atendida por uma das rotas pré-estabelecidas pela coleta seletiva.

Diante dessa identificação serão definidas as metodologias para implantação


setorial de sistema de coleta seletiva, contemplando a instalação de equipamentos e
orientação para atitude consciente.

2.3.2. Etapa 2 - Ação: Treinamento da equipe com relação aos diferentes aspectos
que envolvem a gestão de resíduos sólidos no ambiente de trabalho

 Cronograma de execução: Meses 03 a 04


 Indicador físico: Comissão com funcionários, com plano de ação e metas
definido

O presente treinamento será desenvolvido em duas fases e ocorrerá de acordo


com cronograma totalizando 8 horas de treinamento. A primeira fase abordará:

 Fase 1 - Sensibilização e Contextualização : Busca promover uma reflexão


aprofundada sobre materiais recicláveis e o meio ambiente despertando a
importância da ação consciente com relação a destinação adequada dos resíduos
sólidos, efetivando a responsabilidade social de cada um como cidadão.

 Fase 2 - Elaboração do Plano de Ação e Metas: Etapa voltada para estabelecer


prioridades e estratégias para atendimento da Coleta Seletiva. Nesse contexto, o
intuito é criar uma sistemática para que o próprio município seja inserido no
Programa Municipal de Coleta Seletiva.

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2.3.3. Etapa 3 - Ação: Organização da logística de coleta no próprio município e
aplicação do plano de comunicação.

 Cronograma de execução: Meses 05 a 06


 Indicador físico: Comissão com funcionários para atender ao Programa
Municipal de Coleta Seletiva no que tange a participação do próprio município.

A partir da identificação das prioridades será efetivada a adequação física dos


próprios municipais visando implementar a logística obedecendo ao Programa
Municipal de Coleta Seletiva.

2.3.4. Etapa 4 - Ação: Elaboração de um protocolo de boas práticas para a redução,


reutilização e reciclagem, aplicação de indicadores de funcionamento municipal e
divulgação dos resultados

 Cronograma de execução: Meses 7 a 12


 Indicador físico: Protocolo aprovado pela Comissão e divulgação de resultados

Pretende-se implantar um protocolo interno de aferições periódicas do


funcionamento e adesão da coleta seletiva do município.
Os indicadores de funcionamento terão como instrumentador o funcionário
capacitado integrante da Comissão Municipal de Gestão dos Resíduos Sólidos. O que
não impede de um terceiro, não membro da Comissão, também vir a executar tal tarefa.
Os indicadores fundamentam-se basicamente em:

 Utilização adequada dos equipamentos para a disposição final de cada tipo de


resíduo e;
 Práticas sustentáveis adotadas pelos servidores relativas ao consumo e ao
descarte de materiais;

Estes indicadores poderão se adequar no decorrer do tempo, conforme se


pretende inserir aferições sobre a redução do consumo de energia, água, papel, plástico,
materiais de expediente entre outros.
A divulgação dos resultados se estabelecerá com a composição de gráficos quali-
quantitativos que serão afixados nos quadros de comunicação local, os quais apontarão

24
as mudanças e melhorias com relação a gestão dos resíduos sólidos, a adesão ao
Programa Municipal de Coleta Seletiva e acompanhamento da melhoria contínua.
A implantação do protocolo de boas práticas visa a implementação dos conceitos
de redução, reutilização e reciclagem no próprio municipio. Tal processo visa subsidiar
a implantação de uma Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P).
A Comissão Municipal de Gestão de Resíduos tem papel fundamental na
implementação das ações do protocolo, pois, através de seus membros, que são
representantes dos diversos setores e áreas da instituição, o planejamento, a execução e
o monitoramento dos resultados acontecem de forma participativa.
O protocolo irá definir a partir do diagnóstico e metodologia participativa as
atividades para implantação da gestão de resíduos sólidos, definido:

 Ações prioritárias e/ou objetivos, as metas e os recursos físicos e/ou financeiros


necessários;
 Definirá indicadores para acompanhamento e aprimoramento de cada uma das
atividades;
 Buscara envolver o maior número de colaboradores e áreas de trabalho, pré-
definidas pela identificação dos próprios municipais;

Este documento deve servir como referência com possibilidade de criação de ato
normativo (Decreto Municipal), fomentando a definição de indicadores de
sustentabilidade do sistema de gestão dos resíduos sólidos nos próprios municipais e
possibilitando o desenvolvimento de métodos de obtenção das informações necessárias
para a construção de novos indicadores.
Além disso, será gerado como produto o PROGRAMA SOCIOAMBIENTAL
MUNICIPAL DE COLETA SELETIVA, que permitirá a formalização de convênio
entre a Prefeitura Municipal e a Associação de Coleta Seletiva, visando o
estabelecimento de responsabilidades para o atendimento das metas traçadas no
Programa, sobretudo no que diz respeito a implantação da coleta seletiva e sua logistica.
Tal programa, associado ao projeto da A3P, é fundamental para o fortalecimento
da Associação e a ampliação e melhoria contínua da Coleta Seletiva no município.

2.4. META 4 - PROMOVER AÇÕES DE EDUCOMUNICAÇÃO AOS DEMAIS


MULTIPLICADORES E FORNECEDORES DE MATERIAIS

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RECICLÁVEIS, VISANDO O FORTALECIMENTO DO PROGRAMA
MUNICIPAL DE COLETA SELETIVA

A presente meta, associada a ação de capacitação de associados, professores e


outros servidores municipais, parte do princípio de que a Associação de Coleta Seletiva
e a Prefeitura sejam protagonistas do desenvolvimento das atividades relativas a cada
entidade dentro do sistema de coleta seletiva, organizando seus procedimentos e metas
de modo que possa garantir a efetividade e ampliação do Programa Municipal de Coleta
Seletiva.

2.4.1. Etapa 1 - Ação: Elaboração e implantação do plano de comunicação voltado ao


melhoramento da informação para ampliar a adesão e orientar o munícipe (pessoa
física e jurídica) e o turista com relação ao consumo responsável, a reutilização e as
melhores formas de agregar qualidade ao material reciclável coletado pela
Associação

 Cronograma de Execução - Meses 01 e 06


 Indicador físico: Plano de Comunicação do Programa Socioambiental Municipal
de Coleta Seletiva

Tal etapa consiste na planificação das estratégias de comunicação que se


pretende desenvolver ao longo de todo o projeto, de modo a contribuir para o
desenvolvimento do Programa Municipal de Coleta Seletiva. Serão definidos a partir
dos públicos-alvo os respectivos formatos de divulgação a serem desenvolvidos para
cada um deles.
Pretende-se constituir os seguintes elementos de comunicação:

 Identidade visual da Associação e do Programa Municipal de Coleta Seletiva :


Definir logotipos, elementos visuais e formatos de apresentação da Coleta
Seletiva no município, garantindo a devida publicidade do trabalho e
reconhecimento por parte da população;
 Folder, Cartaz, Panfletos, Mini-bag de ráfia: Materiais contendo informações e
orientações sobre a gestão de resíduos e coleta seletiva, voltada a maior
participação no Programa Municipal de Coleta Seletiva;

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 Outdoors: Voltados principalmente aos turistas como forma de apresentação de
alternativas para entrega voluntária de materiais recicláveis no município, em
locais estratégicos localizados
 Banners: Colocação no caminhão de coleta e nos Pontos de Entrega Voluntária
– PEVs;
 Sinal sonoro para caminhões: Identidade sonora para execução das atividades de
coleta seletiva e maior adesão da população;
 Uniformes para os associados: Definição dos uniformes para que sejam
reconhecidos facilmente e transmitam a imagem da Associação e do Programa
Municipal de Coleta Seletiva;
 Estruturação e auxílio na implantação de Pontos de Entrega Voluntária, com a
devida consolidação de parcerias: Definição dos pontos que receberão tais
PEV’s, incluindo as rotas rurais. Os PEV’s deverão ter identificação visual
própria e informações referentes a Coleta Seletiva;
 Formação de stand e PEV móvel itinerante : Elaborar modelo de stand e PEV’s
itinerante para participação e apresentação da Associação nos eventos ocorrentes
no município, com estrutura para coletar e/ou receber materiais recicláveis
gerados;
 Placas com adesivo: Material a ser entrega aos fornecedores de materiais
recicláveis como forma de identificar as residências e estabelecimentos
participantes da Coleta Seletiva;
 Inserção em redes sociais: Elaboração de sítio eletrônico com o intuito de
informar à qualquer um as informações práticas para a participação no Programa
Municipal de Coleta Seletiva, contendo rotas de coleta, espaço para contato e
cadastro de fornecedores, localização de PEV’s, informações sobre separação
etc;
 Produção de cartilha: Material básico sobre consumo responsável e práticas
para o gerenciamento de resíduos sólidos nos diversos empreendimentos, setores
produtivos e escolas. Cartilha em linguagem acessível com as informações
oficiais do Plano de Comunicação e do Programa Municipal de Coleta Seletiva.
A cartilha busca facilitar o entendimento da interação entre os fatores que
compreendem as esferas sociais, ambientais e econômicas da gestão de resíduos
sólidos.

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 Desenvolvimento de mutirões: Execução de mutirões para contato porta-a-porta
com as residências e estabelecimentos localizados nas rotas e itinerários de
Coleta Seletiva, a fim de esclarecer dúvidas, executar cadastro e entregar o
material informativo para início da coleta em cada localidade. Será realizado um
mutirão por mês, totalizando 12 mutirões, que envolverão os catadores
associados, agentes da Prefeitura e demais envolvidos no projeto, sobretudo as
escolas.

2.4.2. Etapa 2 - Ação: Desenvolvimento de palestras, vídeos e atividades lúdicas


relacionadas a educação ambiental para resíduos sólidos voltadas aos diversos
empreendimentos e setores produtivos

 Cronograma de Execução – Meses 06 e 10


 Indicador físico: Todos os envolvidos no processo.

Esta meta compreende a divulgação de todo o Plano de Comunicação e do


Programa Municipal de Coleta Seletiva tendo como público alvo associações de
moradores de bairro, empresários de ramos diversos, comércios, hotéis, entre outros.
O intuito é orientar e agregar novos parceiros ao Programa e compartilhar
responsabilidades, visando uma melhor gestão dos resíduos sólidos urbanos, para que
compreendam as ações do projeto e do Programa Municipal. A Associação Comercial e
Empresarial será parceiro para agregar o maior número de comerciários e empresários
do município.
Pretende-se realizar um evento a cada 15 dias no período da noite, totalizando 8
reuniões que consistirão em palestras, vídeos e atividades lúdicas, de forma a mobilizar
o público alvo. Pretende-se inclusive executar os cadastros dos interessados em
participar da Coleta Seletiva no município.

2.4.3. Etapa 3 - Ação: Organizar um Fórum voltado aos municípios do entorno,


visando a apresentação dos resultados obtidos com o projeto

 Cronograma de Execução: Meses: 07 a 12


 Indicador físico: Todos os integrantes do processo.

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Como forma de agregar todas as ações e os produtos do projeto, esta meta
compreende a organização de um evento que pretende promover a apresentação dos
resultados principais em âmbito local e regional, com a participação regional. O evento
será realizado em um dia e consistirá nas apresentações e formação de grupos de
trabalhos paritários (poder público e sociedade civil), visando a proposta de ações
integradas.
Além disso, o evento estará aberto para a divulgação de todas as iniciativas que
envolvam a gestão integrada de resíduos sólidos na região, tornando-se uma grande
vitrine de projetos e ações de transformação, que possam servir como modelo de gestão
ambiental sustentável.
Será feita ampla divulgação e fornecimento de material informativo. Além disso,
está prevista a escolha de datas e acesso estratégico para a participação, assim como a
mobilização das prefeituras municipais e da sociedade civil.

_________________________________________
Carlos Antonio Ribeiro
Responsável Técnico

_________________________________________
Valmir da Silva
Responsável Legal - Prefeito

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