Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
,.. ,..
NAÇAO
Janaína Amado
NOIQ: Esce a.nigo deve muilo ao Ol($() de p6s-a,radlUçiO "Regiio. Senão, Nação", mioisar.u1o Da UoB poc
mim e pelos prors. MircyaSuarczc Luiz Tatlcy dc Aragão, do Dcpanamau o de Amropologia. Os dc:balCS então
reaJ izoI.dos, COlrc nós c COIU O c:xc:elcmcg.nlpo de aJuoos, inspir.u'am várias idéias aqui Cxp03Ias, UlesUlO aqucl:.d
com as quais somcolc cu concordo.
bição ( ...) ou receoso de que com dos lusitanos desde antes de sua chegada
aquela L'una se ajuntasse algum poder ao Brasil - espaços vaslOS, desconheci
maior que o destruísse, se ausentou dos, longinquos e pouco habitados -,
com os seus pelo m,llo dentro para acrescentando-Ulc outros, semelhantes
estes sertões, tendo minerado no dito aos primeiros e derivados deslcs, porém
riacho ( ...) e neste tirou todo o ouro esp..óficos, adequados a uma situação
que levou, em que taJou sempre com histórica particular e única: a da conquis
vivacidade (...)" (Vi'Ulna, 1935:81) ta e consolidação da colônia brasileira.
Assim, no Brasil colonial, "sertão" tan·
Já em 1813, o go",mador de Goiás, to designou quaisquer espaços amplos,
Delg'ulo Freire, em ClCta a parente em longínquos, desconhecidos, desabit�dos
Lisboa, saudava com entus;'lSmo sua"pró ou pouco habitados -" ...seja porque des
xima saída desses irúemais sertões". ses imensos certões quase nada ainda
No início do século XIX, 'sertão" esta· apuraram • * " (Sousa, 1974:138) -, como
va de tal modo integrado à língua usada adquiriu uma sig nificação nova, específi
no Brasil, que os viajantes estrangeiros ca, estritamente vincuh,da ao ponto de
os espaços interiores da Colônia, mas empregado para nomear ãrcas liio distin c
também aqueles espaços desconhecidos, tas quanlO, por exemplo, o interior da
inaccessíveis, isolados, perigosos, donú c a p i l a n ia de São Vicenle (Pr a d o ,
nados pela natureza bruta, e habitados 1961:234), a atual Nova Iguaçu, no Rio
por bárbaros, hereges, infiéis, onde não deJaneiro (Sanlos, 1965:118), a Amazô
haviam chegado as benesses da religião, nia Oobim, 1957:179), a cidade do Recife
i mv
da civiliZlçãO e da cultura. Ambas + foram (Freyre, 1977a:147), a capitania de Minas
categori.'\S complementares porque, c0- Gerais (GolIl.rl,1961:49), as ãreas conú
t
dor -, disso decorreu outra conseqüên os vãeios miserã veis e leprosos, para, en
'
s
nos.
compunha, usert.;'o" perdia seus signifi cORTIiSÂo, Jaime. 1958. Os descobrimentos
cados, até guardar apenas o original, an por/uglleses. üsboa, Arcldia. v. 1.
terior à constituição d� colônias: o de CRISTÓVÃO, Fernando. 1993-94. "A uansf>
"interior". guraçio da realjdade sertaneja e sua passa
Enquanto isso, no Brasil, duranle o gem a mito". Revista US!', dezJjan.Jfev.,
século XIX, ocorri.� processo inverso: os (20),43-53. .
brasileiros não apenas absorveram todos COUDNHO, Afrânio. 1955. Literatura no
OS significados construídos pelos portu Drasil. Rio de janeiro, SuJamcricana. v. 2.
gueses a respeito de "scn.;o", antes e CUNHA, Euclides da. 1954. Os sertões. 23' ed.
dura0 lC a colooiz;tçâo, como, a partir da Rio dej':lOciro, üvr.uia Francisco Alves.
Independência, em especi.11 a partir do DAtlITAS, Francisco C. 1993. Os desvalidos.
w
ES1ERCI, Neide. 1972. O ",110 da demoaa RICARDO, Cassiano. 1940. M,,,cba para o
ela nopais das bandeiras. Rio deJaneiro, Oeste. Rio deJanciro, José OJympio.
Museu Nacional (mimc"O). ROSA, João GuimaclC'S.1965 Grande sertão;
FREYRE, Gilbeno. 1977. Sobrados e 77IOCa11> veredas. 4' ed. Rio deJanciro, José Olym-
bos. 5' ed. Rio de Janeiro,lllras<1ia, José piO.
fc
--o 1984. Casa [g"atuk e senzala. 24' ed. SAJNf-JillAIRE, Augustt: de. 1937. Viagem às
Rio deJaneiro, José Olympio. na'amiesdo rio SáoPtancisco e pelapro
vfnc/a de Goiás. São Paulo, Cia. EditOn.
GALVÃO, Walnice Nogueira. 1981. Galos de
Nacional. l 2.
oulro saco. São Paulo, Brasiliense.
SANTOS, Noronha. 1965.Asfregue s/asdoJao
GODI NHO, Vitorino. 1990. MIJo e mercado
amigo. Rio deJaneiro, O Cnozeiro.
. ria, utopia e prálica de navegar. Lisboa,
Difel. SILVA, Antonio de Morocs. 1922. Dicclanario
da lingu" portugueza (fac-súnileda2' edi
--.. 1983. Os descobrimenJos e a economia
ção, 1813). Rio deJaneiro, Officinasda S.A.
mundial. Lisboa, Presença. v. 1.
* lith<>Tipographia Fluminense.
GOUlART, José Atípio. 1961. Tropas e tropei -
mica.
bandeiranJe.
A
São Paulo, Manins. VIANA, Oliveira. 1991. Ensaios in2dilos. São
Paulo, Unicarnp.
MAZZOIENI, Gilberto. 1992. O planeta cul
tural. São Paulo, Edusp. VIANNA, Urbino. 1935. Bandeiras e sertanis
tas babiarws. São Paulo, Cia. EditOra Na
NUNES, Duarte. 1784. Orto[g"afia da língua
cional.
portuguesa. l.isboa, s.ed.
POHI., Jobann Emanuel. 1976. Viagem ao
(Recebidopora publicação em
inJerior do Brasil. São Paulo, Edusp; Delo
junho de 1995)
Horizonte, Itachia.
PRADO
* , j. F. de Almeida. 1961. Sáo Vicel.te e
as cnpilanias do Sul do Brasil. São Paulo, Jaoaíoa Amado é professor a no Dep:uu-.
Cia. EditOro Nacional. menta de História da Universidade de Brasília.