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ACIONAMENTOS ELÉTRICOS:

MOTORES SÍNCRONOS

Notas de Aula – Técnico em Automação Industrial


Prof. Thiago Morais Parreiras
Referências:
[1] CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
700p.
[2] FLARYS, F. Eletrotécnica Geral: teoria e exercícios resolvidos. 2. ed. Barueri: Editora
Manole, 2013.
Outubro – 2017 INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS 1
MOTOR SÍNCRONO: CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS

• O estator de um motor
síncrono é construído de
forma idêntica ao de um
motor de indução.
• As principais diferenças
construtivas e de
funcionamento vem da
construção do circuito de
rotor.

Outubro – 2017 INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS 2


MOTOR SÍNCRONO: O ESTATOR

• O estator é ranhurado internamente; nas ranhuras são


colocadas as bobinas trifásicas (enrolamento de armadura),
nas quais se aplica a tensão trifásica equilibrada.

Outubro – 2017 INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS 3


PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: CAMPO MAGNÉTICO GIRANTE

1 2 3
1’

2 3

3’ 2’

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PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: CAMPO MAGNÉTICO GIRANTE

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PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: CAMPO MAGNÉTICO GIRANTE

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PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: CAMPO MAGNÉTICO GIRANTE

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PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: CAMPO MAGNÉTICO GIRANTE

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PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: CAMPO MAGNÉTICO GIRANTE

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PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: CAMPO MAGNÉTICO GIRANTE

• Invertendo-se duas fases na alimentação do estator, inverte-


se também o sentido de giro do campo magnético.

Sequência abc (ou positiva) Sequência cba (ou negativa)

• TESTE: passe os últimos 6 slides no sentido inverso.


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MOTOR SÍNCRONO: O ROTOR

• O rotor do motor síncrono é essencialmente um grande


eletroímã.
• Uma corrente CC é fornecida a esse enrolamento de campo
por um circuito externo de forma a produzir o campo
magnético de rotor.
• Como o rotor está girando, um arranjo especial será
necessário para levar a potência CC até os enrolamentos de
campo.
• Essa conexão se dá por meio de anéis coletores e escovas.

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MOTOR SÍNCRONO: O ROTOR

• Os anéis coletores são anéis de metal que envolvem


completamente o eixo da máquina, mas são isolados deste.
• Cada extremidade do enrolamento de campo é conectada a
um dos dois anéis coletores no eixo da máquina.

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MOTOR SÍNCRONO: O ROTOR

• Uma escova estacionária


está em contato com cada
anel coletor.
• Uma escova é um bloco de
carbono semelhante a
grafite que conduz
eletricidade facilmente, mas
tem um atrito muito baixo.
Desse modo, a escova não
desgasta o anel coletor.

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MOTOR SÍNCRONO: O ROTOR

• Os polos magnéticos do rotor podem ser construídos de duas


formas: salientes ou não salientes (rotor cilíndrico).
• O termo saliente significa “protuberante” ou “que se projeta
para fora”. O polo saliente é um polo magnético que se
sobressai radialmente ao motor.
• Por outro lado, um polo não saliente é um polo magnético
com os enrolamentos encaixados e nivelados com a
superfície do rotor.

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MOTOR SÍNCRONO: O ROTOR

• Rotores cilíndricos (polos não salientes) são utilizados em


motores de dois ou quatro polos (alta velocidade).

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MOTOR SÍNCRONO: O ROTOR

• Rotores com polos salientes são utilizados em motores de


quatro ou mais polos (baixa velocidade).

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PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: CAMPO MAGNÉTICO GIRANTE

• A corrente de campo 𝐼𝐹 do
motor produz um campo
magnético 𝐵𝑅 em regime
permanente;
• As correntes trifásicas no
enrolamento de armadura
produzem um campo magnético
girante 𝐵𝑆 .
• Há dois campos magnéticos
presentes na máquina.
Outubro – 2017 INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS 17
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: CAMPO MAGNÉTICO GIRANTE

• O campo do rotor tenderá a se


alinhar com o campo do estator.
• O princípio básico de operação
do motor síncrono é que o rotor
“persegue” em círculo o campo
magnético girante do estator,
sem nunca se alinhar com ele.
• A velocidade do rotor é igual a
velocidade síncrona. Não há
escorregamento!
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PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: VELOCIDADE SÍNCRONA

• A velocidade síncrona é definida pela velocidade de rotação


do campo magnético girante:
120 ∙ 𝑓 𝑛𝑠 = 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑠í𝑛𝑐𝑟𝑜𝑛𝑎 𝑟𝑝𝑚
𝑛𝑠 =
𝑝𝑜𝑙𝑜𝑠 𝑓 = 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑑𝑒 𝐻𝑧

Setembro – 2017 INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS 19


PARTIDA DE MOTORES SÍNCRONOS

• Imagine um motor síncrono de 60 Hz


inicialmente parado;
• Subitamente, é aplicado o campo
magnético girante no estator;
• No instante t = 0 s, foi assumido que 𝐵𝑅
e 𝐵𝑆 estão perfeitamente alinhados.
• Logo, não há força de atração (não há
torque).

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PARTIDA DE MOTORES SÍNCRONOS

• Decorrido ¼ do período da tensão


senoidal, que corresponde a 4,16 ms,
o campo 𝐵𝑆 já se moveu 90º no
espaço no sentido anti-horário;
• Devido a inércia mecânica, o rotor
mal se moveu;
• Existe, agora, uma força de atração
(torque) no sentido anti-horário;

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PARTIDA DE MOTORES SÍNCRONOS

• Decorrido ½ período da tensão


senoidal, que corresponde a 8,33 ms,
o campo 𝐵𝑆 está agora a 180º no
espaço em relação a 𝐵𝑅 ;
• O rotor não conseguiu acompanhar o
campo devido ao curto intervalo de
tempo;
• Novamente, não há torque.

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PARTIDA DE MOTORES SÍNCRONOS

• Decorrido ¾ do período da tensão


senoidal, que corresponde a 12,5 ms,
o campo 𝐵𝑆 está agora em outra
posição a 90º no espaço em relação a
𝐵𝑅 ;
• Agora há uma força de atração
(torque) no sentido horário;

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PARTIDA DE MOTORES SÍNCRONOS

• Por fim, decorrido um período


completo da tensão senoidal
(16,67 ms), o campo 𝐵𝑆 está
novamente em fase com o campo
𝐵𝑅 ;
• Novamente, não há torque.;

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PARTIDA DE MOTORES SÍNCRONOS

• Durante um ciclo elétrico, o


conjugado era primeiro anti-
horário e em seguida, horário;
• Desse modo, o conjugado
médio durante o ciclo
completo é zero;
• O motor síncrono não possui
conjugado de partida próprio;
• O que acontece é que ele
vibra intensamente e
finalmente sobreaquece.
Outubro – 2017 INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS 25
PARTIDA DE MOTORES SÍNCRONOS

•Como se pode dar a partida de motores


síncronos?
•Três abordagens básicas podem ser utilizadas:
• Reduzir a velocidade de campo magnético do estator
• Usar uma máquina motriz externa
• Usar enrolamentos amortecedores

Outubro – 2017 INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS 26


PARTIDA DE MOTORES SÍNCRONOS

• Reduzir a velocidade de campo magnético do estator a um


valor suficientemente baixo para que o rotor possa acelerar e
entrar em sincronismo durante um semiciclo de rotação
magnética;
• Necessita de equipamentos eletrônicos de potência
(conversores estáticos) para permitir a variação da frequência
de alimentação ao estator;
120 ∙ 𝑓
𝑛𝑠 =
𝑝𝑜𝑙𝑜𝑠

Outubro – 2017 INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS 27


PARTIDA DE MOTORES SÍNCRONOS

• Usar uma máquina motriz externa para acelerar o motor


síncrono até a velocidade síncrona e, em seguida, passar pelo
procedimento de entrar em paralelo, conectando a máquina à
linha como um gerador. A seguir, ao desativar ou desconectar
a máquina motriz, a máquina síncrona torna-se um motor.

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PARTIDA DE MOTORES SÍNCRONOS

• Indubitavelmente, o modo mais


popular de dar partida a um
motor síncrono é empregando
enrolamentos amortecedores;
• Esses enrolamentos são barras
instaladas sobre o polo do rotor
e curto-circuitadas através de
um anel de curto-circuito;
• Se assemelha muito a gaiola de
um motor de indução.
Outubro – 2017 INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS 29
PARTIDA DE MOTORES SÍNCRONOS

• Esse enrolamento permite que seja


dada a partida ao motor síncrono
da mesma forma que em um
motor de indução;
• Ao atingir uma velocidade próxima
ao sincronismo, o circuito de
campo é energizado e o motor é
capaz de sincronizar com o campo
girante;
• No sincronismo, não há movimento
relativo entre o campo e esse
enrolamento amortecedor e,
portanto, deixa de existir indução
no mesmo.
Outubro – 2017 INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS 30
MOTOR SÍNCRONO: RESUMO EM VÍDEO
COMO FUNCIONA O MOTOR SÍNCRONO?

https://www.youtube.com/watch?v=Vk2jDXxZIhs

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MOTORES SÍNCRONOS: CONTROLE DE FATOR DE POTÊNCIA

• Uma característica
interessante e adicional do
motor síncrono é que,
devido ao fato de se poder

Armadura
controlar a produção de
campo no rotor
(excitação), pode-se
controlar o fator de
potência do motor.
Campo
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MOTORES SÍNCRONOS: CONTROLE DE FATOR DE POTÊNCIA

• O motor pode operar com corrente em


atraso em relação a tensão (fator de
potência indutivo), em avanço em
relação a tensão (fator de potência
capacitivo) ou sem nenhuma defasagem
(fator de potência unitário).

Campo Armadura

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MOTORES SÍNCRONOS COMPARADOS AOS MOTORES DE INDUÇÃO

• VANTAGENS:
• Velocidade de eixo constante e independente da carga (desde que
respeitadas as condições nominais de alimentação, excitação e
carregamento);
• Possibilidade de controle do fator de potência, permitindo o
ajuste da potência reativa conforme a necessidade do restante do
sistema;
• DESVANTAGENS:
• Maior periodicidade e custo de manutenção, em especial devido a
presença das escovas de grafite;
• Maior custo inicial;
• Menos robusto e mais volumoso.
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MOTORES SÍNCRONOS: CORRENTE NOMINAL

• Corrente Nominal: é a corrente que ocorre para a condição


de carga nominal e alimentação nominal do motor (tensão e
frequência). Pode ser calculada por:
𝑃𝑛
𝐼𝑛 =
3 ∙ 𝑉𝑛 ∙ 𝜂 ∙ cos 𝜙

𝐼𝑛 = 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝐴 𝜂 = 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑉𝑛 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑉 cos 𝜙 = 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎

𝑃𝑛 = 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑊
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MOTORES SÍNCRONOS: DADOS DE PLACA

• Qual o
rendimento?
• Qual o número
de polos?
• Qual a potência
consumida pelo
circuito de
campo
(excitação)?

Outubro – 2017 INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS 36

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