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FACULDADE METROPOLITANA DA GRANDE RECIFE


Curso de Direito

ANA LÚCIA DA SILVA

AS MUDANÇAS DO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Jaboatão dos Guararapes – PE


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2017

ANA LÚCIA DA SILVA

AS MUDANÇAS DO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Artigo científico apresentado ao Curso de Direito


da Faculdade Metropolitana da Grande Recife,
como requisito parcial para obtenção do título de
bacharel em Direito.

Orientador: Cora Cristina

Jaboatão dos Guararapes – PE


3

2017

FACULDADE METROPOLITANA DA GRANDE RECIFE


Curso de Direito

ANA LÚCIA DA SILVA

AS MUDANÇAS DO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Aprovado em: ________/________/________

BANCA EXAMINADORA
Orientador:

__________________________________________________________
Prof. FULANO DE TAL
Faculdade Metropolitana

Examinadores:

__________________________________________________________
Prof. FULANO DE TAL
Faculdade Metropolitana

__________________________________________________________
Prof. FULANO DE TAL
Faculdade Metropolitana
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RESUMO
O presente artigo aborda o tema das garantias existentes para as pessoas com deficiência,
demonstrando de uma forma geral garantias e direitos que os mesmos possuem, através o Estatuto da
pessoa com Deficiência que o tema da inclusão e integração efetiva dos mesmos na sociedade.
Garantias e direitos são dados a essas pessoas com o intuito de diminuir as diferenças existentes,
conferindo a igualdade de oportunidades a essa classe que, por ser menos favorecida, encontra
dificuldades e barreiras maiores para levarem uma vida social normal como a de todas as outras
pessoas, que é o que elas realmente buscam, não se importando com vantagens e sim com a dignidade
que pode ser alcançada. Este tema se encontra muito relevante dentro do ordenamento jurídico pelo
fato de serem analisadas as questões de curatela, interdição e a tomada de decisão apoiada, além dos
direitos estes oriundos de Leis, Convenções e Tratados, que podem e devem diminuir muito as formas
de preconceito e discriminação, que são muito bem colocados como crime, que é a verdadeira
nomenclatura que deve ser dada a quem trata essa classe de pessoas dessa forma. Chegou-se então a
uma conclusão com este trabalho de que as garantias e direitos dados as pessoas com deficiência
visam a garantia de uma igualdade material, uma igualdade de oportunidades que se transforma em
uma forma de inclusão e integração social. Dentro desta proposta foi utilizada como metodologia
abordagem qualitativa, de cunho exploratório, e método dedutivo, sendo explanado o tema
através das obras recentemente publicadas como, livros, artigos e através da internet,
dispondo-se a explorar o tema através dos doutrinadores e da jurisprudência.
Palavras-chave: Pessoas com deficiência. Constituição federal. Inclusão. Garantias.
Igualdade.
Área de Concentração: Direito Civil

ABSTRACT

This article addresses the issue of existing guarantees for people with disabilities,
demonstrating in a general way the guarantees and rights that they have through the Statute of
People with Disabilities that the theme of inclusion and their effective integration into society.
Guarantees and rights are given to these people in order to reduce existing differences by
giving equal opportunity to this class which, because it is less favored, encounters greater
difficulties and barriers to lead a normal social life like that of all other people, which is what
they really seek, not caring about advantages but the dignity that can be achieved. This issue
is very relevant within the legal system because the issues of curatorship, interdiction and
decision making supported, as well as the rights arising from Laws, Conventions and Treaties,
which can and should greatly reduce forms of prejudice and discrimination, which are very
well placed as a crime, which is the true nomenclature that must be given to who treats this
class of people in this way. A conclusion was reached with this work that the guarantees and
rights given to people with disabilities are aimed at guaranteeing a material equality, an equal
opportunity that becomes a form of social inclusion and integration. Within this proposal was
used as a qualitative approach methodology, exploratory, and deductive method, being
explained the theme through the recently published works such as books, articles and through
the Internet, preparing to explore the subject through the doctrine and jurisprudence.

Keywords: People with disabilities. Federal Constitution. Inclusion. Guarantees. Equality.

Area of Concentration: Civil Law


1. INTRODUÇÃO
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O objetivo do Direito é buscar a igualdade dos indivíduos por meio da legislação e


normas jurídicas postas. A partir de janeiro de 2016, começou a vigorar o denominado
Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei Nacional nº 13.146/2015. Esta lei trouxe alterações
significativas, com mudanças na sua estrutura e de funções no que concerne a teoria da
incapacidade, influenciando os institutos do Direito Civil, como por exemplo: a curatela, o
casamento e a interdição.
A lei proporciona um grande progresso no amparo do indivíduo com deficiência e se
torna uma ferramenta importante dentro do sistema normativo inclusivo, que concede como
privilégio o princípio da dignidade da pessoa humana em todas as suas perspectivas.
Justifica-se esta pesquisa pela grande importância deste instituto com os impactos
que ela causou e permanece causando dentro da sociedade. Sendo esta bastante recente,
buscar-se-á observar tais impactos, explanando as inovações mais marcantes, sua
aplicabilidade, e como se deram as mudanças no ordenamento jurídico e suas consequências
neste âmbito.
A Carta Magna de 1988 inseriu a expressão “pessoa portadora de deficiência”.
Ambas deixam claro que existiu uma mudança no tratamento das pessoas com invalidez ou
alguma incapacidade, na tentativa de nomear essa característica singular de um indivíduo
buscando não o estigmatizar. Não há uma terminologia específica para nomeá-la. Por conta
desta situação, nesta pesquisa, tendo como referência a Estatuto da Pessoa com Deficiência –
EPD, o indivíduo será chamado de pessoa com deficiência.
Nesse sentido, esse trabalho tem como objetivo geral compreender o Estatuto,
analisando as suas mudanças no ordenamento jurídico pátrio à luz da Lei. E, tendo, como
objetivos específicos: Conceituar a pessoa com deficiência; delinear o histórico sobre a
construção da inclusão social para pessoas portadoras de deficiências; definir o sistema de
incapacidades no Código Civil de 1916 e no de 2002; diferenciar a autonomia da vontade da
autonomia privada.
O presente artigo utiliza abordagem qualitativa, de cunho exploratório, sendo
explanado o tema através das obras recentemente publicadas como, livros, artigos e através da
internet, dispondo-se a explorar o tema através dos doutrinadores e da jurisprudência; A
opção pela abordagem qualitativa refere-se à facilidade que ela apresenta na descrição do
conhecimento a ser produzido na área do Direito.
Através do subsídio de fontes bibliográficas que debatem a temática, é possível
efetivar a construção do conhecimento proposto na investigação, suscitando conhecimentos
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significativos que podem auxiliar outros pesquisadores no estudo da temática que se apresenta
muito nova diante do Direito.
A pesquisa proposta produziu conhecimentos com a inserção de pontos de vista a
partir de fontes bibliográficas que divulgam um estudo feito, cuja escassez de material impele
o pesquisador a buscar mais informações para a disseminação da temática escolhida. As
informações vieram de fontes diversas, pois, o Estatuto da Pessoa com Deficiência deverá ser
melhor difundido dentro da sociedade e aplicado de forma eficiente.
Para tanto, o presente trabalho dividiu-se em 2 tópicos. O primeiro abordará. O
deficiente e os direitos constitucionais que possui, além do Estatuto do Deficiente e das leis
internacionais que o protegem. O segundo tópico versará sobre a curatela, a interdição e
tomada de decisão apoiada com base na legislação vigente e no processo de escolha do
próprio indivíduo.

2. O DIREITO BRASILEIRO E O DEFICIENTE COMO FIGURA JURÍDICA

Faz-se importante, antes de mais nada, ter uma concepção sobre a pessoa com
deficiência e as várias diferenças dentro ordenamento jurídico. Conforme, Chatt (2010) serão
utilizados sobre a pessoa com deficiência e a prevalência de seus direitos como cidadão. Esta
condição veio a se concretizar com a Declaração dos Direitos dos Deficientes, em 9 de
dezembro de 1975 e promulgada da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.

A partir desta Declaração, que trouxe á tona a necessidade de deixar claro os direitos
legais da pessoa com deficiência que alguns artigos chamam a atenção para a sua acuidade.
Esta declaração no seu ar. 1º, institui que a palavra deficiente indica todo e qualquer
indivíduo que está em estado de incapacidade de providenciar por ela própria, em qualquer
que seja situação ou condição, o que lhe concerne à sua própria vida, tanto particular ou
social, decorrente, talvez, de uma deficiência congênita de condições mentais ou físicas.
(DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DAS PESSOAS DEFICIENTES, 12.09. 1975)
A OMS - Organização Mundial de Saúde - a partir do ano de 1980 decidiu que o
termo deficiência teria o significado de qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou
função psicológica, fisiológica ou anatômica.

2.1 Os diferentes estatutos da pessoa com deficiência


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O dispositivo legal que reputava o indivíduo com deficiência com finalidades de Lei
era o Decreto nº 3.298/99, que em seu art. 3º diferenciava a questão do ser com deficiência, da
deficiência permanente e também da incapacidade, in verbis:

Art. 3º. Art. 3o Para os efeitos deste Decreto, considera-se:

I - Deficiência – toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função


psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de
atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano;
II - Deficiência permanente – aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um
período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de
que se altere, apesar de novos tratamentos; e
III - incapacidade – uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração
social, com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais
para que a pessoa portadora de deficiência possa receber ou transmitir informações
necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser
exercida.

Enquanto o art. 4º do mesmo instituto, previa quais pessoas eram consideradas


deficientes, assim como as suas categorias. Vejamos como era essa definição:
I – Deficiência física – alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do
corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se
sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,
tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou
ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade
congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam
dificuldades para o desempenho de funções;
II – Deficiência auditiva – perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis
(dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz
e 3.000Hz;
III – deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que
0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa
acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os
casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual
ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições
anteriores;
IV – Deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente inferior à
média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou
mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: a) comunicação; b) cuidado
pessoal; c) habilidades sociais; d) utilização dos recursos da comunidade; e) saúde e
segurança; f) habilidades acadêmicas; g) lazer; e h) trabalho;
V – Deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências. Em suma,
conceituávamos a deficiência como uma limitação física, mental, sensorial ou
múltipla, que incapacitava a pessoa de desempenhar as atividades da vida diária e do
trabalho, sem levar em consideração o grau da sua deficiência propriamente dita.

Os artigos do dispositivo legal citado acima será abordado ainda neste artigo, tópico
específico que trata do Código Civil de 1916 e do Código Civil do 2002.

Partindo para a análise do texto legal, foram revogados todos os incisos do art. 3.º do
Código Civil, que tinham a seguinte redação: “São absolutamente incapazes de exercer
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pessoalmente os atos da vida civil: I – os menores de dezesseis anos; II – os que, por


enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática
desses atos; III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade”.
Também foi alterado o caput do comando, passando a estabelecer que “são absolutamente
incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 anos”.
Em suma, não existe mais, no sistema privado brasileiro, pessoa absolutamente
incapaz que seja maior de idade. Como consequência, não há que falar mais em ação de
interdição absoluta no nosso sistema civil, pois os menores não são interditados. Todas as
pessoas com deficiência, das quais tratava o comando anterior, passam a ser, em regra,
plenamente capazes para o Direito Civil, o que visa a sua plena inclusão social, em prol de sua
dignidade.
Merece destaque, para demonstrar tal afirmação, o art. 6.º da Lei 13.146/2015,
segundo o qual a deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: a)
casar-se e constituir união estável; b)exercer direitos sexuais e reprodutivos; c) exercer o
direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre
reprodução e planejamento familiar; d) conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização
compulsória; e) exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e f) exercer
o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade
de oportunidades com as demais pessoas. Em suma, no plano familiar há uma expressa
inclusão plena das pessoas com deficiência.
Eventualmente, e em casos excepcionais, tais pessoas podem ser tidas como
relativamente incapazes em algum enquadramento do novo art. 4.º do Código Civil. Cite-se, a
título de exemplo, a situação de um deficiente viciado em tóxicos, podendo ser considerado
incapaz como qualquer outro sujeito.
Esse último dispositivo também foi modificado de forma considerável pelo Estatuto da
Pessoa com Deficiência. O seu inciso II não faz mais referência às pessoas com discernimento
reduzido, que não são mais consideradas relativamente incapazes, como antes regulamentado.
Apenas foram mantidas no diploma as menções aos ébrios habituais (entendidos como os
alcoólatras) e aos viciados em tóxicos, que continuam dependendo de um processo de
interdição relativa, com sentença judicial, para que sua incapacidade seja reconhecida.

Também foi alterado o inciso III do art. 4.º do CC/2002, sem mencionar mais os
excepcionais sem desenvolvimento completo. O inciso anterior tinha incidência para o
portador de síndrome de Down, não considerado mais um incapaz. A nova redação dessa
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norma passa a enunciar as pessoas que, por causa transitória ou permanente, não puderem
exprimir vontade, o que antes estava previsto no inciso III do art. 3.º como situação típica de
incapacidade absoluta. Agora a hipótese é de incapacidade relativa.
Verificadas as alterações, parece-nos que o sistema de incapacidades deixou de ter um
modelo rígido, passando a ser mais maleável, pensado a partir das circunstâncias do caso
concreto e em prol da inclusão das pessoas com deficiência, tutelando a sua dignidade e a sua
interação social. Isso já havia ocorrido na comparação das redações do Código Civil de 2002
e do seu antecessor. Como é notório, a codificação material de 1916 mencionava os surdos-
mudos que não pudessem se expressar como absolutamente incapazes (art. 5.º, III, do
CC/1916). A norma então em vigor, antes das recentes alterações ora comentadas, tratava das
pessoas que, por causa transitória ou definitiva, não pudessem exprimir sua vontade, agora
consideradas relativamente incapazes, reafirme-se.
Todavia, pode ser feita uma crítica inicial em relação à mudança do sistema. Ela foi
pensada para a inclusão das pessoas com deficiência, o que é um justo motivo, sem dúvidas.
No entanto, acabou por desconsiderar muitas outras situações concretas, como a dos
psicopatas, que não serão mais enquadrados como absolutamente incapazes no sistema civil.
Será necessário um grande esforço doutrinário e jurisprudencial para conseguir situá-los no
inciso III do art. 4.º do Código Civil, tratando-os como relativamente incapazes. Não sendo
isso possível, os psicopatas serão considerados plenamente capazes para o Direito Civil.
Estava, assim, redigido o Estatuto da Pessoa Deficiente que, posterior ao ano de 2016,
apresentou uma nova redação, por meio da implementação da Lei nº 13.146/2015, que foi
intitulado” Estatuto da Pessoa com Deficiência” no primeiro mês de 2016, existiram várias
mudanças expressivas, principalmente na concepção do que se pode dizer que é um indivíduo
portador de deficiência e suas distinções. Esses conceitos são, essencialmente, necessários,
porque carece de delimitação.
Faz-se importante, compreender a relevância da expressividade do indivíduo
deficiente, a partir das condições do art. 2º da nova Lei, observa-se:
Pondera-se que o indivíduo com deficiência é a pessoa que possui um extenso
obstáculo num limite de características físicas, mental, intelectual ou sensorial. Estando este
indivíduo obtendo uma interação com demais indivíduos encontre barreiras que o impeçam de
seguir no seu intento efetivamente dentro da sociedade em igualdade de condições.
§ 1° A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada
por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará:
I - Os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
II - Os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III - A limitação no desempenho de atividades; e
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IV - A restrição de participação.
§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência.

Segundo, Luciano Godoy (2015), o novo Estatuto não abraça nenhum perfil para
ter uma concepção, e, menos ainda a questão sobre o qualificar a deficiência. O Estatuto
permite definir, determina critérios maleáveis, levando-se em conta que o indivíduo com
deficiência é aquele que possui obstáculos seja de caráter físico, mental, intelectual ou
sensorial, que levará muito tempo, que poderá impedir a convivência destes dentro da
sociedade.
Carecendo de avaliação da deficiência, o indivíduo necessitará ser biopsicossocial,
pois esta leva em consideração elementos psicológicos, socioambientais, e, pessoais, então, os
indivíduos com deficiência, hoje em dia possuirão um dispositivo diferenciado, identificado
só para ele, para que possa ter a identificação das balizas da sua incapacidade como pessoal.

3. OS INSTITUTOS DA INTERDIÇÃO E DA CURATELA E IMPACTOS DO


ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Com a efetivação da Lei 13.146/2015, observou-se que várias modificações


aconteceram, acarretando resultados funcionais na vida civil das pessoas com deficiência no
que concerne à sua capacidade. Estas alterações influenciam prontamente os institutos
assistenciais da interdição e da curatela, tomada de decisão apoiada, que trouxe grande
eficácia em sua aplicabilidade pelas normas jurídicas nos tempos atuais.

3.1 A interdição
A Interdição é uma ação intentada no âmbito cível, que tem por finalidade a
declaração da incapacidade de determinada pessoa para comandar seus atos na vida civil e,
consequentemente, com isso, seja nomeado um curador para a mesma. Uma vez decretada a
interdição pelo magistrado, o interditado não mais poderá comandar os atos de sua vida civil,
portanto, faz-se necessário a nomeação de um curador, o que é feito na mesma ação de
interdição.
Como vimos, não existe mais no direito brasileiro pessoa absolutamente incapaz
que seja maior de 16 anos, sendo assim, não há de se falar em ação de interdição absoluta,
pois os menores não são interditados.
Logo, todas as pessoas com deficiência, passam a ser plenamente capazes para o
Direito Civil, ficando sujeitos a interdição apenas os ébrios habituais, os toxicômanos e os
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pródigos, aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua
vontade.
Mas como fica o instituto da interdição, no que diz respeito as pessoas que possuem
algum tipo de deficiência? Conforme leciona Pablo Stolze Gagliano (2015, p. 69) “ainda que,
para atuar no cenário social, precise se valer de institutos assistenciais e protetivos como a
tomada de decisão apoiada ou a curatela, a pessoa com deficiência deve ser tratada, em
perspectiva isonômica, como legalmente capaz”. É importante sim, existem pessoas com
deficiência que necessitam de curatela por sua condição física ou psíquica o impedirem de
resolver alguns problemas. Acredito que a interdição só exista em casos de má-fé de parentes
ou pessoas próximas ao deficiente. Em casos de deficiência moderada, o indivíduo possui
livre escolha e expressar o que deseja e como acontecerão os procedimentos. É fato que
existem instituições e profissionais que auxiliam nesta escolha, mas esta dependerá, do
próprio indivíduo com deficiência.
Daí se assevera Atalá Correia (2015) que:

Deve-se frisar que pessoas com deficiência mental severa continuam sujeitas à
interdição quando relativamente incapazes. A alteração legislativa, que excluiu a
expressão "deficiência mental" do texto do artigo 4º, CC, não veda a interdição
quando o deficiente não possa, por causa transitória ou permanente, manifestar sua
vontade (CORREIA, 2015, p. 132).

Já o artigo 84, §1º, EPD, destaca que, “quando necessário, a pessoa com deficiência
será submetida a curatela”, “proporcional às necessidades às circunstâncias de cada caso”,
durando o menor tempo possível (§3º). A manutenção da legitimidade ativa do Ministério
Público para ajuizar a interdição nos casos de "deficiência mental ou intelectual", nos termos
do artigo 1.769, Código Civil, apenas explicita a manutenção dessa possibilidade de
interdição de deficientes que não consigam expressar sua vontade.
Neste ponto, Flávio Tartuce (2016) intervém e faz uma observação crítica sobre a
nova antevisão sore a Lei de Inclusão:

Aliás, aqui pode ser feita uma crítica em relação ao novo sistema de interdição
inaugurado pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência. Isso porque, não só o sociopata
como também o psicopata, anteriormente enquadrados como absolutamente
incapazes, deveriam continuar a ser interditados. Ora, com a mudança engendrada
pela Lei 13.146/2015, somente são absolutamente incapazes os menores de 16 anos,
não sendo possível enquadrar tais pessoas no rol de relativamente incapazes do art.
4.º do CC/2002. Em suma, serão tais pessoas plenamente capazes, para fins civis, o
que não parece fazer sentido. Infelizmente, o legislador pensou apenas na pessoa
com deficiência, deixando de lado situações concretas (TARTUCE, 2016, p. 656)
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Faz-se mister asseverar que houve um atropelamento jurídico quando da concepção do


novo Código Civil – CPC - de 2002 e o Estatuto do Deficiente, no que concerne a interdição.
Observe-se o que diz Oliveira a este respeito

Embora o novo CPC ainda faça alusão à interdição, trata-se de expressão que deve
ser abandonada, haja vista a existência de um estatuto todo voltado especificamente
para a pessoa com deficiência e que teve o especial cuidado de abolir aquela
expressão (OLIVEIRA, 2016, p, 89).

Entende-se que há diferença entre os dois institutos, mas que não impedem que se possa
chegar a um consenso sobre a interdição. Cada caso deverá ser verificado e depois tomada a
decisão.

3.2 A curatela

A Curatela é o instituto jurídico usado para conceder os poderes legítimos a um


indivíduo, que, por sua vez, tem a denominação de curador. Sua função é de zelar, resguardar,
nortear e administrar os bens de um outro indivíduo que não pode, por alguma razão,
responder pelos seus próprios atos na forma da Lei. Aquele que estabelece a curatela é o juiz
e, quando o faz, ele indica no mesmo momento o indivíduo que se tornará o curador. Só a
partir dos 18 anos é que um indivíduo poderá se tornar um curador de alguém, seja por
qualquer que seja o motivo diante da lei.

3.1.1. A curatela e o Estatuto da Pessoa com Deficiência

Como estabelece nova lei, promove-se que deva ser garantido ao indivíduo com
deficiência o exercício de sua capacidade legal. Este tema está tratado no artigo art. 84 do
referido Estatuto, que trata da curatela:

A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua


capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas.
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela,
conforme a lei.
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de
decisão apoiada.
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida
protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de
cada caso, e durará o menor tempo possível.
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua
administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano.
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Observado os trâmites legais a curatela se tornou bastante importante dentro da


nova lei permitindo um avanço significativo para os deficientes que necessitam deste tipo de
situação quando de cuidados ou a administração dos seus bens.

Como visto, não existe mais absolutamente incapazes maiores, por força das
alterações que foram feitas no art. 3.º do Código Civil pelo Estatuto da
Pessoa com Deficiência. Sendo assim, a curatela somente incide para
maiores relativamente incapazes [...] (TARTUCE, 2016 p. 653)

Ressalta-se que a curatela mantém em seu objetivo um caráter de medida especial,


na verdade, é conhecida como uma medida extraordinária, o que robustece a sua
singularidade, podendo ser admitida só quando necessário e no carecer do indivíduo.

E, se é uma medida extraordinária, é porque existe uma outra via assistencial


de que pode se valer a pessoa com deficiência - livre do estigma da
incapacidade - para que possa atuar na vida social: a tomada de decisão
apoiada (STOLZE, 2015, p. 178).

O novo Código Civil no seu art. 1.767 estabelece uma série de situações permitidas
para que a pessoa possa ter a curatela de um indivíduo. É evidente, também, que por força do
Estatuto da Pessoa com Deficiência esta situação já se encontra alterada.
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:

I - Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir


sua vontade;
II - (Revogado);
III - Os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
IV - (Revogado);
V - Os pródigos.

Como antes foi exposto no decorrer do tema em questão, não há mais a


menção às pessoas com discernimento mental reduzido e aos excepcionais,
tidos agora, para todos eles, fica estabelecido como plenamente capazes pelo
sistema.” (TARTUCE, 2016 p. 653)

Segundo a Lei 13.146/2015, a curatela fica adstrita a atos ligados aos direitos legais
de caráter negocial e patrimonial. Segundo o art. 85 tem-se:

A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza


patrimonial e negocial.
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à
sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao
trabalho e ao voto.
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença
as razões e motivações de sua definição, preservados os interesses do
curatelado.
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§ 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear


curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza
familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.

É importante frisar um dos elementos do Estatuto que se deve fazer alusão que é a
probabilidade da chamada auto-curatela, estabelecida pelo novo Estatuto da Pessoa com
Deficiência Este instituto, através do art. 114, modificou a redação do art. 1.768 do Código
Civil, que indicava poder consentir que a curatela poderia ser agenciada pelo próprio
indivíduo. Acontece que o art. 1.768 do CC foi revogado pelo novo CPC. O que se sucedeu,
foi que o legislador não observou a promoção de modificações análogas quando da elaboração
do novo CPC, onde não há nada relatado sobre questões de auto-curatela e auto-interdição, já
em vigor quando da entrada em vigor Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Consequentemente, por conta destes atropelos, a auto- curatela vigorou por um breve
período que se estabeleceu somente entre janeiro a março de 2016.
Finalmente, estas modificações que se estabeleceram permitiram ao indivíduo com
deficiência que possui determinada dificuldade prática no cotidiano de sua vida e na condução
de sua vida civil, ter a opção de constituir curatela, a partir do grau da dificuldade na qual se
encontra, observando se a sua incapacidade não o permite responder diretamente civilmente,
ou opta pelo procedimento da curatela, tomando a decisão de ser auxiliado por outra pessoa.

3.3 A tomada de decisão apoiada

Com a implementação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, foi criado um


mecanismo chamado de Tomada de Decisão Apoiada. Esse instituto tem como finalidade de
conceder através de meios legais auxílio á pessoa com deficiência para praticar atos da vida
civil. A tomada de decisão tem o intuito de dar suporte jurídico e não se confunde com a
curatela.
Nelson Rosenvald (2015) assevera,
A tomada de decisão apoiada não surge em substituição à curatela, mas
lateralmente a ela, em caráter concorrente, jamais cumulativo. Em razão
dessa forçosa convivência, paulatinamente a doutrina terá que desenvolver
critérios objetivos para apartar a sutil delimitação entre o âmbito de
aplicação de cada uma dessas medidas. Desde já podemos cogitar das zonas
cinzentas em que concorrem todos os pressupostos legais para a
incapacitação judicial, porém, antes que se inicie o processo de interdição, o
vulnerável delibera por requerer a Tomada da Decisão Apoiada.
(ROSENVALD, 2015, p. 89)
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Com isso, foi acrescentado ao Código Civil o art. 1.783- A, vejamos como ficou sua
redação:
A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com
deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais
mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na
tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e
informações necessários para que possa exercer sua capacidade.
§ 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com
deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os
limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive
o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos
interesses da pessoa que devem apoiar.
§ 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser
apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio
previsto no caput deste artigo.
§ 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o
juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público,
ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio.
§ 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre
terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio
acordado.
§ 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode
solicitar que os apoiadores contrassinem o contrato ou acordo, especificando,
por escrito, sua função em relação ao apoiado.
§ 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo
relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos
apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a
questão.
§ 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não
adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer
pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz.
§ 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida
a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de
apoio.
§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo
firmado em processo de tomada de decisão apoiada.
§ 10º O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do
processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento
condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria.
§11º Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições
referentes à prestação de contas na curatela.

Conforme Pablo Stolze Gagliano (2015), ele assevera que indivíduos com deficiência
e que possuam um nível de percepção que consinta a indicação de quem os auxilia, que
estavam à mercê de uma possível interdição e curatela geral, podem se utilizar deste Estatuto,
por ser menos agressivo em seu ambiente existencial.
Enquanto Tartuce (2016. p. 670) acredita que o novo Estatuto tem como função somar
ao regime anterior que tem relação com as incapacidades, anteriormente amparado pela
representação, pela assistência e pela curatela.
16

Conforme o §1º do novo art. 1.783-A da codificação material, para formular


pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os
apoiadores devem apresentar termo que constem os limites do apoio a ser
oferecido e os compromissos dos apoiadores. Desse termo devem constar,
ainda, o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e
aos interesses da pessoa que devem apoiar. (TARTUCE, 2016 p.671)

Quando esse pedido é feito pela pessoa que deseja ser amparada, ela própria
estabelecerá duas pessoas para este fim. Consequentemente, terá que haver um procedimento
judicial, verificado pelo § 3º da aludida lei. A sequência deste ato se dará com o juiz sendo
assistido por equipe multidisciplinar, posteriormente a oitiva do Ministério Público, escutará o
indivíduo a ser apoiado e os demais que ela mesma recomendou para se tornarem seus
apoiadores, e só depois de todo esse processo, o juiz se pronunciará sobre o pedido feito.
De acordo com o § 4º, a deliberação feita por um indivíduo apoiado, terá legalidade,
validade, além de, sobremaneira, consequências sobre terceiros, isto é, não se se conjectura a
ilegalidade quer seja absoluta, quer seja relativa sobre a ineficiência do ato perpetrado Para
não haver atos contrários a respeito da validade jurídica do ato perpetrado, o § 5º permite que
os apoiadores assinem um contrato, um combinado, um acordo, porém precisam explicitar de
forma escrita, a descrição sobre a especificidade de sua função com relação ao apoiado.
Contudo, se os envolvidos neste processo não conseguirem estar de acordo com as regras
estabelecidas a respeito do negócio jurídico, o juiz, posteriormente a uma solicitação junto ao
Ministério Público, deverá expedir uma decisão sobre o caso.

Além disso, se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou


não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer
pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz, especialmente
com o intuito de evitar a prática de algum negócio jurídico que lhe possa
trazer prejuízo. Se o ato for praticado, é possível cogitar a sua invalidade
(TARTUCE, 2016 p.671)

Quando da confirmação da denúncia admitida, o juiz removerá esse apoiador, e


indicará um outro que seja bom para o indivíduo a ser apoiado. É importante frisar que tanto o
apoiador quanto aquele indivíduo apoiado, se desejarem pedir o fim do acordo feito em
processo de tomada de decisão apoiada, porém o afastamento das partes envolvidas está nas
mãos do juiz. Finalmente, segundo §11º, temos a aplicação da tomada de decisão apoiada, no
que for de direito, as disposições que se referem a chamada prestação de contas na curatela.
Ao se designar a tomada de decisão apoiada, a nova Lei de Inclusão permite uma enorme
melhoria na normatização dos direitos dos indivíduos com deficiência, levando a permissão e
honrar a autonomia desses indivíduos, como podem ser vivenciadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
17

Um aspecto muito relevante a ser observado é que a deficiência pode acontecer com
qualquer indivíduo, o que se torna diferente de outras minorias é que a deficiência pode
acontecer em qualquer tempo da vida de um indivíduo, apenas bastando estar com vida. Por
certo que há casos que o indivíduo nasce já com a deficiência, porém, se deve observar que há
casos em que indivíduo pode tornar-se um deficiente por outros motivos, como, por exemplo,
um acidente ou problema genético. Sendo assim, os indivíduos carecem compreender que, a
sociedade civil organizada, como um todo, necessita de uma educação que seja mais
inclusiva, há uma carência de reeducação social em qualquer que seja a classe social e se
adaptar aos indivíduos com deficiência e, não de maneira avessa, que é o que acontece e se
observa a todo momento.
Há um sistema estigmador que envolve a sociedade, é como se fosse cultural,
envolvendo os indivíduos com deficiência. No passado não tão remoto, acreditava-se que elas
eram definitivamente incapazes e, isto essa situação era, claramente, vista no Código Civil de
2002. Desse modo, os indivíduos com deficiência eram vistos como totalmente incapazes de
realizar qualquer atividade comum aos outros, no que se concerne aos atos de sua vida civil,
não sendo permitido ter a sua própria opinião, ou, por outro lado o abandono total pela
família., relegado aos fundos da casa ou a instituições de caridade.
Importante destacar que as pessoas com deficiência ao longo dos anos sofreram com a
discriminação, e assim muitas vezes tinham nomenclaturas preconceituosas as quais
inferiorizavam-nas como pessoa. A Constituição Federal de 1988 pode-se dizer que foi a
primeira Constituição a se preocupar com os direitos sociais, assim trouxe em seu texto,
alguns dispositivos de proteção às pessoas com deficiência, porém as medidas trazidas foram
genéricas e não foram amplamente aplicadas.

REFERÊNCIA
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BRASIL, Estatuto do Deficiente, Palácio do Planalto. Brasília, 2016.

_______ Constituição Federal do Brasil, Palácio do Planalto. Brasília, 1988.

CHATT, Cidinei Bogo. A proteção constitucional das pessoas portadoras de


deficiência e os aspectos jurídicos para sua efetivação. A proteção constitucionalizada
pessoas portadoras de deficiência e os aspectos jurídicos para sua efetivação. Boletim
Clubjus, v. IV, p. 128, 2010

GODOY, Luciano. O novo Estatuto da Pessoa com Deficiência. Disponível em


<http://jota.uol.com.br/o-novo-estatuto-da-pessoa-com-deficiencia > Acesso em: 3
nov. 2017

JUSBRASIL. Das principais alterações trazidas pelo Estatuto da Pessoa com


Deficiência, Ana Carolina Del Castillo. Disponível em:
<http://anadelcastillo.jusbrasil.com.br/artigos/266993334/das-principais-alteracoes-
trazidas-pelo-estatuto-da-pessoa-com-deficiência> Acesso em: 05 nov 2017.

___________. Alterações do Código Civil pela Lei 13.146/2015, Flávio Tartuce.


Disponível em: <http://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/noticias/213830256/alteracoes-
do-codigo-civil-pela-lei-13146-2015 > Acesso em: 22 out 2017.

SILVA, Otto Marques da. A epopeia ignorada: a pessoa deficiente na história do mundo
de ontem de hoje. São Paulo: Cedas, 1987.
19

TERMO DE RESPONSABILIDADE

Declaro assumir inteira responsabilidade civil e criminal pelo trabalho que


desenvolvi a título de Trabalho de Conclusão de Curso, Artigo Científico, exigido pela
Faculdade Metropolitana, em face da legislação vigente, como pré-requisito final para
obtenção do grau de bacharel no Curso de Graduação em Direito.

Estou ciente de que não posso reproduzir, como meu, pensamento de outro
autor, sem citá- lo devidamente, de acordo com as regras da ABNT e do campo
científico, assim como delegar a outrem a tarefa exigida para conclusão do curso, razão
por que declaro-me devidamente alertado, pelas instituições acima referidas, sobre as
consequências de eventual ofensa a direito autoral e sobre o comércio ilegal de
monografias.

Isento, outrossim, o professor orientador, supervisor de Monografia, bem como


a Faculdade Metropolitana, de qualquer responsabilidade quanto à autoria do trabalho
apresentado.

Jaboatão dos Guararapes/PE, 23de novembro de 2017.

Nome do Aluno

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