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Disciplina – Leitura e produção Textual


Professora- Sandra Carla
Aluna – Jacilene Barros da Silva

RESENHA CRÍTICA

ALFABETIZAÇÃO

Para se alfabetizar é preciso entender a diferenciação entre os símbolos e os


sons emitidos ao falar. Todo os sistemas alfabéticos têm características próprias que
devem ser seguidas por aquele que vai aprender. as capacidades que o aluno
precisa ter para se alfabetizar são: compreender a ideia de símbolo; discriminar as
formas das letras; discriminar os sons da fala; ter a consciência da unidade palavra e
a organização da escrita. Em princípio há uma dificuldade, logo, depois, tem-se a
impressão que se aprendeu tudo rapidamente, é quando há a descoberta que para
cada símbolo existe uma sonoridade. Desse ponto em diante o aprendiz se torna
mais apto a compreender o que lhe é ensinado.

As complicadas relações entre som e letras

É sabido que não existe uma correspondência exata entre letra e som, quer
dizer, entre letra e fonema. As letras simbolizam sons da fala, então é preciso
perceber as diferenças linguísticas proeminentes entre os sons, de maneira que se
possa optar pela letra certa para simbolizar cada som. Depois de entender o que são
os risquinhos pretos no papel, e que cada um deles equivale a um símbolo da fala, a
criança precisa fazer a discriminação das formas das letras. Uma vez que algumas
letras do nosso alfabeto são muito parecidas. Nem sempre o som corresponde a
letra que ele aprendeu. Em alguns casos, na Língua Portuguesa não há o que
podemos pedir emprestado da matemática que é a Correspondência biunívoca,
aquela em que um elemento de um conjunto corresponde a apenas um elemento de
outro conjunto e corresponde a apenas um elemento de outro conjunto.
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Em linguística fonema é é a menor unidade sonora do sistema fonológico de


uma língua. Fonologia é a disciplina que estuda cada um dos sons da voz. Cada
fonema tem a função de estabelecer uma diferença de significado entre uma palavra
e outra. Em muitas palavras, o fonema corresponde a uma letra. Além desse
contexto de construção de conhecimento, há de se perceber que a correspondência
entre sons e letras do alfabeto é muito complexa, pois as letras consistem em uma
representação simbólica dos sons da fala (os fones), não existe uma relação perfeita
entre som e letra. O estabelecimento de tais relações é feito da seguinte forma: 61. a
possibilidade de uma correspondência biunívoca (cada letra representando um único
som e vice-versa) entre letra e fone é muito restrita, apenas as letras “p, b, t, d, v, a”
correspondem aos sons [p], [b], [t], [d], [f], [v], [a]. Esse é o caso das relações
monogâmicas. 2. Há um índice muito alto de relações poligâmicas, ou seja, um
único som pode ser representado por diferentes letras. Assim, o som de [i],
dependendo de sua posição, por exemplo, irá corresponder à letra “i” ou “e” (rico,
treme); acontece o mesmo processo com o som de [u], que poderá ser representado
pela vogal “o” ou “u” (unidade, armário). 3. Há ainda a poliandria, na qual uma letra
pode representar sons diferentes como é o caso da consoante “l” que, dependendo
de sua posição, terá o som [w] ou [l] (ladeira, louça, anel, caracol.
A princípio, esta noção de que o casamento entre som e letra é perfeitamente
monogâmico é suficiente. Mas será necessária, posteriormente, a revelação dos
casamentos poligâmicos, poliândricos, das rivalidades e dos abandonos existentes
entre sons e letras. O modelo ideal do sistema alfabético é o de que cada letra
corresponda a um som e vice-versa, mas essa relação ideal só se revela em alguns
poucos casos. Este modelo pode ser comparado ao casamento monogâmico, já que
é constituído por correspondências biunívocas como as seguintes:

p = /p/ b = /b/ t = /t/ d = /d/ f = /f/ v = /v/ a = /a/.

Já os casamentos poligâmico e poliândrico são aqueles em que um som pode


ser representado por várias letras e uma letra pode ser representar vários sons,
respectivamente. No dialeto carioca a correspondência não-biunívoca do som para a
letra acontece com a ditongação das vogais tônicas localizadas na última sílaba de
uma palavra, antes de uma consoante [s]; exemplos: [ra’paiz] para “rapaz”, [‘peiz]
para “pés”, [‘luiz] para “luz”.
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No dialeto paulista encontra-se ditongações em Dentre os muitos equívocos


existentes, os linguísticos são os mais frequentes. Vejamos três deles. Primeiro
equívoco: “Português é muito difícil”. Linguisticamente falando, não há língua mais
difícil que outra. Cada língua é o que é por sua história e influências que sofreu ao
longo de sua formação ambientes não-finais; exemplos: [meizmo] para “mesmo”,
[roizto] para “rosto” etc. Segundo equívoco: “Algumas pessoas falam “errado” e
outras falam “certo” o Português”. O principal objetivo da língua é a interação entre
as pessoas, a comunicação entre elas. Dizer “nós iremos” não é mais certo que
dizer “a gente vai” ou “a gente vamos”, pois ambas as expressões dizem a mesma
coisa de forma diferente e ambas são perfeitamente comunicativas. Terceiro
equívoco: “Não sei falar Português”. Isso seria verdade se você fosse de outro país
ou se tivesse problemas nos seus órgãos articulatórios para pronunciar os fonemas
(sons) referentes às palavras da língua portuguesa.
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COMO SISTEMATIZAR AS COMPLICADAS


RELAÇÕES ENTRE SOM E LETRA

Existe uma subdivisão dos tipos de relação existentes em nossa língua entre
sons da fala e letras do alfabeto.
 Relação de um para um: cada letra com seu som, cada som com sua letra;
 Relação de um para mais de um, determinadas a partir da posição: cada letra
com um som numa dada posição, cada som com uma letra numa dada
posição;
 Relações de concorrência: mais de uma letra para o mesmo som na mesma
posição.

No primeiro caso, a motivação fonética entre a relação simbólica é perfeita. No


segundo caso, a motivação fonética vem combinada com a consideração da posição
e no terceiro caso, a motivação fonética da opção entre as letras está perdida. Há
nesse percurso uma gradação de facilidade na aprendizagem das letras.

A PRIMEIRA ETAPA DA ALFABETIZAÇÃO: A TEORIA DO


CASAMENTO MONOGÂMICO ENTRE SONS E LETRAS

O primeiro grande progresso na aprendizagem dá-se quando o alfabetizando


atina com a ideia de que há, na escrita, representação de sons por letras. Então,
começar-se-á o ensino seguindo esta primeira etapa mais naturalmente assimilável
ao aprendiz. É necessário deixá-lo explorar, por um curto espaço de tempo, a
hipótese de que cada som tem sua letra e cada letra tem seu som. Para isso,
fornecer-lhe material de exercitação que não entre em contradição com a hipótese
construída em sua cabeça. Com esse material, formar as primeiras palavras e frases
dos exercícios, inventar versinhos, musiquinhas, brincar com sílabas desprovidas de
sentido, criar ritmos alternando as consoantes, tomar melodias conhecidas e
cantarolá-las, inventar jogos de palavras-cruzadas etc.
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Num segundo momento da nossa primeira etapa, permitiríamos a entrada das


letras “s”, “m”, “n”, “l”, mas apenas em seus contextos mais gerais e em seus valores
fonéticos mais típicos. Assim, a letra “l” entraria em início de sílaba e como
consoante lateral (lava, lua, lona). A letra “s” entraria somente em início de palavras.
As letras “m” e “n” entrariam no início das silabas e, por fim, as letras “e” e “o”
somente apareceriam quando acentuadas, para não soarem [i] e [u]. Se as letras
“indesejadas” forçarem sua entrada, será preciso explicar que essas letras podem,
às vezes, ter outros sons quando colocadas em outras posições.

Considerando que o primeiro passo do alfabetizando em sua compreensão do


sistema da escrita é o entendimento de que cada letra tem seu som e vice-versa,
sugere-se que se deixe essa hipótese por um curto espaço de tempo. Para tal, é
importante o fornecimento de material de exercitação que não entre em contradição
com essa hipótese. Trabalhar-se-ia, assim, com as consoantes [p], [b],[t], [d], [f], [v]
e a vogal [a], que representam sempre a mesma unidade fonêmica. Com essas
letras seriam formadas as primeiras palavras e frases dos exercícios. Se as outras
letras começarem a surgir através dos próprios alfabetizandos, o ideal é que se
explique que essas letras podem, às vezes, ter outros sons, quando colocadas em
outras posições.

A SEGUNDA ETAPA DA ALFABETIZAÇAO: A TEORIA DA


POLIGAMIA COM RESTRIÇÕES DE POSIÇÕES

Ajudar-se-á o aprendiz a observar que há palavras em que o som da letra “l”


não é [l] e sim [u], que há posição em que o som da letra “o” será [u] e o som da letra
“e” será [i]; que a letra “r” corresponde a um som forte em início de palavra e a um
som brando quando colocada entre duas vogais.

Realizar atividades de pesquisa utilizando jornais, revistas, embalagens


impressas, folha de papel grande, tesoura e cola propondo o seguinte:
Em “lua” e “sala” a letra “l” tem um som, já em “sol” e em “papel” ela tem outro som.
Recortar todas as palavras que possuem a letra “l” como consoante lateral e colá-las
num lado da folha; depois, recortar todas as palavras em que o “l” tem som de [u] e
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colá-las no outro lado da folha. O mesmo será feito com a letra “c” que tem som
igual ao da palavra “cinco” e o “c” que tem o som igual ao da palavra “casa”. Depois,
faremos a mesma coisa com o “e” com som de [i] e com o “e” com som de [e]; com o
“o” com som de [u] e o “o” com som de [o]. Também é conveniente que se alterne:
que letras servem para representar o som de [g]? A letra “g”, se estiver na frente de
“a”, “o”, “u” e o dígrafo “gu” se estiver na frente de “e” e “i”; na frente de “e” ou “i”,
apenas, a letra “g” equivale ao som [3]. O som [ão] pode ser representado na escrita
por “ão” como em “balão”, ou então por “am” como em “falam”. Colar todos esses
exemplos separados no cartaz.
O erro de leitura característico do alfabetizando que encalhou na ideia da
monogamia entre sons e letras é a pronúncia artificial das palavras, com a escansão
de letra. Os erros de escrita característicos dos alfabetizandos que ainda se
encontram na etapa monogâmica, é escreverem a palavra exatamente como a
pronunciam foneticamente. A lógica desses erros é sempre a mesma: falta a
aprendizagem das restrições que a posição na palavra impõe à distribuição das
letras e dos sons.
A transição entre a primeira e a segunda etapa de alfabetização está
completa quando o alfabetizando não comete mais erros que demonstram o
desconhecimento das restrições de ocorrência das letras conforme a posição na
palavra.
O alfabetizador deve ajudar o aprendiz a perceber que em certas palavras,
dependendo da posição da letra, o som não é fiel à mesma, como ocorre, por
exemplo, com a letra [l] que em “lua” tem um som lateral, mas em sol apresenta o
som de /u/. Dessa maneira, o aprendiz vai perceber que a hipótese da monogamia é
inviável, sendo essa nova etapa denominada de “hipótese da poligamia
condicionada pela posição”. Um dos erros de leituras frequentes característicos do
alfabetizando que encalhou na ideia da monogamia entre sons e letras é a pronúncia
artificial das palavras, com a escansão da letra. Como exemplo, temos a palavra
[gato], pronunciada por alguns como/gato/ em vez do natural /gatu/. Então, acontece
de os professores incentivarem essas pronúncias artificiais, considerando serem a
forma certa da língua. Assim, corre-se o risco de se criar um novo dialeto na sala de
aula, um universo linguístico foneticamente distinto do mundo lá fora. Sendo assim,
é de suma importância que o professor ajude o alfabetizando a se desvincular da
teoria da monogamia entre os sons e as letras.
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A TERCEIRA ETAPA: AS PARTES ARBITRÁRIAS DO SISTEMA

Quando mais de uma letra pode, na mesma posição, representar o mesmo


som, a opção pela letra correta em uma palavra é, em termos fonológicos,
inteiramente arbitrária. “Rosa” poderia igualmente ser aceita com “z”; “exame”
poderia ser escrita com “s” ou com ”z”, e, “hora” tem “h”, mas “ora” não, apesar da
identidade fonética.
O alfabetizador pode oferecer aos perguntadores as respostas corretas às
perguntas que lhe são feitas. Assim, se o aluno perguntar por que “sino” começa
com “s” e “cinco”, com “c”, o professor deverá responder que há casos, na nossa
língua, em que duas letras diferentes representam o mesmo som. Em segundo
lugar, o alfabetizador pode conduzir o alfabetizando, organizadamente, a saber
exatamente quais são os contextos em que duas ou mais letras concorrem na
representação de um mesmo som.
Através de um método de pesquisa, com papel grande, cola, tesoura e muito
material impresso, vamos repartir, segundo suas diversas representações
ortográficas, todas as palavras pronunciadas com o som [s] no meio de duas vogais,
como em “coisa”. Resultado: um cartaz tripartido, uma coluna com “coisa”, “casa”,
“rosa”, “asilo”, “resumo”, “usar”... uma coluna com ”azul”, “azar”, “cozinha”, “cozido”,
“rezando”, “azeite”... uma coluna com “exame”, “exato”, “exemplo”, “exército”,
“exercício”...
Outro procedimento que se pode adotar para ajudar a fixação desse tipo de
conhecimento é depreender palavras de letras de músicas ou de poemas
conhecidos (tudo oralmente, é claro), procurando saber com que letras essa palavra
é representada na escrita.
Esta terceira etapa dura toda vida. Ninguém escapa de um momento de
insegurança sobre ortografia correta de uma palavra rara. Quando mais de uma letra
pode, na mesma posição, representar o mesmo som, a opção pela letra correta em
uma palavra é, em termos puramente fonológicos, inteiramente arbitraria. Exemplo:
Rosa, que se escreve com s, poderia igualmente ser aceita com z. *As partes
arbitrárias do sistema estão relacionadas neste caso ao tipo de situação de
idiossincrasia, em que duas ou mais letras rivalizam na simbolização de um mesmo
som na mesma posição
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Finalmente, o professor não deve dar muita importância a erros de escrita


dessa espécie. Gradativamente, com a prática da leitura e da escrita, tais erros
diminuirão. A preocupação com a ortografia não deve crescer a ponto de inibir a
expressão escrita da criança.

VARIAÇÃO DIALETAL E ARBITRARIEDADES NAS RELAÇÕES


ENTRE SONS E LETRAS

As partes do sistema da convenção ortográfica que têm relação arbitrária com


os sons da fala variam de dialeto a dialeto. Como exemplo, podemos citar uma
comunidade linguística que mudou o [ l ] em fim de sílaba para [u] e que terá de
tomar uma decisão fonologicamente arbitrária, no que diz respeito à escrita de uma
palavra com “u” ou com ”l” nessa posição. Entretanto, se a comunidade não
participou dessa mudança, e ainda distingue as duas unidades de som, a
aprendizagem da ortografia de palavras desse gênero não trará problemas. Do
mesmo modo, se você pronuncia “pêra” e “feira” sem fazer diferença entre o som
correspondente ao “e” da primeira palavra e ao som correspondente ao “ei” da
segunda, será preciso decorar que “pêra”, “cera” e “bandeja” se escrevem com “e”,
enquanto “feira”, “beira” e “beija” se escrevem com “ei”. Mas se o dialeto ainda
mantém a diferença entre as duas unidades de som, basta registrar sua pronúncia,
ao escrever.
As pronúncias tidas como “defeituosas” devem ser corrigidas através do
trabalho com cartazes. Assim, faremos cartazes de estudo do som [r] depois de uma
consoante. Temos que, n’alguns dialetos, o som [r] aparece escrito com a letra “l” e,
noutros, o som [r] aparece escrito com a letra “r”. “Clima”, “aclamação”, “atleta”,
“aflito” para um lado do cartaz, pois são “l” que podem ser pronunciados como [r].
“Prova”, “cruz”, “frango”, “atrocidade” para o outro lado do cartaz, pois são “r” que se
pronunciam como [r]. Em nossa fala, também há morfemas zeros que exigem
alguma letra na escrita. Então, [operáro], [saláro], [armáro], [comérço] num lado do
cartaz; e “operário”, “salário”, “armário”, “comércio” no outro.
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A QUARTA ETAPA: UM POUCO DE MORFOLOGIA

Ao se perceber as regularidades ligadas à morfologia das palavras,


reconhecendo sufixos derivacionais que são sempre os mesmos numa determinada
classe de palavras, o aluno terá mais facilidade em acertar a escrita da palavra.
“Beleza”, por exemplo, é escrita com “z” numa posição de concorrência com “s”.
Pelo som, portanto, poderíamos escrever “belesa”. Entretanto, o sulfixo “eza” é
comum na língua: “belo” – “beleza”, “mole” – “moleza”, “pobre” – “pobreza”, “rico” –
“riqueza”, “certo” – “certeza”, “grande” – “grandeza”, sendo que esse sufixo
transforma adjetivos em substantivos. Economizar-se-á muito a memória prestando-
se atenção aos sufixos que entram na formação das palavras.
A partir daí, é necessário fazê-lo atentar para o fato de que todos os
substantivos terminados em eza são escritos com [z] e não com [s] (como o som
permitiria). Nesse mesmo contexto, encontramos palavras como sufixo agem (de
bobagem), ês (de “português” - adjetivo derivado de nome de país), ez (“maciez”),
ice (“maluquice”) etc. Há que se trabalhar, também, os prefixos que ajudam a fixar a
grafia correta das palavras, como des (de desfazer), dis (de distorcer), ex (de
expulsar) e extra (de extraordinário). Como esses, são apresentados mais uma série
de afixos a serem estudados com os alunos. É muito importante que o professor
tenha alguma informação sistemática sobre a estrutura morfológica das palavras em
português e também um mínimo de conhecimento sobre história da língua.

A AVALIAÇÃO DAS FALHAS DE ESCRITA

Aqui se apresenta um percurso que o aprendiz deve fazer até se acostumar e


dominar o sistema. Assim, existe um critério prático para avaliar os erros de escrita e
diagnosticar em qual etapa do processo.de aquisição o aluno se encontra.

FALHAS DE 1ª ORDEM

O aprendiz está na fase de dominar as capacidades prévias da alfabetização.


As falhas são leitura lenta, com soletração de cada sílaba e escritas com falhas na
correspondência linear entre as sequências dos sons e as sequências das letras.
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FALHAS DE 2ª ORDEM

O aluno ainda está na etapa monogâmica de correspondência entre sons e


letras. Assim, ele ignora as particularidades na distribuição das mesmas. Na leitura,
pronuncia cada letra, escandindo-a no seu valor central e, na escrita, faz como que
uma transcrição fonética da fala (escreve da maneira que ouve, ex.: “matu”, em vez
de “mato”).

FALHA DE 3ª ORDEM

O aprendiz já escalou o terceiro patamar do saber ortográfico e incorporou a


versão da teoria da correspondência entre sons e letras. Assim, suas falhas se
limitarão às trocas entre as letras concorrentes. Na leitura, o aprendiz já será capaz
de pronunciar as palavras de maneira natural. O aprendiz que ainda comete falhas
de 2ª ordem não completou sua alfabetização. Assim, só será considerado
alfabetizado aquele em cuja escrita só restarem falhas de 3ª ordem, que serão
superadas gradativamente.

A METODOLOGIA – CONSIDERAÇÕES CRÍTICAS

Agora são apresentados dois métodos possíveis oficialmente reconhecidos


no trabalho de alfabetização: a) Método sintético – consiste em mostrar primeiro as
letras e ensinar suas correspondências com sons e depois ensinar a compor com
elas sílabas e palavras; b) Método analítico – consiste em mostrar primeiro as
palavras (ou frases) e ensinar a identificar nelas as unidades correspondentes – as
letras – e os sons que lhes correspondem. Existem observações que favorecem a
hipótese de que a aprendizagem da leitura se dá pela captação de um bloco não
direcional e indiviso de relação entre letras, sons e sentidos, já que as crianças se
mostram capazes de adivinhações, baseadas em inferências semânticas, pedaços
de palavras e de frases que ainda não são capazes de decodificar. Segundo, porque
os adultos leem por saltos, captando a informação em blocos, inferindo muito e
soletrando pouco. Contudo, observa-se que o fator de haver a leitura-por-
adivinhação não nos dispensa de ajudar o alfabetizando a ser racionalmente bem-
sucedido na leitura-por decodificação.

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