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DISCIPLINA

PRIMEIROS SOCORROS ELEMENTAR

(PSE/P)

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SUMÁRIO
UNIDADES DE ENSINO PÁGINA
1. INTRODUÇÃO AOS PRIMEIROS SOCORROS 3

1.1 - Descrever as regras básicas para situações de emergência de saúde. 3


1.2 - Explicar como acionar o alarme ou comunicar uma situação de emergência. 3
1.3 - Descrever as técnicas de resgate e transporte de pessoa ferida ou em estado de 4
emergência de cuidados médicos.
1.4 - Citar os meios disponíveis de assistência médica na unidade offshore e nas proximidades. 6
1.5 - Reconhecer a importância da higiene e da saúde pessoal a bordo: rotina de higiene pessoal, 7
rotina de limpeza dos ambientes, manter a saúde física e mental e controle de infecções.

2. CORPO HUMANO 9

2.1 - Descrever a estrutura óssea e muscular. 9


2.2 - Citar os principais órgãos e suas funções de forma sucinta. 11
2.3 - Descrever os sistemas circulatório, respiratório, digestivo e urinário. 12

3. PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS 16

3.1 - Reconhecer a necessidade de ressuscitação e aplicar as primeiras medidas de socorro. 16


3.2 - Reconhecer os sinais de choque: pulso, batidas e cor facial. Aplicar medidas para contornar 22
o estado de choque.
3.3 - Aplicar os procedimentos para conter hemorragia como: torniquete; compressão; 22
posicionamento do paciente, etc.
3.4 - Aplicar primeiros socorros apropriados para queimaduras e escaldaduras decorrentes de 24
água quente, gases, vapor e eletricidade.
3.5 - Aplicar os procedimentos de emergência para cada tipo de traumatismo. 26
3.6 - Demonstrar uso correto de bandagens, curativos, imobilização, condução de ferido em 28
maca, reanimação, medir pulso e batimentos.
3.7 - Descrever os procedimentos para içamento ou arriamento de uma pessoa acidentada para 32
transporte por embarcação ou helicóptero.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 34

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1 – INTRODUÇÃO AOS PRIMEIROS SOCORROS

1.1 - Descrever as regras básicas para situações de emergência de saúde.


Como normalmente a plataforma se encontra em mar aberto, distante da costa e do
apoio de terra, o socorro a uma vítima dependerá da atuação dos socorristas de bordo.
Desta forma, todos a bordo devem ter noções elementares do atendimento de uma
emergência.
Em situações de emergência há uma tendência natural de agirmos impulsivamente,
devido ao estresse provocado pela emergência. Por isso, antes de agirmos, devemos
respirar lenta e profundamente, para nos acalmarmos e podermos cumprir os
procedimentos preconizados para cada situação de emergência.
A sequência de ações a serem tomadas em uma emergência dependerá de cada
situação encontrada pelo socorrista. Porém, sempre em primeiro lugar, devemos cuidar
da nossa proteção e da nossa equipe, pois se acontecer algum acidente com os
socorristas, o atendimento às vítimas estará comprometido.
Muitas vezes, na vontade de ajudar uma vítima, o socorrista se esquece de sua
própria segurança. Por isto, antes de iniciarmos o socorro, devemos olhar atentamente a
cena onde se encontra a vítima e avaliar os possíveis riscos, tais como: explosão, choque
elétrico, fumaça, contaminação, gases tóxicos; etc.
Não se exponha ao perigo agindo impulsivamente. Pense antes de atuar! Caso haja
perigo iminente no local, deverá ser adotado o procedimento de retirada rápida da vítima
do local do acidente, observando, se possível, os padrões mínimos de segurança para a
vítima.
O socorrista não pode se transformar em uma nova vítima. Todas as precauções
devem ser tomadas durante o exame e a manipulação da vítima para evitar lesões
corporais ao socorrista ou sua contaminação por agentes biológicos (micro-organismos)
ou substâncias tóxicas.
O socorrista deve sempre fazer uso de luvas de procedimentos durante a
manipulação da vítima, devido ao risco de contaminação com vírus como o da hepatite B,
AIDS e outros. Os óculos de proteção e as máscaras ou protetores faciais são
fundamentais quando do atendimento de politraumatizados graves com hemorragias,
principalmente em vias aéreas.
Procure identificar o número exato de vítimas, pois com esta informação as tarefas
poderão ser corretamente divididas. Providencie para que sejam efetuadas buscas por
outras vítimas.
Faça uma triagem das vítimas, levando em conta não só a gravidade, mas também o
tempo que poderá ser gasto no atendimento. O objetivo é otimizar a ação do socorro,
salvando o maior número possível de vítimas.

1.2 - Explicar como acionar o alarme ou comunicar uma situação de emergência.


O pedido de apoio é de fundamental importância para o socorro a uma situação de
emergência, pois, sozinho, o socorrista tem limitações.
Por isso, antes de iniciar o socorro às vítimas, comunique a situação de emergência
ou se certifique que alguém o faça. Caso haja um alarme específico para a emergência
que está ocorrendo, acione-o.
O pedido de apoio deverá constar, basicamente, das seguintes informações:
 Quem está solicitando o apoio;
 A situação de emergência, com o máximo de informações possíveis e com clareza
(fale pausadamente e com calma);
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 O local da situação de emergência; e


 O número de vítimas.
Pergunte às pessoas que presenciaram o fato o que realmente aconteceu, porque
essas informações poderão ser fundamentais para os primeiros socorros e para o
posterior atendimento avançado.

1.3 - Descrever as técnicas de resgate e transporte de pessoa ferida ou em estado


de emergência de cuidados médicos.
As técnicas de resgate e transporte de vítimas de acidentes são muito importantes
porque, se realizadas de forma incorreta, podem agravar o estado da vítima e/ou lesionar
o socorrista. A escolha da técnica dependerá da situação da vítima, do local onde ela se
encontra e da disponibilidade de socorristas e de equipamentos.
TRANSPORTE POR MACA
Esta é a melhor técnica de transporte de pessoa ferida e é a única que deve ser
utilizada em vítimas com suspeita de lesão na coluna vertebral. Maiores detalhes desta
técnica serão apresentados posteriormente, no item 3.6 desta apostila.
Os tipos de transporte a seguir apresentados só podem ser utilizados em vítimas
“sem” suspeita de lesão na coluna vertebral.
TRANSPORTE DE APOIO
Este tipo de transporte pode ser utilizado para auxílio a uma vítima que não consiga
caminhar sozinha, consciente, e que não necessite de maca:
- Passar o braço da vítima sobre os ombros, por trás do pescoço;
- Segurar firmemente o braço da vítima com uma das mãos; e
- Passar o outro braço por trás da vítima, segurando-a pela cintura.

TRANSPORTE NOS BRAÇOS (COLO)


Trata-se de um método tradicional, semelhante ao modo como os bebês são
conduzidos. É cômodo para a vítima, porém penoso para o socorrista, dependendo do
peso e da distância a ser percorrida:
- Passar um braço por baixo dos joelhos da vítima e o outro por trás dela,
segurando-a por baixo da axila;
- Um dos braços da vítima deve passar por trás do pescoço do socorrista; e
- Inclinar o tronco para trás, para facilitar o transporte.

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LEVANTAMENTO DE BOMBEIRO
É um método difícil de ser realizado, principalmente quando o socorrista estiver
sozinho, por exigir força e coordenação:
- Coloque a vítima deitada de barriga para baixo, com os braços esticados para
frente;
- Coloque-se de frente para a cabeça da vítima, apoiando um joelho no chão. Passe
as mãos por baixo das axilas da vítima;
- Fique de pé, levantando a vítima, segurando-a com as mãos que estão apoiadas
nas costas da vítima;
- Mantenha uma das mãos por trás da vítima, sustentando-a pela cintura. Segure o
punho da vítima com a outra mão, colocando o braço dela em torno de seu
pescoço;
- Abaixe-se de forma que o tronco da vítima caia sobre seu ombro. A mão que
segurava a cintura da vítima passa entre as coxas dela, na altura da dobra do
joelho; e
- Segure o punho da vítima com a mão que passou por trás do joelho, ficando com
uma das mãos livres.

ARRASTAMENTO
O arrastamento pode ser feito pela própria roupa da vítima, no sentido da cabeça, ou
com o auxílio de um cobertor.

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TRANSPORTE EM CADEIRA
Meio prático de transportar a vítima. A cadeira poderá ser arrastada ou conduzida
por dois socorristas.

TRANSPORTE DE LENÇOL PELAS PONTAS


- Feito por quatro socorristas:
- A vítima é deitada em decúbito dorsal (de costas) sobre um lençol, cobertor ou lona; e
- Cada socorrista segura uma ponta do lençol, formando uma espécie de rede, onde a
vítima é transportada.

1.4 - Citar os meios disponíveis de assistência médica na unidade offshore e nas


proximidades.
Toda plataforma deve ser provida de uma enfermaria, com dotação de
equipamentos, de medicamentos e lotação de profissionais de saúde estabelecidas em
Norma da Autoridade Marítima (NORMAM).
Quando os meios existentes a bordo não forem suficientes para o atendimento à
emergência, outros meios de apoio deverão ser pedidos.
Um dos apoios existentes é a equipe de terra formada por profissionais de nível
superior da área de saúde, que prestam atendimento à distância.
Outras plataformas e navios presentes na área de operação poderão ser acionados,
tanto para prestarem apoio médico, como para a remoção da vítima.
Outro apoio importante é a remoção aérea, que poderá levar o acidentado para o
atendimento em unidades hospitalares em terra. Em algumas áreas de operação há um
helicóptero com uma configuração específica para a remoção aérea, disponível 24 horas
por dia.
A utilização destes helicópteros, pousando no Helideque da plataforma, é a situação
ideal para a remoção de vítimas, porém, nem sempre encontraremos está situação ideal.

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HELICÓPTERO PARA REMOÇÃO DE ACIDENTADO

1.5 - Reconhecer a importância da higiene e da saúde pessoal a bordo: rotina de


higiene pessoal, rotina de limpeza dos ambientes, manter a saúde física e mental e
controle de infecções.
A higiene pessoal engloba os cuidados que a pessoa deve ter com a saúde para que
seu corpo fique longe de bactérias e vírus, que podem estar presentes em diversos
atividades, ao longo do dia, a bordo de uma plataforma.
Atitudes como tomar banho, lavar as mãos, escovar bem os dentes, usar roupas
limpas e manter os ambientes limpos são importantes para a saúde.

BANHO
A pele humana possui milhões de glândulas que
produzem secreções e, sem a limpeza da pele, estas
secreções se acumulam gradativamente.
O banho faz bem para a saúde de quem toma e também
para pessoas que convivem com ela. É importante que a
pessoa tome banho diariamente, pois a falta de banho pode
gerar assaduras, mau cheiro, micoses, corrimentos vaginais,
sarna, piolho e infecções urinárias.

LAVAGEM DAS MÃOS


Sempre que você toca em pessoas ou objetos, ao longo do dia, adquire bactérias e
vírus em suas mãos, sendo importante lavá-las com água e sabonete líquido ou com
álcool.
Sempre que a mão entra em contato com os olhos, nariz ou
boca os germes ali encontrados infectam o nosso organismo,
podendo originar doenças.
É importante lavar as mãos antes das refeições, após ir ao
banheiro, tossir ou tocar algo que possa estar contaminado.
Não lavar as mãos pode resultar em contaminação e
desenvolvimento de doenças virais, bacterianas e fúngicas.

UNHAS
As unhas devem estar sempre limpas e cortadas. Como a sujeira fica armazenada
na parte debaixo da unha, quando a pessoa coloca a mão na boca ela é infectada com as
bactérias ali existentes.
A falta de cuidado com as unhas pode gerar verminoses e doenças intestinais.

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ROUPAS
As roupas devem ser confortáveis, folgadas e devem sempre estar limpas. Nunca
utilize roupas intimas repetidamente sem lavá-las, pois a higiene genital é muito
importante.

SAPATOS
Sapatos fechados que não deixam o suor sair fazem com que o mau cheiro fique
impregnado nos pés, gerando o famoso chulé.
Sempre que possível, use sapatos mais abertos e não use o mesmo sapato vários
dias seguidos.
Quando utilizar tênis, escolha meias de algodão e se puder passe talco antes de
colocar as meias.
Consequências: Mau cheiro e micoses.

DENTES
Nunca se esqueça de escovar os dentes sempre que ingerir algum alimento ou, pelo
menos, três vezes ao dia, de preferência depois do café da manhã, do almoço e quando
for dormir. Nunca durma sem escovar os dentes.
Limpe-os interiormente e exteriormente, não se esqueça de
lavar a língua, local onde ficam alojadas muitas bactérias.
Troque sua escova de três em três meses ou quando perceber
que ela está desgastada. Nunca se esqueça de usar fio dental.
Consequências: Mau hálito, cáries, tártaro, placas, problemas
nas gengivas, sensibilidade, reumatismo infeccioso e gengivite.

ROSTO
Nossa pele tem impurezas que devem ser retiradas para que não haja o acumulo
delas. Sendo assim, lavar o rosto diariamente com sabonete é importante para que a pele
continue sempre limpa.
Consequências: Espinhas e cravos.

O AMBIENTE
Além da higiene pessoal, devemos nos preocupar com a higiene nos locais onde
vivemos. Os camarotes e banheiros precisam estar sempre limpos e as roupas de cama e
toalhas devem ser trocadas regularmente, de maneira que estejam sempre limpas.

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Os locais de trabalho também devem estar limpos, pois lá permanecemos por muitas
horas por dia.
Outra preocupação importante é quanto à higiene nos locais onde as refeições são
preparadas e servidas. A boca é uma importante porta de entrada para o desenvolvimento
de doenças.

2- CORPO HUMANO
O conhecimento e o entendimento básico da estrutura (anatomia) e das funções
(fisiologia) do corpo humano facilitam a realização dos Primeiros Socorros e a
comunicação com a equipe médica.
A divisão anatômica básica do corpo humano é feita em cabeça, tronco e membros.
Ele é composto por células (componentes fundamentais), tecidos (composto por células
semelhantes que formam os órgãos) e sistemas orgânicos (grupos de órgãos que atuam
em determinada função).

2.1 - Descrever a estrutura óssea e muscular.


ESTRUTURA ÓSSEA
Estrutura interna que dá sustentação ao corpo. Trata-se de uma “torre” de ossos,
unidos por articulações, que tem como função a locomoção e a proteção de órgãos vitais,
como por exemplo, os do crânio, que protegem o cérebro. É formado por ossos,
articulações e cartilagens. Os ossos são formados por sais minerais, principalmente de
cálcio, repletos de células nutridas por sangue. As articulações são espaços que unem os
ossos, envolvidas por uma cápsula com líquido lubrificante. Nas articulações os ossos são
envolvidos por cartilagem (tecido mais mole), que recobre suas extremidades, reduzindo o
atrito e amortecendo os choques.
O esqueleto humano é formado por 206 ossos. Seu eixo principal é a coluna
vertebral que se estende da base do crânio até o quadril.
A coluna vertebral é formada por vértebras e apresenta os seguintes segmentos:
- região cervical: encontra-se no pescoço, sendo formada por 7 vértebras;
- região torácica: faz parte do tórax, é formada por 12 vértebras e dá origem às
costelas; e
- região lombar: apresenta 5 vértebras.
Ao final da coluna se localiza a pelve (bacia), constituída pelo sacro (que é formado
por 5 vértebras unidas), os ílios (um de cada lado) e cóccix.

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Região Cervical

Região Torácica

Região Lombar

Região Sacral

Na parte externa do ílio (ilíaco), em uma cavidade, se aloja a cabeça do fêmur, o


maior osso do corpo humano, que termina no joelho. Articula-se com os dois ossos da
perna: a tíbia que se sente logo abaixo da pele e fíbula. No joelho encontra-se a patela
(rótula).
No tornozelo o pé, formado por vários ossos pequenos, se articula com os ossos da
perna.
Doze costelas estão ligadas a cada lado da coluna vertebral. Cada costela, com
exceção das duas inferiores, rodeia o peito, indo da coluna até o osso esterno, formando
a caixa torácica, que protege o coração, pulmões e outros órgãos internos.
O esterno é um osso chato, situado logo abaixo da pele do tórax, e em sua parte
superior, de cada lado, é ligado à clavícula, osso que se estende horizontalmente no
ombro e se junta à escápula, osso triangular das costas. É na parte externa da escápula,
numa cavidade, que se aloja a cabeça do úmero, osso do braço. O úmero se estende até
o cotovelo, onde se articula com os dois ossos do antebraço: rádio e ulna (cúbito). O
punho e a mão, como o pé, são formados por vários pequenos ossos.

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Crânio

Maxilar
Clavícula Mandíbula

Escápula

Úmero

Costelas Esterno

Coluna
vertebral

Ulna

Rádio

Ílio

Carpo
Metacarpo
Falanges
Sacro
Fêmur
Ísquio

Púbis

Patela

Tíbia

Fíbula

Tarso
Metatarso
Falange

ESTRUTURA MUSCULAR
O tecido muscular é caracterizado pela propriedade de contração e distensão de
suas células, o que determina a movimentação dos membros e das vísceras.
Há basicamente três tipos de tecido muscular: liso, cardíaco e estriado esquelético.
Músculo liso: músculo involuntário, localiza-se na pele, órgãos internos, aparelho
reprodutor, grandes vasos sanguíneos e aparelho excretor. O estímulo para a contração
dos músculos lisos é mediado pelo sistema nervoso vegetativo.
Músculo cardíaco: este tipo de tecido muscular forma a maior parte do coração,
carece de controle voluntário e é inervado pelo sistema nervoso vegetativo.
Músculo estriado esquelético: é inervado pelo sistema nervoso central e, como este
se encontra em parte sob controle consciente, chama-se músculo voluntário. As
contrações do músculo esquelético permitem os movimentos dos diversos ossos e
cartilagens do esqueleto.
O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo,
formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura recobre totalmente
o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela movimentação corporal .

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MÚSCULOS ESQUELÉTICOS

Anterior Posterior

2.2 - Citar os principais órgãos e suas funções de forma sucinta.

CORAÇÃO
Sua função é bombear o sangue oxigenado (arterial), proveniente dos pulmões, para
todo o corpo e direcionar o sangue desoxigenado (venoso), que retornou ao coração, até
os pulmões, onde deve ser enriquecido com oxigênio novamente.

PULMÕES
A principal função dos pulmões é oxigenar o sangue e eliminar o dióxido de
carbono, permitindo que o ar que respiramos entre em contato com o sangue que circula
no corpo. Esse contato possibilita uma troca gasosa essencial para a vida e consiste,
basicamente, na absorção do oxigênio pelo sangue, a fim de ser transportado para todas
as células do organismo, e na eliminação do gás carbônico, que as células produziram
para gerar energia.

CÉREBRO
Tem a função de analisar os impulsos recebidos dos nervos e elaborar respostas
adequadas a cada situação, nos permitindo pensar, relembrar fatos e falar. É o centro da
inteligência e do aprendizado. Diferentes regiões do cérebro são responsáveis pela visão,
audição, olfato, paladar, movimentos automáticos, emoções, pensamento e memória.

FÍGADO
O fígado é um dos órgãos do sistema digestório mais importantes para a digestão
porque ele tem a função de metabolizar e armazenar nutrientes, que só ficam prontos
para serem absorvidos e utilizados pelo organismo após passarem por ele.

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ESTÔMAGO
Sua principal função é a decomposição dos alimentos, que são pré-digeridos e
esterilizados, a fim de seguirem para o intestino, onde serão absorvidos.

INTESTINO
O intestino faz parte do sistema digestivo e é através dele que ocorrem as
absorções dos nutrientes e da água. Ele está divido em duas partes: delgado e grosso.
No primeiro é onde ocorre a absorção da grande maioria dos nutrientes. No segundo,
ocorre a absorção da maior parte da água utilizada durante o processo de digestão.

RINS
Têm como funções principais: filtrar o sangue (para eliminar substâncias nocivas ao
organismo), manter o equilíbrio de eletrólitos no corpo, manter o pH sanguíneo constante
e produzir alguns hormônios.

PÂNCREAS
O pâncreas tem uma função “endócrina” e outra “exócrina”.
A função endócrina é a de produção de hormônios, como a insulina e glucagon, os
quais regulam a forma como o organismo utiliza os açúcares.
A função exócrina é a de produzir sucos digestivos e enzimas que ajudam a partir
em pedaços menores as proteínas, os açúcares e as gorduras, para que possam passar
para o intestino, auxiliando na digestão dos alimentos e no metabolismo dos nutrientes.

BAÇO
Suas funções são: produção de anticorpos e hemácias, armazenamento de sangue
e liberação de hormônios.

PELE
Considerada o maior e mais pesado órgão do organismo, tem como principais
funções: proteção, reserva de nutrientes e equilíbrio da temperatura.

2.3 - Descrever os sistemas circulatório, respiratório, digestivo e urinário.

O SISTEMA CIRCULATÓRIO
O sistema circulatório é uma vasta rede de tubos de vários tipos e calibres, que põe
em comunicação todas as partes do corpo. Dentro desses tubos circula o sangue,
impulsionado pelas contrações rítmicas do coração. São os vasos sanguíneos. Eles se
dividem em:
- artérias: conduzem sangue arterial para todos os órgãos e tecidos;
- veias: conduzem o sangue venoso de todos os órgãos e tecidos para o coração.
Depois o sangue é transportado para os pulmões; e
- capilares: são vasos muito finos, onde ocorrem as trocas de nutrientes, oxigênio e
gás carbônico.

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Arterial Venoso

O sistema circulatório permite que algumas atividades sejam executadas com


grande eficiência, como por exemplo:
- Transporte de gases: os pulmões, responsáveis pela obtenção de oxigênio e pela
eliminação de gás carbônico, comunicam-se com os demais tecidos do corpo por meio
do sangue.
- Transporte de nutrientes: no tubo digestivo, os nutrientes resultantes da digestão
passam através de um fino epitélio e alcançam o sangue. Por essa verdadeira
"autoestrada", os nutrientes são levados aos tecidos do corpo;
- Transporte de resíduos metabólicos: a atividade metabólica das células do corpo
origina resíduos, mas apenas alguns órgãos podem eliminá-los para o meio externo.
O transporte dessas substâncias, de onde são formadas até os órgãos de excreção, é
feito pelo sangue;
- Transporte de hormônios: são secretados por certos órgãos e distribuídos pelo sangue,
sendo capazes de modificar o funcionamento de outros órgãos do corpo;
- Intercâmbio de materiais: algumas substâncias são produzidas ou armazenadas em
uma parte do corpo e utilizadas em outra parte. Células do fígado, por exemplo,
armazenam moléculas de glicogênio, que, ao serem quebradas, liberam glicose, que o
sangue leva para outras células do corpo;
- Transporte de calor: o sangue também é utilizado na distribuição homogênea de calor
pelas diversas partes do organismo, colaborando na manutenção de uma temperatura
adequada em todas as regiões. Permite ainda levar calor até a superfície corporal,
onde pode ser dissipado;
- Distribuição de mecanismos de defesa: pelo sangue circulam anticorpos e células
fagocitárias, componentes da defesa contra agentes infecciosos; e
- Atuar na coagulação sanguínea.

SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que
conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as
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fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os


alvéolos (os três últimos são localizados nos pulmões).

Cavidade
nasal e boca
Laringee e
Laringe
Laringe e
traquéia
traquéia
traquéia

Pulmão Pulmão
Pulmão
Pulmão
direito esquerdo
esquerdo
esquerdo

A cada inspiração, o ar (contendo oxigênio) entra pelo nariz ou boca até atingir os
alvéolos, que são circundados por capilares. É aí que se dá a troca do gás carbônico por
oxigênio (hematose).

Brônquio Direito Cartilagem


Tireóidea
Cartilagem
Tireóidea

Brônquio de Traquéia
Primeira Ordem
Brônquio Esquerdo

Brônquio de
Segunda Ordem

Ramificações Bronquiais

Brônquio de
Terceira Ordem

O ritmo respiratório em repouso é 16 a 18 incursões respiratórias por minuto, mas


pode aumentar consideravelmente com o exercício físico e também com certas doenças,
principalmente as que afetam o coração e os pulmões.

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SISTEMA DIGESTIVO
O sistema digestivo é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão
associados órgãos e glândulas que participam da digestão. Apresenta as seguintes
regiões; boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus.
Sua função é transformar o alimento ingerido em partículas bem pequenas, para que
então possam ser absorvidas no intestino, passando assim para dentro dos vasos
sanguíneos.
É na boca, pela mastigação e com a ajuda da saliva, que se inicia o processo de
digestão. No estômago, pela ação de vários sucos digestivos e pela contração e
relaxamento da parede estomacal, o alimento forma uma mistura parcialmente digerida,
que vai para o intestino delgado. Sob a ação de sucos digestivos, vindos do fígado e do
pâncreas, os nutrientes necessários são absorvidos e os resíduos não aproveitados são
eliminados pelo ânus.
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho
consiste em dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento
intestinal e proteger o organismo contra bactérias estranhas, geradoras de
enfermidades.
As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas,
contribuindo com porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm água, sua
presença torna as fezes macias e fáceis de serem eliminadas.

SISTEMA URINÁRIO
É formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue e produzem e excretam
a urina, o principal líquido de excreção do organismo.
É constituído por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga urinária e pela
uretra.
Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo abaixo do diafragma, um de
cada lado da coluna vertebral. Nessa posição estão protegidos pelas últimas costelas e
também por uma camada de gordura.

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Têm a forma de um grão de feijão enorme. São responsáveis pela filtração do


sangue e remoção das excreções.
A urina deixa o rim por um pequeno tubo chamado ureter que a conduz até a
bexiga, uma espécie de bolsa aonde é armazenada até ser expelida pela uretra.

Glândula
Supra Renal
Rim
Aorta

Veia Renal Art. Renal

Veia Cava

Ureter

Veia Ilíaca Art. Ilíaca

Bexiga

3. PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS


3.1 - Reconhecer a necessidade de ressuscitação e aplicar as primeiras medidas
de socorro.

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA DA VÍTIMA


É uma avaliação rápida para determinarmos as condições que ameaçam a vida do
acidentado. As informações obtidas nesta fase são utilizadas para tomar decisões a
respeito das intervenções a serem realizadas e sobre o momento mais apropriado para o
transporte.
O processo da avaliação consiste do Tratado Internacional conhecido pela sigla
“ABC”, como veremos a seguir:
a) Avaliação e manutenção de vias aéreas (Airway, o “A” do “ABC”)
Durante o exame primário do doente traumatizado, as vias aéreas devem ser
avaliadas em primeiro lugar, para assegurar sua permeabilidade, tomando o cuidado para
que as manobras realizadas sejam feitas com a proteção da coluna cervical.
Estando a vítima inconsciente, abra sua boca a procura de objetos estranhos que
possam obstruir a passagem de ar para os pulmões, como prótese dentária deslocada,
dentes quebrados, balas, etc. A principal causa de asfixia em vítimas inconscientes é a
obstrução pela própria língua.
b) Avaliação da respiração (Breathing, o “B” do “ABC”)
A permeabilidade das vias aéreas, por si só, não significa ventilação adequada. Uma
troca de gases é necessária para que seja possível a oxigenação e a eliminação de
dióxido de carbono. Uma boa ventilação exige o funcionamento adequado dos pulmões,
da parede torácica e do diafragma.
Esta avaliação consiste em olhar, sentir e escutar.

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Os movimentos torácicos podem ser observados olhando diretamente sobre o peito


da vítima (em algumas pessoas o movimento abdominal é predominante). Um outro modo
seguro é aproximar o ouvido das vias aéreas da vítima, de modo a ouvir o som oriundo da
passagem de ar.
c) Avaliação da circulação (Circulation, o “C” do “ABC”)
Tão logo tenha verificado a permeabilidade das vias aéreas e avaliado a respiração,
devemos avaliar a situação circulatória do paciente. Observe inicialmente os elementos
que fornecem uma rápida ideia do estado hemodinâmico do paciente.
São eles:
 Nível de Consciência: quando o volume sanguíneo está diminuído (hipovolemia), a
perfusão cerebral pode estar prejudicada, resultando em alteração do nível de
consciência. Uma vítima que se encontra inconsciente, como resultado de um acidente, é
portadora de trauma na coluna vertebral até que se prove o contrário.
 Cor e temperatura da pele: a coloração acinzentada da face e a pele esbranquiçada e
fria, principalmente nas extremidades, são sinais evidentes de hipovolemia.
 Pulso: o socorrista deverá atentar, inicialmente, para o pulso radial, que lhe dará uma
ideia de como está a situação hemodinâmica do acidentado, observando sua qualidade,
frequência e regularidade. Na sua ausência do pulso radial, deverá ser examinado aquele
de mais fácil acesso, ou seja, um pulso central (femoral ou carotídeo).
Durante a avaliação primária da vítima deve ser avaliada a necessidade de
transferência do paciente. Em caso de vítimas graves, a avaliação primária e os
procedimentos para salvar a vida não devem retardar a transferência do paciente.
Existem poucos procedimentos que devem ser realizados no local do acidente.
Podemos citar o manejo das vias aéreas, controle de um sangramento abundante,
tamponamento de uma ferida penetrante/transfixante de tórax e reanimação
cardiopulmonar.
As manobras de reanimação cardiopulmonar necessárias para preservar a vida da
vítima devem ser iniciadas tão logo os problemas sejam identificados, e não ao término do
exame primário.

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA DA VÍTIMA


Ao examinar determinados seguimentos de uma vítima devemos saber o que
estamos procurando, pois do contrário os sinais aparecerão e passarão desapercebidos,
podendo levar a complicações diversas ou até mesmo ao óbito.
Comece expondo a vítima, sem causar constrangimentos desnecessários. Será
melhor cortar suas roupas do que realizar movimentos que podem agravar possíveis
lesões. Durante o exame da vítima devemos realizar uma inspeção, seguida de palpação.
O exame da cabeça aos pés consiste em uma avaliação mais detalhada, seguindo uma
sequência lógica, ou seja, iniciando pelas partes mais nobres do corpo:
 Cabeça: traumas no crânio podem passar desapercebidos pelo fato dos cabelos
esconderem as lesões. Apalpe toda a superfície com as pontas dos dedos e observe se
há sangramento ou perda de líquidos pelos ouvidos ou nariz. Observe as pupilas.
 Coluna Cervical e Pescoço: vítimas com trauma na cabeça devem ser consideradas
como portadores de lesão instável de coluna cervical (fraturas e/ou lesões de ligamentos)
e seu pescoço deve ser imobilizado e cuidadosamente examinado. Procurar por lesões
perfurantes, inchações e hemorragias externas. Em vítimas com capacete, deverão ser
observados cuidados adicionais quando da sua retirada.

18 Revisão 20180613
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 Tórax: por possuir em seu interior órgãos de extrema importância, devemos ser
minuciosos à procura de sinais de lesões internas. Procurar por ferimentos, hematomas,
perfurações, deformidades e movimentos respiratórios anormais. Verificar áreas com dor.
 Abdome: rapidamente exponha, observe e apalpe o abdome, em busca de dor e
sensibilidade ao tato, bem como em busca dos sinais já descritos anteriormente. Dor à
palpação e distensão abdominal podem sugerir lesões internas importantes, que deverão
ser avaliadas o quanto antes por um serviço médico.
 Pelve (quadril): Examine de maneira rápida a pelve. Fique atento aos sinais de
hemorragia e verifique se há instabilidade neste seguimento.
 Membros Inferiores e Superiores: comece examinando os membros inferiores,
seguidos pelos superiores. Observar a presença de ferimentos, deformidades, lesões com
exposição óssea e hemorragias. Testar a sensibilidade dos membros ao toque,
comparando ambos os lados. Executar suavemente movimentos de flexão e extensão nas
articulações. Por ocasião do exame dos membros superiores, não esqueça de observar
as axilas. Palpar pulsos em tornozelos e pés e o pulso radial (ambos os lados).

SINAIS DA PARADA CARDIORESPITATÓRIA (PCR)


Durante a avaliação do ABC (assunto já abordado) poderemos constatar alguns
sinais que nos indiquem a necessidade imediata de uma reanimação ou ressuscitação
cardiopulmonar (RCP).
São eles:
- Ausência de pulso em grande artéria: é o principal sinal de PCR (pulso carotídeo
no adulto e braquial em crianças);
- Ausência de respiração: pode preceder a parada cardíaca ou se dar após o seu
estabelecimento;
- Inconsciência: todo paciente em PCR está inconsciente;
- Dilatação das pupilas: é um sinal tardio, que ocorre em até 45 segundos após a
parada; e
- Aparência de morte: palidez e imobilidade.
A ausência de circulação de sangue interrompe a oxigenação dos órgãos e após
alguns minutos as células mais sensíveis começam a morrer. Os órgãos mais sensíveis à
falta de oxigênio são o cérebro e o coração. Até quatro minutos de parada cardíaca pode
ser tolerado sem que ocorra lesão cerebral.

REANIMAÇÃO OU RESSUCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP)


Conceitua-se RCP um conjunto de medidas que objetivam restabelecer o
funcionamento do coração e do pulmão, para que o cérebro possa receber sangue
oxigenado, a fim de não entrar em prejuízo.
Incluem os três passos:
 Desobstrução de vias aéreas - “A”.
 Suporte respiratório (respiração boca-a-boca) - “B”.
 Suporte circulatório (compressões cardíacas) - “C”.
As novas diretrizes para RCP alteraram a sequência do suporte básico de vida de
A-B-C para C-A-B. Essas se aplicam a adultos, crianças e bebês, mas excluem os
neonatos.
Inicia-se pelas compressões torácicas por elas serem fundamentais para manter o
sangue circulando e porque a insuflação boca a boca é um processo difícil quando o
socorrista não possui treinamento.

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Suporte circulatório (compressões cardíacas)


- Posicionar o paciente sobre uma superfície plana e rígida, em decúbito dorsal
(barriga para cima);
- A cabeça da vítima não deve ficar mais alta que os pés, para não prejudicar o fluxo
sanguíneo.
- Apoiar a palma de uma das mãos sobre a metade inferior do externo (ponto médio
entre os mamilos);
- Colocar a outra mão sobre a primeira. Os dedos podem ficar estendidos ou
entrelaçados, mas não devem ficar em contato com o esterno;
- Manter os braços esticados e com os ombros diretamente sobre as mãos. A
compressão deve ser feita diretamente sobre o esterno;
- A força da compressão deve ser provida pelo peso do tronco do socorrista e não
pela força de seus braços;
- O esterno da vítima deve ser deprimido de maneira que, durante uma compressão,
possa gerar um pulso carotídeo palpável com força para afundar pelo menos 5 cm o peito
de adultos e crianças e 4 cm o peito do bebê;
- Comprimir cem vezes por minuto ou até mesmo um pouco mais rápido (esse é o
ritmo igual à batida da música "Stayin' Alive" dos Bee Gees);
- A compressão deve ser aliviada completamente sem que o socorrista retire suas
mãos do tórax do paciente, para que não se perca a posição correta das mãos; e
- Caso seja restabelecida a função cardíaca, deve-se cessar a massagem.

Desobstrução de vias aéreas


- Colocar a vítima em decúbito dorsal (barriga para cima) em uma superfície firme;
- Colocar uma mão por baixo do pescoço da vítima e a outra em sua testa;
- Levantar o pescoço com a mão e pressionar a testa para trás para remover a base
da língua da garganta.

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Se a obstrução persistir, procure por corpos estranhos, restos alimentares, prótese


dentária, sangue ou vômito e remova-os manualmente da boca ou da garganta, usando
luvas, pano ou toalha.
Se o paciente não voltar a respirar espontaneamente inicie a respiração boca-a-
boca.
Para as vitimas com suspeita de lesão cervical, deve-se empregar o método
conhecido como elevação da mandíbula modificada, na qual o socorrista, posicionando-se
ajoelhado, atrás da cabeça da vítima, coloca os polegares na região zigomática (maçã do
rosto), os indicadores na mandíbula e os demais dedos na nuca, exercendo tração em
sua direção.
Enquanto traciona, os indicadores posicionados nos ângulos da mandíbula
empurram-na para cima.

Suporte respiratório (respiração boca-a-boca)


- Com a palma da mão na testa da vítima, pressionando-a para trás, pince as narinas
utilizando o indicador e o polegar;
- Faça uma inspiração profunda e adapte sua boca à da vítima, sem que haja
vazamentos;
- Aplique duas insuflações, com duração de um segundo cada, observando se o
peito da vítima sobe; e
- Remova a boca e espere que a vítima exale passivamente.

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RESUMO DA RCP
1. Chame o Serviço de Emergências Médicas ou peça para alguém chamar este
serviço.
2. Tente fazer a pessoa responder; se ela não responder, coloque a pessoa deitada
de costas.
3. Inicie as compressões no peito. Coloque a base da sua mão no centro do peito
da vítima. Coloque a sua outra mão. Entrelace os dedos.
4. Comprima com força para afundar pelo menos 5 cm o peito de adultos e
crianças e 4 cm o peito do bebê, atribuindo um ritmo de cem vezes por minuto ou
até mesmo um pouco mais rápido.(Esse é o ritmo igual a batida que os Bee Gees
usam na música "Stayin' Alive.")
5. Se a pessoa tiver treinamento em RCP, ela deverá abrir as vias aéreas,
reclinando a cabeça e erguendo o queixo da vítima.
6. Pince o nariz da vítima. Respire normalmente e então sele sua boca sobre a
boca da vítima e aplique duas insuflações com duração de um segundo cada,
observando se o peito da vítima sobe.
7. Continue aplicando as compressões e insuflações na proporção de 30
compressões para duas insuflações, até o Resgate chegar.

A interrupção da RCP somente poderá ocorrer após ordem médica ou por cansaço
extremo do socorrista, que impossibilite o prosseguimento das manobras.
A figura abaixo apresenta a sequência da RCP:

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3.2 - Reconhecer os sinais de choque: pulso, batidas e cor facial. Aplicar medidas
para contornar o estado de choque.
Estado de choque é o quadro clínico que resulta da incapacidade do sistema
cardiovascular de prover circulação sanguínea suficiente para os órgãos.

Causas
- Hemorragia abundante;
- Desidratação grave;
- Queimaduras graves;
- Infecção severa;
- Ferimentos extensos ou graves; e
- Ataque cardíaco.

Sinais e sintomas do Estado de Choque


- Alteração do nível de consciência pela hipóxia (diminuição do nível de oxigênio);
- Pele pálida, fria e úmida, com suor abundante;
- Pulso acelerado (aumento dos batimentos cardíacos);
- Respiração rápida;
- Vítima ansiosa, inquieta e com sede;
- Pele dos lábios, mãos e pés arroxeadas (cianose); e
- Pressão arterial baixa.

Cuidados de emergência prestados ao paciente em estado de choque


- Proceder às manobras de desobstrução de vias aéreas e reanimação
cardiopulmonar, se necessário;
- Posicionar a vítima de acordo com a causa do choque. Os pacientes em choque
por causa de um ataque cardíaco não suportam o decúbito dorsal, pois piora a falta
de ar. Vítimas de outras causas de choque devem ser transportadas em decúbito
dorsal, com as pernas elevadas cerca de 25 centímetros;
- Tranquilizar a vítima lúcida;
- Controlar imediatamente as hemorragias externas;
- Aquecer a vítima com lençóis ou cobertores; e
- Transporte rápido para aumentar as chances de sobrevivência da vítima.

3.3 - Aplicar os procedimentos para conter hemorragia, tais como: torniquete,


compressão, posicionamento do paciente, etc.
O tratamento de uma hemorragia consiste na realização da hemostasia (processo de
interrupção de um sangramento) como se segue:
- Antes de manipular a vítima, procure usar luvas ou sacos plásticos para proteção
das mãos;
- Elevar o local do sangramento, se não houver fraturas ou luxações, até um nível
acima do coração;
- Pressione o local com firmeza por alguns minutos utilizando compressa limpa e
seca (gaze, pano, lenço limpo, toalha, etc.). Se a compressa ficar encharcada de
sangue, coloque outra por cima sem retirar a anterior;
- Se não dispuser de compressa, utilize a mão protegida para fazer a compressão;
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- Fixe a compressa sobre o ferimento com bandagem (tira de pano, gravata, cinto,
etc.) ou se não for possível, mantenha a compressão com a mão;
- Mantenha a vítima agasalhada; e
- Não limpe ou lave o ferimento, pois o coágulo formado poderá ser removido,
ocasionando nova perda sanguínea.

A aplicação de pressão sobre uma determinada artéria deve ser vista como uma
medida drástica, que somente deve ser utilizada após os recursos de compressão direta
(com ou sem elevação de membros) não terem sido eficazes.
A real necessidade do uso do torniquete para controlar uma hemorragia grave deve
ser considerada, por se tratar de um procedimento extremo, de último recurso, pelos
riscos que o cercam. Muitas vezes um curativo compressivo é a melhor opção.
Em uma situação onde ocorra uma amputação traumática, o sangramento pode ser
pequeno, ao contrário do que se espera, pois a artéria envolvida entra em constricção
pela ação reflexa dos nervos simpáticos.
Sendo inevitável o uso de torniquete, ou seja, após todos os métodos citados
anteriormente falharem, o socorrista deverá estar atento aos cuidados que envolvem esta
técnica, pois, quando mal realizada, poderá induzir a uma eventual perda do membro
afetado, quando não se tratar de amputação total.
Os cuidados são:
- O torniquete deverá ser aplicado entre o ferimento e o coração, a uma distância de
aproximadamente 5 cm da lesão;
- Deve-se posicionar um pacote de curativo ou um rolo de pano sobre a artéria a ser
comprimida;
- Utilize um cinto longo, gravata, meia ou outro material que não venha a provocar
estrangulamento dos membros para envolver o local, dando um nó sobre o pacote
de curativo;
- Improvise uma haste firme, como um pedaço de madeira ou barra de metal
(canetas e lápis podem se quebrar facilmente), que deve ser colocada sobre o nó
onde será aplicado um outro; e
- Gire a haste até que o sangramento pare, fixando-a convenientemente.
Não solte ou alivie o torniquete até a chegada ao hospital. Registre o horário de
aplicação do torniquete em local visível, se possível, na própria vítima.
Não cubra o torniquete, para que não passe despercebido pelos que darão
continuidade aos cuidados prestados ao paciente.

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Tipos especiais de hemorragias


a) Epistaxe
Conhecido como sangramento nasal, onde deverão ser observados os seguintes
procedimentos:
- Sente a vítima com a cabeça para trás;
- Aperte a narina que sangra durante 5 minutos; e
- Aplique compressas geladas ou saco de gelo sobre o nariz.
b) Hemoptise
Tipo de hemorragia proveniente do pulmão, caracterizada por acesso de tosse,
com eliminação de sangue vermelho rutilante e espumoso, por meio de golfadas, onde
deverão ser observados os seguintes procedimentos:
- Coloque a vítima em repouso e recostada;
- Acalme-a; não a deixe falar;
- Procure auxílio médico.
c) Hematêmese
Hemorragia proveniente do estômago, manifestando-se através de enjoo,
náuseas, vômitos com sangue tipo “borra de café” e palidez, onde deverão ser
observados os seguintes procedimentos:
- Deite a vítima de costas com a cabeça voltada para um dos lados no mesmo
nível do corpo;
- Aplique gelo ou compressas geladas na altura do estômago;
- Procure auxílio médico.

3.4 - Aplicar primeiros socorros apropriados para queimaduras e escaldaduras


decorrentes de água quente, gases, vapor e eletricidade.
Queimadura é uma lesão produzida no tecido de revestimento do organismo por
agentes térmicos, produtos químicos, eletricidade, radiação ionizante, etc.
São decisivos para a constatação da gravidade da queimadura a sua localização
anatômica e a extensão da área atingida.
As queimaduras são classificadas da seguinte forma:
Queimaduras de 1º grau: atinge somente a epiderme e são as mais comuns,
deixando a pele avermelhada, provocando ardor e ressecamento, sem bolhas.
Queimaduras de 2º grau: são aquelas que atingem camadas um pouco mais
profundas da pele, atingindo a epiderme e a derme, caracterizando-se pela formação de
bolhas e desprendimento das camadas superficiais da pele, com a formação de feridas
avermelhadas, que são muito dolorosas e podem sangrar.

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Queimaduras de 3º grau: são aquelas em que todas as camadas da pele são


atingidas, podendo ainda alcançar os músculos e ossos. Estas queimaduras apresentam-
se secas, esbranquiçadas ou de aspecto carbonizado. A pele se assemelha ao couro
marrom. Não são muito dolorosas, pois há destruição das terminações nervosas, que
transmitem a sensação de dor. Alto risco de infecções.

Primeiros Socorros em queimaduras térmicas (água quente, gases, vapor, calor de


chamas e superfícies quentes)
Nas queimaduras de primeiro grau deve-se limitar somente à lavagem com água
corrente, na temperatura ambiente, por um máximo de um minuto. Este tempo é
necessário para o resfriamento local, para interromper a atuação do agente causador da
lesão, aliviar a dor e para evitar o aprofundamento da queimadura.
Não aplicar gelo no local, pois causa vasoconstrição e diminuição da irrigação
sanguínea.
Se o acidentado sentir sede, deve ser-lhe dada toda a água que desejar beber,
porém lentamente. Sendo possível, deve-se adicionar à água sal (uma colher das de café,
de sal para meio litro de água). Se o acidentado estiver inconsciente não lhe dê água,
pois pode ocasionar-lhe a morte.
Em todos os casos de queimaduras, mesmo as de primeiro grau, devemos manter o
local lesado limpo e protegido contra infecções.
As queimaduras de segundo grau requerem outros tipos de cuidados. Além do
procedimento imediato de lavagem do local lesado, proteger o mesmo com compressa de
gaze ou pano limpo, umedecido, ou papel alumínio.
Não furar as bolhas que venham a surgir no local. Não aplicar pomadas, cremes ou
unguentos de qualquer tipo. Nada deve ser dado à vítima como medicamento.
Retire anéis e pulseiras da vítima, para não estrangularem as extremidades dos
membros, devido ao edema (inchaço) que possa ocorrer. Não retirar roupas ou partes de
roupa que tenham grudado no corpo do acidentado, nem retirar corpos estranhos que
tenham ficado na queimadura após a lavagem inicial.
A identificação do estado ou iminência de choque poderá ser feita pela observação
de ansiedade, inquietação, confusão, sonolência, pulso rápido, sudorese, oligúria e baixa
pressão arterial.
Realizar normalmente o exame primário, priorizando a manutenção de vias aéreas,
respiração e circulação. O acidentado deverá ser encaminhado imediatamente para
atendimento especializado.
O atendimento de queimaduras de terceiro grau também consiste na lavagem do
local lesado e na proteção da lesão. Se for possível, proteger a área com papel alumínio.
O papel alumínio separa efetivamente a lesão do meio externo, diminui a perda de calor,
é moldável, não aderente e protege a queimadura contra microrganismos.
Todas as providências tomadas para prevenção do estado de choque, administração
de líquidos e cuidados gerais com vítima são as mesmas aplicadas nos casos de
queimaduras de segundo grau.

Primeiros Socorros em queimaduras por eletricidade


Os danos resultantes da conversão da eletricidade em calor durante a passagem da
corrente elétrica pelos tecidos são difíceis de avaliar, pois dependem da profundidade da
destruição celular.
Podem ocorrer violentas contrações musculares, ocasionando fraturas, luxações,
etc. Há também o risco de parada cardiorrespiratória.

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A lesão local nestas queimaduras raramente é significativa. Devemos cobrir o local


da queimadura com um curativo seco esterilizado ou papel de alumínio e transportar o
acidentado para atendimento especializado.
Estas queimaduras na pele, frequentemente, existem em duas áreas do corpo, nos
sítios de entrada e saída, geradas pelo arco elétrico. Procurar sempre uma segunda área
queimada e tratá-la como se fez com a primeira.
Observação: Lembre-se que a segurança na cena é prioridade. Não se torne outra vítima.
Desalimente a corrente elétrica antes de tocar a vítima.

3.5 - Aplicar os procedimentos de emergência para cada tipo de traumatismo.

FRATURA
Fratura é a ruptura de um osso, que pode ser completa, isto é, abranger toda a
espessura do osso, ou incompleta, quando só compreende uma parte do mesmo (fissura).
Uma fratura recebe o nome de simples ou fechada, sempre que os ossos não
perfurarem a pele. Já quando o osso fraturado entra em contato com o meio externo,
recebe o nome de exposta ou aberta.

FRATURA EXPOSTA FRATURA SIMPLES

Sinais e sintomas de uma fratura


- Dor intensa;
- Edema (inchação) no local, que poderá ter a cor arroxeada quando ocorrer
rompimento de vasos e acúmulo de sangue sob a pele;
- Impotência funcional, incapacidade ou limitação dos movimentos; e
- Crepitação, isto é, a sensação que se tem quando, ao tocar o local, as partes
fraturadas se atritam.
Procedimento de emergência
- Contenção de hemorragia, como a que pode ocorrer nas fraturas expostas;
- Proteção do ferimento, se houver, visando a prevenção de infecção; e
- Imobilização provisória.
Imobilização da fratura
- Mantenha o membro fraturado na posição mais natural possível, sem causar
desconforto para a vítima;

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- Improvise talas com o material disponível no momento: revista grossa, madeira,


etc.;
- Acolchoe as talas com panos ou qualquer outro material macio, afim de não ferir a
pele;
- Utilize talas que ultrapassem as articulações acima e abaixo da fratura e que
sustentem o membro atingido;
- Amarre as talas com tiras de pano em torno do membro fraturado. Não amarre no
local da fratura;
- Sempre que imobilizar um membro fraturado deixe os dedos livres para verificar
qualquer alteração. Estando eles inchados, roxos ou adormecidos, as tiras devem
ser afrouxadas; e
- No caso de fratura exposta, proteja o ferimento com gaze ou pano limpo antes de
imobilizar, a fim de evitar a penetração de poeira ou qualquer outra substância
que favoreça uma infecção.

ENTORSE
Quando um ângulo de determinado movimento é excedido, pode ocorrer um
estiramento ou até mesmo uma ruptura dos ligamentos daquela articulação, ou seja, uma
entorse, que é a perda momentânea das superfícies articulares, com lesão das partes
moles.
Sinais e sintomas de uma entorse
- Dor intensa na articulação afetada;
- Edema;
- Equimose (pontos avermelhados) causada por rompimento de pequenos vasos; e
- Impotência funcional.

Procedimento de emergência
- Gelo ou compressas frias (sem restrição), protegendo a pele para evitar lesões
causadas pelo frio;
- Imobilização da área afetada; e
- Encaminhamento para avaliação médica.

LUXAÇÃO
Lesão em que as superfícies articulares deixam de se tocar de forma permanente,
podendo ser completa, quando há separação total das superfícies articulares, ou
incompleta, quando a articulação ainda mantém algum ponto de contato.

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Sinais e sintomas de uma luxação


- Dor intensa;
- Deformidade ao nível da articulação;
- Perda da mobilidade;
- Impotência funcional; e
- Equimose.
Procedimento de emergência
- Gelo ou compressas frias;
- Imobilização da área afetada; e
- Encaminhamento para avaliação médica.

DISTENSÃO
Uma distensão é um estiramento de um músculo ou tendão, devido a esforços
musculares excessivos.
Sinais e sintomas de uma distensão
- Dores no músculo ou tendão lesionado;
- Fraqueza do membro; e
- Tumoração ao nível da ruptura, caso ocorra.
Procedimento de emergência
- Repouso da região afetada;
- Gelo ou compressas frias (sem restrição); e
- Encaminhamento para avaliação médica.

3.6 - Demonstrar o uso correto de bandagens, curativos, imobilização, condução de


ferido em maca, reanimação, medir pulso e batimentos.

BANDAGEM
São peças de tecido utilizadas para fixar curativos (cobrindo as compressas),
imobilizar/apoiar seguimentos traumatizados e promover hemostasia (conter
sangramentos).
As bandagens não devem ser muito apertadas para não impedir o afluxo e refluxo
do sangue, pois isto pode provocar edema e/ou causar dores intensas. Entretanto, devem
ficar firmes e indeslocáveis, adaptando-se às formas corporais.
Na aplicação da bandagem, coloque o membro em posição funcional e evite contato
entre duas superfícies cutâneas, para que não haja aderências e fricções. O Socorrista
deve sempre lembrar que a fixação (amarração) da bandagem não deve ser feita sobre o
ferimento.

BANDAGEM BANDAGEM

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CURATIVOS
Curativos são procedimentos que consistem na limpeza e aplicação de uma
cobertura estéril em uma ferida, com a finalidade de promover a hemostasia e a
cicatrização, bem como prevenir contaminação e infecção.
Geralmente os curativos são realizados com aplicação de gaze ou compressas
cirúrgicas e fixadas com esparadrapo.

CURATIVO CURATIVO

IMOBILIZAÇÕES
Com o propósito de conter os movimentos e estabilizar um determinado seguimento,
as imobilizações podem ser realizadas por talas ou bandagens, improvisadas ou não.
Regras para imobilização:
- Tranquilizar a vítima, explicando o que será feito;
- Remover ou recortar as roupas do paciente para que o local da lesão seja exposto;
- Remover jóias que possam comprometer a circulação em caso de edema;
- Cuidar das lesões abertas, controlando hemorragias e protegendo-as com
bandagens estéreis;
- Realinhar para a posição anatômica o membro com desvio. Caso haja resistência,
imobilizar na posição encontrada;
- Acolchoar imobilizadores e talas para evitar ferimentos em pontos de pressão com
a pele;
- Não tentar reduzir fraturas ou luxações;
- Verificar pulso distal e sensibilidade antes e depois da imobilização. Caso o pulso
esteja ausente, reposicionar ou afrouxar os imobilizadores;
- Imobilizar as articulações proximal (acima) e distal (abaixo) à lesão, nos casos de
fraturas e somente a articulação afetada quando se tratar de entorse ou luxação;
- Deixar as pontas dos dedos expostas, permitindo a observação da circulação; e
- Elevar a extremidade lesada após a imobilização, se possível.

Materiais utilizados na imobilização


Bandagens: muitas vezes torna-se a única opção
para a imobilização de alguns tipos
de fraturas como de clavícula, úmero
e escápula, podendo ser utilizadas
na forma de tipoia.

BANDAGEM

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Favor devolver esta apostila “sem rasuras” ao final do curso.
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Talas rígidas: podem ser de madeira, alumínio, papelão ortopédico, arame ou


plástico, sendo facilmente adaptadas ou improvisadas.

TALAS

CONDUÇÃO DE FERIDO EM MACA


É a melhor forma de transporte de acidentado.
Neste tipo de transporte cada carregador se agacha e segura um pegador com
firmeza. Quando for dada a ordem, todos se erguem ao mesmo tempo, mantendo a maca
nivelada.
Ao ser dada a ordem de iniciar o transporte, os carregadores, ao mesmo tempo,
iniciam o transporte com passos curtos. Evite arrancadas bruscas ou paradas súbitas
durante o transporte. O transporte deve ser feito sempre em baixa velocidade, por ser
mais seguro e mais cômodo para a vítima.
Ao ser dada a ordem de parar o transporte, os carregadores interrompem os passos
ao mesmo tempo. Ao ser dada a ordem de pousar a maca, os carregadores, ao mesmo
tempo, se agacham e baixam a maca.

A maca deve ter cintas para a fixação do troco e membros do acidentado, além de
imobilizador de cabeça.

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Para colocar o acidentado na prancha, um dos socorristas deve estabilizar a cabeça


e o tronco do acidentado, enquanto os outros socorristas movimentam a vítima em bloco,
de maneira sincronizada.

As técnicas mais utilizadas são as manobras de rolamento:


Rolamento de 90º
Técnica utilizada para vítimas encontradas em decúbito dorsal (de costas):
- Um dos socorristas estabiliza a cabeça da vítima por trás (líder);
- Outro socorrista aplica o colar cervical;
- Posicionar a prancha paralelamente à vítima, do lado oposto ao rolamento;
- Dois auxiliares posicionam-se lado a lado, ao nível dos ombros e joelhos da vítima;
- Rolar a vítima em bloco, ao comando do líder, até a posição de decúbito lateral,
para o lado onde estão os socorristas;
- Deslizar a prancha até encostar no corpo da vítima;
- Ao comando do líder, a vítima é reposicionada em bloco em cima da prancha;
- Ajustar a vítima sobre a prancha;
- Fixar o tronco e extremidades com as cintas de fixação; e
- Fixar a cabeça da vítima ao imobilizador.
Rolamento de 180º
Técnica utilizada para vítimas encontradas em decúbito ventral (barriga para baixo):
- O socorrista líder localiza-se atrás da cabeça da vítima e inicia a estabilização
manual;
- Posicionar a prancha paralelamente ao corpo, do lado para o qual o rolamento será
feito;
- Dois auxiliares se colocam ajoelhados sobre a prancha, ao nível dos ombros e
quadris da vítima;
- Ao comando do líder, rolar a vítima 900 em bloco, para o lado da prancha, até
permanecer em decúbito lateral;
- Os auxiliares saem da prancha, se ajoelhando no solo;
- O líder comanda outro rolamento da vítima sobre a prancha; e
- Fixar a cabeça da vítima ao imobilizador.

REANIMAÇÃO
Os procedimentos já apresentado anteriormente no item 3.1 desta apostila serão
executados em sala de aula com o auxílio de um manequim.

MEDIR PULSO E BATIMENTOS


O pulso é distensão de uma artéria, transmitida pela pressão que o coração exerce
sobre o sangue. Esta onda é perceptível pela palpação de uma artéria e se repete com
regularidade, segundo as batidas do coração.

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Para se sentir o pulso e medir os batimentos devemos:


· Procurar acomodar o braço do acidentado em posição relaxada;
· Usar o dedo indicador, médio e anular sobre a artéria escolhida para sentir o pulso,
fazendo uma leve pressão sobre qualquer um dos pontos onde se pode verificar mais
facilmente o pulso de uma pessoa;
· Não usar o polegar para não correr o risco de sentir suas próprias pulsações; e
· Contar no relógio as pulsações num período de 60 segundos.
Existem no corpo outros locais onde se pode sentir o pulso da corrente sanguínea,
além do pulso radial, na parte da frente do punho.
O pulso carotídeo é o pulso sentido na artéria carótida, que se localiza de cada lado
do pescoço. Posicionam-se os dedos sem pressionar muito para não comprimir a artéria e
impedir a percepção do pulso. Do ponto de vista prático, as artérias radial e carótida são
mais fáceis para a localização do pulso, mas há outros pontos que não devem ser
descartados.

FAIXA ETÁRIA PULSO NORMAL


Homens adultos 60 - 70 bpm
Mulheres adultas 70 - 80 bpm
Crianças acima de 7 anos 80 - 90 bpm
Crianças de 1 a 7 anos 80 - 120 bpm

3.7 - Descrever os procedimentos para içamento ou arriamento de uma pessoa


acidentada para transporte por embarcação ou helicóptero.
Quando for necessária a remoção da vítima, porém seja possível a remoção aérea
com o helicóptero pousando no Helideque da plataforma, a remoção será feita içando-se
a vítima por maca.
Deve-se ter muita atenção com relação à correta fixação da vítima à maca e da
maca ao cabo de içamento. Outra medida importante é evitar que a maca gire, pois há a
tendência de que isto ocorra. Para evitar o giro da maca, é necessário que ela seja segura
pelas extremidades enquanto é içada.

Para a realização dessa faina com segurança devemos ter comunicações


adequadas entre a sala de controle da plataforma, o helicóptero/embarcação e o local de
onde será içada a maca. Também devemos ter atenção às condições climáticas, em
especial a intensidade e direção do vento.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

a) BRASIL. Marinha do Brasil. Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão -


CAAML-1206 Manual de Primeiros Socorros. Niterói, RJ: 2008.

b) _____. Instituto Nacional de Emergências Médicas – Organização Mundial de Saúde –


Guia Médico Internacional para Barcos. Tradução da Organização Mundial da Saúde.
Genéve: 1988.

c) BERGERON, J. David e Gloria Bizjak. Primeiros Socorros. Editora Atheneu, São


Paulo, SP: 2004.

d) CAMPBELL, John Emory. Basic Trauma Life Support – BTLS. CAME, Alabama,
EUA: 1999.

e) SANTOS, Raimundo Rodrigues et al, Manual de Socorro de Emergência. Editora


Atheneu, 2000.

FIM DA DISCIPLINA PSE-P

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