Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
So b re vivê n c ia - SBV
www.emaster.com.br
#10
SOBREVIVÊNCIA – SBV
SUMÁRIO ............................................................................................................................................... 2
O PAPEL DA DISCIPLINA NO CURSO ................................................................................................ 3
OBJETIVOS DA DISCIPLINA ............................................................................................................... 3
CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................................. 5
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA ............................................................................................................... 8
ABRIGOS .............................................................................................................................................. 12
FOGO E ÁGUA ..................................................................................................................................... 16
ALIMENTOS......................................................................................................................................... 22
SINALIZAÇÃO ..................................................................................................................................... 30
DESLOCAMENTO E ORIENTAÇÃO ................................................................................................... 37
SOBREVIVÊNCIA NO MAR ................................................................................................................ 45
EFEITOS DO CALOR OU FRIO NO ORGANISMO ............................................................................. 57
EQUIPAMENTOS DE FLUTUAÇÃO ................................................................................................... 63
SOBREVIVÊNCIA NO DESERTO ........................................................................................................ 72
SOBREVIVÊNCIA NO GELO ............................................................................................................... 75
SERVIÇO DE BUSCA E SALVAMENTO – SAR................................................................................. 78
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 83
SOBREVIVÊNCIA – SBV
SBV
SOBREVIVÊNCIA
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Descrever os cuidados necessários com os insetos (Cp);
Citar os cuidados que devam ser tomados em uma situação de
sobrevivência (Cn);
Descrever o cenário de sobrevivência na selva, suas vantagens e males
(Cp);
Listar ações imediatas e simultâneas (Cn);
Identificar o conteúdo do Kit de sobrevivência na selva (Cn);
Descrever o procedimento para sinalização com o radiofarol de
emergência (Cn);
Evidenciar a importância do abrigo (Cp);
Citar requisitos para construção e classificar os abrigos de selva (Cn);
Citar as utilidades do fogo (Cn);
Descrever a preparação, cuidado, obtenção e manutenção do fogo (Cp);
Descrever procedimentos para obtenção de água doce (Cn);
Listar os métodos de purificação da água (Cn);
Descrever os procedimentos a serem executados no racionamento de
água e de alimentos (Cp);
3
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
4
SOBREVIVÊNCIA – SBV
CAPÍTULO I
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Generalidades
Ninguém está de fato preparado para uma situação adversa, na qual
tenha que lutar independente do meio onde se encontra, com pouco ou
nenhum recurso, em separado ou em grupo, pela continuidade da vida.
No entanto, o relato de pessoas que estiveram nesta situação nos ajuda
a formular técnicas que podem ajudar a sobreviver em condições
desfavoráveis.
Psicologia da Sobrevivência
A capacidade de sobrevivência é diretamente proporcional a uma atitude
mental adequada para enfrentar situações adversas. Assim, a
estabilidade emocional, a despeito do choque do acidente, de
sofrimentos físicos decorrentes da fadiga, da fome, da sede e de
ferimentos, por vezes, graves é fundamental para a preservação da vida.
com alta carga de estresse, estes fatores tornam mais difícil o processo
de sobrevivência. Conhecê-los é uma excelente forma de estar
preparado. São eles os fatores subjetivos, os fatores objetivos e as
adversidades do meio ambiente.
Insetos
Um dos maiores perigos que se apresentam aos sobreviventes nas
florestas tropicais é representado pelos insetos, muitos dos quais
transmissores de moléstias (doenças tropicais) e parasitas. É possível
proteger-se da Malária, ingerindo comprimidos de Atebrina ou Aralen,
porém a forma mais eficaz de proteção é a utilizando calças compridas,
camisas de manga longa e repelente. O óleo de coco serve como um bom
repelente natural contra insetos.
Bicho de Pé: são pequenos insetos que penetram na pele e deixam ovos
que se desenvolvem, produzindo inchação local, coceiras e inflamações.
6
SOBREVIVÊNCIA – SBV
7
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
CAPÍTULO II
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA
8
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Conservação da Saúde
Preservar suas condições de saúde contribui para o sucesso do
salvamento. Saber defenderse bem contra as condições adversas do
cenário não é uma tarefa muito simples, porém a literatura indica
algumas ações importantes que devem ser observadas:
9
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
10
SOBREVIVÊNCIA – SBV
11
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
CAPÍTULO III
ABRIGOS
Abrigos
Pode-se utilizar como abrigo a própria aeronave e partes dela ou
improvisar a proteção para os sobreviventes com os recursos naturais
que se encontrem no local. De qualquer forma, após o acidente só se deve
retornar ao interior da aeronave após resfriamento dos motores e a
evaporação do combustível (normalmente 24horas).
Tipos de Abrigo:
Os abrigos para sobrevivência são classificados em provisórios, de
menor tempo de utilização, e temporários, para uma utilização maior.
Abrigos Provisórios: para pouco tempo, uma noite em geral.
O mais usual e simples de ser erguido é o Rabo de Jacu. Para construí-lo
deve-se limpar o local, atravessar um pedaço de pau sobre os dois
suportes e apoiar folhas de palmeiras, coqueiros, bananeiras ou qualquer
tipo de tecido ou lona, para formar o “teto”.
12
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Tapiri Simples
13
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
14
SOBREVIVÊNCIA – SBV
15
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
CAPÍTULO IV
FOGO E ÁGUA
Fogo
Embora não alcance a importância representada pela água em uma
sobrevivência, o fogo também é extremamente importante para que seja
possível prolongar o tempo de vida. Através do fogo é possível: purificar
a água; cozinhar; secar a roupa; aquecer o corpo; sinalizar; iluminar; e
fazer uma segurança noturna.
Local para o fogo: Mesmo que o chão esteja seco, o que não será normal
em um ambiente de floresta, limpe bem o chão onde se pretenda iniciar
o fogo. Procure um pedaço de madeira ou troco de árvore para servir
como base, pois isto poderá alimentar o fogo depois da ignição. Se a
permanência no local for se prolongar, deve-se construir um abrigo para
o fogo, o mais indicado é o tapiri. A melhor maneira de se construir uma
fogueira, de maneira eficiente e protegida do vento é próximo a uma
rocha ou de um anteparo feito de tronco.
Isca
16
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Água
Manter um bom suprimento de água é de fundamental importância em
uma situação de sobrevivência. O ser humano pode resistir vários dias
sem alimento, entretanto, na falta d’água, as possibilidades de vida ficam
extremamente reduzidas. Essa resistência estará condicionada à
capacidade orgânica e às condições físicas do indivíduo, as quais, na
selva, estarão sempre aquém das possibilidades normais deste mesmo
indivíduo.
17
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
Fontes de Água
Segundo o Manual de Sobrevivência na Selva do Exército Brasileiro, o
equilíbrio da natureza põe à disposição do ser humano recursos variados
para suprir a grande necessidade de água e os principais são:
Águas Paradas: Lagos, igapós, pântanos e charcos, devendo seu uso ser
feito após a purificação. Uma forma de filtrar é colhê-la de um buraco
cavado a uma distância de 5 metros da fonte de água, o qual, após algum
tempo, pela porosidade do solo, encher-se-á de água filtrada.
18
SOBREVIVÊNCIA – SBV
19
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
Destilador Solar
20
SOBREVIVÊNCIA – SBV
21
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
CAPÍTULO V
ALIMENTOS
23
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
O sangue dos animais não deverá ser ingerido “in natura”, pois contém
uma grande quantidade de toxinas e poderá também transmitir
toxoplasmose. Para o consumo, o sangue deve ser fervido e usado como
tempero (sal).
Aves: depois de abatida a ave, estando ela ainda quente, será fácil
depená-la. O processo caseiro para depenar, com o emprego da água
quente é difícil de ser realizado em plena selva com pouca água e é
demorado. Pode-se ainda retirar as penas juntamente com a pele, pelo
descamisamento; embora seja um processo rápido, haverá a perda da
pele como alimento que possui grande quantidade de calorias.
24
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Temperos
Quando do preparo de alimentos, a falta de temperos na selva constituirá
outro problema, embora alguns vegetais possuam pequena salinidade.
Desta forma, na selva, o sal poderá ser encontrado nas cinzas, que
possuem pequeno teor salino; no caruru, planta que, secada ao sol,
queimada e lavada, fornecerá como resíduo um sal grosseiro; na moela
das aves, que, após picada e fervida até a evaporação da água, por várias
vezes, deixará um pequeno depósito com certo teor de sal e; no sangue,
que, posto a ferver até secar, também fornecerá uma espécie grosseira
de sal.
25
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
Para maior proteção das carnes elas deverão ser guardadas envoltas em
panos, papel ou folhas. Caso acumulem mofo, bastará raspá-las ou lavá-
las, antes de serem preparadas para consumo.
26
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Caça
Não havendo disponibilidade de uma arma de fogo, a caça deverá ser
feita com a utilização de laços e armadilhas do tipo arapucas. O caçador
deve levar em consideração que animais de pelos e sangue quente são
difíceis de caçar e o melhor método para isto é a técnica aliada à
paciência. Os locais mais indicados para colocar uma armadilha e
esperar que algum animal seja capturado são uma trilha, um bebedouro
ou um comedouro.
Pesca
Outra tarefa que exige técnica e paciência para obtenção do êxito.
Procure pescar em poços profundos, ao pé das cachoeiras, no final das
corredeiras rápidas ou entre rochedos. Em rios com correntes muito
velozes, os peixes costumam se chegar mais para as margens. O mais
importante, tente todas as águas com vários tipos de iscas.
27
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
28
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Bagre Baiacu
Poraquê Piranha
Arraia Candirú
29
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
CAPÍTULO VI
SINALIZAÇÃO
Indubitavelmente, o que mais interessa a um sobrevivente, ou grupo de
sobreviventes, é ser encontrado e os processos de sinalização de
socorro, sejam quais forem, aumentam e muito as possibilidades
sucesso.
Um ELT pode ser fixo ou portátil, o ELT Fixo, de maneira geral, está
embutido no teto da galley traseira da aeronave e é de acionamento
automático, por impacto da aeronave com o solo ou uma forte
desaceleração. Uma força com intensidade de 5G (cinco vezes a ação da
gravidade) já é o suficiente para ativá-lo, podendo, também, ser acionado
da cabine de comando pelos pilotos.
O ELT portátil, pode haver mais que um, está localizado na cabine de
passageiros e deve ser retirado, se possível, quando do abandono
posterior ao acidente.
30
SOBREVIVÊNCIA – SBV
31
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
32
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Espelhos Sinalizadores
Há diversos tipos e modelos. A sinalização é a captação e projeção de
reflexo dos raios solares em direção às aeronaves ou navios de resgate.
Pode-se improvisar um espelho de sinalização utilizando-se pedaço de
carenagem do avião, com o lado sem pintura virado para cima.
Foguetes Pirotécnicos
O foguete é um bastão de aproximadamente 20 cm, recheado com
agente sinalizador. O bastão pode ser empregado na sinalização diurna e
noturna. O agente sinalizador do lado diurno é a fumaça de cor laranja,
enquanto o agente sinalizador do lado noturno é o fogo de magnésio.
Estes padrões de cores são convencionados internacionalmente. Para
identificar o lado a ser utilizado, o bastão possui indicações em alto
relevo, normalmente a letra N para noite (night) e a letra D para dia (day).
33
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
Lanternas
As disponíveis nos kits de sobrevivência podem ser de acionamento por
baterias a seco (pilhas) e por baterias ativadas com água. A utilização da
lanterna se faz de acordo com a necessidade de grupo de sobreviventes.
Apito sinalizador
Deve ser empregado para chamar a atenção das
equipes de busca e salvamento, tanto de dia quanto à
noite, mesmo visibilidade reduzida. Entre os
sobreviventes pode ser utilizado para organizar o
grupo.
MENSAGEM SÍMBOLODOCÓDIGO
Necessitamos Assistência V
Necessitamos Assistência Médica X
Não ou Negativo N
Sim ou Afirmativo Y
Avançamos nesta Direção
35
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
Sinalização AR-TERRA
As aeronaves de Busca e Salvamento irão apresentar sinais para
comunicação Ar-Terra com as equipes de resgate em terra ou com os
sobreviventes.
36
SOBREVIVÊNCIA – SBV
CAPÍTULO VII
DESLOCAMENTO E ORIENTAÇÃO
DESLOCAMENTO E ORIENTAÇÃO
Existe maior chance de o salvamento ser bem sucedido quando os
sobreviventes permanecem próximos ao local do acidente e dos
destroços.
O que levar?
Os membros do grupo que efetuarem a jornada em busca de auxílio
devem levar 2/3 das rações disponíveis no acampamento. Quando
possível, a equipe deve reunir os seguintes equipamentos para
deslocamento: facão; relógio; estojo de primeiros socorros; suprimento
de água e alimento; fio metálico ou corda para armar abrigos e; óculos
para proteção contra os raios solares. Proteger em saco plástico:
bússola; velas; fósforo ou isqueiro; sinalizadores; caderno de notas e;
caneta.
Formas de Orientação
Tomada a decisão de partir, durante a jornada, o método ESAON deverá
ser observado:
E - estacione - fique parado, não ande à toa;
S - sente-se - para descansar e pensar;
A - alimente-se e sacie a sede (ter-se-á melhores condições para
raciocinar);
O - oriente-se – procure saber onde está;
N - navegue- desloque-se na direção selecionada.
37
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
38
SOBREVIVÊNCIA – SBV
A Jornada
As marchas devem ter início ao amanhecer e enceramento às 15 horas
para montagem do abrigo. Para evitar a fadiga, o deslocamento deve ser
lento e as caminhadas devem ter a duração máxima de 3 horas. A parada
para descanso deve ser de uma hora. Ao deslocar-se no gelo e em grupo,
os componentes devem estar amarrados uns aos outros a uma distância
de cinco metros, estando o primeiro do grupo equipado com uma haste
metálica para sondagem do solo à frente.
39
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
Home m bússola determinará precisamente o local onde o homem ponto deve parar.
Estando este parado, aquele se deslocará até ele e o fará dar um novo lance à frente, na
direção do azimute de marcha, repetindo as operações anteriores.
40
SOBREVIVÊNCIA – SBV
41
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
Transposição de obstáculos
Durante as marchas, o grupo de deslocamento pode deparar-se com
obstáculos, como subidas ou descidas acentuadas, rios, morros, buracos
etc. A regra recomendada é que se a transposição desses obstáculos
exigir esforços demasiados do grupo é preferível contorná-los.
No Hemisfério Norte
As constelações mais usadas pelos sobreviventes, no Hemisfério Norte,
são a Ursa Maior, Ursa Menor, Orion e a Cassiopéia.
42
SOBREVIVÊNCIA – SBV
43
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
44
SOBREVIVÊNCIA – SBV
CAPÍTULO VIII
SOBREVIVÊNCIA NO MAR
Generalidades
Muito mais complexa que a sobrevivência em ambiente de selva, a
sobrevivência no mar com sua escassez de recursos oferece um grau de
dificuldade que só pode ser superado se forem aliados técnica,
conhecimento e, acima de tudo, vontade de sobreviver.
45
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
Ações Subsequentes
Logo após as ações imediatas e simultâneas, deve-se dar início as ações
subsequentes, que são:
46
SOBREVIVÊNCIA – SBV
47
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
48
SOBREVIVÊNCIA – SBV
causada por reflexo dos raios solares que incidem em águas rasas ou em
corais; quanto mais clara for a água, maior a probabilidade de estar-se
navegando em águas rasas; odores e sons característicos podem ser
percebidos; em geral são avistadas aves em maior número, próximo à
terra, do que sobre o mar alto. A direção da qual os bandos de aves voam,
na madrugada, à noitinha, poderá indicar a direção de terra próxima; de
qualquer modo, siga a direção do sol, de leste para oeste, e você estará
rumando na direção da costa brasileira.
Água doce
A obtenção de água doce, no caso da sobrevivência no mar, é tarefa tão
complexa quanto essencial para preservação da vida.
Surgem desta situação duas regras básicas: se não houver água doce,
não coma e jamais, em hipótese alguma, beba a água do mar. A água do
mar contém entre trinta e trinta e nove gramas de sal por litro e ingeri-la
certamente levará a desidratação e à morte e a morte por água salgada é
semelhante à morte por sede.
49
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
O racionamento da água
A água existente na escorregadeira-barco ou no bote somente deverá ser
utilizada passadas as primeiras 24 horas. Primeiro porque existe uma
grande possibilidade de os sobreviventes serem encontrados e
resgatados antes do término do primeiro dia. E segundo porque, após 24
horas, o sobrevivente estará apenas levemente desidratado, e toda água
ingerida será retida pelo organismo e não desperdiçada através da urina.
Alimentos
Havendo considerável reserva de água, e tão-somente se houver água, os
sobreviventes no mar devem direcionar os esforços para a obtenção de
alimentos. Tal tarefa, além de possivelmente prover alimentação para o
grupo, mantém os sobreviventes ocupados e afastados de pensamentos
negativos.
50
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Pesca
Pescar certamente é a primeira opção para obtenção de alimentos, caso
não tenham sido trazidos da aeronave. Os animais marinhos estão
classificados em cinco grupos: mordedores, peçonhentos, venenosos,
traumatogênicos e eletrogênicos, conhece-los bem é de fundamental
importância para segurança e alimentação dos sobreviventes no mar.
51
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
52
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Animais eletrogênicos
São animais marinhos, que apesar do comportamento pacato e
inofensivo, podem causar danos à saúde, por possuírem a capacidade de
gerar descargas elétricas. Existem cerca de 250 espécies de peixes em
todo o mundo com órgãos elétricos especializados capazes de produzir
choque elétrico.
53
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
Crustáceos
Só consuma ostras, mariscos, mexilhões e outros moluscos se estiverem
com bom aspecto, mau cheiro e aparência estranha indicam que não se
deve consumi-los. Não coma mariscos ou ostras agarradas aos cascos
de navios ou de qualquer objeto metálico. Não os apanhe de modo algum
para alimento, pois os mesmos provocam intoxicação violentíssima,
podendo inclusive ocasionar a morte. Encontrando-se ostras e mariscos,
a melhor forma de lavá-los é deixando-os dentro de uma vasilha com
água durante a noite. No dia seguinte estarão limpos, pois se limpam
sozinhos;
O início da pesca
Como equipamentos de pesca, além do material dos conjuntos de
sobrevivência, deve-se improvisar anzóis com alfinetes, clips, fivelas de
cintos, grampos de cabelos, linhas com cordões de sapatos e fios tirados
de roupas.
O consumo do peixe
Para consumo dos peixes capturados, devem-se remover as escamas no
sentido da cauda para a cabeça, desprezar uma parte da cauda e limpá-
los. Normalmente a carne do pescado crua não é salgada nem
desagradável ao paladar. Aves e tartarugas marinhas podem ser
54
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Aves Marinhas
Todas as aves marinhas constituem fonte alimento em potencial. Podem
ser capturadas por meio de anzóis com isca, com pedaços triangulares
de metal brilhante. Muitas aves serão atraídas pela escorregadeira-barco,
como ponto de pouso ou descanso. Quando as avistar, conserve-se
imóvel, pois algumas delas ou mesmo todas do bando, poderão vir
pousar na escorregadeira- barco ou mesmo sobre a sua cabeça ou
ambos. Trate de agarrá-las logo que tenham fechado as asas. Mas não
tente pegá-las antes que tenha certeza absoluta de que seu golpe será
bem sucedido. Caso o sobrevivente consiga caçar uma ave ou pescar um
peixe, deve mascar sua carne e beber seu sangue e suas vísceras
poderão ser usadas como isca.
O racionamento do alimento
Da mesma forma que a água, o alimento só deverá ser consumido após
as primeiras vinte e quatro horas.
Tubarões
Evite atrair ou molestar os tubarões. A carne do tubarão é dura e cheira a
amónia, além da obvia dificuldade de pesca-lo. Em águas quentes a
possibilidade de ataque é maior, porém os tubarões não são atríados por
55
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
56
SOBREVIVÊNCIA – SBV
CAPÍTULO IX
EFEITOS DO CALOR OU FRIO NO ORGANISMO
Assim como em outros cenários, como a selva, o gelo e o deserto,
aqueles que precisam sobreviver no mar também estarão sujeitos aos
fatores subjetivos, como o medo, o pânico, a solidão, o tédio e o
desespero e; também aos fatores objetivos, como o frio, a fome, a sede,
a insolação e as queimaduras. Conhecer estes fatores e entender como
evita-los, manterá a saúde mental e física dos sobreviventes em ordem,
até a chegada do resgate.
HIPOTERMIA
Importante efeito do frio sobre o organismo, a hipotermia merece um
estudo a parte. Durante um pouso na água, ou ditching, na condição de
náufragos e dependendo das características do acidente, os
sobreviventes podem ser obrigados a passar muito tempo dentro d'água,
o que normalmente causa a hipotermia.
Fases da Hipotermia
A Hipotermia pode se apresentar em três fases, de acordo com o grau de
severidade: leve ou excitação, moderada ou adinâmica e grave ou torpor.
58
SOBREVIVÊNCIA – SBV
59
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
Proteger-se do vento, pois num clima frio, mesmo uma leve brisa
aumentará a perda de calor, com perigo de congelamento das partes do
corpo expostas (feche o toldo da escorregadeirabarco);
60
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Efeitos da Hipotermia
Os efeitos da hipotermia variam de pessoa para pessoa, pois ao menos
parcialmente, fatores tais como: o grau de gordura do indivíduo
(obesidade), a sua atividade física na água (com desvio de parte da
circulação do interior do corpo para os músculos periféricos onde o calor
será mais rapidamente perdido) e a sua atitude mental (a ansiedade
aumenta o dispêndio de energia), podem retardar ou acelerar o
aparecimento da hipotermia, e consequentemente o tempo de
sobrevivência.
61
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
62
SOBREVIVÊNCIA – SBV
CAPÍTULO X
EQUIPAMENTOS DE FLUTUAÇÃO
De acordo com normas da OACI que tratam de equipamentos de
emergência obrigatórios a bordo, todas as aeronaves que efetuarem voos
transoceânicos (além de 370 Km do litoral) deverão dispor de
equipamentos individuais e coletivos de flutuação. Aeronaves que
efetuarem voos costeiros (rotas de até 370 Km do litoral) deverão, portar
apenas equipamentos individuais de flutuação.
63
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
64
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Assentos Flutuantes:
O assento das poltronas dos passageiros é flutuante e, em caso de
evacuação, pode ser levado para fora da aeronave e ser utilizado como
equipamento individual de flutuação. Uma placa interna de poliuretano
rígido é responsável pela flutuação do assento. Os assentos flutuantes
suportam um peso médio de 90kg.
Para que não haja lesão no queixo ou cabeça, causada pelo impacto do
assento ao entrar na água, o passageiro deve apoiar o queixo na porção
mais larga do assento e; segurar firmemente as alças localizadas sob o
assento.
Características Principais
Os botes salva-vidas contam com duas câmaras conectadas entre si e
pneumaticamente independentes. Tais câmaras dão formato ao bote e
sustentam o peso dos sobreviventes. (Botes de menor capacidade
podem apresentar apenas uma câmara de flutuação).
65
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
66
SOBREVIVÊNCIA – SBV
67
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
68
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Escorregadeira Barco
70
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Acessórios Disponíveis
Abaixo um quadro com os principais recursos disponíveis nos
equipamentos coletivos de flutuação.
71
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
CAPÍTULO XI
SOBREVIVÊNCIA NO DESERTO
Abrigo
No deserto a construção de um abrigo protegerá os sobreviventes do
calor e dos raios do sol durante o dia e do frio à noite.
72
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Água
A necessidade de ingestão de água no deserto é de duas a três vezes
maior do que na selva, sendo esta a maior preocupação do sobrevivente.
Ao encontrar plantas cavar ao redor em suas proximidades que
provavelmente, obter-se-á água.
Pode se obter água nas curvas de leitos secos de rios ou áreas baixas. A
área úmida, além de indicar a presença de água, apresenta uma
vegetação mais abundante. As pegadas de animais e bandos de aves
podem levar à presença de água. Alguns vegetais, como os cactos, são
revestidos de camadas impermeáveis que impedem a evaporação da
água acumulada.
Alimento
Alimentos de Origem Vegetal
Geralmente sempre que se encontra água, encontram-se plantas
comestíveis. Ao se encontrar um vegetal que pareça estar seco, deve-se
cavar e buscar suas raízes que, provavelmente, servirão como fonte de
alimento.
73
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
Deslocamento no Deserto
No deserto, assim como na selva, não se deve abandonar o local do
acidente, a menos que se tenha certeza de conhecer tanto a posição
geográfica quanto um local de abrigo e que o socorro se encontra a pouca
distância. Não se deve arriscar um deslocamento sem destino. A alta
temperatura durante o dia não permite longas jornadas
74
SOBREVIVÊNCIA – SBV
CAPÍTULO XII
SOBREVIVÊNCIA NO GELO
Abrigo
Avaliar a área ao redor da aeronave para determinar o local mais
adequado e seguro para a construção de um abrigo. É importante ter
certeza de que o abrigo será construído sobre blocos sólidos de gelo,
distante de fendas ou mar aberto e das encostas das montanhas ou
rochas, em virtude do risco de avalanches. As cavernas devem ser
utilizadas com extremo cuidado devido a presença de animais e o risco
de avalanche e fechamento das mesmas.
Trincheira
Pode ser construída rapidamente e proporciona uma proteção eficiente.
Cuidar para que a abertura não fique posicionada na direção do vento.
Utiliza-se para a cobertura da trincheira: toldos, escorregadeiras ou
pedaços da fuselagem de modo a formar um “V” invertido.
Iglus
São abrigos feitos de blocos de gelo, muito eficientes,
porém requerem muita prática e ferramentas
apropriadas para sua construção. Em uma
sobrevivência tais ferramentas poderão ser
improvisadas com partes da aeronave e ou algum
material metálico e resistente.
Fogo
Os combustíveis inflamáveis numa sobrevivência no
gelo são provenientes da própria aeronave (querosene e
óleos) ou da gordura de animais. iglu
Agua
Pode-se obter água potável de duas formas: derretendo-se o gelo, não
utilizar aquele proveniente de áreas onde haja colônias de pinguins ou
concentração de outros animais e; colhendo-se água de fontes naturais
oriundas de degelo. Nunca utilizar a camada superficial, por conter
impurezas.
76
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Alimento
No caso de regiões continentais geladas (cordilheira, por exemplo), cuja
localização é afastada do mar, a alimentação pode se basear nos
animais, além dos mantimentos encontrados na aeronave.
Hipotermia
Queda de temperatura corporal que pode levar à morte. Tratada no
capítulo de sobrevivência na água. A ação dos ventos contribui para a
rápida e severa perda de calor corporal. Os sobreviventes devem
permanecer, o maior tempo possível, abrigados para evitar este efeito.
Desidratação
Em ambientes frios é comum o surgimento da desidratação, como
consequência do pouco consumo de água. A urina escurecida e com forte
odor indicam a possibilidade de desidratação, que deverá ser tratada com
a ingestão de água e repouso. Mesmo sob condições de sobrevivência
no gelo, o corpo continua necessitando de dois litros diários de água.
Queimaduras
A exposição da epiderme ao frio poderá causar queimaduras na pele.
Este processo apresenta as seguintes fases: 1º Grau (Arrepios) não
apresentam perigo, são um alerta do organismo; 2º Grau (Flictenas ou
bolhas) indicam o processo de queimaduras no tecido; 3º Grau (Necrose)
Gangrenas ou manchas escuras na pele indicam severa diminuição do
fluxo de sangue na região observada.
77
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
CAPÍTULO XII
SERVIÇO DE BUSCA E SALVAMENTO – SAR
Histórico SAR
Com o surgimento da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI),
em 1944, diversos mecanismos visando a padronização da Aviação Civil
Internacional foram criados no intuito de proporcionar maior apoio e
segurança à navegação aérea, com a Busca e Salvamento não foi
diferente. O Anexo 12 do Texto da Convenção de Chicago passou a ser o
responsável pelo estabelecimento de normas e recomendações para
disciplinar a atividade SAR (Busca e Salvamento, do inglês Search and
Rescue) em todo o mundo.
78
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Estrutura SSISAR
A estrutura do SSISAR está estruturada para efetuar missões de busca e
salvamento de acordo com normas nacionais e compromissos,
convenções ou tratados internacionais de que o Brasil faça parte.
RCEA IV
RCEA III
RCEA II
RCEA III
79
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
80
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Sistema COSPAS-SARSAT
81
ESCOLA MASTER DE AVIAÇÃO
82
SOBREVIVÊNCIA – SBV
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
84
SOBREVIVÊNCIA – SBV
Caro aluno, encerramos aqui mais um bloco do curso. Mais uma etapa
foi vencida e demos mais um passo na construção do seu conhecimento
profissional.
Espero sinceramente que este livro texto tenha auxíliado na absorção dos
assuntos das disciplinas aqui referenciadas.
Aproveitem, revisem, assistam as videoaulas e procurem-nos para
resolver suas dúvidas persistentes.
Forte abraço, bons estudos e vejo você no próximo bloco...
Equipe Master
85